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Prática Profissional em Fisioterapia Cardiorrespiratótia e Neurofuncional Autrores: Andreza Batista | Fernanda Araújo | Gabriella Andrade Fatturi | Giovanna Pierre | Raquel Rapozo | Vitor Mathias PARKINSON Doença de Parkinson Descreve-se por ser uma doença degenerativa, progressiva composta pela tríade de sintomatologias motoras, como os tremores em repouso, a bradicinesia e a rigidez articular, aliados a outras características como hipertonia plástica, caracterizada pela presença do sinal de roda denteada (LEMES et al., 2016). Parkinson é uma patologia degenerativa e progressiva que afeta o sistema nervoso central (SNC), comum entre idosos, acometendo mais homens do que mulheres. Se caracteriza pela perda de neurônios dopaminérgicos na parte da substância negra do mesencéfalo. O acometimento é unilateral inicialmente, mas se torna bilateral com a progressão da doença. Etiologia e Fisiopatologia Possui caracter etiologico idiopático, porém podendo se relacionar a alguns prováveis fatores, como genética, estresse, anormalidades celulares, envelhecimento e até fatores ambientais (SANTANA et al., 2015). Ela afeta o sistema extrapiramidal comprometendo os movimentos automáticos devido à disfunção dos ganglios de base, que resulta na redução da neurotransmissão, gerando perda acentuada de conteúdo de dopamina. Tremor de Repouso Rigidez (espaticidade plastica) Bradicinesia (lentificação e Freezing) Diminuição dos reflexos posturais Anormalidades Posturais Postura em flexão Micrografia Amimia (face em máscara, fixado) Fala disártrica, hesitante ou com perda da tensão articulatória Disfunção cognitiva e Distúrbios psiquiátricos Marcha Festinante Sinais e Sintomas Caso Clínico A.F.S., mulher, 73 anos, viúva, aposentada, com escolaridade de nível superior completo (professora), com diagnóstico de Doença de Parkinson há 5 anos. Atualmente apresenta escala de HY de 4. A queixa principal é de quedas frequentes e por isso tem medo de sair de casa. Relata piora na fala nos últimos 6 meses. Apresenta tremor em MMSS; dificuldade para iniciar os movimentos (bradicinesia); rigidez muscular; postura levemente fletida; lentidão dos movimentos; e locomove-se com ajuda de bengala do lado esquerdo. A velocidade da marcha é reduzida, o comprimento do passo curto, há diminuição da dissociação de cinturas escapular e pélvica. Além disso, a paciente apresenta dificuldade para realizar giros e mudança de direção durante a marcha. Relata ter sofrido 2 quedas no último mês: uma no quintal ao tropeçar no degrau e uma na rampa para entrar em casa. Não conseguiu usar a reação de proteção dos membros superiores e teve pequenas escoriações no corpo e rosto. Relata percepção do equilíbrio ruim. Apresentou freezing ao passar pela porta e ao se levantar da cadeira. Faz uso do medicamento Prolopa 100/25mg a cada 6 horas (7h, 13h e 19h). Sua Queixa Principal: Quedas frequentes HDA: DP 5 anos, apresenta escala de HY de 4, piora na fala nos últimos 6 meses, tremor em MMSS; dificuldade para iniciar os movimentos (bradicinesia); rigidez muscular; postura levemente fletida; lentidão dos movimentos; e locomove- se com ajuda de bengala do lado esquerdo,a velocidade da marcha é reduzida, diminuição da dissociação de cinturas escapular e pélvica, dificuldade para realizar giros e mudança de direção durante a marcha, freezing e quedas recentes. HPP: Nega cirurgias, complicações e doenças relevantes anteriormente. História Familiar (HF): Pai e mãe faleceram de “causas naturais” aos 83 e 77 anos respectivamente. Não apresentaram HAS ou outra comorbidade. Avó faleceu por complicações do diabetes. Nega histórico de câncer na família. História Psicossocial (HS): Não tem saído de casa, por medo, mora com a filha e o genro. As amigas geralmente vão visitá-la uma vez a cada duas semanas. Medicamentos: Faz uso de Prolopa 100/25mg a cada 6 horas. Anamnese Principais Testes ESCALA DE HOEHN & YAHR (HY) PULL TEST, RETROPULSÃO, OU TESTE DO EMPURRÃO TUG (TIME UP GO) TUG (TIMED UP AND GO) COGNITIVO TESTE DE SENTAR E LEVANTAR (TSL) TESTE DE VELOCIDADE DE MARCHA AVALIAÇÃO DE AMPLITUDE DE MOVIMENTO (ADM), FORÇA MUSCULAR E TÔNUS Peso: 62 kg e altura:1,58 m. Velocidade da marcha = 0,66 m/s. OBS:Não consegue realizar marcha com rotação da cabeça, refere tontura ao tentar e desequilibra. TUG = 15,35 seg TUG cognitivo = 23,60 seg TLS= 5x em 30 seg TESTE DO EMPURRÃO: mais de três passos e necessitando de apoio para evitar queda. ADM= funcional passiva preservada. AVALIAÇÃO DE FORÇA: Abdução de quadril (D/E): 0kg/0kg; (Grau 3 na MRC) - Flexão de quadril (D/E): 3kg/2kg (1RM); - Extensão de quadril (D/E): 0kg/0kg; (Grau 3 na MRC) - Extensão de joelho (D/E): 10kg/9kg (1RM); - Flexão de joelho (D/E): 3Kg/2Kg (1RM) Avaliação Física Tratamento Fisioterapêutico TREINO DE MARCHA; TREINO DE EQUILÍBRIO; TREINO DE FORTALECIMENTO MUSCULAR; UTILIZAÇÃO DE ABORDAGENS DE DUPLA TAREFA; UTILIZA ESTÍMULOS COGNITIVOS; EXERCÍCIOS DE MOBILIDADE; Tratamento Fisioterapêutico TREINO DE MARCHA: marcha utilizando circuitos, que abordem mudança de direção, obstáculos, utilizar comandos que estimulem dupla tarefa, exemplos, caminhar enquanto arremessa uma bola pro fisioterapeuta, quando ouvir o comando. TREINO DE EQUILÍBRIO: abordagem que reforcem o equilíbrio estático como manobras de FNP (reversão de estabilização), utilização de superfície instável (espuma), com dupla tarefa com uma bola por exemplo (arremesso, elevar sobra a cabeça e retornar). TREINO DE FORTALECIMENTO MUSCULAR: fortalecimento de MMII E MMSS e TRONCO, exemplos: exercício de sentar e levantar, subir e descer do step, com foco na perna esquerda, exercícios que visem movimento funcionais e em diagonais. UTILIZAÇÃO DE ABORDAGENS DE DUPLA TAREFA: enquanto realiza os exercícios utilizar dupla tarefas como, obstáculos, arremessos, palmas, dentre outros. UTILIZA ESTÍMULOS COGNITIVOS: Utilizar durante os exercícios, estímulos sonoros, visuais, comandos como pedir pra contar números, falar cores, utilizar algum tema variado. EXERCÍCIOS DE MOBILIDADE: exercícios de transferências, de mobilização corporal, mobilização articular e alongamentos de forma ativa. Referências Bibliográficas CABREIRA, Verónica; MASSANO, João. Doença de Parkinson: Revisão clínica e atualização. Acta Médica Portuguesa, v. 32, n. 10, p. 661-670, 2019. LEMES, Luana Beatriz et al. Desempenho cognitivo-perceptual de indivíduos com doença de Parkinson submetidos à fisioterapia. ConScientiae Saúde, v. 15, n. 1, p. 44-52, 2016. SILVA, Débora Cristina Lima da et al. Perfil dos indivíduos com doença de Parkinson atendidos no setor de fisioterapia de um hospital universitário no Rio de Janeiro. Rev Bras Neurol, v. 51, n. 4, p. 100-5, 2015. SILVA, Liliane Pereira da et al. Efeitos da prática mental associada à fisioterapia motora sobre a marcha eo risco de quedas na doença de Parkinson: estudo piloto. Fisioterapia e Pesquisa, v. 26, n. 2, p. 112-119, 2019. GOULART, Fátima; PEREIRA, Luciana Xavier. Uso de escalas para avaliação da doença de Parkinson em fisioterapia. Fisioterapia e pesquisa, v. 11, n. 1, p. 49-56, 2005. DA, RISCO DE QUEDAS EM PORTADORES. ESTUDO DA RELAÇÃO ENTRE O EQUILÍBRIO E O RISCO DE QUEDAS EM PORTADORES DA DOENÇA DE PARKINSON SEGUNDO A ESCALA DE HOEHN E YAHR MODIFICADA. Revista Movimenta ISSN, v. 1984, p. 4298. BUENO, Maria Eduarda Brandão et al. Comparação de três intervenções fisioterapêuticas com ênfase na marcha de indivíduos com doença de Parkinson. Fisioterapia em Movimento, Londrina, p.691- 701, out. 2017. SOUSA, Angélica Vieira Cavalcanti de et al. Influência do treino em esteira na marcha em dupla tarefa em indivíduos com Doença de Parkinson: estudo de caso: Influência do treino em esteira na marcha em dupla tarefa em indivíduos com Doença de Parkinson: estudo de caso. Fisioterapia e Pesquisa, Natal (rn), p.291- 296, jul. 2014.