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Fisiopatologias Neurofuncionais Traumatismo Raquimedular Marina Fortuna Lucas Universidade Veiga de Almeida - UVA Coluna Vertebral e Medula Espinhal Formação da coluna vertebral Comprimento da medula: 45 cm Ocupa o canal vertebral de C1 até L2 e é formada por 31 segmentos Cauda equina Segmento medulares e vértebras – nem sempre são equivalentes Medula Espinhal - Substância: *Branca *Cinzenta - Tratos: *Ascendentes *Descendentes Lesões Medulares Alteração dramática da vida – Limitações funcionais Consequências sociais e econômicas Incidência: 30 a 40 casos - 1milhão de habitantes 8 a 10 mil casos por ano Mortalidade: 48% Níveis de lesão mais comuns: C5, C4 e C6 / T2, L1 e T10 55% cervical, 15% torácico, 15% toracolombar, 15% lombossacral Lesões Medulares Idade: 65% tem menos de 35 anos – 20 e 24 anos Sexo: 3:1 – Homens Etiologia Traumáticas e Não traumática 48% acidentes de trânsito 21% quedas 13% traumas esportivos 16% atos de violência 12% industriais Lesão Medular Traumática Mecanismo de lesão: Força indireta: Súbita flexão, hiperextensão, compressão vertebral ou rotação da coluna. * Mais comum Tipos de lesão: Contusão Distensão Laceração Esmagamento Lesão Medular Traumática Mecanismo de lesão: Força direta: Golpe com um objeto perfurante Patologia * Eventos primários e secundários: 1-Comprometimento vascular 2-Alterações inflamatórias 3-Disfunção celular EDEMA Pico – 3 a 6 dias após Choque da Medula Funções medulares deprimidas Ausência de excitação tônica contínua do encéfalo Manifestações na fase de choque: - Reflexos musculares bloqueados - Supressão dos reflexos sacrais - Paralisia flácida - Perda da sensibilidade Definição do Nível da Lesão Medular Fase de choque? Após a fase de choque Fim da fase de choque Como definir? Testar reflexo bulbo cavernoso (S3-S5) DEFINIR O NÍVEL DA LESÃO APÓS A FASE DE CHOQUE Nível da Lesão -Realizar o Exame Físico: Avaliação da Sensibilidade Avaliação da Força Avaliação dos Reflexos Profundos (fim da fase de choque) -Acima da lesão -Abaixo da lesão -Lesão do cone medular e cauda equina APLICAR A ESCALA ASIA PARA AVALIAÇÃO American Spinal Injury Association (ASIA) Classifica a lesão medular – tipo, prognóstico e estado atual Sensitivo e Motor Completa e Incompleta (Zona de preservação parcial) - 28 dermátomos - 10 miótomos - Enumera algumas síndromes ASIA Categorias: A = Perda da sensibilidade e motricidade voluntária abaixo do nível da lesão B = Perda da motricidade voluntária abaixo da lesão e sensibilidade preservada C = Perda motora e sensitiva incompleta, mais de 50% dos músculos com força menor que grau 3 D = Perda motora e sensitiva incompleta, mais de 50% dos músculos com força maior que grau 3 E = Função Normal. Função motora e sensitiva normais. Atenção: sensibilidade e motricidade voluntária do esfíncter anal Lesão Incompleta e Síndromes Medulares Síndromes Medulares: SÍNDROME DE BROWN- SÉQUARD Perda Ipsilateral (tratos não cruzam na medula): Motricidade –Trato corticoespinal Propriocepção consciente, sensibilidade vibratória e tato epicrítico – Fascículo grácil e cuneiforme Perda contralateral (tratos cruzam na medula): Perda da sensação de dor, temperatura e tato grosseiro - Trato espinotalâmico ântero-lateral Lesão Incompleta e Síndromes Medulares Síndromes Medulares: SÍNDROME MEDULAR CENTRAL ou SÍNDROME CENTROMEDULAR Mais comum - nível cervical Perda de força e sensibilidade térmica e dolorosa maior dos membros superiores (Espinotalâmico lateral quando se torna ventral no cruzamento) Alterações funcionais da bexiga Causas: Hiperextensão da coluna cervival; Arnold-Chiari; Seringomielia Lesão Incompleta e Síndromes Medulares Síndromes Medulares: SÍNDROME MEDULAR ANTERIOR Perda variável da motricidade e da sensibilidade para tato grosseiro, dor e temperatura bilateralmente. (trato corticoespinhal anterior e trato espinotalâmico ântero-lateral) Causas: Traumas em flexão excessiva; Herniação Traumárica de disco; Lesão da artéria Espinhal Anterior Lesão Incompleta e Síndromes Medulares Síndromes Medulares: SÍNDROME DA COLUNA POSTERIOR Perda da propriocepção consciente, do tato epicrítico e da sensibilidade vibratória (fascículo grácil e cuneiforme) Causas: Traumas em extensão excessiva; Sífilis; Lesão da Artéria Espinhal Posterior; Tumor Lesão Incompleta e Síndromes Medulares Síndromes Medulares: SÍNDROME DA CAUDA EQUINA E CONE MEDULAR Lesõe abaixo de L1 Síndrome do neurônio motor inferior: paralisia flácida seguida de arreflexia Traumatismo Raquimedular Diagnóstico: Exame Físico Tomografia Computadorizada Ressonância Magnética Potencial evocado: sensitivo e motor Prognóstico: Lesão completa Lesão incompleta Ausência de função dentro de 48 horas – grave Traumatismo Raquimedular -50% das vítima: comprometimento sensitivo e motor abaixo do nível da lesão -Menos de 5% recuperam a marcha -60% dos pacientes que apresentam movimento abaixo do nível da lesão recuperam a marcha Causas de morte: suicídio, pneumonia e alterações cardiopulmonares Complicações - Disreflexia autonômica (lesões acima de T6) Traumatismo Raquimedular Tratamento: 5 fases -Emergencial -Tratamento dos problemas gerais – hipotensão, hipóxia -Alinhamento vertebral -Descompressão cirúrgica -Programa de reabilitação estruturado -Cateterismo vesical, sonda nasogástrica, anti- inflamatórios esteroides, cirurgia, posicionamento, anticoagulantes e meias de compressão