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@ O A B A I V O U E U - X X X V I E X A M E D E O R D E M S E J A A P R O V A D O C O M O @ O A B A I V O U E U E S T U D E C O M D I R E Ç Ã O E I N T E L I G Ê N C I A A S M E L H O R E S D I C A S P A R A S U A A P R O V A Ç Ã O L I V R O 0 7 DE C ON TE ÚD O ÍN D IC E Nós, do OABaivouEU, após o sucesso ABSOLUTO do "DICAS MATADORAS", nosso material de reta final, elaboramos o nosso novíssimo material de DICAS OABENÇOADAS para que você consiga obter o máximo de resultado durante a sua preparação. Com ele, você irá, dia após dia e sem enrolação, aprender de forma prática e direta os conceitos e institutos dos temas que mais caem na prova da OAB! Agora você pode estudar os temas diários propostos no cronograma diretamente das DICAS OABENÇOADAS, fato que, com certeza, turbinará o seu aprendizado e te deixará ainda mais perto da aprovação! DIA 4401 20 25 50 DIA 45 DIA 46 DIA 47 1 DICAS OABENÇOADAS AS MELHORES DICAS RUMO À APROVAÇÃO NA OAB XXXVI DIREITO CONSTITUCIONAL PRIMEIRA DICA DO DIA 44 1. DA ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA O QUE VOCÊ DEVE SABER: A ordem econômica é um conjunto de regras que regulam as atividades econômicas, com o as comerciais, industriais, serviços privados e públicos. Tais regras tem como fundamento a valorização do trabalho humano e a livre iniciativa, sendo regidas pelos seguintes princípios expressos no art. 170 da CF: Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: I - Soberania nacional; II - Propriedade privada; III - função social da propriedade; IV - Livre concorrência; V - Defesa do consumidor; VI - Defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; VII - redução das desigualdades regionais e sociais; VIII - busca do pleno emprego; IX - Tratamento favorecido para as empresas brasileiras de capital nacional de pequeno porte. IX - Tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei. As provas da FGV costumam cobrar muito esses princípios em casos práticos, questionando sobre qual princípio cabe em determinada situação. Além disso costuma muito trocar o sentido do inciso VII, do art. 170 da CF. O mencionado inciso fala que um dos princípios da ordem econômica é a REDUÇÃO das desigualdades regionais e sociais. Obviamente, para termos uma economia equilibrada e a qual seja ideal, a redução de desigualdade é algo de suma importância, contudo, sabe-se que a ERRADICAÇÃO, a ELIMINAÇÃO da desigualdade REGIONAL E SOCIAL é algo, infelizmente impraticável. Por isso, se liguem se na alternativa vai conter a literalidade da lei, com a palavra REDUÇÃO ou se irá vir com as palavras ERRADICAÇÃO/ELIMINAÇÃO, pois se vier contendo alguma dessas ou outra no mesmo sentido de eliminar por completo a desigualdade, a alternativa estará incorreta. Outro princípio bastante cobrado é o da livre concorrência, pois o Estado não pode coibir o cidadão impedindo de instalar estabelecimento comercial em determinada área, caso esteja dentro dos parâmetros exigidos por ele. Súmula 49 do STF: Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área. 2 Além disso, o Estado não irá exercer diretamente alguma atividade econômica, não é a sua função. Isto só irá acontecer se necessário para imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo. Art.173 da CF: Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado. PRESTE ATENÇÃO: Como agente normativo e fiscalizador o Estado exercer essas funções sendo DETERMINANTE PARA O SETOR PÚBLICO E INDICATIVO PARA O SETOR PRIVADO (AS PROVAS SEMPRE TROCAM ISSO, FALAM QUE É DETERMINANTE PARA O SETOR PRIVADO E INDICATIVO PARA O SETOR PÚBLICO). Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. Parágrafo único. A lei disporá sobre: I - O regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão; II - Os direitos dos usuários; III - política tarifária; IV - A obrigação de manter serviço adequado. DECORE ESSE ARTIGO 176, POIS SEMPRE CAI! Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra. § 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais a que se refere o "caput" deste artigo somente poderão ser efetuados mediante autorização ou concessão da União, no interesse nacional, por brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e administração no País, na forma da lei, que estabelecerá as condições específicas quando essas atividades se desenvolverem em faixa de fronteira ou terras indígenas. § 2º É assegurada participação ao proprietário do solo nos resultados da lavra, na forma e no valor que dispuser a lei. (O que isso quer dizer? Vamos supor que as lavras se encontrem na propriedade de João, para que essas lavras sejam exploradas não é João que tem que autorizar, mas a União, por meio de autorização ou concessão a brasileiros ou empresas constituídas pro leis brasileiras, contudo, mesmo a União sendo a única quem possa autorizar tal atividade, os resultados dela serão assegurados ao proprietário, na parte que ele dispuser) § 3º A autorização de pesquisa será sempre por prazo determinado, e as autorizações e concessões previstas neste artigo não poderão ser cedidas ou transferidas, total ou parcialmente, sem prévia anuência do poder concedente. (Logo, se a união concedeu a autorização para uma empresa X, não poderá essa empresa X transferir para empresa Y essa concessão sem a autorização da União). § 4º Não dependerá de autorização ou concessão o aproveitamento do potencial de energia renovável de capacidade reduzida A regra na atividade econômica brasileira é a livre concorrência e não o monopólio, que é a 3 exploração e o exercício de determinada atividade somente por determinado ente. Contudo, o art. 177 da CF traz em um rol EXAUSTIVO o monopólio de algumas atividades pertencente a união. Art. 177. Constituem monopólio da União: I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro; III - a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das atividades previstas nos incisos anteriores; IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos de petróleo produzidos no País, bem assim o transporte, por meio delegal; estado de necessidade; exercício regular do direito; legítima defesa; anuência da vítima e cláusula de não indenizar. Por fim, o último elemento da responsabilidade civil, o dano. O dano é IMPRENSCINDÍVEL para que haja uma reparação e consequente responsabilidade, do contrário ocasionará o enriquecimento sem causa. Existe vários tipos de dano no nosso ordenamento jurídico, entre eles está o Dano moral, que são lesões aos direitos da personalidade atingem tanto a pessoa natural quanto a pessoa jurídica (nesta apenas em relação a honra objetiva). Este assunto se encontra nos seguintes artigos: 927 ao 954 do CC. Para maiores compreensões faz-se necessário uma leitura completa de todos os artigos sobre o tema. ATENÇÃO: É POSSÍVEL A CUMULAÇÃO DO DANO MORAL COM O DANO ESTÉTICO - Súmula n. 387. DIREITO EMPRESARIAL SEGUNDA DICA DO DIA 45 1. EMPRESÁRIO O QUE VOCÊ DEVE SABER: O conceito de empresário está literalmente expresso na legislação. Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo 23 se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. Os requisitos para ser empresário se encontram expressos no art. 972 do Código Civil, quais são: a) Estar em pleno gozo da capacidade civil (os emancipados preenchem esse requisito). b) Não possuirem algum impedimento legal c) Profissionalismo- Onde se subdivide em habitualidade, pessoalidade e monopólio de informações. d) Atividade econômica e) Organizada f) Produção ou circulção de bens E quem está impedido de ser empresário? Art. 1011,§1º do CC Não podem ser administradores, além das pessoas impedidas por lei especial, os condenados à pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação. Obs. As obrigações assumidas pelo legalmente impedidos NÃO SÃO NULAS, muito pelo contrário, são válidas em relação ao terceiro que contratou. Note, que este artigo fala que estão impedidos os condenados á pena.... NÃO FALA EM CONTRAVENÇÃO PENAL! NÃO CAIA NESSA PEGADINNHA E o incapaz pode ser empresário? Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança. Esse artigo trata da incapacidade superveniente. Sendo assim, o incapaz não pode INICIAR uma atividade, mas poderá dar continuidade em caso de incapacidade superveniente. 1º Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após exame das circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da conveniência em continuá-la, podendo a autorização ser revogada pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros. § 2º Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do alvará que conceder a autorização. Ou seja, caso a empresa venha a falir, o patrimônio que o incapaz possuía antes de se tornar empresário não contará para pagar as dívidas da empresa. § 3º O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais deverá registrar contratos ou alterações contratuais de sociedade que envolva sócio incapaz, desde que atendidos, de forma conjunta, os seguintes pressupostos: I – O sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade; II – O capital social deve ser totalmente integralizado; III – o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz deve ser representado por seus representantes legais. O sócio absolutamente incapaz deverá ser REPRESENTADO e o relativamente incapaz ASSISTIDO Como decorar? R I A = Relativamente Incapazes são assistidos Agora veja a palavra ao contrário (AIR) = Absolutamente Incapazes são representados. 24 Obs. Aquele que não registar seus atos constitutivos na Junta Comercial é considerado EMPRESÁRIO IRREGULAR. Sendo assim, não tem legitimidade ativa para requerer a falência do seu devedor. CONTUDO, NÃO CONFUDA, O EMPRESÁRIO IRREGULAR NÃO PODE REQUERER A FALÊNCIA DE OUTRO EMPRESÁRIO, MAS PODE REQUERER A SUA AUTOFALÊNCIA, ASSIM COMO TER A SUA Falência REQUERIDA. Obs. O empresário irregular também não pode requerer a recuperação judicial, os sócios responderão solidária e ilimitadamente, não pode ter CNPJ, os sócios nas relações entre si e com terceiros somente podem provar a existência da sociedade por escrito... OBS.O empresário casado necessita de outorga conjugal para alienar os imóveis que integram o patrimônio da empresa ou para gravá-los de ônus real? Conforme, o artigo 978 do Código Civil, o empresário pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real. JUNTAS COMERCIAIS São órgãos estaduais com função executora e administradora do serviço público. Se submente hierarquicamente no plano TÉCNICO ao Departamento Nacional de Registro de Empresas e integração e, no âmbito ADMINISTRATIVO ao Governo do respectivo ente. Três são os atos de Registro de empresa praticados pela Junta comercial: 1- Matrícula 2- Arquivamento 3- Autenticação 2. DO ESTABELECIMENTO E REGISTRO O QUE DEVO SABER: Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária § 1º O estabelecimento não se confunde com o local onde se exerce a atividade empresarial, que poderá ser físico ou virtual. § 2º Quando o local onde se exerce a atividade empresarial for virtual, o endereço informado para fins de registro poderá ser, conforme o caso, o endereço do empresário individual ou de um dos sócios da sociedade empresária. § 3º Quando o local onde se exerce a atividade empresarial for físico, a fixação do horário de funcionamento competirá ao Município, observada a regra geral prevista no inciso II do caput do art. 3º da Lei nº 13.874, de 20 de setembro de 2019. (Incluído Pela Medida Provisória nº 1.085, de 2021) Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e de negócios jurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza. Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou arrendamento do estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a terceiros depois de averbado à margem da inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis, e de publicado na imprensa oficial. Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a eficácia da alienação do estabelecimento depende do pagamento de todos os credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua notificação. Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o 25 devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento. Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante doestabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subseqüentes à transferência. Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento, a proibição prevista neste artigo persistirá durante o prazo do contrato. Art. 1.148. Salvo disposição em contrário, a transferência importa a sub-rogação do adquirente nos contratos estipulados para exploração do estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal, podendo os terceiros rescindir o contrato em noventa dias a contar da publicação da transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a responsabilidade do alienante. Art. 1.149. A cessão dos créditos referentes ao estabelecimento transferido produzirá efeito em relação aos respectivos devedores, desde o momento da publicação da transferência, mas o devedor ficará exonerado se de boa-fé pagar ao cedente. Art. 1.155. Considera-se nome empresarial a firma ou a denominação adotada, de conformidade com este Capítulo, para o exercício de empresa. Parágrafo único. Equipara-se ao nome empresarial, para os efeitos da proteção da lei, a denominação das sociedades simples, associações e fundações. Art. 1.156. O empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo ou abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de atividade. Art. 1.157. A sociedade em que houver sócios de responsabilidade ilimitada operará sob firma, na qual somente os nomes daqueles poderão figurar, bastando para formá-la aditar ao nome de um deles a expressão "e companhia" ou sua abreviatura. Parágrafo único. Ficam solidária e ilimitadamente responsáveis pelas obrigações contraídas sob a firma social aqueles que, por seus nomes, figurarem na firma da sociedade de que trata este artigo. Art. 1.158. Pode a sociedade limitada adotar firma ou denominação, integradas pela palavra final "limitada" ou a sua abreviatur 3. PREPOSTO O QUJE DEVO SABER: Art. 1.169. O preposto não pode, sem autorização escrita, fazer-se substituir no desempenho da preposição, sob pena de responder pessoalmente pelos atos do substituto e pelas obrigações por ele contraídas. Art. 1.170. O preposto, salvo autorização expressa, não pode negociar por conta própria ou de terceiros, nem participar, embora indiretamente, de operação do mesmo gênero da que lhe foi cometida, sob pena de responder por perdas e danos e de serem retidos pelo preponente os lucros da operação. Art. 1.171. Considera-se perfeita a entrega de papéis, bens ou valores ao preposto, encarregado pelo preponente, se os recebeu sem protesto, salvo nos casos em que haja prazo para reclamação. DIREITO PROCESSUAL PENAL PRIMEIRA DICA DO DIA 46 1. TRIBUNAL DO JÚRI O QUE VOCÊ DEVE SABER: Julgamento dos crimes dolosos contra a vida. 26 A CRFB/88 estabeleceu uma competência mínima para o Tribunal do Júri. Isso não impede a criação de novas hipóteses, a exemplo da competência para julgar os delitos conexos aos crimes dolosos contra a vida, estabelecida pelo legislador ordinário. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO TRIBUNAL DO JÚRI: Plenitude de defesa: Este princípio está dividido entre a Defesa técnica, é a defesa realizada pelo profissional habilitado (advogado ou defensor público) e a Autodefesa, que é aquela realizada pelo próprio réu e consiste no direito de relatar aos jurados a versão dos fatos. Sigilo das votações: exemplos de aplicação do princípio. a) Sala especial: é o local onde os jurados responderão aos quesitos por meio de cédulas em papel, que contêm as palavras “sim” e “não”. Aplica-se aqui o princípio da publicidade restrita, assegurando-se a participação apenas do juiz, dos jurados, do membro do Ministério Público e do defensor público ou advogado. Busca evitar possíveis constrangimentos aos jurados e garantir a sua imparcialidade. Para evitar a votação unânime, que acabaria quebrando a garantia do sigilo, quando forem atingidos 4 votos no mesmo sentido, a votação será interrompida. b) Incomunicabilidade dos jurados: os jurados podem revelar o seu voto após o julgamento, antes disso, devem permanecer incomunicáveis sob a possibilidade de ser decretado nulidade absoluta, além da exclusão do respectivo jurado do Conselho de Sentença com aplicação de multa. c) Encerramento da votação em plenário: A votação deverá ser encerrada com a votação sobre o quesito da materialidade e autoria do crime, quando tiver mais de 4 votos no mesmo sentido. Dessa forma, poderá evitar a divulgação dos votos dos jurados, nos casos de votação unânime. NÃO CONFUNDA: O sigilo da decisão diz respeito apenas aos jurados e não ao juiz. O julgamento do magistrado tem que ser fundamentado e não pode ser sigiloso. Soberania dos veredictos: A decisão do conselho de sentença é soberana, é máxima, contudo, isso não quer dizer que ela seja irrecorrível, sendo-lhe permitido apenas cassar a decisão, sem absolver ou condenar o réu, como também submeter o réu a novo julgamento nos casos expressamente previstos no art. 593, III, “d” e parágrafo 3o, CPP. Além disso, as decisões tomadas pelo tribunal do júri poderão ser objeto de revisão criminal. Obs: O art. 483, III e §2º, CPP prevê um quesito genérico e abstrato, a qual os jurados devem responder: “O jurado absolve o acusado? Logo, o Júri pode absolver o réu sem qualquer especificação e sem necessidade de motivação. #jurisnovinha “Considerando o quesito genérico e a desnecessidade de motivação na decisão dos jurados, configura-se a possibilidade de absolvição por clemência, ou seja, mesmo em contrariedade manifesta à prova dos autos. Se ao responder o quesito genérico o jurado pode absolver o réu sem especificar os motivos, e, assim, por qualquer fundamento, não há absolvição com tal embasamento que possa ser considerada “manifestamente contrária à prova dos autos”. Limitação ao recurso da acusação com base no art. 593, III, “d”, CPP, se a absolvição tiver como fundamento o quesito genérico (art. 483, III e §2º, CPP). Inexistência de violação à paridade de armas. Presunção de inocência como orientação da estrutura do processo penal. Inexistência de violação ao direito ao recurso (art. 8.2.h, CADH). Possibilidade de restrição do recurso acusatório. STF. 2ª Turma. HC 185068, Rel. Celso de Mello, Relator p/ Acórdão Gilmar Mendes, julgado em 20/10/2020.” O tribunal do júri é composto por um juiz togado e mais 25 jurados. Sete desses jurados serão chamados para compor o que se chama conselho de sentença. Para ser jurado o cidadão precisa ser maior de 18 anos e caso seja maior de 70 anos, poderá ser dispensado do serviço. 27 O procedimento do júri é bifásico: Na primeira fase tem-se o sumário da culpa, onde correrá a acusação e instrução preliminar. Essa fase se inicia com o oferecimento da denúncia e se encerra com a sentença de pronúncia. Da Acusação e da Instrução Preliminar Art. 406. O juiz, ao receber a denúncia ou a queixa, ordenará a citação do acusado para responder a acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias 2o A acusação deverá arrolar testemunhas, até o máximo de 8 (oito), na denúncia ou na queixa. 408. Não apresentada a resposta no prazo legal, o juiz nomeará defensor para oferecê-la em até 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos. Obs. Prevalece o entendimento que não se exige fundamentação para recebimento da de nuncia ou queixa, todavia, fundamentação deficiente enseja nulidade das decisões judiciais. Art. 411. Na audiência de instrução, proceder- se-á à tomada de declarações do ofendido, se possível, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, bem como os esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado e procedendo-se o debate. Obs.: O interrogatório é o último ato da instrução,sendo assim bem mias benéfico para o réu. Art. 413. O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se convencido da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação. § 1o A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à indicação da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, devendo o juiz declarar o dispositivo legal em que julgar incurso o acusado e especificar as circunstâncias qualificadoras e as causas de aumento de pena. § 2o Se o crime for afiançável, o juiz arbitrará o valor da fiança para a concessão ou manutenção da liberdade provisória Art. 414. Não se convencendo da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará o acusado. O que seria ´Pronuncia? É uma decisão mista interlocutória não terminativa, que põe fim primeira fase do procedimento do júri. Prevalece na doutrina, que nesta fase deverá ser observado o princípio in dubio pro sociate. Ou seja, na dúvida o juiz pronuncia o réu. HAVENDO CRIME CONEXO COM A PRONÚNCIA, AINDA QUE NÃO SEJA DE COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI, ELE SERÁ SUBMETIDO AO CONSELHO DE SENTENÇA. SENDO ASSIM, CUIDADO QUANDO NA PROVA VIER DIZENDO QUE A COMPETÊNCIA FDO TRIBUNAL DO JÚRI É EXCLUSIVA PARA JULGAR CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA. Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, quando: I – Provada a inexistência do fato; II – Provado não ser ele autor ou partícipe do fato; III – o fato não constituir infração penal; IV – Demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime. Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV do caput deste artigo ao caso de inimputabilidade prevista no caput do art. 26 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, salvo quando esta for a única tese defensiva. Art. 416. Contra a sentença de impronúncia ou de absolvição sumária caberá apelação LEMBRAR: No procedimento do júri os recursos são VOGAIS COM VOGAIS, CONSOANTE COM CONSOANTE. 28 Impronúncia/absolvição sumária = Apelação Pronúncia/Desclassificação = Rese Ao final da 1ª fase do procedimento do júri (sumário da culpa), o juiz irá proferir uma sentença, que poderá ser de quatro modos: Pronunciar o réu O réu será pronunciado quando o juiz se convencer de que existem prova da materialidade do fato e indícios suficientes de autoria ou de participação Impronunciar o réu O réu será impronunciado quando o juiz não se convencer: Da materialidade do fato; Da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação. Absolvição Sumária O réu será absolvido, desde logo, quando estiver provado: -A inexistência do fato; -Que o réu não é autor ou partícipe do fato; - Que o fato não constitui crime; -Que existe uma causa de isenção de pena ou de exclusão do crime. Desclassificação Ocorre quando o juiz se convencer de que o fato narrado não é um crime doloso contra a vida, mas sim um outro delito, devendo, então, remeter o processo para o juízo competente. Ex.: juiz entende que não houve homicídio doloso, mas sim latrocínio. Desaforamento Art. 427. Se o interesse da ordem pública o reclamar ou houver dúvida sobre a imparcialidade do júri ou a segurança pessoal do acusado, o Tribunal, a requerimento do Ministério Público, do assistente, do querelante ou do acusado ou mediante representação do juiz competente, poderá determinar o desaforamento do julgamento para outra comarca da mesma região, onde não existam aqueles motivos, preferindo-se as mais próximas. Também poderá ser requerido em caso de comprovado excesso de serviço, quando o julgamento não puder ser realizado dentro de seis meses contados do trânsito em julgado da decisão de pronúncia, sendo que, neste caso, o juiz presidente e a parte contrária deverão ser ouvidos. Nos debates orais não é permitido que as partes façam menção à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que julgaram admissível a acusação ou à determinação do uso de algemas como argumento de autoridade que beneficiem ou prejudiquem o acusado; ou ao silêncio do acusado ou à ausência de interrogatório, assim como não será permitida a leitura de documento ou exibição de objeto que não tenham sido juntados aos autos com antecedência de pelo menos três dias úteis. Súmula 712-STF: É nula a decisão que determina o desaforamento de processo da competência do júri sem audiência da defesa. Súmula 206-STF: É nulo o julgamento ulterior pelo júri com a participação de jurado que funcionou em julgamento anterior do mesmo processo OBS: DIFERENTEMENTE DOS DEMAIS RITOS, O PRIOMEIRO A FAZER PERGUNTAS NO TRIBUNAL DO JURI É O JUIZ. 29 Novidade legislativa Art. 492. Em seguida, o presidente proferirá sentença que: e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à prisão em que se encontra, se presentes os requisitos da prisão preventiva, ou, no caso de condenação a uma pena igual ou superior a 15 (quinze) anos de reclusão, determinará a execução provisória das penas, com expedição do mandado de prisão, se for o caso, sem prejuízo do conhecimento de recursos que vierem a ser interpostos; (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) § 3º O presidente poderá, excepcionalmente, deixar de autorizar a execução provisória das penas de que trata a alínea e do inciso I do caput deste artigo, se houver questão substancial cuja resolução pelo tribunal ao qual competir o julgamento possa plausivelmente levar à revisão da condenação. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) § 4º A apelação interposta contra decisão condenatória do Tribunal do Júri a uma pena igual ou superior a 15 (quinze) anos de reclusão não terá efeito suspensivo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) § 5º Excepcionalmente, poderá o tribunal atribuir efeito suspensivo à apelação de que trata o § 4º deste artigo, quando verificado cumulativamente que o recurso I - não tem propósito meramente protelatório; II - Levanta questão substancial e que pode resultar em absolvição, anulação da sentença, novo julgamento ou redução da pena para patamar inferior a 15 (quinze) anos de reclusão. § 6º O pedido de concessão de efeito suspensivo poderá ser feito incidentemente na apelação ou por meio de petição em separado dirigida diretamente ao relator, instruída com cópias da sentença condenatória, das razões da apelação e de prova da tempestividade, das contrarrazões e das demais peças necessárias à compreensão da controvérsia. Crimes que são julgados pelo tribunal do Júri: homicídio doloso, infanticídio, participação em suicídio, aborto - tentados ou consumados – e seus crimes conexos. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO SEGUNDA DICA DO DIA 46 1. RECURSOS EM ESPÉCIE O QUE VOCÊ DEVE SABER: Os recursos trabalhistas podem se dar em conhecimento e em execução. 1) RECURSOS EM CONHECIMENTO: Das decisões no processo do trabalho são admissíveis: Embargos, recurso ordinário, recurso de revista e agravo(893/CLT). Prazos: embargos (05 dias) – os demais (08 dias). OBS: RECURSO EXTRAORDINÁRIO = 15 DIAS. Atentar que a interposição de recurso para o Supremo Tribunal Federal não prejudicará a execução do julgado. No Tribunal Superior do Trabalho cabem embargos (EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA) no prazo de 08 dias (891/CLT). Hipóteses de cabimento do recurso ordinário (Art. 895/CLT) e do recurso de revista (Art 896/CLT). O efeito dos recursos é MERAMENTE DEVOLUTIVO. Não há efeito suspensivo! Das decisões denegatórias de recursos caberá agravo, no prazo de 8 (oito) dias, para destrancar o recurso principal.Caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo de cinco dias, admitido efeito modificativo da decisão nos casos de omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso. Note que pela CLT não há embargos nos casos de OBSCURIDADE, contudo, há permissão jurisprudencial. 30 No caso de possibilidade de efeito MODIFICATIVO, a parte contrária deverá ser ouvida em CINCO DIAS. Erros materiais podem ser corrigidos a qualquer tempo, inclusive de ofício. Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo, permitida a execução provisória até a penhora. Para recorrer, havendo condenação pecuniária, obviamente, a parte precisa fazer o DEPÓSITO RECURSAL em conta vinculada ao juízo e corrigido com os mesmos índices da poupança. Além disso, é preciso que seja feito o recolhimento de CUSTAS PROCESSUAIS, que, em casos de condenação, é de 2% (dois por cento) do valor da condenação. ATENÇÃO: As custas serão pagas pelo vencido, após o trânsito em julgado da decisão. Contudo, em caso de recurso, as custas serão pagas e comprovadas dentro do prazo recursal. Além dos beneficiários da justiça gratuita, não pagam custas: União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e respectivas autarquias e fundações públicas federais, estaduais ou municipais que não explorem atividade econômica e MPT. Em se tratando de agravo de instrumento, o depósito recursal corresponderá a 50% (cinquenta por cento) do valor do depósito do recurso ao qual se pretende destrancar. Quando o agravo de instrumento tem a finalidade de destrancar recurso de revista que se insurge contra decisão que contraria a jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho, consubstanciada nas suas súmulas ou em orientação jurisprudencial, não haverá obrigatoriedade de se efetuar o depósito. DEPÓSITO REDUZIDO: O valor do depósito recursal será reduzido pela metade para entidades sem fins lucrativos, empregadores domésticos, microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte. ISENÇÃO DE DEPÓSITO: São isentos do depósito recursal os beneficiários da justiça gratuita, as entidades filantrópicas e as empresas em recuperação judicial. SUBSTITUIÇÃO DE DEPÓSITO RECURSAL: O depósito recursal poderá ser substituído por fiança bancária ou seguro garantia judicial. OBS: O SEGURO GARANTIA PRECISA SER ACRESCIDO DE 30% DO VALOR DO DEPÓSITO RECURSAL OU DO VALOR DA EXECUÇÃO. Em caso de recurso, será notificado o recorrido para oferecer as suas razões (conhecida como CONTRARRAZÕES), em prazo igual ao que tiver tido o recorrente. PRAZO EM DOBRO - FIQUE ATENTO: Constitui privilégio da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das autarquias ou fundações de direito público federais, estaduais ou municipais que não explorem atividade econômica o prazo em dobro para recurso. 2) RECURSOS EM EXECUÇÃO: A execução será promovida pelas partes, permitida a execução de ofício pelo juiz ou pelo Presidente do Tribunal apenas nos casos em que as partes não estiverem representadas por advogado. Portanto, no processo do trabalho NÃO CABE EXECUÇÃO DE OFÍCIO, devendo a parte requerer o início da execução! Como visto, cabe exceção apenas nos casos em que as partes não estiverem representadas por advogado. Portanto, só é permitida a execução de ofício quando as partes não estiverem sendo representadas por advogado. 31 Sendo ilíquida a sentença exequenda, ordenar- se-á a sua liquidação, que poderá ser feita por cálculo, por arbitramento ou por artigos. Na liquidação, não se poderá modificar, ou inovar, a sentença liquidanda nem discutir matéria pertinente à causa principal. Elaborada a conta e tornada líquida, o juízo deverá abrir às partes prazo comum de oito dias para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da discordância, sob pena de preclusão. Elaborada a conta pela parte ou pelos órgãos auxiliares da Justiça do Trabalho, o juiz procederá à intimação da União para manifestação, no prazo de 10 (dez) dias, sob pena de preclusão. Portanto, a UNIÃO TEM 10 DIAS de prazo. Garantida a execução ou penhorados os bens, terá o executado 5 (cinco) dias para apresentar embargos, cabendo igual prazo ao exequente para impugnação. Portanto, os embargos de execução serão opostos no prazo de cinco dias após a garantia do juízo. ATENÇÃO: Pelo art. 880, da CLT, o prazo para garantir o Juízo ou pagar a execução é de 48 HORAS! Se o executado, procurado por 2 (duas) vezes no espaço de 48 (quarenta e oito) horas, não for encontrado, far-se-á citação por edital. Não pagando o executado, nem garantindo a execução, seguir-se-á penhora dos bens, tantos quantos bastem ao pagamento da importância da condenação, acrescida de custas e juros de mora, sendo estes, em qualquer caso, devidos a partir da data em que for ajuizada a reclamação inicial. FIQUE MUITO ATENTO: Ainda que o beneficiário da justiça gratuita esteja isento de realizar o recolhimento do depósito recursal na fase de conhecimento (art. 899 , § 10 , da CLT ), tendo esse depósito a teleologia de garantir futura e eventual execução, essa isenção não alcança a garantia da execução propriamente dita, sendo imprescindível que o devedor realize a respectiva garantia ou tenha bens penhorados para que o termo inicial para manejo dos embargos à execução tenha início (art. 884 da CLT ). Nesse sentido: TRT-6 - Agravo de Petição AP 00009375120165060262 (TRT-6) Jurisprudência•Data de publicação: 17/12/2019 AGRAVO DE PETIÇÃO. AUSÊNCIA DE GARANTIA DA EXECUÇÃO. BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA GRATUITA. NÃO CONHECIMENTO. 1. Ainda que o beneficiário da justiça gratuita esteja isento de realizar o recolhimento do depósito recursal na fase de conhecimento (art. 899 , § 10 , da CLT ), tendo esse depósito a teleologia de garantir futura e eventual execução, essa isenção não alcança a garantia da execução propriamente dita, sendo imprescindível que o devedor realize a respectiva garantia ou tenha bens penhorados para que o termo inicial para manejo dos embargos à execução tenha início (art. 884 da CLT ). E ainda: TRT-1 - Agravo de Petição AP 01002601520185010483 RJ (TRT-1) Jurisprudência•Data de publicação: 27/02/2021 AGRAVO DE PETIÇÃO. SÓCIA EXECUTADA BENEFICIÁRIA DA JUSTIÇA GRATUITA. EXIGÊNCIA DE PRÉVIA E INTEGRAL GARANTIA DO JUÍZO DA EXECUÇÃO. O fato de a executada ser beneficiária da justiça gratuita não a isenta da garantia do juízo, porquanto a isenção abrange somente o depósito recursal na fase de conhecimento. Não há nenhum dispositivo legal que retire dos executados beneficiários da justiça gratuita a obrigação de garantir, prévia e integralmente, o Juízo para apresentação de embargos à execução, exigência expressa nos 32 art. 884 e 899, § 1º, ambos da CLT . Não atendida a condição legal de garantia do juízo, não merece ser conhecido o agravo de petição interposto pela executada. Agravo de Petição interposto pela executada não conhecido. Somente nos embargos à penhora poderá o executado impugnar a sentença de liquidação, cabendo ao exequente igual direito e no mesmo prazo. Os embargos e as impugnações à liquidação apresentadas pelos credores trabalhistas serão julgados na mesma sentença. É inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal ou em aplicação ou interpretação tidas por incompatíveis com a Constituição Federal. ATENÇÃO: A exigência da garantia ou penhora não se aplica às entidades filantrópicas e/ou àqueles que compõem ou compuseram a diretoria dessas instituições. O AGRAVO DE PETIÇÃO é cabível no prazo de 08 DIAS das decisões do Juiz ou Presidente, nas execuções. O agravo de petição só será recebido quandoo agravante delimitar, justificadamente, as matérias e os valores impugnados, permitida a execução imediata da parte remanescente até o final, nos próprios autos ou por carta de sentença. A REGRA É QUE O JUÍZO ESTEJA GARANTIDO PARA A INTERPOSIÇÃO DO AGRAVO DE PETIÇÃO, CONTUDO, EXISTE EXCEÇÃO, QUAL SEJA: Em caso de desconsideração da personalidade jurídica na fase de execução, cabe AGRAVO DE PETIÇÃO, independentemente de garantia do juízo. CUSTAS EM EXECUÇÃO: No processo de execução são devidas custas, sempre de responsabilidade do executado e pagas ao final. ATENÇÃO: EMBARGOS DE TERCEIRO NA JUSTIÇA DO TRABALHO – CAIU NA ÚLTIMA SEGUNDA FASE (34º EXAME): É aplicável na Justiça do Trabalho? R: SIM (conforme previsto no Art. 674 do CPC, utilizado, subsidiariamente, na seara trabalhista, por força do Art. 769 da CLT.) COMO CAIU NA PROVA: Você foi procurado, como advogado(a), por Hernani Gomes, que afirmou, em resumo, ter adquirido um imóvel da sociedade empresária X, em 2000, onde reside com sua família, e que, em setembro de 2021, recebeu a visita de um oficial de justiça informando a penhora do imóvel, avaliado no ato em R$ 200.000,00, para pagamento de uma dívida trabalhista de R$ 12.000,00. Hernani, que nunca foi proprietário ou sócio de empresa, e sequer sabia da existência de qualquer processo, procurou, pela Internet, informação pelo número do processo que estava no mandado e constatou que a penhora foi feita no bojo da execução trabalhista de uma empregada que se ativou na sociedade empresária X de 2019 a 2020. Pelo fato de o imóvel ter sido anteriormente da sociedade empresária X, o juiz deferiu a penhora sobre ele. Sobre a hipótese apresentada, e considerando que Hernani jamais integrou o quadro societário da executada, responda aos itens a seguir. A) Que medida judicial você, agora contratado(a) por Hernani, adotaria para tentar levantar a penhora sobre o bem imóvel? (Valor: 0,65). A RESPOSTA CORRETA FOI: A medida a ser adotada são os embargos de terceiro, conforme previsto no Art. 674 do CPC, utilizado, subsidiariamente, na seara trabalhista, por força do Art. 769 da CLT. 33 Os temas abaixo você já estudou, MAS VALE MUITO A RELEITURA!!!!!!!! PROCEDIMENTOS ESPECIAIS TRABALHISTAS O QUE VOCÊ DEVE SABER: 1. AÇÃO RESCISÓRIA O QUE VOCÊ DEVE SABER: Conforme já visto em Processo Civil, a ação rescisória nada mais é do que é uma ação judicial autônoma (NÃO É RECURSO) que tem visa unicamente rescindir uma decisão judicial já transitada em julgado. E quando a sentença transitada em julgada pode ser rescindida? (Art. 966, CPC). I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz; II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente; III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei; IV - ofender a coisa julgada; V - violar manifestamente norma jurídica; VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser demonstrada na própria ação rescisória; VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável; VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos. A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da decisão. Ou seja, não precisa ser a TOTALIDADE. ATENÇÃO: Cabe ação rescisória, com fundamento no inciso V do caput deste artigo, contra decisão baseada em enunciado de súmula ou acórdão proferido em julgamento de casos repetitivos que não tenha considerado a existência de distinção entre a questão discutida no processo e o padrão decisório que lhe deu fundamento. São legitimados para propor a ação rescisória (Art. 967, CPC): a) Quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular; b) terceiro juridicamente interessado; c) MP; d) aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção. No caso do Ministério Público existem regras específicas para poder propor ação rescisória Ressalta-se: a) se não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção; b) quando a decisão rescindenda é o efeito de simulação ou de colusão das partes, a fim de fraudar a lei; c) em outros casos em que se imponha sua atuação. PRAZO PARA AJUIZAR A AÇÃO RESCISÓRIA: O direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos contados do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo. Atenção: No caso do inciso VII do art. 966 (ao lado), o termo inicial do prazo será a data de descoberta da prova nova, observado o prazo máximo de 5 (cinco) anos, contado do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo. Atenção: Nas hipóteses de simulação ou de colusão das partes, inciso III do art. 966 (ao lado), o prazo começa a contar, para o terceiro prejudicado e para o Ministério Público, que não interveio no processo, a partir do momento em que têm ciência da simulação ou da colusão. A petição inicial da ação rescisória deverá ser elaborada com observância dos requisitos essenciais do art. 319, do CPC, DEVENDO O AUTOR, ainda: a) cumular ao pedido de 34 rescisão, se for o caso, o de novo julgamento do processo; b) depositar a importância de VINTE por cento (Art. 836, da CLT) sobre o valor da causa, que se converterá em multa em favor do réu caso o pedido deduzido na ação rescisória seja julgado improcedente. (O “ITEM B” NÃO É APLICÁVEL à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios, às suas respectivas autarquias e fundações de direito público, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e aos que tenham obtido o benefício de gratuidade da justiça). De igual forma, O depósito prévio não será exigido da massa falida e quando o autor perceber salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal, ou declarar, sob as penas da lei, que não está em condições de pagar as custas do processo sem prejuízo do sustento próprio ou de sua família (Art. 5º, IN 41/2007). Em caso de ausência do depósito previsto no item anterior, a petição inicial será indeferida. ATENÇÃO MÁXIMA: A propositura da ação rescisória não impede o cumprimento da decisão rescindenda, ressalvada a concessão de tutela provisória. Ou seja, via de regra, a ação rescisória não apresenta efeito suspensivo. Visto isto, de bom alvitre ressaltar que a ação rescisória também é aplicável na ESFERA TRABALHISTA. Conforme leciona o artigo 678 da CLT, é de competência dos Tribunais Regionais do Trabalho processarem e julgarem as ações rescisórias das decisões das Varas do Trabalho e dos juízes de Direito. Já no âmbito do TST, de acordo com a Lei 7.701/88, os processos serão divididos em Turmas e seções especializadas para a conciliação e julgamento de dissídios coletivos (SDC) de natureza econômica ou jurídica e de dissídios individuais (SDI), respeitada a paridade da representação classista. Portanto, temos que: art. 2º, I, c – SDC, originariamente, as ações rescisórias propostas contra suas sentenças normativas. art. 3º, I, a – SDI, originariamente, as ações rescisórias propostas contra decisões das turmas do TST e suas próprias, inclusive as anteriores à especialização em seções. E se o trânsito em julgado ocorreu no STF, quem julga? R: Aí o próprio STF deverá julgar. ATENÇÃO: SÚMULA 397, DO TST: AÇÃO RESCISÓRIA. ART. 966, IV, do CPC de 2015. ART. 485, IV, DO CPC de 1973. AÇÃO DE CUMPRIMENTO. OFENSA À COISA JULGADA EMANADA DE SENTENÇA NORMATIVA MODIFICADA EM GRAU DE RECURSO. INVIABILIDADE. CABIMENTO DE MANDADO DE SEGURANÇA. Não procede ação rescisória calcada em ofensa à coisa julgada perpetrada por decisão proferida em ação de cumprimento, emface de a sentença normativa, na qual se louvava, ter sido modificada em grau de recurso, porque em dissídio coletivo somente se consubstancia coisa julgada formal. Assim, os meios processuais aptos a atacarem a execução da cláusula reformada são a exceção de pré- executividade e o mandado de segurança, no caso de descumprimento do art. 514 do CPC de 2015 (art. 572 do CPC de 1973). (ex-OJ nº 116 da SBDI-2 - DJ 11.08.2003) Valor da causa na ação rescisória (IN 31/07, TST): Art. 2º O valor da causa da ação rescisória que visa desconstituir decisão da fase de conhecimento corresponderá: I - no caso de improcedência, ao valor dado à causa do processo originário ou aquele que for fixado pelo Juiz; II - no caso de procedência, total ou parcial, ao respectivo valor arbitrado à condenação. 35 Art. 3º O valor da causa da ação rescisória que visa desconstituir decisão da fase de execução corresponderá ao valor apurado em liquidação de sentença. 2. MANDADO DE SEGURANÇA O QUE VOCÊ DEVE SABER: Incialmente, vejamos que conforme o artigo 5º, LXIX, da CF, conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. De mais a mais, o artigo 114, da CF, prevê que Compete a justiça do Trabalho processar e julgar: IV – os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição Conforme leciona o artigo 678, B, 3, da CLT, é de competência dos Tribunais Regionais do Trabalho processarem e julgarem os mandados de segurança. Visto isso, resta claro que a competência para o julgamento dos mandados de segurança será: Do TRT: Quando a autoridade seja Magistrados Titulares das Varas do Trabalho, Juizes Substitutos ou Auxiliares, presidente do TRT, juízes do TRT, servidores do TRT, servidores de cartórios de juízos de direito em exercício de atividades jurisdicionais trabalhistas. Do TST: Quando a autoridade coatora seja o Presidente do TST, Ministros do TST, servidores que atuem em atividades jurisdicionais do TST. MUITA ATENÇÃO: Não cabe mandado de segurança de decisão judicial transitada em julgado (Súmula 33, TST). ATENÇÃO: A homologação de acordo constitui faculdade do juiz, inexistindo direito líquido e certo tutelável pela via do mandado de segurança. Portanto, não cabe MS se o Juiz não homologar acordo (Súmula 418, TST). ATENÇÃO: Não se aplica a alçada em ação rescisória e em mandado de segurança (Súmula 365, TST). Ou seja, não se vincula a qualquer rito, portanto, não há limitação recursal (notadamente a limitação imposta ao rito sumário). ATENÇÃO: Da decisão de Tribunal Regional do Trabalho em mandado de segurança cabe recurso ordinário, no prazo de 8 (oito) dias, para o Tribunal Superior do Trabalho, e igual dilação para o recorrido e interessados apresentarem razões de contrariedade (Súmula 201, do TST). FIQUE MUITO ATENTO – SÚMULA 414, TST: MANDADO DE SEGURANÇA. TUTELA PROVISÓRIA CONCEDIDA ANTES OU NA SENTENÇA I – A tutela provisória concedida na sentença não comporta impugnação pela via do mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso ordinário. É admissível a obtenção de efeito suspensivo ao recurso ordinário mediante requerimento dirigido ao tribunal, ao relator ou ao presidente ou ao vice- presidente do tribunal recorrido, por aplicação subsidiária ao processo do trabalho do artigo 1.029, § 5º, do CPC de 2015. OBSERVAÇÃO: ISSO QUER DIZER QUE QUANDO A TUTELA PLEITEADA FOR CONCEDIDA APENAS NA SENTENÇA, DEVERÁ SER INTERPOSTO O RECURSO ORDINÁRIO (RECURSO PRÓPRIO) E NÃO O MANDADO DE SEGURANÇA, CONTUDO, SE A TUTELA FOR CONCEDIDA ANTES DA SENTENÇA CABE MS. (NO MESMO SENTIDO A OJ 92, DA SDI-2, DO TST: Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial passível de reforma mediante recurso próprio, ainda que com efeito diferido). 36 II – No caso de a tutela provisória haver sido concedida ou indeferida antes da sentença, cabe mandado de segurança, em face da inexistência de recurso próprio. III – A superveniência da sentença, nos autos originários, faz perder o objeto do mandado de segurança que impugnava a concessão ou o indeferimento da tutela provisória. ATENÇÃO: Exigindo o mandado de segurança prova documental pré-constituída, inaplicável o art. 321 do CPC de 2015 (art. 284 do CPC de 1973) quando verificada, na petição inicial do "mandamus", a ausência de documento indispensável ou de sua autenticação (Súmula 415, TST). OU SEJA, EM CASO DE AUSÊNCIA DE DOCUMENTO ESSENCIAL, O MS É LIMINARMENTE INDEFERIDO!!! ATENÇÃO: Devendo o agravo de petição delimitar justificadamente a matéria e os valores objeto de discordância, não fere direito líquido e certo o prosseguimento da execução quanto aos tópicos e valores não especificados no agravo (Súmula 416, TST). OU SEJA, É REGRA QUE NA EXECUÇÃO TRABALHISTA O AGRAVO DE PETIÇÃO DEVERÁ IMPUGNAR E DELIMITAR TODA A MATÉRIA EVENTUALMENTE DISCUTIDA, ACASO ASSIM NÃO SEJA FEITO, A EXECUÇÃO PODERÁ CORRER NORMALMENTE CONTRA OS VALORES PERTINENTES ÀS MATÉRIAS NÃO IMPUGNADAS/DELIMITADAS. ATENÇÃO: Não fere direito líquido e certo do impetrante o ato judicial que determina penhora em dinheiro do executado para garantir crédito exequendo, pois é prioritária e obedece à gradação prevista no art. 835 do CPC de 2015 (Súmula 417, TST). ATENÇÃO MÁXIMA: A procuração outorgada com poderes específicos para ajuizamento de reclamação trabalhista não autoriza a propositura de ação rescisória e mandado de segurança. Constatado, todavia, o defeito de representação processual na fase recursal, cumpre ao relator ou ao tribunal conceder prazo de 5 (cinco) dias para a regularização, nos termos da Súmula nº 383, item II, do TST (OJ 151, SDI-2, DO TST). CABE RECURSO NO MS? R: Sim! Sentenças que decidam sobre o mandado de segurança, podem ser impugnadas através de recurso ordinário, no prazo de 8 dias. Acórdãos em RO devem ser impugnados pelo recurso de revista ao TST. ISSO QUANDO A COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA FOR DA VARA DO TRABALHO. Acórdãos que decidam sobre o mérito do mandado de segurança podem ser contestados através de recurso ordinário direcionado ao TST. ISSO QUANDO A COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA FOR DO TRIBUNAL. ATENÇÃO: Contra decisão monocrática que indefere o mandado de segurança, liminarmente, o remédio jurídico adequado é o agravo regimental. Da decisão no agravo regimental, acaso confirmada a decisão que indeferiu o MS, cabe RO ao TST. Decisões que indefiram a petição inicial podem ser contestadas por agravo regimental. ISSO QUANDO A COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA FOR DO TST. Acórdãos (quando houver decisão de mérito) podem ser contestados através de recurso ordinário ao STF. COMO CAIU NA PROVA (2020)? Em setembro de 2019, durante a audiência de um caso que envolvia apenas pedido de adicional de insalubridade, o Juiz do Trabalho determinou a realização de perícia e que a reclamada antecipasse os honorários periciais. Inconformada com essa decisão, a sociedade empresária impetrou mandado de segurança contra esse ato judicial, mas o TRT, em decisão colegiada, não concedeu a segurança. Caso a sociedade empresária pretenda recorrer dessa decisão, assinale a opção que indica a medida recursal da qual deverá se valer. 37 Alternativas A) Agravo de Instrumento. B) Recurso Ordinário. C) Agravo de Petição. D) Recurso de Revista. Reposta é letra B (súmula 201, TST): Da decisão de Tribunal Regional do Trabalho em mandado de segurança cabe recurso ordinário, no prazo de 8 (oito) dias, para o Tribunal Superior do Trabalho, e igual dilação para o recorrido e interessados apresentarem razões de contrariedade. Fique atento, por fim, que também não cabe MS nas seguinteshipóteses (Lei 12.016/09): Art. 5º: Não se concederá mandado de segurança quando se tratar: I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução; II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; III - de decisão judicial transitada em julgado. Prazo: O prazo é decadencial de 120 dias, contados a partir da ciência do ato a ser impugnado. 3. INQUÉRITO PARA APURAÇÃO DE FALTA GRAVE O QUE VOCÊ DEVE SABER: Inicialmente, quanto ao tema ora estudado, quero te dizer pra ficar bem atento, pois é muito cobrado nas provas da OAB. O inquérito para apuração de falta grave é previsto no artigo 853 e seguintes da CLT. Aberto contra empregado garantido com estabilidade. O empregador apresentará reclamação por escrito à Junta ou Juízo de Direito, dentro de 30 (trinta) dias, contados da data da suspensão do empregado. COMO JÁ FOI COBRADO (2019): Em uma greve ocorrida há dois dias dentro de uma indústria metalúrgica, o dirigente sindical, que é empregado da referida empresa, agrediu fisicamente o diretor com tapas e socos, sendo a agressão gravada pelo sistema de segurança existente no local. O dono da empresa, diante dessa prática, pretende dispensar o empregado por justa causa. Em razão disso, ele procura você, como advogado(a), no dia seguinte aos fatos narrados, para obter sua orientação. De acordo com o disposto na CLT, assinale a opção que apresenta sua recomendação jurídica e a respectiva justificativa. Alternativas A) Dispensar imediatamente o empregado por justa causa e ajuizar ação de consignação em pagamento dos créditos porventura devidos. B) Apresentar notícia-crime e solicitar da autoridade policial autorização para dispensar o empregado por justa causa. C) Suspender o empregado e, em até 30 dias, ajuizar inquérito para apuração de falta grave. D) Não fazer nada, porque a justa causa teria de ser aplicada no dia dos fatos, ocorrendo então perdão tácito. Foi considerada como correta a ALTERNATIVA C. O empregado pode ou não suspender, mas se optar pela suspensão deve apresentar reclamação em até trinta dias (prazo decadencial). A previsão para falta grave encontra-se no artigo 493 da CLT. No procedimento é possível até 6 (seis) testemunhas para cada lado. 38 Ainda, vale lembrar que o inquérito para apuração de falta grave é sempre exigido nos seguintes casos: 1) Estabilidade decenal: O empregado que contar mais de 10 (dez) anos de serviço na mesma empresa não poderá ser despedido senão por motivo de falta grave ou circunstância de força maior, devidamente comprovadas (art. 492, da CLT). 2) Dirigente sindical: O dirigente sindical somente poderá ser dispensado por falta grave mediante a apuração em inquérito judicial, inteligência dos arts. 494 e 543, §3º, da CLT (súmula 379, TST). SE APLICA AO SUPLENTE. SOBRE O DIRIGINTE SINDICAL, INCLUSIVE, VALE A LEITURA DA SÚMULA 369, DO TST: DIRIGENTE SINDICAL. ESTABILIDADE PROVISÓRIA (redação do item I alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 I - É assegurada a estabilidade provisória ao empregado dirigente sindical, ainda que a comunicação do registro da candidatura ou da eleição e da posse seja realizada fora do prazo previsto no art. 543, § 5º, da CLT, desde que a ciência ao empregador, por qualquer meio, ocorra na vigência do contrato de trabalho. II - O art. 522 da CLT foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988. Fica limitada, assim, a estabilidade a que alude o art. 543, § 3.º, da CLT a sete dirigentes sindicais e igual número de suplentes. III - O empregado de categoria diferenciada eleito dirigente sindical só goza de estabilidade se exercer na empresa atividade pertinente à categoria profissional do sindicato para o qual foi eleito dirigente. IV - Havendo extinção da atividade empresarial no âmbito da base territorial do sindicato, não há razão para subsistir a estabilidade. V - O registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical durante o período de aviso prévio, ainda que indenizado, não lhe assegura a estabilidade, visto que inaplicável a regra do § 3º do art. 543 da Consolidação das Leis do Trabalho. 3) Representante dos trabalhadores no CNPS: Aos membros do CNPS, enquanto representantes dos trabalhadores em atividade, titulares e suplentes, é assegurada a estabilidade no emprego, da nomeação até um ano após o término do mandato de representação, somente podendo ser demitidos por motivo de falta grave, regularmente comprovada através de processo judicial (art. 3º, §7, Lei 8213/91). 4) Dirigentes de cooperativas: Os empregados de empresas que sejam eleitos diretores de sociedades cooperativas pelos mesmos criadas, gozarão das garantias asseguradas aos dirigentes sindicais pelo artigo 543 da Consolidação das Leis do Trabalho (art. 55, Lei 5.764/71). NÃO SE APLICA AO SUPLENTE. Fique atento – PARA DISPENSA DE MEMBRO DA CIPA NÃO PRECISA DE INQUÉRITO. 4. EXECUÇÃO TRABALHISTA O QUE VOCÊ DEVE SABER: Inicialmente, deves saber que as decisões passadas em julgado ou das quais não tenha havido recurso com efeito suspensivo; os acordos, quando não cumpridos; os termos de ajuste de conduta firmados perante o Ministério Público do Trabalho e os termos de conciliação firmados perante as Comissões de Conciliação Prévia serão passíveis de execução. ATENÇÃO: A Justiça do Trabalho executará, de ofício, as contribuições sociais previstas na alínea a do inciso I e no inciso II do caput do art. 195 da Constituição Federal, e seus acréscimos legais, relativas ao objeto da condenação 39 constante das sentenças que proferir e dos acordos que homologar. COMO CAIU NA PROVA (OAB XXXII): Após ser alvo de um inquérito civil junto ao Ministério Público do Trabalho – MPT, tendo sido investigada pela prática de suposta irregularidade, a sociedade empresária Vida Global assinou um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com o MPT para sanar o problema e evitar a judicialização daquela situação, o que poderia abalar sua credibilidade perante os investidores nacionais e estrangeiros. Ocorre que a sociedade empresária não cumpriu o que foi estipulado no TAC, seja no tocante à obrigação de fazer, seja no pagamento de multa pelo dano moral coletivo. Diante dessa situação, e de acordo com os termos da CLT, assinale a afirmativa correta. Alternativas A) O parquet deverá propor execução de título judicial. B) O MPT deverá ajuizar execução de título extrajudicial. C) A ação própria para a cobrança será o inquérito judicial. D) O MPT deverá propor reclamação trabalhista pelo rito ordinário. A resposta, por claro, é a LETRA B, eis que, consoante acima visto, o TAC’s podem ser executados diretamente perante à Justiça do Trabalho. A execução será promovida pelas partes, permitida a execução de ofício pelo juiz ou pelo Presidente do Tribunal apenas nos casos em que as partes não estiverem representadas por advogado. É competente para a execução das decisões o Juiz ou Presidente do Tribunal que tiver conciliado ou julgado originariamente o dissídio. Portanto, só é permitida a execução de ofício quando as partes não estiverem sendo representadas por advogado. Sendo ilíquida a sentença exequenda, ordenar- se-á a sua liquidação (a liquidação também abrande as contribuições previdenciárias), que poderá ser feita por cálculo, por arbitramento ou por artigos. Na liquidação, não se poderá modificar, ou inovar, a sentença liquidanda nem discutir matéria pertinente à causa principal. Elaborada a conta e tornada líquida, o juízo DEVERÁ abrir às partes prazo COMUM de oito dias para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da discordância, sob pena de preclusão. VALE REGISTRAR QUE A OAB ASSIM JÁ COBROU (2019): No decorrerde uma reclamação trabalhista, que transitou em julgado e que se encontra na fase executória, o juiz intimou o autor a apresentar os cálculos de liquidação respectivos, o que foi feito. Então, o juiz determinou que o cálculo fosse levado ao setor de Contadoria da Vara para conferência, tendo o calculista confirmado que os cálculos estavam adequados e em consonância com a coisa julgada. Diante disso, o juiz homologou a conta e determinou que o executado depositasse voluntariamente a quantia, sob pena de execução forçada. Diante dessa narrativa e dos termos da CLT, assinale a afirmativa correta. Alternativas A) Equivocou-se o juiz, porque ele não poderia homologar o cálculo sem antes conceder vista ao executado pelo prazo de 8 dias. B) Correta a atitude do magistrado, porque as contas foram conferidas e foi impressa celeridade ao processo do trabalho, observando a duração razoável do processo. 40 C) A Lei não fixa a dinâmica específica para a liquidação, daí porque cada juiz tem liberdade para criar a forma que melhor atenda aos anseios da justiça. D) O juiz deveria conceder vista dos cálculos ao executado e ao INSS pelo prazo de 5 dias úteis, pelo que o procedimento adotado está errado. Fica claro, portanto, que a resposta correta é a letra A. Elaborada a conta pela parte ou pelos órgãos auxiliares da Justiça do Trabalho, o juiz procederá à intimação da União para manifestação, no prazo de 10 (dez) dias, sob pena de preclusão. Portanto, a UNIÃO TEM 10 DIAS de prazo. Garantida a execução ou penhorados os bens, terá o executado 5 (cinco) dias para apresentar embargos, cabendo igual prazo ao exequente para impugnação. Portanto, os embargos de execução serão opostos no prazo de cinco dias após a garantia do juízo. ATENÇÃO: Pelo art. 880, da CLT, o prazo para garantir o Juízo ou pagar a execução é de 48 HORAS! Se o executado, procurado por 2 (duas) vezes no espaço de 48 (quarenta e oito) horas, não for encontrado, far-se-á citação por edital. Não pagando o executado, nem garantindo a execução, seguir-se-á penhora dos bens, tantos quantos bastem ao pagamento da importância da condenação, acrescida de custas e juros de mora, sendo estes, em qualquer caso, devidos a partir da data em que for ajuizada a reclamação inicial. Somente nos embargos à penhora poderá o executado impugnar a sentença de liquidação, cabendo ao exequente igual direito e no mesmo prazo. Os embargos e as impugnações à liquidação apresentadas pelos credores trabalhistas serão julgados na mesma sentença. É inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal ou em aplicação ou interpretação tidas por incompatíveis com a Constituição Federal. FIQUE MUITO ATENTO: Ainda que o beneficiário da justiça gratuita esteja isento de realizar o recolhimento do depósito recursal na fase de conhecimento (art. 899 , § 10 , da CLT ), tendo esse depósito a teleologia de garantir futura e eventual execução, essa isenção não alcança a garantia da execução propriamente dita, sendo imprescindível que o devedor realize a respectiva garantia ou tenha bens penhorados para que o termo inicial para manejo dos embargos à execução tenha início (art. 884 da CLT ). Nesse sentido: TRT-6 - Agravo de Petição AP 00009375120165060262 (TRT-6) Jurisprudência•Data de publicação: 17/12/2019 AGRAVO DE PETIÇÃO. AUSÊNCIA DE GARANTIA DA EXECUÇÃO. BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA GRATUITA. NÃO CONHECIMENTO. 1. Ainda que o beneficiário da justiça gratuita esteja isento de realizar o recolhimento do depósito recursal na fase de conhecimento (art. 899 , § 10 , da CLT ), tendo esse depósito a teleologia de garantir futura e eventual execução, essa isenção não alcança a garantia da execução propriamente dita, sendo imprescindível que o devedor realize a respectiva garantia ou tenha bens penhorados para que o termo inicial para manejo dos embargos à execução tenha início (art. 884 da CLT ). E ainda: TRT-1 - Agravo de Petição AP 01002601520185010483 RJ (TRT-1) Jurisprudência•Data de publicação: 27/02/2021 41 AGRAVO DE PETIÇÃO. SÓCIA EXECUTADA BENEFICIÁRIA DA JUSTIÇA GRATUITA. EXIGÊNCIA DE PRÉVIA E INTEGRAL GARANTIA DO JUÍZO DA EXECUÇÃO. O fato de a executada ser beneficiária da justiça gratuita não a isenta da garantia do juízo, porquanto a isenção abrange somente o depósito recursal na fase de conhecimento. Não há nenhum dispositivo legal que retire dos executados beneficiários da justiça gratuita a obrigação de garantir, prévia e integralmente, o Juízo para apresentação de embargos à execução, exigência expressa nos art. 884 e 899, § 1º, ambos da CLT. Não atendida a condição legal de garantia do juízo, não merece ser conhecido o agravo de petição interposto pela executada. Agravo de Petição interposto pela executada não conhecido. ATENÇÃO: A exigência da garantia ou penhora não se aplica às entidades filantrópicas e/ou àqueles que compõem ou compuseram a diretoria dessas instituições. OBSERVAÇÃO: Vale destacar que, o executado que não pagar a importância reclamada poderá garantir a execução mediante depósito da quantia correspondente, atualizada e acrescida das despesas processuais, apresentação de seguro-garantia judicial ou nomeação de bens à penhora, observada a ordem preferencial estabelecida no art. 835 da lei no 13.105, de 16 de março de 2015 - código de processo civil (art. 882, da CLT). NESSE SENTIDO JÁ COBROU A OAB (EXAME XXXII): A sociedade empresária de transportes Mundo Pequeno Ltda. foi condenada ao pagamento de horas extras e diferença salarial na ação movida por Mauro Duarte, seu ex-empregado. Após o trânsito em julgado e apuração do valor devido, a executada foi citada para efetuar o pagamento de R$ 120.000,00. Ocorre que a sociedade empresária pretende apresentar embargos à execução, pois entende que o valor homologado é superior ao devido, mas não tem o dinheiro disponível para depositar nos autos. Sobre o caso relatado, de acordo com o que está previsto na CLT, assinale a afirmativa correta. Alternativas A) Na Justiça do Trabalho não é necessário garantir o juízo para ajuizar embargos à execução. B) A sociedade empresária poderá apresentar seguro-garantia judicial para então apresentar embargos à execução. C) A sociedade empresária poderá assinar uma nota promissória judicial e, com isso, ter direito a ajuizar embargos de devedor. D) Se for comprovada a situação de necessidade, a sociedade empresária, depositando 50% do valor da dívida, poderá embargar. A resposta correta, portanto, é a LETRA B, nos exatos termos do art. 882, da CLT, acima visto. O AGRAVO DE PETIÇÃO é cabível no prazo de 08 DIAS das decisões do Juiz ou Presidente, nas execuções. O agravo de petição só será recebido quando o agravante delimitar, justificadamente, as matérias e os valores impugnados, permitida a execução imediata da parte remanescente até o final, nos próprios autos ou por carta de sentença. FIQUE MUITO ATENTO: Em caso de desconsideração da personalidade jurídica na fase de execução, cabe AGRAVO DE PETIÇÃO, independentemente de garantia do juízo. Tal tema, inclusive, já foi cobrado na OAB, no XXXII EXAME (O EXAME DO CAOS): No decorrer de uma execução trabalhista, não se conseguiu penhorar nenhum bem da empresa executada nem reter qualquer numerário dela em ativos financeiros. Então, o exequente instaurou um incidente de desconsideração de personalidade jurídica para 42 direcionar a execução em face de um sócio. O referido sócio foi citado e, no prazo de 15 dias, manifestou-se contrariamente à sua execução. Submetida a manifestação ao contraditório e não havendo outras provas a produzir, o juiz julgou procedente o incidente e incluiu o sócio no polo passivo da execução na condição de executado, sendo, então, publicadaessa decisão. Considerando a situação retratada e os ditames da CLT, assinale a afirmativa correta. Alternativas A) Por ser interlocutória, essa decisão é irrecorrível, devendo o sócio se submeter ao comando e pagar a dívida. B) O sócio em questão poderá recorrer da decisão independentemente de garantia do juízo. C) Sendo a Lei omissa a respeito, caberá ao juiz definir se a decisão do incidente poderá ser objeto de recurso e se será necessário garantir o juízo. D) O sócio poderá recorrer da decisão, mas terá de garantir o juízo em 50%. A resposta, portanto, é, obviamente, a letra B. ATENÇÃO: EMBARGOS DE TERCEIRO NA JUSTIÇA DO TRABALHO – CAIU NA ÚLTIMA SEGUNDA FASE (34º EXAME): É aplicável na Justiça do Trabalho? R: SIM (conforme previsto no Art. 674 do CPC, utilizado, subsidiariamente, na seara trabalhista, por força do Art. 769 da CLT.) COMO CAIU NA PROVA: Você foi procurado, como advogado(a), por Hernani Gomes, que afirmou, em resumo, ter adquirido um imóvel da sociedade empresária X, em 2000, onde reside com sua família, e que, em setembro de 2021, recebeu a visita de um oficial de justiça informando a penhora do imóvel, avaliado no ato em R$ 200.000,00, para pagamento de uma dívida trabalhista de R$ 12.000,00. Hernani, que nunca foi proprietário ou sócio de empresa, e sequer sabia da existência de qualquer processo, procurou, pela Internet, informação pelo número do processo que estava no mandado e constatou que a penhora foi feita no bojo da execução trabalhista de uma empregada que se ativou na sociedade empresária X de 2019 a 2020. Pelo fato de o imóvel ter sido anteriormente da sociedade empresária X, o juiz deferiu a penhora sobre ele. Sobre a hipótese apresentada, e considerando que Hernani jamais integrou o quadro societário da executada, responda aos itens a seguir. A) Que medida judicial você, agora contratado(a) por Hernani, adotaria para tentar levantar a penhora sobre o bem imóvel? (Valor: 0,65). A RESPOSTA CORRETA FOI: A medida a ser adotada são os embargos de terceiro, conforme previsto no Art. 674 do CPC, utilizado, subsidiariamente, na seara trabalhista, por força do Art. 769 da CLT. DIREITO PROCESSUAL CIVIL PRIMEIRA DICA DO DIA 47 1. RECURSOS O QUE VOCÊ DEVE SABER: Recursos são impugnações a decisões judiciais dentro do mesmo processo. A maioria das pessoas confundem e acabam utilizando a nomenclatura errada sobre o fato de o recurso ser conhecido ou provido. Deixa-me tentar explicar a vocês: Quando o recurso tiver todos os seus pressupostos de admissibilidade preenchidos, como por exemplo, Legitimidade, prazo...fala-se que o recurso foi CONHECIDO. Passado dessa fase, o recurso terá seu mérito analisado, caso este seja válido, tenha fundamentação coerente... fala-se 43 em PROVIDO. Logo, um recurso poderá ser conhecido, pois possui todos os pressupostos de admissibilidade e não ser provido, pois não se encontra fundamentado de acordo com o mérito. Entendeu? Cada recurso possui um ou alguns efeitos, os quais são: a) Efeito devolutivo: É a devolução da decisão recorrida ao Poder Judiciário para que este refaça a análise. Este efeito se divide em dois, conforme a doutrina explica: Devolutivo de extensão e de profundidade. b) Suspensivo- Impede que a decisão prolatada forme trânsito em julgado. A decisão que será recorrida fica com seus efeitos suspensos até a análise do recurso interposto. c)Translativo: É a apreciação pelo poder judiciário de matérias, que não foram impugnadas por quem recorreu, mas por serem matérias de ordem pública são cognoscíveis de ofício. d)Regressivo: É a retratação do juízo a quo, com relação a uma decisão que ele próprio proferiu. e) Expansivo: É o alcance da decisão recursal, a qual poderá ser um alcance subjetivo, atingindo outros sujeitos além do recorrente, assim como objetivo, quando a decisão atinge outros atos processuais, além do já impugnado. e) Substitutivo: é a substituição da decisão impugnada por outra. f) Rescindente: Ocorre quando o julgamento anula ou caça a decisão impugnada. Espécies de Recursos: 1-APELAÇÃO A apelação é a impugnação própria para atacar as sentenças e decisões interlocutórias não sujeitas a agravo de instrumento. Em regra, a apelação possui o efeito devolutivo e o suspensivo. O tribunal fica vinculado a apreciação dos capítulos da sentença impugnados, não podendo de ofício estender sua manifestação para capítulos que não foram objeto do recurso. Contudo, com relação ao capítulo impugnado, poderá o judiciário se aprofundar na análise, é a chamada teoria da causa madura. Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo. § 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que: I - Homologa divisão ou demarcação de terras; II - Condena a pagar alimentos; (A SENTENÇA QUE CONDENA EM ALIMENTOS NÃO POSSUI EFEITO SUSPENSIVO) III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado; IV - Julga procedente o pedido de instituição de arbitragem; V - Confirma, concede ou revoga tutela provisória; VI - Decreta a interdição. § 2º Nos casos do § 1º, o apelado poderá promover o pedido de cumprimento provisório depois de publicada a sentença. § 3º O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1º poderá ser formulado por requerimento dirigido ao: I - Tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-la; II - Relator, se já distribuída a apelação. § 4º Nas hipóteses do § 1º, a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator se o apelante demonstrar a probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo relevante a 44 fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação. #PLUS TEORIA DA CAUSA MADURA: Ocorre quando o juiz de 1º grau profere uma sentença SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO e esta é impugnada. Ao ser impugnada, o juiz poderá se retratar da sua decisão ou não, caso ele não se retrate, a apelação será enviada para o Tribunal. Ao chegar no Tribunal, este poderá entender que cabe sim uma sentença de mérito e, além de anular a decisão anterior poderá desde logo proferir uma decisão de mérito. “Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada. § 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando: I - Reformar sentença fundada no art. 485 (sentença sem resolução de mérito) “. Resumindo: Quando estamos diante de uma sentença, uma das opções que poderão ser executadas é recorrer, por meio da apelação. Caso esta sentença tenha sido SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO, ao invés do tribunal anular a decisão e enviá-la para que o juiz de 1º grau faça um novo julgamento, o próprio tribunal que irá julgar. Logo, a teoria da causa madura ocorre quando o juiz reformar a sentença sem resolução do mérito e julgar o mérito desta, sem devolvê-la ao juiz a quo. Obs: As apelações interpostas contra sentença SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO possuem efeito REGRESSIVO no prazo de 05 dias. Art. 1.009. Da sentença cabe apelação. § 1º As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões. § 2º Se as questões referidas no § 1º forem suscitadas em contrarrazões, o recorrente será intimado para, em 15 (quinze) dias, manifestar- se a respeito delas. § 3º O disposto no caput deste artigo aplica-se mesmo quando as questões mencionadas no art. 1.015 integrarem capítulo da sentença. Técnica do julgamento ampliado: Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamentoterá prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, que serão convocados nos termos previamente definidos no regimento interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os novos julgadores. § 1º Sendo possível, o prosseguimento do julgamento dar-se-á na mesma sessão, colhendo-se os votos de outros julgadores que porventura componham o órgão colegiado. § 2º Os julgadores que já tiverem votado poderão rever seus votos por ocasião do prosseguimento do julgamento. SEMPRE CAI! § 3º A técnica de julgamento prevista neste artigo aplica-se, igualmente, ao julgamento não unânime proferido em: (ALÉM DE OCORRER NA APELAÇÃO, ATÉCNICA DE JULGAMENTO AMPLIADO TAMBÉM OCORRE NESSES CASOS) I - Ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença, devendo, nesse caso, seu prosseguimento ocorrer em órgão de maior composição previsto no regimento interno; II - Agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar parcialmente o mérito. § 4º Não se aplica o disposto neste artigo ao julgamento: 45 I - Do incidente de assunção de competência e ao de resolução de demandas repetitivas; II - Da remessa necessária; III - não unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela corte especial. OBS: CUIDADO COM A PEGADINHA! NA APELAÇÃO A TÉCNICA DE JULGAMENTO AMPLIADO PODERÁ OCORRER SE A DECISÃO FOR COM OU SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO, PROVIDA OU IMPROVIDA... NÃO IMPORTA. O QUE IMPORTA É A DECISÃO SER NÃO UNÂNIME. JÁ NO AGRAVO DE INSTRUMENTO, A TÉCNICA SÓ IRÁ OCORRER SE A DECISÃO FOR PARCIAL E DE MÉRITO, ENTENDEU? RECURSO ADESIVO: Apesar de ser chamado de recurso, o recurso adesivo não é um novo tipo de recurso, mas uma nova forma de você interpor. Como assim? Quando houver sucumbência recíproca (perda das duas partes), a parte que não tiver recorrido de forma autônoma, poderá recorrer de forma adesiva nas contrarrazões. Entendeu nada né? Kkkkkk Vamos Lá.... Sandy promoveu uma ação contra Júnior de danos morais e patrimoniais. O juiz proferiu sentença em favor de Sandy, mas apenas deferiu os danos patrimoniais. Sandy estava bem exausta, pois o processo foi bem desgastante e resolveu não recorrer. Júnior inconformado apelou da sentença. No prazo das contrarrazões, Sandy pensou direitinho e resolveu se defender das impugnações de Júnior e adesivamente impugnar os danos morais que o juiz não havia deferido anteriormente. Obs.: O recurso adesivo não será CONHECIDO (lembre-se da diferença conhecido x provido) se houver desistência do recurso principal ou se ele for considerado inadmissível. Obs.: O recurso adesivo só ocorre nas apelações, RE e RESP. 2- AGRAVO DE INSTRUMENTO Este recurso impugna decisões interlocutórias, ou seja, aquelas que NÃO põe fim ao processo. Possui o efeito devolutivo e regressivo. Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: I - Tutelas provisórias; II - Mérito do processo; III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem; IV - Incidente de desconsideração da personalidade jurídica; V - Rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação (NÃO É DA ADMISSÃO DA GRATUIDADE, MAS REJEIÇÃO OU REVOGAÇÃO) VI - Exibição ou posse de documento ou coisa; VII - exclusão de litisconsorte; VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio; IX - Admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros; X - Concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução; XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º ; XII - (VETADO); XIII - outros casos expressamente referidos em lei. Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário. Art. 1.016. O agravo de instrumento será dirigido diretamente ao tribunal competente, por meio de petição com os seguintes requisitos: 46 I - Os nomes das partes; II - A exposição do fato e do direito; III - as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão e o próprio pedido; IV - O nome e o endereço completo dos advogados constantes do processo. #JURIS “As decisões interlocutórias sobre a instrução probatória não são impugnáveis por agravo de instrumento ou pela via mandamental, sendo cabível a sua impugnação diferida pela via da apelação. STJ. 2ª Turma. RMS 65943-SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 26/10/2021 (Info 715)” “A decisão que deixa de homologar pedido de extinção consensual da lide retrata decisão interlocutória de mérito a admitir recorribilidade por agravo de instrumento, interposto com fulcro no art. 1.015, II, do CPC/2015. STJ. 1ª Turma.REsp 1817205-SC, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 05/10/2021 (Info 712)” “A prolação de sentença objeto de recurso de apelação não acarreta a perda superveniente do objeto de agravo de instrumento pendente de julgamento que versa sobre a consumação da prescrição. Exemplo hipotético: João ajuizou ação de cobrança contra Pedro. Na contestação Pedro alegou que a pretensão estaria prescrita. Logo, pediu a extinção do processo com resolução do mérito, nos termos do art. 487, II, do CPC. O juiz, contudo, não concordou e proferiu decisão interlocutória rejeitando a arguição de prescrição. Contra essa decisão, Pedro interpôs agravo de instrumento, insistindo no argumento de que teria havido a consumação da prescrição. Antes que o agravo de instrumento fosse julgado, houve a prolação de sentença. Mesmo assim, não haverá perda superveniente do objeto de agravo de instrumento que versa sobre a consumação da prescrição. STJ. 3ª Turma. REsp 1921166-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 05/10/2021 (Info 713) “ 3- AGRAVO INTERNO Este tipo de recurso impugna as decisões do relator, logo, ocorre nos tribunais. Prazo: 1 5 dias Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal. § 1º Na petição de agravo interno, o recorrente impugnará especificadamente os fundamentos da decisão agravada. § 2º O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se sobre o recurso no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual, não havendo retratação, o relator levá-lo- á a julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão em pauta. § 3º É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada para julgar improcedente o agravo interno. § 4º Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente em votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante a pagar ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa. § 5º A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio do valor da multa prevista no § 4º, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que farão o pagamento ao final. 4-EMBARGOS DE DECLARAÇÃO Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para: 47 I - Esclarecer obscuridade ou eliminar contradição; II - Suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento; III - corrigir erro material. Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que: I - Deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento; II - Incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1º . Os embargos deconduto, de petróleo bruto, seus derivados e gás natural de qualquer origem; V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios e minerais nucleares e seus derivados, com exceção dos radioisótopos cuja produção, comercialização e utilização poderão ser autorizadas sob regime de permissão, conforme as alíneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21 desta Constituição Federal. § 1º A União poderá contratar com empresas estatais ou privadas a realização das atividades previstas nos incisos I a IV deste artigo observadas as condições estabelecidas em lei. § 2º A lei a que se refere o § 1º disporá sobre: ados de petróleo em todo o território nacional; II - As condições de contratação III - a estrutura e atribuições do órgão regulador do monopólio da União; § 3º A lei disporá sobre o transporte e a utilização de materiais radioativos no território nacional. § 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos I - a alíquota da contribuição poderá ser: a) diferenciada por produto ou uso; b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art. 150,III, b ; II - os recursos arrecadados serão destinados: a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo; b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; c) ao financiamento de programas de infra- estrutura de transportes. Art. 180. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios promoverão e incentivarão o turismo como fator de desenvolvimento social e econômico. Da Política Urbana- Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes. § 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana. (DECORE ISSO, O PLANO DIRETO SÓ É 4 EXIGIDO PARA CIDADES COM MAIS DE 200 MIL HABITANTES) § 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor. § 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro. (É DIFERENTE DA INDENIZAÇÃO A SER FEITA NOS CASOS DE REFORMA AGRÁRIA) § 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: ( Quando a propriedade não estiver exercendo a sua função social ou n ão estiver utilizada ou subutilizada de forma correta, o poder público municipal poderá exigir do proprietário determinados atos SUCESSIVAMENTE, como forma de que este cumpra aquela determinada função exigida) I - parcelamento ou edificação compulsórios; II - Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo; III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais. Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. USUCAPIÃO § 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. § 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. § 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. DA POLÍTICA AGRÍCOLA E FUNDIÁRIA E DA REFORMA AGRÁRIA Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei. § 1º As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro. § 2º O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de reforma agrária, autoriza a União a propor a ação de desapropriação. § 3º Cabe à lei complementar estabelecer procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o processo judicial de desapropriação. § 4º O orçamento fixará anualmente o volume total de títulos da dívida agrária, assim como o montante de recursos para atender ao programa de reforma agrária no exercício. § 5º São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária. Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária: I - A pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra; II - a propriedade produtiva. 5 Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à propriedade produtiva e fixará normas para o cumprimento dos requisitos relativos a sua função social. Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: I - Aproveitamento racional e adequado; II - Utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho; IV - Exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores. § 2º Serão compatibilizadas as ações de política agrícola e de reforma agrária. Art. 189. Os beneficiários da distribuição de imóveis rurais pela reforma agrária receberão títulos de domínio ou de concessão de uso, inegociáveis pelo prazo de dez anos. Parágrafo único. O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil, nos termos e condições previstos em lei. Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião 2. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS O QUE VOCÊ DEVE SABER: Os direitos e garantias fundamentais são direitos EXPRESSOS, RESPALDADOS E GARANTIDOS pela Constituição Federal e inerentes à pessoa humana. Os direitos e garantias fundamentais são garantidos a todos os seres humanos, enquanto indivíduos de direito. Tratam-se, assim, de garantias formalizadas ao longo do tempo, inerentes aos indivíduos. São características dos direitos fundamentais: 1- Historicidade: Os Direitos fundamentais surgiram com o Cristianismo e foram evoluindo ao longo do tempo, sendo pouco as mais relevantes, a depender a época que estava sendo vivenciados,declaração possuem o prazo de 05 dias úteis e INTERROMPEM o prazo recursal. “A oposição tempestiva de embargos de declaração por uma das partes não interrompe o prazo para que a outra parte igualmente oponha embargos ao mesmo julgado. STJ. 2ª Seção. EDcl nos EDcl no REsp 1829862/SP, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em 09/06/2021” “Admite-se a conversão dos embargos de declaração em agravo interno quando houver nítido pleito de reforma do julgamento, em atenção aos princípios da fungibilidade recursal e da instrumentalidade das formas, com base no artigo 1024, §3º, do CPC. STF. 1ª Turma. Rcl-ED-ED 39.695-MA, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 24/08/2020” 5-RECURSO ORDINÁRIO: O Recurso ordinário encontra-se previsto na CF, pode ser interposto tanto no STF quanto no STJ. Possui efeito devolutivo, sendo admitido o suspensivo por alguns doutrinadores. Deve ser interposto no tribunal de origem, o qual não faz juízo de admissibilidade. ROC PARA O STF: Art. 1.027. Serão julgados em recurso ordinário: I - Pelo Supremo Tribunal Federal, os mandados de segurança, os habeas data e os mandados de injunção decididos em única instância pelos tribunais superiores, quando denegatória a decisão; Obs: TENHA EM MENTE QUE SE ESSA DECISÃO DENAGATÓRIA DE MS, MI e HD FOR MONOCRÁTICA (DO RELATOR) NÃO É O CASO DE ROC, MAS DE AGRAVO INTERNO. ROC PARA O STJ: II - pelo Superior Tribunal de Justiça: a) os mandados de segurança decididos em única instância pelos tribunais regionais federais ou pelos tribunais de justiça dos Estados e do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão; b) os processos em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou organismo internacional e, de outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País. Obs: A decisão mencionada na letra B é uma sentença, a qual será proferida por um juiz Federal de 1º grau, porém ao invés de ser interposta uma apelação para o TRF, cabe ROC PARA O STJ. § 1º Nos processos referidos no inciso II, alínea “b”, contra as decisões interlocutórias caberá agravo de instrumento dirigido ao Superior Tribunal de Justiça, nas hipóteses do art. 1.015 . § 2º Aplica-se ao recurso ordinário o disposto nos arts. 1.013, § 3º , e 1.029, § 5º 6-RESP e RE: Não se pode recorrer toda hora e todo instante para o STF e o STJ né? Por isso, para que seja interposto o RESP ou RE faz-se necessário o exaurimento prévio de instâncias. São recursos que servem para controle da correta aplicação do direito OBJETIVO (verificar se a lei foi aplicada e interpretada corretamente ao caso concreto). Não faz reexame de provas, muito menos da matéria de 48 fato. A sua cognição fica restrita aos limites da matéria jurídica. Tanto o RE como o RESP exigem prequestionamento para serem oferecidos, ainda que a matéria seja de ordem pública. A sua fundamentação é vinculada, ou seja, deverá ser demonstrado expressamente em qual situação do art. 102 ou 105 da CF os recursos se enquadram. Não possuem efeito suspensivo AUTOMÁTICO, ou seja, permitem a execução provisória. Caso o impetrante queira tal efeito terá que requerer. Possui juízo de admissibilidade em dobro, pois tanto o juízo de origem quanto o tribunal superior fazem. Art. 1.029. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na Constituição Federal , serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em petições distintas que conterão: I - A exposição do fato e do direito; II - A demonstração do cabimento do recurso interposto; III - as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão recorrida. § 1º Quando o recurso fundar-se em dissídio jurisprudencial, o recorrente fará a prova da divergência com a certidão, cópia ou citação do repositório de jurisprudência, oficial ou credenciado, inclusive em mídia eletrônica, em que houver sido publicado o acórdão divergente, ou ainda com a reprodução de julgado disponível na rede mundial de computadores, com indicação da respectiva fonte, devendo-se, em qualquer caso, mencionar as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados. § 3º O Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justiça poderá desconsiderar vício formal de recurso tempestivo ou determinar sua correção, desde que não o repute grave. § 4º Quando, por ocasião do processamento do incidente de resolução de demandas repetitivas, o presidente do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça receber requerimento de suspensão de processos em que se discuta questão federal constitucional ou infraconstitucional, poderá, considerando razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, estender a suspensão a todo o território nacional, até ulterior decisão do recurso extraordinário ou do recurso especial a ser interposto. § 5º O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a recurso especial poderá ser formulado por requerimento dirigido: – Ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a publicação da decisão de admissão do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-lo; II - Ao relator, se já distribuído o recurso II – ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, no período compreendido entre a interposição do recurso e a publicação da decisão de admissão do recurso, assim como no caso de o recurso ter sido sobrestado, nos termos do art. 1.037 . Art. 1.031. Na hipótese de interposição conjunta de recurso extraordinário e recurso especial, os autos serão remetidos ao Superior Tribunal de Justiça. § 1º Concluído o julgamento do recurso especial, os autos serão remetidos ao Supremo Tribunal Federal para apreciação do recurso extraordinário, se este não estiver prejudicado. § 2º Se o relator do recurso especial considerar prejudicial o recurso extraordinário, em decisão irrecorrível, sobrestará o julgamento e remeterá os autos ao Supremo Tribunal Federal. § 3º Na hipótese do § 2º, se o relator do recurso extraordinário, em decisão irrecorrível, rejeitar 49 a prejudicialidade, devolverá os autos ao Superior Tribunal de Justiça para o julgamento do recurso especial. OBS: Caso seja oferecido um RESP e o STJ entenda que a violação a CF é direta DEVERÁ conceder prazo de 15 dias para o recorrente mostrar a existência de Repercussão Geral e que se manifeste sobre questão constitucional. Cumprida a diligência o STJ remeterá o recurso ao STF, que em juízo de admissibilidade poderá devolvê-lo ao STJ. Contudo, caso o recurso oferecido tenha sido o RE e o STF entenda que a violação á CF é reflexa, remeterá o recurso ao STJ. Obs. NÃO CABE Resp no Juizado especial. 7- EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA Art. 1.043. É embargável o acórdão de órgão fracionário que: I - Em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo os acórdãos, embargado e paradigma, de mérito; III - em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo um acórdão de mérito e outro que não tenha conhecido do recurso, embora tenha apreciado a controvérsia; § 1º Poderão ser confrontadas teses jurídicas contidas em julgamentos de recursos e de ações de competência originária. § 2º A divergência que autoriza a interposição de embargos de divergência pode verificar-se na aplicação do direito material ou do direito processual. § 3º Cabem embargos de divergência quando o acórdão paradigma for da mesma turma que proferiu a decisão embargada, desde que sua composição tenha sofrido alteração em mais da metade de seus membros. § 4º O recorrente provará a divergência com certidão, cópia ou citação de repositório oficial ou credenciado de jurisprudência, inclusive em mídia eletrônica,onde foi publicado o acórdão divergente, ou com a reprodução de julgado disponível na rede mundial de computadores, indicando a respectiva fonte, e mencionará as circunstâncias que identificam ou assemelham os casos confrontados. Art. 1.044. No recurso de embargos de divergência, será observado o procedimento estabelecido no regimento interno do respectivo tribunal superior. § 1º A interposição de embargos de divergência no Superior Tribunal de Justiça interrompe o prazo para interposição de recurso extraordinário por qualquer das partes. § 2º Se os embargos de divergência forem desprovidos ou não alterarem a conclusão do julgamento anterior, o recurso extraordinário interposto pela outra parte antes da publicação do julgamento dos embargos de divergência será processado e julgado independentemente de ratificação. RECURSOS CABIMENTO PRAZO PREPARO APELAÇÃO Sentença terminativa ou definitiva 15 dias Sim AGRAVO DE INSTRUMENTO Decisões interlocutórias 15 dias sim AGRAVO INTERNO Decisões do relator 15 dias Em regra, não EMBARGOS DE DECLARAÇÃO Obscuridade, contradição e omissão 5 dias não RESP É o instrumento processual utilizado para contestar, em face do Superior Tribunal de Justiça (STJ), uma decisão determinada por um Tribunal Estadual ou um Tribunal 15 dias sim 50 Regional Federal (art.105, III da CF) RE o recurso extraordinário tem a função de rebater decisão que contrarie a Constituição da República Federativa do Brasil (art. 102, III da CF) 15 dias sim EMBARGOS DE DIVERDÊNCIA Contra acórdão fracionário 15 dias sim DIREITO PENAL SEGUNDA DICA DO DIA 47 1. CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA O QUE VOCÊ DEVE SABER: O código penal adotou um critério individualista, onde primeiro se preocupa com os bens jurídicos individuais e somente ao final com a administração pública. O funcionário público no contexto dos crimes contra a administração pública é chamado de “intra réus”, já o particular é de “extra réus”. Doutrinariamente, os crimes contra a administração pública são considerados aquele que possui o efeito boomerang, pois o réu pratica um crime, onde ele também será prejudicado. Os crimes funcionais podem ser classificados em: 1-próprios ou especiais: São aqueles que a função do funcionário público é essencial para a tipificação do delito. 2-impróprios ou mistos: são aqueles que a ausência da condição de funcionário público leva a desclassificação para outro crime. Os crimes contra a administração pública podem ser praticados por funcionários públicos ou por particulares. DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTR A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. VEJAMOS OS QUE MAIS TEM INCIDÊNCIA NAS PROVAS: ESPÉCIES DE PECULATO: 1. Peculato-apropriação: Acontece no momento em que o servidor público se apropria de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, seja ele público ou particular de que tenha a posse em razão do seu cargo. Aqui, se encaixa aquele exemplo que comentei sobre o servidor se apropriar de um bem apreendido ou confiscado em operação policial. Não cabe se for o caso de prestação de serviço, pois seria analogia in mala partem, por falta de previsão legal, não cabendo a tipificação por peculato, mas podendo ser tipificado como outro delito. 2. Peculato-desvio: Essa modalidade acontece quando o servidor, por ter acesso em razão do cargo, destina valores ou bens para uma finalidade estranha à administração pública. Por exemplo, inclui sua empregada doméstica como funcionária comissionada, mesmo não tendo serviços prestados ao poder público. 3. Peculato-furto: A definição dessa categoria está relacionada ao furto, que é quando o servidor público furta algo para proveito próprio ou alheio, também por conta das facilidades do seu cargo. Então, por exemplo, se o funcionário subtrair um computador para si, ele está praticando o peculato-furto. 4. Peculato-culposo: Mesmo que não seja de forma intencional, o funcionário público pode ser condenado nessa modalidade. Isso porque no peculato-culposo houve imprudência, negligência ou imperícia do 51 servidor e, assim, um terceiro praticou um crime. Neste caso o 3º é responde pelo crime praticado, podendo ser um furto, um roubo.... e o funcionário público por peculato culposo, afinal não existe concurso de pessoas no crime culposo, mas coautoria. LEMBRA? Por exemplo: o servidor deixa uma porta aberta e vários equipamentos são furtados. Assim, ele pode ser responsabilizado por essa falha. 5. Peculato-estelionato: Nesse caso, o peculato ocorre mediante erro de outrem. Ou seja, quando o servidor se apropria de bens e valores que recebeu por erro de um terceiro no exercício do cargo. Exemplo: um funcionário que não poderia receber o pagamento de uma multa, mas recebe os valores, não repassa ao órgão e fica para uso próprio. 6. Peculato eletrônico: Essa modalidade se encaixa ao funcionário que insere dados falsos (ou faz alterações indevidas) em sistemas da administração pública, para benefício próprio ou de terceiros. Exemplo: o servidor que altera o seu salário no sistema. Obs: PECULATO DE USO NÃO É CRIME, NO ENTATO É ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. Obs:É possível o crime de peculato envolvendo o patrimônio do particular, é o caso do bem está sob custódia da administração pública e o funcionário apropriar-se. Doutrinariamente é o denominado, peculato malversação. Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário. Peculato culposo § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta. (NO PECULATO DOLOSO NÃO CABE A EXTINÇÃO DA PENA, CONFORME MENCIONA ESTE §. O QUE PODERÁ OCORRER É O ARREPENDIMENTO POSTERIOR, CASO A REPARAÇÃO DO DANO OCORRA ANTES DA DENÚNCIA). O peculato culposo se consuma no momento da prática do crime doloso pelo 3º e não do ato culposo praticado pelo funcionário público. PECULATO CULPOSO NÃO ADMITE TENTATIVA, POIS CRIMES CULPOSO NÃO SÃO TENTADOS. Peculato mediante erro de outrem Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Emprego irregular de verbas ou rendas públicas Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. Concussão Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: 52 Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa Repare no verbo EXIGIR. Na concussão a exigência é feita SEM VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA, qualquer vantagem indevida, mediante algum servido público. Na Extorsão, a exigência é feita COM VIOLÊNCIA, podendo ser praticada por um funcionário público ou não. Excesso de exação § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza. OLHA A PEGADINHA: Não confunda o delito de excesso de exaçãoe o crime contra a ordem tributária. No excesso de exação o funcionário público cobra tributo ou contribuição social que sabe ser indevida ou prega meio vexatório na sua cobrança, já no crime de ordem tributária o funcionário público DEIXA DE LANÇAR OU COBRAR TRIBUTO OU CONTRIBUIÇÃO SOCIAL, QUE SABEM SER DEVIDOS. Corrupção passiva Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. § 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional. § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. No caso de corrupção PASSIVA, esta só poder praticada por um funcionário público, já a corrupção ativa, poderá ser praticada por um funcionário público ou não. A corrupção passiva poderá ser própria, quando no funcionário público negocia um ato ILÍCITO. EX: Delegado de polícia diz para o investigado que tocará o inquérito policial até que o crime esteja prescrito. Como também poderá ser imprópria, ocorre quando o funcionário público negocia um ato lícito. É crime do mesmo jeito, pois o funcionário público já é remunerado pelos cofres públicos, não poderá cobrar “por fora”, algo que já é de sua obrigação fazer. Ex: Delegado que recebe um valor para poder dar um andamento mais célere da investigação de um crime. Prevaricação Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Nas provas sempre caem um caso prático, onde um particular retarda ou deixa de praticar indevidamente um ato por interesse ou sentimento pessoal. Essa alternativa, caso você visualize, está ERRADA. Porque o delito de prevaricação é praticado por funcionário Público. Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo (PREVARICAÇÃO IMPRÓPRIA) Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. Condescendência criminosa 53 Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa DECORA A PALAVRA Indulgência PARA LIGAR O CASO PRÁTICO APRESENTADO AO DELITO DE CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA. Eu sempre faço isso! Hahahah Advocacia administrativa Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo: Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa. Funcionário público Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. § 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PRATICADOS POR PARTICULARES. VEJAMOS OS QUE TEM MAIS INCIDÊNCIA NAS PROVAS: Usurpação de função pública Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública. Este delito é diferente do delito tipificado como exercício funcional ilegal, pois este é praticado por funcionário público e a usurpação pública é por particular. Resistência Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio Desobediência X resistência= Na desobediência há uma resistência em cumprir um ato legal, SEM VIOLÊNCIA. Já na resistência é COM Violência. Desacato Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela. A conduta do desacato é humilhar, menosprezar o funcionário público, maculando a sua honra profissional, estando aquele no exercício ou não da sua função. Corrupção ativa Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná- lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício Verifique que o núcleo deste tipo são os verbos: OFERECER OU PROMETER. Se na questão vier narrando que o particular DEU, não tipifica o delito de corrupção ativa. Descaminho Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria. O descaminho é crime FORMAL, logo independe da constituição definitiva do crédito tributário 54 para sua tipificação, pois essa exigência só é necessária para os crimes materiais. Obs: Não haverá crime se não houver necessidade de pagamento. EX: Imunidade sobre livros. “Responderá apenas pelo crime de descaminho, e não por este em concurso com o de falsidade ideológica, o agente que, com o fim exclusivo de iludir o pagamento de tributo devido pela entrada de mercadoria no território nacional, alterar a verdade sobre o preço desta. STJ. 5ª Turma. RHC 31321-PR, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 16/5/2013 (Info 523)” “Configura CONTRABANDO (e não descaminho) a conduta de importar, à margem da disciplina legal, arma de pressão por ação de gás comprimido ou por ação de mola” “Não pode ser aplicado para fins de incidência do princípio da insignificância nos crimes tributários estaduais o parâmetro de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), estabelecido no art. 20 da Lei 10.522/2002, devendo ser observada a lei estadual vigente em razão da autonomia do ente federativo. STJ. 5ª Turma. AgRg-HC 549.428-PA. Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 19/05/2020” Contrabando Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida Configura crime de contrabando a importação de colete à prova de balas sem prévia autorização do Comando do Exército. A importação de colete à prova de balas não se enquadra em nenhum tipo penal previsto no Estatuto do Desarmamento. O pagamento da penalidade pecuniária imposta ao contribuinte que deixa de atender às exigências da autoridade tributária estadual quanto à exibição de livros e documentos fiscais não se adequa a nenhuma das hipóteses de extinção de punibilidade previstas no § 2º do art. 9º da Lei nº 10.684/2003. STJ. 6ª Turma. REsp 1630109-RJ, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 14/2/2017 (Info 598) #linkmental #codigodetransitobrasileiro Art. 278-A. O condutor que se utilize de veículo para a prática do crime de receptação, descaminho, contrabando, previstos nos arts. 180, 334 e 334-A do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), condenado por um desses crimes em decisão judicial transitada em julgado, terá cassado seu documento de habilitação ou será proibido de obter a habilitação para dirigir veículo automotor pelo prazo de 5 (cinco) anos. § 1º O condutor condenadopoderá requerer sua reabilitação, submetendo-se a todos os exames necessários à habilitação, na forma deste Código. § 2º No caso do condutor preso em flagrante na prática dos crimes de que trata o caput deste artigo, poderá o juiz, em qualquer fase da investigação ou da ação penal, se houver necessidade para a garantia da ordem pública, como medida cautelar, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público ou ainda mediante representação da autoridade policial, decretar, em decisão motivada, a suspensão da permissão ou da habilitação para dirigir veículo automotor, ou a proibição de sua obtenção.sendo determinante o contexto social, político e cultural da época. 2-Universalidade: São direitos atribuídos a qualquer pessoa, esteja ela onde estiver. Contudo, é importante ressaltar que depender do país, os direitos e garantias fundamentais podem ser diferentes, pois pertencem a determinada religião, cultura... 3- Imprescritibilidade: O direito a ter direito e garantias fundamentais é imprescritível, ainda que você não o exerça por muitos anos, contudo, pleitear a violação a esses direitos não é imprescritível, devendo ser observado os prazos decadenciais e prescricionais. 4-Indisponibilidade e irrenunciabilidade: Como regra geral os direitos e garantias fundamentais são indisponíveis, não podendo a pessoa renunciar a eles e muito menos dispor da forma que bem entender, contudo, atualmente a jurisprudência tem admitido a disponibilidade relativa e limitada desses direitos, ficando apenas proibido a disponibilidade absoluta. Ex: Quando uma pessoa vai ao BBB ou qualquer reality show, ela está dispondo do seu direito de imagem. Contudo, é por certo período de tempo e limitado (ou seja, de forma parcial e não absoluta). 6 5- Relatividade: Não existe direitos fundamentais absoluto, ou seja, caso ocorra um conflito entre direitos fundamentais deverá ser feito uma ponderação, por meio das técnicas utilizadas em cada caso concreto e não a eliminação de um se sobrepondo ao outro. Não existe hierarquia entre os direitos fundamentais. Na colisão de de direitos fundamentais deverá ser utilizada a técnica da ponderação ou harmonização, de forma que nenhum direito seja eliminado, mas que seja utilizado o mais adequado ao caso concreto. 6-inalienabilidade: Não podem ser transferidos. Estão ligados ao titular do exercício, embora não sejam exclusivamente direitos subjetivos, pois interessam a todo o corpo social. A exceção se verifica no direito às propriedades material ou intelectual, que podem ser transferidas. Dimensões dos Direitos Fundamentais: 1ª Dimensão Direitos civis e políticos. 2ª Dimensão Direitos sociais, econômicos e culturais. 3ª Dimensão Direitos de solidariedade e fraternidade. 4ª Dimensão Globalização (existe divergência). Teoria dos 4 Status (Jellinek) Passivo: o sujeito está subordinado aos poderes estatais. Ativo: sujeito pode participar da formação da vontade do Estado. Negativo: ao sujeito é assegurada uma esfera indevassável ao Estado. Positivo: sujeito tem direito de pedir certas prestações ao Estado. Eficácia: VERTICAL:incidem na relação entre sujeito e Estado; HORIZONTAL:incidem na relação entre sujeitos privados; DIAGONAL: incidem na relação entre privados em posição de desigualdade. Ex.: consumidor e fornecedor. Dimensão objetiva e subjetiva dos direitos fundamentais: Dimensão objetiva: Os direitos fundamentais formam a base do ordenamento jurídico de um Estado Democrático de Direito. Dimensão subjetiva: Os direitos fundamentais conferem aos seus titulares o direito de infligir os seus interesses perante os órgãos que devem prestá-los. As normas definidoras de Direitos e garantias fundamentais tÊm aplicação imediata. Não confunda: Direito não é sinônimom de garantia. Direitos são dispositivos que revelam a existência de interesses, são normas declaratórias. Garantias são mecanismos utilizados para assegurar a inviolabilidade e o exercício desses direitos. Geração dos Direitos Fundamentais: Essa nomenclatura foi propagada por Kasal Vasak, onde dividiu os direitos fundamentais em TrÊs Gerações. Os direitos de primeira geração, que tem como marco as revoluções liberais do século XVIII, são os direitos de liberdade em sentido amplo, sendo os primeiros a constarem dos textos normativos constitucionais, a saber, os direitos civis e políticos. São direitos a prestações preponderantemente negativas, nas quais o Estado deve proteger a esfera de autonomia do indivíduo. Os direitos de segunda geração, por sua vez, nasceram a partir do início do século XX, em meio ao socialismo (Constituição Mexicana de 1917 e de Weimar de 1919) e compõem-se dos direitos de igualdade a saber, os direitos econômicos, sociais e culturais, impondo ao poder público a satisfação de um dever de prestação. Os direitos de terceira geração são os direitos os difusos e coletivos, que se assentam na fraternidade ou solidariedade. Dentre eles, destaque-se o direito ao meio ambiente 7 ecologicamente equilibrado, assim como os direitos ao desenvolvimento. Em síntese conclusiva, nas palavras do Ministro Celso de Mello: “Enquanto os direitos de primeira geração (direitos civis e políticos) – que compreendem as liberdades clássicas, negativas ou formais – realçam o princípio da liberdade e os direitos de segunda geração (direitos econômicos, sociais e culturais) – que se identificam com as liberdades positivas, reais ou concretas – acentuam o princípio da igualdade, os direitos de terceira geração, que materializam poderes de titularidade coletiva atribuídos genericamente a todas as formações sociais, consagram o princípio da solidariedade e constituem um momento importante no processo de desenvolvimento, expansão e reconhecimento dos direitos humanos, caracterizados, enquanto valores fundamentais indisponíveis, pela nota de uma essencial inexauribilidade.” (MS 22.164, rel. min. Celso de Mello, j. 30-10-1995, P, DJ de 17-11-1995.) Segundo o brasileiro Paulo Bonavides, os direitos fundamentais de quarta geração seriam aqueles resultantes da globalização e são exemplos o direito à democracia (sobretudo direta), à informação, ao pluralismo e, para alguns (como Norberto Bobbio), a bioética. Paulo Bonavides também desenvolve sua quinta geração de direitos fundamentais, tendo como destaque o reconhecimento da normatividade do direito à paz e também dividiu os direitos em uma sexta geração, que seria o direito a água potável. A maior parte dos autores hoje prefere se valer da expressão “dimensões” de direitos fundamentais, em detrimento de “gerações”, partindo da premissa de que esta poderia induzir à falsa ideia de que uma categoria de direitos substitui a outra que lhe é anterior. Uma geração, definitivamente, não sucede a outra. Pelo contrário, haveria um acréscimo no catálogo de direitos fundamentais. #JURIS Viola a liberdade de expressão a decisão de retirar da Netflix o especial de Natal do Porta dos Fundos porque seu conteúdo satiriza crenças e valores do cristianismo Retirar de circulação produto audiovisual disponibilizado em plataforma de “streaming” apenas porque seu conteúdo desagrada parcela da população, ainda que majoritária, não encontra fundamento em uma sociedade democrática e pluralista como a brasileira. STF. 2ª Turma. Rcl 38782/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 3/11/2020 (Info 998). “CF/88 e a Convenção Internacional sobre Direitos das Pessoas com Deficiência asseguram o direito dos portadores de necessidades especiais ao acesso a prédios públicos, devendo a Administração adotar providências que o viabilizem. O Poder Judiciário, em situações excepcionais, pode determinar que a Administração Pública adote medidas assecuratórias de direitos constitucionalmente reconhecidos como essenciais, sem que isso configure violação do princípio da separação de poderes. STF. 1ª Turma. RE 440028/SP, rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 29/10/2013 (Info 726)” “Caso concreto: o jornal Folha de São Paulo pediu para que o Governo do Estado fornecesse informações relacionadas a mortes registradas pela polícia em boletins de ocorrência. O pedido foi negado sob o fundamento de que, apesar de terem natureza pública, esses dados deveriam ser divulgados com cautela e não seriam indispensáveis para o trabalho jornalístico. O STJ não concordou e afirmou que não cabe à administração pública ou ao Poder Judiciário discutir o uso que se pretende dar à informação de naturezapública. A informação, por ser pública, deve estar disponível ao público, 8 independentemente de justificações ou considerações quanto aos interesses a que se destina. Não se pode vedar o exercício de um direito – acessar a informação pública – pelo mero receio do abuso no exercício de um outro e distinto direito – o de livre comunicar. Em suma: veículo de imprensa jornalística possui direito líquido e certo de obter dados públicos sobre óbitos relacionados a ocorrências policiais. STJ. 2ª Turma. REsp 1852629-SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 06/10/2020 (Info 682)” O que se entende por aviso prévio ao direito de Reunião expresso no art. 5º, XVI da CF? “O art. 5º, XVI, da CF/88 prevê o direito de reunião nos seguintes termos: XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; Qual é o sentido de “prévio aviso” mencionado pelo dispositivo constitucional? O STF fixou a seguinte tese: A exigência constitucional de aviso prévio relativamente ao direito de reunião é satisfeita com a veiculação de informação que permita ao poder público zelar para que seu exercício se dê de forma pacífica ou para que não frustre outra reunião no mesmo local. STF. Plenário. RE 806339/SE, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 14/12/2020 (Repercussão Geral – Tema 855) (Info 1003).” 3. ORDEM SOCIAL O QUE VOCÊ DEVE SABER: A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais. O Estado exercerá a função de planejamento das políticas sociais, assegurada, na forma da lei, a participação da sociedade nos processos de formulação, de monitoramento, de controle e de avaliação dessas políticas Seguridade Social: seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: - Universalidade da cobertura e do atendimento; II - Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; IV - Irredutibilidade do valor dos benefícios; V - Equidade na forma de participação no custeio; VI - Diversidade da base de financiamento, identificando-se, em rubricas contábeis específicas para cada área, as receitas e as despesas vinculadas a ações de saúde, previdência e assistência social, preservado o caráter contributivo da previdência social; VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, seja de forma direta, seja de forma indireta. Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. PAS 9 Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: I - Universalidade da cobertura e do atendimento; (NÃO CONFUNDIR COM UNIFORMIDADE) II - Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; IV - Irredutibilidade do valor dos benefícios; V - Equidade na forma de participação no custeio Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais. Da Saúde: A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado. Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: I - Descentralização, com direção única em cada esfera de governo; II - Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; III - participação da comunidade. § 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes § 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados sobre I - No caso da União, a receita corrente líquida do respectivo exercício financeiro, não podendo ser inferior a 15% (quinze por cento); II - No caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º. Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. § 1º - As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. § 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. SEM FINS LUCRATIVOS PODE. § 3º É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei. 10 § 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização. Da previdência social: A previdência social será organizada sob a forma do Regime Geral de Previdência Social, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. Atendendo o seguinte: I - Cobertura dos eventos de incapacidade temporária ou permanente para o trabalho e idade avançada; II - Proteção à maternidade, especialmente à gestante; III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário IV - Salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; V - Pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º. § 1º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de benefícios, ressalvada, nos termos delei complementar, a possibilidade de previsão de idade e tempo de contribuição distintos da regra geral para concessão de aposentadoria exclusivamente em favor dos segurados: I - Com deficiência, previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar; II - Cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação. § 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo. § 3º Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de benefício serão devidamente atualizados, na forma da lei. § 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei. § 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência. § 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base o valor dos proventos do mês de dezembro de cada ano. § 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições I - 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, observado tempo mínimo de contribuição II - 60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, se mulher, para os trabalhadores rurais e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal § 8º O requisito de idade a que se refere o inciso I do § 7º será reduzido em 5 (cinco) anos, para o professor que comprove tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei complementar 9º Para fins de aposentadoria, será assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição entre o Regime Geral de Previdência Social e os regimes próprios de previdência social, e destes entre si, observada a compensação financeira, 11 de acordo com os critérios estabelecidos em lei. § 9º-A. O tempo de serviço militar exercido nas atividades de que tratam os arts. 42, 142 e 143 e o tempo de contribuição ao Regime Geral de Previdência Social ou a regime próprio de previdência social terão contagem recíproca para fins de inativação militar ou aposentadoria, e a compensação financeira será devida entre as receitas de contribuição referentes aos militares e as receitas de contribuição aos demais regimes. § 10. Lei complementar poderá disciplinar a cobertura de benefícios não programados, inclusive os decorrentes de acidente do trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo Regime Geral de Previdência Social e pelo setor privado. § 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e consequente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei 12. Lei instituirá sistema especial de inclusão previdenciária, com alíquotas diferenciadas, para atender aos trabalhadores de baixa renda, inclusive os que se encontram em situação de informalidade, e àqueles sem renda própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda. § 13. A aposentadoria concedida ao segurado de que trata o § 12 terá valor de 1 (um) salário- mínimo. § 14. É vedada a contagem de tempo de contribuição fictício para efeito de concessão dos benefícios previdenciários e de contagem recíproca § 15. Lei complementar estabelecerá vedações, regras e condições para a acumulação de benefícios previdenciários § 16. Os empregados dos consórcios públicos, das empresas públicas, das sociedades de economia mista e das suas subsidiárias serão aposentados compulsoriamente, observado o cumprimento do tempo mínimo de contribuição, ao atingir a idade máxima de que trata o inciso II do § 1º do art. 40, na forma estabelecida em lei. Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: I - A proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; II - O amparo às crianças e adolescentes carentes; III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; IV - A habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; V - A garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei. VI- A redução da vulnerabilidade socioeconômica de famílias em situação de pobreza ou de extrema pobreza. Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com recursos do orçamento da seguridade social, previstos no art. 195, além de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes: I - Descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às esferas estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e de assistência social; 12 II - Participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis. Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a programa de apoio à inclusão e promoção social até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de: I - Despesas com pessoal e encargos sociais; II - Serviço da dívida III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações apoiados Da educação: A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I - Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; IV - Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; V - Valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas; VI - Gestão democrática do ensino público, na forma da lei; VII - garantia de padrão de qualidade. VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei federal. X - Garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida. As universidades gozam de autonomia didático- científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, contudo, apesar dessas autonomias estão sujeitas á fiscalização pelo tribunal de contas. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusivesua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria, sendo o acesso gratuito ao ensino obrigatório um direito público subjetivo. O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental. O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas também a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem. Do desporto: Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como direito de cada um, observados: I - A autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações, quanto a sua organização e funcionamento; II - A destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto educacional e, em casos específicos, para a do desporto de alto rendimento; III - o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não- profissional; 13 IV - a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação nacional. § 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei. § 2º A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias, contados da instauração do processo, para proferir decisão final. § 3º O Poder Público incentivará o lazer, como forma de promoção social. Ciência e tecnologia: O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa, a capacitação científica e tecnológica e a inovação. Comunicação social: A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição. É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística. Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País. Índios: São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens. São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições. § 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes. § 3º O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da lei. § 4º As terras de que trata este artigo são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis. § 5º É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, "ad referendum" do Congresso Nacional, em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua população, ou no interesse da soberania do País, após deliberação do Congresso Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse o risco. § 6º São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que tenham por objeto a ocupação, o domínio e a posse das terras a que se refere este artigo, ou a exploração das riquezas naturais do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes, ressalvado relevante interesse público da União, segundo o que dispuser lei complementar, não gerando a nulidade e a extinção direito a indenização ou a ações contra a União, salvo, na forma da lei, quanto às benfeitorias derivadas da ocupação de boa fé. § 7º Não se aplica às terras indígenas o disposto no art. 174, § 3º e § 4º. Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e interesses, intervindo o Ministério Público em todos os atos do processo. #JURIS 14 A proteção das terras tradicionalmente ocupadas pelos índios representa um aspecto fundamental dos direitos e das prerrogativas constitucionais assegurados ao índio. Sem ter a garantia de que irá permanecer nas terras por eles já tradicionalmente ocupadas, os índios ficam expostos ao risco da desintegração cultural, da perda de sua identidade étnica, da dissolução de seus vínculos históricos, sociais e antropológicos e da erosão de sua própria consciência. Entretanto, somente são reconhecidos aos índios os direitos sobre as terras que tradicionalmente ocupem se a área estiver habitada por eles na data da promulgação da CF/88 (marco temporal) e, complementarmente, se houver a efetiva relação dos índios com a terra (marco da tradicionalidade da ocupação). No caso concreto, por exemplo, o relatório elaborado pela FUNAI indicou que há mais de 70 anos não existia comunidade indígena ou posse indígena no local em disputa. Logo, o marco temporal não estava preenchido, sendo, portanto, impossível reconhecer a posse indígena daquelas terras. Em outras palavras, não estavam atendidos os requisitos necessários para se reconhecer aquela área como sendo uma terra tradicionalmente ocupada por índios, nos termos do art. 231 da CF/88. No entanto, mesmo a terra não se enquadrando no conceito do art. 231, caput e § 1º da CF/88, a União pode decidir acolher as populações indígenas naquela área. Para isso, porém, terá que desapropriar as terras, pagando justa e prévia indenização em dinheiro aos proprietários, considerando que, não sendo terras tradicionalmente ocupadas por índios, essa área não se constitui em bem da União (art. 20, XI). STF. 2ª Turma. RMS 29087/DF, rel. orig. Min. Ricardo Lewandowski, red. p/ o acórdão, Min. Gilmar Mendes, julgado em 16/9/2014 (Info 759). É inconstitucional a interpretação da legislação federal que possibilita o abate imediato de animais apreendidos em situação de maus- tratos. O art. 225, § 1º, VII, da CF/88 impõe a proteção à fauna e proíbe qualquer espécie de maus- tratos aos animais. O art. 25, § 1º da Lei nº 9.605/98 afirma que os animais apreendidos serão prioritariamente libertados em seu habitat ou, sendo tal medida inviável ou não recomendável por questões sanitárias, entregues a jardins zoológicos, fundações ou entidades assemelhadas, para guarda e cuidados sob a responsabilidade de técnicos habilitados. Até que os animais sejam entregues às instituições, o órgão autuante zelará para que eles sejam mantidos em condições adequadas de acondicionamento e transporte que garantam o seu bem-estar físico. Assim, não é constitucionalmente adequada a interpretação segundo a qual os animais devam ser resgatados de situações de maus- tratos para, logo em seguida, serem abatidos. STF. Plenário. ADPF 640 MC-Ref/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 17/9/2021 (Info 1030). #PLUS Obs. O oabeiro PIRA quando cai direito adquirido. ECA SEGUNDA DICA DO DIA 44 3. ATO INFRACIONAL O QUE VOCÊ DEVE SABER: Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei. 15 FIQUE ATENTO: O TEMPO REGE O ATO! Portanto, o momento da conduta é que determina a idade do infrator. Quando o ato infracional for praticado por criança (menor de 12 anos de idade) devem ser aplicadas as medidas previstasno art. 101, do ECA, contudo, SEM CARÁTER PUNITIVO. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente. SÚMULA 605 STJ: A superveniência da maioridade penal não interfere na apuração de ato infracional nem na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso, inclusive na liberdade assistida, enquanto não atingida a idade de 21 anos. Acaso seja o adolescente apreendido, deverá haver a imediata comunicação à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada. Pode haver determinação de internação, antes da sentença, pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias. Para a aplicação da internação anterior à sentença deverá a decisão ser fundamentada e basear-se em indícios suficientes de autoria e materialidade, demonstrada a necessidade imperiosa da medida. Adolescente civilmente identificado não será submetido a identificação compulsória pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo dúvida fundada. É importante ressaltar que, como qualquer pessoa, nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o devido processo legal. Logo, temos que será garantido a AMPLA DEFESA e CONTRADITÓRIO. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas: I – Advertência (Consistirá em representação verbal, que será reduzida a termo e assinada); II - Obrigação de reparar o dano (promoção do ressarcimento do dano, ou compensação do prejuízo da vítima – acaso seja impossível, a medida poderá ser substituída por outra adequada.); III - Prestação de serviços à comunidade (realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por período não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em programas comunitários ou governamentais); IV - Liberdade assistida (Será adotada sempre que, para o caso, o ideal for acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente. Deve ter prazo mínimo de SEIS MESES e deve haver designação de pessoa capacitada para acompanhar o caso (orientador)); V - Inserção em regime de semiliberdade (pode ser determinado desde o início, ou como forma de transição para o meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas, independentemente de autorização judicial - São obrigatórias a escolarização e a profissionalização); VI - Internação em estabelecimento educacional (Trata-se de medida excepcional. Deve ser aplicada de forma breve pois constitui medida privativa da liberdade. Vale ressaltar que a medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses, CONTUDO, em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos. Acaso seja atingido o limite da pena, o adolescente deverá ser liberado, colocado em regime de semiliberdade ou de liberdade assistida e, ainda, importante 16 dizer que a liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade. Atente-se, ainda, para o fato de que a INTERNAÇÃO somente pode ser aplicada quando o ato infracional for a) cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa, b) por reiteração no cometimento de outras infrações graves e c) por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta (PRAZO de internação aqui não poderá ser superior a 3 (três) meses). A internação NÃO PODE SER APLICADA QUANDO EXISTIR outra medida adequada. A internação deverá ser cumprida em entidade exclusiva para adolescentes, em local distinto daquele destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios de idade, compleição física e gravidade da infração); VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI do ECA. ATENÇÃO: REMISSÃO. Previsão a partir do art. 126, do ECA. Nada mais é do que o PERDÃO concedido ao adolescente pelo representante do MP. Ocorre antes de iniciado o processo mas também pode ocorrer após o início deste, pela autoridade judiciária, e importará a suspensão ou extinção do processo. Ocorre sempre que as circunstâncias e consequências do fato, ao contexto social, bem como à personalidade do adolescente e sua maior ou menor participação no ato infracional possibilitem o PERDÃO. IMPORTANTE: A remissão não implica necessariamente que esteja se reconhecendo que o adolescente praticou aquela conduta nem serve para efeito de antecedentes. OU SEJA, caso o adolescente aceite a remissão, não significa que ele estará reconhecendo que praticou ou que é "culpado" pelo ato infracional que lhe está sendo imputado. Ele pode aceitar a remissão tão somente para evitar que o processo inicie ou continue. Se ele aceitar a remissão não constará como mau-antecedente. Acaso a remissão seja aceita, pode o adolescente ser obrigado a cumprir qualquer medida socioeducativa, exceto duas: colocação em regime de semiliberdade e internação. 2. DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO O QUE VOCÊ DEVE SABER As medidas de proteção poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários. Princípios que regem a aplicação das medidas: I - Condição da criança e do adolescente como sujeitos de direitos: crianças e adolescentes são os titulares dos direitos previstos nesta e em outras Leis, bem como na Constituição Federal; II - Proteção integral e prioritária: a interpretação e aplicação de toda e qualquer norma contida nesta Lei deve ser voltada à proteção integral e prioritária dos direitos de que crianças e adolescentes são titulares III - responsabilidade primária e solidária do poder público: a plena efetivação dos direitos assegurados a crianças e a adolescentes por esta Lei e pela Constituição Federal, salvo nos casos por esta expressamente ressalvados, é de responsabilidade primária e solidária das 3 (três) esferas de governo, sem prejuízo da municipalização do atendimento e da possibilidade da execução de programas por entidades não governamentais; IV - Interesse superior da criança e do adolescente: a intervenção deve atender prioritariamente aos interesses e direitos da criança e do adolescente, sem prejuízo da consideração que for devida a outros interesses 17 legítimos no âmbito da pluralidade dos interesses presentes no caso concreto; V - Privacidade: a promoção dos direitos e proteção da criança e do adolescente deve ser efetuada no respeito pela intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida privada; VI - Intervenção precoce: a intervenção das autoridades competentes deve ser efetuada logo que a situação de perigo seja conhecida; VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida exclusivamente pelas autoridades e instituições cuja ação seja indispensável à efetiva promoção dos direitos e à proteção da criança e do adolescente; VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve ser a necessária e adequada à situação de perigo em que a criança ou o adolescente se encontram no momento em que a decisão é tomada; IX - Responsabilidade parental: a intervenção deve ser efetuada de modo que os pais assumam os seus deveres para com a criança e o adolescente; X - Prevalência da família: na promoção de direitos e na proteção da criança e do adolescente deve ser dada prevalência às medidas que os mantenham ou reintegrem na sua família natural ou extensa ou, se isso não for possível, que promovam a sua integração em família adotiva XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e capacidade de compreensão, seus pais ou responsáveldevem ser informados dos seus direitos, dos motivos que determinaram a intervenção e da forma como esta se processa XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o adolescente, em separado ou na companhia dos pais, de responsável ou de pessoa por si indicada, bem como os seus pais ou responsável, têm direito a ser ouvidos e a participar nos atos e na definição da medida de promoção dos direitos e de proteção, sendo sua opinião devidamente considerada pela autoridade judiciária competente 3. MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS O QUE VOCÊ DEVE SABER O estudo desse assunto é praticamente a leitura da lei. Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas: Repare: AS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS SÃO APLICADAS AOS ADOLESCENTES E NÃO AS CRIANÇAS E AOS ADOLESCENTES. I - Advertência; II - Obrigação de reparar o dano; III - prestação de serviços à comunidade; IV - Liberdade assistida; V - Inserção em regime de semi-liberdade; VI - Internação em estabelecimento educacional; VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI. § 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da infração. § 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a prestação de trabalho forçado. § 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental receberão tratamento individual e especializado, em local adequado às suas condições. Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts. 99 e 100. Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II a VI do art. 112 pressupõe a existência de provas suficientes da autoria e da 18 materialidade da infração, ressalvada a hipótese de remissão, nos termos do art. 127. Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada sempre que houver prova da materialidade e indícios suficientes da autoria O que consiste na advertência? A advertência consistirá em admoestação verbal, que será reduzida a termo e assinada. Obrigação de reparar o dano? Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima. Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser substituída por outra adequada. Prestação de serviço a comunidade? A prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por período não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em programas comunitários ou governamentais. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do adolescente, devendo ser cumpridas durante jornada máxima de oito horas semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a frequência à escola ou à jornada normal de trabalho. E a Liberdade Assistida? A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a medida mais adequada para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente. § 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada por entidade ou programa de atendimento. § 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor. Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão da autoridade competente, a realização dos seguintes encargos, entre outros: I - Promover socialmente o adolescente e sua família, fornecendo-lhes orientação e inserindo- os, se necessário, em programa oficial ou comunitário de auxílio e assistência social; II - Supervisionar a frequência e o aproveitamento escolar do adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula; III - diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente e de sua inserção no mercado de trabalho; IV - Apresentar relatório do caso. E o regime de Semiliberdade? O regime de semi-liberdade pode ser determinado desde o início, ou como forma de transição para o meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas, independentemente de autorização judicial. São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, devendo, sempre que possível, ser utilizados os recursos existentes na comunidade. A medida não comporta prazo determinado aplicando-se, no que couber, as disposições relativas à internação. Internação? A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento. § 1º Será permitida a realização de atividades externas, a critério da equipe técnica da 19 entidade, salvo expressa determinação judicial em contrário. § 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses. § 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos. § 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o adolescente deverá ser liberado, colocado em regime de semi-liberdade ou de liberdade assistida. § 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade. § 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de autorização judicial, ouvido o Ministério Público. § 7 o A determinação judicial mencionada no § 1 o poderá ser revista a qualquer tempo pela autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando: I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa; II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves; III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta. § 1 o O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo não poderá ser superior a 3 (três) meses, devendo ser decretada judicialmente após o devido processo legal. (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) § 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, havendo outra medida adequada. Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade exclusiva para adolescentes, em local distinto daquele destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios de idade, compleição física e gravidade da infração. Parágrafo único. Durante o período de internação, inclusive provisória, serão obrigatórias atividades pedagógicas. Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, entre outros, os seguintes: I - Entrevistar-se pessoalmente com o representante do Ministério Público; II - Peticionar diretamente a qualquer autoridade; III - avistar-se reservadamente com seu defensor; IV - Ser informado de sua situação processual, sempre que solicitada; V - Ser tratado com respeito e dignidade; VI - Permanecer internado na mesma localidade ou naquela mais próxima ao domicílio de seus pais ou responsável; VII - receber visitas, ao menos, semanalmente; VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos; IX - Ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pessoal; X - Habitar alojamento em condições adequadas de higiene e salubridade; XI - receber escolarização e profissionalização; XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer XIII - ter acesso aos meios de comunicação social; XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e desde que assim o deseje; XV - Manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local seguro para guardá-los, recebendo comprovante daqueles porventura depositados em poder da entidade; 20 XVI - receber, quando de sua desinternação, os documentos pessoais indispensáveisà vida em sociedade. § 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade. § 2º A autoridade judiciária poderá suspender temporariamente a visita, inclusive de pais ou responsável, se existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do adolescente. Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e mental dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas adequadas de contenção e segura DIREITO CIVIL PRIMEIRA DICA DO DIA 45 1. RESPONSABILIDADE CIVIL O QUE VOCÊ DEVE SABER: Responsabilidade civil é uma obrigação que incube a pessoa de reparar danos causados a outra. Já a reparação civil é a consequência causada pela violação de uma norma jurídica preexistente. A depender da norma jurídica violada o devedor (quem causou o dano) terá que uma obrigação contratual ou extracontratual para com o credor (quem sofreu o dano). Leitura dos seguintes art.: 389, 390 e 391 do CC. ATENÇÃO: em caso de inadimplemento não se utiliza o art. 186 do CC. Espécies de Responsabilidade: a) Responsabilidade Civil Contratual – Existe uma relação contratual entre as partes, a qual gera obrigações e estas foram violadas. · Neste tipo de responsabilidade o ônus da prova é o inadimplemento. Por ex: A e B tem um contrato de compra e venda, onde B tinha que pagar 60 parcelas iguais de R$100,00 reais a A todo dia 05. Ocorre que chegou dia 05 e B não pagou a A. Para A cobrar a B e ter seu dano reparado será preciso comprovar algo além do inadimplemento de B? Não. A responsabilidade é contratual, tudo já está ali no contrato. · A mora é EX-RE (automática) – Porque é automática? Ora, se eu possuo um contrato que tenho que pagar todo dia 05 um valor x, passado o dia 05 sem o pagamento ter sido efetuado eu não preciso ser notificado que estou inadimplente e que a mora já será aplicada. A mora é automática. b) Responsabilidade Extracontratual ou aquiliana- É a obrigação de reparar um dano, independentemente de existir uma relação contratual. A sua origem consiste no DEVER GERAL DE ABSTENÇÃO pertinentes aos direitos reais ou de personalidade. Na verdade, se trata da obrigação que todos nós temos de não causar dano a outrem, independente de termos uma relação contratual. · O ônus da prova requer a necessidade da demonstração de dano + conduta culposa (em regra) + nexo de causalidade. · A mora é EX-PERSONA (não é automática) – Faz-se necessário que o causador do dono seja informado da sua obrigação em reparar o dano. Ato Ilícito É a violação de um direito + dano. Reparem na dica: O ato ilícito é a violação de um direito E causar dano. Não é OU é E. Quem causa o dano tem o dever de indenizar (art.927 do cc). Juris sobre o tema: “O descumprimento da obrigação pelo pai, que, apesar de dispor de recursos, deixa de prestar assistência MATERIAL ao filho, não proporcionando a estas condições dignas de sobrevivência e causando danos à sua 21 integridade física, moral, intelectual e psicológica, configura ilícito civil, nos termos do art. 186 do Código Civil. STJ. 4ª Turma. Resp. 1.087.561-RS, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em13/6/2017 (Info 609) A falta de afeto, por si só, não constitui ato ilícito. Neste caso o genitor respondeu pelo ABANDONO MATERIAL, mas não afetivo. Abuso de direito É um ato ilícito impuro, pois é lícito quanto ao conteúdo e ilícito quanto as consequências. “Também comete ato lícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes” Art. 187 do CC É o exercício irregular de um direito. O abuso de Direito exige dano, não exige culpa. Juris sobre o tema: O ajuizamento de sucessivas ações judiciais, desprovidas de fundamentação idônea e intentadas com propósito doloso, pode configurar ato ilícito de abuso do direito de ação ou de defesa, o denominado assédio processual. STJ. 3ª Turma. REsp 1.817.845-MS, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Rel. Acd. Min. Nancy Andrighi, julgado em 10/10/2019 (Info 658). Elementos da responsabilidade civil Ação ou omissão (conduta) + nexo causal + dano. Ao falarmos de conduta é importante lembrar que existe a responsabilidade subjetiva, a qual depende da culpa do agente e a responsabilidade objetiva, que independe de culpa daquele. O art.951 do Código Civil traz a responsabilidade dos profissionais de área de saúde, a qual é subjetiva, em regra. Para o STJ quando houver obrigação de resultado a culpa é presumida ou mesmo responsabilidade objetiva, mas quando a obrigação for de meio, a responsabilidade é subjetiva. Por ex: Cirurgião plástico a obrigação é de resultado, logo a responsabilidade é objetiva. Já os demais médicos e profissionais liberais em geral, a responsabilidade é subjetiva. Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: I- Os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; II- o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições; III- o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; IV- Os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos; V- Os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia. Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos. Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior. CULPA PRESUMIDA RESPONSABILIDADE OBEJTIVA Responsabilidade subjetiva Responsabilidade Objetiva Se o réu provar que não teve culpa, ele n responde Mesmo sem culpa responde Para não responder deve provar a ausência de nexo Outro elemento da responsabilidade civil é o nexo causal, relação de causa e efeito entre a conduta e o dano. 22 Existem Fatores que excluem o nexo causal e obstam tanto a responsabilidade subjetiva como objetiva, que são: fato da vítima, fato de terceiro, caso fortuito e a força maior. · O fato da vítima ou culpa exclusiva da vítima ocorre quando o causador do dano é um mero instrumento do acidente · O fato de terceiro é o estranho a relação jurídica existente. Por ex: Acidente de automóvel ocasionado pelo assaltante que levou o veículo à mão armada. · Caso fortuito ou força maior está relacionado ao negócio ou empreendimento e a relação com a sua atividade, devendo ser verificado se o evento é interno ou externo. *Eventos externos- estão fora do risco do negócio ou do empreendimento e, portanto, são caso fortuito e força maior, excluindo a responsabilidade civil. Ex.:queda de um cometa no banco. Eventos internos= estão dentro do risco do negócio ou do empreendimento, não sendo caso fortuito ou força maior, não excluindo a responsabilidade civil. Ex.: acidente causado por CULPA DE TERCEIRO não afasta a responsabilidade de contrato de transporte Juris sobre o tema: Assalto a banco – EVENTO INTERNO: “O banco responde pelo assalto até o seu estacionamento, conveniado ou não. REsp. 402870/SP.” Assalto a ônibus – EVENTO EXTERNO: ““Assalto dentro de ônibus coletivo é considerado caso fortuito ou de força maior que afasta a responsabilidade da empresa transportadora por danos eventualmente causados a passageiro” Jurisprudência consolidada do STJ.” (STJ, AgRg na Rcl 12.695/RJ, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DENORONHA, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 12/06/2013, DJe 17/06/2013 É valido também lembras as excludentes de imputabilidade e de ilicitude: a) Excludentes da imputabilidade: menoridade e alienação mental do agente b) Excludentes da ilicitude: cumprimento do dever