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Edema- Semiologia

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Edema 
Beatriz Marinelli 
Definição: excesso de líquido acumulado no espaço intersticial ou no interior das próprias 
células. 
 
INVESTIGAÇÃO SEMIOLÓGICA: ANAMINESE E EXAME FÍSICO 
 
A investigação semiológica do edema tem início na anaminese, quando se indaga sobre o tempo 
de duração, localização e evolução. No exame fisico completa-se a análise, investigando-se os 
seguintes parametros: 
 
1-Localização e distribuição: a primeira grande distinção a ser feita é se o edema é: 
• Localizado: geralmente um dos MMII ou dos MMSS; restrito a território vascular 
(obstrução de fluxo venoso e linfático). O edema localizado restringe-se a um segmento 
do corpo, seja a um dos membros inferiores, seja a um dos membros superiores, seja a 
qalquer área corporal. 
• Generalizado: anasarca - sistêmico; o fluido deixa o espaço vascular. 
É nos membros inferiores que mais frequentemente se constata a existencia de edema; todavua, 
duas outras regiões devem ser sustematicamente investigada: face e região pré-sacra, esta 
particularmente em pacientes acamados, recém natos e lactantes. 
 
2-Intensidade: para determinar a intensidade do edema, emprega-se a seguinte tecnica: 
• Compressão firme de encontro à estrutura rígida: como tíbia, sacro ou osso da fasse. 
Havendo edema, ao ser retirado o dedo vê-se uma depressão, no local comprimido, que 
costuma se chamar de fóvea. Estabelecce-se a intensidade do edema referindo-se á 
profundidade da fóvea graduada em cruzes. Formação de fóvea (intensidade do edema 
profundidade da fóvea - até 4+). 
• Outras medidas: variações de peso durante o dia, variações muito acentuadas do peso 
traduzem retenção ou eliminação de água; comparação bilateral do diâmetro da área 
edemaciada. 
 
3-Consistência: grau de resistência encontrado ao se comprimir a região edemaciada, utilizando 
o método de digitopressão. Classifica-se em dois tipos: 
• Edema mole: inflamação aquosa; retenção hídrica de curta duração. É facilmente 
depressivel. Significa apenas que a retenção hidrica é de duração não muito longa, e o 
tecido celular subcutâneo está infiltrado de água. 
• Edema duro: proliferação fibroelástica (edema com longa duração ou com repetidos 
surtos inflamatórios); linfedema. Depara-se com uma maior resistência para obter a 
formação de fóvea. Traduz a existencia da proliferação fibroblástica que ocorre nos 
edemas de longa duração ou por acompanhaem de repetitivos surtos inflamatórios. 
 
4-Elasticidade: é indicada não só pela sensação percebida pelo delo que comprime, mas 
principlamente observando-se a volta da pele á posição primitica quando se termina a 
compressão. Dois tipos são encontrados: 
• Edema elástico: inflamatórios. A pele retorna imediatamente a sua situação normal, ou 
seja a fóvea pendura por pouquissimo tempo. Sendo típico em edemas inflamátorios. 
• Edema inelástico: síndrome nefrótica, icc. É aquele cula pele se comprimida demora a 
voltar á posição primitiva, ou seja, a depressão persiste por certo tempo. 
 
5-Temperatura da Pele Adjacente: Usa-se o dorso dos dedos ou as costas das mãos, 
comparando-se com a pele vda vizinhaça e da região homóloga. Há 3 possibilidades: 
• Pele com temperatura normal: frequentemente a temperatura na região edemaciada 
não se altera. 
• Pele quente: siginifica edema inflamatório. 
• Pele fria: traduz como comprometimento da irrigação sangüínea daquela área. 
 
6-Sensibilidade da Pele Adjacente: novamente se utiliza a manobra de digitopressão da área 
que está sendo investigada. 
• Edema doloroso:é o inflamatório. É o edema cuja a pressão desperta dor, e indolor, 
quando o tal não ocorre. 
 
7-Outras Alterações da Pele Adjacente: deve-se investigar a mudança da: 
• Coloração: pode se notar palidez (edemas que acompanham transtorno de irrigação), 
cianose (perturbação venosa localizada), vermelhidão (inflamação). 
• Textura e espessura: pele lisa e brilhante (recente e intenso), pele espessa (longa 
duração) e pele enrugada (edema sendo eliminado). 
 
FISIOPATOLOGIA 
 
 Ocorre desequilíbrio das forças que regulam as trocas líquidas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Diminuição da p osmótica das proteínas (ex: desnutrição, insuficiência hepática, devido 
à albuminemia; lesão renal, tem proteinúria) 
• Aumento da p capilar hidrostática (ex: hipertenso grave, insuficiência cardíaca: coração 
não tem força então o sangue dentro do vaso fica ‘parado’) 
• Obstrução dos vasos linfáticos (ex: elefantíase) 
• Retenção de sódio 
• Aumento da permeabilidade do vaso 
 
Insuficiência Renal vs Edema: não conseguem urinar porque ocorre o aumento da pressão 
hidrostática, retenção Na+, pressão osmótica puxando o líquido para fora, se há lesão 
glomerular leva a diminuição da pressão oncótica devido a Proteinúria. 
CAUSAS DE EDEMA 
 
As principais causas do edema são: síndrome nefrótica, síndrome nefrítica, pielonefrite, 
insuficiência cardíaca, cirrose hepática, hepatite crônica, desnutrição proteica, fenômenos 
angioneuróticos (edema alérgico), gravidez, toxemia gravídica, obesidade, hipotireoidismo, 
medicamentos… 
 
Qualquer que seja a causa do edema, há sempre participação de dois ou mais mecanismos com 
predominio de um ou de outro. No entanto, a retenção de sódio e água constitui fator importante 
em todo edema generalizado. 
Engloba-se sob a designação de edema renal o que se observa sindrome nefritica, sindrome 
nefrótica e na pielonefrite. Com seus mecanismo fisiopatológicos diferentes, observamos em 
comum um edema generalizado, predominantemente facial, acumulando-se nas regioes 
subpalbrais. Como particularidades temos: 
 
Síndrome Nefrótica: tem proteinúria > 3 a 3,5 g por dia; hipoalbuminemia; edema; 
hiperlipidemia 
• Edema: retenção primária de sal, diminuição de mecanismos de defesa por diminuição 
da pressão osmótica 
• Quadro clínico: edema facilmente compreensível, concentrado na face - edema 
bipalpebral bilateral (pico durante a manhã, em decúbito dorsal); edema de mmii (pico 
no fim do dia, devido à gravidade); edema generalizado (ascite e derrame pleural); urina 
com espuma 
• Risco maior de edema agudo de pulmão 
 
Síndrome Nefrítica: proteinúria não nefrótica/não tem proteinúria (> 3,5 g por dia), mas tem 
hipertensão e hematúria micro ou macroscópica; início abrupto 
• Edema: por redução do fluxo glomerular (perda da função renal) → lesão → hematúria 
• Quadro clínico: edema na região periorbitária (edema bipalpebral bilateral), ascite, derrame 
pleural; hipertensão (encefalopatias); hematúria e proteinúria. 
• Risco maior de edema de pulmão 
 
Insuficiência Cardíaca: incapacidade do sangue de bombear sangue para os tecidos de forma a 
satisfazer a demanda metabólica 
• Aumento da phid 
• Edema: facilmente depressível 
• Quadro clínico: gravitacional, vespertino, congestão pulmonar, ortopneia - dispneia 
quando em decúbito dorsal - ascite, derrame pleural, edema bilateral, hepatomegalia 
 
Cirrose Hepática: o edema é generalizado, mas quase sempre descreto (+ a ++). Predomina nos 
membros inferiores, sendo habitual a ocorrencia de ascite comcomitante; é mole, inelastico e 
indolor. Alem de hipoproteinuria consequente do transtorno no metabolismo proteico, admita-
se que participe de modo relevante da sua formação um hiperaldosteronismo secundario, 
responsavel pela retenção de sódio e agua, e a hipoalbuminemia. 
• Edema: vasodilatação arterial primária, retenção de agua e sal. 
• Quadro clínico: hipertensão portal, grande ascite, hipoalbuminemia 
 
Mixedema (principal causa por hipotireoidismo - baixo T4): edema generalizado ou em 
pálpebras, face, dorso da mão, língua, pleura e pericárdio 
• Edema: duro, não depressível, de face e pálpebras 
• Quadro clínico (hipotireoidismo): fraqueza, pele fria, seca, amarelada e grossa, letargia, 
fala arrastada, sensibilidade ao frio, diminuição da sudorese, língua grossa, diminuição 
da memória, constipação 
 
• Linfedema: acúmulo de líquido intersticial devido a uma malformaçãoou disfunção do 
sistema linfático 
• Edema: macio no início, depois é duro, não depressível 
• Quadro clínico: edema duro, de difícil compressão, mais comum unilateral e em 
extremidades inferiores; linfangite (inflamação nos vasos linfáticos) e celulite (inflamação da 
pele) 
• Linfedema primário: alteração congênita da drenagem linfática; síndrome de milroy 
(precoce, sexo feminino, bilateral); síndrome de muge (tardio, sexo feminino, unilateral) 
• Linfedema secundário: traumatismo, retirada de linfonodos, fibrose secundária à irradiação, 
neoplasias, infecções (filariose, lifnfangite e celulite de repetição) 
 
Angioedema/ edema alérgico: edema angioneurótico ou edema de Quincke. Acompanha os 
fenomenos agioneurótico, e o fator principal na formação é o aumento da permeabilidade 
capilar. Da reação antigeno-anticorpos, surgem mediadores que alteram a permeabilidade 
capilar. Esse tipo de edema pode ser generalizadno. Mas costuma restringir-se a determinadas 
areas, principalmente a face. Instala-se de modo rápido, e a pele, por esse motivo, torna-se 
brilhante e lisa, podendo paresentar temperatura elevada e coloração avermelhada. Trata-se de 
um edema mole e elastico. 
• Edema: por liberação de histamina e outros mediadores imunológicos 
• Dar adrenalina (não adianta corticoide) devido à vasoconstrição (liquido volta) 
 
CASOS CLÍNICOS 
1- Paciente de 36 anos, sexo masculino, procedente do interior de MG, refere que há um 
ano vem apresentando cansaço progressivo, atualmente a pequenos esforços, 
ortopnéia e edema progressivo de MMII e febre vespertina. Tem epidemiologia positiva 
para Doença de Chagas. Nega HAS, DM ou outras doenças. Refere ter quatro irmãs com 
problema semelhante. Ao exame clínico, apresenta-se descorado 1+/4+, taquipneico, 
taquicárdico, cianótico 1+/4+, anictérico, com estase jugular a 45º graus, estertores 
finos em bases pulmonares e fígado a 3cm do rebordo costal direito. Presença de edema 
em MMII 3+/4+.A PA é de 90x70mmHg 
• Diagnóstico: ICC causado por Chagas 
• Ortopnéia, edema progressivo, taquicardia, taquipnéia 
 
2- Paciente de 12 anos de idade, sexo masculino, refere diminuição do volume urinário 
com urina avermelhada há quatro dias. Refere também cansaço progressivo e edema 
palpebral ao acordar. Há um dia refere piora da falta de ar e anúria. Teve episódio de 
infecção de vias aéreas superiores há 10 dias. Ao exame clínico, apresenta-se em estado 
geral regular, corado, taquipneico, anictérico. A ausculta cardíaca é normal e a pulmonar 
mostra estertores finos em ambas as bases. Presença de edema em MMII +2/+4. A PA é 
de160x112 mmHg. 
• Diagnóstico: Síndrome nefrítica (se for nefrótica há perda grande de urina 
com espuma) 
3- Paciente de 30 anos, feminino, refere edema palpebral há seis meses acompanhado de 
edema em MMII. Nega ortopnéia ou DPN. Refere urina espumosa desde o início do 
quadro. Ao exame clínico, BEG, corada, hidratada,eupneica, anictérica. 
• Diagnóstico: síndrome nefrótica 
 
4- Paciente de 45 anos, feminino, procura ambulatório com queixa de fadiga progressiva e 
perda de memória. Refere ainda ganho de peso associado a diminuição do apetite, 
rouquidão, sonolência e obstipação intestinal. Ao exame clínico, pele seca e quebradiça, 
lentificação dos reflexos e presença de edema duro e pouco depressível em MMII. 
• Diagnóstico: Hipotireoidismo – Mixedema

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