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POLÍCIA MILITAR Centro de Ensino, Formação e Aperfeiçoamento de Praças MATO GROSSO DO SUL DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA GERAL DAS PROVAS CONCEITO: Do latim probatio, é o conjunto de atos praticados pelas partes, pelo juiz (CPP, arts. 156, I e II, 209 e 234) e por terceiros (p. ex., peritos), destinados a levar ao magistrado a convicção acerca da existência ou inexistência de um fato, da falsidade ou veracidade de uma afirmação. CONCEITO: Trata-se, portanto, de todo e qualquer meio de percepção empregado pelo homem com a finalidade de comprovar a verdade de uma alegação. Por outro lado, no que toca à finalidade da prova, destina-se à formação da convicção do juiz acerca dos elementos essenciais para o deslinde da causa. CONCEITO: Sem provas idôneas e válidas, de nada adianta desenvolverem-se aprofundados debates doutrinários e variadas vertentes jurisprudenciais sobre temas jurídicos, pois a discussão não terá objeto. A finalidade da prova é a formação da convicção do órgão julgador. Na verdade, por meio da atividade probatória desenvolvida ao longo do processo, objetiva-se a reconstrução dos fatos investigados na fase extraprocessual, buscando a maior coincidência possível com a realidade histórica. DESTINATÁRIO DA PROVA: São todos aqueles que devem formar sua convicção. De modo geral, tem-se como destinatário o órgão jurisdicional (juiz ou tribunal) sobre o qual recai a competência para o processo e julgamento do delito. Parte da doutrina sustenta que o Ministério Público também pode ser destinatário da prova na medida em que, na fase pré-processual, as provas têm como finalidade o convencimento do órgão ministerial (formação de sua opinio delicti). DESTINATÁRIO DA PROVA: Todavia, na fase investigatória, não se pode usar a expressão ‘prova’, salvo no caso de provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. Objetiva o inquérito policial a produção de elementos de informação. Por isso, preferimos dizer que o órgão do Ministério Público é o destinatário desses elementos, e não da prova, cuja produção se dá, em regra, somente em juízo, quando a decisão acerca da prática de determinado fato delituoso compete única e exclusivamente ao juiz natural. Provas cautelares: São provas que correm risco de desaparecimento e perecimento Ex.: Busca e apreensão domiciliar Provas não repetíveis: São provas que, uma vez produzidas, não podem ser novamente coletadas Ex.: exame de corpo de delito Provas antecipadas: Provas antecipadas são provas produzidas em momento anterior ao legalmente previsto Ex.: No inquérito policial, a colheita do testemunho de um idoso que pode falecer a qualquer momento ocorrerá de forma antecipada SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA PROVA: Quando se aborda o presente tema, tem-se em vista a relação existente entre o julgamento da causa pelo juiz natural e as provas produzidas em juízo. Busca-se investigar a vinculação (ou não) do magistrado a alguma modalidade de prova. São basicamente três sistemas acerca do assunto, a saber: 1)Sistema da íntima convicção; 2)Sistema da prova tarifada; 3)Sistema da persuasão racional do juiz (convencimento motivado). SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA PROVA: Íntima Convicção do magistrado De acordo com o sistema da íntima convicção, também conhecido como sistema da certeza moral do juiz ou da livre convicção, o juiz é livre para valorar as provas, inclusive aquelas que não se encontram nos autos, não sendo obrigado a fundamentar seu convencimento (motivar sua decisão). SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA PROVA: Sistema da prova tarifada Também conhecido como sistema das regras legais, da certeza moral do legislador ou da prova legal, o presente sistema, próprio do sistema inquisitivo, trabalha com a ideia de que determinados meios de prova têm valor probatório fixado em abstrato pelo legislador, cabendo ao magistrado tão somente apreciar o conjunto probatório e lhe atribuir o valor conforme estabelecido pela lei. SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA PROVA: Sistema do livre convencimento motivado De acordo com o sistema do livre convencimento motivado (persuasão racional ou livre apreciação judicial da prova), o magistrado tem ampla liberdade na valoração das provas constantes dos autos, as quais têm, legal e abstratamente, o mesmo valor, porém, se vê obrigado a fundamentar sua decisão. SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA PROVA: Sistema do convencimento motivado CPP Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. SUJEITOS DA PROVA: Sujeitos da prova são as pessoas ou coisas de quem ou de onde deriva a prova, podendo ser pessoal ou real. A prova pessoal consiste numa afirmação de conhecimento ou na certificação de fato ou fatos do processo. A prova real equivale à atestação que advém da própria coisa constitutiva da prova (o ferimento; o projétil balístico da arma utilizada na prática de um delito). SUJEITOS DA PROVA: As perícias, as vistorias e todas as modificações corpóreas constituem prova real. A pessoa testemunha, mediante uma afirmação pessoal e consciente, um fato por ela conhecido por ciência própria ou por meio de terceiros; é a prova pessoal. SUJEITOS DA PROVA – Exemplos: Prova real – FOTOGRAFIAS, PEGADAS NO LOCAL DO CRIME Prova pessoal (decorre do conhecimento de alguém) – CONFISSÃO, TESTEMUNHA A prova pessoal é aquela que advém de pessoas (ofendido, perito, acusado, testemunha) e a prova real, por sua vez, é aquela que advém de coisa constitutiva da prova (o ferimento, o cadáver, o projétil balístico da arma, etc.). FORMA DA PROVA: Quanto à forma da prova, ou seja, a maneira pela qual a prova se apresenta em juízo, a prova pode ser documental, material ou testemunhal. FORMA DA PROVA: Documento, é o papel escrito que traz em si a declaração da existência (ou não) de um ato ou de um fato, por exemplo: escritos públicos ou particulares, cartas, livros comerciais, fiscais, etc. A prova material é aquela que resulta da verificação existencial de determinado fato, que demonstra a sua materialização, tal como ocorre com o corpo de delito, instrumentos do crime, etc. Por fim, testemunhal é a prova que consiste na manifestação pessoal oral. Questões Julgue os itens a seguir em VERDADEIRO ou FALSO: a)Provas são atos praticados pelas partes e pelo juiz, não se estendendo a terceiros; a)A finalidade da prova é a formação da convicção do órgão julgador. a)A regra é que na fase pré-processual são produzidos elementos informativos e não provas, porém a exceção são as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas; Julgue os itens a seguir em VERDADEIRO ou FALSO: a)Provas são atos praticados pelas partes e pelo juiz, não se estendendo a terceiros; FALSO a)A finalidade da prova é a formação da convicção do órgão julgador. VERDADEIRO a)A regra é que na fase pré-processual são produzidos elementos informativos e não provas, porém a exceção são as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas; VERDADEIRO d) Em relação ao sistema de avaliação da prova o Brasil adota o sistema de provas tarifadas; e) Em relação ao sistema de avaliação da prova, a íntima convicção do magistrado não obriga ele a fundamentar sua decisão; f) No sistema da prova tarifada, todas as provas têm seu valor fixado previamente pelo legislador. d) Em relação ao sistema de avaliação da prova o Brasil adota o sistema de provas tarifadas; FALSO e) Em relação ao sistema de avaliação da prova, a íntima convicção do magistrado não obriga ele a fundamentar sua decisão; VERDADEIRO f) No sistema da prova tarifada, todas as provas têm seu valor fixado previamente pelo legislador. VERDADEIRO g) Quanto ao sistema do livre convencimento motivado o juiz se obriga a fundamentarsua decisão; h) O Brasil adota o sistema de livre convencimento motivado; i) Os sujeitos da prova são pessoas ou coisas de onde deriva a prova, podendo ser pessoal ou legal; g) Quanto ao sistema do livre convencimento motivado o juiz se obriga a fundamentar sua decisão; VERDADEIRO h) O Brasil adota o sistema de livre convencimento motivado; VERDADEIRO i) Os sujeitos da prova são pessoas ou coisas de onde deriva a prova, podendo ser pessoal ou legal; FALSO j) Prova testemunhal é considerada uma prova real; k) Quanto a maneira que a prova se apresenta em juízo, ela pode ser documental, material e testemunhal; l) Em relação a forma da prova, documento é o papel escrito que traz em si a declaração da existência (ou não) de um ato ou de um fato; j) Prova testemunhal é considerada uma prova real; FALSO k) Quanto a maneira que a prova se apresenta em juízo, ela pode ser documental, material e testemunhal; VERDADEIRO l) Em relação a forma da prova, documento é o papel escrito que traz em si a declaração da existência (ou não) de um ato ou de um fato; VERDADEIRO Continuando... FONTE DE PROVA: A expressão fonte de prova é utilizada para designar as pessoas ou coisas das quais se consegue a prova, daí resultando a classificação em fontes pessoais (ofendido, peritos, acusado, testemunhas) e fontes reais (documentos, em sentido amplo) Derivam do fato delituoso em si, independentemente da existência do processo, ou seja, são anteriores a ele, sendo que sua introdução no feito se dá através dos meios de prova. MEIOS DE PROVA: São os instrumentos através dos quais as fontes de prova são introduzidas no processo. Dizem respeito, portanto, a uma atividade endoprocessual que se desenvolve perante o juiz, com o conhecimento e a participação das partes, cujo objetivo precípuo é a fixação de dados probatórios no processo. MEIOS DE PROVA: Existem meio de prova lícitos ou ilícitos. Somente os primeiros podem ser admitidos pelo magistrado, dispondo o art. 157 do CPP que são inadmissíveis as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais, devendo ser desentranhadas dos autos do processo. CPP - Art. 157 São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. Alguns exemplos de provas ilícitas: Confissões obtidas mediante coação física ou psicológica... Interceptação telefônica não autorizada... Violação de correspondência... Quando alguém para provar sua inocência, vai até a residência da outra parte e, sem autorização, obtém um vídeo que incrimine aquela... E conversa no APP WHATSAPP??? MEIOS DE PROVA: O professor Guilherme de Souza Nucci, pontua: “os meios ilícitos abrangem não somente os que forem expressamente proibidos por lei, mas também os imorais, antiéticos, atentatórios à dignidade e à liberdade da pessoa humana e aos bons costumes, bem como os contrários aos princípios gerais de direito.” MEIOS DE OBTENÇÃO DE PROVA: Meios de obtenção de prova ou meios de investigação da prova (distinção feita pela doutrina moderna) referem-se a certos procedimentos, em regra, extraprocessuais, regulados por lei, com o objetivo de conseguir provas materiais, e que podem ser realizados por outros funcionários que não o juiz, por exemplo: por agentes policiais. MEIOS DE OBTENÇÃO DE PROVA: Alguns exemplos de meios de obtenção de provas são: No CPP: busca e a apreensão; Lei 9.296/1996: interceptação das comunicações telefônicas; Lei 12.850/2013: interceptação ambiental. Uma característica dos meios de obtenção de prova apontada pela doutrina é o seu caráter de surpresa. OBJETO DA PROVA: Objeto da prova é toda circunstância, fato ou alegação referente ao litígio sobre os quais pesa incerteza, e que precisam ser demonstrados perante o juiz para o deslinde da causa. São, portanto, fatos capazes de influir na decisão do processo, na responsabilidade penal e na fixação da pena ou medida de segurança, necessitando, por essa razão, de adequada comprovação em juízo. CLASSIFICAÇÃO DAS PROVAS: Quanto ao objeto: • Direta: quando, por si, demonstra um fato, ou seja, refere-se diretamente ao fato probando; Refere-se ao fato principal e ocorre de forma direta como no caso da testemunha visual do delito. • Indireta: quando alcança o fato principal por meio de um raciocínio lógico- dedutivo, levando-se em consideração outros fatos de natureza secundária, porém relacionados com o primeiro, como, por exemplo, no caso de um álibi. Chega-se ao fato principal através do raciocínio, da lógica ou da dedução; Testemunha que presencia o suspeito sujo de sangue deixando o local onde ocorreu crime de homicídio. CLASSIFICAÇÃO DAS PROVAS: Quanto ao seu efeito ou valor: • Plena: prova convincente ou necessária para a formação de um juízo de certeza no julgador, por exemplo, a exigida para a condenação; quando a prova não se mostrar inverossímil, prevalecerá o princípio do in dubio pro reo; •Não plena ou indiciária: prova que traz consigo um juízo de mera probabilidade, vigorando nas fases processuais em que não se exige um juízo de certeza, como na sentença de pronúncia, em que vigora o princípio do in dubio pro societate; CLASSIFICAÇÃO DAS PROVAS: Quanto ao sujeito ou causa: • Real: são as provas consistentes em uma coisa externa e distinta da pessoa, e que atestam dada afirmação (ex.: o lugar, o cadáver, a arma etc.); • Pessoal: são aquelas que encontram a sua origem na pessoa humana, consistente em afirmações pessoais e conscientes, como as realizadas por declaração ou narração do que se sabe (o interrogatório, os depoimentos, as conclusões periciais). CLASSIFICAÇÃO DAS PROVAS: Quanto a forma ou aparência: •Testemunhal: resultante do depoimento prestado por sujeito estranho ao processo sobre fatos de seu conhecimento pertinentes ao litígio; •Documental: produzida por meio de documentos; •Material: obtida por meio químico, físico ou biológico (ex.: exames, vistorias, corpo de delito etc.). PRINCÍPIOS GERAIS DAS PROVAS: Princípio da autorresponsabilidade das partes: as partes assumem as consequências de sua inatividade, erro ou atos intencionais Princípio da audiência contraditória: toda prova admite a contraprova, não sendo admissível a produção de uma delas sem o conhecimento da outra parte. PRINCÍPIOS GERAIS DAS PROVAS: Princípio da aquisição ou comunhão da prova: isto é, no campo penal, não há prova pertencente a uma das partes; as provas produzidas servem a ambos os litigantes e ao interesse da justiça. As provas, na realidade, pertencem ao processo, até porque são destinadas à formação da convicção do órgão julgador. Princípio da concentração: como consequência do princípio da oralidade, busca-se concentrar toda a produção da prova na audiência. PRINCÍPIOS GERAIS DAS PROVAS: Princípio da publicidade: os atos judiciais (e, portanto, a produção de provas) são públicos, admitindo-se somente como exceção o segredo de justiça. Princípio do livre convencimento motivado: as provas não são valoradas previamente pela legislação; logo, o julgador tem liberdade de apreciação, limitado apenas aos fatos e circunstâncias constantes nos autos. PRINCÍPIOS GERAIS DAS PROVAS: Princípio da oralidade: deve haver a predominância da palavra falada (depoimentos, debates, alegações); os depoimentos são orais, não podendo haver a substituição por outros meios, como as declarações particulares. PRINCÍPIOS GERAIS DAS PROVAS: Princípio do Favor Rei: Todos são iguais perante a lei, que não pode estabelecer distinções ou discriminações entre sujeitos iguais. No entanto, a realidade demonstra, que esta igualdade não existe, notadamente em sede processual penal. Afinal, de um lado geralmente está o MP, titular da ação penal pública, com todo seu poder e aparato oficial, auxiliado,via de regra, pela Polícia Judiciária, que municia o dominus litis com os elementos de informação necessários ao oferecimento da denúncia. PRINCÍPIOS GERAIS DAS PROVAS: Do outro lado coloca-se o acusado, num plano de inferioridade. Não basta uma mera igualdade formal. Há de ser buscada uma igualdade substancial por meio de mecanismos processuais capazes de reequilibrar tamanha desigualdade, permitindo que o acusado possa se defender em paridade substancial de armas com a acusação. São exemplos: recursos privativos da defesa, como os embargos infringentes; regra de interpretação da prova do in dubio pro reo; absolvição por falta de provas; proibição da reformatio in pejus; revisão criminal exclusivamente pro reo, etc. DAS PROVAS EM ESPÉCIE Exame de Corpor de Delito: Corpo de delito é o conjunto de vestígios materiais ou sensíveis deixados pela infração penal. A palavra corpo não significa necessariamente o corpo de uma pessoa. Significa sim o conjunto de vestígios sensíveis que o delito deixa para trás, estando seu conceito ligado à própria materialidade do crime. O exame de corpo de delito é a verificação da prova da existência do crime, feita por peritos, diretamente, ou por intermédio de outras evidências, quando os vestígios, ainda que materiais, desapareceram. DAS PROVAS EM ESPÉCIE Vestígio: Vestígio é o rastro, a pista ou o indício deixado por algo ou alguém. Há delitos que deixam sinais aparentes da sua prática, como ocorre com o homicídio, uma vez que se pode visualizar o cadáver. Outros delitos não os deixam, tal como ocorre com o crime de ameaça, quando feita oralmente. Art. 158 do CPP: Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. DAS PROVAS EM ESPÉCIE Perícia: É o exame de algo ou de alguém realizado por especialistas em determinados assuntos, podendo fazer afirmações ou extrair conclusões pertinentes ao processo penal. Trata-se de um meio de prova. Ocorrendo uma infração penal que deixa vestígios materiais, deve a autoridade policial, tão logo tenha conhecimento da sua prática, determinar a realização do exame de corpo de delito (art. 6.º, VII, CPP), que é essencialmente prova pericial. Não sendo feito, nessa fase, pode ser ordenado pelo juiz (art. 156, II, CPP). DAS PROVAS EM ESPÉCIE Cadeia de Custódia: A reforma inserida pela Lei 13.964/2019 trouxe novas regras para a captação, conservação e descarte de vestígios materiais do crime. Criou a denominada cadeia de custódia, definindo-a como “o conjunto de todos os procedimentos utilizados para manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte” (art. 158-A, caput, CPP). DAS PROVAS EM ESPÉCIE Cadeia de Custódia: O policial que tomar conhecimento de um elemento fundamental para a apuração do crime fica responsável pela sua preservação, portanto, não é somente o delegado. O art. 158-B do CPP demonstra a cadeia de custódia, demonstrando cada etapa a ser seguida, quais sejam: reconhecimento, isolamento, fixação, coleta, acondicionamento, transporte, recebimento, processamento, armazenamento e o descarte. DAS PROVAS EM ESPÉCIE Interrogatório: Denomina-se interrogatório judicial o ato processual que confere oportunidade ao acusado de se dirigir diretamente ao juiz, apresentando a sua versão defensiva aos fatos que lhe foram imputados pela acusação, podendo, inclusive, indicar meios de prova, bem como confessar, se entender cabível, ou mesmo permanecer em silêncio, fornecendo apenas dados de qualificação. A partir da edição da Lei 10.792/2003, torna-se indispensável que o interrogatório seja acompanhado por defensor, constituído ou dativo. DAS PROVAS EM ESPÉCIE Confissão: Confessar, no âmbito do processo penal, é admitir contra si, por quem seja suspeito ou acusado de um crime, tendo pleno discernimento, voluntária, expressa e pessoalmente, diante da autoridade competente, em ato solene e público, reduzido a termo, a prática de algum fato criminoso. DAS PROVAS EM ESPÉCIE Confissão: A confissão judicial, porque produzida diante de magistrado, após a citação, sob o manto protetor da ampla defesa, que deve efetivamente ser assegurada ao réu antes do interrogatório, é meio de prova direto. Ainda assim, precisa ser confrontada com outras provas e por elas confirmada, embora possua maior força do que a confissão-indício feita, em regra, na polícia. Enfim, a confissão jamais possui um caráter absoluto, devendo ser analisada no contexto do conjunto probatório. DAS PROVAS EM ESPÉCIE Prova testemunhal: Em linhas gerais, testemunha é toda pessoa, estranha ao feito e equidistante das partes, chamada ao processo para falar sobre fatos perceptíveis a seus sentidos e relativos ao objeto do litígio. É a pessoa idônea, diferente das partes, capaz de depor, convocada pelo juiz, por iniciativa própria ou a pedido das partes, para depor em juízo sobre fatos sabidos e concernentes à causa. DAS PROVAS EM ESPÉCIE Prova testemunhal: Como regra geral, as pessoas têm o dever de testemunhar (vide arts. 342 do CP e 206 do CPP). Se, intimada, a testemunha não comparece sem justificável motivo, o art. 218 autoriza a sua condução coercitiva por determinação do juiz, a par de sujeitar- se a um processo-crime por desobediência. DAS PROVAS EM ESPÉCIE Prova testemunhal: Estão dispensados de depor: o cônjuge, o ascendente, o descendente ou o irmão, e os afins em linha reta do acusado (Art. 206 CPP). Como é dispensa, se o depoente quiser, poderá prestar o depoimento. Quando não for possível, por outro meio, obter-se a prova, a testemunha nesses casos estará obrigada a depor. Contudo, seja por vontade ou por dever, não se lhe dará compromisso. Denominam-se tais testemunhas de declarantes. DAS PROVAS EM ESPÉCIE Prova testemunhal: Também não se defere o compromisso aos “doentes e deficientes mentais e aos menores de l4 anos” (CPP, art. 208). São considerados informantes do juízo. DAS PROVAS EM ESPÉCIE Prova testemunhal: Art. 207 CPP: São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho. DAS PROVAS EM ESPÉCIE Prova testemunhal: Os deputados e senadores também não estão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou delas receberam informações (art. 53, § 6º, da CF em regra extensível aos deputados estaduais, se assim dispuser a Carta Estadual). Também não podem depor como testemunha o membro do MP e o juiz que oficiaram no inquérito policial ou na própria ação penal. DAS PROVAS EM ESPÉCIE Prova testemunhal: Testemunha inidônea, defeituosa ou suspeita: é aquela que, por motivos psíquicos ou morais, não pode ou não quer dizer a verdade. Testemunha incapaz: é aquela que, por condições pessoais e fundada na ordem pública, está proibida de depor. DAS PROVAS EM ESPÉCIE Prova testemunhal – Testemunho de policiais Há três correntes doutrinárias: 1. São suspeitos, porque participaram da investigação; logo, não tem validade alguma; 2. Não é possível a afirmação de suspeita, pela mera condição funcional; ademais, os policiais, por serem agentes públicos, também gozam da presunção de legitimidade, atributo dos atos praticados pela Administração Pública; 3. Tem valor relativo, dado o interesse quanto à diligência que realizou. DAS PROVAS EM ESPÉCIE Prova testemunhal – O ofendido O ofendido: É o sujeito passivo da infração. Na nossa legislação, ofendido não é testemunha. Contudo, embora não prestando o compromisso de dizer a verdade, ao falseá-la, não pratica o crimede falso testemunho, podendo responder, porém, por denunciação caluniosa se der causa a investigação policial ou processo judicial, imputando a alguém crime de que o sabe inocente. DAS PROVAS EM ESPÉCIE Prova testemunhal – Falso testemunho Se o juiz, ao prolatar a sentença final, reconhecer que alguma testemunha fez afirmação falsa, calou ou negou a verdade, determina o art. 211, caput, do CPP que seja encaminhada uma cópia do depoimento à polícia para instauração de inquérito. O reconhecimento da falsidade é, portanto, feito na sentença pelo magistrado. Se o depoimento falso for prestado em plenário de julgamento, o juiz, no caso de proferir a sentença em audiência, desde que reconheça a falsidade, poderá apresentar a testemunha à autoridade policial (CPP, art. 211, parágrafo único). DAS PROVAS EM ESPÉCIE Reconhecimento de pessoas e coisas Trata-se de meio de prova por meio do qual alguém identifica uma pessoa ou coisa que lhe é mostrada com pessoa ou coisa que já havia visto, ou que já conhecia, em ato processual praticado perante a autoridade policial ou judiciária, segundo o procedimento previsto em lei. DAS PROVAS EM ESPÉCIE Reconhecimento de pessoas e coisas Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento de pessoa, proceder-se-á pela seguinte forma: I - a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a descrever a pessoa que deva ser reconhecida; Il - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada, se possível, ao lado de outras que com ela tiverem qualquer semelhança, convidando-se quem tiver de fazer o reconhecimento a apontá-la; DAS PROVAS EM ESPÉCIE Reconhecimento de pessoas e coisas III - se houver razão para recear que a pessoa chamada para o reconhecimento, por efeito de intimidação ou outra influência, não diga a verdade em face da pessoa que deve ser reconhecida, a autoridade providenciará para que esta não veja aquela; IV - do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela pessoa chamada para proceder ao reconhecimento e por duas testemunhas presenciais. DAS PROVAS EM ESPÉCIE Acareação Nas lições de Renato Brasileiro, acareação é, o ato processual consistente na confrontação das declarações de dois ou mais acusados, testemunhas ou ofendidos, já ouvidos, e destinado a obter o convencimento do juiz sobre a verdade de algum fato em que as declarações dessas pessoas forem divergentes. A acareação pode ser realizada tanto na fase investigatória (CPP, art. 6º, inciso VI) como no curso da instrução criminal, nada impedindo que as partes requeiram a prática do ato. DAS PROVAS EM ESPÉCIE Acareação CPP Art. 229. A acareação será admitida entre acusados, entre acusado e testemunha, entre testemunhas, entre acusado ou testemunha e a pessoa ofendida, e entre as pessoas ofendidas, sempre que divergirem, em suas declarações, sobre fatos ou circunstâncias relevantes. Parágrafo único. Os acareados serão reperguntados, para que expliquem os pontos de divergências, reduzindo-se a termo o ato de acareação. DAS PROVAS EM ESPÉCIE Prova documental Consideram-se documentos “quaisquer escritos, instrumentos ou papéis, públicos ou particulares” (CPP, art. 232). Documento é a coisa que representa um fato, destinada a fixá-lo de modo permanente e idôneo, reproduzindo-o em juízo. Atualmente, há um conceito mais amplo, segundo o qual os documentos compreendem não só os escritos, mas também qualquer forma corporificada de expressão do sentimento ou pensamento humano, tais como a fotografia, a filmagem, a gravação, a pintura, o desenho, o e-mail etc. Questões Assinale VERDADEIRO ou FALSO: A) Fonte de prova é utilizada para designar as pessoas ou coisas das quais se consegue a prova. A) Meios de prova são os instrumentos através dos quais as fontes de prova são introduzidas no processo. A) Meio de prova diz respeito a uma atividade endoprocessual que se desenvolve perante o juiz, sem o conhecimento e a participação das partes, cujo objetivo precípuo é a fixação de dados probatórios no processo. Assinale VERDADEIRO ou FALSO: A) Fonte de prova é utilizada para designar as pessoas ou coisas das quais se consegue a prova. VERDADEIRO A) Meios de prova são os instrumentos através dos quais as fontes de prova são introduzidas no processo. VERDADEIRO A) Meio de prova diz respeito a uma atividade endoprocessual que se desenvolve perante o juiz, sem o conhecimento e a participação das partes, cujo objetivo precípuo é a fixação de dados probatórios no processo. FALSO D) Existem meio de prova lícitos ou ilícitos. E) Provas ilícitas são admissíveis nos autos. F) Interceptação telefônica não autorizada por juíz é aceita nos autos, pois o mais importante é provar o que se diz perante o juízo. D) Existem meio de prova lícitos ou ilícitos. VERDADEIRO E) Provas ilícitas são admissíveis nos autos. FALSO F) Interceptação telefônica não autorizada por juíz é aceita nos autos, pois o mais importante é provar o que se diz perante o juízo. FALSO G) Conversa em aplicativo de Whatsapp é aceita em processo quando uma das partes for o interlocutor. H)Alguns exemplos de obtenção de provas são busca e apreensão e interceptação telefônica. I) Uma característica dos meios de obtenção de prova apontada pela doutrina é não ser caráter de surpresa. J) Objeto da prova é toda circunstância, fato ou alegação referente ao litígio sobre os quais pesa incerteza, e que precisam ser demonstrados perante o juiz para o deslinde da causa. G) Conversa em aplicativo de Whatsapp é aceita em processo quando uma das partes for o interlocutor. VERDADEIRO H) Alguns exemplos de obtenção de provas são busca e apreensão e interceptação telefônica. VERDADEIRO I) Uma característica dos meios de obtenção de prova apontada pela doutrina é não ser caráter de surpresa. FALSO J) Objeto da prova é toda circunstância, fato ou alegação referente ao litígio sobre os quais pesa incerteza, e que precisam ser demonstrados perante o juiz para o deslinde da causa. VERDADEIRO K) Quanto a classificação das provas, no que diz respeito ao objeto, direta é a prova que por si só demonstra um fato, ou seja, refere-se diretamente ao fato probando; L) Quanto a classificação das provas, no que diz respeito ao objeto, indireta é quando alcança o fato principal por meio de um raciocínio lógico- dedutivo. M) Quanto a classificação das provas, no que diz respeito ao sujeito ou causa, prova real são aquelas que encontram a sua origem na pessoa humana, consistente em afirmações pessoais e conscientes, como as realizadas por declaração ou narração do que se sabe (o interrogatório, os depoimentos, as conclusões periciais). K) Quanto a classificação das provas, no que diz respeito ao objeto, direta é a prova que por si só demonstra um fato, ou seja, refere-se diretamente ao fato probando; VERDADEIRO L) Quanto a classificação das provas, no que diz respeito ao objeto, indireta é quando alcança o fato principal por meio de um raciocínio lógico- dedutivo. VERDADEIRO M) Quanto a classificação das provas, no que diz respeito ao sujeito ou causa, prova real são aquelas que encontram a sua origem na pessoa humana, consistente em afirmações pessoais e conscientes, como as realizadas por declaração ou narração do que se sabe (o interrogatório, os depoimentos, as conclusões periciais). FALSO N) Quanto a classificação das provas, no que diz respeito ao sujeito ou causa, prova pessoal são as provas consistentes em uma coisa externa e distinta da pessoa, e que atestam dada afirmação (ex.: o lugar, o cadáver, a arma etc.). O) Quanto a classificação das provas, no que diz respeito a forma ou aparência, prova testemunhal éresultante do depoimento prestado por sujeito estranho ao processo sobre fatos de seu conhecimento pertinentes ao litígio. P) Quanto a classificação das provas, no que diz respeito a forma ou aparência,prova documental é obtida por meio químico, físico ou biológico (ex.: exames, vistorias, corpo de delito etc.). N) Quanto a classificação das provas, no que diz respeito ao sujeito ou causa, prova pessoal são as provas consistentes em uma coisa externa e distinta da pessoa, e que atestam dada afirmação (ex.: o lugar, o cadáver, a arma etc.). FALSO O) Quanto a classificação das provas, no que diz respeito a forma ou aparência, prova testemunhal éresultante do depoimento prestado por sujeito estranho ao processo sobre fatos de seu conhecimento pertinentes ao litígio. VERDADEIRO P) Quanto a classificação das provas, no que diz respeito a forma ou aparência, prova documental é obtida por meio químico, físico ou biológico (ex.: exames, vistorias, corpo de delito etc.). FALSO Q) Quanto a classificação das provas, no que diz respeito a forma ou aparência, prova material é produzida por meio de documentos. R) Em relação ao princípio da autorresponsabilidade das partes: as partes assumem as consequências de sua inatividade, erro ou atos intencionais. S) Em relação ao princípio da publicidade: os atos judiciais (e, portanto, a produção de provas) são públicos, admitindo-se somente como exceção o segredo de justiça. Q) Quanto a classificação das provas, no que diz respeito a forma ou aparência, prova material é produzida por meio de documentos. FALSO R) Em relação ao princípio da autorresponsabilidade das partes: as partes assumem as consequências de sua inatividade, erro ou atos intencionais. VERDADEIRO S) Em relação ao princípio da publicidade: os atos judiciais (e, portanto, a produção de provas) são públicos, admitindo-se somente como exceção o segredo de justiça. VERDADEIRO T) Em relação as provas em espécie, A palavra corpo de delito significa o corpo de uma pessoa. U) Vestígio é o rastro, a pista ou o indício deixado por algo ou alguém. V) Perícia é o exame de algo ou de alguém realizado por especialistas em determinados assuntos, podendo fazer afirmações ou extrair conclusões pertinentes ao processo penal. T) Em relação as provas em espécie, a palavra corpo de delito significa o corpo de uma pessoa. FALSO U) Vestígio é o rastro, a pista ou o indício deixado por algo ou alguém. VERDADEIRO V) Perícia é o exame de algo ou de alguém realizado por especialistas em determinados assuntos, podendo fazer afirmações ou extrair conclusões pertinentes ao processo penal. VERDADEIRO W) Prova testemunhal: em linhas gerais, testemunha é toda pessoa, estranha ao feito e equidistante das partes, chamada ao processo para falar sobre fatos perceptíveis a seus sentidos e relativos ao objeto do litígio. X) Estão dispensados de depor: o cônjuge, o ascendente, o descendente ou o irmão, e os afins em linha reta do acusado. Y) O ofendido pode ser testemunha do processo que aprticipa Z) Reconhecimento de pessoas e coisas: trata-se de meio de prova por meio do qual alguém identifica uma pessoa ou coisa que lhe é mostrada com pessoa ou coisa que já havia visto, ou que já conhecia, em ato processual praticado perante a autoridade policial ou judiciária, segundo o procedimento previsto em lei. W) Prova testemunhal: em linhas gerais, testemunha é toda pessoa, estranha ao feito e equidistante das partes, chamada ao processo para falar sobre fatos perceptíveis a seus sentidos e relativos ao objeto do litígio. VERDADEIRO X) Estão dispensados de depor: o cônjuge, o ascendente, o descendente ou o irmão, e os afins em linha reta do acusado. VERDADEIRO Y) O ofendido pode ser testemunha do processo que aprticipa. FALSO Z) Reconhecimento de pessoas e coisas: trata-se de meio de prova por meio do qual alguém identifica uma pessoa ou coisa que lhe é mostrada com pessoa ou coisa que já havia visto, ou que já conhecia, em ato processual praticado perante a autoridade policial ou judiciária, segundo o procedimento previsto em lei. VERDADEIRO Continuando... TIPOS DE PROVA Provas cautelares São aquelas produzidas, como o próprio nome sugere, de modo acautelatório, evitando se o perecimento, quando há urgência (periculum) incompatível com a normal espera da sua produção no momento oportuno (instrução criminal). Verifica-se um risco de perda da prova em razão do decurso do tempo e é justamente esse risco que autoriza um contraditório que a doutrina chama de diferido, postergado ou adiado. A prova cautelar é produzida, normalmente, inaudita altera pars. Um exemplo é a busca e apreensão. TIPOS DE PROVA Provas não repetíveis São aquelas que uma vez produzida, por sua própria natureza, não permitem a reprodução ou a repetição. A fonte de prova desaparece, perece ou se destrói (normalmente pelo decurso do tempo) e isso inviabiliza que a prova seja refeita num segundo momento. Ex: exame de lesão corporal. TIPOS DE PROVA Provas antecipadas São aquelas produzidas antes do momento destinado à instrução processual. Podem ser feitas: preventivamente, como simples medida assecuratória de um direito, objetivando preveni-lo de consequências futuras; cautelarmente, como providência preparatória, quando se demonstrar o perigo do desaparecimento da evidência, em face da demora natural do processo principal; e, finalmente, como medida cautelar incidental a uma ação já em andamento, mas que ainda não atingiu a fase instrutória. TIPOS DE PROVA Prova emprestada É a prova transportada de um processo para outro, por meio de certidão extraída daquele. Embora atenda aos reclamos da economia processual, deve ser encarada com reserva pelo juiz, pois não foi produzida sob o crivo do contraditório do processo que a tomou por empréstimo. TIPOS DE PROVA Prova emprestada Só se pode considerar como prova emprestada, portanto, aquela que foi produzida, no primeiro processo, perante aquele que terá que se sujeitar a seus efeitos no segundo, com a possibilidade de ter contado, naquele, com todos os meios possíveis de contrariá-la. TIPOS DE PROVA Prova proibida O art. 5º, LVI, da CF dispõe que: “são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos”. Prova vedada ou proibida é a produzida por meios ilícitos, em contrariedade a uma norma legal específica. A prova vedada comporta duas espécies: prova ilegítima e prova ilícita. Art. 157 do CPP: São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. TIPOS DE PROVA Prova ilegítima São obtidas com desrespeito ao direito processual. Assim, será considerada prova ilegítima: o documento exibido em plenário do Júri, que não tenha sido juntado com três dias de antecedência, em desobediência ao disposto no art. 479, caput (CPP). TIPOS DE PROVA Prova ilícita Quando a prova for vedada, em virtude de ter sido produzida com afronta a normas de direito material, será chamada de ilícita. Desse modo, serão ilícitas todas as provas produzidas mediante a prática de crime ou contravenção, as que violem normas de Direito Civil, Comercial ou Administrativo, bem como aquelas que afrontem princípios constitucionais. TIPOS DE PROVA Prova ilícita Assim, por exemplo, uma confissão obtida com emprego de tortura (Lei n. 9.455/97), uma apreensão de documento realizada mediante violação de domicílio (CP, art. 150), a captação de uma conversa por meio do crime de interceptação telefônica (Lei n. 9.296/96, art. 10) e assim por diante. TIPOS DE PROVA Provas ilícitas por derivação e a teoria dos “Frutos da árvore envenenada” A doutrina e a jurisprudência, em regra, tendem também a repelir as chamadas provas ilícitas por derivação, que são aquelas em si mesmas lícitas, mas produzidas a partir de outra ilegalmente obtida. É o caso da confissão extorquida mediante tortura, que venha a fornecer informações corretas a respeito do lugar onde se encontra o produto do crime, propiciando a sua regular apreensão. TIPOS DE PROVA Provasilícitas por derivação e a teoria dos “Frutos da árvore envenenada” Essa categoria de provas ilícitas foi reconhecida pela Suprema Corte dos EUA, com base na teoria dos “frutos da árvore envenenada”, segundo a qual o vício da planta se transmite a todos os seus frutos. TIPOS DE PROVA Provas ilícitas por derivação e a teoria dos “Frutos da árvore envenenada” No Brasil o CPP expressamente descreve: Art. 157 § 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. § 2o Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. BUSCA E APREENSÃO Apesar de comumente citadas como se fossem uma coisa só, a busca não se confunde com a apreensão. A busca consiste na diligência cujo objetivo é o de encontrar objetos ou pessoas. A apreensão deve ser tida como medida de constrição, colocando sob custódia determinado objeto ou pessoa. BUSCA E APREENSÃO Conquanto a busca e apreensão estejam inseridas no Código de Processo Penal como meio de prova (Capítulo XI do Título VII), sua verdadeira natureza jurídica é de meio de obtenção de prova. Isso porque consiste em um procedimento (em regra, extraprocessual) regulado por lei, com o objetivo de conseguir provas materiais, e que pode ser realizado por outros funcionários que não o juiz, via de regra pela polícia. ** não é consenso na doutrina se a busca e apreensão é: meio de obtenção de prova; meio de prova; medida cautelar. BUSCA E APREENSÃO O CPP faz a distinção entre busca pessoal e busca domiciliar Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal. § 1o Proceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas razões a autorizarem, para: a) prender criminosos; b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos; c) apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos; d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de crime ou destinados a fim delituoso; BUSCA E APREENSÃO O CPP faz a distinção entre busca pessoal e busca domiciliar f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder, quando haja suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à elucidação do fato; g) apreender pessoas vítimas de crimes; h) colher qualquer elemento de convicção. BUSCA E APREENSÃO Em relação à busca domiciliar, em virtude do direito fundamental à inviolabilidade de domicílio previsto na CF em seu art. 5º, XI, somente será admitida com a expedição do competente mandado pela autoridade judiciária. BUSCA E APREENSÃO Art. 243. O mandado de busca deverá: I - indicar, o mais precisamente possível, a casa em que será realizada a diligência e o nome do respectivo proprietário ou morador; ou, no caso de busca pessoal, o nome da pessoa que terá de sofrê-la ou os sinais que a identifiquem; II - mencionar o motivo e os fins da diligência; III - ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade que o fizer expedir. 1o Se houver ordem de prisão, constará do próprio texto do mandado de busca. § 2o Não será permitida a apreensão de documento em poder do defensor do acusado, salvo quando constituir elemento do corpo de delito. BUSCA E APREENSÃO Busca domiciliar Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o morador consentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os executores mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a porta. § 1º Se a própria autoridade der a busca, declarará previamente sua qualidade e o objeto da diligência. § 2º Em caso de desobediência, será arrombada a porta e forçada a entrada BUSCA E APREENSÃO § 3º Recalcitrando o morador, será permitido o emprego de força contra coisas existentes no interior da casa, para o descobrimento do que se procura; § 4º Observar-se-á o disposto nos §§ 2º e 3º, quando ausentes os moradores, devendo, neste caso, ser intimado a assistir à diligência qualquer vizinho, se houver e estiver presente; § 5º Se é determinada a pessoa ou coisa que se vai procurar, o morador será intimado a mostra-la; § 6º Descoberta a pessoa ou coisa que se procura, será imediatamente apreendida e posta sob custódia da autoridade ou de seus agentes. § 7º Finda a diligência, os executores lavrarão auto circunstanciado, assinando-o com duas testemunhas presenciais, sem prejuízo do disposto no § 4º. BUSCA E APREENSÃO Busca pessoal A busca pessoal independerá de mandado judicial quando realizada sobre o indivíduo que está sendo preso e quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja de posse de armas proibidas ou objetos que constituam corpo de delito. Ou, ainda, se já há mandado expedido para busca domiciliar (art. 244 do CPP). Art. 240 § 2o Proceder-se-á à busca pessoal quando houver fundada suspeita de que alguém oculte consigo arma proibida ou objetos mencionados nas letras b a f e letra h do parágrafo anterior. BUSCA E APREENSÃO Busca pessoal CPP Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de delito, ou quando a medida for determinada no curso de busca domiciliar. BUSCA E APREENSÃO Busca pessoal Na dicção do Supremo Tribunal Federal, “a fundada suspeita prevista no art. 244 do CPP não pode fundar-se em parâmetros unicamente subjetivos, exigindo elementos concretos que indiquem a necessidade da revista, em face do constrangimento que causa. Ausência, no caso, de elementos dessa natureza, que não se pode ter por configurados na alegação de que trajava, o paciente, um ‘blusão’ suscetível de esconder uma arma, sob risco de referendo a condutas arbitrárias ofensivas a direitos e garantias individuais e caracterizadoras de abuso de poder” BUSCA E APREENSÃO Busca pessoal em mulher Art. 249. A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar retardamento ou prejuízo da diligência. BUSCA E APREENSÃO Busca veicular A busca veicular, via de regra, se equipara à busca pessoal, portanto, independe de mandado judicial, desde que estejam presentes no caso fundadas suspeitas, tal qual se exige da busca pessoal. A mera descrição de “atitude suspeita” não justifica, por si só, a busca pessoal e busca veicular. ***Trailers, cabine de barcos, barracas, motorhomes e afins: Tratando-se de locais destinados à habitação, ainda que provisória, da pessoa, deverão receber idêntico tratamento conferido à busca na casa propriamente dita. Questões Assinale a opção correta a respeito da prova no processo penal. A) A respeito dos sistemas de avaliação de provas no processo penal o Brasil adotou como regra geral o sistema do livre convencimento motivado. B) Na falta do exame de corpo de delito nas infrações que deixarem vestígios, qualquer outro meio legal de prova poderá suprir-lhe a falta. C) O acesso aos dados contidos em aparelho celular apreendido em poder de indivíduo preso em flagrante delito prescinde de mandado judicial. D) Policiais que realizarem prisão em flagrante poderão testemunhar na ação penal contra o réu, mas não poderão ser compromissados a dizer a verdade. Assinale a opção correta a respeito da prova no processo penal. A) A respeito dos sistemas de avaliação de provas no processo penal o Brasil adotou como regra geral o sistema do livre convencimento motivado. B) Na falta do exame de corpo de delito nas infrações que deixarem vestígios, qualquer outro meio legal de prova poderá suprir-lhe a falta. C) O acesso aos dados contidos em aparelho celular apreendidoem poder de indivíduo preso em flagrante delito prescinde de mandado judicial. D) Policiais que realizarem prisão em flagrante poderão testemunhar na ação penal contra o réu, mas não poderão ser compromissados a dizer a verdade. Acerca das disposições do Código de Processo Penal, assinale a alternativa INCORRETA: A)O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida no inquérito policial, podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação. B) A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar retardamento ou prejuízo da diligência. C) Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. D) Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os procedimentos utilizados para manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte. Acerca das disposições do Código de Processo Penal, assinale a alternativa INCORRETA: A)O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida no inquérito policial, podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação. B) A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar retardamento ou prejuízo da diligência. C) Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. D) Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os procedimentos utilizados para manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte. Ano: 2023 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: VUNESP - 2023 - TJ-SP - Oficial de Justiça No que diz respeito ao regramento que o CPP dispensa à busca (CPP, art. 240 a 250), é correto afirmar: A)se, concomitantemente, houver ordem de prisão, constará do próprio texto do mandado de busca. B) não sendo encontrada a coisa procurada, mas havendo fundada suspeita, a diligência pode ser imediatamente realizada em novo endereço, sem necessidade de expedição de novo mandado. C) em nenhuma hipótese será permitida a apreensão de documento em poder do defensor do acusado. D) no caso de prisão, a busca pessoal só é permitida se houver expressa autorização no respectivo mandado. Ano: 2023 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: VUNESP - 2023 - TJ-SP - Oficial de Justiça No que diz respeito ao regramento que o CPP dispensa à busca (CPP, art. 240 a 250), é correto afirmar: A)se, concomitantemente, houver ordem de prisão, constará do próprio texto do mandado de busca. B) não sendo encontrada a coisa procurada, mas havendo fundada suspeita, a diligência pode ser imediatamente realizada em novo endereço, sem necessidade de expedição de novo mandado. C) em nenhuma hipótese será permitida a apreensão de documento em poder do defensor do acusado. D) no caso de prisão, a busca pessoal só é permitida se houver expressa autorização no respectivo mandado. “É o conjunto de vestígios materiais ou sensíveis deixados pela infração penal” De acordo com o que foi debatido em aula o conceito acima se refere a: A)Cadeia de custódia. B) Prova documental. C) Corpo de delito. D) Prova pericial. “É o conjunto de vestígios materiais ou sensíveis deixados pela infração penal” De acordo com o que foi debatido em aula o conceito acima se refere a: A)Cadeia de custódia. B) Prova documental. C) Corpo de delito. D) Prova pericial. Assinale VERDADEIRO ou FALSO: A)Provas não repetíveis: são aquelas que uma vez produzida, por sua própria natureza, não permitem a reprodução ou a repetição. A)Prova emprestada: é a prova transportada de um procedimento para outro, por meio de certidão extraída daquele. A)A prova proibida ou vedada comporta duas espécies: prova ilegítima e prova ilícita. Assinale VERDADEIRO ou FALSO: A)Provas não repetíveis: são aquelas que uma vez produzida, por sua própria natureza, não permitem a reprodução ou a repetição. VERDADEIRO A)Prova emprestada: é a prova transportada de um procedimento para outro, por meio de certidão extraída daquele. FALSO A)A prova proibida ou vedada comporta duas espécies: prova ilegítima e prova ilícita. VERDADEIRO D) São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. E) Busca e apreensão são sinônimas. F) Busca domiciliar não depende de autorização judicial. G) As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o morador consentir que se realizem à noite. D) São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. VERDADEIRO E) Busca e apreensão são sinônimas. FALSO F) Busca domiciliar não depende de autorização judicial. FALSO G) As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o morador consentir que se realizem à noite. VERDADEIRO H) Proceder-se-á à busca pessoal quando houver fundada suspeita. I) A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar retardamento ou prejuízo da diligência. J) Busca veicular: A busca veicular, via de regra, se equipara à busca pessoal, portanto, independe de mandado judicial, desde que estejam presentes no caso fundadas suspeitas, tal qual se exige da busca pessoal. H) Proceder-se-á à busca pessoal quando houver fundada suspeita. VERDADEIRO I) A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar retardamento ou prejuízo da diligência. VERDADEIRO J) Busca veicular: A busca veicular, via de regra, se equipara à busca pessoal, portanto, independe de mandado judicial, desde que estejam presentes no caso fundadas suspeitas, tal qual se exige da busca pessoal. VERDADEIRO CENTRO DE ENSINO, FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE PRAÇAS CEFAP