Prévia do material em texto
A digitalização dos atos notariais ao ser analisando, teve efeitos da transformação digital na cultura organizacional da atividade notarial, a partir da regulamentação dos atos digitais. As mudanças ocorridas na atividade notarial são consequências da pandemia da Covid-19( lei 14.129/21 – governo digital) no ambiente cartorário, trouxe uma série de benefícios, como a agilidade e a eficiência nos serviços que iniciou com o Provimento nº 100/2020, que dispõe sobre a prática de atos notariais eletrônicos por intermédio da plataforma e- Notariado, cria a Matrícula Notarial Eletrônica-MNE e estabelece outras providências (revogado pelo PROVIMENTO N. 149/23 este por sua vez alterado pelo Provimento N.180/24). No entanto, também apresenta desafios significativos que os cartórios precisam enfrentar para garantir uma transição bem-sucedida e segura. Os principais desafios incluem: 1. Adaptação Legal e Normativa A legislação atual, como a Lei 8.935/94, não contempla adequadamente as novas práticas digitais. A adaptação das normas para incluir a digitalização, como a validade das assinaturas eletrônicas e a regulamentação de processos digitais, é um desafio constante. 2. Capacitação dos Profissionais Os notários e funcionários dos cartórios precisam de formação e treinamento adequados para utilizar as novas tecnologias. A falta de conhecimento técnico pode levar a erros e insegurança na execução dos atos. 3. Segurança da Informação A digitalização aumenta os riscos de segurança cibernética, como fraudes, invasões de hackers e vazamentos de dados (lei 13.709/18 LGPD). Proteger as informações sensíveis dos usuários e garantir a autenticidade dos documentos digitais é um desafio crucial e oneroso. Sem esquecer de mencionar a responsabilização criminal e civil, pois a falha em garantir a segurança e a integridade dos atos digitais pode resultar em processos judiciais e danos à reputação. 4. Infraestrutura Tecnológica A implementação de sistemas digitais requer investimentos em infraestrutura tecnológica, como servidores, software e manutenção. Muitos cartórios, especialmente os menores, podem enfrentar dificuldades financeiras para realizar esses investimentos. A transição de processos tradicionais para digitais pode ser complexa. Os cartórios precisam revisar e adaptar suas práticas, o que pode demandar tempo e esforço consideráveis. Essa mudança pode causar interrupções temporárias nos serviços e afetar a satisfação dos usuários. 5. Acesso e Inclusão Digital A digitalização pode criar barreiras para pessoas que não têm acesso à tecnologia ou não estão familiarizadas com o uso de plataformas digitais. Garantir que todos os cidadãos possam acessar os serviços notariais de forma equitativa é um desafio importante. 6. Integração de Sistemas A integração entre diferentes sistemas de cartórios e órgãos públicos é necessária para facilitar a troca de informações e a efetividade dos atos notariais. No entanto, a falta de padronização pode dificultar essa integração que segundo dados da ANOREG, no Brasil, 13.627 é o número de cartórios distribuídos pelos 5.570 municípios. 7. Resistência à Mudança A resistência à adoção de novas tecnologias por parte de alguns notários e funcionários pode ser um obstáculo, muitos tem dificuldades de se adequar a mudanças da cultura organizacional e desenvolvimento de novos Hard skills. A mudança de mentalidade e a aceitação da digitalização são essenciais para o sucesso do processo. 8. Manutenção da Fé Pública A digitalização deve garantir que a fé pública, que é a base da função notarial, continue sendo respeitada. Isso implica em estabelecer mecanismos que assegurem a autenticidade e integridade dos atos realizados digitalmente. Embora a digitalização dos atos notariais apresente oportunidades significativas, os cartórios devem enfrentar uma série de desafios que podem impactar sua operação e a qualidade dos serviços prestados. A superação desses desafios é fundamental para garantir uma transição eficaz e segura para um ambiente digital.