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DI_DIR_EMP_SO_ U2 - Livro Didático

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Rose Raizel

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TEORIA GERAL DO DIREITO SOCIETÁRIO E TIPOS
SOCIETÁRIOS
130 minutos
Aula 1 - Teoria geral do direito societário
Aula 2 - Constituição, direitos e deveres e desconsideração da personalidade
Aula 3 - Das sociedades não personi�cadas
Aula 4 - Das sociedades personi�cadas
Aula 5 - Revisão da Unidade
Referências
23/11/24, 02:33 U2_DIREITO EMPRESARIAL E SOCIETÁRIO
https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3814742 1/39
INTRODUÇÃO
Caro Estudante, segundo dados o�ciais, apenas em 2022 o Brasil registrou a abertura de quase quatro
milhões de novas empresas (BRASIL, 2023). Sendo assim, o direito empresarial tem tomado cada vez mais um
lugar de destaque na prática jurídica. Por isso, é tão importante conhecer quais seus principais conceitos e
peculiaridades, acompanhando as modi�cações jurídicas no decorrer do tempo. Nessa aula, aprenderemos
um pouco mais sobre as sociedades empresárias: seu conceito, características e as consequências da sua
personalização. 
Esperamos que, ao �nal, você saiba interpretar corretamente o conteúdo aqui abordado, nos casos que se
delinearam ao longo de sua vida pro�ssional. 
Vamos juntos nessa empreitada!
CONHECENDO AS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS
O Art. 44 do Código Civil elenca as sociedades como pessoas jurídicas de direito privado, sendo disposto no
Art. 45 que o início de sua existência se dará com a inscrição do respectivo ato constitutivo no registro
competente (BRASIL, 2002). Na doutrina tradicional, as sociedades são caracterizadas pela pluralidade de
sócios, ou seja, é a “o resultado da união de duas ou mais pessoas, naturais ou jurídicas, que,
voluntariamente, obrigam-se a contribuir, de forma recíproca, com bens ou serviços, para o exercício
pro�ciente de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados [...]” (CAMPINHO, 2023, p.84).
Negrão (2022) insere ainda nesse conceito a ideia de contrato como instrumento regulador da vontade das
partes que se associam. Santa Cruz (2023) adverte ainda que não são todas as sociedades que podem ser
chamadas de “empresárias”. Essa ideia está disposta no Art. 982 do Código Civil:
Aula 1
TEORIA GERAL DO DIREITO SOCIETÁRIO
Caro Estudante, segundo dados o�ciais, apenas em 2022 o Brasil registrou a abertura de quase quatro
milhões de novas empresas (BRASIL, 2023).
25 minutos
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23/11/24, 02:33 U2_DIREITO EMPRESARIAL E SOCIETÁRIO
https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3814742 2/39
Devemos lembrar, então, que o Art. 966 do Código Civil determina que empresário é aquele “quem exerce
pro�ssionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços”
(BRASIL, 2002, s.p.). Negrão (2022) a�rma que é a de�nição do objeto social que determina a diferenciação
entre as sociedades empresárias (atividade empresarial) e não empresárias (atividades intelectual, cientí�ca,
literária ou artística).
Campinho (2023), então, traz quatro elementos caracterizadores das sociedades empresárias:
Figura 1 – Elementos de constituição das sociedades empresárias
Fonte: Saraiva Educação, a partir de Campinho (2023).
A a�ectio societatis é traduzida pela vontade dos sócios de se unirem em torno do objetivo empresarial a �m
de colaborarem para o alcance de propósitos em comum e para que seja atingido o �m social da sociedade. Já
o pro�ssionalismo quer dizer o exercício da atividade com conhecimento técnico e habitualidade para, em
especial, o alcance de lucro. Já a organização se estabelece com a coordenação entre o capital, o trabalho e a
tecnologia. Por �m, a natureza da atividade deve ser a produção ou circulação de bens ou serviços nos
âmbitos industrial, comercial e de prestação de serviços (CAMPINHO, 2023).
Importante lembrar ainda que, uma vez constituída – com a inscrição do ato constitutivo no registro, a teor do
Art. 45 do Código Civil, a sociedade empresária reveste-se de personalidade jurídica diversa da de seus
sócios. Campinho (2023) explica que, como consequência dessa diferenciação recaem três características:
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por
objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e,
simples, as demais. Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se
empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.
— (BRASIL, 2002, s.p.)
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a sociedade passará a encampar a titularidade dos seus negócios;
por isso, também será juridicamente legítima a responder pelos danos causados pelas suas atividades,
o que leva ao terceiro aspecto, que é o da responsabilidade patrimonial, ou seja, a rigor, é o seu
patrimônio que deverá responder por esses danos.
PARA COMPREENDER MELHOR AS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS
A partir da compreensão do conceito de sociedade empresária, passamos a compreender, portanto, que nem
toda sociedade é empresária. Nesse sentido, Santa Cruz (2023) ensina que, além das sociedades
empresárias, também há as sociedades simples, que se distinguem daquelas pela exploração de atividade
econômica não empresarial, ou seja, falta-lhe o atributo da organização dos fatores de produção - capital, mão
de obra, insumos e tecnologia. O autor adverte, no entanto, que esse critério sozinho não serve para
determinação do conceito, já que algumas vezes tal organização pode estar presente, sem, contudo, assumir
papel principal, como nos casos dos pro�ssionais intelectuais.
Em relação aos pro�ssionais intelectuais, cabe ainda a ressalva de que, no momento em que ele “dá uma
forma empresarial ao exercício de suas atividades (impessoalizado sua atuação e passando a ostentar mais a
característica de organizador da atividade desenvolvida), será considerado empresário e passará a ser regido
pelas normas do direito empresarial” (SANTA CRUZ, 2023, p. 85).
Sobre os elementos constitutivos das sociedades empresariais, então, Negrão (2022), a despeito daquela
classi�cação trazida por Campinho (2023), traça os seguintes requisitos especí�cos:
Figura 2 – Requisitos de constituição das sociedades
Fonte: Saraiva Educação, a partir de Negrão (2022).
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Com relação ao primeiro requisito, da pluralidade dos sócios, deve-se advertir que com o advento da
sociedade limitada unipessoal (SLU) - com a entrada em vigor da Lei nº. 13.874/2019, que incluiu o §2º ao Art.
1.052 do Código Civil – foi mitigada sua aplicação. Quanto à constituição do capital social, tem-se que esse é
constituído pelos recursos empregados pelos sócios quando do seu ingresso no quadro social. Esse capital
social sempre será tratado em moeda corrente, no entanto, na integralização, os sócios podem trazê-lo na
forma de quaisquer bens possíveis de serem apreciados pecuniariamente, como bens imóveis, por exemplo.
Nesse último caso, deve seguir algumas regras:
A a�ectio societatis, como já visto antes, é a disposição dos sócios de participarem da sociedade e pressupõe
uma colaboração ativa, consciente e igualitária dos contratantes. Em relação ao último requisito, o Art. 1.008
do Código Civil a�rma que “é nula a estipulação contratual que exclua qualquer sócio de participar dos lucros
e das perdas” (BRASIL, 2002, s.p.) e, nesse caso, quando há no contrato social uma cláusula nesse sentido, diz-
se que a sociedade é leonina. Além desses requisitos mais especí�cos, como na constituição das sociedades
estamos falando de um negócio jurídico, o Código Civil elenca requisitos gerais, em seu Art. 104, a�rma: “art.
104. A validade do negócio jurídico requer: I - agente capaz; II - objeto lícito, possível, determinado ou
determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei” (BRASIL, 2002, s.p.).
Por �m, bom destacarmos os efeitos da personi�cação das sociedades, conforme ensina Campinho (2023),
que são:
Figura 3 – Efeitoshttps://inocenciodepaulaadvogados.com.br/Arquivos/Recuperacao-Judicial/Geraldo/Documentos/03-Acordao-determinando-o-regular-processamento-da-RJ.pdf
https://inocenciodepaulaadvogados.com.br/Arquivos/Recuperacao-Judicial/Geraldo/Documentos/03-Acordao-determinando-o-regular-processamento-da-RJ.pdf
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm
https://jurisprudencia.s3.amazonaws.com/STJ/attachments/STJ_AGINT-ARESP_1825577_0cd8a.pdf?AWSAccessKeyId=AKIARMMD5JEAO67SMCVA&Expires=1687270049&Signature=qliH5o2Lxjkz6ayKfbKMkmdX%2B7w%3D
https://jurisprudencia.s3.amazonaws.com/STJ/attachments/STJ_AGINT-ARESP_1825577_0cd8a.pdf?AWSAccessKeyId=AKIARMMD5JEAO67SMCVA&Expires=1687270049&Signature=qliH5o2Lxjkz6ayKfbKMkmdX%2B7w%3D
https://jurisprudencia.s3.amazonaws.com/STJ/attachments/STJ_AGINT-ARESP_1825577_0cd8a.pdf?AWSAccessKeyId=AKIARMMD5JEAO67SMCVA&Expires=1687270049&Signature=qliH5o2Lxjkz6ayKfbKMkmdX%2B7w%3D
SANTA CRUZ, André. Manual de Direito Empresarial. São Paulo: Juspodivm, 2023. 
SOUZA, Luciana; CHAVES Clara. A Desconsideração da Personalidade Jurídica da Empresa para �ns de
Responsabilização de Dirigentes e Administradores por Danos Causados ao Meio Ambiente. Disponível
em: https://revistathemis.tjce.jus.br/THEMIS/article/view/794/pdf. Acesso em: jun. 2023.
Aula 3
BRASIL. Lei nº. 10.406 de 10 de janeiro de 2002. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm. Acesso em jun. 2023.
BERTOLDI, Marcelo M.; RIBEIRO, Márcia Carla Pereira. Curso avançado de Direito Comercial. 12. ed. São
Paulo: RT, 2021.
BRASIL. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. AREsp 2025580/RJ. Dje.: 05/08/2022. Disponível em:
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/stj/1608880620. Acesso em jun. 2023.
CAMPINHO, S. Curso de direito comercial. 19. ed. São Paulo: Saraiva, 2023.
NEGRÃO, R. Manual de direito empresarial. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 2022.
SANTA CRUZ, André. Manual de Direito Empresarial. São Paulo: Juspodivm, 2023.
Aula 4
BRASIL. Lei nº. 10.406 de 10 de janeiro de 2002. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm. Acesso em jun. 2023.
BRASIL. Lei nº. 6.404 de 15 de dezembro de 1976. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm. Acesso em jun. 2023.
BRASIL. Lei nº. 5.764 de 16 de dezembro de 1971. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5764.htm#:~:text=LEI%20N%C2%BA%205.764%2C%20DE%2016,coo
perativas%2C%20e%20d%C3%A1%20outras%20provid%C3%AAncias. Acesso em: jun. 2023.
CAMPINHO, S. Curso de direito comercial. 19. ed. São Paulo: Saraiva, 2023.
FARDINI, Giulianna (Org.). Fundamentos do cooperativismo. Brasília: Sistema OCB, 2017.
LE COCQ, Raphael. Dívidas Sociais em Sociedades Cooperativas e os Limites da Responsabilidade
Patrimonial do Médico Cooperativado – Caso Unimed. Revista do Ministério Público do Rio de Janeiro nº 63,
jan./mar. 2017
NEGRÃO, R. Manual de direito empresarial. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 2022.
SANTA CRUZ, André. Manual de Direito Empresarial. São Paulo: Juspodivm, 2023.
STJ. REsp: 1303150 DF. Dje.: 08/03/2013. Disponível em:
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/stj/23074368. Acesso em: jun. 2023.
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https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3814742 38/39
https://revistathemis.tjce.jus.br/THEMIS/article/view/794/pdf
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/stj/1608880620
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5764.htm#:~:text=LEI%20N%C2%BA%205.764%2C%20DE%2016,cooperativas%2C%20e%20d%C3%A1%20outras%20provid%C3%AAncias
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5764.htm#:~:text=LEI%20N%C2%BA%205.764%2C%20DE%2016,cooperativas%2C%20e%20d%C3%A1%20outras%20provid%C3%AAncias
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/stj/23074368
Aula 5
BERTOLDI, Marcelo M.; RIBEIRO, Márcia Carla Pereira. Curso avançado de Direito Comercial. 12. ed. São
Paulo: RT, 2021.
BRASIL. Lei nº. 10.406 de 10 de janeiro de 2002. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm. Acesso em jun. 2023.
CAMPINHO, S. Curso de direito comercial. 19. ed. São Paulo: Saraiva, 2023.
CASTRO, Luiz Humberto de. Sociedade de propósito especí�co. Brasília: Sebrae, 2014.
NEGRÃO, R. Manual de direito empresarial. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 2022.
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23/11/24, 02:33 U2_DIREITO EMPRESARIAL E SOCIETÁRIO
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https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htmda personi�cação das sociedades
1) na hipótese de transmissão de domínio, de posse ou de uso de coisa a favor da
sociedade, o sócio responde pela evicção; 2) em se tratando de cessão de crédito, o sócio
responde pela solvência do devedor (CC, art. 1.005); 3) se a prestação se der pela entrega
de imóvel, o contrato deve identi�cá-lo, descrevendo área, dados relativos à titulação,
número de matrícula no Registro Imobiliário e outorga uxória ou marital, quando for o
caso.
— (Lei n. 8.934/94, art. 35, III e VII). (NEGRÃO, 2022, p.57)
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Fonte: Saraiva Educação, a partir de Campinho (2023).
Tais atributos conferirão à sociedade liberdade gerencial, �nanceira e jurídica, de modo que é importante
reiterar a sua diferenciação em relação aos sócios.
APLICANDO O CONHECIMENTO: SOCIEDADES EMPRESARIAIS E PROFISSIONAIS INTELECTUAIS
Estudante, quando aplicamos o conceito de sociedade empresária, destacamos que nem todas as sociedades
ostentam essa qualidade, de modo que também podemos falar em sociedades simples. Dúvidas podem surgir
quando falamos, principalmente, dos pro�ssionais intelectuais. Nesse caso, seria possível que esses
pro�ssionais constituíssem sociedades empresárias? Negrão (2022) explica que o pro�ssional intelectual
apenas não se enquadrará no conceito de sociedade empresária quando exercer suas atividades
pessoalmente. Quando essa atividade intelectual, no entanto, for mero elemento da empresa, estar-se-ia
diante de uma sociedade empresarial. O autor assim a�rma:
É nesse sentido a disposição do parágrafo único do Art. 966 do Código Civil: “não se considera empresário
quem exerce pro�ssão intelectual, de natureza cientí�ca, literária ou artística, ainda com o concurso de
auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da pro�ssão constituir elemento de empresa” (BRASIL, 2002,
Ao fornecer planos de saúde para a população, a administradora de serviços médicos está
oferecendo serviços de natureza intelectual, de um oftalmologista, geriatra, urologista etc.
Embora não se transmude a natureza desse serviço, a atividade da administradora de
serviços médicos é empresarial porque o exercício da atividade intelectual de medicina é
elemento de sua empresa.
— (NEGRÃO, 2022, p.33)

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https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3814742 6/39
s.p.). 
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais, ao analisar um pedido de recuperação judicial feita por uma sociedade
de contadores, entendeu que, ainda que existente a atividade intelectual, sendo essa apenas um dos
elementos da sociedade, dever-se-ia classi�cá-la como empresarial. Assim �cou decidido nos autos da
Apelação Cível nº. 1.0000.17.077509-2/001:
A decisão, portanto, considerou que nesse caso estavam presentes os requisitos de constituição da sociedade
empresária, gerais - agente capaz; objeto lícito, possível, determinado ou determinável; forma prescrita ou
não defesa em lei, e especí�cos - pluralidade dos sócios, constituição do capital social, a�ectio societatis e
coparticipação no lucro e perdas.
Interessante caso também foi decidido pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal, em que um sócio de uma
sociedade em conta de participação, de compra e venda de criptoativos, requereu seu afastamento da
qualidade de sócio, buscando não partilhar os prejuízos da sociedade, sob o argumento de que tal disposição
estaria prevista no contrato social. Assim decidiu o TJDF:
EMENTA: RECURSO DE APELAÇÃO. RECUPERAÇÃO JUDICIAL. ATIVIDADE INTELECTUAL.
NATUREZA JURÍDICA DE SOCIEDADE SIMPLES. AFASTAMENTO NO CASO EM APREÇO.
EXISTÊNCIA DE ORGANIZAÇÃO DE FATORES DE PRODUÇÃO. NATUREZA DE EMPRESA.
RECURSO PROVIDO – [...] Embora a sociedade requerente ostente atividade
preponderantemente intelectual, a existência de organização de fatores de produção
tem o condão de atrair a natureza de empresarial, eis que apartada a prestação do
serviço intelectual da pessoa do sócio - Recurso provido. 
— (TJ-MG - AC: 10000170775092001 MG, Relator: Corrêa Junior, Data de Julgamento: 15/03/0020, Data de
Publicação: 17/04/2020) (destaque nosso).
[...]qualquer que seja a sociedade, é vedada, por contrariedade à sua própria essência, a
cláusula que atribua todos os lucros a um dos sócios, ou subtraia o quinhão de algum
deles à comparticipação no prejuízo. É o que tradicionalmente se apelida de sociedade
leonina...Por essas razões, contrariamente ao que sustenta o autor, não há qualquer
fundamento jurídico para retirar deste a inafastável qualidade de sócio [...]. No caso, resta
nítido que a participação do autor na sociedade implicou um investimento na sociedade, e
não um investimento em produtos ou serviços �nanceiros especí�cos [...].
—  (TJ-DF 07222897920218070000, Relator: ALVARO CIARLINI, 2ª Turma Cível, Data de Publicação: 16/07/2021).

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Portanto, é imperioso que conheçamos as regras e as exceções no âmbito dos paradigmas conceituais do
direito empresarial, para que, na prática, saibamos interpretar corretamente as situações vivenciadas em
nossa trilha pro�ssional.
VIDEOAULA
Nessa aula, você pode ter acesso a informações importantes sobre os aspectos primordiais das sociedades
empresárias, como seus conceitos, características e sua diferenciação das sociedades simples. Além disso,
também estudamos sobre as consequências da personalização de tais sociedades. Preparamos um vídeo para
que você �xe os conteúdos estudados, com resumos e esquemas visuais que enriquecerão seu aprendizado.
Venha assistir!
 Saiba mais
Na dissertação intitulada “Mecanismos legais e contratuais de enfrentamento de crise societária em
sociedades empresárias”, defendida na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, o professor João
Leandro Pereira Chaves analisa formas de enfretamento de crises nas sociedades empresárias, sob a
ótica, ainda, da retirada dos sócios. Vale a pena a leitura!
Disponível em:
https://repositorio.pucsp.br/bitstream/handle/24000/1/Jo%c3%a3o%20Leandro%20Pereira%20Chaves%2
0.pdf. Acesso em jun. 2023.
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
INTRODUÇÃO
Aula 2
CONSTITUIÇÃO, DIREITOS E DEVERES E
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE
Caro Estudante, a constituição da sociedade empresarial representa um aspecto comercial importante
para a economia brasileira e demarca outras questões, caracterizadas em essência pela sua autonomia.
26 minutos
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https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3814742 8/39
https://repositorio.pucsp.br/bitstream/handle/24000/1/Jo%c3%a3o%20Leandro%20Pereira%20Chaves%20.pdf
https://repositorio.pucsp.br/bitstream/handle/24000/1/Jo%c3%a3o%20Leandro%20Pereira%20Chaves%20.pdf
Caro Estudante, a constituição da sociedade empresarial representa um aspecto comercial importante para a
economia brasileira e demarca outras questões, caracterizadas em essência pela sua autonomia.
Assim, tem-se que, nascendo uma nova pessoa, nasce com ela suas próprias obrigações e direitos, tais como
autonomia processual, ou seja, na capacidade de demandar e ser demandada; autonomia patrimonial,
cujos bens não podem ser confundidos com os de seus sócios; nome próprio, possibilitando, inclusive, sofrer
dano moral; dentre outros. Sendo essa a regra, também há exceções, que emergem com a possibilidade da
desconsideração da personalidade jurídica.
O estabelecimento de uma sociedade, no entanto, não elide as responsabilidades dos sócios com relação às
obrigações assumidas por lei e contratualmente. Dessa forma, além de poder gozar da participação nos
lucros, também deve, por exemplo, se responsabilizar pelas perdas.
São esses e outros temas que veremos na aula de hoje. Vamos juntos!
CONHECENDO AS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS: DIREITOS E DEVERES DOS SÓCIOS E
DESCONSIDERAÇÃODA PERSONALIDADE JURÍDICA
Santa Cruz (2023) a�rma que, no Brasil, é mais vantajoso para o empresário a constituição de uma
sociedade empresária do que o exercício de empresa individualmente, já que, na primeira hipótese, os riscos
empresariais podem ser mais bem calculados pelos sócios, resguardando seu patrimônio, enquanto na
segunda há maior vulnerabilidade no insucesso do empreendimento. Assim, o Art. 985 do CC a�rma que a
personi�cação da sociedade se dá “com a inscrição, no registro próprio e na forma da lei, dos seus atos
constitutivos” (BRASIL, 2002, s.p.), ao passo que, em seu Art. 983 dispõe sobre a necessidade dessa
constituição se dar por um dos tipos previstos nos Arts. 1.039 a 1.092: Sociedade em Nome Coletivo;
Sociedade em Comandita Simples; Sociedade Limitada; Sociedade Anônima; e Sociedade em Comandita por
Ações. Negrão (2022) lista ainda requisitos gerais e especí�cos de sua constituição:
Figura 1 – Requisitos de constituição das sociedades
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https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3814742 9/39
Fonte: Saraiva Educação, a partir de Negrão (2022).
Com relação aos requisitos gerais, estão dispostos no Art. 104 do Código Civil e dizem respeito aos requisitos
para celebração de quaisquer negócios jurídicos, garantindo-lhe a sua existência jurídica. Quanto aos
requisitos especí�cos, são uma junção de normas legais e entendimentos jurisprudenciais.
Assim, a sociedade passa a ser dotada de personalidade, patrimônio e direitos e obrigações próprios, no
entanto, isso não exclui os ônus dos sócios, que embora não respondam com seu patrimônio pelas
obrigações contraídas pela sociedade, também devem comportar-se dentro das balizas legais. Assim, em
relação aos direitos dos sócios, Bertoldi e Ribeiro (2021) mencionam:
i. direito de participar dos lucros;
ii. direito de se retirar da sociedade e de receber a sua quota-parte;
iii. direito de voto nas assembleias; e
iv. direito de �scalizar a sociedade.
Como deveres, elencam:
i. contribuir para a integralização do capital social e
ii. dever de lealdade e cooperação recíprocas.
Negrão (2022) insere ainda o dever de probidade nas deliberações e gestão social, o direito-dever de
coparticipação nos lucros e perdas e o direito de preferência. Conjugando todos os autores, temos:
Figura 2 – Direitos e deveres dos sócios
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Fonte: Saraiva Educação, a partir de Negrão (2022) e Bertoldi e Ribeiro (2021).
Temos, então, que a personi�cação das sociedades empresárias é a regra, vigente pelo princípio da
autonomia dessas sociedades, no entanto, existe também a possibilidade de desconsideração da sua
personalidade jurídica. Nessas ocasiões, a essência da empresa é deturpada, passando a ser utilizada pelos
sócios para consecução de �ns ilegítimos, como fraudes ou abusos de direito, como explica Campinho (2023,
p 145).
O Art. 50 do Código Civil assim dispõe:
PARA COMPREENDER MELHOR A PERSONALIDADE JURÍDICA E O PAPEL DOS SÓCIOS NA
SOCIEDADE EMPRESÁRIA
Com a compreensão de que as sociedades se constituem a partir do registro do respectivo contrato social
na junta comercial, conforme preceito do Art. 985 do Código Civil, sedimentamos que para tanto é preciso o
cumprimento de determinados requisitos, gerais e especí�cos, que estão expressos legal e
jurisprudencialmente. Vamos aprofundar nosso estudo em cada um deles:
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de
�nalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz [...] desconsiderá-la para que os
efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens
particulares de administradores ou de sócios [...].
— (BRASIL, 2002, s.p.)
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1. Agente Capaz: é necessária a capacidade civil plena para a participação nas sociedades, conforme Art.
104 e 972 do Código Civil, à exceção de incapacidade posterior (Art. 974/CC).
2. Objeto lícito, possível, determinado ou determinável: a sociedade não pode ser constituída para
atingir �ns ilícitos ou impossíveis de executar.
3. Forma prescrita ou não defesa em lei: em regra, a lei exige a forma escrita, solene e plural para
elaboração dos contratos e estatutos, devendo, portanto, ser satisfeita para validade de tais
instrumentos.
4. Pluralidade de sócios: à exceção da sociedade limitada unipessoal, a lei exige a participação de dois ou
mais sócios, conforme Art. 981 do Código Civil.
5. Constituição do capital social: cada sócio deve contribuir �nanceiramente para a constituição da
sociedade, o que se denomina integralização do capital social. Esse capital social deve ser expresso em
moeda corrente, mas sua realização pode seguir algumas outras formas, como bens passíveis de
expressão econômica, ou, por exemplo, “nas sociedades por ações, há necessidade de realização em
dinheiro, mediante depósito no Banco do Brasil, em valor mínimo equivalente a 10% do preço de emissão
das ações subscritas (LSA, art. 80)” (NEGRÃO, 2022, p. 58).
6. A�ectio societatis: é a vontade do sócio de participar da sociedade.
7. Coparticipação nos lucros e perdas: os sócios devem ter participação, ainda que não equivalente, aos
lucros e perdas, conforme Art. 1.008 do Código Civil.
Constituída, portanto, a sociedade empresária, os sócios, não se confundindo com ela, assumem direitos e
obrigações. Essa responsabilidade se inicia com o contrato social, apenas se extinguindo por decisão judicial
ou convenção das partes. Entre os deveres, destacam-se, como informam Bertoldi e Ribeiro (2021), o de
contribuir para a integralização do capital social, e, inclusive, em caso de descumprimento, pode o sócio que
prometer sua parcela, ser compelido judicialmente à entrega do bem prometido. Aliás, “nas sociedades
limitadas, os sócios respondem solidariamente pela exata estimação dos bens conferidos ao capital social,
pelo prazo de cinco anos, contados da data do registro (CC, art. 1.055)” (NEGRÃO, 2022, p. 58). O dever de
lealdade e cooperação recíprocas, embora não esteja expressamente previsto em lei, decorre do enunciado
geral de boa-fé objetiva nos contratos, não podendo assim assumir quaisquer relações que con�item com sua
função de sócio ou com os interesses da sociedade. 
Em relação aos direitos, Campinho (2023) ensina ainda que a participação nos lucros é obrigatória, nos termos
do Art. 1.008 do Código Civil e essa não deve ser confundida com o pro labore, que é uma contrapartida pelo
trabalho do sócio, cujo pagamento se subordina à disposição expressa no contrato social. Além disso, há
outros direitos, como, por exemplo, �scalizar a gestão dos negócios sociais e o direito de preferência para a
subscrição de quotas do capital no caso de sua elevação. Esses e outros direitos são impostergáveis, ou seja,
nem mesmo o contrato social ou convenção dos sócios pode afastar, sob pena de nulidade. Não obstante,
outros podem ser contratualmente convencionados. 
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Consolida-se, então, a ideia de que “a pessoa jurídica não se confunde com os seus sócios, associados,
instituidores ou administradores” (BRASIL, 2002, s.p.), nos termos do Art. 49-A do Código Civil, respeitando-se
a ideia de autonomia entre os sujeitos.
APLICANDO O CONHECIMENTO: SOCIEDADES EMPRESARIAIS E A DESCONSIDERAÇÃO DA
PERSONALIDADE JURÍDICA
A constituição das sociedades empresárias guarda muita importância para os sócios, na medida em que passa
a ter autonomia patrimonial, processual, de gestão, dentre outras. O Código Civil, em seu Art. 49-A, assim
dispõe:
Ocorre que, no Art. 50, está prevista a possibilidade da personalidade jurídica ser desconstituída nos casos de
abuso da personalidade jurídica, que seconsidera pelo desvio de �nalidade ou pela confusão patrimonial. O
desvio de �nalidade é conceituado em seu §1º e se caracteriza pela utilização da pessoa jurídica para lesar
seus credores ou ainda para prática de atos ilícitos, sejam quais forem. Já a confusão patrimonial se opera, por
exemplo, quando as despesas pessoais dos sócios são pagas pela sociedade ou outros atos de quebra da
autonomia. É importante mencionar ainda o parágrafo quarto da norma, que a�rma que a mera existência de
grupo econômico sem que esteja presente o desvio de �nalidade ou a confusão patrimonial não autoriza a
desconsideração da personalidade da pessoa jurídica (BRASIL, 2002).
O Código de Direito do Consumidor também trata da desconsideração da personalidade jurídica em seu Art.
28:
Art. 49-A.  A pessoa jurídica não se confunde com os seus sócios, associados, instituidores
ou administradores.
Parágrafo único. A autonomia patrimonial das pessoas jurídicas é um instrumento lícito de
alocação e segregação de riscos, estabelecido pela lei com a �nalidade de estimular
empreendimentos, para a geração de empregos, tributo, renda e inovação em benefício de
todos.
—  (BRASIL, 2002, s.p.)
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Esse é o entendimento também do STJ, a saber:
Bertoldi e Ribeiro (2021) a�rmam ainda que há previsão da desconsideração quando a personalidade jurídica
for um obstáculo para reparação de danos causados ao meio ambiente, conforme Art. 4º da Lei nº.
9.605/1998. Negrão (2022) complementa lembrando a possibilidade na defesa da ordem econômica, nos
termos do Art. 34 da Lei Antitruste (Lei nº. 12.529/2011).
Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em
detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato
ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será
efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da
pessoa jurídica provocados por má administração.
§ 1° (Vetado).
§ 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades controladas, são
subsidiariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.
§ 3° As sociedades consorciadas são solidariamente responsáveis pelas obrigações
decorrentes deste código.
§ 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa.
§ 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade
for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos
consumidores.
— (BRASIL, 1990, s.p.)
(...) 2. Esta Corte tem entendimento de que a teoria menor da desconsideração se justi�ca
pela comprovação da insolvência da pessoa jurídica para o pagamento de suas obrigações,
má administração da empresa ou pelo mero fato de a personalidade jurídica representar
um obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores, nos termos do
art. 28, § 5º, do CDC. Precedentes. 
— (STJ - AgInt no AREsp: 1825577 RJ 2021/0017913-9, Relator: Ministro MOURA RIBEIRO, Data de Julgamento:
23/08/2021, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 26/08/2021).
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VIDEOAULA
Nessa aula, você pode ter acesso a informações importantes sobre a personi�cação e desconsideração da
personalidade jurídica das sociedades empresárias, bem como os deveres e direitos de seus sócios. Tais
aspectos são de fundamental importância para formação da sua capacidade de atuação no Direito
Empresarial. Por isso, preparamos um vídeo para que você �xe os conteúdos estudados, com resumos e
esquemas visuais que enriquecerão seu aprendizado. Vem assistir!
 Saiba mais
A proteção ao meio ambiente é hoje um tema de especial atenção para os organismos internacionais e
para o Direito brasileiro. No artigo intitulado “A Desconsideração da Personalidade Jurídica da Empresa
para �ns de Responsabilização de Dirigentes e Administradores por Danos Causados ao Meio Ambiente”,
Luciana Souza e Clara Chaves esclarecem pontos importante para enfrentamento do tema,
especialmente voltando-se para a responsabilidade dos dirigentes e administradores. Vale a leitura!
Disponível em: https://revistathemis.tjce.jus.br/THEMIS/article/view/794/pdf. Acesso em jul. 2023.
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
INTRODUÇÃO
No Código Civil de 2002 é expressamente determinado, em seu art. 985, que a sociedade adquire
personalidade jurídica com a inscrição dos atos constitutivos no respectivo registro. Ocorre que, embora no
Brasil inúmeras sociedades tenham se constituído de forma regular, nos preceitos da lei, muitas outras não o
�zeram, fazendo-se verdadeiras sociedades em comum. Também existe a hipóteses de que a própria norma
civil dispensa o registro do contrato da sociedade, como é nas sociedades em conta de participação.
Aula 3
DAS SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS
Nesta aula aprenderemos sobre as sociedades não personi�cadas, especialmente as já referidas
sociedades em comum e sociedades em conta de participação, conceituando-as e caracterizando-as,
para que você possa potencializar sua atuação pro�ssional.
26 minutos
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É importante observar que o direito brasileiro prevê todas essas possibilidades e dá regulamentos a elas, na
proteção da ordem econômica e da concorrência leal. Nesta aula aprenderemos sobre as sociedades não
personi�cadas, especialmente as já referidas sociedades em comum e sociedades em conta de participação,
conceituando-as e caracterizando-as, para que você possa potencializar sua atuação pro�ssional. 
Vamos juntos!
CONCEITUANDO AS SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS
Os tipos societários e suas classi�cações são diversos. Ensina Negrão (2022) que, com relação à existência de
personalidade jurídica, elas podem ser personi�cadas ou não personi�cadas, estabelecendo-se da seguinte
maneira:
Figura 1 – Classi�cação das sociedades com relação à existência de personalidade jurídica
Fonte: Saraiva Educação, a partir de Negrão (2022).
Importante recordar que a personalidade jurídica é a aptidão para exercício de direitos e obrigações, que
nasce, segundo o art. 45 do Código Civil, com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro (BRASIL,
2002). O diploma civil, inclusive, trouxe um capítulo dedicado às sociedades não personi�cadas, que vai do
art. 986 a 996. O art. 985 a�rma: “a sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, no registro
próprio e na forma da lei, dos seus atos constitutivos” (BRASIL, 2002, s.p.). 
No Código Civil anterior, havia uma distinção entre as sociedades de fato, que sequer possuíam contrato
social; e as sociedades irregulares, que possuíam o documento, mas que não havia sido levado a registro na
Junta Comercial. Ocorre que, com o advento do Código de 2002, tais hipóteses �caram contidas na ideia de
sociedade em comum, para se referir a esse estado de irregularidade (NEGRÃO, 2022). Prevê, em seu art.
986:
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Santa Cruz (2023) a�rma que a utilização da expressão sociedades não personi�cadas parece um
contrassenso, na medida em que, as sociedades são uma categoria de pessoa jurídica e se não há
personalidade jurídica, não poderia haver personalidade. Mas, explica ainda o autor, que a ideia adotada pelo
legislador é compreensível e didática, buscando ainda conferir maior segurança jurídica para essas situações
que fogem à correta aplicação da lei, em que um dos mandamentos é o registro do ato constitutivo na Junta
Comercial. Assim, não se pode, a pretexto de seguir à risca o conceito de sociedade, desregular taishipóteses.
Também adverte que no Código Comercial de 1980 não havia disciplina legal especí�ca para essas sociedades
sem registro e, por isso, foi importante a positivação feita no Código Civil de 2002, rotulando as sociedades em
comum e em conta de participação.
As sociedades em comum, portanto, são aquelas em que os atos constitutivos não estão registrados,
distinguindo-se das sociedades em conta de participação que, por natureza, não têm esse requisito, já que
se trata, em essência, conforme ensina Campinho (2023), de um verdadeiro contrato associativo ou de
participação.
PARA CONHECER MELHOR AS SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS
Agora que já compreendemos o conceito das sociedades não personi�cadas como aquelas que não detém
personalidade jurídica, podemos nos debruçar um pouco mais sobre as características das sociedades simples
e das sociedades em conta de participação que, como já dissemos, estão reguladas pelo Código Civil, nos
artigos 986 a 996.
enquanto não inscritos os atos constitutivos, reger-se-á a sociedade, exceto por ações em
organização, pelo disposto neste Capítulo, observadas, subsidiariamente e no que com ele
forem compatíveis, as normas da sociedade simples.
— (BRASIL, 2002, s.p.)
Registre-se que essas sociedades não personi�cadas, embora estejam disciplinadas na
parte do Código Civil referente às sociedades empresárias, podem eventualmente
desenvolver atividades civis, não empresariais. Trata-se, pois, de sociedades cujo objeto
social pode ser de natureza civil ou empresarial, ou seja, podem ser sociedades simples ou
empresárias. Nesse sentido, dispõe o Enunciado 208 das Jornadas de Direito Civil do CJF
que “as normas do Código Civil para as sociedades em comum e em conta de participação
são aplicáveis independentemente de a atividade dos sócios, ou do sócio ostensivo, ser ou
não própria de empresário sujeito a registro (distinção feita pelo art. 982 do Código Civil
entre sociedade simples e empresária)”.
— (SANTA CRUZ, 2023, p. 291)
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Recordando, então, esses conceitos, temos que as sociedades em comum são aquelas que carecem do
registro do ato constitutivo na respectiva Junta Comercial. Já as sociedades em conta de participação contam,
em essência, com verdadeiro ato negocial, contratual.
As sociedades em comum:
Segundo os arts. 988 a 990, o patrimônio dos sócios responde de forma ilimitada pelas obrigações contraídas
pelas sociedades em comum, respeitando-se o benefício de ordem e a responsabilidade subsidiária previstos
no art. 1.024, exceto com relação ao sócio que contratou pela sociedade. Já os bens da sociedade responderão
pelos danos causados pelos atos de gestão praticados por quaisquer dos sócios, à exceção de determinação
expressa delimitativa de poderes, que, no entanto, só terá e�cácia contra o terceiro que a conheça ou dela
deveria conhecer (BRASIL, 2002).
Isso quer dizer que os bens sociais estarão disponíveis para adimplir as obrigações sociais, desde que não
haja uma cláusula que proíba aquele sócio de realizar o ato praticado e a vítima tivesse conhecimento dela ou
que pelo menos devesse ter. Por exemplo: se há, no contrato social, ainda não levado a registro, uma cláusula
que apenas autoriza a aquisição de obrigações com a assinatura de todos os sócios e apenas um deles assina
um contrato de empréstimo com um terceiro. Se esse terceiro não tinha conhecimento da proibição ou foi
levado a crer que ela não existia, os bens sociais responderão integralmente. A�rma Negrão:
Sociedades em conta de participação
Campinho (2023) explica que as sociedades em conta de participação não estão sujeitas aos requisitos de
formação das sociedades empresariais. O autor sustenta que tecnicamente a sociedades em conta de
participação não se enquadraria como uma sociedade, mas como um contrato associativo ou de participação,
mas defende a sua manutenção no ordenamento jurídico como está, porque é um importante instrumento no
fomento à economia do país, já que "Investidores podem dirigir seus fundos à realização de certos negócios
que serão executados diretamente por um empresário ou sociedade empresária já constituída, que assumirá
o risco direto pelo empreendimento, dividindo-se o proveito econômico ao �nal" (CAMPINHO, 2023, p.177).
Neste regramento destacam-se: a) o reconhecimento de um patrimônio especial, formado
por bens e dívidas da sociedade não registrada; e b) a faculdade de o sócio não tratador
fazer uso do benefício de ordem, isto é, o sócio que não participou da realização de
determinado negócio jurídico pode invocar o direito de ver seus bens excutidos somente
após o esgotamento do patrimônio que responde primariamente pelas dívidas sociais: os
bens da sociedade e os do sócio tratador.
— (NEGRÃO, 2022, p.127)
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PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE AS SOCIEDADES EM COMUM E AS SOCIEDADES EM CONTA DE
PARTICIPAÇÃO
Diferentemente das sociedades em comum, nas sociedades em conta de participação o contrato social
apenas faz efeito entre os sócios, e sua existência pode ser comprovada por todos os meios de prova, nos
termos dos arts. 992 e 993 do Código Civil. Além disso, no parágrafo único do art. 993 assim está disposto:
“sem prejuízo do direito de �scalizar a gestão dos negócios sociais, o sócio participante não pode tomar parte
nas relações do sócio ostensivo com terceiros, sob pena de responder solidariamente com este pelas
obrigações em que intervier” (BRASIL, 2002, s.p.). Há evidente distanciamento entre o sócio ostensivo - "a
quem compete explorar, em nome individual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade, o objeto de�nido
no contrato de participação." (CAMPINHO, 2023, p.177); e o sócio oculto ou participante – cujo objetivo é a
"participação nos resultados da exploração do objeto, sem, contudo, assumir riscos pelo insucesso do
empreendimento junto a terceiros" (CAMPINHO, 2023, p.177).
Na sociedade em comum, há responsabilização de todos os sócios pelos atos sociais, especialmente em
relação àquele quem praticam atos de gestão. No entanto, nas sociedades em conta de participação, apenas o
sócio ostensivo absorverá a responsabilidade civil perante terceiros. Esse também é o entendimento do
Superior Tribunal de Justiça, conforme decidido no julgado abaixo:
A responsabilidade do sócio ostensivo se dá perante terceiros e perante os demais sócios; e do sócio oculto
apenas em relação aos sócios e conforme deliberado no contrato:
Figura 2 – Classi�cação das sociedades com relação à existência de personalidade jurídica
O sócio ostensivo identi�ca-se, simultaneamente, como titular de todos os fundos sociais;
ele passa, em razão da celebração da sociedade e da ausência de personalidade jurídica, a
ser o titular da propriedade de todos os bens componentes do capital. O sócio participante
ou oculto apresenta a exclusiva incumbência de fornecer, no todo ou em parte, a riqueza
necessária à formação dos fundos sociais, participando, ao �nal, conforme o contratado,
dos resultados auferidos. Perante terceiros com os quais contrata, o sócio ostensivo é o
único que se obriga, só ele podendo ser responsabilizado por um eventual
inadimplemento. 
— (STJ - AREsp: 2025580 RJ 2021/0364234-1, Relator: Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, Data de Publicação:
DJ 05/08/2022).
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Fonte: Saraiva Educação, adaptado de Bertoldi e Ribeiro (2021).
Nas sociedades em comum, não há sequer um contrato ou esse não é levado a registro na respectiva junta
comercial. Já nas sociedades em conta de participação, embora a lei não exija forma especí�ca, há um
contrato, ainda que verbal, no entanto, é um contrato que não se reveste do animus de sociedade, mas de
associação eventual,voltada para a execução de determinado empreendimento. Já que as sociedades em
conta de participação não têm personalidade jurídica, não podem, por consequência, contrair obrigações,
quem o faz é, justamente o sócio ostensivo. Assim, o patrimônio especial, constituído por advento da
sociedade em conta de participação, não responde perante terceiros, exceto se essa obrigação decorrer de
atividades relacionadas à própria atividade da sociedade; ou ainda, por ocasião da relação com o sócio oculto
(CAMPINHO, 2023).
A liquidação da sociedade em conta de participação será regida pelas regras pertinentes à prestação de
contas; enquanto nas sociedades em comum, será consoante as normas estabelecidas para as sociedades
simples, conforme determina o art. 986 do Código Civil.
VIDEOAULA
Nessa aula, você pode ter acesso a informações importantes sobre as sociedades não personi�cadas e, em
especial, às características e diferenças entre as sociedades simples e as sociedades em conta de participação.
Essas informações são muito importantes para formação da sua capacidade de atuação no Direito
Empresarial, porque são instituições muito presentes no dia a dia.
Por isso, preparamos um vídeo para que você �xe os conteúdos estudados, com resumos e esquemas visuais
que enriquecerão seu aprendizado.
Vem assistir!
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Um dos temas mais presentes no Direito Empresarial é a responsabilidade patrimonial dos sócios. Na
sua tese de doutorado apresentada à Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais em 2017, o
professor Antônio Cesar Mello discorre sobre “A responsabilização dos administradores e dos sócios nas
sociedades irregulares”. Uma ótima leitura!
MELLO, Antônio Cesar. A responsabilização dos administradores e dos sócios nas sociedades
irregulares. 2017. Tese (Doutorado em Direito) - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.
Disponível em: http://www.biblioteca.pucminas.br/teses/Direito_MelloAC_1.pdf. Acesso em jul. 2023.
INTRODUÇÃO
O estudo da personi�cação das sociedades é de extrema importância no Direito Empresarial porque é desse
contexto que emerge a publicidade da e a autonomia societária. Devemos lembrar que nas sociedades não
personi�cadas não há publicidade dos seus atos, em regra: nas sociedades em comum, pela ausência de
registro do ato constitutivo e, nas sociedades em conta de participação, pela falta de imposição legal desse
registro. Já nas sociedades personi�cadas, a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro é obrigatória –
do contrário, teríamos uma sociedade em comum. Com isso, outras questões nascem, como, por exemplo, a
responsabilidade civil dos sócios pelas obrigações contraídas pela sociedade.
Nessa aula, aprofundaremos nosso estudo nos tipos societários e nos re�exos da personi�cação da
responsabilidade civil dos sócios.
Vamos juntos!
CONHECENDO AS SOCIEDADES PERSONIFICADAS
O Código Civil classi�ca as sociedades de acordo com a existência de personalidade jurídica. Estudaremos aqui
as personi�cadas. O art. 985 do Código Civil diz: “a sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição,
no registro próprio e na forma da lei, dos seus atos constitutivos” (grifo nosso, BRASIL, 2002).
Aula 4
DAS SOCIEDADES PERSONIFICADAS
Nessa aula, aprofundaremos nosso estudo nos tipos societários e nos re�exos da personi�cação da
responsabilidade civil dos sócios.
26 minutos
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http://www.biblioteca.pucminas.br/teses/Direito_MelloAC_1.pdf
Figura 1 – Classi�cação das sociedades com relação à existência de personalidade jurídica
Fonte: Saraiva Educação, a partir de Campinho (2023).
Nas sociedades simples, há atividade econômica não empresarial, existe pessoalidade. Os sócios a prestam
direta e pessoalmente, sem a organização de fatores de produção - capital, mão de obra, insumos e
tecnologia. Nas sociedades empresárias, há a impessoalidade no desempenho da atividade econômica
(SANTA CRUZ, 2023). No art. 982 do Código Civil:
Em síntese, tratando-se a sociedade de uma pessoa jurídica, ou seja, de um ente
personalizado ao qual o ordenamento jurídico confere a possibilidade de adquirir direitos
e contrair obrigações, é importante destacar que é a própria sociedade, como pessoa
jurídica, que exerce a atividade empresarial. Consequentemente, é a própria sociedade
que responde pelas suas obrigações sociais.
—  (SANTA CRUZ, 2023, p. 298)
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Ainda que a atividade exercida seja pessoal e intelectual, no caso das sociedades por ações, essas serão
sempre consideradas empresárias e, portanto, sujeitas a registro no Registro Público de Empresas Mercantis a
cargo das Juntas Comerciais.
As cooperativas serão sempre simples, submetidas ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas e registro na Junta
Comercial, pelo art. 18 da Lei nº. 5.764/71 (CAMPINHO, 2023).
As sociedades personi�cadas são regulamentadas pelo Código Civil, enquanto as sociedades anônimas são
regidas pela Lei nº. 6.404/76.
Quadro 1 – sociedades personi�cadas no Código Civil
Sociedade Disposição no Código Civil
Simples Arts. 997 a 1.038
Em nome coletivo Arts. 1.039 a 1.044
Em comandita simples Arts. 1.045 a 1.051
Limitada Arts. 1.052 a 1.087
Anônima Arts. 1.088 e 1.089
Em comandita por ações Arts. 1.090 a 1.092
Cooperativa Arts. 1.093 a 1.096
Fonte: Saraiva Educação, a partir de Brasil (2002).
Há cinco tipos de responsabilidade dos empresários individuais:
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por
objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e,
simples, as demais. Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se
empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.
— (BRASIL, 2002, s.p.)
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PARA COMPREENDER MELHOR AS SOCIEDADES PERSONIFICADAS
As sociedades personi�cadas são aquelas que adquirem personalidade jurídica e gozam de autonomia,
seja patrimonial, jurídica, de gestão ou �scal. Separam-se as �guras da sociedade e dos sócios, que, em regra,
não assumem a responsabilidade pelas obrigações societárias (NEGRÃO, 2022).
Há sete tipos de sociedades personi�cadas:
1. Sociedade simples: é caracterizada pela pessoalidade e destina-se a atividades não empresariais
(NEGRÃO, 2022).
2. Sociedade em nome coletivo: é o único tipo societário no direito brasileiro em que todos os sócios
respondem solidária (depois de cumprido o benefício de ordem) e ilimitadamente pelas dívidas da
sociedade (NEGRÃO, 2022).
3. Sociedade em comandita simples: nessa modalidade é obrigatória a participação de dois tipos de
sócios – aqueles que respondem solidária (depois de cumprido o benefício de ordem) e ilimitadamente
com seu patrimônio; e aqueles obrigados apenas pelo valor de sua cota (NEGRÃO, 2022).
4. Sociedade Limitada: segundo Negrão (2022) a principal característica da sociedade limitada é a
possibilidade da escolha de sua natureza, seja de capital – cujo vínculo entre os sócios é puramente
patrimonial, ou de pessoas – cujo vínculo é pessoal. Já Campinho (2023) destaca a responsabilidade dos
sócios, em que recai a regra do art. 1.052 do Código Civil:
1.     Responsabilidade limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas,
como é o caso dos sócios acionistas das sociedades anônimas e dos sócios comanditários
das sociedades em comandita por ações;
2.     Responsabilidade limitada à integralização do capital social subscrito pelos sócios
comanditários, nas sociedades em comandita simples;
3.     Responsabilidade pelototal do capital social não integralizado, na sociedade limitada,
de forma solidária entre os sócios cotistas;
4.     Responsabilidade pelo saldo das dívidas da sociedade, na hipótese de os bens sociais
não cobrirem as dívidas, na proporção em que participem das perdas sociais, nas
sociedades simples;
5.     Responsabilidade ilimitada e solidária entre os sócios, de forma subsidiária ao
patrimônio social: a todos os sócios na sociedade em nome coletivo; ao sócio comanditado
nas sociedades em comandita simples e comandita por ações; e ao sócio da sociedade
simples, se assim for estipulado no contrato social.
— (NEGRÃO, 2022, p. 805-806)
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Integralizado o capital social que foi subscrito pelos sócios, não há mais o que ser cobrado em relação à
sociedade nem aos credores da sociedade. O capital social é, justamente, o limite de responsabilização dos
sócios. Na hipótese de não integralização do capital social, recai sobre os sócios a responsabilidade solidária
pela integralização (CAMPINHO, 2023).
5. Sociedade em comandita por ações: os sócios comanditados, ou diretores, responsabilizam-se solidária
e ilimitadamente pelas obrigações sociais, depois de observado o benefício de ordem (responsabilidade
subsidiária), enquanto os sócios comanditários, ou acionistas, respondem apenas pela integralização das
ações subscritas ou adquiridas.
6. Sociedade anônima: segundo a Lei nº. 6.404/76, as sociedades anônimas têm o capital dividido em
ações e “a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das ações
subscritas ou adquiridas” (BRASIL, 1976). Em seu art. 3º, traz ainda a obrigação de que a sua denominação
contenha as expressões “companhia” ou “sociedade anônima” – que pode ser grafada “S/A”.
7. Sociedade cooperativa: conforme já dissemos, o art. 982 do Código Civil prevê que as cooperativas
serão sempre sociedades simples, no entanto, por força de lei especial, a Lei nº 5.764/71, será registrada
na respectiva Junta Comercial (BRASIL, 1971). Segundo a norma especial, não possui o objetivo de lucro,
devendo se dedicar a uma atividade econômica, de proveito comum, entre os cooperados. O art. 1.095
do Código Civil a responsabilidade dos sócios pode ser limitada ou ilimitada:
Le Cocq (2017), esclarece ainda que a modalidade de responsabilidade será feita no momento da constituição
da cooperativa.
Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de
suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social.
— (BRASIL, 2002, s.p.)
§1º É limitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio responde somente pelo
valor de suas quotas e pelo prejuízo veri�cado nas operações sociais, guardada a
proporção de sua participação nas mesmas operações. 
§2º É ilimitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio responde solidária e
ilimitadamente pelas obrigações sociais.
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A RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS NAS COOPERATIVAS
Nas sociedades personi�cadas, a regra é a responsabilidade limitada dos sócios em relação às obrigações
assumidas pela sociedade, como ensina Campinho (2023). Ocorre que, em cada tipo societário, devemos nos
atentar a determinadas características para melhor interpretar o instituto da responsabilidade civil. Assim, em
que pese as demais modalidades (sociedade anônima, sociedade em comandita por ações, sociedade
limitada, sociedade em comandita simples, sociedade em nome coletivo e sociedade simples), nas sociedades
cooperativas há peculiaridades que merecem maior apreciação.
A essência das cooperativas não é a obtenção de lucro, conforme o Art. 3º da Lei nº 5.764/71, embora possam
obtê-lo e, geralmente, obtém. Segundo Fardini (2017, p. 17), a cooperativa é “uma sociedade autônoma,
composta por pessoas que se unem, voluntariamente, para satisfazer aspirações e necessidades econômicas,
sociais e culturais, por meio de uma empresa de propriedade comum e democraticamente gerida”.
Segundo Le Cocq (2017), como regra, nas cooperativas, as despesas são rateadas entre os sócios
cooperativados de forma proporcional à fruição de serviços, ocorre que o contrato social pode dispor de
forma diversa em relação a essas despesas, nos termos do Art. 80 da Lei nº. 5.764/71:
Deve-se diferenciar o termo despesas de prejuízos. Esses últimos apenas serão rateados na proporção da
fruição cooperativa, conforme o inciso II do art. 80 acima transcrito e do art. 89:
Art. 80. As despesas da sociedade serão cobertas pelos associados mediante rateio na
proporção direta da fruição de serviços.
Parágrafo único. A cooperativa poderá, para melhor atender à equanimidade de cobertura
das despesas da sociedade, estabelecer:
I - rateio, em partes iguais, das despesas gerais da sociedade entre todos os associados,
quer tenham ou não, no ano, usufruído dos serviços por ela prestados, conforme de�nidas
no estatuto;
II - rateio, em razão diretamente proporcional, entre os associados que tenham usufruído
dos serviços durante o ano, das sobras líquidas ou dos prejuízos veri�cados no balanço do
exercício, excluídas as despesas gerais já atendidas na forma do item anterior.
—  (BRASIL, 1971, s.p.)
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Será nula qualquer estipulação diversa (LE COCQ, 2017). Assim é o entendimento jurisprudencial:
A responsabilidade dos cooperativados em relação aos prejuízos será, em primeiro lugar, subsidiária, porque
na linha de frente está o fundo de reserva; e depois, solidária, mas na proporção da fruição dos serviços.
VIDEOAULA
Nessa aula, você pode ter acesso a informações importantes sobre os aspectos primordiais das sociedades
personi�cadas, como seus conceitos, características e a responsabilidade civil dos sócios. Além disso, também
aprofundamentos um pouco nosso estudo sobre as sociedades cooperativas.
Preparamos um vídeo para que você �xe os conteúdos, com resumos e esquemas visuais que enriquecerão
seu aprendizado.
Vem assistir!
 Saiba mais
Art. 89. Os prejuízos veri�cados no decorrer do exercício serão cobertos com recursos
provenientes do Fundo de Reserva e, se insu�ciente este, mediante rateio, entre os
associados, na razão direta dos serviços usufruídos, ressalvada a opção prevista no
parágrafo único do artigo 80.
—  (BRASIL, 1971, s.p.)
[...] 5. Ainda que se admita, no art. 80, parágrafo único, da Lei5.764/71, o rateio igualitário
das despesas gerais, a depender de previsão no estatuto social da cooperativa, em relação
aos prejuízos, sempre deverá ser observada a proporcionalidade, nos termos do art. 89 da
mesma norma. 6. As deliberações das Assembleias Gerais, relativas à distribuição
igualitária dos prejuízos não devem prevalecer porque contrárias às disposições
estatuárias então vigentes e/ou às disposições da Lei5.764/71, que prevê no seu art. 89, o
rateio proporcional à fruição dos serviços pelos cooperados. 7. Recurso especial provido. 
— (STJ - REsp: 1303150 DF 2012/0007071-1, Relator: Ministra NANCY ANDRIGHI, Data de Julgamento: 05/03/2013,
T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 08/03/2013).
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
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O Direito antitruste é um debate sempre efervescente no mundo e no Brasil. Pensando no novo contexto
que se cortina após as revoluções digitais, é preciso pensar em como aplicar esses preceitos ao digital.
No livro “A aplicação do Direito antitruste em ecossistemas digitais: desa�os e propostas”, Nicolo Zingales
e Paula Azevedo organizaram excelentes textos, com autoria variada, para discutir o tema. Vale a leitura!
ZINGALES, Nicolo; AZEVEDO,Paula Farani de (orgs.). A aplicação do direito antitruste em ecossistemas
digitais: desa�os e propostas. Rio de Janeiro: FGV Direito Rio, 2022. Disponível em:
https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/32889/A%20aplica%C3%A7%C3%A3o%20
do%20direito%20antitruste%20em%20ecossistemas%20digitais.pdf?sequence=5. Acesso em: jul. 2023.
CONHECENDO MELHOR A TEORIA GERAL DO DIREITO SOCIETÁRIO E OS TIPOS SOCIETÁRIOS
PRINCÍPIOS DO DIREITO SOCIETÁRIO
Os princípios do direito societário são fundamentais para regular as relações entre os diversos agentes que
participam de uma sociedade empresarial. A liberdade de iniciativa é um desses princípios, garantindo que os
indivíduos possam criar e estabelecer suas próprias empresas de acordo com suas ideias e interesses,
respeitando as normas legais estabelecidas. Já a liberdade de concorrência visa promover a competição
saudável entre as empresas, estimulando a e�ciência econômica, a inovação e a qualidade dos produtos e
serviços oferecidos.
A preservação da empresa é outro princípio importante no direito societário, buscando garantir a
continuidade da atividade empresarial, protegendo-a de eventuais ameaças e preservando o seu patrimônio e
reputação. Por �m, a função social da empresa se relaciona com a responsabilidade social e o impacto que a
atividade empresarial exerce sobre a sociedade e o meio ambiente. O princípio da função social da empresa
busca que as organizações atuem de forma ética, promovendo o desenvolvimento sustentável, respeitando os
direitos dos trabalhadores e contribuindo para o bem-estar coletivo.
O QUE SÃO SOCIEDADES?
Tradicionalmente as sociedades são caracterizadas na doutrina especí�ca pela pluralidade de sócios, como
explica Campinho (2023). Mas, conforme expresso no art. 982 do Código Civil, é necessário lembrar que nem
todas as sociedades são empresárias:
Aula 5
REVISÃO DA UNIDADE
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https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/32889/A%20aplica%C3%A7%C3%A3o%20do%20direito%20antitruste%20em%20ecossistemas%20digitais.pdf?sequence=5
https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/32889/A%20aplica%C3%A7%C3%A3o%20do%20direito%20antitruste%20em%20ecossistemas%20digitais.pdf?sequence=5
Figura 1 – Classi�cação das sociedades
Fonte: Saraiva Educação, a partir de Campinho (2023).
CARACTERÍSTICAS DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS
A partir da compreensão, portanto, de quais são inicialmente os tipos de sociedade, podemos aprofundar
nosso estudo nos atributos das sociedades empresárias. São quatro seus elementos:
Figura 2 – Elementos de constituição das sociedades empresárias
Fonte: Saraiva Educação, a partir de Campinho (2023).
PERSONIFICAÇÃO E DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA DAS SOCIEDADES
O Art. 45 do Código Civil dispõe que a sociedade se constitui com o respectivo registro do ato constitutivo.
Uma vez constituída, a sociedade se reveste de alguns atributos, em geral ligados à sua autonomia:
Figura 3 – Efeitos da personi�cação das sociedades
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Fonte: Saraiva Educação, a partir de Campinho (2023).
Tais atributos conferirão à sociedade liberdade gerencial, �nanceira e jurídica, de modo que é importante a
sua diferenciação em relação aos seus sócios, especialmente no que diz respeito à responsabilidade desses
pelas obrigações assumidas pela sociedade. É possível a desconsideração da personalidade jurídica, quando
há desvio de �nalidade ou a confusão patrimonial, nos termos do art. 50 do Código Civil (BRASIL, 2002). Não se
declara nula a personi�cação, torna ine�caz a personalidade jurídica temporariamente e naquele caso
especí�co.
DIREITOS E DEVERES DOS SÓCIOS
Ainda que a sociedade goze de autonomia, os sócios também têm direitos e obrigações em relação a ela:
Figura 4 – Direitos e deveres dos sócios
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Fonte: Saraiva Educação, a partir de Negrão (2022) e Bertoldi e Ribeiro (2021).
CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES
De acordo com o Código Civil, pelo critério de existência de personalidade jurídica, as sociedades se dividem
em personi�cadas e não personi�cadas:
Figura 5 – Classi�cação das sociedades com relação à existência de personalidade jurídica
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Fonte: Saraiva Educação, a partir de Campinho (2023).
Nas sociedades não personi�cadas, temos as sociedades em comum, regidas pelos arts. 986 a 990 do Código
Civil, em que não há registro do ato constitutivo, ainda que assim devesse ser. A sociedade em conta de
participação, cujos elementos são o sócio ostensivo (administrador) e o sócio oculto (investidor), não há
obrigação legal do registro do contrato, responsabilizando-se o sócio ostensivo pelas obrigações da sociedade
(arts. 991 a 996 do Código Civil).
Nas sociedades personi�cadas, há cinco tipos de responsabilidade dos empresários individuais:
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REVISÃO DA UNIDADE
Olá, estudante!
O conteúdo foi direcionado para que você compreendesse a teoria geral do direito societário, bem como os
tipos de sociedade no Direito brasileiro. Trouxemos os principais conceitos, características e classi�cações,
bem como casos concretos julgados pelos nossos tribunais, para que você pudesse re�etir e entender como a
aplicação desse conhecimento acontece na prática.
A partir desse texto, esperamos que você consiga �xar o conteúdo e, para te ajudar, também elaboramos este
vídeo com uma síntese com todas as informações.
ESTUDO DE CASO
A construtora “Construa” é uma grande empresa e responsável por diversos empreendimentos em sua
cidade. Você é um advogado e foi contratado recentemente por ela para auxiliar nas decisões jurídicas.
Geralmente você revisa contratos de vendas de unidades imobiliárias, ingressa com ações de execução e faz a
defesa da construtora em diversos outros processos nos quais ela é ré.
A Construa está pronta para dar um grande salto em sua trajetória de sucesso. Com o objetivo de expandir
seus negócios e alcançar novos horizontes, a empresa decidiu estabelecer uma parceria estratégica com uma
empresa líder do setor.
1.     Responsabilidade limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas,
como é o caso dos sócios acionistas das sociedades anônimas e dos sócios comanditários
das sociedades em comandita por ações;
2.     Responsabilidade limitada à integralização do capital social subscrito pelos sócios
comanditários, nas sociedades em comandita simples;
3.     Responsabilidade pelo total do capital social não integralizado, na sociedade limitada,
de forma solidária entre os sócios cotistas;
4.     Responsabilidade pelo saldo das dívidas da sociedade, na hipótese de os bens sociais
não cobrirem as dívidas, na proporção em que participem das perdas sociais, nas
sociedades simples;
5.     Responsabilidade ilimitada e solidária entre os sócios, de forma subsidiária ao
patrimônio social: a todos os sócios na sociedade em nome coletivo; ao sócio comanditado
nas sociedades em comandita simples e comandita por ações; e ao sócio da sociedade
simples, se assim for estipulado no contrato social.
— (NEGRÃO, 2022, p. 805-806)
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Essa colaboração promete trazer benefícios mútuos e impulsionar o crescimento de ambas as partes
envolvidas. A Construa traz consigo sua expertise na construção civil, com uma vasta experiência na execução
de projetos de alta qualidade. Sua reputação sólida e a busca constante pela excelênciaa tornaram uma
referência no ramo.
Ao unir forças com uma parceira renomada, a Construa visa explorar novos mercados, ampliar sua carteira de
clientes e diversi�car suas áreas de atuação.
Assim, ela precisa �rmar negócios com ela para o planejamento, lançamento e execução desses projetos.
Em geral, a construtora se utiliza das Sociedades de Propósito Especí�co (SPE), com possibilidade inscrita no
parágrafo único do Art. 981 do Código Civil:
 Re�ita
A escolha do tipo societário afeta diretamente na responsabilidade dos sócios. Como a�rma Campinho:
Portanto, é preciso observar qual é o interesse e necessidades dos sócios constituintes quando se quer
orientar na instituição de uma sociedade, para que o contrato social re�ita realmente tais interesses.
Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a
contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha,
entre si, dos resultados.
Parágrafo único. A atividade pode restringir-se à realização de um ou mais negócios
determinados.
— (BRASIL, 2002, s.p.) (grifo nosso)
As sociedades podem ser classi�cadas tendo em mira a responsabilidade dos sócios.
Temos, nesse contexto, três grupos de sociedades: as de responsabilidade ilimitada,
as de responsabilidade mista e as de responsabilidade limitada. O núcleo central do
conceito reside no modo de responsabilidade do sócio pelas dívidas da sociedade.
Inclusive, a de�nição dos próprios tipos societários tem por arrimo esse princípio.
Como pessoa jurídica que é, a sociedade irá sempre responder, seja qual for o tipo de
que venha a se revestir, de forma ilimitada por suas obrigações. Dependendo do tipo
societário, os sócios irão responder limitada ou ilimitadamente pelas dívidas
contraídas pela sociedade no exercício de sua atividade. 
— (CAMPINHO, 2023, p.110).
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RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO
A Construa tem um interesse especí�co neste estudo de caso: investir em um empreendimento sem que a
isso seja dado publicidade ou que re�ita de alguma forma na sua responsabilidade frente a esse negócio.
Analisando os tipos societários, o que melhor se enquadra nesses interesses é a Sociedade em Conta de
Participação (SCP). O Código Civil delimita a SCP como uma sociedade não personi�cada, ou seja, não
detentora de personalidade jurídica e, por isso, com autonomia bem limitada. Assim podemos conceituá-la:
A Construa quer agir como verdadeira sócia oculta no negócio �rmado com a outra construtora. Nesse caso, o
art. 981 do Código Civil é claro:
Os arts. 992 e 993 da norma explicam que no caso da SCP não há necessidade de seguir quaisquer
formalidades na elaboração do contrato, tampouco sua inscrição no respectivo registro. Campinho (2023)
explica ainda que na SCP a sociedade só existe entre os sócios e não perante terceiros, sendo regulada
através do respectivo contrato. O risco do negócio é assumido pelo sócio ostensivo, que exercerá toda a sua
administração e quem aparecerá para as pessoas além daquela sociedade. Também não há necessidade do
registro do contrato, embora possa ser feito, caso os sócios assim desejarem.
A sociedade em conta de participação congrega duas espécies de sócios: o sócio ostensivo
e o sócio oculto ou participante. O primeiro é aquele a quem compete explorar, em nome
individual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade, o objeto de�nido no contrato de
participação. O sócio oculto, geralmente prestador de capital, tem por escopo a
participação nos resultados da exploração do objeto, sem, contudo, assumir riscos pelo
insucesso do empreendimento junto a terceiros. Os seus riscos são dimensionados e se
limitam à prestação pela qual se obrigou junto ao sócio ostensivo, nos termos exclusivos
do contrato.
— (CAMPINHO, 2023, p.175)
Art. 991. Na sociedade em conta de participação, a atividade constitutiva do objeto social é
exercida unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome individual e sob sua própria e
exclusiva responsabilidade, participando os demais dos resultados correspondentes.
Parágrafo único. Obriga-se perante terceiro tão-somente o sócio ostensivo; e,
exclusivamente perante este, o sócio participante, nos termos do contrato social .
— (BRASIL, 2002)
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Necessário lembrar ainda que uma vez constituída a SCP será formado um patrimônio especial, por força do
art. 994 do Código Civil, que responderá pelas obrigações assumidas no exercício da sociedade. Quaisquer
obrigações que excederem esse patrimônio especial deverão ser suportadas exclusivamente pelo sócio
ostensivo (NEGRÃO, 2022).
Portanto, você deverá orientar a Construa para a constituição de uma Sociedade em Conta de Participação
(SCP), junto à sua parceira de negócios, e também elaborar o respectivo contrato que regerá a relação
negocial entre ambas.
RESUMO VISUAL
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Aula 1
BRASIL. Brasil registrou abertura de 3.838.063 novas empresas em 2022. Publicado em 20/01/2023. Disponível
em: https://www.gov.br/economia/pt-br/assuntos/noticias/2023/janeiro/brasil-registrou-abertura-de-3-838-
063-novas-empresas-em-
2022#:~:text=O%20Brasil%20registrou%203.838.063,1%25%20em%20compara%C3%A7%C3%A3o%20com%20
2020. Acesso em jun. 2023.
BRASIL. Lei nº. 10.406 de 10 de janeiro de 2002. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm. Acesso em jun. 2023.
CAMPINHO, S. Curso de direito comercial. 19. ed. São Paulo: Saraiva, 2023.
NEGRÃO, R. Manual de direito empresarial. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 2022.
SANTA CRUZ, André. Manual de Direito Empresarial. São Paulo: Juspodivm, 2023.
TJMG. Apelação cível nº. 1.0000.17.077509-2/001. Dje.: 17/04/2020. Disponível em:
https://inocenciodepaulaadvogados.com.br/Arquivos/Recuperacao-Judicial/Geraldo/Documentos/03-Acordao-
determinando-o-regular-processamento-da-RJ.pdf. Acesso em jun. 2023.
Aula 2
BRASIL. Código Civil. Lei nº. 10.406 de 10 de janeiro de 2002. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm. Acesso em jun. 2023. 
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. AgInt no AREsp 1825577 RJ. Dje.: 26/08/2021. Disponível em:
https://jurisprudencia.s3.amazonaws.com/STJ/attachments/STJ_AGINT-ARESP_1825577_0cd8a.pdf?
AWSAccessKeyId=AKIARMMD5JEAO67SMCVA&Expires=1687270049&Signature=qliH5o2Lxjkz6ayKfbKMkmdX%
2B7w%3D. Acesso em jun. 2023. 
BERTOLDI, Marcelo M.; RIBEIRO, Márcia Carla Pereira. Curso avançado de Direito Comercial. 12. ed. São
Paulo: RT, 2021. 
CAMPINHO, S. Curso de direito comercial. 19. ed. São Paulo: Saraiva, 2023. 
NEGRÃO, R. Manual de direito empresarial. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 2022. 
REFERÊNCIAS
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23/11/24, 02:33 U2_DIREITO EMPRESARIAL E SOCIETÁRIO
https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3814742 37/39
https://www.gov.br/economia/pt-br/assuntos/noticias/2023/janeiro/brasil-registrou-abertura-de-3-838-063-novas-empresas-em-2022#:~:text=O%20Brasil%20registrou%203.838.063,1%25%20em%20compara%C3%A7%C3%A3o%20com%202020
https://www.gov.br/economia/pt-br/assuntos/noticias/2023/janeiro/brasil-registrou-abertura-de-3-838-063-novas-empresas-em-2022#:~:text=O%20Brasil%20registrou%203.838.063,1%25%20em%20compara%C3%A7%C3%A3o%20com%202020
https://www.gov.br/economia/pt-br/assuntos/noticias/2023/janeiro/brasil-registrou-abertura-de-3-838-063-novas-empresas-em-2022#:~:text=O%20Brasil%20registrou%203.838.063,1%25%20em%20compara%C3%A7%C3%A3o%20com%202020
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https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm

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