Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

@ O A B A I V O U E U - X X X V I E X A M E D E O R D E M
S E J A A P R O V A D O C O M O @ O A B A I V O U E U
E S T U D E C O M D I R E Ç Ã O E I N T E L I G Ê N C I A
A S M E L H O R E S D I C A S P A R A S U A A P R O V A Ç Ã O
L I V R O 0 7
DE
 C
ON
TE
ÚD
O
ÍN
D
IC
E
Nós, do OABaivouEU, após o sucesso ABSOLUTO do
"DICAS MATADORAS", nosso material de reta final,
elaboramos o nosso novíssimo material de DICAS
OABENÇOADAS para que você consiga obter o
máximo de resultado durante a sua preparação.
Com ele, você irá, dia após dia e sem enrolação,
aprender de forma prática e direta os conceitos e
institutos dos temas que mais caem na prova da
OAB!
Agora você pode estudar os temas diários propostos
no cronograma diretamente das DICAS
OABENÇOADAS, fato que, com certeza, turbinará o
seu aprendizado e te deixará ainda mais perto da
aprovação!
DIA 4401
20
25
50
DIA 45
DIA 46
DIA 47
 
 
 
1 
 
DICAS OABENÇOADAS 
AS MELHORES DICAS RUMO À APROVAÇÃO NA OAB XXXVI 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
PRIMEIRA DICA DO DIA 44 
1. DA ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
A ordem econômica é um conjunto de regras 
que regulam as atividades econômicas, com o as 
comerciais, industriais, serviços privados e 
públicos. Tais regras tem como fundamento a 
valorização do trabalho humano e a livre 
iniciativa, sendo regidas pelos seguintes 
princípios expressos no art. 170 da CF: 
Art. 170. A ordem econômica, fundada na 
valorização do trabalho humano e na livre 
iniciativa, tem por fim assegurar a todos 
existência digna, conforme os ditames da justiça 
social, observados os seguintes princípios: 
I - Soberania nacional; 
II - Propriedade privada; 
III - função social da propriedade; 
IV - Livre concorrência; 
V - Defesa do consumidor; 
VI - Defesa do meio ambiente, inclusive 
mediante tratamento diferenciado conforme o 
impacto ambiental dos produtos e serviços e de 
seus processos de elaboração e prestação; 
VII - redução das desigualdades regionais e 
sociais; 
VIII - busca do pleno emprego; 
IX - Tratamento favorecido para as empresas 
brasileiras de capital nacional de pequeno porte. 
IX - Tratamento favorecido para as empresas de 
pequeno porte constituídas sob as leis 
brasileiras e que tenham sua sede e 
administração no País 
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre 
exercício de qualquer atividade econômica, 
independentemente de autorização de órgãos 
públicos, salvo nos casos previstos em lei. 
As provas da FGV costumam cobrar muito esses 
princípios em casos práticos, questionando 
sobre qual princípio cabe em determinada 
situação. Além disso costuma muito trocar o 
sentido do inciso VII, do art. 170 da CF. 
O mencionado inciso fala que um dos princípios 
da ordem econômica é a REDUÇÃO das 
desigualdades regionais e sociais. Obviamente, 
para termos uma economia equilibrada e a qual 
seja ideal, a redução de desigualdade é algo de 
suma importância, contudo, sabe-se que a 
ERRADICAÇÃO, a ELIMINAÇÃO da desigualdade 
REGIONAL E SOCIAL é algo, infelizmente 
impraticável. Por isso, se liguem se na 
alternativa vai conter a literalidade da lei, com a 
palavra REDUÇÃO ou se irá vir com as palavras 
ERRADICAÇÃO/ELIMINAÇÃO, pois se vier 
contendo alguma dessas ou outra no mesmo 
sentido de eliminar por completo a 
desigualdade, a alternativa estará incorreta. 
Outro princípio bastante cobrado é o da livre 
concorrência, pois o Estado não pode coibir o 
cidadão impedindo de instalar estabelecimento 
comercial em determinada área, caso esteja 
dentro dos parâmetros exigidos por ele. 
Súmula 49 do STF: Ofende o princípio da livre 
concorrência lei municipal que impede a 
instalação de estabelecimentos comerciais do 
mesmo ramo em determinada área. 
 
 
 
 
2 
 
Além disso, o Estado não irá exercer 
diretamente alguma atividade econômica, não é 
a sua função. Isto só irá acontecer se necessário 
para imperativos da segurança nacional ou a 
relevante interesse coletivo. 
Art.173 da CF: Ressalvados os casos previstos 
nesta Constituição, a exploração direta de 
atividade econômica pelo Estado só será 
permitida quando necessária aos imperativos 
da segurança nacional ou a relevante interesse 
coletivo, conforme definidos em lei. 
Art. 174. Como agente normativo e regulador 
da atividade econômica, o Estado exercerá, na 
forma da lei, as funções de fiscalização, 
incentivo e planejamento, sendo este 
determinante para o setor público e indicativo 
para o setor privado. 
PRESTE ATENÇÃO: Como agente normativo e 
fiscalizador o Estado exercer essas funções 
sendo DETERMINANTE PARA O SETOR PÚBLICO 
E INDICATIVO PARA O SETOR PRIVADO (AS 
PROVAS SEMPRE TROCAM ISSO, FALAM QUE É 
DETERMINANTE PARA O SETOR PRIVADO E 
INDICATIVO PARA O SETOR PÚBLICO). 
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da 
lei, diretamente ou sob regime de concessão ou 
permissão, sempre através de licitação, a 
prestação de serviços públicos. 
Parágrafo único. A lei disporá sobre: 
I - O regime das empresas concessionárias e 
permissionárias de serviços públicos, o caráter 
especial de seu contrato e de sua prorrogação, 
bem como as condições de caducidade, 
fiscalização e rescisão da concessão ou 
permissão; 
II - Os direitos dos usuários; 
III - política tarifária; 
IV - A obrigação de manter serviço adequado. 
DECORE ESSE ARTIGO 176, POIS SEMPRE CAI! 
Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais 
recursos minerais e os potenciais de energia 
hidráulica constituem propriedade distinta da 
do solo, para efeito de exploração ou 
aproveitamento, e pertencem à União, 
garantida ao concessionário a propriedade do 
produto da lavra. 
§ 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e 
o aproveitamento dos potenciais a que se 
refere o "caput" deste artigo somente poderão 
ser efetuados mediante autorização ou 
concessão da União, no interesse nacional, por 
brasileiros ou empresa constituída sob as leis 
brasileiras e que tenha sua sede e 
administração no País, na forma da lei, que 
estabelecerá as condições específicas quando 
essas atividades se desenvolverem em faixa de 
fronteira ou terras indígenas. 
§ 2º É assegurada participação ao proprietário 
do solo nos resultados da lavra, na forma e no 
valor que dispuser a lei. (O que isso quer dizer? 
Vamos supor que as lavras se encontrem na 
propriedade de João, para que essas lavras 
sejam exploradas não é João que tem que 
autorizar, mas a União, por meio de 
autorização ou concessão a brasileiros ou 
empresas constituídas pro leis brasileiras, 
contudo, mesmo a União sendo a única quem 
possa autorizar tal atividade, os resultados dela 
serão assegurados ao proprietário, na parte 
que ele dispuser) 
§ 3º A autorização de pesquisa será sempre por 
prazo determinado, e as autorizações e 
concessões previstas neste artigo não poderão 
ser cedidas ou transferidas, total ou 
parcialmente, sem prévia anuência do poder 
concedente. (Logo, se a união concedeu a 
autorização para uma empresa X, não poderá 
essa empresa X transferir para empresa Y essa 
concessão sem a autorização da União). 
§ 4º Não dependerá de autorização ou 
concessão o aproveitamento do potencial de 
energia renovável de capacidade reduzida 
A regra na atividade econômica brasileira é a 
livre concorrência e não o monopólio, que é a 
 
 
 
3 
 
exploração e o exercício de determinada 
atividade somente por determinado ente. 
Contudo, o art. 177 da CF traz em um rol 
EXAUSTIVO o monopólio de algumas atividades 
pertencente a união. 
Art. 177. Constituem monopólio da União: 
I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e 
gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos 
II - a refinação do petróleo nacional ou 
estrangeiro; 
III - a importação e exportação dos produtos e 
derivados básicos resultantes das atividades 
previstas nos incisos anteriores; 
IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de 
origem nacional ou de derivados básicos de 
petróleo produzidos no País, bem assim o 
transporte, por meio delegal; estado de necessidade; exercício 
regular do direito; legítima defesa; anuência da 
vítima e cláusula de não indenizar. 
Por fim, o último elemento da responsabilidade 
civil, o dano. O dano é IMPRENSCINDÍVEL para 
que haja uma reparação e consequente 
responsabilidade, do contrário ocasionará o 
enriquecimento sem causa. 
Existe vários tipos de dano no nosso 
ordenamento jurídico, entre eles está o Dano 
moral, que são lesões aos direitos da 
personalidade atingem tanto a pessoa natural 
quanto a pessoa jurídica (nesta apenas em 
relação a honra objetiva). 
Este assunto se encontra nos seguintes artigos: 
927 ao 954 do CC. Para maiores compreensões 
faz-se necessário uma leitura completa de todos 
os artigos sobre o tema. 
ATENÇÃO: É POSSÍVEL A CUMULAÇÃO DO 
DANO MORAL COM O DANO ESTÉTICO - 
Súmula n. 387. 
 
DIREITO EMPRESARIAL 
SEGUNDA DICA DO DIA 45 
1. EMPRESÁRIO 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
O conceito de empresário está literalmente 
expresso na legislação. 
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce 
profissionalmente atividade econômica 
organizada para a produção ou a circulação de 
bens ou de serviços. 
Parágrafo único. Não se considera empresário 
quem exerce profissão intelectual, de natureza 
científica, literária ou artística, ainda com o 
concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo 
 
 
 
23 
 
se o exercício da profissão constituir elemento 
de empresa. 
Os requisitos para ser empresário se encontram 
expressos no art. 972 do Código Civil, quais são: 
a) Estar em pleno gozo da capacidade civil 
(os emancipados preenchem esse 
requisito). 
b) Não possuirem algum impedimento 
legal 
c) Profissionalismo- Onde se subdivide 
em habitualidade, pessoalidade e 
monopólio de informações. 
d) Atividade econômica 
e) Organizada 
f) Produção ou circulção de bens 
 
E quem está impedido de ser empresário? 
Art. 1011,§1º do CC Não podem ser 
administradores, além das pessoas impedidas 
por lei especial, os condenados à pena que 
vede, ainda que temporariamente, o acesso a 
cargos públicos; ou por crime falimentar, de 
prevaricação, peita ou suborno, concussão, 
peculato; ou contra a economia popular, contra 
o sistema financeiro nacional, contra as normas 
de defesa da concorrência, contra as relações de 
consumo, a fé pública ou a propriedade, 
enquanto perdurarem os efeitos da 
condenação. 
 
Obs. As obrigações assumidas pelo legalmente 
impedidos NÃO SÃO NULAS, muito pelo 
contrário, são válidas em relação ao terceiro que 
contratou. 
 
Note, que este artigo fala que estão impedidos 
os condenados á pena.... NÃO FALA EM 
CONTRAVENÇÃO PENAL! NÃO CAIA NESSA 
PEGADINNHA 
 
E o incapaz pode ser empresário? 
Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de 
representante ou devidamente assistido, 
continuar a empresa antes exercida por ele 
enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de 
herança. 
 
Esse artigo trata da incapacidade superveniente. 
Sendo assim, o incapaz não pode INICIAR uma 
atividade, mas poderá dar continuidade em caso 
de incapacidade superveniente. 
 
 1º Nos casos deste artigo, precederá 
autorização judicial, após exame das 
circunstâncias e dos riscos da empresa, bem 
como da conveniência em continuá-la, podendo 
a autorização ser revogada pelo juiz, ouvidos os 
pais, tutores ou representantes legais do menor 
ou do interdito, sem prejuízo dos direitos 
adquiridos por terceiros. 
 
§ 2º Não ficam sujeitos ao resultado da 
empresa os bens que o incapaz já possuía, ao 
tempo da sucessão ou da interdição, desde que 
estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos 
constar do alvará que conceder a autorização. 
Ou seja, caso a empresa venha a falir, o 
patrimônio que o incapaz possuía antes de se 
tornar empresário não contará para pagar as 
dívidas da empresa. 
§ 3º O Registro Público de Empresas Mercantis a 
cargo das Juntas Comerciais deverá registrar 
contratos ou alterações contratuais de 
sociedade que envolva sócio incapaz, desde 
que atendidos, de forma conjunta, os seguintes 
pressupostos: 
I – O sócio incapaz não pode exercer a 
administração da sociedade; 
II – O capital social deve ser totalmente 
integralizado; 
III – o sócio relativamente incapaz deve ser 
assistido e o absolutamente incapaz deve ser 
representado por seus representantes legais. 
O sócio absolutamente incapaz deverá ser 
REPRESENTADO e o relativamente incapaz 
ASSISTIDO 
Como decorar? 
R I A = Relativamente Incapazes são assistidos 
Agora veja a palavra ao contrário (AIR) = 
Absolutamente Incapazes são representados. 
 
 
 
24 
 
Obs. Aquele que não registar seus atos 
constitutivos na Junta Comercial é considerado 
EMPRESÁRIO IRREGULAR. Sendo assim, não tem 
legitimidade ativa para requerer a falência do 
seu devedor. CONTUDO, NÃO CONFUDA, O 
EMPRESÁRIO IRREGULAR NÃO PODE 
REQUERER A FALÊNCIA DE OUTRO 
EMPRESÁRIO, MAS PODE REQUERER A SUA 
AUTOFALÊNCIA, ASSIM COMO TER A SUA 
Falência REQUERIDA. 
Obs. O empresário irregular também não pode 
requerer a recuperação judicial, os sócios 
responderão solidária e ilimitadamente, não 
pode ter CNPJ, os sócios nas relações entre si e 
com terceiros somente podem provar a 
existência da sociedade por escrito... 
OBS.O empresário casado necessita de outorga 
conjugal para alienar os imóveis que integram 
o patrimônio da empresa ou para gravá-los de 
ônus real? 
Conforme, o artigo 978 do Código Civil, o 
empresário pode, sem necessidade de outorga 
conjugal, qualquer que seja o regime de bens, 
alienar os imóveis que integrem o patrimônio da 
empresa ou gravá-los de ônus real. 
JUNTAS COMERCIAIS 
São órgãos estaduais com função executora e 
administradora do serviço público. Se submente 
hierarquicamente no plano TÉCNICO ao 
Departamento Nacional de Registro de 
Empresas e integração e, no âmbito 
ADMINISTRATIVO ao Governo do respectivo 
ente. 
Três são os atos de Registro de empresa 
praticados pela Junta comercial: 
1- Matrícula 
2- Arquivamento 
3- Autenticação 
 
2. DO ESTABELECIMENTO E REGISTRO 
O QUE DEVO SABER: 
Art. 1.142. Considera-se estabelecimento 
todo complexo de bens organizado, para 
exercício da empresa, por empresário, ou por 
sociedade empresária 
§ 1º O estabelecimento não se confunde 
com o local onde se exerce a atividade 
empresarial, que poderá ser físico ou virtual. 
§ 2º Quando o local onde se exerce a 
atividade empresarial for virtual, o endereço 
informado para fins de registro poderá ser, 
conforme o caso, o endereço do empresário 
individual ou de um dos sócios da sociedade 
empresária. 
§ 3º Quando o local onde se exerce a 
atividade empresarial for físico, a fixação do 
horário de funcionamento competirá ao 
Município, observada a regra geral prevista 
no inciso II do caput do art. 3º da Lei nº 13.874, 
de 20 de setembro de 2019. (Incluído Pela 
Medida Provisória nº 1.085, de 2021) 
Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser 
objeto unitário de direitos e de negócios 
jurídicos, translativos ou constitutivos, que 
sejam compatíveis com a sua natureza. 
Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto a 
alienação, o usufruto ou arrendamento do 
estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a 
terceiros depois de averbado à margem da 
inscrição do empresário, ou da sociedade 
empresária, no Registro Público de Empresas 
Mercantis, e de publicado na imprensa oficial. 
Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens 
suficientes para solver o seu passivo, a eficácia 
da alienação do estabelecimento depende do 
pagamento de todos os credores, ou do 
consentimento destes, de modo expresso ou 
tácito, em trinta dias a partir de sua notificação. 
Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento 
responde pelo pagamento dos débitos 
anteriores à transferência, desde que 
regularmente contabilizados, continuando o 
 
 
 
25 
 
devedor primitivo solidariamente obrigado pelo 
prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos 
vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, 
da data do vencimento. 
Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o 
alienante doestabelecimento não pode fazer 
concorrência ao adquirente, nos cinco anos 
subseqüentes à transferência. 
Parágrafo único. No caso de arrendamento ou 
usufruto do estabelecimento, a proibição 
prevista neste artigo persistirá durante o prazo 
do contrato. 
Art. 1.148. Salvo disposição em contrário, a 
transferência importa a sub-rogação do 
adquirente nos contratos estipulados para 
exploração do estabelecimento, se não tiverem 
caráter pessoal, podendo os terceiros rescindir 
o contrato em noventa dias a contar da 
publicação da transferência, se ocorrer justa 
causa, ressalvada, neste caso, a 
responsabilidade do alienante. 
Art. 1.149. A cessão dos créditos referentes ao 
estabelecimento transferido produzirá efeito 
em relação aos respectivos devedores, desde o 
momento da publicação da transferência, mas o 
devedor ficará exonerado se de boa-fé pagar ao 
cedente. 
Art. 1.155. Considera-se nome empresarial a 
firma ou a denominação adotada, de 
conformidade com este Capítulo, para o 
exercício de empresa. 
Parágrafo único. Equipara-se ao nome 
empresarial, para os efeitos da proteção da lei, 
a denominação das sociedades simples, 
associações e fundações. 
Art. 1.156. O empresário opera sob firma 
constituída por seu nome, completo ou 
abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação 
mais precisa da sua pessoa ou do gênero de 
atividade. 
Art. 1.157. A sociedade em que houver sócios de 
responsabilidade ilimitada operará sob firma, na 
qual somente os nomes daqueles poderão 
figurar, bastando para formá-la aditar ao nome 
de um deles a expressão "e companhia" ou sua 
abreviatura. 
Parágrafo único. Ficam solidária e 
ilimitadamente responsáveis pelas obrigações 
contraídas sob a firma social aqueles que, por 
seus nomes, figurarem na firma da sociedade de 
que trata este artigo. 
Art. 1.158. Pode a sociedade limitada adotar 
firma ou denominação, integradas pela palavra 
final "limitada" ou a sua abreviatur 
3. PREPOSTO 
O QUJE DEVO SABER: 
Art. 1.169. O preposto não pode, sem 
autorização escrita, fazer-se substituir no 
desempenho da preposição, sob pena de 
responder pessoalmente pelos atos do 
substituto e pelas obrigações por ele contraídas. 
Art. 1.170. O preposto, salvo autorização 
expressa, não pode negociar por conta própria 
ou de terceiros, nem participar, embora 
indiretamente, de operação do mesmo gênero 
da que lhe foi cometida, sob pena de responder 
por perdas e danos e de serem retidos pelo 
preponente os lucros da operação. 
Art. 1.171. Considera-se perfeita a entrega de 
papéis, bens ou valores ao preposto, 
encarregado pelo preponente, se os recebeu 
sem protesto, salvo nos casos em que haja prazo 
para reclamação. 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL 
PRIMEIRA DICA DO DIA 46 
1. TRIBUNAL DO JÚRI 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Julgamento dos crimes dolosos contra a vida. 
 
 
 
 
26 
 
A CRFB/88 estabeleceu uma competência 
mínima para o Tribunal do Júri. Isso não impede 
a criação de novas hipóteses, a exemplo da 
competência para julgar os delitos conexos aos 
crimes dolosos contra a vida, estabelecida pelo 
legislador ordinário. 
 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO TRIBUNAL 
DO JÚRI: 
 
 Plenitude de defesa: Este princípio está dividido 
entre a Defesa técnica, é a defesa realizada pelo 
profissional habilitado (advogado ou defensor 
público) e a Autodefesa, que é aquela realizada 
pelo próprio réu e consiste no direito de relatar 
aos jurados a versão dos fatos. 
 
Sigilo das votações: exemplos de aplicação do 
princípio. a) Sala especial: é o local onde os 
jurados responderão aos quesitos por meio de 
cédulas em papel, que contêm as palavras “sim” 
e “não”. Aplica-se aqui o princípio da 
publicidade restrita, assegurando-se a 
participação apenas do juiz, dos jurados, do 
membro do Ministério Público e do defensor 
público ou advogado. Busca evitar possíveis 
constrangimentos aos jurados e garantir a sua 
imparcialidade. Para evitar a votação unânime, 
que acabaria quebrando a garantia do sigilo, 
quando forem atingidos 4 votos no mesmo 
sentido, a votação será interrompida. 
 
b) Incomunicabilidade dos jurados: os jurados 
podem revelar o seu voto após o julgamento, 
antes disso, devem permanecer incomunicáveis 
sob a possibilidade de ser decretado nulidade 
absoluta, além da exclusão do respectivo jurado 
do Conselho de Sentença com aplicação de 
multa. 
c) Encerramento da votação em plenário: A 
votação deverá ser encerrada com a votação 
sobre o quesito da materialidade e autoria do 
crime, quando tiver mais de 4 votos no mesmo 
sentido. Dessa forma, poderá evitar a divulgação 
dos votos dos jurados, nos casos de votação 
unânime. 
 NÃO CONFUNDA: O sigilo da decisão diz 
respeito apenas aos jurados e não ao juiz. O 
julgamento do magistrado tem que ser 
fundamentado e não pode ser sigiloso. 
 
 Soberania dos veredictos: A decisão do 
conselho de sentença é soberana, é máxima, 
contudo, isso não quer dizer que ela seja 
irrecorrível, sendo-lhe permitido apenas cassar 
a decisão, sem absolver ou condenar o réu, 
como também submeter o réu a novo 
julgamento nos casos expressamente previstos 
no art. 593, III, “d” e parágrafo 3o, CPP. 
 
Além disso, as decisões tomadas pelo tribunal 
do júri poderão ser objeto de revisão criminal. 
 
Obs: O art. 483, III e §2º, CPP prevê um quesito 
genérico e abstrato, a qual os jurados devem 
responder: “O jurado absolve o acusado? Logo, 
o Júri pode absolver o réu sem qualquer 
especificação e sem necessidade de motivação. 
 
#jurisnovinha 
“Considerando o quesito genérico e a 
desnecessidade de motivação na decisão dos 
jurados, configura-se a possibilidade de 
absolvição por clemência, ou seja, mesmo em 
contrariedade manifesta à prova dos autos. Se 
ao responder o quesito genérico o jurado pode 
absolver o réu sem especificar os motivos, e, 
assim, por qualquer fundamento, não há 
absolvição com tal embasamento que possa ser 
considerada “manifestamente contrária à 
prova dos autos”. Limitação ao recurso da 
acusação com base no art. 593, III, “d”, CPP, se 
a absolvição tiver como fundamento o quesito 
genérico (art. 483, III e §2º, CPP). Inexistência 
de violação à paridade de armas. Presunção de 
inocência como orientação da estrutura do 
processo penal. Inexistência de violação ao 
direito ao recurso (art. 8.2.h, CADH). 
Possibilidade de restrição do recurso 
acusatório. STF. 2ª Turma. HC 185068, Rel. 
Celso de Mello, Relator p/ Acórdão Gilmar 
Mendes, julgado em 20/10/2020.” 
 
O tribunal do júri é composto por um juiz 
togado e mais 25 jurados. Sete desses jurados 
serão chamados para compor o que se chama 
conselho de sentença. 
Para ser jurado o cidadão precisa ser maior de 
18 anos e caso seja maior de 70 anos, poderá 
ser dispensado do serviço. 
 
 
 
27 
 
 
O procedimento do júri é bifásico: Na primeira 
fase tem-se o sumário da culpa, onde correrá a 
acusação e instrução preliminar. 
Essa fase se inicia com o oferecimento da 
denúncia e se encerra com a sentença de 
pronúncia. 
 
Da Acusação e da Instrução Preliminar 
 
Art. 406. O juiz, ao receber a denúncia ou a 
queixa, ordenará a citação do acusado para 
responder a acusação, por escrito, no prazo de 
10 (dez) dias 
 
 2o A acusação deverá arrolar testemunhas, até 
o máximo de 8 (oito), na denúncia ou na queixa. 
 
408. Não apresentada a resposta no prazo legal, 
o juiz nomeará defensor para oferecê-la em até 
10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos. 
 
Obs. Prevalece o entendimento que não se 
exige fundamentação para recebimento da de 
nuncia ou queixa, todavia, fundamentação 
deficiente enseja nulidade das decisões 
judiciais. 
 
Art. 411. Na audiência de instrução, proceder-
se-á à tomada de declarações do ofendido, se 
possível, à inquirição das testemunhas 
arroladas pela acusação e pela defesa, nesta 
ordem, bem como os esclarecimentos dos 
peritos, às acareações e ao reconhecimento de 
pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o 
acusado e procedendo-se o debate. 
 
Obs.: O interrogatório é o último ato da 
instrução,sendo assim bem mias benéfico para 
o réu. 
 
Art. 413. O juiz, fundamentadamente, 
pronunciará o acusado, se convencido da 
materialidade do fato e da existência de indícios 
suficientes de autoria ou de participação. 
 
§ 1o A fundamentação da pronúncia limitar-se-á 
à indicação da materialidade do fato e da 
existência de indícios suficientes de autoria ou 
de participação, devendo o juiz declarar o 
dispositivo legal em que julgar incurso o acusado 
e especificar as circunstâncias qualificadoras e 
as causas de aumento de pena. 
 
§ 2o Se o crime for afiançável, o juiz arbitrará o 
valor da fiança para a concessão ou manutenção 
da liberdade provisória 
 
Art. 414. Não se convencendo da 
materialidade do fato ou da existência de 
indícios suficientes de autoria ou de 
participação, o juiz, fundamentadamente, 
impronunciará o acusado. 
 
O que seria ´Pronuncia? É uma decisão mista 
interlocutória não terminativa, que põe fim 
primeira fase do procedimento do júri. 
Prevalece na doutrina, que nesta fase deverá ser 
observado o princípio in dubio pro sociate. Ou 
seja, na dúvida o juiz pronuncia o réu. 
HAVENDO CRIME CONEXO COM A 
PRONÚNCIA, AINDA QUE NÃO SEJA DE 
COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI, ELE 
SERÁ SUBMETIDO AO CONSELHO DE 
SENTENÇA. 
SENDO ASSIM, CUIDADO QUANDO NA PROVA 
VIER DIZENDO QUE A COMPETÊNCIA FDO 
TRIBUNAL DO JÚRI É EXCLUSIVA PARA JULGAR 
CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA. 
 
Art. 415. O juiz, fundamentadamente, 
absolverá desde logo o acusado, quando: 
I – Provada a inexistência do fato; 
II – Provado não ser ele autor ou partícipe do 
fato; 
III – o fato não constituir infração penal; 
IV – Demonstrada causa de isenção de pena ou 
de exclusão do crime. 
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no 
inciso IV do caput deste artigo ao caso de 
inimputabilidade prevista no caput do art. 26 do 
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 
– Código Penal, salvo quando esta for a única 
tese defensiva. 
Art. 416. Contra a sentença de impronúncia ou 
de absolvição sumária caberá apelação 
 
LEMBRAR: No procedimento do júri os recursos 
são VOGAIS COM VOGAIS, CONSOANTE COM 
CONSOANTE. 
 
 
 
28 
 
Impronúncia/absolvição sumária = Apelação 
Pronúncia/Desclassificação = Rese 
Ao final da 1ª fase do procedimento do júri 
(sumário da culpa), o juiz irá proferir uma 
sentença, que poderá ser de quatro modos: 
 
 
 
 
 
Pronunciar o réu 
 
O réu será 
pronunciado quando 
o juiz se convencer 
de que existem prova 
da materialidade do 
fato e indícios 
suficientes de autoria 
ou de participação 
 
 
 
 
 
 
 
 
Impronunciar o réu 
 
 
 
O réu será 
impronunciado 
quando o juiz não se 
convencer: 
Da materialidade do 
fato; 
Da existência de 
indícios suficientes 
de autoria ou de 
participação. 
 
 
 
 
 
 
Absolvição Sumária 
O réu será absolvido, 
desde logo, quando 
estiver provado: 
-A inexistência do 
fato; 
-Que o réu não é 
autor ou partícipe do 
fato; 
- Que o fato não 
constitui crime; 
-Que existe uma 
causa de isenção de 
pena ou de exclusão 
do crime. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Desclassificação 
 
Ocorre quando o juiz 
se convencer de que 
o fato narrado não é 
um crime doloso 
contra a vida, mas 
sim um outro delito, 
devendo, então, 
remeter o processo 
para o juízo 
competente. Ex.: juiz 
entende que não 
houve homicídio 
doloso, mas sim 
latrocínio. 
 
Desaforamento 
Art. 427. Se o interesse da ordem pública o 
reclamar ou houver dúvida sobre a 
imparcialidade do júri ou a segurança pessoal do 
acusado, o Tribunal, a requerimento do 
Ministério Público, do assistente, do 
querelante ou do acusado ou mediante 
representação do juiz competente, poderá 
determinar o desaforamento do julgamento 
para outra comarca da mesma região, onde não 
existam aqueles motivos, preferindo-se as mais 
próximas. 
Também poderá ser requerido em caso de 
comprovado excesso de serviço, quando o 
julgamento não puder ser realizado dentro de 
seis meses contados do trânsito em julgado da 
decisão de pronúncia, sendo que, neste caso, o 
juiz presidente e a parte contrária deverão ser 
ouvidos. 
 
Nos debates orais não é permitido que as partes 
façam menção à decisão de pronúncia, às 
decisões posteriores que julgaram admissível a 
acusação ou à determinação do uso de algemas 
como argumento de autoridade que beneficiem 
ou prejudiquem o acusado; ou ao silêncio do 
acusado ou à ausência de interrogatório, assim 
como não será permitida a leitura de 
documento ou exibição de objeto que não 
tenham sido juntados aos autos com 
antecedência de pelo menos três dias úteis. 
 
Súmula 712-STF: É nula a decisão que determina 
o desaforamento de processo da competência 
do júri sem audiência da defesa. 
 
Súmula 206-STF: É nulo o julgamento ulterior 
pelo júri com a participação de jurado que 
funcionou em julgamento anterior do mesmo 
processo 
 
OBS: DIFERENTEMENTE DOS DEMAIS RITOS, O 
PRIOMEIRO A FAZER PERGUNTAS NO 
TRIBUNAL DO JURI É O JUIZ. 
 
 
 
 
29 
 
Novidade legislativa 
 Art. 492. Em seguida, o presidente proferirá 
sentença que: 
e) mandará o acusado recolher-se ou 
recomendá-lo-á à prisão em que se encontra, se 
presentes os requisitos da prisão preventiva, ou, 
no caso de condenação a uma pena igual ou 
superior a 15 (quinze) anos de reclusão, 
determinará a execução provisória das penas, 
com expedição do mandado de prisão, se for o 
caso, sem prejuízo do conhecimento de recursos 
que vierem a ser interpostos; (Redação dada 
pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) 
§ 3º O presidente poderá, excepcionalmente, 
deixar de autorizar a execução provisória das 
penas de que trata a alínea e do inciso I 
do caput deste artigo, se houver questão 
substancial cuja resolução pelo tribunal ao qual 
competir o julgamento possa plausivelmente 
levar à revisão da condenação. (Incluído pela 
Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) 
§ 4º A apelação interposta contra decisão 
condenatória do Tribunal do Júri a uma pena 
igual ou superior a 15 (quinze) anos de reclusão 
não terá efeito suspensivo. (Incluído pela Lei 
nº 13.964, de 2019) (Vigência) 
§ 5º Excepcionalmente, poderá o tribunal 
atribuir efeito suspensivo à apelação de que 
trata o § 4º deste artigo, quando verificado 
cumulativamente que o recurso 
I - não tem propósito meramente protelatório; 
II - Levanta questão substancial e que pode 
resultar em absolvição, anulação da sentença, 
novo julgamento ou redução da pena para 
patamar inferior a 15 (quinze) anos de reclusão. 
 
§ 6º O pedido de concessão de efeito suspensivo 
poderá ser feito incidentemente na apelação ou 
por meio de petição em separado dirigida 
diretamente ao relator, instruída com cópias da 
sentença condenatória, das razões da apelação 
e de prova da tempestividade, das contrarrazões 
e das demais peças necessárias à compreensão 
da controvérsia. 
 
Crimes que são julgados pelo tribunal do Júri: 
homicídio doloso, infanticídio, participação em 
suicídio, aborto - tentados ou consumados – e 
seus crimes conexos. 
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
SEGUNDA DICA DO DIA 46 
1. RECURSOS EM ESPÉCIE 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Os recursos trabalhistas podem se dar em 
conhecimento e em execução. 
 
1) RECURSOS EM CONHECIMENTO: 
Das decisões no processo do trabalho são 
admissíveis: Embargos, recurso ordinário, 
recurso de revista e agravo(893/CLT). 
Prazos: embargos (05 dias) – os demais (08 
dias). 
OBS: RECURSO EXTRAORDINÁRIO = 15 DIAS. 
Atentar que a interposição de recurso para o 
Supremo Tribunal Federal não prejudicará a 
execução do julgado. 
No Tribunal Superior do Trabalho cabem 
embargos (EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA) no 
prazo de 08 dias (891/CLT). 
Hipóteses de cabimento do recurso ordinário 
(Art. 895/CLT) e do recurso de revista (Art 
896/CLT). 
O efeito dos recursos é MERAMENTE 
DEVOLUTIVO. Não há efeito suspensivo! 
Das decisões denegatórias de recursos caberá 
agravo, no prazo de 8 (oito) dias, para 
destrancar o recurso principal.Caberão embargos de declaração da sentença 
ou acórdão, no prazo de cinco dias, admitido 
efeito modificativo da decisão nos casos de 
omissão e contradição no julgado e manifesto 
equívoco no exame dos pressupostos 
extrínsecos do recurso. 
Note que pela CLT não há embargos nos casos 
de OBSCURIDADE, contudo, há permissão 
jurisprudencial. 
 
 
 
30 
 
No caso de possibilidade de efeito 
MODIFICATIVO, a parte contrária deverá ser 
ouvida em CINCO DIAS. 
Erros materiais podem ser corrigidos a qualquer 
tempo, inclusive de ofício. 
Os recursos serão interpostos por simples 
petição e terão efeito meramente devolutivo, 
permitida a execução provisória até a penhora. 
Para recorrer, havendo condenação pecuniária, 
obviamente, a parte precisa fazer o DEPÓSITO 
RECURSAL em conta vinculada ao juízo e 
corrigido com os mesmos índices da poupança. 
Além disso, é preciso que seja feito o 
recolhimento de CUSTAS PROCESSUAIS, que, 
em casos de condenação, é de 2% (dois por 
cento) do valor da condenação. 
ATENÇÃO: As custas serão pagas pelo 
vencido, após o trânsito em julgado da 
decisão. Contudo, em caso de recurso, as 
custas serão pagas e comprovadas dentro do 
prazo recursal. 
Além dos beneficiários da justiça gratuita, 
não pagam custas: União, os Estados, o 
Distrito Federal, os Municípios e respectivas 
autarquias e fundações públicas federais, 
estaduais ou municipais que não explorem 
atividade econômica e MPT. 
 
Em se tratando de agravo de instrumento, o 
depósito recursal corresponderá a 50% 
(cinquenta por cento) do valor do depósito do 
recurso ao qual se pretende destrancar. 
Quando o agravo de instrumento tem a 
finalidade de destrancar recurso de revista que 
se insurge contra decisão que contraria a 
jurisprudência uniforme do Tribunal Superior 
do Trabalho, consubstanciada nas suas súmulas 
ou em orientação jurisprudencial, não haverá 
obrigatoriedade de se efetuar o depósito. 
DEPÓSITO REDUZIDO: O valor do depósito 
recursal será reduzido pela metade para 
entidades sem fins lucrativos, empregadores 
domésticos, microempreendedores 
individuais, microempresas e empresas de 
pequeno porte. 
ISENÇÃO DE DEPÓSITO: São isentos do depósito 
recursal os beneficiários da justiça gratuita, as 
entidades filantrópicas e as empresas em 
recuperação judicial. 
SUBSTITUIÇÃO DE DEPÓSITO RECURSAL: O 
depósito recursal poderá ser substituído por 
fiança bancária ou seguro garantia judicial. 
OBS: O SEGURO GARANTIA PRECISA SER 
ACRESCIDO DE 30% DO VALOR DO DEPÓSITO 
RECURSAL OU DO VALOR DA EXECUÇÃO. 
Em caso de recurso, será notificado o recorrido 
para oferecer as suas razões (conhecida como 
CONTRARRAZÕES), em prazo igual ao que tiver 
tido o recorrente. 
PRAZO EM DOBRO - FIQUE ATENTO: Constitui 
privilégio da União, dos Estados, do Distrito 
Federal, dos Municípios e das autarquias ou 
fundações de direito público federais, 
estaduais ou municipais que não explorem 
atividade econômica o prazo em dobro para 
recurso. 
 
2) RECURSOS EM EXECUÇÃO: 
A execução será promovida pelas partes, 
permitida a execução de ofício pelo juiz ou pelo 
Presidente do Tribunal apenas nos casos em 
que as partes não estiverem representadas por 
advogado. 
Portanto, no processo do trabalho NÃO CABE 
EXECUÇÃO DE OFÍCIO, devendo a parte 
requerer o início da execução! 
Como visto, cabe exceção apenas nos casos em 
que as partes não estiverem representadas por 
advogado. 
Portanto, só é permitida a execução de ofício 
quando as partes não estiverem sendo 
representadas por advogado. 
 
 
 
31 
 
Sendo ilíquida a sentença exequenda, ordenar-
se-á a sua liquidação, que poderá ser feita por 
cálculo, por arbitramento ou por artigos. 
Na liquidação, não se poderá modificar, ou 
inovar, a sentença liquidanda nem discutir 
matéria pertinente à causa principal. 
Elaborada a conta e tornada líquida, o juízo 
deverá abrir às partes prazo comum de oito 
dias para impugnação fundamentada com a 
indicação dos itens e valores objeto da 
discordância, sob pena de preclusão. 
Elaborada a conta pela parte ou pelos órgãos 
auxiliares da Justiça do Trabalho, o juiz 
procederá à intimação da União para 
manifestação, no prazo de 10 (dez) dias, sob 
pena de preclusão. 
Portanto, a UNIÃO TEM 10 DIAS de prazo. 
Garantida a execução ou penhorados os bens, 
terá o executado 5 (cinco) dias para apresentar 
embargos, cabendo igual prazo ao exequente 
para impugnação. 
Portanto, os embargos de execução serão 
opostos no prazo de cinco dias após a garantia 
do juízo. 
ATENÇÃO: Pelo art. 880, da CLT, o prazo para 
garantir o Juízo ou pagar a execução é de 48 
HORAS! 
Se o executado, procurado por 2 (duas) vezes no 
espaço de 48 (quarenta e oito) horas, não for 
encontrado, far-se-á citação por edital. 
Não pagando o executado, nem garantindo a 
execução, seguir-se-á penhora dos bens, tantos 
quantos bastem ao pagamento da importância 
da condenação, acrescida de custas e juros de 
mora, sendo estes, em qualquer caso, devidos a 
partir da data em que for ajuizada a reclamação 
inicial. 
FIQUE MUITO ATENTO: Ainda que o 
beneficiário da justiça gratuita esteja isento de 
realizar o recolhimento do depósito recursal na 
fase de conhecimento (art. 899 , § 10 , da CLT ), 
tendo esse depósito a teleologia de garantir 
futura e eventual execução, essa isenção não 
alcança a garantia da execução propriamente 
dita, sendo imprescindível que o devedor realize 
a respectiva garantia ou tenha bens penhorados 
para que o termo inicial para manejo dos 
embargos à execução tenha início (art. 884 da 
CLT ). 
Nesse sentido: 
TRT-6 - Agravo de Petição AP 
00009375120165060262 (TRT-6) 
Jurisprudência•Data de publicação: 17/12/2019 
AGRAVO DE PETIÇÃO. AUSÊNCIA DE GARANTIA 
DA EXECUÇÃO. BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA 
GRATUITA. NÃO CONHECIMENTO. 1. Ainda que 
o beneficiário da justiça gratuita esteja isento 
de realizar o recolhimento do depósito recursal 
na fase de conhecimento (art. 899 , § 10 , da CLT 
), tendo esse depósito a teleologia de garantir 
futura e eventual execução, essa isenção não 
alcança a garantia da execução propriamente 
dita, sendo imprescindível que o devedor 
realize a respectiva garantia ou tenha bens 
penhorados para que o termo inicial para 
manejo dos embargos à execução tenha início 
(art. 884 da CLT ). 
E ainda: 
TRT-1 - Agravo de Petição AP 
01002601520185010483 RJ (TRT-1) 
Jurisprudência•Data de publicação: 27/02/2021 
AGRAVO DE PETIÇÃO. SÓCIA EXECUTADA 
BENEFICIÁRIA DA JUSTIÇA GRATUITA. 
EXIGÊNCIA DE PRÉVIA E INTEGRAL GARANTIA 
DO JUÍZO DA EXECUÇÃO. O fato de a executada 
ser beneficiária da justiça gratuita não a isenta 
da garantia do juízo, porquanto a isenção 
abrange somente o depósito recursal na fase 
de conhecimento. Não há nenhum dispositivo 
legal que retire dos executados beneficiários da 
justiça gratuita a obrigação de garantir, prévia 
e integralmente, o Juízo para apresentação de 
embargos à execução, exigência expressa nos 
 
 
 
32 
 
art. 884 e 899, § 1º, ambos da CLT . Não 
atendida a condição legal de garantia do juízo, 
não merece ser conhecido o agravo de petição 
interposto pela executada. Agravo de Petição 
interposto pela executada não conhecido. 
Somente nos embargos à penhora poderá o 
executado impugnar a sentença de liquidação, 
cabendo ao exequente igual direito e no 
mesmo prazo. 
Os embargos e as impugnações à liquidação 
apresentadas pelos credores trabalhistas serão 
julgados na mesma sentença. 
É inexigível o título judicial fundado em lei ou 
ato normativo declarados inconstitucionais 
pelo Supremo Tribunal Federal ou em aplicação 
ou interpretação tidas por incompatíveis com a 
Constituição Federal. 
ATENÇÃO: A exigência da garantia ou penhora 
não se aplica às entidades filantrópicas e/ou 
àqueles que compõem ou compuseram a 
diretoria dessas instituições. 
O AGRAVO DE PETIÇÃO é cabível no prazo de 
08 DIAS das decisões do Juiz ou Presidente, nas 
execuções. 
O agravo de petição só será recebido quandoo 
agravante delimitar, justificadamente, as 
matérias e os valores impugnados, permitida a 
execução imediata da parte remanescente até o 
final, nos próprios autos ou por carta de 
sentença. 
A REGRA É QUE O JUÍZO ESTEJA GARANTIDO 
PARA A INTERPOSIÇÃO DO AGRAVO DE 
PETIÇÃO, CONTUDO, EXISTE EXCEÇÃO, QUAL 
SEJA: Em caso de desconsideração da 
personalidade jurídica na fase de execução, 
cabe AGRAVO DE PETIÇÃO, 
independentemente de garantia do juízo. 
CUSTAS EM EXECUÇÃO: No processo de 
execução são devidas custas, sempre de 
responsabilidade do executado e pagas ao 
final. 
ATENÇÃO: EMBARGOS DE TERCEIRO NA 
JUSTIÇA DO TRABALHO – CAIU NA ÚLTIMA 
SEGUNDA FASE (34º EXAME): 
É aplicável na Justiça do Trabalho? 
R: SIM (conforme previsto no Art. 674 do CPC, 
utilizado, subsidiariamente, na seara trabalhista, 
por força do Art. 769 da CLT.) 
COMO CAIU NA PROVA: 
Você foi procurado, como advogado(a), por 
Hernani Gomes, que afirmou, em resumo, ter 
adquirido um imóvel da sociedade empresária X, 
em 2000, onde reside com sua família, e que, em 
setembro de 2021, recebeu a visita de um oficial 
de justiça informando a penhora do imóvel, 
avaliado no ato em R$ 200.000,00, para 
pagamento de uma dívida trabalhista de R$ 
12.000,00. 
Hernani, que nunca foi proprietário ou sócio de 
empresa, e sequer sabia da existência de 
qualquer processo, procurou, pela Internet, 
informação pelo número do processo que 
estava no mandado e constatou que a penhora 
foi feita no bojo da execução trabalhista de uma 
empregada que se ativou na sociedade 
empresária X de 2019 a 2020. Pelo fato de o 
imóvel ter sido anteriormente da sociedade 
empresária X, o juiz deferiu a penhora sobre ele. 
Sobre a hipótese apresentada, e considerando 
que Hernani jamais integrou o quadro societário 
da executada, responda aos itens a seguir. 
A) Que medida judicial você, agora 
contratado(a) por Hernani, adotaria para tentar 
levantar a penhora sobre o bem imóvel? (Valor: 
0,65). 
A RESPOSTA CORRETA FOI: A medida a ser 
adotada são os embargos de terceiro, conforme 
previsto no Art. 674 do CPC, utilizado, 
subsidiariamente, na seara trabalhista, por força 
do Art. 769 da CLT. 
 
 
 
 
 
33 
 
Os temas abaixo você já estudou, MAS VALE 
MUITO A RELEITURA!!!!!!!! 
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS TRABALHISTAS 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
1. AÇÃO RESCISÓRIA 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Conforme já visto em Processo Civil, a ação 
rescisória nada mais é do que é uma ação 
judicial autônoma (NÃO É RECURSO) que tem 
visa unicamente rescindir uma decisão judicial 
já transitada em julgado. 
E quando a sentença transitada em julgada pode 
ser rescindida? (Art. 966, CPC). 
I - se verificar que foi proferida por força de 
prevaricação, concussão ou corrupção do juiz; 
II - for proferida por juiz impedido ou por juízo 
absolutamente incompetente; 
III - resultar de dolo ou coação da parte 
vencedora em detrimento da parte vencida ou, 
ainda, de simulação ou colusão entre as partes, 
a fim de fraudar a lei; 
IV - ofender a coisa julgada; 
V - violar manifestamente norma jurídica; 
VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha 
sido apurada em processo criminal ou venha a 
ser demonstrada na própria ação rescisória; 
VII - obtiver o autor, posteriormente ao 
trânsito em julgado, prova nova cuja existência 
ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, 
por si só, de lhe assegurar pronunciamento 
favorável; 
VIII - for fundada em erro de fato verificável do 
exame dos autos. 
A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 
(um) capítulo da decisão. Ou seja, não precisa 
ser a TOTALIDADE. 
ATENÇÃO: Cabe ação rescisória, com 
fundamento no inciso V do caput deste artigo, 
contra decisão baseada em enunciado de 
súmula ou acórdão proferido em julgamento 
de casos repetitivos que não tenha considerado 
a existência de distinção entre a questão 
discutida no processo e o padrão decisório que 
lhe deu fundamento. 
São legitimados para propor a ação rescisória 
(Art. 967, CPC): a) Quem foi parte no processo 
ou o seu sucessor a título universal ou singular; 
b) terceiro juridicamente interessado; c) MP; d) 
aquele que não foi ouvido no processo em que 
lhe era obrigatória a intervenção. 
No caso do Ministério Público existem regras 
específicas para poder propor ação rescisória 
Ressalta-se: 
a) se não foi ouvido no processo em que lhe era 
obrigatória a intervenção; 
b) quando a decisão rescindenda é o efeito de 
simulação ou de colusão das partes, a fim de 
fraudar a lei; 
c) em outros casos em que se imponha sua 
atuação. 
PRAZO PARA AJUIZAR A AÇÃO RESCISÓRIA: O 
direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos 
contados do trânsito em julgado da última 
decisão proferida no processo. 
Atenção: No caso do inciso VII do art. 966 (ao 
lado), o termo inicial do prazo será a data de 
descoberta da prova nova, observado o prazo 
máximo de 5 (cinco) anos, contado do trânsito 
em julgado da última decisão proferida no 
processo. 
Atenção: Nas hipóteses de simulação ou de 
colusão das partes, inciso III do art. 966 (ao 
lado), o prazo começa a contar, para o terceiro 
prejudicado e para o Ministério Público, que não 
interveio no processo, a partir do momento em 
que têm ciência da simulação ou da colusão. 
A petição inicial da ação rescisória deverá ser 
elaborada com observância dos requisitos 
essenciais do art. 319, do CPC, DEVENDO O 
AUTOR, ainda: a) cumular ao pedido de 
 
 
 
34 
 
rescisão, se for o caso, o de novo julgamento do 
processo; b) depositar a importância de VINTE 
por cento (Art. 836, da CLT) sobre o valor da 
causa, que se converterá em multa em favor do 
réu caso o pedido deduzido na ação rescisória 
seja julgado improcedente. (O “ITEM B” NÃO É 
APLICÁVEL à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal, aos Municípios, às suas respectivas 
autarquias e fundações de direito público, ao 
Ministério Público, à Defensoria Pública e aos 
que tenham obtido o benefício de gratuidade da 
justiça). De igual forma, O depósito prévio não 
será exigido da massa falida e quando o autor 
perceber salário igual ou inferior ao dobro do 
mínimo legal, ou declarar, sob as penas da lei, 
que não está em condições de pagar as custas 
do processo sem prejuízo do sustento próprio 
ou de sua família (Art. 5º, IN 41/2007). 
Em caso de ausência do depósito previsto no 
item anterior, a petição inicial será indeferida. 
ATENÇÃO MÁXIMA: A propositura da ação 
rescisória não impede o cumprimento da 
decisão rescindenda, ressalvada a concessão de 
tutela provisória. 
Ou seja, via de regra, a ação rescisória não 
apresenta efeito suspensivo. 
Visto isto, de bom alvitre ressaltar que a ação 
rescisória também é aplicável na ESFERA 
TRABALHISTA. 
Conforme leciona o artigo 678 da CLT, é de 
competência dos Tribunais Regionais do 
Trabalho processarem e julgarem as ações 
rescisórias das decisões das Varas do Trabalho e 
dos juízes de Direito. 
Já no âmbito do TST, de acordo com a Lei 
7.701/88, os processos serão divididos em 
Turmas e seções especializadas para a 
conciliação e julgamento de dissídios coletivos 
(SDC) de natureza econômica ou jurídica e de 
dissídios individuais (SDI), respeitada a paridade 
da representação classista. 
Portanto, temos que: 
art. 2º, I, c – SDC, originariamente, as ações 
rescisórias propostas contra suas sentenças 
normativas. 
art. 3º, I, a – SDI, originariamente, as ações 
rescisórias propostas contra decisões das 
turmas do TST e suas próprias, inclusive as 
anteriores à especialização em seções. 
E se o trânsito em julgado ocorreu no STF, 
quem julga? 
R: Aí o próprio STF deverá julgar. 
ATENÇÃO: SÚMULA 397, DO TST: 
AÇÃO RESCISÓRIA. ART. 966, IV, do CPC de 2015. 
ART. 485, IV, DO CPC de 1973. AÇÃO DE 
CUMPRIMENTO. OFENSA À COISA JULGADA 
EMANADA DE SENTENÇA NORMATIVA 
MODIFICADA EM GRAU DE RECURSO. 
INVIABILIDADE. CABIMENTO DE MANDADO DE 
SEGURANÇA. 
Não procede ação rescisória calcada em ofensa 
à coisa julgada perpetrada por decisão 
proferida em ação de cumprimento, emface de 
a sentença normativa, na qual se louvava, ter 
sido modificada em grau de recurso, porque em 
dissídio coletivo somente se consubstancia 
coisa julgada formal. Assim, os meios 
processuais aptos a atacarem a execução da 
cláusula reformada são a exceção de pré-
executividade e o mandado de segurança, no 
caso de descumprimento do art. 514 do CPC de 
2015 (art. 572 do CPC de 1973). (ex-OJ nº 116 da 
SBDI-2 - DJ 11.08.2003) 
Valor da causa na ação rescisória (IN 31/07, 
TST): 
Art. 2º O valor da causa da ação rescisória que 
visa desconstituir decisão da fase de 
conhecimento corresponderá: 
I - no caso de improcedência, ao valor dado à 
causa do processo originário ou aquele que for 
fixado pelo Juiz; 
II - no caso de procedência, total ou parcial, ao 
respectivo valor arbitrado à condenação. 
 
 
 
35 
 
Art. 3º O valor da causa da ação rescisória que 
visa desconstituir decisão da fase de execução 
corresponderá ao valor apurado em liquidação 
de sentença. 
 
2. MANDADO DE SEGURANÇA 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Incialmente, vejamos que conforme o artigo 5º, 
LXIX, da CF, conceder-se-á mandado de 
segurança para proteger direito líquido e certo, 
não amparado por habeas corpus ou habeas 
data, quando o responsável pela ilegalidade ou 
abuso de poder for autoridade pública ou 
agente de pessoa jurídica no exercício de 
atribuições do Poder Público. 
De mais a mais, o artigo 114, da CF, prevê que 
Compete a justiça do Trabalho processar e 
julgar: 
IV – os mandados de segurança, habeas corpus 
e habeas data, quando o ato questionado 
envolver matéria sujeita à sua jurisdição 
Conforme leciona o artigo 678, B, 3, da CLT, é de 
competência dos Tribunais Regionais do 
Trabalho processarem e julgarem os mandados 
de segurança. 
Visto isso, resta claro que a competência para o 
julgamento dos mandados de segurança será: 
Do TRT: Quando a autoridade seja Magistrados 
Titulares das Varas do Trabalho, Juizes 
Substitutos ou Auxiliares, presidente do TRT, 
juízes do TRT, servidores do TRT, servidores de 
cartórios de juízos de direito em exercício de 
atividades jurisdicionais trabalhistas. 
Do TST: Quando a autoridade coatora seja o 
Presidente do TST, Ministros do TST, servidores 
que atuem em atividades jurisdicionais do TST. 
MUITA ATENÇÃO: Não cabe mandado de 
segurança de decisão judicial transitada em 
julgado (Súmula 33, TST). 
ATENÇÃO: A homologação de acordo constitui 
faculdade do juiz, inexistindo direito líquido e 
certo tutelável pela via do mandado de 
segurança. Portanto, não cabe MS se o Juiz não 
homologar acordo (Súmula 418, TST). 
ATENÇÃO: Não se aplica a alçada em ação 
rescisória e em mandado de segurança (Súmula 
365, TST). Ou seja, não se vincula a qualquer rito, 
portanto, não há limitação recursal 
(notadamente a limitação imposta ao rito 
sumário). 
ATENÇÃO: Da decisão de Tribunal Regional do 
Trabalho em mandado de segurança cabe 
recurso ordinário, no prazo de 8 (oito) dias, 
para o Tribunal Superior do Trabalho, e igual 
dilação para o recorrido e interessados 
apresentarem razões de contrariedade (Súmula 
201, do TST). 
FIQUE MUITO ATENTO – SÚMULA 414, TST: 
MANDADO DE SEGURANÇA. TUTELA 
PROVISÓRIA CONCEDIDA ANTES OU NA 
SENTENÇA 
I – A tutela provisória concedida na sentença 
não comporta impugnação pela via do 
mandado de segurança, por ser impugnável 
mediante recurso ordinário. É admissível a 
obtenção de efeito suspensivo ao recurso 
ordinário mediante requerimento dirigido ao 
tribunal, ao relator ou ao presidente ou ao vice-
presidente do tribunal recorrido, por aplicação 
subsidiária ao processo do trabalho do artigo 
1.029, § 5º, do CPC de 2015. OBSERVAÇÃO: ISSO 
QUER DIZER QUE QUANDO A TUTELA 
PLEITEADA FOR CONCEDIDA APENAS NA 
SENTENÇA, DEVERÁ SER INTERPOSTO O 
RECURSO ORDINÁRIO (RECURSO PRÓPRIO) E 
NÃO O MANDADO DE SEGURANÇA, CONTUDO, 
SE A TUTELA FOR CONCEDIDA ANTES DA 
SENTENÇA CABE MS. (NO MESMO SENTIDO A 
OJ 92, DA SDI-2, DO TST: Não cabe mandado de 
segurança contra decisão judicial passível de 
reforma mediante recurso próprio, ainda que 
com efeito diferido). 
 
 
 
36 
 
II – No caso de a tutela provisória haver sido 
concedida ou indeferida antes da sentença, 
cabe mandado de segurança, em face da 
inexistência de recurso próprio. 
III – A superveniência da sentença, nos autos 
originários, faz perder o objeto do mandado de 
segurança que impugnava a concessão ou o 
indeferimento da tutela provisória. 
ATENÇÃO: Exigindo o mandado de segurança 
prova documental pré-constituída, inaplicável o 
art. 321 do CPC de 2015 (art. 284 do CPC de 
1973) quando verificada, na petição inicial do 
"mandamus", a ausência de documento 
indispensável ou de sua autenticação (Súmula 
415, TST). OU SEJA, EM CASO DE AUSÊNCIA DE 
DOCUMENTO ESSENCIAL, O MS É 
LIMINARMENTE INDEFERIDO!!! 
ATENÇÃO: Devendo o agravo de petição 
delimitar justificadamente a matéria e os 
valores objeto de discordância, não fere direito 
líquido e certo o prosseguimento da execução 
quanto aos tópicos e valores não especificados 
no agravo (Súmula 416, TST). OU SEJA, É REGRA 
QUE NA EXECUÇÃO TRABALHISTA O AGRAVO 
DE PETIÇÃO DEVERÁ IMPUGNAR E DELIMITAR 
TODA A MATÉRIA EVENTUALMENTE 
DISCUTIDA, ACASO ASSIM NÃO SEJA FEITO, A 
EXECUÇÃO PODERÁ CORRER NORMALMENTE 
CONTRA OS VALORES PERTINENTES ÀS 
MATÉRIAS NÃO IMPUGNADAS/DELIMITADAS. 
ATENÇÃO: Não fere direito líquido e certo do 
impetrante o ato judicial que determina 
penhora em dinheiro do executado para 
garantir crédito exequendo, pois é prioritária e 
obedece à gradação prevista no art. 835 do CPC 
de 2015 (Súmula 417, TST). 
ATENÇÃO MÁXIMA: A procuração outorgada 
com poderes específicos para ajuizamento de 
reclamação trabalhista não autoriza a 
propositura de ação rescisória e mandado de 
segurança. Constatado, todavia, o defeito de 
representação processual na fase recursal, 
cumpre ao relator ou ao tribunal conceder prazo 
de 5 (cinco) dias para a regularização, nos 
termos da Súmula nº 383, item II, do TST (OJ 151, 
SDI-2, DO TST). 
CABE RECURSO NO MS? 
R: Sim! 
Sentenças que decidam sobre o mandado de 
segurança, podem ser impugnadas através de 
recurso ordinário, no prazo de 8 dias. Acórdãos 
em RO devem ser impugnados pelo recurso de 
revista ao TST. ISSO QUANDO A COMPETÊNCIA 
ORIGINÁRIA FOR DA VARA DO TRABALHO. 
Acórdãos que decidam sobre o mérito do 
mandado de segurança podem ser contestados 
através de recurso ordinário direcionado ao 
TST. ISSO QUANDO A COMPETÊNCIA 
ORIGINÁRIA FOR DO TRIBUNAL. 
ATENÇÃO: Contra decisão monocrática que 
indefere o mandado de segurança, 
liminarmente, o remédio jurídico adequado é o 
agravo regimental. Da decisão no agravo 
regimental, acaso confirmada a decisão que 
indeferiu o MS, cabe RO ao TST. 
Decisões que indefiram a petição inicial podem 
ser contestadas por agravo regimental. ISSO 
QUANDO A COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA FOR DO 
TST. Acórdãos (quando houver decisão de 
mérito) podem ser contestados através de 
recurso ordinário ao STF. 
COMO CAIU NA PROVA (2020)? 
Em setembro de 2019, durante a audiência de 
um caso que envolvia apenas pedido de 
adicional de insalubridade, o Juiz do Trabalho 
determinou a realização de perícia e que a 
reclamada antecipasse os honorários periciais. 
Inconformada com essa decisão, a sociedade 
empresária impetrou mandado de segurança 
contra esse ato judicial, mas o TRT, em decisão 
colegiada, não concedeu a segurança. 
Caso a sociedade empresária pretenda recorrer 
dessa decisão, assinale a opção que indica a 
medida recursal da qual deverá se valer. 
 
 
 
37 
 
Alternativas 
A) Agravo de Instrumento. 
B) Recurso Ordinário. 
C) Agravo de Petição. 
D) Recurso de Revista. 
Reposta é letra B (súmula 201, TST): Da decisão 
de Tribunal Regional do Trabalho em mandado 
de segurança cabe recurso ordinário, no prazo 
de 8 (oito) dias, para o Tribunal Superior do 
Trabalho, e igual dilação para o recorrido e 
interessados apresentarem razões de 
contrariedade. 
Fique atento, por fim, que também não cabe 
MS nas seguinteshipóteses (Lei 12.016/09): 
Art. 5º: Não se concederá mandado de 
segurança quando se tratar: 
I - de ato do qual caiba recurso administrativo 
com efeito suspensivo, independentemente de 
caução; 
II - de decisão judicial da qual caiba recurso com 
efeito suspensivo; 
III - de decisão judicial transitada em julgado. 
Prazo: O prazo é decadencial de 120 dias, 
contados a partir da ciência do ato a ser 
impugnado. 
 
3. INQUÉRITO PARA APURAÇÃO DE FALTA 
GRAVE 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Inicialmente, quanto ao tema ora estudado, 
quero te dizer pra ficar bem atento, pois é muito 
cobrado nas provas da OAB. 
O inquérito para apuração de falta grave é 
previsto no artigo 853 e seguintes da CLT. 
Aberto contra empregado garantido com 
estabilidade. 
O empregador apresentará reclamação por 
escrito à Junta ou Juízo de Direito, dentro de 30 
(trinta) dias, contados da data da suspensão do 
empregado. 
COMO JÁ FOI COBRADO (2019): 
Em uma greve ocorrida há dois dias dentro de 
uma indústria metalúrgica, o dirigente sindical, 
que é empregado da referida empresa, agrediu 
fisicamente o diretor com tapas e socos, sendo 
a agressão gravada pelo sistema de segurança 
existente no local. 
O dono da empresa, diante dessa prática, 
pretende dispensar o empregado por justa 
causa. Em razão disso, ele procura você, como 
advogado(a), no dia seguinte aos fatos narrados, 
para obter sua orientação. 
De acordo com o disposto na CLT, assinale a 
opção que apresenta sua recomendação jurídica 
e a respectiva justificativa. 
Alternativas 
A) Dispensar imediatamente o empregado por 
justa causa e ajuizar ação de consignação em 
pagamento dos créditos porventura devidos. 
B) Apresentar notícia-crime e solicitar da 
autoridade policial autorização para dispensar o 
empregado por justa causa. 
C) Suspender o empregado e, em até 30 dias, 
ajuizar inquérito para apuração de falta grave. 
D) Não fazer nada, porque a justa causa teria de 
ser aplicada no dia dos fatos, ocorrendo então 
perdão tácito. 
Foi considerada como correta a ALTERNATIVA C. 
O empregado pode ou não suspender, mas se 
optar pela suspensão deve apresentar 
reclamação em até trinta dias (prazo 
decadencial). 
A previsão para falta grave encontra-se no artigo 
493 da CLT. 
No procedimento é possível até 6 (seis) 
testemunhas para cada lado. 
 
 
 
38 
 
Ainda, vale lembrar que o inquérito para 
apuração de falta grave é sempre exigido nos 
seguintes casos: 
1) Estabilidade decenal: O empregado que 
contar mais de 10 (dez) anos de serviço na 
mesma empresa não poderá ser despedido 
senão por motivo de falta grave ou circunstância 
de força maior, devidamente comprovadas (art. 
492, da CLT). 
2) Dirigente sindical: O dirigente sindical 
somente poderá ser dispensado por falta grave 
mediante a apuração em inquérito judicial, 
inteligência dos arts. 494 e 543, §3º, da CLT 
(súmula 379, TST). SE APLICA AO SUPLENTE. 
SOBRE O DIRIGINTE SINDICAL, INCLUSIVE, VALE 
A LEITURA DA SÚMULA 369, DO TST: 
DIRIGENTE SINDICAL. ESTABILIDADE 
PROVISÓRIA (redação do item I alterada na 
sessão do Tribunal Pleno realizada em 
14.09.2012) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 
25, 26 e 27.09.2012 
I - É assegurada a estabilidade provisória ao 
empregado dirigente sindical, ainda que a 
comunicação do registro da candidatura ou da 
eleição e da posse seja realizada fora do prazo 
previsto no art. 543, § 5º, da CLT, desde que a 
ciência ao empregador, por qualquer meio, 
ocorra na vigência do contrato de trabalho. 
 II - O art. 522 da CLT foi recepcionado pela 
Constituição Federal de 1988. Fica limitada, 
assim, a estabilidade a que alude o art. 543, § 
3.º, da CLT a sete dirigentes sindicais e igual 
número de suplentes. 
 III - O empregado de categoria diferenciada 
eleito dirigente sindical só goza de estabilidade 
se exercer na empresa atividade pertinente à 
categoria profissional do sindicato para o qual 
foi eleito dirigente. 
IV - Havendo extinção da atividade empresarial 
no âmbito da base territorial do sindicato, não 
há razão para subsistir a estabilidade. 
V - O registro da candidatura do empregado a 
cargo de dirigente sindical durante o período 
de aviso prévio, ainda que indenizado, não lhe 
assegura a estabilidade, visto que inaplicável a 
regra do § 3º do art. 543 da Consolidação das 
Leis do Trabalho. 
3) Representante dos trabalhadores no CNPS: 
Aos membros do CNPS, enquanto 
representantes dos trabalhadores em atividade, 
titulares e suplentes, é assegurada a 
estabilidade no emprego, da nomeação até um 
ano após o término do mandato de 
representação, somente podendo ser demitidos 
por motivo de falta grave, regularmente 
comprovada através de processo judicial (art. 
3º, §7, Lei 8213/91). 
4) Dirigentes de cooperativas: Os empregados 
de empresas que sejam eleitos diretores de 
sociedades cooperativas pelos mesmos criadas, 
gozarão das garantias asseguradas aos 
dirigentes sindicais pelo artigo 543 da 
Consolidação das Leis do Trabalho (art. 55, Lei 
5.764/71). NÃO SE APLICA AO SUPLENTE. 
Fique atento – PARA DISPENSA DE MEMBRO 
DA CIPA NÃO PRECISA DE INQUÉRITO. 
 
4. EXECUÇÃO TRABALHISTA 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Inicialmente, deves saber que as decisões 
passadas em julgado ou das quais não tenha 
havido recurso com efeito suspensivo; os 
acordos, quando não cumpridos; os termos de 
ajuste de conduta firmados perante o 
Ministério Público do Trabalho e os termos de 
conciliação firmados perante as Comissões de 
Conciliação Prévia serão passíveis de execução. 
ATENÇÃO: A Justiça do Trabalho executará, de 
ofício, as contribuições sociais previstas na 
alínea a do inciso I e no inciso II do caput do art. 
195 da Constituição Federal, e seus acréscimos 
legais, relativas ao objeto da condenação 
 
 
 
39 
 
constante das sentenças que proferir e dos 
acordos que homologar. 
COMO CAIU NA PROVA (OAB XXXII): 
Após ser alvo de um inquérito civil junto ao 
Ministério Público do Trabalho – MPT, tendo 
sido investigada pela prática de suposta 
irregularidade, a sociedade empresária Vida 
Global assinou um Termo de Ajuste de Conduta 
(TAC) com o MPT para sanar o problema e evitar 
a judicialização daquela situação, o que poderia 
abalar sua credibilidade perante os investidores 
nacionais e estrangeiros. 
Ocorre que a sociedade empresária não cumpriu 
o que foi estipulado no TAC, seja no tocante à 
obrigação de fazer, seja no pagamento de multa 
pelo dano moral coletivo. 
Diante dessa situação, e de acordo com os 
termos da CLT, assinale a afirmativa correta. 
Alternativas 
A) O parquet deverá propor execução de título 
judicial. 
B) O MPT deverá ajuizar execução de título 
extrajudicial. 
C) A ação própria para a cobrança será o 
inquérito judicial. 
D) O MPT deverá propor reclamação trabalhista 
pelo rito ordinário. 
A resposta, por claro, é a LETRA B, eis que, 
consoante acima visto, o TAC’s podem ser 
executados diretamente perante à Justiça do 
Trabalho. 
A execução será promovida pelas partes, 
permitida a execução de ofício pelo juiz ou pelo 
Presidente do Tribunal apenas nos casos em 
que as partes não estiverem representadas por 
advogado. 
É competente para a execução das decisões o 
Juiz ou Presidente do Tribunal que tiver 
conciliado ou julgado originariamente o 
dissídio. 
Portanto, só é permitida a execução de ofício 
quando as partes não estiverem sendo 
representadas por advogado. 
Sendo ilíquida a sentença exequenda, ordenar-
se-á a sua liquidação (a liquidação também 
abrande as contribuições previdenciárias), que 
poderá ser feita por cálculo, por arbitramento 
ou por artigos. 
Na liquidação, não se poderá modificar, ou 
inovar, a sentença liquidanda nem discutir 
matéria pertinente à causa principal. 
Elaborada a conta e tornada líquida, o juízo 
DEVERÁ abrir às partes prazo COMUM de oito 
dias para impugnação fundamentada com a 
indicação dos itens e valores objeto da 
discordância, sob pena de preclusão. 
VALE REGISTRAR QUE A OAB ASSIM JÁ 
COBROU (2019): 
No decorrerde uma reclamação trabalhista, que 
transitou em julgado e que se encontra na fase 
executória, o juiz intimou o autor a apresentar 
os cálculos de liquidação respectivos, o que foi 
feito. Então, o juiz determinou que o cálculo 
fosse levado ao setor de Contadoria da Vara 
para conferência, tendo o calculista confirmado 
que os cálculos estavam adequados e em 
consonância com a coisa julgada. Diante disso, o 
juiz homologou a conta e determinou que o 
executado depositasse voluntariamente a 
quantia, sob pena de execução forçada. 
Diante dessa narrativa e dos termos da CLT, 
assinale a afirmativa correta. 
Alternativas 
A) Equivocou-se o juiz, porque ele não poderia 
homologar o cálculo sem antes conceder vista 
ao executado pelo prazo de 8 dias. 
B) Correta a atitude do magistrado, porque as 
contas foram conferidas e foi impressa 
celeridade ao processo do trabalho, observando 
a duração razoável do processo. 
 
 
 
40 
 
C) A Lei não fixa a dinâmica específica para a 
liquidação, daí porque cada juiz tem liberdade 
para criar a forma que melhor atenda aos 
anseios da justiça. 
D) O juiz deveria conceder vista dos cálculos ao 
executado e ao INSS pelo prazo de 5 dias úteis, 
pelo que o procedimento adotado está errado. 
Fica claro, portanto, que a resposta correta é a 
letra A. 
Elaborada a conta pela parte ou pelos órgãos 
auxiliares da Justiça do Trabalho, o juiz 
procederá à intimação da União para 
manifestação, no prazo de 10 (dez) dias, sob 
pena de preclusão. 
Portanto, a UNIÃO TEM 10 DIAS de prazo. 
Garantida a execução ou penhorados os bens, 
terá o executado 5 (cinco) dias para apresentar 
embargos, cabendo igual prazo ao exequente 
para impugnação. 
Portanto, os embargos de execução serão 
opostos no prazo de cinco dias após a garantia 
do juízo. 
ATENÇÃO: Pelo art. 880, da CLT, o prazo para 
garantir o Juízo ou pagar a execução é de 48 
HORAS! 
Se o executado, procurado por 2 (duas) vezes no 
espaço de 48 (quarenta e oito) horas, não for 
encontrado, far-se-á citação por edital. 
Não pagando o executado, nem garantindo a 
execução, seguir-se-á penhora dos bens, tantos 
quantos bastem ao pagamento da importância 
da condenação, acrescida de custas e juros de 
mora, sendo estes, em qualquer caso, devidos a 
partir da data em que for ajuizada a reclamação 
inicial. 
Somente nos embargos à penhora poderá o 
executado impugnar a sentença de liquidação, 
cabendo ao exequente igual direito e no 
mesmo prazo. 
Os embargos e as impugnações à liquidação 
apresentadas pelos credores trabalhistas serão 
julgados na mesma sentença. 
É inexigível o título judicial fundado em lei ou 
ato normativo declarados inconstitucionais 
pelo Supremo Tribunal Federal ou em aplicação 
ou interpretação tidas por incompatíveis com a 
Constituição Federal. 
FIQUE MUITO ATENTO: Ainda que o 
beneficiário da justiça gratuita esteja isento de 
realizar o recolhimento do depósito recursal na 
fase de conhecimento (art. 899 , § 10 , da CLT ), 
tendo esse depósito a teleologia de garantir 
futura e eventual execução, essa isenção não 
alcança a garantia da execução propriamente 
dita, sendo imprescindível que o devedor realize 
a respectiva garantia ou tenha bens penhorados 
para que o termo inicial para manejo dos 
embargos à execução tenha início (art. 884 da 
CLT ). 
Nesse sentido: 
TRT-6 - Agravo de Petição AP 
00009375120165060262 (TRT-6) 
Jurisprudência•Data de publicação: 17/12/2019 
AGRAVO DE PETIÇÃO. AUSÊNCIA DE GARANTIA 
DA EXECUÇÃO. BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA 
GRATUITA. NÃO CONHECIMENTO. 1. Ainda que 
o beneficiário da justiça gratuita esteja isento 
de realizar o recolhimento do depósito recursal 
na fase de conhecimento (art. 899 , § 10 , da CLT 
), tendo esse depósito a teleologia de garantir 
futura e eventual execução, essa isenção não 
alcança a garantia da execução propriamente 
dita, sendo imprescindível que o devedor 
realize a respectiva garantia ou tenha bens 
penhorados para que o termo inicial para 
manejo dos embargos à execução tenha início 
(art. 884 da CLT ). 
E ainda: 
TRT-1 - Agravo de Petição AP 
01002601520185010483 RJ (TRT-1) 
Jurisprudência•Data de publicação: 27/02/2021 
 
 
 
41 
 
AGRAVO DE PETIÇÃO. SÓCIA EXECUTADA 
BENEFICIÁRIA DA JUSTIÇA GRATUITA. 
EXIGÊNCIA DE PRÉVIA E INTEGRAL GARANTIA 
DO JUÍZO DA EXECUÇÃO. O fato de a executada 
ser beneficiária da justiça gratuita não a isenta 
da garantia do juízo, porquanto a isenção 
abrange somente o depósito recursal na fase 
de conhecimento. Não há nenhum dispositivo 
legal que retire dos executados beneficiários da 
justiça gratuita a obrigação de garantir, prévia 
e integralmente, o Juízo para apresentação de 
embargos à execução, exigência expressa nos 
art. 884 e 899, § 1º, ambos da CLT. Não atendida 
a condição legal de garantia do juízo, não 
merece ser conhecido o agravo de petição 
interposto pela executada. Agravo de Petição 
interposto pela executada não conhecido. 
ATENÇÃO: A exigência da garantia ou penhora 
não se aplica às entidades filantrópicas e/ou 
àqueles que compõem ou compuseram a 
diretoria dessas instituições. 
OBSERVAÇÃO: Vale destacar que, o executado 
que não pagar a importância reclamada poderá 
garantir a execução mediante depósito da 
quantia correspondente, atualizada e acrescida 
das despesas processuais, apresentação de 
seguro-garantia judicial ou nomeação de bens 
à penhora, observada a ordem preferencial 
estabelecida no art. 835 da lei no 13.105, de 16 
de março de 2015 - código de processo civil (art. 
882, da CLT). 
NESSE SENTIDO JÁ COBROU A OAB (EXAME 
XXXII): 
A sociedade empresária de transportes Mundo 
Pequeno Ltda. foi condenada ao pagamento de 
horas extras e diferença salarial na ação movida 
por Mauro Duarte, seu ex-empregado. 
Após o trânsito em julgado e apuração do valor 
devido, a executada foi citada para efetuar o 
pagamento de R$ 120.000,00. Ocorre que a 
sociedade empresária pretende apresentar 
embargos à execução, pois entende que o valor 
homologado é superior ao devido, mas não tem 
o dinheiro disponível para depositar nos autos. 
Sobre o caso relatado, de acordo com o que está 
previsto na CLT, assinale a afirmativa correta. 
Alternativas 
A) Na Justiça do Trabalho não é necessário 
garantir o juízo para ajuizar embargos à 
execução. 
B) A sociedade empresária poderá apresentar 
seguro-garantia judicial para então apresentar 
embargos à execução. 
C) A sociedade empresária poderá assinar uma 
nota promissória judicial e, com isso, ter direito 
a ajuizar embargos de devedor. 
D) Se for comprovada a situação de necessidade, 
a sociedade empresária, depositando 50% do 
valor da dívida, poderá embargar. 
A resposta correta, portanto, é a LETRA B, nos 
exatos termos do art. 882, da CLT, acima visto. 
O AGRAVO DE PETIÇÃO é cabível no prazo de 
08 DIAS das decisões do Juiz ou Presidente, nas 
execuções. 
O agravo de petição só será recebido quando o 
agravante delimitar, justificadamente, as 
matérias e os valores impugnados, permitida a 
execução imediata da parte remanescente até o 
final, nos próprios autos ou por carta de 
sentença. 
FIQUE MUITO ATENTO: Em caso de 
desconsideração da personalidade jurídica na 
fase de execução, cabe AGRAVO DE PETIÇÃO, 
independentemente de garantia do juízo. 
Tal tema, inclusive, já foi cobrado na OAB, no 
XXXII EXAME (O EXAME DO CAOS): 
No decorrer de uma execução trabalhista, não 
se conseguiu penhorar nenhum bem da 
empresa executada nem reter qualquer 
numerário dela em ativos financeiros. Então, o 
exequente instaurou um incidente de 
desconsideração de personalidade jurídica para 
 
 
 
42 
 
direcionar a execução em face de um sócio. O 
referido sócio foi citado e, no prazo de 15 dias, 
manifestou-se contrariamente à sua execução. 
Submetida a manifestação ao contraditório e 
não havendo outras provas a produzir, o juiz 
julgou procedente o incidente e incluiu o sócio 
no polo passivo da execução na condição de 
executado, sendo, então, publicadaessa 
decisão. 
Considerando a situação retratada e os ditames 
da CLT, assinale a afirmativa correta. 
Alternativas 
A) Por ser interlocutória, essa decisão é 
irrecorrível, devendo o sócio se submeter ao 
comando e pagar a dívida. 
B) O sócio em questão poderá recorrer da 
decisão independentemente de garantia do 
juízo. 
C) Sendo a Lei omissa a respeito, caberá ao juiz 
definir se a decisão do incidente poderá ser 
objeto de recurso e se será necessário garantir o 
juízo. 
D) O sócio poderá recorrer da decisão, mas terá 
de garantir o juízo em 50%. 
A resposta, portanto, é, obviamente, a letra B. 
ATENÇÃO: EMBARGOS DE TERCEIRO NA 
JUSTIÇA DO TRABALHO – CAIU NA ÚLTIMA 
SEGUNDA FASE (34º EXAME): 
É aplicável na Justiça do Trabalho? 
R: SIM (conforme previsto no Art. 674 do CPC, 
utilizado, subsidiariamente, na seara trabalhista, 
por força do Art. 769 da CLT.) 
COMO CAIU NA PROVA: 
Você foi procurado, como advogado(a), por 
Hernani Gomes, que afirmou, em resumo, ter 
adquirido um imóvel da sociedade empresária X, 
em 2000, onde reside com sua família, e que, em 
setembro de 2021, recebeu a visita de um oficial 
de justiça informando a penhora do imóvel, 
avaliado no ato em R$ 200.000,00, para 
pagamento de uma dívida trabalhista de R$ 
12.000,00. 
Hernani, que nunca foi proprietário ou sócio de 
empresa, e sequer sabia da existência de 
qualquer processo, procurou, pela Internet, 
informação pelo número do processo que 
estava no mandado e constatou que a penhora 
foi feita no bojo da execução trabalhista de uma 
empregada que se ativou na sociedade 
empresária X de 2019 a 2020. Pelo fato de o 
imóvel ter sido anteriormente da sociedade 
empresária X, o juiz deferiu a penhora sobre ele. 
Sobre a hipótese apresentada, e considerando 
que Hernani jamais integrou o quadro societário 
da executada, responda aos itens a seguir. 
A) Que medida judicial você, agora 
contratado(a) por Hernani, adotaria para tentar 
levantar a penhora sobre o bem imóvel? (Valor: 
0,65). 
A RESPOSTA CORRETA FOI: A medida a ser 
adotada são os embargos de terceiro, conforme 
previsto no Art. 674 do CPC, utilizado, 
subsidiariamente, na seara trabalhista, por força 
do Art. 769 da CLT. 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
PRIMEIRA DICA DO DIA 47 
1. RECURSOS 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Recursos são impugnações a decisões judiciais 
dentro do mesmo processo. A maioria das 
pessoas confundem e acabam utilizando a 
nomenclatura errada sobre o fato de o recurso 
ser conhecido ou provido. 
Deixa-me tentar explicar a vocês: Quando o 
recurso tiver todos os seus pressupostos de 
admissibilidade preenchidos, como por 
exemplo, Legitimidade, prazo...fala-se que o 
recurso foi CONHECIDO. Passado dessa fase, o 
recurso terá seu mérito analisado, caso este seja 
válido, tenha fundamentação coerente... fala-se 
 
 
 
43 
 
em PROVIDO. Logo, um recurso poderá ser 
conhecido, pois possui todos os pressupostos de 
admissibilidade e não ser provido, pois não se 
encontra fundamentado de acordo com o 
mérito. 
Entendeu? 
Cada recurso possui um ou alguns efeitos, os 
quais são: 
a) Efeito devolutivo: É a devolução da decisão 
recorrida ao Poder Judiciário para que este 
refaça a análise. Este efeito se divide em dois, 
conforme a doutrina explica: Devolutivo de 
extensão e de profundidade. 
b) Suspensivo- Impede que a decisão prolatada 
forme trânsito em julgado. A decisão que será 
recorrida fica com seus efeitos suspensos até a 
análise do recurso interposto. 
 
c)Translativo: É a apreciação pelo poder 
judiciário de matérias, que não foram 
impugnadas por quem recorreu, mas por serem 
matérias de ordem pública são cognoscíveis de 
ofício. 
d)Regressivo: É a retratação do juízo a quo, com 
relação a uma decisão que ele próprio proferiu. 
e) Expansivo: É o alcance da decisão recursal, a 
qual poderá ser um alcance subjetivo, atingindo 
outros sujeitos além do recorrente, assim como 
objetivo, quando a decisão atinge outros atos 
processuais, além do já impugnado. 
e) Substitutivo: é a substituição da decisão 
impugnada por outra. 
f) Rescindente: Ocorre quando o julgamento 
anula ou caça a decisão impugnada. 
Espécies de Recursos: 
1-APELAÇÃO 
A apelação é a impugnação própria para atacar 
as sentenças e decisões interlocutórias não 
sujeitas a agravo de instrumento. 
Em regra, a apelação possui o efeito devolutivo 
e o suspensivo. O tribunal fica vinculado a 
apreciação dos capítulos da sentença 
impugnados, não podendo de ofício estender 
sua manifestação para capítulos que não foram 
objeto do recurso. Contudo, com relação ao 
capítulo impugnado, poderá o judiciário se 
aprofundar na análise, é a chamada teoria da 
causa madura. 
Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo. 
§ 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, 
começa a produzir efeitos imediatamente após 
a sua publicação a sentença que: 
I - Homologa divisão ou demarcação de terras; 
II - Condena a pagar alimentos; (A SENTENÇA 
QUE CONDENA EM ALIMENTOS NÃO POSSUI 
EFEITO SUSPENSIVO) 
III - extingue sem resolução do mérito ou julga 
improcedentes os embargos do executado; 
IV - Julga procedente o pedido de instituição de 
arbitragem; 
V - Confirma, concede ou revoga tutela 
provisória; 
VI - Decreta a interdição. 
§ 2º Nos casos do § 1º, o apelado poderá 
promover o pedido de cumprimento provisório 
depois de publicada a sentença. 
§ 3º O pedido de concessão de efeito suspensivo 
nas hipóteses do § 1º poderá ser formulado por 
requerimento dirigido ao: 
I - Tribunal, no período compreendido entre a 
interposição da apelação e sua distribuição, 
ficando o relator designado para seu exame 
prevento para julgá-la; 
II - Relator, se já distribuída a apelação. 
§ 4º Nas hipóteses do § 1º, a eficácia da 
sentença poderá ser suspensa pelo relator se o 
apelante demonstrar a probabilidade de 
provimento do recurso ou se, sendo relevante a 
 
 
 
44 
 
fundamentação, houver risco de dano grave ou 
de difícil reparação. 
#PLUS 
TEORIA DA CAUSA MADURA: Ocorre quando o 
juiz de 1º grau profere uma sentença SEM 
RESOLUÇÃO DE MÉRITO e esta é impugnada. Ao 
ser impugnada, o juiz poderá se retratar da sua 
decisão ou não, caso ele não se retrate, a 
apelação será enviada para o Tribunal. Ao 
chegar no Tribunal, este poderá entender que 
cabe sim uma sentença de mérito e, além de 
anular a decisão anterior poderá desde logo 
proferir uma decisão de mérito. 
“Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o 
conhecimento da matéria impugnada. 
§ 3º Se o processo estiver em condições de 
imediato julgamento, o tribunal deve decidir 
desde logo o mérito quando: 
I - Reformar sentença fundada no art. 
485 (sentença sem resolução de mérito) “. 
Resumindo: Quando estamos diante de uma 
sentença, uma das opções que poderão ser 
executadas é recorrer, por meio da apelação. 
Caso esta sentença tenha sido SEM 
RESOLUÇÃO DE MÉRITO, ao invés do tribunal 
anular a decisão e enviá-la para que o juiz de 1º 
grau faça um novo julgamento, o próprio 
tribunal que irá julgar. Logo, a teoria da causa 
madura ocorre quando o juiz reformar a 
sentença sem resolução do mérito e julgar o 
mérito desta, sem devolvê-la ao juiz a quo. 
Obs: As apelações interpostas contra sentença 
SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO possuem efeito 
REGRESSIVO no prazo de 05 dias. 
Art. 1.009. Da sentença cabe apelação. 
§ 1º As questões resolvidas na fase de 
conhecimento, se a decisão a seu respeito não 
comportar agravo de instrumento, não são 
cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas 
em preliminar de apelação, eventualmente 
interposta contra a decisão final, ou nas 
contrarrazões. 
§ 2º Se as questões referidas no § 1º forem 
suscitadas em contrarrazões, o recorrente será 
intimado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-
se a respeito delas. 
§ 3º O disposto no caput deste artigo aplica-se 
mesmo quando as questões mencionadas 
no art. 1.015 integrarem capítulo da sentença. 
Técnica do julgamento ampliado: 
Art. 942. Quando o resultado da apelação for 
não unânime, o julgamentoterá 
prosseguimento em sessão a ser designada com 
a presença de outros julgadores, que serão 
convocados nos termos previamente definidos 
no regimento interno, em número suficiente 
para garantir a possibilidade de inversão do 
resultado inicial, assegurado às partes e a 
eventuais terceiros o direito de sustentar 
oralmente suas razões perante os novos 
julgadores. 
§ 1º Sendo possível, o prosseguimento do 
julgamento dar-se-á na mesma sessão, 
colhendo-se os votos de outros julgadores que 
porventura componham o órgão colegiado. 
§ 2º Os julgadores que já tiverem votado 
poderão rever seus votos por ocasião do 
prosseguimento do julgamento. SEMPRE CAI! 
§ 3º A técnica de julgamento prevista neste 
artigo aplica-se, igualmente, ao julgamento não 
unânime proferido em: (ALÉM DE OCORRER NA 
APELAÇÃO, ATÉCNICA DE JULGAMENTO 
AMPLIADO TAMBÉM OCORRE NESSES CASOS) 
I - Ação rescisória, quando o resultado for a 
rescisão da sentença, devendo, nesse caso, seu 
prosseguimento ocorrer em órgão de maior 
composição previsto no regimento interno; 
II - Agravo de instrumento, quando houver 
reforma da decisão que julgar parcialmente o 
mérito. 
§ 4º Não se aplica o disposto neste artigo ao 
julgamento: 
 
 
 
45 
 
I - Do incidente de assunção de competência e 
ao de resolução de demandas repetitivas; 
II - Da remessa necessária; 
III - não unânime proferido, nos tribunais, pelo 
plenário ou pela corte especial. 
OBS: CUIDADO COM A PEGADINHA! NA 
APELAÇÃO A TÉCNICA DE JULGAMENTO 
AMPLIADO PODERÁ OCORRER SE A DECISÃO 
FOR COM OU SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO, 
PROVIDA OU IMPROVIDA... NÃO IMPORTA. O 
QUE IMPORTA É A DECISÃO SER NÃO 
UNÂNIME. JÁ NO AGRAVO DE INSTRUMENTO, 
A TÉCNICA SÓ IRÁ OCORRER SE A DECISÃO FOR 
PARCIAL E DE MÉRITO, ENTENDEU? 
RECURSO ADESIVO: Apesar de ser chamado de 
recurso, o recurso adesivo não é um novo tipo 
de recurso, mas uma nova forma de você 
interpor. 
Como assim? Quando houver sucumbência 
recíproca (perda das duas partes), a parte que 
não tiver recorrido de forma autônoma, poderá 
recorrer de forma adesiva nas contrarrazões. 
Entendeu nada né? Kkkkkk 
Vamos Lá.... 
Sandy promoveu uma ação contra Júnior de 
danos morais e patrimoniais. O juiz proferiu 
sentença em favor de Sandy, mas apenas deferiu 
os danos patrimoniais. Sandy estava bem 
exausta, pois o processo foi bem desgastante e 
resolveu não recorrer. Júnior inconformado 
apelou da sentença. No prazo das contrarrazões, 
Sandy pensou direitinho e resolveu se defender 
das impugnações de Júnior e adesivamente 
impugnar os danos morais que o juiz não havia 
deferido anteriormente. 
Obs.: O recurso adesivo não será CONHECIDO 
(lembre-se da diferença conhecido x provido) 
se houver desistência do recurso principal ou se 
ele for considerado inadmissível. 
Obs.: O recurso adesivo só ocorre nas 
apelações, RE e RESP. 
2- AGRAVO DE INSTRUMENTO 
Este recurso impugna decisões interlocutórias, 
ou seja, aquelas que NÃO põe fim ao processo. 
Possui o efeito devolutivo e regressivo. 
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra 
as decisões interlocutórias que versarem sobre: 
I - Tutelas provisórias; 
II - Mérito do processo; 
III - rejeição da alegação de convenção de 
arbitragem; 
IV - Incidente de desconsideração da 
personalidade jurídica; 
V - Rejeição do pedido de gratuidade da justiça 
ou acolhimento do pedido de sua revogação 
(NÃO É DA ADMISSÃO DA GRATUIDADE, MAS 
REJEIÇÃO OU REVOGAÇÃO) 
VI - Exibição ou posse de documento ou coisa; 
VII - exclusão de litisconsorte; 
VIII - rejeição do pedido de limitação do 
litisconsórcio; 
IX - Admissão ou inadmissão de intervenção de 
terceiros; 
X - Concessão, modificação ou revogação do 
efeito suspensivo aos embargos à execução; 
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos 
do art. 373, § 1º ; 
XII - (VETADO); 
XIII - outros casos expressamente referidos em 
lei. 
Parágrafo único. Também caberá agravo de 
instrumento contra decisões interlocutórias 
proferidas na fase de liquidação de sentença ou 
de cumprimento de sentença, no processo de 
execução e no processo de inventário. 
 Art. 1.016. O agravo de instrumento será 
dirigido diretamente ao tribunal competente, 
por meio de petição com os seguintes 
requisitos: 
 
 
 
46 
 
I - Os nomes das partes; 
II - A exposição do fato e do direito; 
III - as razões do pedido de reforma ou de 
invalidação da decisão e o próprio pedido; 
IV - O nome e o endereço completo dos 
advogados constantes do processo. 
#JURIS 
“As decisões interlocutórias sobre a instrução 
probatória não são impugnáveis por agravo de 
instrumento ou pela via mandamental, sendo 
cabível a sua impugnação diferida pela via da 
apelação. 
STJ. 2ª Turma. RMS 65943-SP, Rel. Min. Mauro 
Campbell Marques, julgado em 26/10/2021 
(Info 715)” 
“A decisão que deixa de homologar pedido de 
extinção consensual da lide retrata decisão 
interlocutória de mérito a admitir 
recorribilidade por agravo de instrumento, 
interposto com fulcro no art. 1.015, II, do 
CPC/2015. 
STJ. 1ª Turma.REsp 1817205-SC, Rel. Min. 
Gurgel de Faria, julgado em 05/10/2021 (Info 
712)” 
“A prolação de sentença objeto de recurso de 
apelação não acarreta a perda superveniente 
do objeto de agravo de instrumento pendente 
de julgamento que versa sobre a consumação 
da prescrição. 
Exemplo hipotético: João ajuizou ação de 
cobrança contra Pedro. Na contestação Pedro 
alegou que a pretensão estaria prescrita. Logo, 
pediu a extinção do processo com resolução do 
mérito, nos termos do art. 487, II, do CPC. O 
juiz, contudo, não concordou e proferiu decisão 
interlocutória rejeitando a arguição de 
prescrição. Contra essa decisão, Pedro interpôs 
agravo de instrumento, insistindo no 
argumento de que teria havido a consumação 
da prescrição. Antes que o agravo de 
instrumento fosse julgado, houve a prolação de 
sentença. Mesmo assim, não haverá perda 
superveniente do objeto de agravo de 
instrumento que versa sobre a consumação da 
prescrição. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1921166-RJ, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, julgado em 05/10/2021 (Info 
713) “ 
3- AGRAVO INTERNO 
Este tipo de recurso impugna as decisões do 
relator, logo, ocorre nos tribunais. 
Prazo: 1 5 dias 
Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo 
relator caberá agravo interno para o respectivo 
órgão colegiado, observadas, quanto ao 
processamento, as regras do regimento interno 
do tribunal. 
§ 1º Na petição de agravo interno, o recorrente 
impugnará especificadamente os fundamentos 
da decisão agravada. 
§ 2º O agravo será dirigido ao relator, que 
intimará o agravado para manifestar-se sobre o 
recurso no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do 
qual, não havendo retratação, o relator levá-lo-
á a julgamento pelo órgão colegiado, com 
inclusão em pauta. 
§ 3º É vedado ao relator limitar-se à reprodução 
dos fundamentos da decisão agravada para 
julgar improcedente o agravo interno. 
§ 4º Quando o agravo interno for declarado 
manifestamente inadmissível ou improcedente 
em votação unânime, o órgão colegiado, em 
decisão fundamentada, condenará o agravante 
a pagar ao agravado multa fixada entre um e 
cinco por cento do valor atualizado da causa. 
§ 5º A interposição de qualquer outro recurso 
está condicionada ao depósito prévio do valor 
da multa prevista no § 4º, à exceção da Fazenda 
Pública e do beneficiário de gratuidade da 
justiça, que farão o pagamento ao final. 
4-EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 
Art. 1.022. Cabem embargos de declaração 
contra qualquer decisão judicial para: 
 
 
 
47 
 
I - Esclarecer obscuridade ou eliminar 
contradição; 
II - Suprir omissão de ponto ou questão sobre o 
qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a 
requerimento; 
III - corrigir erro material. 
Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão 
que: 
I - Deixe de se manifestar sobre tese firmada em 
julgamento de casos repetitivos ou em incidente 
de assunção de competência aplicável ao caso 
sob julgamento; 
II - Incorra em qualquer das condutas descritas 
no art. 489, § 1º . 
Os embargos deconduto, de petróleo 
bruto, seus derivados e gás natural de qualquer 
origem; 
V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o 
reprocessamento, a industrialização e o 
comércio de minérios e minerais nucleares e 
seus derivados, com exceção dos radioisótopos 
cuja produção, comercialização e utilização 
poderão ser autorizadas sob regime de 
permissão, conforme as alíneas b e c do inciso 
XXIII do caput do art. 21 desta Constituição 
Federal. 
§ 1º A União poderá contratar com empresas 
estatais ou privadas a realização das atividades 
previstas nos incisos I a IV deste artigo 
observadas as condições estabelecidas em 
lei. 
§ 2º A lei a que se refere o § 1º disporá 
sobre: 
ados de petróleo em todo o território 
nacional; 
II - As condições de contratação 
III - a estrutura e atribuições do órgão regulador 
do monopólio da União; 
§ 3º A lei disporá sobre o transporte e a 
utilização de materiais radioativos no território 
nacional. 
§ 4º A lei que instituir contribuição de 
intervenção no domínio econômico relativa às 
atividades de importação ou comercialização de 
petróleo e seus derivados, gás natural e seus 
derivados e álcool combustível deverá atender 
aos seguintes requisitos 
I - a alíquota da contribuição poderá ser: 
a) diferenciada por produto ou uso; 
b) reduzida e restabelecida por ato do Poder 
Executivo, não se lhe aplicando o disposto no 
art. 150,III, b ; 
II - os recursos arrecadados serão destinados: 
a) ao pagamento de subsídios a preços ou 
transporte de álcool combustível, gás natural e 
seus derivados e derivados de petróleo; 
b) ao financiamento de projetos ambientais 
relacionados com a indústria do petróleo e do 
gás; 
c) ao financiamento de programas de infra-
estrutura de transportes. 
Art. 180. A União, os Estados, o Distrito Federal 
e os Municípios promoverão e incentivarão o 
turismo como fator de desenvolvimento social 
e econômico. 
Da Política Urbana- 
 Art. 182. A política de desenvolvimento 
urbano, executada pelo Poder Público 
municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em 
lei, tem por objetivo ordenar o pleno 
desenvolvimento das funções sociais da cidade 
e garantir o bem-estar de seus habitantes. 
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara 
Municipal, obrigatório para cidades com mais 
de vinte mil habitantes, é o instrumento básico 
da política de desenvolvimento e de expansão 
urbana. (DECORE ISSO, O PLANO DIRETO SÓ É 
 
 
 
4 
 
EXIGIDO PARA CIDADES COM MAIS DE 200 MIL 
HABITANTES) 
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função 
social quando atende às exigências 
fundamentais de ordenação da cidade expressas 
no plano diretor. 
§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos 
serão feitas com prévia e justa indenização em 
dinheiro. (É DIFERENTE DA INDENIZAÇÃO A SER 
FEITA NOS CASOS DE REFORMA AGRÁRIA) 
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, 
mediante lei específica para área incluída no 
plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, 
do proprietário do solo urbano não edificado, 
subutilizado ou não utilizado, que promova seu 
adequado aproveitamento, sob pena, 
sucessivamente, de: ( Quando a propriedade 
não estiver exercendo a sua função social ou n 
ão estiver utilizada ou subutilizada de forma 
correta, o poder público municipal poderá 
exigir do proprietário determinados atos 
SUCESSIVAMENTE, como forma de que este 
cumpra aquela determinada função exigida) 
I - parcelamento ou edificação compulsórios; 
II - Imposto sobre a propriedade predial e 
territorial urbana progressivo no tempo; 
III - desapropriação com pagamento mediante 
títulos da dívida pública de emissão 
previamente aprovada pelo Senado Federal, 
com prazo de resgate de até dez anos, em 
parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados 
o valor real da indenização e os juros legais. 
 Art. 183. Aquele que possuir como sua área 
urbana de até duzentos e cinquenta metros 
quadrados, por cinco anos, ininterruptamente 
e sem oposição, utilizando-a para sua moradia 
ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, 
desde que não seja proprietário de outro 
imóvel urbano ou rural. USUCAPIÃO 
§ 1º O título de domínio e a concessão de uso 
serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a 
ambos, independentemente do estado civil. 
§ 2º Esse direito não será reconhecido ao 
mesmo possuidor mais de uma vez. 
§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos 
por usucapião. 
DA POLÍTICA AGRÍCOLA E FUNDIÁRIA E DA 
REFORMA AGRÁRIA 
Art. 184. Compete à União desapropriar por 
interesse social, para fins de reforma agrária, o 
imóvel rural que não esteja cumprindo sua 
função social, mediante prévia e justa 
indenização em títulos da dívida agrária, com 
cláusula de preservação do valor real, 
resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir 
do segundo ano de sua emissão, e cuja 
utilização será definida em lei. 
§ 1º As benfeitorias úteis e necessárias serão 
indenizadas em dinheiro. 
§ 2º O decreto que declarar o imóvel como de 
interesse social, para fins de reforma agrária, 
autoriza a União a propor a ação de 
desapropriação. 
§ 3º Cabe à lei complementar estabelecer 
procedimento contraditório especial, de rito 
sumário, para o processo judicial de 
desapropriação. 
§ 4º O orçamento fixará anualmente o volume 
total de títulos da dívida agrária, assim como o 
montante de recursos para atender ao 
programa de reforma agrária no exercício. 
§ 5º São isentas de impostos federais, estaduais 
e municipais as operações de transferência de 
imóveis desapropriados para fins de reforma 
agrária. 
 Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação 
para fins de reforma agrária: 
I - A pequena e média propriedade rural, assim 
definida em lei, desde que seu proprietário não 
possua outra; 
II - a propriedade produtiva. 
 
 
 
5 
 
Parágrafo único. A lei garantirá tratamento 
especial à propriedade produtiva e fixará 
normas para o cumprimento dos requisitos 
relativos a sua função social. 
 Art. 186. A função social é cumprida quando a 
propriedade rural atende, simultaneamente, 
segundo critérios e graus de exigência 
estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: 
I - Aproveitamento racional e adequado; 
II - Utilização adequada dos recursos naturais 
disponíveis e preservação do meio ambiente; 
III - observância das disposições que regulam as 
relações de trabalho; 
IV - Exploração que favoreça o bem-estar dos 
proprietários e dos trabalhadores. 
§ 2º Serão compatibilizadas as ações de política 
agrícola e de reforma agrária. 
 Art. 189. Os beneficiários da distribuição de 
imóveis rurais pela reforma agrária receberão 
títulos de domínio ou de concessão de uso, 
inegociáveis pelo prazo de dez anos. 
Parágrafo único. O título de domínio e a 
concessão de uso serão conferidos ao homem 
ou à mulher, ou a ambos, independentemente 
do estado civil, nos termos e condições previstos 
em lei. 
 Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário 
de imóvel rural ou urbano, possua como seu, 
por cinco anos ininterruptos, sem oposição, 
área de terra, em zona rural, não superior a 
cinquenta hectares, tornando-a produtiva por 
seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua 
moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. 
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão 
adquiridos por usucapião 
 
2. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Os direitos e garantias fundamentais são direitos 
EXPRESSOS, RESPALDADOS E GARANTIDOS pela 
Constituição Federal e inerentes à pessoa 
humana. 
Os direitos e garantias fundamentais são 
garantidos a todos os seres humanos, enquanto 
indivíduos de direito. Tratam-se, assim, de 
garantias formalizadas ao longo do tempo, 
inerentes aos indivíduos. 
São características dos direitos fundamentais: 
1- Historicidade: Os Direitos fundamentais 
surgiram com o Cristianismo e foram evoluindo 
ao longo do tempo, sendo pouco as mais 
relevantes, a depender a época que estava 
sendo vivenciados,declaração possuem o prazo de 
05 dias úteis e INTERROMPEM o prazo recursal. 
“A oposição tempestiva de embargos de 
declaração por uma das partes não interrompe 
o prazo para que a outra parte igualmente 
oponha embargos ao mesmo julgado. 
STJ. 2ª Seção. EDcl nos EDcl no REsp 
1829862/SP, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, 
julgado em 09/06/2021” 
“Admite-se a conversão dos embargos de 
declaração em agravo interno quando houver 
nítido pleito de reforma do julgamento, em 
atenção aos princípios da fungibilidade recursal 
e da instrumentalidade das formas, com base 
no artigo 1024, §3º, do CPC. 
STF. 1ª Turma. Rcl-ED-ED 39.695-MA, Rel. Min. 
Luiz Fux, julgado em 24/08/2020” 
5-RECURSO ORDINÁRIO: 
O Recurso ordinário encontra-se previsto na CF, 
pode ser interposto tanto no STF quanto no STJ. 
Possui efeito devolutivo, sendo admitido o 
suspensivo por alguns doutrinadores. Deve ser 
interposto no tribunal de origem, o qual não faz 
juízo de admissibilidade. 
ROC PARA O STF: 
Art. 1.027. Serão julgados em recurso ordinário: 
I - Pelo Supremo Tribunal Federal, os mandados 
de segurança, os habeas data e os mandados 
de injunção decididos em única instância pelos 
tribunais superiores, quando denegatória a 
decisão; 
Obs: TENHA EM MENTE QUE SE ESSA DECISÃO 
DENAGATÓRIA DE MS, MI e HD FOR 
MONOCRÁTICA (DO RELATOR) NÃO É O CASO 
DE ROC, MAS DE AGRAVO INTERNO. 
ROC PARA O STJ: 
II - pelo Superior Tribunal de Justiça: 
a) os mandados de segurança decididos em 
única instância pelos tribunais regionais 
federais ou pelos tribunais de justiça dos 
Estados e do Distrito Federal e Territórios, 
quando denegatória a decisão; 
b) os processos em que forem partes, de um 
lado, Estado estrangeiro ou organismo 
internacional e, de outro, Município ou pessoa 
residente ou domiciliada no País. 
Obs: A decisão mencionada na letra B é uma 
sentença, a qual será proferida por um juiz 
Federal de 1º grau, porém ao invés de ser 
interposta uma apelação para o TRF, cabe ROC 
PARA O STJ. 
§ 1º Nos processos referidos no inciso II, alínea 
“b”, contra as decisões interlocutórias caberá 
agravo de instrumento dirigido ao Superior 
Tribunal de Justiça, nas hipóteses do art. 1.015 . 
§ 2º Aplica-se ao recurso ordinário o disposto 
nos arts. 1.013, § 3º , e 1.029, § 5º 
6-RESP e RE: 
Não se pode recorrer toda hora e todo instante 
para o STF e o STJ né? Por isso, para que seja 
interposto o RESP ou RE faz-se necessário o 
exaurimento prévio de instâncias. 
São recursos que servem para controle da 
correta aplicação do direito OBJETIVO (verificar 
se a lei foi aplicada e interpretada 
corretamente ao caso concreto). Não faz 
reexame de provas, muito menos da matéria de 
 
 
 
48 
 
fato. A sua cognição fica restrita aos limites da 
matéria jurídica. 
Tanto o RE como o RESP exigem 
prequestionamento para serem oferecidos, 
ainda que a matéria seja de ordem pública. A sua 
fundamentação é vinculada, ou seja, deverá ser 
demonstrado expressamente em qual situação 
do art. 102 ou 105 da CF os recursos se 
enquadram. 
Não possuem efeito suspensivo AUTOMÁTICO, 
ou seja, permitem a execução provisória. Caso o 
impetrante queira tal efeito terá que requerer. 
Possui juízo de admissibilidade em dobro, pois 
tanto o juízo de origem quanto o tribunal 
superior fazem. 
Art. 1.029. O recurso extraordinário e o recurso 
especial, nos casos previstos na Constituição 
Federal , serão interpostos perante o presidente 
ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em 
petições distintas que conterão: 
I - A exposição do fato e do direito; 
II - A demonstração do cabimento do recurso 
interposto; 
III - as razões do pedido de reforma ou de 
invalidação da decisão recorrida. 
§ 1º Quando o recurso fundar-se em dissídio 
jurisprudencial, o recorrente fará a prova da 
divergência com a certidão, cópia ou citação do 
repositório de jurisprudência, oficial ou 
credenciado, inclusive em mídia eletrônica, em 
que houver sido publicado o acórdão 
divergente, ou ainda com a reprodução de 
julgado disponível na rede mundial de 
computadores, com indicação da respectiva 
fonte, devendo-se, em qualquer caso, 
mencionar as circunstâncias que identifiquem 
ou assemelhem os casos confrontados. 
§ 3º O Supremo Tribunal Federal ou o Superior 
Tribunal de Justiça poderá desconsiderar vício 
formal de recurso tempestivo ou determinar sua 
correção, desde que não o repute grave. 
§ 4º Quando, por ocasião do processamento do 
incidente de resolução de demandas repetitivas, 
o presidente do Supremo Tribunal Federal ou do 
Superior Tribunal de Justiça receber 
requerimento de suspensão de processos em 
que se discuta questão federal constitucional ou 
infraconstitucional, poderá, considerando 
razões de segurança jurídica ou de excepcional 
interesse social, estender a suspensão a todo o 
território nacional, até ulterior decisão do 
recurso extraordinário ou do recurso especial a 
ser interposto. 
§ 5º O pedido de concessão de efeito 
suspensivo a recurso extraordinário ou a 
recurso especial poderá ser formulado por 
requerimento dirigido: 
 – Ao tribunal superior respectivo, no período 
compreendido entre a publicação da decisão de 
admissão do recurso e sua distribuição, ficando 
o relator designado para seu exame prevento 
para julgá-lo; 
II - Ao relator, se já distribuído o recurso 
II – ao presidente ou ao vice-presidente do 
tribunal recorrido, no período compreendido 
entre a interposição do recurso e a publicação 
da decisão de admissão do recurso, assim como 
no caso de o recurso ter sido sobrestado, nos 
termos do art. 1.037 . 
Art. 1.031. Na hipótese de interposição 
conjunta de recurso extraordinário e recurso 
especial, os autos serão remetidos ao Superior 
Tribunal de Justiça. 
§ 1º Concluído o julgamento do recurso especial, 
os autos serão remetidos ao Supremo Tribunal 
Federal para apreciação do recurso 
extraordinário, se este não estiver prejudicado. 
§ 2º Se o relator do recurso especial considerar 
prejudicial o recurso extraordinário, em decisão 
irrecorrível, sobrestará o julgamento e remeterá 
os autos ao Supremo Tribunal Federal. 
§ 3º Na hipótese do § 2º, se o relator do recurso 
extraordinário, em decisão irrecorrível, rejeitar 
 
 
 
49 
 
a prejudicialidade, devolverá os autos ao 
Superior Tribunal de Justiça para o julgamento 
do recurso especial. 
OBS: Caso seja oferecido um RESP e o STJ 
entenda que a violação a CF é direta DEVERÁ 
conceder prazo de 15 dias para o recorrente 
mostrar a existência de Repercussão Geral e que 
se manifeste sobre questão constitucional. 
Cumprida a diligência o STJ remeterá o recurso 
ao STF, que em juízo de admissibilidade poderá 
devolvê-lo ao STJ. 
Contudo, caso o recurso oferecido tenha sido o 
RE e o STF entenda que a violação á CF é reflexa, 
remeterá o recurso ao STJ. 
Obs. NÃO CABE Resp no Juizado especial. 
7- EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA 
Art. 1.043. É embargável o acórdão de órgão 
fracionário que: 
I - Em recurso extraordinário ou em recurso 
especial, divergir do julgamento de qualquer 
outro órgão do mesmo tribunal, sendo os 
acórdãos, embargado e paradigma, de mérito; 
III - em recurso extraordinário ou em recurso 
especial, divergir do julgamento de qualquer 
outro órgão do mesmo tribunal, sendo um 
acórdão de mérito e outro que não tenha 
conhecido do recurso, embora tenha apreciado 
a controvérsia; 
§ 1º Poderão ser confrontadas teses jurídicas 
contidas em julgamentos de recursos e de ações 
de competência originária. 
§ 2º A divergência que autoriza a interposição de 
embargos de divergência pode verificar-se na 
aplicação do direito material ou do direito 
processual. 
§ 3º Cabem embargos de divergência quando o 
acórdão paradigma for da mesma turma que 
proferiu a decisão embargada, desde que sua 
composição tenha sofrido alteração em mais da 
metade de seus membros. 
§ 4º O recorrente provará a divergência com 
certidão, cópia ou citação de repositório oficial 
ou credenciado de jurisprudência, inclusive em 
mídia eletrônica,onde foi publicado o acórdão 
divergente, ou com a reprodução de julgado 
disponível na rede mundial de computadores, 
indicando a respectiva fonte, e mencionará as 
circunstâncias que identificam ou assemelham 
os casos confrontados. 
 Art. 1.044. No recurso de embargos de 
divergência, será observado o procedimento 
estabelecido no regimento interno do 
respectivo tribunal superior. 
§ 1º A interposição de embargos de divergência 
no Superior Tribunal de Justiça interrompe o 
prazo para interposição de recurso 
extraordinário por qualquer das partes. 
§ 2º Se os embargos de divergência forem 
desprovidos ou não alterarem a conclusão do 
julgamento anterior, o recurso extraordinário 
interposto pela outra parte antes da publicação 
do julgamento dos embargos de divergência 
será processado e julgado independentemente 
de ratificação. 
RECURSOS CABIMENTO PRAZO PREPARO 
APELAÇÃO Sentença 
terminativa ou 
definitiva 
15 
dias 
Sim 
AGRAVO DE 
INSTRUMENTO 
 
Decisões 
interlocutórias 
15 
dias 
sim 
AGRAVO 
INTERNO 
Decisões do 
relator 
15 
dias 
Em regra, 
não 
EMBARGOS DE 
DECLARAÇÃO 
Obscuridade, 
contradição e 
omissão 
5 dias não 
 
 
 
 
RESP 
É o 
instrumento 
processual 
utilizado para 
contestar, em 
face 
do Superior 
Tribunal de 
Justiça (STJ), 
uma decisão 
determinada 
por um 
Tribunal 
Estadual ou 
um Tribunal 
 
 
 
15 
dias 
 
 
 
 
 
sim 
 
 
 
50 
 
Regional 
Federal 
(art.105, III da 
CF) 
RE o recurso 
extraordinário 
tem a função 
de rebater 
decisão que 
contrarie a 
Constituição 
da República 
Federativa do 
Brasil (art. 102, 
III da CF) 
 
 
 
15 
dias 
sim 
EMBARGOS DE 
DIVERDÊNCIA 
Contra 
acórdão 
fracionário 
15 
dias 
sim 
 
DIREITO PENAL 
SEGUNDA DICA DO DIA 47 
1. CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
O código penal adotou um critério individualista, 
onde primeiro se preocupa com os bens 
jurídicos individuais e somente ao final com a 
administração pública. 
O funcionário público no contexto dos crimes 
contra a administração pública é chamado de 
“intra réus”, já o particular é de “extra réus”. 
Doutrinariamente, os crimes contra a 
administração pública são considerados aquele 
que possui o efeito boomerang, pois o réu 
pratica um crime, onde ele também será 
prejudicado. 
Os crimes funcionais podem ser classificados 
em: 
1-próprios ou especiais: São aqueles que a 
função do funcionário público é essencial para a 
tipificação do delito. 
2-impróprios ou mistos: são aqueles que a 
ausência da condição de funcionário público 
leva a desclassificação para outro crime. 
Os crimes contra a administração pública podem 
ser praticados por funcionários públicos ou por 
particulares. 
DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO 
PÚBLICO CONTR A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. 
VEJAMOS OS QUE MAIS TEM INCIDÊNCIA NAS 
PROVAS: 
ESPÉCIES DE PECULATO: 
1. Peculato-apropriação: Acontece no 
momento em que o servidor público se apropria 
de dinheiro, valor ou qualquer outro bem 
móvel, seja ele público ou particular de que 
tenha a posse em razão do seu cargo. 
Aqui, se encaixa aquele exemplo que comentei 
sobre o servidor se apropriar de um bem 
apreendido ou confiscado em operação policial. 
Não cabe se for o caso de prestação de serviço, 
pois seria analogia in mala partem, por falta de 
previsão legal, não cabendo a tipificação por 
peculato, mas podendo ser tipificado como 
outro delito. 
2. Peculato-desvio: Essa modalidade acontece 
quando o servidor, por ter acesso em razão do 
cargo, destina valores ou bens para uma 
finalidade estranha à administração pública. 
Por exemplo, inclui sua empregada doméstica 
como funcionária comissionada, mesmo não 
tendo serviços prestados ao poder público. 
3. Peculato-furto: A definição dessa categoria 
está relacionada ao furto, que é quando o 
servidor público furta algo para proveito próprio 
ou alheio, também por conta das facilidades do 
seu cargo. 
Então, por exemplo, se o funcionário subtrair 
um computador para si, ele está praticando o 
peculato-furto. 
4. Peculato-culposo: Mesmo que não seja de 
forma intencional, o funcionário público pode 
ser condenado nessa modalidade. 
Isso porque no peculato-culposo houve 
imprudência, negligência ou imperícia do 
 
 
 
51 
 
servidor e, assim, um terceiro praticou um 
crime. Neste caso o 3º é responde pelo crime 
praticado, podendo ser um furto, um roubo.... 
e o funcionário público por peculato culposo, 
afinal não existe concurso de pessoas no crime 
culposo, mas coautoria. LEMBRA? 
Por exemplo: o servidor deixa uma porta aberta 
e vários equipamentos são furtados. Assim, ele 
pode ser responsabilizado por essa falha. 
5. Peculato-estelionato: Nesse caso, o peculato 
ocorre mediante erro de outrem. Ou seja, 
quando o servidor se apropria de bens e valores 
que recebeu por erro de um terceiro no 
exercício do cargo. 
Exemplo: um funcionário que não poderia 
receber o pagamento de uma multa, mas recebe 
os valores, não repassa ao órgão e fica para uso 
próprio. 
6. Peculato eletrônico: Essa modalidade se 
encaixa ao funcionário que insere dados falsos 
(ou faz alterações indevidas) em sistemas da 
administração pública, para benefício próprio ou 
de terceiros. 
Exemplo: o servidor que altera o seu salário no 
sistema. 
Obs: PECULATO DE USO NÃO É CRIME, NO 
ENTATO É ATO DE IMPROBIDADE 
ADMINISTRATIVA. 
Obs:É possível o crime de peculato envolvendo 
o patrimônio do particular, é o caso do bem 
está sob custódia da administração pública e o 
funcionário apropriar-se. Doutrinariamente é o 
denominado, peculato malversação. 
 Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público 
de dinheiro, valor ou qualquer outro bem 
móvel, público ou particular, de que tem a 
posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em 
proveito próprio ou alheio: 
 Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. 
 § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário 
público, embora não tendo a posse do dinheiro, 
valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que 
seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, 
valendo-se de facilidade que lhe proporciona a 
qualidade de funcionário. 
 Peculato culposo 
 § 2º - Se o funcionário concorre culposamente 
para o crime de outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano 
 § 3º - No caso do parágrafo anterior, a 
reparação do dano, se precede à sentença 
irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é 
posterior, reduz de metade a pena imposta. 
(NO PECULATO DOLOSO NÃO CABE A 
EXTINÇÃO DA PENA, CONFORME MENCIONA 
ESTE §. O QUE PODERÁ OCORRER É O 
ARREPENDIMENTO POSTERIOR, CASO A 
REPARAÇÃO DO DANO OCORRA ANTES DA 
DENÚNCIA). 
O peculato culposo se consuma no momento 
da prática do crime doloso pelo 3º e não do ato 
culposo praticado pelo funcionário público. 
PECULATO CULPOSO NÃO ADMITE TENTATIVA, 
POIS CRIMES CULPOSO NÃO SÃO TENTADOS. 
 Peculato mediante erro de outrem 
 Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer 
utilidade que, no exercício do cargo, recebeu 
por erro de outrem: Pena - reclusão, de um a 
quatro anos, e multa. 
Emprego irregular de verbas ou rendas públicas 
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas 
aplicação diversa da estabelecida em lei: 
 Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. 
Concussão 
 Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta 
ou indiretamente, ainda que fora da função ou 
antes de assumi-la, mas em razão dela, 
vantagem indevida: 
 
 
 
52 
 
 Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e 
multa 
Repare no verbo EXIGIR. Na concussão a 
exigência é feita SEM VIOLÊNCIA OU GRAVE 
AMEAÇA, qualquer vantagem indevida, 
mediante algum servido público. Na Extorsão, a 
exigência é feita COM VIOLÊNCIA, podendo ser 
praticada por um funcionário público ou não. 
 Excesso de exação 
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou 
contribuição social que sabe ou deveria saber 
indevido, ou, quando devido, emprega na 
cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei 
não autoriza. 
OLHA A PEGADINHA: Não confunda o delito de 
excesso de exaçãoe o crime contra a ordem 
tributária. No excesso de exação o funcionário 
público cobra tributo ou contribuição social 
que sabe ser indevida ou prega meio vexatório 
na sua cobrança, já no crime de ordem 
tributária o funcionário público DEIXA DE 
LANÇAR OU COBRAR TRIBUTO OU 
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL, QUE SABEM SER 
DEVIDOS. 
Corrupção passiva 
 Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para 
outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora 
da função ou antes de assumi-la, mas em razão 
dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa 
de tal vantagem: 
 Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e 
multa. 
 § 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em 
conseqüência da vantagem ou promessa, o 
funcionário retarda ou deixa de praticar 
qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo 
dever funcional. 
 § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar 
ou retarda ato de ofício, com infração de dever 
funcional, cedendo a pedido ou influência de 
outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou 
multa. 
No caso de corrupção PASSIVA, esta só poder 
praticada por um funcionário público, já a 
corrupção ativa, poderá ser praticada por um 
funcionário público ou não. 
A corrupção passiva poderá ser própria, 
quando no funcionário público negocia um ato 
ILÍCITO. EX: Delegado de polícia diz para o 
investigado que tocará o inquérito policial até 
que o crime esteja prescrito. 
Como também poderá ser imprópria, ocorre 
quando o funcionário público negocia um ato 
lícito. É crime do mesmo jeito, pois o funcionário 
público já é remunerado pelos cofres públicos, 
não poderá cobrar “por fora”, algo que já é de 
sua obrigação fazer. Ex: Delegado que recebe 
um valor para poder dar um andamento mais 
célere da investigação de um crime. 
Prevaricação 
 Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, 
indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo 
contra disposição expressa de lei, para satisfazer 
interesse ou sentimento pessoal 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e 
multa. 
Nas provas sempre caem um caso prático, onde 
um particular retarda ou deixa de praticar 
indevidamente um ato por interesse ou 
sentimento pessoal. Essa alternativa, caso você 
visualize, está ERRADA. Porque o delito de 
prevaricação é praticado por funcionário 
Público. 
 Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária 
e/ou agente público, de cumprir seu dever de 
vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, 
de rádio ou similar, que permita a comunicação 
com outros presos ou com o ambiente externo 
(PREVARICAÇÃO IMPRÓPRIA) 
 Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. 
 Condescendência criminosa 
 
 
 
53 
 
 Art. 320 - Deixar o funcionário, por 
indulgência, de responsabilizar subordinado 
que cometeu infração no exercício do cargo ou, 
quando lhe falte competência, não levar o fato 
ao conhecimento da autoridade 
competente Pena - detenção, de quinze dias a 
um mês, ou multa 
DECORA A PALAVRA Indulgência PARA LIGAR O 
CASO PRÁTICO APRESENTADO AO DELITO DE 
CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA. Eu sempre 
faço isso! Hahahah 
 Advocacia administrativa 
 Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, 
interesse privado perante a administração 
pública, valendo-se da qualidade de funcionário: 
 Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. 
 Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo: 
 Pena - detenção, de três meses a um ano, além 
da multa. 
Funcionário público 
 Art. 327 - Considera-se funcionário público, 
para os efeitos penais, quem, embora 
transitoriamente ou sem remuneração, exerce 
cargo, emprego ou função pública. 
 § 1º - Equipara-se a funcionário público quem 
exerce cargo, emprego ou função em entidade 
paraestatal, e quem trabalha para empresa 
prestadora de serviço contratada ou conveniada 
para a execução de atividade típica da 
Administração Pública. 
 § 2º - A pena será aumentada da terça parte 
quando os autores dos crimes previstos neste 
Capítulo forem ocupantes de cargos em 
comissão ou de função de direção ou 
assessoramento de órgão da administração 
direta, sociedade de economia mista, empresa 
pública ou fundação instituída pelo poder 
público 
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA PRATICADOS POR PARTICULARES. 
VEJAMOS OS QUE TEM MAIS INCIDÊNCIA NAS 
PROVAS: 
Usurpação de função pública 
Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública. 
Este delito é diferente do delito tipificado como 
exercício funcional ilegal, pois este é praticado 
por funcionário público e a usurpação pública é 
por particular. 
Resistência 
 Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, 
mediante violência ou ameaça a funcionário 
competente para executá-lo ou a quem lhe 
esteja prestando auxílio 
Desobediência X resistência= Na desobediência 
há uma resistência em cumprir um ato legal, 
SEM VIOLÊNCIA. Já na resistência é COM 
Violência. 
Desacato 
 Art. 331 - Desacatar funcionário público no 
exercício da função ou em razão dela. 
A conduta do desacato é humilhar, menosprezar 
o funcionário público, maculando a sua honra 
profissional, estando aquele no exercício ou não 
da sua função. 
Corrupção ativa 
 Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem 
indevida a funcionário público, para determiná-
lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício 
Verifique que o núcleo deste tipo são os verbos: 
OFERECER OU PROMETER. Se na questão vier 
narrando que o particular DEU, não tipifica o 
delito de corrupção ativa. 
Descaminho 
Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o 
pagamento de direito ou imposto devido pela 
entrada, pela saída ou pelo consumo de 
mercadoria. 
O descaminho é crime FORMAL, logo independe 
da constituição definitiva do crédito tributário 
 
 
 
54 
 
para sua tipificação, pois essa exigência só é 
necessária para os crimes materiais. 
Obs: Não haverá crime se não houver 
necessidade de pagamento. EX: Imunidade 
sobre livros. 
“Responderá apenas pelo crime de descaminho, 
e não por este em concurso com o de falsidade 
ideológica, o agente que, com o fim exclusivo de 
iludir o pagamento de tributo devido pela 
entrada de mercadoria no território nacional, 
alterar a verdade sobre o preço desta. 
STJ. 5ª Turma. RHC 31321-PR, Rel. Min. Marco 
Aurélio Bellizze, julgado em 16/5/2013 (Info 
523)” 
“Configura CONTRABANDO (e não descaminho) 
a conduta de importar, à margem da disciplina 
legal, arma de pressão por ação de gás 
comprimido ou por ação de mola” 
“Não pode ser aplicado para fins de incidência 
do princípio da insignificância nos crimes 
tributários estaduais o parâmetro de R$ 
20.000,00 (vinte mil reais), estabelecido no art. 
20 da Lei 10.522/2002, devendo ser observada a 
lei estadual vigente em razão da autonomia do 
ente federativo. 
STJ. 5ª Turma. AgRg-HC 549.428-PA. Rel. Min. 
Jorge Mussi, julgado em 19/05/2020” 
Contrabando 
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria 
proibida 
Configura crime de contrabando a importação 
de colete à prova de balas sem prévia 
autorização do Comando do Exército. 
A importação de colete à prova de balas não se 
enquadra em nenhum tipo penal previsto no 
Estatuto do Desarmamento. 
O pagamento da penalidade pecuniária 
imposta ao contribuinte que deixa de atender 
às exigências da autoridade tributária estadual 
quanto à exibição de livros e documentos 
fiscais não se adequa a nenhuma das hipóteses 
de extinção de punibilidade previstas no § 2º 
do art. 9º da Lei nº 10.684/2003. 
STJ. 6ª Turma. REsp 1630109-RJ, Rel. Min. 
Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 
14/2/2017 (Info 598) 
#linkmental #codigodetransitobrasileiro 
Art. 278-A. O condutor que se utilize de veículo 
para a prática do crime de receptação, 
descaminho, contrabando, previstos nos arts. 
180, 334 e 334-A do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 
de dezembro de 1940 (Código Penal), 
condenado por um desses crimes em decisão 
judicial transitada em julgado, terá cassado seu 
documento de habilitação ou será proibido de 
obter a habilitação para dirigir veículo 
automotor pelo prazo de 5 (cinco) anos. 
§ 1º O condutor condenadopoderá requerer sua 
reabilitação, submetendo-se a todos os exames 
necessários à habilitação, na forma deste 
Código. 
§ 2º No caso do condutor preso em flagrante na 
prática dos crimes de que trata o caput deste 
artigo, poderá o juiz, em qualquer fase da 
investigação ou da ação penal, se houver 
necessidade para a garantia da ordem pública, 
como medida cautelar, de ofício, ou a 
requerimento do Ministério Público ou ainda 
mediante representação da autoridade policial, 
decretar, em decisão motivada, a suspensão da 
permissão ou da habilitação para dirigir veículo 
automotor, ou a proibição de sua obtenção.sendo determinante o 
contexto social, político e cultural da época. 
2-Universalidade: São direitos atribuídos a 
qualquer pessoa, esteja ela onde estiver. 
Contudo, é importante ressaltar que depender 
do país, os direitos e garantias fundamentais 
podem ser diferentes, pois pertencem a 
determinada religião, cultura... 
3- Imprescritibilidade: O direito a ter direito e 
garantias fundamentais é imprescritível, ainda 
que você não o exerça por muitos anos, 
contudo, pleitear a violação a esses direitos não 
é imprescritível, devendo ser observado os 
prazos decadenciais e prescricionais. 
4-Indisponibilidade e irrenunciabilidade: Como 
regra geral os direitos e garantias fundamentais 
são indisponíveis, não podendo a pessoa 
renunciar a eles e muito menos dispor da forma 
que bem entender, contudo, atualmente a 
jurisprudência tem admitido a disponibilidade 
relativa e limitada desses direitos, ficando 
apenas proibido a disponibilidade absoluta. 
Ex: Quando uma pessoa vai ao BBB ou qualquer 
reality show, ela está dispondo do seu direito de 
imagem. Contudo, é por certo período de tempo 
e limitado (ou seja, de forma parcial e não 
absoluta). 
 
 
 
6 
 
5- Relatividade: Não existe direitos 
fundamentais absoluto, ou seja, caso ocorra um 
conflito entre direitos fundamentais deverá ser 
feito uma ponderação, por meio das técnicas 
utilizadas em cada caso concreto e não a 
eliminação de um se sobrepondo ao outro. Não 
existe hierarquia entre os direitos 
fundamentais. 
Na colisão de de direitos fundamentais deverá 
ser utilizada a técnica da ponderação ou 
harmonização, de forma que nenhum direito 
seja eliminado, mas que seja utilizado o mais 
adequado ao caso concreto. 
6-inalienabilidade: Não podem ser transferidos. 
Estão ligados ao titular do exercício, embora não 
sejam exclusivamente direitos subjetivos, pois 
interessam a todo o corpo social. A exceção se 
verifica no direito às propriedades material ou 
intelectual, que podem ser transferidas. 
Dimensões dos Direitos Fundamentais: 
1ª Dimensão Direitos civis e políticos. 
2ª Dimensão Direitos sociais, econômicos e 
culturais. 
3ª Dimensão Direitos de solidariedade e 
fraternidade. 
4ª Dimensão Globalização (existe divergência). 
 
Teoria dos 4 Status (Jellinek) 
Passivo: o sujeito está subordinado aos poderes 
estatais. 
Ativo: sujeito pode participar da formação da 
vontade do Estado. 
Negativo: ao sujeito é assegurada uma esfera 
indevassável ao Estado. 
Positivo: sujeito tem direito de pedir certas 
prestações ao Estado. 
 
Eficácia: 
VERTICAL:incidem na relação entre sujeito e 
Estado; 
HORIZONTAL:incidem na relação entre sujeitos 
privados; 
DIAGONAL: incidem na relação entre privados 
em posição de desigualdade. Ex.: consumidor e 
fornecedor. 
 
Dimensão objetiva e subjetiva dos direitos 
fundamentais: 
Dimensão objetiva: Os direitos fundamentais 
formam a base do ordenamento jurídico de um 
Estado Democrático de Direito. 
Dimensão subjetiva: Os direitos fundamentais 
conferem aos seus titulares o direito de infligir 
os seus interesses perante os órgãos que devem 
prestá-los. 
 
As normas definidoras de Direitos e garantias 
fundamentais tÊm aplicação imediata. 
Não confunda: Direito não é sinônimom de 
garantia. Direitos são dispositivos que revelam 
a existência de interesses, são normas 
declaratórias. Garantias são mecanismos 
utilizados para assegurar a inviolabilidade e o 
exercício desses direitos. 
Geração dos Direitos Fundamentais: 
Essa nomenclatura foi propagada por Kasal 
Vasak, onde dividiu os direitos fundamentais em 
TrÊs Gerações. 
Os direitos de primeira geração, que tem como 
marco as revoluções liberais do século XVIII, são 
os direitos de liberdade em sentido amplo, 
sendo os primeiros a constarem dos textos 
normativos constitucionais, a saber, os direitos 
civis e políticos. São direitos a prestações 
preponderantemente negativas, nas quais o 
Estado deve proteger a esfera de autonomia do 
indivíduo. 
Os direitos de segunda geração, por sua vez, 
nasceram a partir do início do século XX, em 
meio ao socialismo (Constituição Mexicana de 
1917 e de Weimar de 1919) e compõem-se 
dos direitos de igualdade a saber, os direitos 
econômicos, sociais e culturais, impondo ao 
poder público a satisfação de um dever de 
prestação. 
Os direitos de terceira geração são os direitos 
os difusos e coletivos, que se assentam 
na fraternidade ou solidariedade. Dentre eles, 
destaque-se o direito ao meio ambiente 
 
 
 
7 
 
ecologicamente equilibrado, assim como os 
direitos ao desenvolvimento. 
Em síntese conclusiva, nas palavras do Ministro 
Celso de Mello: 
“Enquanto os direitos de primeira geração 
(direitos civis e políticos) – que compreendem as 
liberdades clássicas, negativas ou formais – 
realçam o princípio da liberdade e os direitos de 
segunda geração (direitos econômicos, sociais e 
culturais) – que se identificam com as liberdades 
positivas, reais ou concretas – acentuam o 
princípio da igualdade, os direitos de terceira 
geração, que materializam poderes de 
titularidade coletiva atribuídos genericamente a 
todas as formações sociais, consagram o 
princípio da solidariedade e constituem um 
momento importante no processo de 
desenvolvimento, expansão e reconhecimento 
dos direitos humanos, caracterizados, enquanto 
valores fundamentais indisponíveis, pela nota 
de uma essencial inexauribilidade.” (MS 22.164, 
rel. min. Celso de Mello, j. 30-10-1995, P, DJ de 
17-11-1995.) 
Segundo o brasileiro Paulo Bonavides, os 
direitos fundamentais de quarta geração seriam 
aqueles resultantes da globalização e são 
exemplos o direito à democracia (sobretudo 
direta), à informação, ao pluralismo e, para 
alguns (como Norberto Bobbio), a bioética. 
Paulo Bonavides também desenvolve sua quinta 
geração de direitos fundamentais, tendo como 
destaque o reconhecimento da normatividade 
do direito à paz e também dividiu os direitos em 
uma sexta geração, que seria o direito a água 
potável. 
 A maior parte dos autores hoje prefere se valer 
da expressão “dimensões” de direitos 
fundamentais, em detrimento de “gerações”, 
partindo da premissa de que esta poderia 
induzir à falsa ideia de que uma categoria de 
direitos substitui a outra que lhe é anterior. Uma 
geração, definitivamente, não sucede a outra. 
Pelo contrário, haveria um acréscimo no 
catálogo de direitos fundamentais. 
#JURIS 
Viola a liberdade de expressão a 
decisão de retirar da Netflix o especial de Natal 
do Porta dos Fundos porque seu conteúdo 
satiriza crenças e valores do cristianismo 
Retirar de circulação produto audiovisual 
disponibilizado em plataforma de “streaming” 
apenas porque seu conteúdo desagrada 
parcela da população, ainda que majoritária, 
não encontra fundamento em uma sociedade 
democrática e pluralista como a brasileira. 
STF. 2ª Turma. Rcl 38782/RJ, Rel. Min. Gilmar 
Mendes, julgado em 3/11/2020 (Info 998). 
“CF/88 e a Convenção Internacional 
sobre Direitos das Pessoas com Deficiência 
asseguram o direito dos portadores de 
necessidades especiais ao acesso a prédios 
públicos, devendo a Administração adotar 
providências que o viabilizem. 
O Poder Judiciário, em situações excepcionais, 
pode determinar que a Administração Pública 
adote medidas assecuratórias 
de direitos constitucionalmente reconhecidos 
como essenciais, sem que isso configure 
violação do princípio da separação de poderes. 
STF. 1ª Turma. RE 440028/SP, rel. Min. Marco 
Aurélio, julgado em 29/10/2013 (Info 726)” 
“Caso concreto: o jornal Folha de São Paulo 
pediu para que o Governo do Estado fornecesse 
informações relacionadas a mortes registradas 
pela polícia em boletins de ocorrência. O 
pedido foi negado sob o fundamento de que, 
apesar de terem natureza pública, esses dados 
deveriam ser divulgados com cautela e não 
seriam indispensáveis para o trabalho 
jornalístico. 
O STJ não concordou e afirmou que não cabe à 
administração pública ou ao Poder Judiciário 
discutir o uso que se pretende dar à informação 
de naturezapública. A informação, por ser 
pública, deve estar disponível ao público, 
 
 
 
8 
 
independentemente de justificações ou 
considerações quanto aos interesses a que se 
destina. 
Não se pode vedar o exercício de um direito – 
acessar a informação pública – pelo mero 
receio do abuso no exercício de um outro e 
distinto direito – o de livre comunicar. 
Em suma: veículo de imprensa jornalística 
possui direito líquido e certo de obter dados 
públicos sobre óbitos relacionados a 
ocorrências policiais. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1852629-SP, Rel. Min. Og 
Fernandes, julgado em 06/10/2020 (Info 682)” 
O que se entende por aviso prévio ao direito de 
Reunião expresso no art. 5º, XVI da CF? 
“O art. 5º, XVI, da CF/88 prevê o direito de 
reunião nos seguintes termos: 
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, 
sem armas, em locais abertos ao público, 
independentemente de autorização, desde que 
não frustrem outra reunião anteriormente 
convocada para o mesmo local, sendo apenas 
exigido prévio aviso à autoridade competente; 
Qual é o sentido de “prévio aviso” mencionado 
pelo dispositivo constitucional? 
O STF fixou a seguinte tese: 
A exigência constitucional de aviso prévio 
relativamente ao direito de reunião é satisfeita 
com a veiculação de informação que permita 
ao poder público zelar para que seu exercício se 
dê de forma pacífica ou para que não frustre 
outra reunião no mesmo local. 
STF. Plenário. RE 806339/SE, Rel. Min. Marco 
Aurélio, redator do acórdão Min. Edson Fachin, 
julgado em 14/12/2020 (Repercussão Geral – 
Tema 855) (Info 1003).” 
 
3. ORDEM SOCIAL 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
A ordem social tem como base o primado do 
trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça 
sociais. O Estado exercerá a função de 
planejamento das políticas sociais, assegurada, 
na forma da lei, a participação da sociedade nos 
processos de formulação, de monitoramento, 
de controle e de avaliação dessas políticas 
Seguridade Social: seguridade social 
compreende um conjunto integrado de ações de 
iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, 
destinadas a assegurar os direitos relativos à 
saúde, à previdência e à assistência social. 
Compete ao Poder Público, nos termos da lei, 
organizar a seguridade social, com base nos 
seguintes objetivos: 
 - Universalidade da cobertura e do 
atendimento; 
II - Uniformidade e equivalência dos benefícios 
e serviços às populações urbanas e rurais; 
III - seletividade e distributividade na prestação 
dos benefícios e serviços; 
IV - Irredutibilidade do valor dos benefícios; 
V - Equidade na forma de participação no 
custeio; 
VI - Diversidade da base de financiamento, 
identificando-se, em rubricas contábeis 
específicas para cada área, as receitas e as 
despesas vinculadas a ações de saúde, 
previdência e assistência social, preservado o 
caráter contributivo da previdência social; 
VII - caráter democrático e descentralizado da 
administração, mediante gestão quadripartite, 
com participação dos trabalhadores, dos 
empregadores, dos aposentados e do Governo 
nos órgãos colegiados. 
A seguridade social será financiada por toda a 
sociedade, seja de forma direta, seja de forma 
indireta. 
Art. 194. A seguridade social compreende um 
conjunto integrado de ações de iniciativa dos 
Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a 
assegurar os direitos relativos à saúde, à 
previdência e à assistência social. PAS 
 
 
 
9 
 
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos 
termos da lei, organizar a seguridade social, com 
base nos seguintes objetivos: 
I - Universalidade da cobertura e do 
atendimento; (NÃO CONFUNDIR COM 
UNIFORMIDADE) 
II - Uniformidade e equivalência dos benefícios 
e serviços às populações urbanas e rurais; 
III - seletividade e distributividade na prestação 
dos benefícios e serviços; 
IV - Irredutibilidade do valor dos benefícios; 
V - Equidade na forma de participação no 
custeio 
 
 Art. 195. A seguridade social será financiada 
por toda a sociedade, de forma direta e 
indireta, nos termos da lei, mediante recursos 
provenientes dos orçamentos da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e 
das seguintes contribuições sociais. 
 
Da Saúde: 
 A saúde é direito de todos e dever do Estado, 
garantido mediante políticas sociais e 
econômicas que visem à redução do risco de 
doença e de outros agravos e ao acesso 
universal e igualitário às ações e serviços para 
sua promoção, proteção e recuperação. 
 Art. 197. São de relevância pública as ações e 
serviços de saúde, cabendo ao Poder Público 
dispor, nos termos da lei, sobre sua 
regulamentação, fiscalização e controle, 
devendo sua execução ser feita diretamente ou 
através de terceiros e, também, por pessoa 
física ou jurídica de direito privado. 
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde 
integram uma rede regionalizada e 
hierarquizada e constituem um sistema único, 
organizado de acordo com as seguintes 
diretrizes: 
I - Descentralização, com direção única em cada 
esfera de governo; 
II - Atendimento integral, com prioridade para 
as atividades preventivas, sem prejuízo dos 
serviços assistenciais; 
III - participação da comunidade. 
§ 1º. O sistema único de saúde será financiado, 
nos termos do art. 195, com recursos do 
orçamento da seguridade social, da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
além de outras fontes 
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios aplicarão, anualmente, em ações e 
serviços públicos de saúde recursos mínimos 
derivados da aplicação de percentuais 
calculados sobre 
I - No caso da União, a receita corrente líquida 
do respectivo exercício financeiro, não podendo 
ser inferior a 15% (quinze por cento); 
II - No caso dos Estados e do Distrito Federal, o 
produto da arrecadação dos impostos a que se 
refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os 
arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, 
deduzidas as parcelas que forem transferidas 
aos respectivos Municípios 
III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, 
o produto da arrecadação dos impostos a que se 
refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os 
arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º. 
 Art. 199. A assistência à saúde é livre à 
iniciativa privada. 
§ 1º - As instituições privadas poderão 
participar de forma complementar do sistema 
único de saúde, segundo diretrizes deste, 
mediante contrato de direito público ou 
convênio, tendo preferência as entidades 
filantrópicas e as sem fins lucrativos. 
§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos 
para auxílios ou subvenções às instituições 
privadas com fins lucrativos. SEM FINS 
LUCRATIVOS PODE. 
§ 3º É vedada a participação direta ou indireta 
de empresas ou capitais estrangeiros na 
assistência à saúde no País, salvo nos casos 
previstos em lei. 
 
 
 
10 
 
§ 4º A lei disporá sobre as condições e os 
requisitos que facilitem a remoção de órgãos, 
tecidos e substâncias humanas para fins de 
transplante, pesquisa e tratamento, bem como 
a coleta, processamento e transfusão de sangue 
e seus derivados, sendo vedado todo tipo de 
comercialização. 
Da previdência social: A previdência social será 
organizada sob a forma do Regime Geral de 
Previdência Social, de caráter contributivo e de 
filiação obrigatória, observados critérios que 
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. 
Atendendo o seguinte: 
I - Cobertura dos eventos de incapacidade 
temporária ou permanente para o trabalho e 
idade avançada; 
II - Proteção à maternidade, especialmente à 
gestante; 
III - proteção ao trabalhador em situação de 
desemprego involuntário 
IV - Salário-família e auxílio-reclusão para os 
dependentes dos segurados de baixa 
renda; 
V - Pensão por morte do segurado, homem ou 
mulher, ao cônjuge ou companheiro e 
dependentes, observado o disposto no § 2º. 
§ 1º É vedada a adoção de requisitos ou 
critérios diferenciados para concessão de 
benefícios, ressalvada, nos termos delei 
complementar, a possibilidade de previsão de 
idade e tempo de contribuição distintos da regra 
geral para concessão de aposentadoria 
exclusivamente em favor dos segurados: 
I - Com deficiência, previamente submetidos a 
avaliação biopsicossocial realizada por equipe 
multiprofissional e interdisciplinar; 
II - Cujas atividades sejam exercidas com efetiva 
exposição a agentes químicos, físicos e 
biológicos prejudiciais à saúde, ou associação 
desses agentes, vedada a caracterização por 
categoria profissional ou ocupação. 
§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário 
de contribuição ou o rendimento do trabalho do 
segurado terá valor mensal inferior ao salário 
mínimo. 
§ 3º Todos os salários de contribuição 
considerados para o cálculo de benefício serão 
devidamente atualizados, na forma da lei. 
§ 4º É assegurado o reajustamento dos 
benefícios para preservar-lhes, em caráter 
permanente, o valor real, conforme critérios 
definidos em lei. 
§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de 
previdência social, na qualidade de segurado 
facultativo, de pessoa participante de regime 
próprio de previdência. 
§ 6º A gratificação natalina dos aposentados e 
pensionistas terá por base o valor dos proventos 
do mês de dezembro de cada ano. 
§ 7º É assegurada aposentadoria no regime 
geral de previdência social, nos termos da lei, 
obedecidas as seguintes condições 
I - 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se 
homem, e 62 (sessenta e dois) anos de idade, 
se mulher, observado tempo mínimo de 
contribuição 
II - 60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55 
(cinquenta e cinco) anos de idade, se mulher, 
para os trabalhadores rurais e para os que 
exerçam suas atividades em regime de 
economia familiar, nestes incluídos o produtor 
rural, o garimpeiro e o pescador artesanal 
§ 8º O requisito de idade a que se refere o inciso 
I do § 7º será reduzido em 5 (cinco) anos, para o 
professor que comprove tempo de efetivo 
exercício das funções de magistério na educação 
infantil e no ensino fundamental e médio fixado 
em lei complementar 
 9º Para fins de aposentadoria, será assegurada 
a contagem recíproca do tempo de contribuição 
entre o Regime Geral de Previdência Social e os 
regimes próprios de previdência social, e destes 
entre si, observada a compensação financeira, 
 
 
 
11 
 
de acordo com os critérios estabelecidos em 
lei. 
§ 9º-A. O tempo de serviço militar exercido nas 
atividades de que tratam os arts. 42, 142 e 143 
e o tempo de contribuição ao Regime Geral de 
Previdência Social ou a regime próprio de 
previdência social terão contagem recíproca 
para fins de inativação militar ou aposentadoria, 
e a compensação financeira será devida entre as 
receitas de contribuição referentes aos militares 
e as receitas de contribuição aos demais 
regimes. 
§ 10. Lei complementar poderá disciplinar a 
cobertura de benefícios não programados, 
inclusive os decorrentes de acidente do 
trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo 
Regime Geral de Previdência Social e pelo setor 
privado. 
§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a 
qualquer título, serão incorporados ao salário 
para efeito de contribuição previdenciária e 
consequente repercussão em benefícios, nos 
casos e na forma da lei 
 12. Lei instituirá sistema especial de inclusão 
previdenciária, com alíquotas diferenciadas, 
para atender aos trabalhadores de baixa renda, 
inclusive os que se encontram em situação de 
informalidade, e àqueles sem renda própria que 
se dediquem exclusivamente ao trabalho 
doméstico no âmbito de sua residência, desde 
que pertencentes a famílias de baixa renda. 
§ 13. A aposentadoria concedida ao segurado 
de que trata o § 12 terá valor de 1 (um) salário-
mínimo. 
§ 14. É vedada a contagem de tempo de 
contribuição fictício para efeito de concessão 
dos benefícios previdenciários e de contagem 
recíproca 
§ 15. Lei complementar estabelecerá vedações, 
regras e condições para a acumulação de 
benefícios previdenciários 
§ 16. Os empregados dos consórcios públicos, 
das empresas públicas, das sociedades de 
economia mista e das suas subsidiárias serão 
aposentados compulsoriamente, observado o 
cumprimento do tempo mínimo de 
contribuição, ao atingir a idade máxima de que 
trata o inciso II do § 1º do art. 40, na forma 
estabelecida em lei. 
Art. 203. A assistência social será prestada a 
quem dela necessitar, independentemente de 
contribuição à seguridade social, e tem por 
objetivos: 
I - A proteção à família, à maternidade, à 
infância, à adolescência e à velhice; 
II - O amparo às crianças e adolescentes 
carentes; 
III - a promoção da integração ao mercado de 
trabalho; 
IV - A habilitação e reabilitação das pessoas 
portadoras de deficiência e a promoção de sua 
integração à vida comunitária; 
V - A garantia de um salário mínimo de benefício 
mensal à pessoa portadora de deficiência e ao 
idoso que comprovem não possuir meios de 
prover à própria manutenção ou de tê-la provida 
por sua família, conforme dispuser a lei. 
VI- A redução da vulnerabilidade 
socioeconômica de famílias em situação de 
pobreza ou de extrema pobreza. 
 Art. 204. As ações governamentais na área da 
assistência social serão realizadas com recursos 
do orçamento da seguridade social, previstos 
no art. 195, além de outras fontes, e organizadas 
com base nas seguintes diretrizes: 
I - Descentralização político-administrativa, 
cabendo a coordenação e as normas gerais à 
esfera federal e a coordenação e a execução dos 
respectivos programas às esferas estadual e 
municipal, bem como a entidades beneficentes 
e de assistência social; 
 
 
 
12 
 
II - Participação da população, por meio de 
organizações representativas, na formulação 
das políticas e no controle das ações em todos 
os níveis. 
Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao 
Distrito Federal vincular a programa de apoio à 
inclusão e promoção social até cinco décimos 
por cento de sua receita tributária líquida, 
vedada a aplicação desses recursos no 
pagamento de: 
I - Despesas com pessoal e encargos sociais; 
II - Serviço da dívida 
III - qualquer outra despesa corrente não 
vinculada diretamente aos investimentos ou 
ações apoiados 
Da educação: A educação, direito de todos e 
dever do Estado e da família, será promovida e 
incentivada com a colaboração da sociedade, 
visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, 
seu preparo para o exercício da cidadania e sua 
qualificação para o trabalho. 
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos 
seguintes princípios: 
I - Igualdade de condições para o acesso e 
permanência na escola; 
II - Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e 
divulgar o pensamento, a arte e o saber; 
III - pluralismo de ideias e de concepções 
pedagógicas, e coexistência de instituições 
públicas e privadas de ensino; 
IV - Gratuidade do ensino público em 
estabelecimentos oficiais; 
V - Valorização dos profissionais da educação 
escolar, garantidos, na forma da lei, planos de 
carreira, com ingresso exclusivamente por 
concurso público de provas e títulos, aos das 
redes públicas; 
VI - Gestão democrática do ensino público, na 
forma da lei; 
VII - garantia de padrão de qualidade. 
VIII - piso salarial profissional nacional para os 
profissionais da educação escolar pública, nos 
termos de lei federal. 
X - Garantia do direito à educação e à 
aprendizagem ao longo da vida. 
As universidades gozam de autonomia didático-
científica, administrativa e de gestão financeira 
e patrimonial, e obedecerão ao princípio de 
indissociabilidade entre ensino, pesquisa e 
extensão, contudo, apesar dessas autonomias 
estão sujeitas á fiscalização pelo tribunal de 
contas. 
O dever do Estado com a educação será 
efetivado mediante a garantia de educação 
básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 
17 (dezessete) anos de idade, assegurada 
inclusivesua oferta gratuita para todos os que a 
ela não tiveram acesso na idade própria, sendo 
o acesso gratuito ao ensino obrigatório um 
direito público subjetivo. 
O ensino religioso, de matrícula facultativa, 
constituirá disciplina dos horários normais das 
escolas públicas de ensino fundamental. 
O ensino fundamental regular será ministrado 
em língua portuguesa, assegurada às 
comunidades indígenas também a utilização de 
suas línguas maternas e processos próprios de 
aprendizagem. 
Do desporto: 
 Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas 
desportivas formais e não-formais, como direito 
de cada um, observados: 
I - A autonomia das entidades desportivas 
dirigentes e associações, quanto a sua 
organização e funcionamento; 
II - A destinação de recursos públicos para a 
promoção prioritária do desporto educacional e, 
em casos específicos, para a do desporto de alto 
rendimento; 
III - o tratamento diferenciado para o desporto 
profissional e o não- profissional; 
 
 
 
13 
 
IV - a proteção e o incentivo às manifestações 
desportivas de criação nacional. 
§ 1º O Poder Judiciário só admitirá ações 
relativas à disciplina e às competições 
desportivas após esgotarem-se as instâncias da 
justiça desportiva, regulada em lei. 
§ 2º A justiça desportiva terá o prazo máximo 
de sessenta dias, contados da instauração do 
processo, para proferir decisão final. 
§ 3º O Poder Público incentivará o lazer, como 
forma de promoção social. 
Ciência e tecnologia: O Estado promoverá e 
incentivará o desenvolvimento científico, a 
pesquisa, a capacitação científica e tecnológica 
e a inovação. 
Comunicação social: A manifestação do 
pensamento, a criação, a expressão e a 
informação, sob qualquer forma, processo ou 
veículo não sofrerão qualquer restrição, 
observado o disposto nesta Constituição. 
É vedada toda e qualquer censura de natureza 
política, ideológica e artística. 
Art. 222. A propriedade de empresa jornalística 
e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é 
privativa de brasileiros natos ou naturalizados 
há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas 
constituídas sob as leis brasileiras e que tenham 
sede no País. 
Índios: São reconhecidos aos índios sua 
organização social, costumes, línguas, crenças e 
tradições, e os direitos originários sobre as 
terras que tradicionalmente ocupam, 
competindo à União demarcá-las, proteger e 
fazer respeitar todos os seus bens. 
São terras tradicionalmente ocupadas pelos 
índios as por eles habitadas em caráter 
permanente, as utilizadas para suas atividades 
produtivas, as imprescindíveis à preservação 
dos recursos ambientais necessários a seu 
bem-estar e as necessárias a sua reprodução 
física e cultural, segundo seus usos, costumes e 
tradições. 
§ 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos 
índios destinam-se a sua posse permanente, 
cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas 
do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes. 
§ 3º O aproveitamento dos recursos hídricos, 
incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e 
a lavra das riquezas minerais em terras 
indígenas só podem ser efetivados com 
autorização do Congresso Nacional, ouvidas as 
comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada 
participação nos resultados da lavra, na forma 
da lei. 
§ 4º As terras de que trata este artigo são 
inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre 
elas, imprescritíveis. 
§ 5º É vedada a remoção dos grupos indígenas 
de suas terras, salvo, "ad referendum" do 
Congresso Nacional, em caso de catástrofe ou 
epidemia que ponha em risco sua população, ou 
no interesse da soberania do País, após 
deliberação do Congresso Nacional, garantido, 
em qualquer hipótese, o retorno imediato logo 
que cesse o risco. 
§ 6º São nulos e extintos, não produzindo efeitos 
jurídicos, os atos que tenham por objeto a 
ocupação, o domínio e a posse das terras a que 
se refere este artigo, ou a exploração das 
riquezas naturais do solo, dos rios e dos lagos 
nelas existentes, ressalvado relevante interesse 
público da União, segundo o que dispuser lei 
complementar, não gerando a nulidade e a 
extinção direito a indenização ou a ações contra 
a União, salvo, na forma da lei, quanto às 
benfeitorias derivadas da ocupação de boa fé. 
§ 7º Não se aplica às terras indígenas o disposto 
no art. 174, § 3º e § 4º. 
 Art. 232. Os índios, suas comunidades e 
organizações são partes legítimas para ingressar 
em juízo em defesa de seus direitos e interesses, 
intervindo o Ministério Público em todos os atos 
do processo. 
#JURIS 
 
 
 
14 
 
A proteção das terras tradicionalmente 
ocupadas pelos índios representa um aspecto 
fundamental dos direitos e das prerrogativas 
constitucionais assegurados ao índio. 
Sem ter a garantia de que irá permanecer nas 
terras por eles já tradicionalmente ocupadas, 
os índios ficam expostos ao risco da 
desintegração cultural, da perda de sua 
identidade étnica, da dissolução de seus 
vínculos históricos, sociais e antropológicos e 
da erosão de sua própria consciência. 
Entretanto, somente são reconhecidos 
aos índios os direitos sobre as terras que 
tradicionalmente ocupem se a área estiver 
habitada por eles na data da promulgação da 
CF/88 (marco temporal) e, 
complementarmente, se houver a efetiva 
relação dos índios com a terra (marco da 
tradicionalidade da ocupação). 
No caso concreto, por exemplo, o relatório 
elaborado pela FUNAI indicou que há mais de 
70 anos não existia comunidade indígena ou 
posse indígena no local em disputa. Logo, o 
marco temporal não estava preenchido, sendo, 
portanto, impossível reconhecer a posse 
indígena daquelas terras. Em outras palavras, 
não estavam atendidos os requisitos 
necessários para se reconhecer aquela área 
como sendo uma terra tradicionalmente 
ocupada por índios, nos termos do art. 231 da 
CF/88. 
No entanto, mesmo a terra não se 
enquadrando no conceito do art. 231, caput e § 
1º da CF/88, a União pode decidir acolher as 
populações indígenas naquela área. Para isso, 
porém, terá que desapropriar as terras, 
pagando justa e prévia indenização em 
dinheiro aos proprietários, considerando que, 
não sendo terras tradicionalmente ocupadas 
por índios, essa área não se constitui em bem 
da União (art. 20, XI). 
STF. 2ª Turma. RMS 29087/DF, rel. orig. Min. 
Ricardo Lewandowski, red. p/ o acórdão, Min. 
Gilmar Mendes, julgado em 16/9/2014 (Info 
759). 
É inconstitucional a interpretação da legislação 
federal que possibilita o abate imediato de 
animais apreendidos em situação de maus-
tratos. 
O art. 225, § 1º, VII, da CF/88 impõe a proteção 
à fauna e proíbe qualquer espécie de maus-
tratos aos animais. 
O art. 25, § 1º da Lei nº 9.605/98 afirma que os 
animais apreendidos serão prioritariamente 
libertados em seu habitat ou, sendo tal medida 
inviável ou não recomendável por questões 
sanitárias, entregues a jardins zoológicos, 
fundações ou entidades assemelhadas, para 
guarda e cuidados sob a responsabilidade de 
técnicos habilitados. 
Até que os animais sejam entregues às 
instituições, o órgão autuante zelará para que 
eles sejam mantidos em condições adequadas 
de acondicionamento e transporte que 
garantam o seu bem-estar físico. 
Assim, não é constitucionalmente adequada a 
interpretação segundo a qual os animais 
devam ser resgatados de situações de maus-
tratos para, logo em seguida, serem abatidos. 
STF. Plenário. ADPF 640 MC-Ref/DF, Rel. Min. 
Gilmar Mendes, julgado em 17/9/2021 (Info 
1030). 
#PLUS 
Obs. O oabeiro PIRA quando cai direito 
adquirido. 
 
ECA 
SEGUNDA DICA DO DIA 44 
3. ATO INFRACIONAL 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Considera-se ato infracional a conduta descrita 
como crime ou contravenção penal. 
São penalmente inimputáveis os menores de 
dezoito anos, sujeitos às medidas previstas 
nesta Lei. 
 
 
 
15 
 
FIQUE ATENTO: O TEMPO REGE O ATO! 
Portanto, o momento da conduta é que 
determina a idade do infrator. 
Quando o ato infracional for praticado por 
criança (menor de 12 anos de idade) devem ser 
aplicadas as medidas previstasno art. 101, do 
ECA, contudo, SEM CARÁTER PUNITIVO. 
Nenhum adolescente será privado de sua 
liberdade senão em flagrante de ato infracional 
ou por ordem escrita e fundamentada da 
autoridade judiciária competente. 
SÚMULA 605 STJ: A superveniência da 
maioridade penal não interfere na apuração de 
ato infracional nem na aplicabilidade de medida 
socioeducativa em curso, inclusive na liberdade 
assistida, enquanto não atingida a idade de 21 
anos. 
Acaso seja o adolescente apreendido, deverá 
haver a imediata comunicação à autoridade 
judiciária competente e à família do apreendido 
ou à pessoa por ele indicada. 
Pode haver determinação de internação, antes 
da sentença, pelo prazo máximo de quarenta e 
cinco dias. 
Para a aplicação da internação anterior à 
sentença deverá a decisão ser fundamentada e 
basear-se em indícios suficientes de autoria e 
materialidade, demonstrada a necessidade 
imperiosa da medida. 
Adolescente civilmente identificado não será 
submetido a identificação compulsória pelos 
órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo 
para efeito de confrontação, havendo dúvida 
fundada. 
É importante ressaltar que, como qualquer 
pessoa, nenhum adolescente será privado de 
sua liberdade sem o devido processo legal. 
Logo, temos que será garantido a AMPLA 
DEFESA e CONTRADITÓRIO. 
Verificada a prática de ato infracional, a 
autoridade competente poderá aplicar ao 
adolescente as seguintes medidas: 
I – Advertência (Consistirá em representação 
verbal, que será reduzida a termo e assinada); 
II - Obrigação de reparar o dano (promoção do 
ressarcimento do dano, ou compensação do 
prejuízo da vítima – acaso seja impossível, a 
medida poderá ser substituída por outra 
adequada.); 
III - Prestação de serviços à comunidade 
(realização de tarefas gratuitas de interesse 
geral, por período não excedente a seis meses, 
junto a entidades assistenciais, hospitais, 
escolas e outros estabelecimentos congêneres, 
bem como em programas comunitários ou 
governamentais); 
IV - Liberdade assistida (Será adotada sempre 
que, para o caso, o ideal for acompanhar, 
auxiliar e orientar o adolescente. Deve ter 
prazo mínimo de SEIS MESES e deve haver 
designação de pessoa capacitada para 
acompanhar o caso (orientador)); 
V - Inserção em regime de semiliberdade (pode 
ser determinado desde o início, ou como forma 
de transição para o meio aberto, possibilitada a 
realização de atividades externas, 
independentemente de autorização judicial - 
São obrigatórias a escolarização e a 
profissionalização); 
VI - Internação em estabelecimento educacional 
(Trata-se de medida excepcional. Deve ser 
aplicada de forma breve pois constitui medida 
privativa da liberdade. Vale ressaltar que a 
medida não comporta prazo determinado, 
devendo sua manutenção ser reavaliada, 
mediante decisão fundamentada, no máximo a 
cada seis meses, CONTUDO, em nenhuma 
hipótese o período máximo de internação 
excederá a três anos. Acaso seja atingido o 
limite da pena, o adolescente deverá ser 
liberado, colocado em regime de semiliberdade 
ou de liberdade assistida e, ainda, importante 
 
 
 
16 
 
dizer que a liberação será compulsória aos 
vinte e um anos de idade. Atente-se, ainda, 
para o fato de que a INTERNAÇÃO somente 
pode ser aplicada quando o ato infracional for 
a) cometido mediante grave ameaça ou 
violência a pessoa, b) por reiteração no 
cometimento de outras infrações graves e c) 
por descumprimento reiterado e injustificável 
da medida anteriormente imposta (PRAZO de 
internação aqui não poderá ser superior a 3 
(três) meses). A internação NÃO PODE SER 
APLICADA QUANDO EXISTIR outra medida 
adequada. A internação deverá ser cumprida 
em entidade exclusiva para adolescentes, em 
local distinto daquele destinado ao abrigo, 
obedecida rigorosa separação por critérios de 
idade, compleição física e gravidade da 
infração); 
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a 
VI do ECA. 
ATENÇÃO: REMISSÃO. 
Previsão a partir do art. 126, do ECA. 
Nada mais é do que o PERDÃO concedido ao 
adolescente pelo representante do MP. Ocorre 
antes de iniciado o processo mas também pode 
ocorrer após o início deste, pela autoridade 
judiciária, e importará a suspensão ou extinção 
do processo. 
Ocorre sempre que as circunstâncias e 
consequências do fato, ao contexto social, bem 
como à personalidade do adolescente e sua 
maior ou menor participação no ato infracional 
possibilitem o PERDÃO. 
IMPORTANTE: A remissão não implica 
necessariamente que esteja se reconhecendo 
que o adolescente praticou aquela conduta nem 
serve para efeito de antecedentes. OU SEJA, 
caso o adolescente aceite a remissão, não 
significa que ele estará reconhecendo que 
praticou ou que é "culpado" pelo ato infracional 
que lhe está sendo imputado. 
Ele pode aceitar a remissão tão somente para 
evitar que o processo inicie ou continue. 
Se ele aceitar a remissão não constará como 
mau-antecedente. 
Acaso a remissão seja aceita, pode o 
adolescente ser obrigado a cumprir qualquer 
medida socioeducativa, exceto duas: colocação 
em regime de semiliberdade e internação. 
 
2. DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO 
O QUE VOCÊ DEVE SABER 
As medidas de proteção poderão ser aplicadas 
isolada ou cumulativamente, bem como 
substituídas a qualquer tempo. 
 Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta 
as necessidades pedagógicas, preferindo-se 
aquelas que visem ao fortalecimento dos 
vínculos familiares e comunitários. 
Princípios que regem a aplicação das medidas: 
I - Condição da criança e do adolescente como 
sujeitos de direitos: crianças e adolescentes são 
os titulares dos direitos previstos nesta e em 
outras Leis, bem como na Constituição Federal; 
II - Proteção integral e prioritária: a 
interpretação e aplicação de toda e qualquer 
norma contida nesta Lei deve ser voltada à 
proteção integral e prioritária dos direitos de 
que crianças e adolescentes são titulares 
III - responsabilidade primária e solidária do 
poder público: a plena efetivação dos direitos 
assegurados a crianças e a adolescentes por esta 
Lei e pela Constituição Federal, salvo nos casos 
por esta expressamente ressalvados, é de 
responsabilidade primária e solidária das 3 (três) 
esferas de governo, sem prejuízo da 
municipalização do atendimento e da 
possibilidade da execução de programas por 
entidades não governamentais; 
IV - Interesse superior da criança e do 
adolescente: a intervenção deve atender 
prioritariamente aos interesses e direitos da 
criança e do adolescente, sem prejuízo da 
consideração que for devida a outros interesses 
 
 
 
17 
 
legítimos no âmbito da pluralidade dos 
interesses presentes no caso concreto; 
V - Privacidade: a promoção dos direitos e 
proteção da criança e do adolescente deve ser 
efetuada no respeito pela intimidade, direito à 
imagem e reserva da sua vida privada; 
VI - Intervenção precoce: a intervenção das 
autoridades competentes deve ser efetuada 
logo que a situação de perigo seja conhecida; 
VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser 
exercida exclusivamente pelas autoridades e 
instituições cuja ação seja indispensável à 
efetiva promoção dos direitos e à proteção da 
criança e do adolescente; 
VIII - proporcionalidade e atualidade: a 
intervenção deve ser a necessária e adequada à 
situação de perigo em que a criança ou o 
adolescente se encontram no momento em que 
a decisão é tomada; 
IX - Responsabilidade parental: a intervenção 
deve ser efetuada de modo que os pais 
assumam os seus deveres para com a criança e 
o adolescente; 
X - Prevalência da família: na promoção de 
direitos e na proteção da criança e do 
adolescente deve ser dada prevalência às 
medidas que os mantenham ou reintegrem na 
sua família natural ou extensa ou, se isso não for 
possível, que promovam a sua integração em 
família adotiva 
XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o 
adolescente, respeitado seu estágio de 
desenvolvimento e capacidade de 
compreensão, seus pais ou responsáveldevem 
ser informados dos seus direitos, dos motivos 
que determinaram a intervenção e da forma 
como esta se processa 
XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e 
o adolescente, em separado ou na companhia 
dos pais, de responsável ou de pessoa por si 
indicada, bem como os seus pais ou responsável, 
têm direito a ser ouvidos e a participar nos atos 
e na definição da medida de promoção dos 
direitos e de proteção, sendo sua opinião 
devidamente considerada pela autoridade 
judiciária competente 
 
3. MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS 
O QUE VOCÊ DEVE SABER 
O estudo desse assunto é praticamente a 
leitura da lei. 
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, 
a autoridade competente poderá aplicar ao 
adolescente as seguintes medidas: 
Repare: AS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS SÃO 
APLICADAS AOS ADOLESCENTES E NÃO AS 
CRIANÇAS E AOS ADOLESCENTES. 
I - Advertência; 
II - Obrigação de reparar o dano; 
III - prestação de serviços à comunidade; 
IV - Liberdade assistida; 
V - Inserção em regime de semi-liberdade; 
VI - Internação em estabelecimento 
educacional; 
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a 
VI. 
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará 
em conta a sua capacidade de cumpri-la, as 
circunstâncias e a gravidade da infração. 
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, 
será admitida a prestação de trabalho forçado. 
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou 
deficiência mental receberão tratamento 
individual e especializado, em local adequado às 
suas condições. 
Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos 
arts. 99 e 100. 
Art. 114. A imposição das medidas previstas nos 
incisos II a VI do art. 112 pressupõe a existência 
de provas suficientes da autoria e da 
 
 
 
18 
 
materialidade da infração, ressalvada a hipótese 
de remissão, nos termos do art. 127. 
Parágrafo único. A advertência poderá ser 
aplicada sempre que houver prova da 
materialidade e indícios suficientes da autoria 
O que consiste na advertência? A advertência 
consistirá em admoestação verbal, que será 
reduzida a termo e assinada. 
Obrigação de reparar o dano? Em se tratando 
de ato infracional com reflexos patrimoniais, a 
autoridade poderá determinar, se for o caso, 
que o adolescente restitua a coisa, promova o 
ressarcimento do dano, ou, por outra forma, 
compense o prejuízo da vítima. 
Havendo manifesta impossibilidade, a medida 
poderá ser substituída por outra adequada. 
Prestação de serviço a comunidade? A 
prestação de serviços comunitários consiste na 
realização de tarefas gratuitas de interesse 
geral, por período não excedente a seis meses, 
junto a entidades assistenciais, hospitais, 
escolas e outros estabelecimentos congêneres, 
bem como em programas comunitários ou 
governamentais. 
As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões 
do adolescente, devendo ser cumpridas 
durante jornada máxima de oito horas 
semanais, aos sábados, domingos e feriados ou 
em dias úteis, de modo a não prejudicar a 
frequência à escola ou à jornada normal de 
trabalho. 
E a Liberdade Assistida? 
 A liberdade assistida será adotada sempre que 
se afigurar a medida mais adequada para o fim 
de acompanhar, auxiliar e orientar o 
adolescente. 
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada 
para acompanhar o caso, a qual poderá ser 
recomendada por entidade ou programa de 
atendimento. 
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo 
mínimo de seis meses, podendo a qualquer 
tempo ser prorrogada, revogada ou substituída 
por outra medida, ouvido o orientador, o 
Ministério Público e o defensor. 
Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e 
a supervisão da autoridade competente, a 
realização dos seguintes encargos, entre outros: 
I - Promover socialmente o adolescente e sua 
família, fornecendo-lhes orientação e inserindo-
os, se necessário, em programa oficial ou 
comunitário de auxílio e assistência social; 
II - Supervisionar a frequência e o 
aproveitamento escolar do adolescente, 
promovendo, inclusive, sua matrícula; 
III - diligenciar no sentido da profissionalização 
do adolescente e de sua inserção no mercado de 
trabalho; 
IV - Apresentar relatório do caso. 
E o regime de Semiliberdade? 
O regime de semi-liberdade pode ser 
determinado desde o início, ou como forma de 
transição para o meio aberto, possibilitada a 
realização de atividades externas, 
independentemente de autorização judicial. 
São obrigatórias a escolarização e a 
profissionalização, devendo, sempre que 
possível, ser utilizados os recursos existentes na 
comunidade. 
 A medida não comporta prazo determinado 
aplicando-se, no que couber, as disposições 
relativas à internação. 
Internação? 
A internação constitui medida privativa da 
liberdade, sujeita aos princípios de brevidade, 
excepcionalidade e respeito à condição peculiar 
de pessoa em desenvolvimento. 
§ 1º Será permitida a realização de atividades 
externas, a critério da equipe técnica da 
 
 
 
19 
 
entidade, salvo expressa determinação judicial 
em contrário. 
§ 2º A medida não comporta prazo 
determinado, devendo sua manutenção ser 
reavaliada, mediante decisão fundamentada, no 
máximo a cada seis meses. 
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo 
de internação excederá a três anos. 
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo 
anterior, o adolescente deverá ser liberado, 
colocado em regime de semi-liberdade ou de 
liberdade assistida. 
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um 
anos de idade. 
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será 
precedida de autorização judicial, ouvido o 
Ministério Público. 
§ 7 o A determinação judicial mencionada no § 
1 o poderá ser revista a qualquer tempo pela 
autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 
12.594, de 2012) (Vide) 
Art. 122. A medida de internação só poderá ser 
aplicada quando: 
I - tratar-se de ato infracional cometido 
mediante grave ameaça ou violência a pessoa; 
II - por reiteração no cometimento de outras 
infrações graves; 
III - por descumprimento reiterado e 
injustificável da medida anteriormente imposta. 
§ 1 o O prazo de internação na hipótese do inciso 
III deste artigo não poderá ser superior a 3 (três) 
meses, devendo ser decretada judicialmente 
após o devido processo legal. (Redação dada 
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) 
§ 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a 
internação, havendo outra medida adequada. 
Art. 123. A internação deverá ser cumprida em 
entidade exclusiva para adolescentes, em local 
distinto daquele destinado ao abrigo, obedecida 
rigorosa separação por critérios de idade, 
compleição física e gravidade da infração. 
Parágrafo único. Durante o período de 
internação, inclusive provisória, serão 
obrigatórias atividades pedagógicas. 
Art. 124. São direitos do adolescente privado de 
liberdade, entre outros, os seguintes: 
I - Entrevistar-se pessoalmente com o 
representante do Ministério Público; 
II - Peticionar diretamente a qualquer 
autoridade; 
III - avistar-se reservadamente com seu 
defensor; 
IV - Ser informado de sua situação processual, 
sempre que solicitada; 
V - Ser tratado com respeito e dignidade; 
VI - Permanecer internado na mesma localidade 
ou naquela mais próxima ao domicílio de seus 
pais ou responsável; 
VII - receber visitas, ao menos, semanalmente; 
VIII - corresponder-se com seus familiares e 
amigos; 
IX - Ter acesso aos objetos necessários à higiene 
e asseio pessoal; 
X - Habitar alojamento em condições adequadas 
de higiene e salubridade; 
XI - receber escolarização e profissionalização; 
XII - realizar atividades culturais, esportivas e de 
lazer 
XIII - ter acesso aos meios de comunicação 
social; 
XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua 
crença, e desde que assim o deseje; 
XV - Manter a posse de seus objetos pessoais e 
dispor de local seguro para guardá-los, 
recebendo comprovante daqueles porventura 
depositados em poder da entidade; 
 
 
 
20 
 
XVI - receber, quando de sua desinternação, os 
documentos pessoais indispensáveisà vida em 
sociedade. 
§ 1º Em nenhum caso haverá 
incomunicabilidade. 
§ 2º A autoridade judiciária poderá suspender 
temporariamente a visita, inclusive de pais ou 
responsável, se existirem motivos sérios e 
fundados de sua prejudicialidade aos interesses 
do adolescente. 
Art. 125. É dever do Estado zelar pela 
integridade física e mental dos internos, 
cabendo-lhe adotar as medidas adequadas de 
contenção e segura 
 
DIREITO CIVIL 
PRIMEIRA DICA DO DIA 45 
1. RESPONSABILIDADE CIVIL 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Responsabilidade civil é uma obrigação que 
incube a pessoa de reparar danos causados a 
outra. Já a reparação civil é a consequência 
causada pela violação de uma norma jurídica 
preexistente. 
A depender da norma jurídica violada o devedor 
(quem causou o dano) terá que uma obrigação 
contratual ou extracontratual para com o credor 
(quem sofreu o dano). 
Leitura dos seguintes art.: 389, 390 e 391 do CC. 
ATENÇÃO: em caso de inadimplemento não se 
utiliza o art. 186 do CC. 
Espécies de Responsabilidade: 
a) Responsabilidade Civil Contratual – Existe 
uma relação contratual entre as partes, a qual 
gera obrigações e estas foram violadas. 
· Neste tipo de responsabilidade o ônus da prova 
é o inadimplemento. 
Por ex: A e B tem um contrato de compra e 
venda, onde B tinha que pagar 60 parcelas iguais 
de R$100,00 reais a A todo dia 05. Ocorre que 
chegou dia 05 e B não pagou a A. Para A cobrar 
a B e ter seu dano reparado será preciso 
comprovar algo além do inadimplemento de B? 
Não. A responsabilidade é contratual, tudo já 
está ali no contrato. 
· A mora é EX-RE (automática) – Porque é 
automática? Ora, se eu possuo um contrato que 
tenho que pagar todo dia 05 um valor x, passado 
o dia 05 sem o pagamento ter sido efetuado eu 
não preciso ser notificado que estou 
inadimplente e que a mora já será aplicada. A 
mora é automática. 
b) Responsabilidade Extracontratual ou 
aquiliana- É a obrigação de reparar um dano, 
independentemente de existir uma relação 
contratual. A sua origem consiste no DEVER 
GERAL DE ABSTENÇÃO pertinentes aos direitos 
reais ou de 
personalidade. Na verdade, se trata da 
obrigação que todos nós temos de não causar 
dano a outrem, independente de termos uma 
relação contratual. 
· O ônus da prova requer a necessidade da 
demonstração de dano + conduta culposa (em 
regra) + nexo de causalidade. 
· A mora é EX-PERSONA (não é automática) – 
Faz-se necessário que o causador do dono seja 
informado da sua obrigação em reparar o dano. 
Ato Ilícito 
É a violação de um direito + dano. Reparem na 
dica: O ato ilícito é a violação de um direito E 
causar dano. Não é OU é E. 
Quem causa o dano tem o dever de indenizar 
(art.927 do cc). 
Juris sobre o tema: “O descumprimento da 
obrigação pelo pai, que, apesar de dispor de 
recursos, deixa de prestar assistência MATERIAL 
ao filho, não proporcionando a estas condições 
dignas de sobrevivência e causando danos à sua 
 
 
 
21 
 
integridade física, moral, intelectual e 
psicológica, configura ilícito civil, nos termos do 
art. 186 do Código Civil. STJ. 4ª Turma. Resp. 
1.087.561-RS, Rel. Min. Raul Araújo, julgado 
em13/6/2017 (Info 609) 
A falta de afeto, por si só, não constitui ato 
ilícito. Neste caso o genitor respondeu pelo 
ABANDONO MATERIAL, mas não afetivo. 
Abuso de direito 
É um ato ilícito impuro, pois é lícito quanto ao 
conteúdo e ilícito quanto as consequências. 
“Também comete ato lícito o titular de um 
direito que, ao exercê-lo, excede 
manifestamente os limites impostos pelo seu 
fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos 
bons costumes” Art. 187 do CC 
É o exercício irregular de um direito. O abuso de 
Direito exige dano, não exige culpa. 
Juris sobre o tema: O ajuizamento de sucessivas 
ações judiciais, desprovidas de fundamentação 
idônea e intentadas com propósito doloso, pode 
configurar ato ilícito de abuso do direito de ação 
ou de defesa, o denominado assédio processual. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.817.845-MS, Rel. Min. 
Paulo de Tarso Sanseverino, Rel. Acd. Min. 
Nancy Andrighi, julgado em 10/10/2019 (Info 
658). 
Elementos da responsabilidade civil 
Ação ou omissão (conduta) + nexo causal + 
dano. 
Ao falarmos de conduta é importante lembrar 
que existe a responsabilidade subjetiva, a qual 
depende da culpa do agente e a 
responsabilidade objetiva, que independe de 
culpa daquele. 
O art.951 do Código Civil traz a responsabilidade 
dos profissionais de área de saúde, a qual é 
subjetiva, em regra. Para o STJ quando houver 
obrigação de resultado a culpa é presumida ou 
mesmo responsabilidade objetiva, mas quando 
a obrigação for de meio, a responsabilidade é 
subjetiva. 
Por ex: Cirurgião plástico a obrigação é de 
resultado, logo a responsabilidade é objetiva. 
Já os demais médicos e profissionais liberais em 
geral, a responsabilidade é subjetiva. 
 
Art. 932. São também responsáveis pela 
reparação civil: 
I- Os pais, pelos filhos menores que estiverem 
sob sua autoridade e em sua companhia; 
 II- o tutor e o curador, pelos pupilos e 
curatelados, que se acharem nas mesmas 
condições; 
 III- o empregador ou comitente, por seus 
empregados, serviçais e prepostos, no exercício 
do trabalho que lhes competir, ou em razão 
dele; 
IV- Os donos de hotéis, hospedarias, casas ou 
estabelecimentos onde se albergue por 
dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos 
seus hóspedes, moradores e educandos; 
V- Os que gratuitamente houverem participado 
nos produtos do crime, até a concorrente 
quantia. 
 
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V 
do artigo antecedente, ainda que não haja culpa 
de sua parte, responderão pelos atos praticados 
pelos terceiros ali referidos. 
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal 
ressarcirá o dano por este causado, se não 
provar culpa da vítima ou força maior. 
 
CULPA PRESUMIDA RESPONSABILIDADE 
OBEJTIVA 
Responsabilidade 
subjetiva 
Responsabilidade 
Objetiva 
Se o réu provar que 
não teve culpa, ele n 
responde 
 
Mesmo sem culpa 
responde 
 Para não responder 
deve provar a 
ausência de nexo 
 
Outro elemento da responsabilidade civil é o 
nexo causal, relação de causa e efeito entre a 
conduta e o dano. 
 
 
 
22 
 
Existem Fatores que excluem o nexo causal e 
obstam tanto a responsabilidade subjetiva como 
objetiva, que são: fato da vítima, fato de 
terceiro, caso fortuito e a força maior. 
· O fato da vítima ou culpa exclusiva da vítima 
ocorre quando o causador do dano é um mero 
instrumento do acidente 
· O fato de terceiro é o estranho a relação 
jurídica existente. Por ex: Acidente de 
automóvel ocasionado pelo assaltante que 
levou o veículo à mão armada. 
· Caso fortuito ou força maior está relacionado 
ao negócio ou empreendimento e a relação com 
a sua atividade, devendo ser verificado se o 
evento é interno ou externo. 
*Eventos externos- estão fora do risco do 
negócio ou do empreendimento e, portanto, são 
caso fortuito e força maior, excluindo a 
responsabilidade civil. Ex.:queda de um cometa 
no banco. 
Eventos internos= estão dentro do risco do 
negócio ou do empreendimento, não sendo 
caso fortuito ou força maior, não excluindo a 
responsabilidade civil. 
Ex.: acidente causado por CULPA DE TERCEIRO 
não afasta a responsabilidade de contrato de 
transporte 
Juris sobre o tema: Assalto a banco – EVENTO 
INTERNO: “O banco responde pelo assalto até 
o seu estacionamento, conveniado ou não. 
REsp. 402870/SP.” 
Assalto a ônibus – EVENTO EXTERNO: ““Assalto 
dentro de ônibus coletivo é considerado caso 
fortuito ou de força maior que afasta a 
responsabilidade da empresa transportadora 
por danos eventualmente causados a 
passageiro” Jurisprudência consolidada do 
STJ.” (STJ, AgRg na Rcl 12.695/RJ, Rel. Ministro 
JOÃO OTÁVIO DENORONHA, SEGUNDA SEÇÃO, 
julgado em 12/06/2013, DJe 17/06/2013 
É valido também lembras as excludentes de 
imputabilidade e de ilicitude: 
a) Excludentes da imputabilidade: menoridade e 
alienação mental do agente 
b) Excludentes da ilicitude: cumprimento do 
dever

Mais conteúdos dessa disciplina