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Obrigação de Dar Coisa
DAR COISA
Obrigação de natureza sempre positiva, tem como teor a ENTREGA de
uma coisa (móvel ou imóvel, fungível ou infungível, divisível ou indivisível).
A prestação da obrigação de dar não é apenas o ato de ENTREGAR,
mas também o ato de RESTITUIR.
A prestação é a transferência (tradição) da propriedade ou posse.
DAR COISA
Entregar: Transferência da “propriedade” (compra e venda) ou cessão da
“posse” (locação).
Restituir: Devolver a “posse”. Aqui, o devedor nunca foi o dono.
“[...] Na obrigação de dar, a coisa pertence ao devedor até o momento da
tradição, recebendo o credor o que, até então, não lhe pertencia. Na
obrigação de restituir, pelo contrário, a coisa pertence ao credor, que a
recebe de volta, em devolução.” (VENOSA, 2003, p. 88).
DAR COISA
Outro ponto importante a ser destacado é o MOMENTO da tradição:
Para o Professor Washington Carlos de Almeida: “a tradição é a
transladação do objeto de uma pessoa para outra, em cumprimento da
obrigação de dar. Quem faz a tradição é o devedor, em favor do credor”
(ALMEIDA, 2015, p.79).
OBSERVAÇÃO: A tradição determina a transferência do direito real de
propriedade para bens móveis (art. 1.226 e art. 1.267)
DAR COISA CERTA
Dar coisa certa “é dar coisa individualizada”. Somente a coisa em
questão tem todas as características apontadas.
Ou seja, existem características que tornam a coisa (res) em um bem
único e insubstituível.
Não há outra coisa igual. Pode até existir um outro bem do mesmo
gênero, mas, pelo menos, uma característica faltará.
DAR COISA CERTA
A coisa certa é um bem determinado e individualizado quanto a todas
suas características. A identificação realizada antes da fase de execução da
obrigação, torna a coisa única no mundo jurídico.
Já a coisa incerta é determinável, não individualizada na gênese da
relação obrigacional. Na obrigação de dar coisa incerta, a pretensão do
credor não reside sobre objeto único no mundo jurídico, todavia, ele deve
ser definido ao menos pelo gênero e quantidade (CC, art. 243).
DAR COISA CERTA
1. Princípio da Gravitação Jurídica ou Acessoriedade (Art. 233)
Abrangência dos acessórios da coisa na obrigação de dar coisa certa.
CC, Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios
dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título
ou das circunstâncias do caso.
DAR COISA CERTA
CC, Art. 92. principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou
concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do principal.
OBS: PERTENÇAS x ACESSÓRIOS
CC, Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes
integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao
aformoseamento de outro. (Ex: trator e fazenda; máquinas e fábrica etc).
CC, Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não
abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da
manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso.
DAR COISA CERTA
2. Entrega da coisa específica - princípio da especificidade (art. 313, CC)
O credor não pode ser obrigado a receber qualquer outro bem, ainda
que mais valioso (CC, art. 313).
E se as partes concordarem? Não há óbice (dação em pagamento).
Esta regra decorre do princípio da obrigatoriedade, pacta sunt
servanda, ou seja, se as partes escolheram de comum acordo que o objeto
do negócio jurídico seria determinado bem, é ele que deve ser entregue
pelo devedor e vice-versa.
DAR COISA CERTA
2. Entrega da coisa específica - princípio da especificidade (art. 313, CC)
CC, Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que
lhe é devida, ainda que mais valiosa.
CC, Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da
que lhe é devida.
REGRAS DA OBRIGAÇÃO DE DAR (ENTREGAR)
Importante lembrar que a obrigação de “dar coisa certa” se subdivide em
duas espécies:
(a) entregar coisa certa (CC, arts. 234 a 237); e
(b) restituir coisa certa (CC, arts. 238 a 242).
Exemplos: 1. Compra e venda -> vendedor obrigado a entregar o bem
(tradição); 2. Locação: locador entrega a coisa, cedendo-lhe a posse direta;
3. Locação: ao final, o locatário deve restituir o bem.
REGRAS DA OBRIGAÇÃO DE DAR (ENTREGAR)
PERDA ou DETERIORAÇÃO do bem depois de assumida obrigação, mas
antes da efetiva entrega (TRADIÇÃO): Para solucionar os problemas
decorrentes da perda ou deterioração da coisa certa antes da tradição, o
Código Civil aplica a regra do RES PERIT domino (a coisa perece para o
dono).
REGRAS DA OBRIGAÇÃO DE DAR (ENTREGAR)
SE A COISA PERECER SEM CULPA: resolve-se a obrigação, retornando ao
status quo ante. O prejuízo será suportado pelo devedor..
CC, Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem
culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva,
fica resolvida a obrigação para ambas as partes (...)
OBS: Resolução é uma espécie de extinção contratual que se configura
quando há impossibilidade de cumprimento da prestação de forma útil ao
credor ou por onerosidade excessiva.
REGRAS DA OBRIGAÇÃO DE DAR (ENTREGAR)
EXEMPLO:
Contrato de compra e venda de veículo seminovo. O vendedor é devedor
da entrega do bem (coisa certa). No entanto, antes da data ajustada, o
automóvel é furtado.
Quem arcará com o prejuízo decorrente da perda do bem SEM culpa do
devedor? (res perit domino)
E o sinal?
REGRAS DA OBRIGAÇÃO DE DAR (ENTREGAR)
Se a coisa PERECER COM CULPA, o devedor deverá pagar ao credor o
equivalente + perdas e danos. O prejuízo será suportado pelo devedor.
CC, Art. 234. (...) se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este
pelo equivalente e mais perdas e danos.
EXEMPLO: Antes de entregar o carro, o devedor decide dirigir embriagado
e destrói COMPLETAMENTE o veículo. Responde pelo equivalente + perdas
e danos (ex.: lucros cessantes).
REGRAS DA OBRIGAÇÃO DE DAR (ENTREGAR)
Deterioração SEM CULPA: o credor poderá escolher entre resolver a
obrigação ou aceitar a coisa + abatimento do preço pela deterioração. O
prejuízo é suportado pelo devedor.
CC, Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o
credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o
valor que perdeu.
Exemplo: chuva de granizo fortíssima que causa diversas avarias no bem.
REGRAS DA OBRIGAÇÃO DE DAR (ENTREGAR)
Deterioração COM CULPA: o credor poderá escolher RESOLVER ou
ACEITAR a coisa como ela está + abatimento no preço + direito a reclamar
perdas e danos (plus).
CC, Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar
a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso,
indenização das perdas e danos.
Exemplo: Devedor, embriagado, destrói PARCIALMENTE o bem.
REGRAS DA OBRIGAÇÃO DE DAR (ENTREGAR)
Frutos e Melhoramentos
Considerando que a coisa perece para o dono (res perit domino), é justo
que ela também melhore para o dono.
CC, Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus
melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço;
se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação.
Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor
os pendentes.
Exemplo da vaquinha que, descobre-se, posteriormente, prenha.
REGRAS DA OBRIGAÇÃO DE DAR (ENTREGAR)
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
1. Julgue a seguinte situação hipotética:
Paulo adquiriu um determinado veículo de propriedade de Pedro pagando pelo
mesmo a quantia de R$ 30.000,00. Antes de entregar o bem a Paulo, Pedro é vítima de
roubo e o veículo objeto da transação acaba sendo subtraído pelos meliantes. Neste
caso, o negócio está resolvido para ambas as partes, cabendo a Pedro apenas devolver
a Paulo o dinheiro desembolsado, mais perdas e danos.
CERTO ou ERRADO?
Em qual quadro a situação se encaixa?
REGRAS DA OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR
OBS: O bem pertence ao credor e se encontra em poder do devedor, na
condição de inquilino, comodatário, depositário ou mutuário.
Se a coisaPERECER SEM CULPA: o credor sofrerá a perda e a obrigação se
resolverá, sem direito de indenização (CC, art. 238).
CC, Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes
da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia
da perda.
Exemplo: comodato (empréstimo para uso de coisa infungível), antes da devolução, o carro é furtado
(res perit domino)
REGRAS DA OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR
Se o bem PERECER COM CULPA: o devedor deverá pagar o equivalente +
perdas e danos.
CC, Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este
pelo equivalente, mais perdas e danos.
Exemplo: comodato – devedor, embriagado, destrói COMPLETAMENTE o
carro contra um poste.
REGRAS DA OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR
Deterioração SEM CULPA: o credor sofrerá, devendo aceitar o bem do
jeito que ele se encontrar, SEM DIREITO DE SER INDENIZADO.
CC, Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor,
recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização (...)
Exemplo: Chuva de granizo forte antes da restituição/devolução.
REGRAS DA OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR
Deterioração COM CULPA: O credor poderá escolher rejeitar a coisa e
exigir o equivalente ou aceitar a coisa, abatendo no preço o valor da
deterioração. Terá direito, em qualquer hipótese, de reclamar PERDAS e
DANOS.
CC, Art. 240. (...) se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art. 239. CJF,
Enunciado 15. As disposições do art. 236 do novo Código Civil também são aplicáveis à
hipótese do art. 240, in fine.
Exemplo: comodato (empréstimo para uso). Devedor, embriagado, atinge um poste e
danifica o veículo, mas não o destrói.
REGRAS DA OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR
CC, Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou
deterioração da coisa, a que não der causa.
CC, Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou
deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual
modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante.
REGRAS DA OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR
Frutos e Melhoramentos na obrigação de restituir: Se os melhoramentos
não decorrerem de gastos dos devedor, lucrará o credor sem se falar em
indenização:
CC, Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa,
sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização.
Exemplo: comodato (empréstimo para uso) de bem imóvel. Antes da devolução
ajustada, a região é asfaltada (valorização do bem).
REGRAS DA OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR
Melhoramento COM despesas do devedor: regras sobre as benfeitorias.
CC, Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor
trabalho ou dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código
atinentes às benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé.
REGRAS DA OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR
CC, Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das
benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se
não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da
coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias
necessárias e úteis.
CC, Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as
benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela
importância destas, nem o de levantar as voluptuárias.
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
Petrobras – 2007: Acerca do direito das obrigações, julgue os itens a
seguir. Na obrigação de restituir coisa certa, se sobrevierem acréscimos ou
melhoramentos na coisa restituível antes de sua tradição, ainda que
realizados pelo devedor, esses são de exclusiva propriedade do dono da
coisa principal. Por isso, ao devedor não é assegurado o direito de
retenção nem o pagamento de indenização pela valorização da coisa.
CERTO ou ERRADO?
REGRAS DA OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR
FRUTOS
CC, Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos
frutos percebidos.
Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé
devem ser restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e
custeio; devem ser também restituídos os frutos colhidos com
antecipação.
DAR COISA INCERTA
Na obrigação de dar coisa incerta, o devedor NÃO se compromete a
entregar ao credor uma coisa única, individualizada, exclusiva, mas uma
coisa determinável, individualizada ao menos pelo gênero e pela
quantidade.
Considerando a existência de várias coisas com as mesmas
características, antes da escolha o devedor não poderá alegar perda ou
deterioração, ainda que por força maior ou caso fortuito. Aplica-se a regra
genus nunquam perit (CC, art. 246).
Exemplo: compra de smartphone novo pela internet (coisa incerta). Caminhão saqueado, todos
os produtos se perderam. A obrigação NÃO será resolvida.
DAR COISA INCERTA
CC, Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela
quantidade.
CC, Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a
escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da
obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a
melhor.
DAR COISA INCERTA
CC, Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção
antecedente.
CC, Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou
deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito.

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