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@ O A B A I V O U E U - X X X V I E X A M E D E O R D E M
S E J A A P R O V A D O C O M O @ O A B A I V O U E U
E S T U D E C O M D I R E Ç Ã O E I N T E L I G Ê N C I A
A S M E L H O R E S D I C A S P A R A S U A A P R O V A Ç Ã O
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Nós, do OABaivouEU, após o sucesso ABSOLUTO do
"DICAS MATADORAS", nosso material de reta final,
elaboramos o nosso novíssimo material de DICAS
OABENÇOADAS para que você consiga obter o
máximo de resultado durante a sua preparação.
Com ele, você irá, dia após dia e sem enrolação,
aprender de forma prática e direta os conceitos e
institutos dos temas que mais caem na prova da
OAB!
Agora você pode estudar os temas diários propostos
no cronograma diretamente das DICAS
OABENÇOADAS, fato que, com certeza, turbinará o
seu aprendizado e te deixará ainda mais perto da
aprovação!
DIA 3601
06
19
36
52
69
DIA 37
DIA 38
DIA 39
DIA 40
DIA 41
 
 
 
1 
 
DICAS OABENÇOADAS 
AS MELHORES DICAS RUMO À APROVAÇÃO NA OAB XXXVI 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
DICA DO DIA 36 
1. PODERES DA ADMINISTRAÇÃO 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
(FIQUE ATENTO POIS O TEMA 02 DEVE SER 
ESTUDADO PELO E-BOOK PRÓPRIO DE DIREITO 
ADMINISTRATIVO) 
 
2. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Responsabilidade civil do Estado deve ser 
compreendida como a obrigação legal da 
Fazenda Pública ressarcir terceiros pelos danos 
patrimoniais ou extrapatrimoniais que lhe foram 
causados por atos comissivos ou omissivos, 
materiais ou jurídicos, lícitos ou ilícitos dos 
agentes públicos, no desempenho de suas 
funções ou a pretexto de exercê-las. 
A responsabilidade pode ser contratual ou 
extracontratual. 
No primeiro caso, há contrato entre o estado e 
um terceiro (exemplo: contrato firmado entre o 
estado e uma empresa de coleta urbana). Já no 
segundo caso, não há qualquer tipo de contrato. 
Pode derivar de uma conduta omissiva ou 
comissiva. 
TEORIAS ACERCA DA RESPONSABILIDADE DO 
ESTADO: 
Durante o tempo a responsabilidade civil do 
Estado passou por inúmeros estágios de 
evolução, dentre eles são os principais: 
1) Irresponsabilidade do Estado: O estado não 
respondia por qualquer prejuízo contra 
terceiros, eis que “O REI JAMAIS ERRARIA”. Não 
encontra guarida no Brasil. 
2) Responsabilidade subjetiva: Aqui, depende 
da comprovação de dolo ou culpa do agente 
estatal para responsabilização do Estado. 
Ademais, o terceiro prejudicado quem deveria 
comprovar a culpa da administração. 
3) Responsabilidade objetiva: Aqui não mais é 
necessária a comprovação da culpa. Duas novas 
correntes surgiram a par desta: TEORIA DO 
RISCO INTEGRAL (A obrigação do Estado deve 
existir ainda que este não tenha dado causa ao 
dano, não podendo invocar as excludentes de 
responsabilidade) e TEORIA DO RISCO 
ADMINISTRATIVO (Baseia-se no risco que o 
Estado proporciona a população. O Estado tem 
o dever de indenizar a vítima prejudicada pelo 
dano injusto causado, não sendo necessário à 
vítima comprovar culpa dos agentes ou falta de 
serviço. Basta, aqui, portanto, a comprovação 
do dano e que este é injusto). 
QUAL DELAS É A ADOTADA? 
Simples! Consoante leciona o artigo 37, § 6º, da 
Constituição, a teoria adotada é a do RISCO 
ADMINISTRATIVO. 
Art. 37, §6º, da CF: "As pessoas jurídicas de 
direito público e as de direito privado 
prestadoras de serviço público responderão 
pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, 
causarem a terceiros, assegurado o direito de 
regresso contra o responsável em casos de dolo 
ou culpa". 
Mas fique atento: PARA ATOS COMISSIVOS A 
RESPONSABILIDADE É OBJETIVA, JÁ PARA OS 
OMISSIVOS, SUBJETIVA (por culpa anônima ou 
 
 
 
2 
 
falta de serviço; portanto, se não houve a 
prestação de serviço resta configurada a culpa 
anônima, devendo o Estado ser 
responsabilizado). 
SITUAÇÕES ESPECIAIS: Morte do detento 
dentro do estabelecimento prisional 
(responsabilidade objetiva); empresa estatal 
prestadora de serviço público (responsabilidade 
objetiva); empresa estatal que explora atividade 
econômica e que tenha participação do estado 
(responsabilidade subjetiva). 
CAUSAS EXCLUDENTES: 
A responsabilidade civil do Estado será elidida 
quando presentes determinadas hipóteses, 
aptas a excluir o nexo causal entre a conduta do 
Estado e o dano causado à vítima, quais sejam: 
a força maior, o caso fortuito, o estado de 
necessidade, fato de terceiro (quando se tratar 
de fato de terceiro, em regra, o Estado só 
poderá ser responsabilizado de forma subjetiva 
(com comprovação de culpa ou dolo) em casos 
de omissões) e a culpa exclusiva da vítima. 
 
3. ATOS ADMINISTRATIVOS 
O QUE DEVO SABER: 
Os atos administrativos são manifestações 
unilaterais de vontade da administração pública 
e de quem ela delegou a execução daqueles, sob 
o regime de direito público. 
Os atos administrativos são espécies de atos 
jurídicos que atingem a órbita do Direito 
Administrativo. Deixa-me tentar explicar: 
Quando um acontecimento atinge a órbita do 
direito de forma a criar, extinguir ou modificar 
relações jurídicas, ele é chamado de fato 
jurídico. Quando este acontecimento atinge a 
administração, torna-se fato administrativo. 
Se no fato jurídico existe manifestação de 
vontade, torna-se ato jurídico, e se esse ato 
atinge a órbita do direito administrativo, torna-
se ato administrativo. 
Os elementos dos atos administrativos são: 
Forma, Objeto, motivo, finalidade e 
competência. 
 Forma- A regra aqui é o princípio da 
solenidade, devendo o ato ser escrito, 
contudo poderá ser de outra quando a 
lei autorizar. É elemento vinculado. 
A irregularidade na forma do ato administrativo 
admite convalidação, salvo quando a forma for 
considerada essencial para a validade do ato. 
É o que se denomina, vícios de forma. Os vícios 
de forma podem ser sanáveis ou insanáveis: 
 *Sanáveis- Ato ANULÁVEL. Se o vício for 
corrigido, convalida o ato. 
 *Insanáveis- Ato NULO. O ato não pode ser 
convalidado ou confirmado. 
 
 Objeto- é o efeito jurídico IMEDIATO 
que o ato produz, devendo ser lícito, 
possível, certo e moral. 
 
 Motivo- é pressuposto de fato e de 
direito que justifica á prática do ato 
administrativo. 
O motivo é elemento OBEJTIVO (SEMPRE CAI), 
diferente da motivação (NÃO CONFUNDAM), 
que é toda explicação e fundamentação da 
decisão no texto do ato. 
 O motivo poderá ser vinculado ou 
discricionário, a depender se de direito ou de 
fato. 
 *Motivo de Direito- Quando a situação 
fática que conduz a prática do ato está prevista 
em lei. Neste caso, o motivo é um elemento 
Vinculado. 
 *Motivo de fato- Quando a situação 
fática que ensejou o motivo não é prevista em 
lei. Neste caso, o motivo é discricionário, 
devendo o administrador delineá-los através 
dos critérios de conveniência e oportunidade. 
 
 
 
3 
 
OBS: Teoria dos Motivos Determinantes- Ainda 
que o ato seja discricionário, a sua validade está 
vinculada a veracidade dos fatos descritos como 
motivadores da sua prática. Dessa forma, um 
ato discricionário, uma vez motivado, passa a se 
vincular aos motivos indicados pela 
Administração Pública como motivadores para a 
sua prática. 
OBS: Motivo “aliunde” – O motivo do ato está 
relacionado a ato anterior. Por ex: Parecer, 
perícia... 
OBS: Tre destinação- É a mudança do motivo, 
mas sem modificar a finalidade pública. 
 
 Finalidade- é o resultado que a 
administração deseja alcançar com o 
ato administrativo. É elemento 
vinculado. 
Se o ato está vinculado a uma finalidade que não 
de interesse público, esse ato está viciado. É o 
que chamamos de abuso de poder. 
O abuso de poder é gênero do qual são espécies: 
a) Excesso de Poder – O agente extrapola a 
competência que lhe foi conferida pela lei; e b) 
desvio de poder- O agente público, apesar de 
competente, não pratica o ato de acordo com o 
interesse público ou pratica fugindo dos fins 
específicos contidos na legislação. 
 Competência- é o conjunto de 
atribuiçõesa gravidade do delito. 
f) Humanidade- No Brasil não se admite 
pena desumana, degradante ou cruel. 
São vedadas as penas de morte, 
perpetua, de trabalho forçado, de 
banimento e cruéis. 
 
3. APLICAÇÃO DA PENA 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
A pena é aplicada exclusivamente pelo poder 
judiciário, sendo tal atividade indelegável, a 
aquele que comete um delito ou uma 
contravenção penal. 
OBS: CULPABILIDADE É PRESSUPOSTO DA 
PENA. 
O sistema penal brasileiro de aplicabilidade da 
pena é bifásico, em relação a pena de multa, 
pois possui apenas duas fases e trifásico para os 
crimes e contravenções penais, pois possuem 
três fases. 
“Art. 49 do CP- A pena de multa consiste no 
pagamento ao fundo penitenciário da quantia 
fixada na sentença e calculada em dias-multa. 
Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 
360 (trezentos e sessenta) dias-multa. 
§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz 
não podendo ser inferior a um trigésimo do 
maior salário mínimo mensal vigente ao tempo 
do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse 
salário” 
 1ª FASE – cálculo do número de dias-multa, 
não podendo ser inferior a 10 dias e nem 
superior a 360 dias 
2ª FASE – cálculo do valor do dia-multa, não 
podendo ser inferior a um trigésimo e nem 
superior a cinco vezes o valor do salário 
mínimo. 
Art. 68 do CP- A pena-base será fixada 
atendendo-se ao critério do art. 59 deste 
Código; em seguida serão consideradas as 
circunstâncias atenuantes e agravantes; por 
último, as causas de diminuição e de aumento. 
 1ª FASE: pena-base 
2ª FASE: atenuantes e agravantes 
 3ª FASE: causas de diminuição e de aumento. 
Quais penas podem ser aplicadas no nosso 
ordenamento jurídico? 
Art. 32 do CP- As penas são: 
 
 
 
24 
 
 I - Privativas de liberdade; 
 II - Restritivas de direitos; 
 III - de multa. 
Penas privativas de Liberdade: 
Podem ser de reclusão, detenção e prisão 
simples (aplicada as contravenções penais). 
 
Reclusão: 
 
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida 
em regime fechado, semiaberto ou aberto. A de 
detenção, em regime semiaberto, ou aberto, 
salvo necessidade de transferência a regime 
fechado 
 
De acordo com este artigo as penas de 
RECLUSÃO devem ser cumpridas em regime 
inicial fechado, semiaberto ou aberto. Já as de 
Detenção, em regime inicial semiaberto ou 
aberto. 
 
 § 1º - Considera-se: 
 a) regime fechado a execução da pena em 
estabelecimento de segurança máxima ou 
média; 
 b) regime semiaberto a execução da pena 
em colônia agrícola, industrial ou 
estabelecimento similar; 
 c) regime aberto a execução da pena em 
casa de albergado ou estabelecimento 
adequado. 
 
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão 
ser executadas em forma progressiva, segundo 
o mérito do condenado, observados os 
seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de 
transferência a regime mais rigoroso: 
 
 a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos 
deverá começar a cumpri-la em regime fechado; 
 
 b) o condenado não reincidente, cuja pena 
seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 
(oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em 
regime semiaberto; 
 
 c) o condenado não reincidente, cuja pena seja 
igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde 
o início, cumpri-la em regime aberto. 
 
Diante desses critérios pode-se observar que: se 
o réu é reincidente, o regime inicial será 
fechado, pouco importa a quantidade da pena, 
conforme traz expressamente o código penal. 
Contudo, o STJ editou a súmula 259 abrandando 
esse requisito exigido pelo código. 
 
Súmula 269. É admissível a adoção do regime 
prisional semiaberto aos REINCIDENTES 
condenados a pena igual ou inferior a quatro 
anos se FAVORÁVEIS as circunstâncias judiciais. 
 
 § 3º - A determinação do regime inicial de 
cumprimento da pena far-se-á com observância 
dos critérios previstos no art. 59 deste Código. 
 
O que são essas circunstâncias? 
 
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos 
antecedentes, à conduta social, à 
personalidade do agente, aos motivos, às 
circunstâncias e consequências do crime, bem 
como ao comportamento da vítima, 
estabelecerá, conforme seja necessário e 
suficiente para reprovação e prevenção do 
crime. 
 
Nota-se que essas circunstâncias, caso 
FAVORÁVEIS, são de suma importância para 
que o réu que possui uma pena igual ou 
superior a quatro anos, sendo ele reincidente, 
ainda assim obtenha o regime inicial 
semiaberto.Contudo, caso essas circunstâncias 
sejam DESFAVORÁVEIS, poderá o juiz, desde 
que motivadamente e de forma idônea, poderá 
impor um regime inicial mais severo ao 
apenado do qual o previsto para o delito. 
 
Súmula 719 do STF- A imposição do regime de 
cumprimento mais severo do que a pena 
aplicada permitir exige motivação idônea 
 
Cuidado para não confundir com essa súmula: 
Súmula 440 - Fixada a pena-base no mínimo 
legal, é vedado o estabelecimento de regime 
prisional mais gravoso do que o cabível em 
 
 
 
25 
 
razão da sanção imposta, com base apenas na 
gravidade abstrata do delito. 
 
§ 4o O condenado por crime contra a 
administração pública terá a progressão de 
regime do cumprimento da pena condicionada 
à reparação do dano que causou, ou à 
devolução do produto do ilícito praticado, com 
os acréscimos legais. 
 
Detenção- 
Art. 33 do CP- A pena de reclusão deve ser 
cumprida em regime fechado, semiaberto ou 
aberto. A de detenção, em regime semiaberto, 
ou aberto, salvo necessidade de transferência a 
regime fechado 
 
Verifica-se, que a pena de detenção não poderá 
ser iniciada em regime prisional fechado. 
 
Prisão Simples: 
Art. 6º da Lei nº 3.648/1941- A pena de prisão 
simples deve ser cumprida, sem rigor 
penitenciário, em estabelecimento especial ou 
seção especial de prisão comum, em regime 
semiaberto ou aberto. 
 
§ 1º O condenado a pena de prisão simples fica 
sempre separado dos condenados à pena de 
reclusão ou de detenção 
. § 2º O trabalho é facultativo, se a pena 
aplicada, não excede a quinze dias. SEMPRE CAI 
ESSE PARÁGRAFO! 
 
Pena Restritiva de direitos- 
As penas restritivas de direito, em regra, 
possuem o mesmo prazo de duração das penas 
privativas de liberdade. 
 
Art. 43. As penas restritivas de direitos são: 
 I - Prestação pecuniária 
 II - Perda de bens e valores; 
 III - limitação de fim de semana. 
 IV - Prestação de serviço à comunidade ou a 
entidades públicas; 
 V - Interdição temporária de direitos 
 VI - Limitação de fim de semana. 
 
 Art. 44. As penas restritivas de direitos são 
autônomas e substituem as privativas de 
liberdade, quando: 
 
 I – Aplicada pena privativa de liberdade não 
superior a quatro anos e o crime não for 
cometido com violência ou grave ameaça à 
pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, 
se o crime for culposo; 
 
 II – O réu não for reincidente em crime 
doloso; 
 III – a culpabilidade, os antecedentes, a 
conduta social e a personalidade do condenado, 
bem como os motivos e as circunstâncias 
indicarem que essa substituição seja suficiente. 
 
 § 2o Na condenação igual ou inferior a um 
ano, a substituição pode ser feita por multa ou 
por uma pena restritiva de direitos; se superior 
a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser 
substituída por uma pena restritiva de direitos e 
multa ou por duas restritivas de direitos. 
 
 § 3o Se o condenado for reincidente, o juiz 
poderá aplicar a substituição, desde que, em 
face de condenação anterior, a medida seja 
socialmente recomendável e a reincidência não 
se tenha operado em virtude da prática do 
mesmo crime. 
 
 § 4o A pena restritiva de direitos converte-
se em privativa de liberdade quando ocorrer o 
descumprimento injustificado da restrição 
imposta. No cálculo da pena privativa de 
liberdade a executar será deduzido o tempo 
cumprido da pena restritiva de direitos, 
respeitado osaldo mínimo de trinta dias de 
detenção ou reclusão 
 
 § 5o Sobrevindo condenação a pena 
privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da 
execução penal decidirá sobre a conversão, 
podendo deixar de aplicá-la se for possível ao 
condenado cumprir a pena substitutiva 
anterior. 
 
 Conversão das penas restritivas de direitos: 
 
 
 
 
26 
 
 Art. 45. Na aplicação da substituição prevista no 
artigo anterior, proceder-se-á na forma deste e 
dos arts. 46, 47 e 48. 
 
 § 1o A prestação pecuniária consiste no 
pagamento em dinheiro à vítima, a seus 
dependentes ou a entidade pública ou privada 
com destinação social, de importância fixada 
pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo 
nem superior a 360 (trezentos e sessenta) 
salários mínimos. O valor pago será deduzido do 
montante de eventual condenação em ação de 
reparação civil, se coincidentes os beneficiários. 
 § 2o No caso do parágrafo anterior, se 
houver aceitação do beneficiário, a prestação 
pecuniária pode consistir em prestação de outra 
natureza. 
 
PRESTAÇÃO 
PECUNIÁRIA 
MULTA 
Pena restritiva de 
direitos 
Pena de Multa 
Valor 1 a 360 
salários-mínimos 
10 a 360 dias multa 
Beneficiários: 
Vítima, dependentes 
da vítima, entidade 
pública ou entidade 
privada com 
destinação social 
Beneficiários: Fundo 
penitenciário, 
nacional ou estadual 
 
 
 § 3o A perda de bens e valores pertencentes 
aos condenados dar-se-á, ressalvada a legislação 
especial, em favor do Fundo Penitenciário 
Nacional, e seu valor terá como teto – o que for 
maior – o montante do prejuízo causado ou do 
provento obtido pelo agente ou por terceiro, em 
consequência da prática do crime. (OU SEJA, A 
PERDA DE BENS E VALORES NÃO SE APLICA AS 
CONTRAVENÇÕES PENAIS.) 
 
PERDA DE 
BENS E 
VALORES 
CONFISCCO 
Natureza 
Jurídica 
 
 
Pena 
restritiva de 
Direitos 
Efeito da 
condenação 
Patrimônio 
 
LÍCITO ILÍCITO 
A perda de bens e valores é pena, ou seja, deve 
ser proferida em sentença condenatória, 
retirando do réu o montante equivalente ao 
crime, porém de seu patrimônio lícito, ou seja, 
independe de sua origem, o autor deve retornar 
economicamente ao estado anterior a prática 
do delito. Já o confisco é um dos efeitos da 
condenação, ou sejam além do réu obter uma 
pena, terá um efeito secundário dessa, que é o 
confisco dos bens ILÍCITOS adquiridos com o 
proveito do crime. 
 
 § 4o (VETADO) 
 
#LINKMENTAL 
 
O Pacote anticrime trouxe ao código penal uma 
novidade, a qual os doutrinadores chamam de 
confisco alargado. 
 
Art. 91-A. Na hipótese de condenação por 
infrações às quais a lei comine pena máxima 
superior a 6 (seis) anos de reclusão, poderá ser 
decretada a perda, como produto ou proveito 
do crime, dos bens correspondentes à diferença 
entre o valor do patrimônio do condenado e 
aquele que seja compatível com o seu 
rendimento lícito. 
 
§ 1º Para efeito da perda prevista 
no caput deste artigo, entende-se por 
patrimônio do condenado todos os bens 
 
I - De sua titularidade, ou em relação aos quais 
ele tenha o domínio e o benefício direto ou 
indireto, na data da infração penal ou recebidos 
posteriormente; 
 
II - Transferidos a terceiros a título gratuito ou 
mediante contraprestação irrisória, a partir do 
início da atividade criminal. 
 
§ 2º O condenado poderá demonstrar a 
inexistência da incompatibilidade ou a 
procedência lícita do patrimônio 
 
§ 3º A perda prevista neste artigo deverá ser 
requerida expressamente pelo Ministério 
Público, por ocasião do oferecimento da 
 
 
 
27 
 
denúncia, com indicação da diferença 
apurada. 
 
§ 4º Na sentença condenatória, o juiz deve 
declarar o valor da diferença apurada e 
especificar os bens cuja perda for decretada 
 
§ 5º Os instrumentos utilizados para a prática de 
crimes por organizações criminosas e milícias 
deverão ser declarados perdidos em favor da 
União ou do Estado, dependendo da Justiça 
onde tramita a ação penal, ainda que não 
ponham em perigo a segurança das pessoas, a 
moral ou a ordem pública, nem ofereçam sério 
risco de ser utilizados para o cometimento de 
novos crimes. 
 
Você consegue visualizar, neste artigo 
mencionado, que além da pena, os que 
praticarem crimes com pena máxima superior 
a 6 anos terão seus bens confiscados quando 
proveniente do seu ilícito praticado. 
 
Prestação de serviços à comunidade ou a 
entidades públicas: 
Art. 46. A prestação de serviços à comunidade 
ou a entidades públicas é aplicável às 
condenações superiores a seis meses de 
privação da liberdade. 
 
 § 1o A prestação de serviços à comunidade 
ou a entidades públicas consiste na atribuição 
de tarefas gratuitas ao condenado 
 
 § 2o A prestação de serviço à comunidade 
dar-se-á em entidades assistenciais, hospitais, 
escolas, orfanatos e outros estabelecimentos 
congêneres, em programas comunitários ou 
estatais. 
 
 § 3o As tarefas a que se refere o § 1o serão 
atribuídas conforme as aptidões do condenado, 
devendo ser cumpridas à razão de uma hora de 
tarefa por dia de condenação, fixadas de modo 
a não prejudicar a jornada normal de trabalho. 
 
 § 4o Se a pena substituída for superior a um 
ano, é facultado ao condenado cumprir a pena 
substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca 
inferior à metade da pena privativa de 
liberdade fixada 
 
Obs: LEP Art. 30. As tarefas executadas como 
prestação de serviço à comunidade não serão 
remuneradas. 
LEP Art. 28, § 2º O trabalho do preso não está 
sujeito ao regime da Consolidação das Leis do 
Trabalho. 
 
 Interdição temporária de direitos 
 
 Art. 47 - As penas de interdição temporária de 
direitos são: 
 I - Proibição do exercício de cargo, função 
ou atividade pública, bem como de mandato 
eletivo 
 II - Proibição do exercício de profissão, 
atividade ou ofício que dependam de habilitação 
especial, de licença ou autorização do poder 
público; 
 III - suspensão de autorização ou de 
habilitação para dirigir veículo. 
 IV – Proibição de frequentar determinados 
lugares. 
 V - Proibição de inscrever-se em concurso, 
avaliação ou exame públicos. 
 
Limitação de fim de semana: 
 
 Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste 
na obrigação de permanecer, aos sábados e 
domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa 
de albergado ou outro estabelecimento 
adequado. 
 
Parágrafo único - Durante a permanência 
poderão ser ministrados ao condenado cursos e 
palestras ou atribuídas atividades educativas 
 
#PLUS #LINKMENTAL 
Obs: Devido ao fato dos crimes hediondos, em 
sua maioria serem praticados com violência e 
grave ameaça, além de possuírem penas 
superiores a 4 anos, não se aplica as penas 
restritivas de direitos a eles. Contudo, na lei 
especial de tráfico de drogas, existe a 
possibilidade de as penas restritivas serem 
 
 
 
28 
 
aplicadas ao delito de tráfico privilegiado, pois 
estes não são equiparados a hediondos. 
Lei n. 11.343/06, art. 33, § 4º: Nos delitos 
definidos no caput e no § 1º deste artigo, as 
penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois 
terços, vedada a conversão em penas 
restritivas de direitos, desde que o agente seja 
primário, de bons antecedentes, não se 
dedique às atividades criminosas nem integre 
organização criminosa 
Obs.: NÃO CONFUDA: NA LEI MARIA DA PENHA 
TEM-SE A VEDAÇÃO A APLICAÇÃO DE CESTAS 
BÁSICAS OU OUTRA FORMA DE PRESTAÇÃO 
PECUNIÁRIA A DELITOS PRATICADOS NO 
ÂMBITO DESTA LEI. Ocorre que existe 5 tipos de 
penas restritivas de direitos, logo não é proibido 
na aplicação de penas restritivas de direitos aos 
delitos sob a lei maria da penha, mas 
especificamente as proibições acima 
mencionadas. 
Logo, a lei maria da penha não proibiu 
EXPRESSAMENTE, porém os tribunais superiores 
entendem diferente. 
Súmula 588-STJ: A prática de crime ou 
contravenção penal contra a mulher com 
violência ou grave ameaça no ambiente 
doméstico impossibilita a substituição da pena 
privativade liberdade por restritiva de direitos 
Pena de Multa: 
A pena de multa como sanção penal é 
disciplinada nos artigos 49 ao 52 do CP, como 
pena substitutiva, ela poderá substituir a pena 
privativa de liberdade não superior a um ano. 
No caso de não pagamento da multa quem é 
competente para cobrar o valor? Quem é 
competente para ingressar coma a execução? 
Com o advento da lei nº 13.964/2019 a multa 
passou a ter a sua execução feita pelo 
Ministério Público e não pelam fazenda 
pública, como era de costume. A fazenda 
Pública atualmente possui competência 
subsidiária, apenas atuando na execução das 
multas quando houver inércia do MP. 
Suspensão condicional da pena – SURSIS: 
O sursis é um direito subjetivo do agente, que 
evita que este tenha uma pena privativa de 
liberdade, desde que seja observado alguns 
requisitos legais exigidos. 
Art. 77 - A execução da pena privativa de 
liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá 
ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, 
desde que: 
 I - O condenado não seja reincidente em 
crime doloso; 
 II - a culpabilidade, os antecedentes, a 
conduta social e personalidade do agente, bem 
como os motivos e as circunstâncias autorizem a 
concessão do benefício; REQUISITO 
OBRIGATÓRIO) 
 III - Não seja indicada ou cabível a 
substituição prevista no art. 44 deste 
Código. 
 § 1º - A condenação anterior a pena de 
multa não impede a concessão do 
benefício. 
 § 2o A execução da pena privativa de 
liberdade, não superior a quatro anos, poderá 
ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que 
o condenado seja maior de setenta anos de 
idade, ou razões de saúde justifiquem a 
suspensão. 
Revogação dos sursis 
Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso 
do prazo, o beneficiário: 
 I - é condenado, em sentença irrecorrível, 
por crime doloso; (revogação obrigatória) 
 II - Frustra, embora solvente, a execução de 
pena de multa ou não efetua, sem motivo 
justificado, a reparação do dano; (revogação 
obrigatória) 
 
 
 
29 
 
 III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 
deste Código. revogação obrigatória) 
 Revogação facultativa 
 § 1º - A suspensão poderá ser revogada se o 
condenado descumpre qualquer outra condição 
imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por 
crime culposo ou por contravenção, a pena 
privativa de liberdade ou restritiva de direitos. 
 Prorrogação do período de prova 
 § 2º - Se o beneficiário está sendo 
processado por outro crime ou contravenção, 
considera-se prorrogado o prazo da suspensão 
até o julgamento definitivo. 
 § 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz 
pode, ao invés de decretá-la, prorrogar o 
período de prova até o máximo, se este não foi 
o fixado. 
Fases da aplicação da pena: 
1ª fase: Na primeira fase da dosimetria da pena, 
o juiz irá fixar a pena-base, tendo como seu 
critério as circunstâncias do art. 59 do CP. 
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos 
antecedentes, à conduta social, à 
personalidade do agente, aos motivos, às 
circunstâncias e consequências do crime, bem 
como ao comportamento da vítima, 
estabelecerá, conforme seja necessário e 
suficiente para reprovação e prevenção do 
crime. 
Neste artigo encontram-se 8 circunstâncias 
judiciais, as quais o réu precisa que TODAS sejam 
favoráveis para que a sua pena-base seja 
aplicada no mínimo legal. 
Neste tipo de fase a pena não poderá nem 
diminuir e nem aumentar além dos seus 
patamares mínimos e máximos. Por ex: O réu 
praticou um delito, que a pena mínima é 1 ano e 
máxima de 5 anos. Caso o juiz reconheça que 
todas as circunstâncias do art. 59 do CP estejam 
em favor do réu, não poderá, nesta fase (1ª 
fase) diminuir a pena a seu patamar inferior ao 
mínimo legal, que neste caso é um ano ou caso 
as circunstâncias estejam desfavoráveis, 
aumentar para além dos 5 anos previstos. 
1-Culpabilidade: A culpabilidade prevista no art. 
59 do CP não se confunde com a culpabilidade 
estudada na Teoria do Crime. De acordo com 
Cleber Masson, o correto seria “grau de 
culpabilidade”, já que a palavra culpabilidade 
significa um juízo de censura ou de 
reprovabilidade. Portanto, a expressão “grau de 
culpabilidade” seria mais adequada, indicando 
que todo agente culpável, que praticou um fato 
típico e ilícito, receberá uma pena, maior ou 
menor a depender do grau de culpabilidade 
(STF: HC 105.674, Info 724). 
2- Antecedentes: é o mesmo que a vida 
pretérita do réu relacionada a crimes ou 
contravenções penais, a sua conduta e 
comportamento pretérito em nada tem haver 
com essas circunstâncias, esses serão analisados 
na personalidade e conduta social. 
E o que seria maus antecedentes? Maus 
antecedentes são todas as condenações que 
não sejam definitivas, pois se definitivas são 
consideradas reincidência e não maus 
antecedentes. 
Súmula 444 STJ – é vedada a utilização de 
inquéritos policiais e ações penais em curso para 
agravar a pena-base. (É EXATAMENTE A 
PROTEÇÃO DO RÉU DIANTE DO PRINCÍPIO DA 
PRESUNÇÃO DA INOCÊNCIA, ONDE NINGUÉM 
DEV ERÁ SER CONSIDERADO CULPADO, ANTES 
DO TRÂNSITO EM JULGADO DA CONDENAÇÃO) 
Esses Maus antecedentes duram a eternidade? 
Por exemplo, eu cometi um crime hoje, daqui há 
10 anos eu ainda terei maus antecedentes? 
Então, existe uma divergência a respeito desse 
assunto. Os tribunais divergem se maus 
antecedentes devem ser norteados pelo 
princípio da perpetuidade ou temporariedade. 
Teoria da perpetuidade- Sabe-se que a 
reincidência possui um prazo depurador de 5 
anos da data do trânsito em julgado e do 
 
 
 
30 
 
cometimento do novo delito. Para a teoria da 
perpetuidade, o que não for reincidência porque 
já passou esse prazo depurador de 5 anos, será 
maus antecedentes. 
Teoria da temporariedade- Após o prazo de 5 
anos, contados da extinção da pena, não poderá 
essas condenações serem consideradas como 
maus antecedentes. Afinal, se não serve para 
reincidência porque deveria valer para uma 
valoração negativa para o réu. 
#JURISNOVINHA 
Vejamos a explicação de Márcio do Dizer o 
Direito: 
A existência de condenação anterior, ocorrida 
em prazo superior a cinco anos, contado da 
extinção da pena, poderá ser considerada 
como maus antecedentes? Após o período 
depurador, ainda será possível considerar a 
condenação como maus antecedentes? 
SIM. 
 
As condenações atingidas pelo período 
depurador quinquenal do art. 64, inciso I, do 
CP, embora afastem os efeitos da reincidência, 
não impedem a configuração de 
maus antecedentes, na primeira etapa da 
dosimetria da pena. 
STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 558.745/SP, Rel. 
Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 
15/09/2020. 
 
Não se aplica para o reconhecimento dos 
maus antecedentes o prazo quinquenal de 
prescrição da reincidência, previsto no art. 64, 
I, do Código Penal. 
STF. Plenário. RE 593818/SC, Rel. Min. Roberto 
Barroso, julgado em 17/8/2020 (Repercussão 
Geral - Tema 150). 
 
O que foi explicado acima é a regra geral. Vale 
ressaltar, contudo, que o STJ possui o 
entendimento no sentido de que, quando os 
registros da folha de antecedentes do réu são 
muito antigos, admite-se o afastamento de sua 
análise desfavorável, em aplicação à teoria do 
direito ao esquecimento: 
Quando os registros da folha 
de antecedentes do réu são muito antigos, 
como no presente caso, admite-se o 
afastamento de sua análise desfavorável, em 
aplicação à teoria do direito ao esquecimento. 
Não se pode tornar perpétua a valoração 
negativa dos antecedentes, nem perenizar o 
estigma de criminoso para fins de aplicação da 
reprimenda, pois a transitoriedade é 
consectário natural da ordem das coisas. Se o 
transcurso do tempo impede que condenações 
anteriores configurem reincidência, esse 
mesmo fundamento - o lapso temporal - deve 
ser sopesado na análise das condenações 
geradoras, em tese, de maus antecedentes. 
STJ. 6ª Turma. HC 452.570/PR, Rel. Min. 
AntonioSaldanha Palheiro, julgado em 
02/02/2021 
Nota-se que o STJ e o STF divergem com relação 
aos maus antecedentes e sua configuração ou 
não após o prazo depurador de 5 anos. Sendo 
assim, caso venha algo parecido na sua prova, 
verifique se na questão está sendo pedido o 
posicionamento do STJ ou do STF. 
Súmula 636-STJ: A folha de antecedentes 
criminais é documento suficiente a comprovar 
os maus antecedentes e a reincidência. 
3- Conduta social: refere-se ao estilo de vida do 
réu que pode ser considerado correto ou 
inadequado, perante a sociedade, a família, no 
local de trabalho etc 
STJ HC 201453 - O fato de o réu ser usuário de 
drogas não pode ser considerado, por si só, 
como má-conduta social para o aumento da 
pena-base. A dependência toxicológica é, na 
verdade, um infortúnio. 
4- Personalidade do agente: Está relacionado 
com as qualidades do réu, sua moral. Deve ser 
verificado se este é ambicioso, ardil, 
grosseiro... 
 
 
 
31 
 
Além disso, conforme entendimento do STJ se o 
juiz utilizou o fato do réu já possuir outra 
condenação criminal para agravar sua pena 
como “maus antecedentes” ou como 
“reincidente”, não poderá se valer desta mesma 
condenação para afirmar que o agente possui 
“personalidade” voltada ao crime, utilizar o 
argumento “condenação criminal” duas vezes 
para piorar a situação do réu caracteriza bis in 
idem. 
5-Motivos do crime: Está relacionado com as 
razões que levaram o réu a praticar tal delito. 
6- Circunstâncias do crime: Está relacionado 
com a forma ou as formas que o crime foi 
executado. O modo como o réu agiu e executou. 
Info 576 STJ - O cometimento de estelionato em 
detrimento de vítima que conhecia o autor do 
delito e lhe depositava total confiança justifica a 
exasperação da pena-base em razão da 
consideração desfavorável das circunstâncias do 
crime. Existe um plus de reprovabilidade pelo 
fato de o agente ter escolhido para ser vítima do 
delito uma pessoa conhecida que lhe depositava 
total confiança. STJ. 6ª Turma. HC 332676-PE, 
Rel. Min. Ericson Maranho (Desembargador 
convocado do TJ/SP), julgado em 17/12/2015 
7-Consequências do crime: Está relacionado ao 
que o crime causou a vítima, seus familiares ou 
até mesmo a terceiros. 
8-Comportamento da vítima: Irá ser averiguado 
se a vítima contribuiu ou não para a execução do 
crime. É uma circunstância que se observada 
será favorável ao réu e se não observada será 
neutra. 
Info 532 do STJ: Se o comportamento da vítima 
em nada contribuiu para o delito, isso significa 
que essa circunstância judicial é neutra, de 
forma que não pode ser utilizada para aumentar 
a pena imposta ao réu. STJ. 6ª Turma. HC 
217819-BA, Rel. Min. Maria Thereza de Assis 
Moura, julgado em 21/11/2013 
2ª Fase- Neste momento, após ter fixado a pena-
base, o juiz irá observar as agravantes e 
atenuantes. 
Existe as agravantes genéricas, que podem ser 
aplicadas, a qualquer crime e se encontram na 
parte geral do código. Assim como, existem as 
agravantes especiais, as quais são encontradas 
na parte especial do código e em legislações 
extravagantes e são aplicadas em crimes 
específicos. 
Tanto aas agravantes como as atenuantes NÃO 
PODEM ultrapassar os limites legais, 
As agravantes genéricas se encontram em um 
rol TAXATIVO no código penal. 
Art. 61 - São circunstâncias que sempre 
agravam a pena, quando não constituem ou 
qualificam o crime: 
 I - A reincidência 
Reincidência 
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o 
agente comete novo crime, depois de transitar 
em julgado a sentença que, no País ou no 
estrangeiro, o tenha condenado por crime 
anterior. 
Art. 64 - Para efeito de reincidência: 
 I - Não prevalece a condenação anterior, se 
entre a data do cumprimento ou extinção da 
pena e a infração posterior tiver decorrido 
período de tempo superior a 5 (cinco) anos, 
computado o período de prova da suspensão 
ou do livramento condicional, se não ocorrer 
revogação; 
 II - Não se consideram os crimes militares 
próprios e políticos 
OBS. A condenação anterior em multa gera 
reincidência. 
OBS. Contravenção no exterior nunca gera 
reincidência 
OBS. Anistia ou abolitio Criminis não gera 
reincidência. 
 
 
 
32 
 
 REINCIDÊNCIA 
1º DELITO 2º DELITO Gera 
reincidência? 
Crime Crime SIM 
Crime Contravenção SIM 
Contravenção Crime NÃO 
Contravenção Contravenção SIM 
 
 Não Gera Reincidência: SAPATOS 
Sentença absolvição imprópria 
Abolitio Criminis 
Perdão Judicial 
Anistia 
Transação Penal 
O 
Sursis 
Pergunto: Existe Roubo Privilegiado? 
Resposta: Não. 
Você: Meu Deus, Flávia! Como vou saber os 
crimes que 
admitem ou não o privilégio? 
Calma... Vou resolver os seus Problemas! 
Crimes que admitem o privilégio : FERA 
FURTO 
Estelionato 
Receptação 
Apropriação indébita 
 II - Ter o agente cometido o crime: 
 a) por motivo fútil ou torpe; 
 b) para facilitar ou assegurar a execução, a 
ocultação, a impunidade ou vantagem de outro 
crime; 
 c) à traição, de emboscada, ou mediante 
dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou 
tornou impossível a defesa do ofendido; 
 d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, 
tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de 
que podia resultar perigo comum; 
 e) contra ascendente, descendente, irmão 
ou cônjuge; 
 f) com abuso de autoridade ou 
prevalecendo-se de relações domésticas, de 
coabitação ou de hospitalidade, ou com 
violência contra a mulher na forma da lei 
específica; 
 g) com abuso de poder ou violação de dever 
inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão; 
 h) contra criança, maior de 60 (sessenta) 
anos, enfermo ou mulher grávida; (SE A 
PESSOA TIVER 60 ANOS NÃO AGRAVA A PENA, 
TEM QUE SER MAIO QUE 60!) 
 i) quando o ofendido estava sob a imediata 
proteção da autoridade; 
 j) em ocasião de incêndio, naufrágio, 
inundação ou qualquer calamidade pública, ou 
de desgraça particular do ofendido; 
 l) em estado de embriaguez preordenada 
 Agravantes no caso de concurso de pessoas 
(Quando o crime for praticado por mais de uma 
pessoa) 
 Art. 62 - A pena será ainda agravada em 
relação ao agente que: 
 I - Promove, ou organiza a cooperação no 
crime ou dirige a atividade dos demais agentes; 
 II - Coage ou induz outrem à execução 
material do crime; 
 III - instiga ou determina a cometer o crime 
alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível 
em virtude de condição ou qualidade pessoal; 
 IV - Executa o crime, ou nele participa, 
mediante paga ou promessa de recompensa. 
Circunstâncias atenuantes 
 Art. 65 - São circunstâncias que sempre 
atenuam a pena: 
 
 
 
33 
 
 I - Ser o agente menor de 21 (vinte e um), 
na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, 
na data da sentença; 
 II - O desconhecimento da lei; 
 III - ter o agente: 
 a) cometido o crime por motivo de 
relevante valor social ou moral; 
 b) procurado, por sua espontânea vontade 
e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe 
ou minorar-lhe as consequências, ou ter, antes 
do julgamento, reparado o dano; 
OBS. NÃO CONFUNDIR: Neste caso o réu 
reparou o dano APÓS O CRIME, ou seja, ocorreu 
a consumação do delito, não sendo caso de 
ARREPENDIMENTO EFICAZ, pois neste 
arrependimento não ocorre a consumação do 
delito. Além disso, se o réu reparar o dano 
ANTES DO JULGAMENTO é uma atenuante, 
conforme podemos observar no artigo acima e, 
a qual faz parte da 2 ª fase da dosimetria da 
pena, contudo, se o réu reparar o dano ANTES 
DO RECEBIMENTO DA DENÚNCIA OU QUEIXA, é 
caso de arrependimento posterior, o qual faz 
parte da 3ª fase da dosimetria da pena. 
 
 c) cometido o crime sob coação a que podia 
resistir, ou em cumprimento de ordem de 
autoridade superior, ou sob a influência de 
violenta emoção, provocada por ato injusto da 
vítima; 
 d) confessado espontaneamente,perante a 
autoridade, a autoria do crime; 
 e) cometido o crime sob a influência de 
multidão em tumulto, se não o provocou. 
 Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada 
em razão de circunstância relevante, anterior ou 
posterior ao crime, embora não prevista 
expressamente em lei. 
As atenuantes sempre diminuem a pena, sendo 
de incidência obrigatória. Portanto, caso o juiz 
reconheça uma atenuante, deve diminuir a 
pena. 
Concurso de Atenuantes e agravantes: 
Art. 67. No concurso de agravantes e 
atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite 
indicado pelas circunstâncias preponderantes, 
entendendo-se como tais as que resultam dos 
motivos determinantes do crime, da 
personalidade do agente e da reincidência. 
Todas essas circunstâncias preponderantes 
estão relacionadas ao réu, logo, são subjetivas. 
Elas não estão relacionadas com o crime em si. 
3º Fase: Neste momento o juiz já passou pela 
pena-base, fixou a pena intermediária na 
segunda fase e irá com base nesta aplicar as 
causas de aumento e diminuição de pena, para 
chegar à pena definitiva. 
As causas de aumento e diminuição de pena 
também podem ser: 
a) Genéricas - previstas na parte geral do CP e 
aplicáveis aos crimes em geral, tais como a 
tentativa, o concurso formal; 
b) Específicas - previstas na parte especial do CP 
ou na legislação extravagante e aplicáveis 
somente a determinados crimes, a exemplo do 
furto praticado durante o repouso noturno. 
Na terceira fase a pena pode ultrapassar os 
limites legais, tendo em vista que nas causas de 
diminuição e aumento da pena o legislador 
expressamente indica de quanto a pena será 
diminuída ou aumentada. 
Concurso de Causas de aumento e diminuição 
de pena: 
Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se 
ao critério do art. 59 deste Código; em seguida 
serão consideradas as circunstâncias 
atenuantes e agravantes; por último, as causas 
de diminuição e de aumento. 
 Parágrafo único - No concurso de causas de 
aumento ou de diminuição previstas na parte 
especial, pode o juiz limitar-se a um só 
aumento ou a uma só diminuição, 
 
 
 
34 
 
prevalecendo, todavia, a causa que mais 
aumente ou diminua. 
Reparem que no concurso de agravantes e 
atenuantes, DEVERÁ o juiz aproximar-se dos 
limites preponderantes, já na causa de Aumento 
ou diminuição de pena, o juiz PODE utilizar, na 
parte especial, de um só aumento ou de uma só 
diminuição. 
Sabe esse trocadilho de verbos? Pode/deve... É 
ISSO QUE CAI E QUE VOCÊ FICA SEM ENTENDER 
O POR QUÊ DE TER ERRADO A QUESTÃO. Mas, 
estudando pelo dicas e prestando atenção a 
essas informações, CERTEZA, que você não irá 
errar mais =) 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
SEGUNDA DICA DO DIA 38 
1. CPI – COMISSÃO PARLAMENTAR DE 
INQUÉRITO 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
COMISSÕES PARLAMENTARES 
A primeira constituição a tratar da CPI foi a de 
1934, todas as outras, salvo a de 1937, também 
trataram sobre o tema. 
Na CF/88 só há previsão expressa de criação das 
CPIs federais. A criação das CPIs estaduais, 
municipais e distritais é uma decorrência 
do equilíbrio do pacto federativo, da separação 
dos poderes e do princípio da simetria. 
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão 
comissões permanentes e temporárias, 
constituídas na forma e com as atribuições 
previstas no respectivo regimento ou no ato de 
que resultar sua criação. 
§ 1º Na constituição das Mesas e de cada 
Comissão, é assegurada, tanto quanto possível, 
a representação proporcional dos partidos ou 
dos blocos parlamentares que participam da 
respectiva Casa (princípio da representação 
proporcional) 
Uma das comissões permanentes mais 
importante é a comissão parlamentar de 
inquérito. 
§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, 
que terão poderes de investigação próprios das 
autoridades judiciais, além de outros previstos 
nos regimentos das respectivas Casas, serão 
criadas pela Câmara dos Deputados e pelo 
Senado Federal, em conjunto ou 
separadamente, mediante requerimento de 
um terço de seus membros, para a apuração de 
fato determinado e por prazo certo, sendo suas 
conclusões, se for o caso, encaminhadas ao 
Ministério Público, para que promova a 
responsabilidade civil ou criminal dos infratores. 
Caso haja fato conexo, este poderá ser 
investigado pela CPI desde que haja aditamento. 
Obs. FATO NOVO- SERÁ EXIGIDO O REQUISITO 
FORMAL DE INSTAURAÇÃO, NO MÍNIMO 1/3 
DOS SEUS MEMBROS. 
FATO CONEXO- BASTA ADITAMENTO. 
A CPI pode ter várias prorrogações, mas não 
pode passar de uma legislatura. 
Poderá haver até 5 CPIs simultâneas (regimento 
interno da câmara dos Deputados) 
O índio tem que ser ouvido dentro da sua 
reserva, acompanhado de representante da 
FUNAI e antropólogo que tenha conhecimento 
da sua cultura. 
CPI pode determinar a “quebra” de sigilos? 
• CPI federal, estadual ou distrital (STF ACO 730): 
SIM. Pode determinar a quebra de sigilos fiscal, 
bancário e de dados telefônicos. 
• CPI municipal: prevalece que CPI municipal 
não pode. Isso porque os Municípios não 
possuem Poder Judiciário. Logo, não se pode 
dizer que a CPI municipal teria os poderes de 
investigação próprios das autoridades judiciais. 
Vale salientar, que não será possível que a CPI 
divulgue os dados obtidos a partir da quebra de 
sigilo. Apenas havendo justa causa, baseada no 
 
 
 
35 
 
interesse social, é que poderá a CPI transmitir as 
informações ao MP ou a outros órgãos do Poder 
Público. 
CPI pode determinar interceptação telefônica? 
NÃO. A interceptação telefônica, ou seja, a 
determinação para que as conversas telefônicas 
sejam gravadas, somente pode ser decretada 
pelo Poder Judiciário (art. 5º, XII, da CF/88). 
OLHA A DIFERENÇA TA? 
Quebra do sigilo telefônico: ter acesso à relação 
dos números para os quais o investigado ligou 
ou recebeu ligações, as datas das chamadas e a 
duração das conversas. 
 Interceptação telefônica: significa gravar as 
conversas telefônicas. 
 
Não confunda: Prisão em flagrante: pode ser 
determinada pela CPI. 
Prisão preventiva ou temporária: não pode 
ser determinada pela CPI. 
 
“CPIs ESTADUAIS não tem competência para 
investigar autoridades com prerrogativa de foro 
em órgãos do judiciário federal” 
CPI MUNICIPAL: Deve haver previsão expressa 
na Constituição Estadual, Lei Orgânica do 
Município etc. Além disso, exige-se: fato 
determinado, prazo certo e quórum. Prevalece 
no âmbito doutrinário que “por não haver órgão 
judicial no município, a CPI municipal não pode 
ter poderes de investigação próprios de 
autoridade judicial”. 
 
PODERES DA CPI – PERMISSÕES: 
 
 PODERES DA CPI 
PERMISSÕES 
-Quebra de sigilo fiscal, bancário e telefônico 
(dados pretéritos) 
 -Ouvir investigados ou indiciados, sendo 
garantido o direito ao silêncio* 
-Condução coercitiva de testemunha 
 -Diligência, perícia e exames. 
-Requisitar documentos, inclusive sigilosos 
Busca e apreensão de documentos e 
equipamentos, respeitados a inviolabilidade 
do domicílio. 
 -Ministros de Estado, Secretários de Estado 
ou Secretários Municipais podem ser 
convocados para prestarem esclarecimentos 
 
 
PODERES DA CPI – VEDAÇÕES: 
 
 
#JURIS 
“Em juízo de delibação, não é possível a 
convocação de governadores de estados-
membros da Federação 
por Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) 
instaurada pelo Senado Federal.STF. Plenário. 
ADPF 848 MC-Ref/DF, Rel. Min. Rosa Weber, 
julgado em 25/6/2021 (Info 1023) “ 
Neste sentido, explica o professor Márcio 
Andrade: 
“Se o chefe do Poder Executivo fosse obrigado a 
depor em uma CPI haveria uma injustificável 
situação de submissão institucional. Ante a 
ausência de norma constitucional autorizadora, 
o Congresso Nacional ou suas comissões 
parlamentares não podem impor aos chefes do 
 PODERES DA CPI 
VEDAÇÕES 
-Decretar medidas sujeitas à cláusula de 
reserva de jurisdição. Ex.: Interceptação 
telefônica 
 -Decretar prisão, salvo em flagrante delito 
 -Determinar busca domiciliar 
 -Indisponibilidadede bens (arresto, 
sequestro e penhor) 
 -Requerer a oitiva de magistrados para 
esclarecer atos de natureza jurisdicional** 
 -Decretar medidas cautelares penal e civil 
 -Anular ato do P. Executivo 
- Convocar o Presidente da República 
 
 
 
36 
 
Poder Executivo estadual o dever de prestar 
esclarecimentos e oferecer explicações, 
mediante convocação de natureza compulsória, 
com possível transgressão à autonomia 
assegurada constitucionalmente aos entes 
políticos estaduais e desrespeito ao equilíbrio e 
harmonia que devem reger as relações 
federativas. 
Caracteriza excesso de poder a ampliação do 
poder investigativo das CPIs para atingir a esfera 
de competência dos estados federados ou as 
atribuições exclusivas — competências 
autônomas — do Tribunal de Contas da União 
(TCU). 
Os Governadores prestam contas perante a 
Assembleia Legislativa (contas de governo ou de 
gestão estadual) ou perante o TCU (recursos 
federais), mas jamais perante o Congresso 
Nacional. A amplitude do poder investigativo 
das CPIs do Senado Federal e da Câmara dos 
Deputados coincide com a extensão das 
atribuições do Congresso Nacional. 
Separação de poderes 
A separação dos poderes é princípio 
fundamental, qualificado como cláusula pétrea. 
Essa divisão de funções tem por objetivo 
impedir a arbitrariedade e a prática do abuso 
por parte das autoridades estatais e assegurar a 
harmonia entre os Poderes mediante o 
desenvolvimento de laços, respeito e de mútua 
cooperação interinstitucional. 
Contudo, nada impede que, a possibilidade de o 
órgão parlamentar convidar essas mesmas 
autoridades estatais para comparecerem, 
voluntariamente, a reunião da comissão a ser 
agendada de comum acordo.” 
 
 
 
 
 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
DICA DO DIA 39 
1. SENTENÇA 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Pois bem, dando início ao estudo do nosso 
primeiro tema, cumpre dizer que este encontra-
se disposto entre os artigos 485 ao 512, do CPC. 
O artigo 485, do CPC, enumera os casos de 
EXTINÇÃO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, ou 
seja, quando o processo é findo sem que o Juízo 
analise, sequer, o mérito da causa. 
São as 10 hipóteses de extinção: 
I - indeferir a petição inicial; 
II - o processo ficar parado durante mais de 1 
(um) ano por negligência das partes; 
III - por não promover os atos e as diligências 
que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por 
mais de 30 (trinta) dias; 
IV - verificar a ausência de pressupostos de 
constituição e de desenvolvimento válido e 
regular do processo; 
V - reconhecer a existência de perempção, de 
litispendência ou de coisa julgada; 
VI - verificar ausência de legitimidade ou de 
interesse processual; 
VII - acolher a alegação de existência de 
convenção de arbitragem ou quando o juízo 
arbitral reconhecer sua competência; 
VIII - homologar a desistência da ação; 
IX - em caso de morte da parte, a ação for 
considerada intransmissível por disposição 
legal; e 
X - nos demais casos prescritos neste Código. 
Vale destacar que nas hipóteses descritas nos 
incisos II e III, a parte será intimada 
pessoalmente para suprir a falta no prazo de 5 
(cinco) dias. Portanto, antes de sentenciar, o 
Juiz DEVE intimar a parte para que promova o 
 
 
 
37 
 
necessário para regularizar a situação 
processual. 
Somente acaso a parte não faça é que o 
processo será extinto. 
No caso do inciso II (o processo ficar parado 
durante mais de 1 (um) ano por negligência das 
partes), as partes pagarão proporcionalmente as 
custas, e, quanto ao inciso III (quando o autor 
não promover os atos e as diligências que lhe 
incumbir em 30 dias), o autor será condenado ao 
pagamento das despesas e dos honorários de 
advogado. 
ATENÇÃO: Oferecida a contestação, a extinção 
do processo por abandono da causa pelo autor 
depende de requerimento do réu. 
Quando se tratar dos incisos IV, V, VI e IX o Juiz 
DEVE conhecer a matéria de OFÍCIO, em 
qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto 
não ocorrer o trânsito em julgado. 
Consoante já visto, oferecida a contestação, o 
autor não poderá, sem o consentimento do réu, 
desistir da ação. 
FIQUE ATENTO: Caso o Juiz resolva pela extinção 
do processo sem resolução do mérito, em 
qualquer das hipóteses vistas, acaso a parte 
prejudicada interponha apelação, o juiz terá 5 
(cinco) dias para retratar-se. 
FIQUE MUITO ATENTO: ACASO O PROCESSO 
SEJA EXTINTO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, A 
PARTE PODE PROPOR UMA NOVA AÇÃO, 
CONTUDO, SE A EXTINÇÃO SE DER EM RAZÃO DE 
LITISPENDÊNCIA E NOS CASOS DOS INCISOS I, IV, 
VI E VII DO ART. 485, A PROPOSITURA DA NOVA 
AÇÃO DEPENDE DA CORREÇÃO DO VÍCIO QUE 
LEVOU À SENTENÇA SEM RESOLUÇÃO DO 
MÉRITO. EM QUALQUER DOS CASOS, O AUTOR 
DEVERÁ PROVAR O PAGAMENTO OU DEPÓSITO 
DAS CUSTAS E DOS HONORÁRIOS DE 
ADVOGADO. 
ATENÇÃO MÁXIMA – PREEMPÇÃO: Se o autor 
der causa, por 3 (três) vezes, a sentença fundada 
em abandono da causa, não poderá propor nova 
ação contra o réu com o mesmo objeto, ficando-
lhe ressalvada, entretanto, a possibilidade de 
alegar em defesa o seu direito. 
O artigo 487, do CPC, enumera os casos de 
EXTINÇÃO COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO (O juiz 
resolverá o mérito acolhendo ou rejeitando, no 
todo ou em parte, os pedidos formulados pelas 
partes): 
I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na 
ação ou na reconvenção; 
II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a 
ocorrência de decadência ou prescrição; 
III – homologar: 
a) o reconhecimento da procedência do pedido 
formulado na ação ou na reconvenção; 
b) a transação; 
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou 
na reconvenção. 
ELEMENTOS DA SENTENÇA: 
- o relatório, que conterá os nomes das partes, 
a identificação do caso, com a suma do pedido e 
da contestação, e o registro das principais 
ocorrências havidas no andamento do processo; 
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as 
questões de fato e de direito; 
III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as 
questões principais que as partes lhe 
submeterem. 
Portanto, três são os ELEMENTOS SENTENCIAIS: 
relatório, fundamentos e dispositivo. 
Sobre os fundamentos, vale ficar atento ao §1º, 
do artigo 489: 
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer 
decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença 
ou acórdão, que: 
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à 
paráfrase de ato normativo, sem explicar sua 
relação com a causa ou a questão decidida; 
 
 
 
38 
 
II - empregar conceitos jurídicos 
indeterminados, sem explicar o motivo concreto 
de sua incidência no caso; 
III - invocar motivos que se prestariam a 
justificar qualquer outra decisão; 
IV - não enfrentar todos os argumentos 
deduzidos no processo capazes de, em tese, 
infirmar a conclusão adotada pelo julgador; 
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado 
de súmula, sem identificar seus fundamentos 
determinantes nem demonstrar que o caso sob 
julgamento se ajusta àqueles fundamentos; 
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, 
jurisprudência ou precedente invocado pela 
parte, sem demonstrar a existência de distinção 
no caso em julgamento ou a superação do 
entendimento. 
Ademais, lembre-se sempre que a decisão 
judicial deve ser interpretada a partir da 
conjugação de todos os seus elementos e em 
conformidade com o princípio da boa-fé. 
O artigo 492, do CPC, traz os casos de sentença 
EXTRA e ULTRA PETITA: 
É vedado ao juiz proferir decisão de natureza 
diversa da pedida(extra petita)), bem como 
condenar a parte em quantidade superior ou em 
objeto diverso do que lhe foi demandado (ultra 
petita). 
SOBRE O TEMA, SE LIGUE: 
1) A sentença que concede ao demandante 
providência diversa da requerida é extra petita; 
2) Ocorre julgamento ultra petita quando não 
observados os limites do requerido na inicial, 
impondo-se a adequação da sentença ao que 
efetivamente postulado. 
3) Decisão citra petita é aquela que não traz 
decisão sobre matéria alegada pelas partes. 
Nesses casos, A SENTENÇA É NULA! 
ATENÇÃO: A decisão deve ser certa, ainda que 
resolva relação jurídica condicional.FIQUE ATENTO: Se, depois da propositura da 
ação, algum fato constitutivo, modificativo ou 
extintivo do direito influir no julgamento do 
mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, 
de ofício ou a requerimento da parte, no 
momento de proferir a decisão. 
FATO NOVO – OITIVA DAS PARTES: Se constatar 
de ofício o fato novo, o juiz ouvirá as partes 
sobre ele antes de decidir. 
O JUIZ PODE ALTERAR A SENTENÇA APÓS 
PUBLICADA? 
R: Sim, somente em tais casos: Embargos 
declaratórios e erro material, este de ofício ou 
a requerimento da parte 
A decisão que condenar o réu ao pagamento de 
prestação consistente em dinheiro e a que 
determinar a conversão de prestação de fazer, 
de não fazer ou de dar coisa em prestação 
pecuniária valerão como título constitutivo de 
hipoteca judiciária (art. 495). 
Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, 
ainda que formulado pedido genérico, a decisão 
definirá desde logo a extensão da obrigação, o 
índice de correção monetária, a taxa de juros, o 
termo inicial de ambos e a periodicidade da 
capitalização dos juros (art. 491) - A hipoteca 
judiciária poderá ser realizada mediante 
apresentação de cópia da sentença perante o 
cartório de registro imobiliário, 
independentemente de ordem judicial, de 
declaração expressa do juiz ou de 
demonstração de urgência. 
§ 3º, art. 495: No prazo de até 15 (quinze) dias 
da data de realização da hipoteca, a parte 
informá-la-á ao juízo da causa, que determinará 
a intimação da outra parte para que tome 
ciência do ato. 
§ 4º, art. 495: A hipoteca judiciária, uma vez 
constituída, implicará, para o credor 
hipotecário, o direito de preferência, quanto ao 
pagamento, em relação a outros credores, 
observada a prioridade no registro. 
 
 
 
39 
 
§ 5º Sobrevindo a reforma ou a invalidação da 
decisão que impôs o pagamento de quantia, a 
parte responderá, independentemente de 
culpa, pelos danos que a outra parte tiver 
sofrido em razão da constituição da garantia, 
devendo o valor da indenização ser liquidado e 
executado nos próprios autos. 
REMESSA NECESSÁRIA: Remessa necessária 
nada mais é do que o instituto que garante o 
duplo grau de jurisdição para reexame das 
decisões contrárias à fazenda pública, nas 
circunstâncias delineadas em lei. 
Tem previsão no artigo 496, do CPC, que é de 
fundamental importância a leitura: 
Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de 
jurisdição, não produzindo efeito senão depois 
de confirmada pelo tribunal, a sentença: 
I - proferida contra a União, os Estados, o 
Distrito Federal, os Municípios e suas 
respectivas autarquias e fundações de direito 
público; 
II - que julgar procedentes, no todo ou em 
parte, os embargos à execução fiscal. 
§ 1º Nos casos previstos neste artigo, não 
interposta a apelação no prazo legal, o juiz 
ordenará a remessa dos autos ao tribunal, e, se 
não o fizer, o presidente do respectivo tribunal 
avocá-los-á. Portanto, conforme depreende-se, 
os auto são remetidos ao Tribunal mesmo 
quando NÃO HÁ RECURSO! 
§ 2º Em qualquer dos casos referidos no § 1º, o 
tribunal julgará a remessa necessária. 
§ 3º Não se aplica o disposto neste artigo 
quando a condenação ou o proveito econômico 
obtido na causa for de valor certo e líquido 
inferior a: 
I - 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e 
as respectivas autarquias e fundações de 
direito público; 
II - 500 (quinhentos) salários-mínimos para os 
Estados, o Distrito Federal, as respectivas 
autarquias e fundações de direito público e os 
Municípios que constituam capitais dos 
Estados; 
III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os 
demais Municípios e respectivas autarquias e 
fundações de direito público. 
§ 4º Também não se aplica o disposto neste 
artigo quando a sentença estiver fundada em: 
I - súmula de tribunal superior; 
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal 
Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em 
julgamento de recursos repetitivos; 
III - entendimento firmado em incidente de 
resolução de demandas repetitivas ou de 
assunção de competência; 
IV - entendimento coincidente com orientação 
vinculante firmada no âmbito administrativo 
do próprio ente público, consolidada em 
manifestação, parecer ou súmula 
administrativa. 
ATENÇÃO: DO JULGAMENTO DAS AÇÕES 
RELATIVAS ÀS PRESTAÇÕES DE FAZER, DE NÃO 
FAZER E DE ENTREGAR COISA 
Na ação que tenha por objeto a prestação de 
fazer ou de não fazer, o juiz, se procedente o 
pedido, concederá a tutela específica ou 
determinará providências que assegurem a 
obtenção de tutela pelo resultado prático 
equivalente. 
OBS: Para a concessão da tutela específica 
destinada a inibir a prática, a reiteração ou a 
continuação de um ilícito, ou a sua remoção, é 
irrelevante a demonstração da ocorrência de 
dano ou da existência de culpa ou dolo. 
Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, 
o juiz, ao conceder a tutela específica, fixará o 
prazo para o cumprimento da obrigação. 
Exemplo: Imagine que o autor tenha requerido 
a condenação do réu à devolução de uma 
motocicleta, haja vista o inadimplemento das 
prestações contratuais. Em tal caso, a devolução 
 
 
 
40 
 
da moto é a tutela específica a ser decidida pelo 
juiz. 
Caso seja deferida a tutela e realizada a 
devolução pretendida, o processo será extinto 
pelo cumprimento da obrigação. 
Quando se tratar de entrega de coisa 
determinada pelo gênero e pela quantidade, o 
autor individualizá-la-á na petição inicial, se lhe 
couber a escolha (escolha do autor), ou, se a 
escolha couber ao réu, este a entregará 
individualizada, no prazo fixado pelo juiz 
(escolha do réu). 
CONVERSÃO DA OBRIGAÇÃO: A obrigação 
somente será convertida em perdas e danos se: 
1) o autor o requerer ou 2) se impossível a tutela 
específica ou a obtenção de tutela pelo 
resultado prático equivalente. 
A indenização por perdas e danos dar-se-á sem 
prejuízo da multa fixada periodicamente para 
compelir o réu ao cumprimento específico da 
obrigação. 
Na ação que tenha por objeto a emissão de 
declaração de vontade, a sentença que julgar 
procedente o pedido, uma vez transitada em 
julgado, produzirá todos os efeitos da 
declaração não emitida. 
ATENÇÃO: DA COISA JULGADA 
Tem previsão nos artigos 502 ao 508, do CPC. 
A coisa julgada pode ser FORMA e MATERIAL. 
A formal é a impossibilidade de modificação da 
sentença dentro do mesmo processo, por 
exemplo, diante da preclusão dos recursos. 
A material torna imutável e indiscutível a 
sentença, não só no processo de origem, mas 
como em qualquer outro processo. Não cabe 
mais qualquer recurso. 
A decisão que julgar total ou parcialmente o 
mérito tem força de lei nos limites da questão 
principal expressamente decidida. 
O dispositivo faz coisa julgada. 
A sentença faz coisa julgada às partes entre as 
quais é dada, não prejudicando terceiros. 
Não fazem coisa julgada: 
I - os motivos, ainda que importantes para 
determinar o alcance da parte dispositiva da 
sentença; 
II - a verdade dos fatos, estabelecida como 
fundamento da sentença. 
Nenhum juiz decidirá novamente as questões já 
decididas relativas à mesma lide, salvo: 
I - se, tratando-se de relação jurídica de trato 
continuado, sobreveio modificação no estado 
de fato ou de direito, caso em que poderá a 
parte pedir a revisão do que foi estatuído na 
sentença (EXEMPLO: PENSÃO ALIMENTÍCIA); 
II - nos demais casos prescritos em lei. 
ATENÇÃO: É vedado à parte discutir no curso do 
processo as questões já decididas a cujo 
respeito se operou a preclusão. 
ATENÇÃO: LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA 
Quando a sentença condenar ao pagamento de 
quantia ilíquida (QUE AINDA NÃO EXISTE 
VALOR CERTO), proceder-se-á à sua liquidação, 
a requerimento do credor ou do devedor. 
A liquidação poderá ser: 
I - por arbitramento, quando determinado pela 
sentença, convencionado pelas partes ou 
exigido pela natureza do objeto da liquidação 
(Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará 
as partes para a apresentação de pareceres ou 
documentos elucidativos, no prazo que fixar,e, 
caso não possa decidir de plano, nomeará 
perito, observando-se, no que couber, o 
procedimento da prova pericial); 
II - pelo procedimento comum, quando houver 
necessidade de alegar e provar fato novo (Na 
liquidação pelo procedimento comum, o juiz 
determinará a intimação do requerido, na 
pessoa de seu advogado ou da sociedade de 
advogados a que estiver vinculado, para, 
 
 
 
41 
 
querendo, apresentar contestação no prazo de 
15 (quinze) dias). 
FIQUE ATENTO: Quando na sentença houver 
uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é 
lícito promover simultaneamente a execução 
daquela e, em autos apartados, a liquidação 
desta. Ou seja, o credor já poderá adiantar a 
execução dos valores certos já liquidados. 
ATENÇÃO MÁXIMA: Na liquidação é vedado 
discutir de novo a lide ou modificar a sentença 
que a julgou (até porque ofenderia a coisa 
julgada). 
Além disso, vale saber que quando a apuração 
do valor depender apenas de cálculo 
aritmético, o credor poderá promover, desde 
logo, o cumprimento da sentença. 
DETALHE IMPORTANTE: A liquidação poderá ser 
realizada na pendência de recurso, 
processando-se em autos apartados no juízo de 
origem, cumprindo ao liquidante instruir o 
pedido com cópias das peças processuais 
pertinentes (E ISSO INDEPENDE DOS EFEITOS EM 
QUE FOR RECEBIDO O RECURSO PELO 
TRIBUNAL). 
 
2. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Cumprimento de sentença nada mais é do que o 
procedimento que consuma a sentença 
prolatada ao fim do processo de conhecimento. 
É a fase do processo civil que satisfaz o título de 
execução judicial. 
O cumprimento de sentença objetiva, portanto, 
validar o que fora definido judicialmente na fase 
de conhecimento. 
Tem previsão junto aos artigos 513 ao 538, do 
CPC, da seguinte maneira: 
Capítulo I: Disposições gerais (do art. 513 ao 
519); 
Capítulo II: Do cumprimento provisório da 
sentença que reconhece a exigibilidade de 
obrigação de pagar quantia certa (art. 520 ao 
522); 
Capítulo III: Do cumprimento definitivo da 
sentença que reconhece a exigibilidade de 
obrigação de pagar quantia certa (art. 523 ao 
Capítulo IV: Do cumprimento de sentença que 
reconheça a exigibilidade de obrigação de 
prestar alimentos (art. 528 ao 533); 
Capítulo V: Do cumprimento de sentença que 
reconheça a exigibilidade de obrigação de pagar 
quantia certa pela fazenda pública (art. 534 e 
535); 
Capítulo VI: Do cumprimento de sentença que 
reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer, 
de não fazer ou de entregar coisa (art. 536 ao 
538). 
Vamos ao estudo: 
Capítulo I: Aqui, vale registrar que o 
cumprimento da sentença que reconhece o 
dever de pagar quantia, provisório ou 
definitivo, se dará mediante o requerimento do 
exequente. 
Após o requerimento, o devedor DEVERÁ SER 
CITADO para cumprimento da sentença (Art. 
513, §2º). 
A citação assim se fará: 
I - pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu 
advogado constituído nos autos; 
II - por carta com aviso de recebimento, quando 
representado pela Defensoria Pública ou 
quando não tiver procurador constituído nos 
autos, ressalvada a hipótese do inciso IV; 
III - por meio eletrônico, quando, no caso do § 1º 
do art. 246 , não tiver procurador constituído 
nos autos 
IV - por edital, quando, citado na forma do art. 
256 , tiver sido revel na fase de conhecimento. 
 
 
 
42 
 
OBS: considera-se realizada a intimação, nas 
hipóteses do inciso II e III, quando o devedor 
houver mudado de endereço sem prévia 
comunicação ao juízo. 
ATENÇÃO: Se o requerimento de cumprimento 
de sentença for formulado após 1 (um) ano do 
trânsito em julgado da sentença, a intimação 
será feita na pessoa do devedor, por meio de 
carta com aviso de recebimento encaminhada 
ao endereço constante dos autos, observado o 
disposto no parágrafo único do art. 274 e no § 
3º deste artigo (Considera-se realizada a 
intimação quando o devedor houver mudado de 
endereço sem prévia comunicação ao juízo). 
MUITA ATENÇÃO - § 5º, 513: O cumprimento da 
sentença não poderá ser promovido em face do 
fiador, do coobrigado ou do corresponsável que 
não tiver participado da fase de conhecimento. 
Portanto, resta claro que o fiador, coobrigado 
ou o corresponsável que não participaram da 
fase de conhecimento do processo, não 
poderão sofrer com eventual “cumprimento de 
sentença promovido pelo exequente. 
O artigo 515, do CPC, enumera os TÍTULOS 
EXECUTIVOS que devem ser cumpridos através 
de cumprimento de sentença: 
I - as decisões proferidas no processo civil que 
reconheçam a exigibilidade de obrigação de 
pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de 
entregar coisa; 
II - a decisão homologatória de autocomposição 
judicial; 
III - a decisão homologatória de autocomposição 
extrajudicial de qualquer natureza; 
IV - o formal e a certidão de partilha, 
exclusivamente em relação ao inventariante, 
aos herdeiros e aos sucessores a título singular 
ou universal; 
V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as 
custas, emolumentos ou honorários tiverem 
sido aprovados por decisão judicial; 
VI - a sentença penal condenatória transitada 
em julgado; 
VII - a sentença arbitral; 
VIII - a sentença estrangeira homologada pelo 
Superior Tribunal de Justiça; 
IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a 
concessão do exequatur à carta rogatória pelo 
Superior Tribunal de Justiça; 
ATENÇÃO: Nos casos dos incisos VI a IX, o 
devedor será citado no juízo cível para o 
cumprimento da sentença ou para a liquidação 
no prazo de 15 (quinze) dias – até porque não 
correu processo de conhecimento no Juízo 
Cível. 
O artigo 515 ainda leciona que a 
autocomposição judicial pode envolver sujeito 
estranho ao processo e versar sobre relação 
jurídica que não tenha sido deduzida em juízo. 
O cumprimento da sentença efetuar-se-á 
perante: 
I - os tribunais, nas causas de sua competência 
originária; 
II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau 
de jurisdição; 
III - o juízo cível competente, quando se tratar 
de sentença penal condenatória, de sentença 
arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão 
proferido pelo Tribunal Marítimo. 
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, 
o exequente poderá optar pelo juízo do atual 
domicílio do executado, pelo juízo do local 
onde se encontrem os bens sujeitos à execução 
ou pelo juízo do local onde deva ser executada 
a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em 
que a remessa dos autos do processo será 
solicitada ao juízo de origem (Art. 516). 
PROTESTO DE DECISÃO: A decisão judicial 
transitada em julgado poderá ser levada a 
protesto, nos termos da lei, depois de 
transcorrido o prazo para pagamento 
 
 
 
43 
 
voluntário previsto no art. 523, OU SEJA, 15 
DIAS. 
EFETIVAÇÃO DO PROTESTO: Para efetivação do 
protesto o exequente deve apresentar certidão 
de teor da decisão, que deverá ser fornecida no 
prazo de 3 (três) dias e indicará o nome e a 
qualificação do exequente e do executado, o 
número do processo, o valor da dívida e a data 
de decurso do prazo para pagamento 
voluntário. O executado que tiver proposto 
ação rescisória para impugnar a decisão 
exequenda pode requerer, a suas expensas e 
sob sua responsabilidade, a anotação da 
propositura da ação à margem do título 
protestado. 
CANCELAMENTO DO PROTESTO: A 
requerimento do executado, o protesto será 
cancelado por determinação do juiz, mediante 
ofício a ser expedido ao cartório, no prazo de 3 
(três) dias, contado da data de protocolo do 
requerimento, desde que comprovada a 
satisfação integral da obrigação. 
TUDO DEVE SER DECIDIDO NOS PRÓPRIOS 
AUTOS: Todas as questões relativas à validade 
do procedimento de cumprimento da sentença 
e dos atos executivos subsequentes poderão ser 
arguidas pelo executado nos próprios autos e 
nestes serão decididas pelo juiz. 
Capítulo II: O cumprimento provisório da 
sentença impugnada por recurso desprovido de 
efeito suspensivo será realizado da mesma 
forma que o cumprimento definitivo, 
sujeitando-se ao seguinte regime(art. 520): 
I - corre por iniciativa e responsabilidade do 
exequente, que se obriga, se a sentença for 
reformada, a reparar os danos que o executado 
haja sofrido; 
II - fica sem efeito, sobrevindo decisão que 
modifique ou anule a sentença objeto da 
execução, restituindo-se as partes ao estado 
anterior e liquidando-se eventuais prejuízos 
nos mesmos autos; 
III - se a sentença objeto de cumprimento 
provisório for modificada ou anulada apenas 
em parte, somente nesta ficará sem efeito a 
execução; 
IV - o levantamento de depósito em dinheiro e a 
prática de atos que importem transferência de 
posse ou alienação de propriedade ou de outro 
direito real, ou dos quais possa resultar grave 
dano ao executado, dependem de caução 
suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz 
e prestada nos próprios autos. 
No cumprimento provisório o executado 
também poderá apresentar impugnação. 
A multa e os honorários a que se refere o § 1º do 
art. 523 são devidos no cumprimento 
provisório de sentença condenatória ao 
pagamento de quantia certa (Se o executado 
comparecer tempestivamente e depositar o 
valor, com a finalidade de isentar-se da multa, 
o ato não será havido como incompatível com 
o recurso por ele interposto – ou seja, o 
executado pode depositar e recorrer 
normalmente, sem que isso signifique que ele 
está concordando). 
A caução prevista no inciso IV do art. 520 poderá 
ser dispensada nos casos em que: 
I - o crédito for de natureza alimentar, 
independentemente de sua origem; 
II - o credor demonstrar situação de 
necessidade; 
III – pender o agravo do art. 1.042 (Agravo em 
Recurso Especial e em Recurso Extraordinário); 
IV - a sentença a ser provisoriamente cumprida 
estiver em consonância com súmula da 
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal ou 
do Superior Tribunal de Justiça ou em 
conformidade com acórdão proferido no 
julgamento de casos repetitivos. 
ATENÇÃO TOTAL: NÃO OBSTANTE O ACIMA 
ESTUDADO, A EXIGÊNCIA DE CAUÇÃO SERÁ 
MANTIDA QUANDO DA DISPENSA POSSA 
 
 
 
44 
 
RESULTAR MANIFESTO RISCO DE GRAVE DANO 
DE DIFÍCIL OU INCERTA REPARAÇÃO!! 
O cumprimento provisório da sentença será 
requerido por petição dirigida ao juízo 
competente. 
Capítulo III: No caso de condenação em quantia 
certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de 
decisão sobre parcela incontroversa, o 
cumprimento definitivo da sentença far-se-á a 
requerimento do exequente, sendo o 
executado intimado para pagar o débito, no 
prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, 
se houver. 
ATENÇÃO: O requerimento apresentado pelo 
exequente será instruído com demonstrativo 
discriminado e atualizado do crédito e deverá 
conter (Quando a elaboração do 
demonstrativo depender de dados em poder 
de terceiros ou do executado, o juiz poderá 
requisitá-los, sob cominação do crime de 
desobediência. Além disso, em se tratando de 
COMPLEMENTAÇÃO do demonstrativo cujos 
dados estiverem em posso do executado, ou 
seja, quando este não estiver 100% finalizado, 
o juiz poderá, a requerimento do exequente, 
requisitá-los, fixando prazo de até 30 (trinta) 
dias para o cumprimento da diligência, sendo 
certo que se os dados não forem apresentados 
pelo executado, reputar-se-ão corretos os 
cálculos apresentados pelo exequente apenas 
com base nos dados de que dispõe): 
I - o nome completo, o número de inscrição no 
Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro 
Nacional da Pessoa Jurídica do exequente e do 
executado, observado o disposto no art. 319, §§ 
1º a 3º ; 
II - o índice de correção monetária adotado; 
III - os juros aplicados e as respectivas taxas; 
IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da 
correção monetária utilizados; 
V - a periodicidade da capitalização dos juros, se 
for o caso; 
VI - especificação dos eventuais descontos 
obrigatórios realizados; 
VII - indicação dos bens passíveis de penhora, 
sempre que possível. 
FIQUE ATENTO: Quando o valor apontado no 
demonstrativo aparentemente exceder os 
limites da condenação, a execução será iniciada 
pelo valor pretendido, mas a penhora terá por 
base a importância que o juiz entender 
adequada. Além disso, para a verificação dos 
cálculos, o juiz poderá valer-se de contabilista 
do juízo, que terá o prazo máximo de 30 (trinta) 
dias para efetuá-la, exceto se outro lhe for 
determinado. 
Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo 
do caput , o débito será acrescido de multa de 
dez por cento e, também, de honorários de 
advogado de dez por cento. Efetuado o 
pagamento parcial no prazo previsto no caput , 
a multa e os honorários previstos no § 1º 
incidirão sobre o restante. 
ACASO NÃO HAJA NENHUM PAGAMENTO 
VOLUNTÁRIO, será expedido, desde logo, 
mandado de penhora e avaliação, seguindo-se 
os atos de expropriação. 
INÍCIO DO PRAZO PARA IMPUGNAÇÃO: 
Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o 
pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 
(quinze) dias para que o executado, 
independentemente de penhora ou nova 
intimação, apresente, nos próprios autos, sua 
impugnação. 
Na impugnação, o executado poderá alegar: 
I - falta ou nulidade da citação se, na fase de 
conhecimento, o processo correu à revelia; 
II - ilegitimidade de parte; 
III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade 
da obrigação (considera-se também inexigível a 
obrigação reconhecida em título executivo 
judicial fundado em lei ou ato normativo 
considerado inconstitucional pelo Supremo 
Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou 
 
 
 
45 
 
interpretação da lei ou do ato normativo tido 
pelo Supremo Tribunal Federal como 
incompatível com a Constituição Federal , em 
controle de constitucionalidade concentrado ou 
difuso, MAS ATENÇÃO: A DECISÃO DO 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL DEVE SER 
ANTERIOR AO TRÂNSITO EM JULGADO DA 
DECISÃO EXEQUENDA – AGORA, QUANDO 
ESTA FOR PROFERIDA APÓS O TRÂNSITO EM 
JULGADO DA DECISÃO EXEQUENDA, CABE 
AÇÃO RESCISÓRIA, CUJO PRAZO SERÁ 
CONTADO DO TRÂNSITO EM JULGADO DA 
DECISÃO PROFERIDA PELO SUPREMO 
TRIBUNAL FEDERAL); 
IV - penhora incorreta ou avaliação errônea; 
V - excesso de execução ou cumulação indevida 
de execuções; 
VI - incompetência absoluta ou relativa do juízo 
da execução; 
VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da 
obrigação, como pagamento, novação, 
compensação, transação ou prescrição, desde 
que supervenientes à sentença. 
FIQUE ATENTO: Quando o executado alegar que 
o exequente, em excesso de execução, pleiteia 
quantia superior à resultante da sentença, 
cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que 
entende correto, apresentando demonstrativo 
discriminado e atualizado de seu cálculo. 
Portanto, não basta apenas a alegação de que 
a quantia executada está superior à definida 
em sentença, deverá ser apresentado cálculos 
que comprovem o alegado! 
Se o executado não proceder com o acima visto, 
ou seja, não apontar o valor correto ou não 
apresentar demonstrativo, a impugnação será 
liminarmente rejeitada, se o excesso de 
execução for o seu único fundamento, ou, se 
houver outro, a impugnação será processada, 
mas o juiz não examinará a alegação de excesso 
de execução. 
MUITO IMPORTANTE: A apresentação de 
impugnação não impede a prática dos atos 
executivos, inclusive os de expropriação, 
podendo o juiz, a requerimento do executado e 
desde que garantido o juízo com penhora, 
caução ou depósito suficientes, atribuir-lhe 
efeito suspensivo, se seus fundamentos forem 
relevantes e se o prosseguimento da execução 
for manifestamente suscetível de causar ao 
executado grave dano de difícil ou incerta 
reparação. 
A concessão de efeito suspensivo não impedirá 
a efetivação dos atos de substituição, de 
reforço ou de redução da penhora e de 
avaliação dos bens. 
Quando o efeito suspensivo atribuído à 
impugnação disser respeito apenas a parte do 
objeto da execução, esta prosseguirá quanto à 
parte restante. 
A concessão de efeito suspensivo à 
impugnação deduzida por um dos executados 
não suspenderá a execução contra os que não 
impugnaram, quando orespectivo fundamento 
disser respeito exclusivamente ao impugnante. 
Portanto, acaso seja MATÉRIA COMUM A 
TODOS OS EXECUTADOS, AINDA QUE ALEGADA 
POR APENAS UM DELES, SUSPENDERÁ! 
Ainda que atribuído efeito suspensivo à 
impugnação, é lícito ao exequente requerer o 
prosseguimento da execução, oferecendo e 
prestando, nos próprios autos, caução 
suficiente e idônea a ser arbitrada pelo juiz. 
Portanto, acaso apresente CAUÇÃO 
SUFICIENTE, o exequente poderá prosseguir 
com a execução ainda que esta esteja dotada 
com efeito suspensivo. 
Caso surja fato superveniente ao término do 
prazo para apresentação da impugnação, assim 
como outras causas relacionadas à validade e à 
adequação da penhora, da avaliação e dos atos 
executivos subsequentes, estes podem ser 
arguidas por simples petição, tendo o 
executado, em qualquer dos casos, o prazo de 
15 (quinze) dias para formular esta arguição, 
 
 
 
46 
 
contado da comprovada ciência do fato ou da 
intimação do ato. 
Vale a leitura: Art. 526. É lícito ao réu, antes de 
ser intimado para o cumprimento da sentença, 
comparecer em juízo e oferecer em pagamento 
o valor que entender devido, apresentando 
memória discriminada do cálculo. 
§ 1º O autor será ouvido no prazo de 5 (cinco) 
dias, podendo impugnar o valor depositado, 
sem prejuízo do levantamento do depósito a 
título de parcela incontroversa. 
§ 2º Concluindo o juiz pela insuficiência do 
depósito, sobre a diferença incidirão multa de 
dez por cento e honorários advocatícios, 
também fixados em dez por cento, seguindo-se 
a execução com penhora e atos subsequentes. 
§ 3º Se o autor não se opuser, o juiz declarará 
satisfeita a obrigação e extinguirá o processo. 
Capítulo IV: No cumprimento de sentença que 
condene ao pagamento de prestação 
alimentícia ou de decisão interlocutória que 
fixe alimentos, o juiz, a requerimento do 
exequente, mandará intimar o executado 
pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o 
débito, provar que o fez ou justificar a 
impossibilidade de efetuá-lo. 
Caso o executado, no prazo referido no caput , 
não efetue o pagamento, não prove que o 
efetuou ou não apresente justificativa da 
impossibilidade de efetuá-lo, o juiz mandará 
protestar o pronunciamento judicial. 
ATENÇÃO: Somente a comprovação de fato que 
gere a impossibilidade ABSOLUTA de pagar 
justificará o inadimplemento. 
PRISÃO DO EXECUTADO: Se o executado não 
pagar ou se a justificativa apresentada não for 
aceita, o juiz, além de mandar protestar o 
pronunciamento judicial na forma do § 1º, 
decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 
(três) meses (A prisão será cumprida em regime 
fechado, devendo o preso ficar separado dos 
presos comuns). 
O cumprimento da pena não exime o executado 
do pagamento das prestações vencidas e 
vincendas. 
Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá 
o cumprimento da ordem de prisão. 
O débito alimentar que autoriza a prisão civil 
do alimentante é o que compreende até as 3 
(três) prestações anteriores ao ajuizamento da 
execução e as que se vencerem no curso do 
processo. 
O exequente pode promover o cumprimento da 
sentença ou decisão que condena ao 
pagamento de prestação alimentícia no juízo de 
seu domicílio. 
Quando o executado for funcionário público, 
militar, diretor ou gerente de empresa, bem 
como empregado sujeito à legislação do 
trabalho, o exequente poderá requerer o 
desconto em folha de pagamento de pessoal da 
importância da prestação alimentícia. 
Sem prejuízo do pagamento dos alimentos 
vincendos, o débito objeto de execução pode 
ser descontado dos rendimentos ou rendas do 
executado, de forma parcelada, nos termos do 
caput deste artigo, contanto que, somado à 
parcela devida, não ultrapasse cinquenta por 
cento de seus ganhos líquidos. 
Todas as ponderações acima já vistas se aplicam 
aos alimentos provisórios ou definitivos. 
Contudo, em se tratando de execução dos 
alimentos provisórios, bem como a dos 
alimentos fixados em sentença ainda não 
transitada em julgado, se processa em autos 
apartados. 
O cumprimento definitivo da obrigação de 
prestar alimentos será processado nos mesmos 
autos em que tenha sido proferida a sentença. 
A prestação alimentícia poderá ser fixada 
tomando por base o salário-mínimo. 
Conforme já estudado, se sobrevier modificação 
nas condições econômicas, poderá a parte 
 
 
 
47 
 
requerer, conforme as circunstâncias, redução 
ou aumento da prestação. 
Finda a obrigação de prestar alimentos, o juiz 
mandará liberar o capital, cessar o desconto em 
folha ou cancelar as garantias prestadas. 
Capítulo V: No cumprimento de sentença que 
impuser à Fazenda Pública o dever de pagar 
quantia certa, o exequente apresentará 
demonstrativo discriminado e atualizado do 
crédito contendo: 
I - o nome completo e o número de inscrição no 
Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro 
Nacional da Pessoa Jurídica do exequente; 
II - o índice de correção monetária adotado; 
III - os juros aplicados e as respectivas taxas; 
IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da 
correção monetária utilizados; 
V - a periodicidade da capitalização dos juros, se 
for o caso; 
VI - a especificação dos eventuais descontos 
obrigatórios realizados. 
ATENÇÃO: Havendo pluralidade de 
exequentes, cada um deverá apresentar o seu 
próprio demonstrativo individualizado. 
ATENÇÃO MÁXIMA: A multa prevista no § 1º do 
art. 523 não se aplica à Fazenda Pública. 
A Fazenda Pública será intimada na pessoa de 
seu representante judicial, por carga, remessa 
ou meio eletrônico, para, querendo, no prazo de 
30 (trinta) dias e nos próprios autos, impugnar 
a execução. 
Art. 535, § 3º: Não impugnada a execução ou 
rejeitadas as arguições da executada: 
I - expedir-se-á, por intermédio do presidente do 
tribunal competente, precatório em favor do 
exequente, observando-se o disposto na 
Constituição Federal; 
II - por ordem do juiz, dirigida à autoridade na 
pessoa de quem o ente público foi citado para o 
processo, o pagamento de obrigação de 
pequeno valor será realizado no prazo de 2 
(dois) meses contado da entrega da requisição, 
mediante depósito na agência de banco oficial 
mais próxima da residência do exequente. (Vide 
ADI 5534) 
§ 4º Tratando-se de impugnação parcial, a parte 
não questionada pela executada será, desde 
logo, objeto de cumprimento. 
Capítulo VI: No cumprimento de sentença que 
reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer 
ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a 
requerimento, para a efetivação da tutela 
específica ou a obtenção de tutela pelo 
resultado prático equivalente, determinar as 
medidas necessárias à satisfação do exequente 
(exemplos: multa, a busca e apreensão, a 
remoção de pessoas e coisas, o desfazimento 
de obras e o impedimento de atividade nociva, 
podendo, caso necessário, requisitar o auxílio 
de força policial). 
O mandado de busca e apreensão de pessoas e 
coisas será cumprido por 2 (dois) oficiais de 
justiça, observando-se o disposto no art. 846, §§ 
1º a 4º, se houver necessidade de 
arrombamento. 
O executado incidirá nas penas de litigância de 
má-fé quando injustificadamente descumprir a 
ordem judicial, sem prejuízo de sua 
responsabilização por crime de desobediência. 
Especificamente no que toca a muta, vale a 
leitura do artigo 537: 
A multa independe de requerimento da parte e 
poderá ser aplicada na fase de conhecimento, 
em tutela provisória ou na sentença, ou na fase 
de execução, desde que seja suficiente e 
compatível com a obrigação e que se determine 
prazo razoável para cumprimento do preceito. 
§ 1º O juiz poderá, de ofício ou a requerimento, 
modificar o valor ou a periodicidade da multa 
vincenda ou excluí-la, caso verifique que: 
I - se tornou insuficiente ou excessiva; 
 
 
 
48 
 
II - o obrigado demonstrou cumprimento parcial 
superveniente da obrigação ou justa causa para 
o descumprimento. 
§ 2º O valor da multa será devido ao 
exequente. 
§ 3º A decisão que fixa a multa é passível de 
cumprimento provisório,funcionais conferidas pela 
lei aqueles que exercem função pública 
administrativa. É elemento vinculado. 
Em regra, a competência é inderrogável, 
podendo excepcionalmente ser objeto de 
delegação/avocação. 
AVOCAÇÃO- Será permitida, em caráter 
excepcional e por motivos relevantes 
devidamente justificados, a avocação 
TEMPORÁRIA de competência atribuída a órgão 
HIERARQUICAMENTE INFERIOR (A FGV irá 
confundir o oabeiro colocando uma questão em 
que um órgão hierarquicamente inferior irá 
AVOCAR/CHAMAR PARA SI a competência de 
órgão superior, e estará ERRADO). Avocar é 
chamar para si. O órgão hierarquicamente 
superior chama para si, temporariamente, a 
competência de órgão inferior. 
DELEGAÇÃO- Delegar é transferir o exercício de 
determinada tarefa a órgão ou agente público 
hierarquicamente subordinado. O órgão ou 
agente superior e que transfere o exercício da 
tarefa é denominado delegante. O órgão ou 
agente inferior que recebe a incumbência de 
exercer a competência temporariamente é o 
delegatário. 
Deleção é exatamente o contrário de avocação. 
 OBS: NÃO PODEM SER OBEJTOS DE 
DELEGAÇÃO: 
 Atos de caráter normativo; 
 Recurso administrativo; 
 Matéria de competência exclusiva da 
autoridade ou órgão competente 
ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO 
Presunção de legitimidade 
Autoexecutoriedade 
Tipicidade 
Imperatividade 
OBS: A presunção de legalidade, veracidade e 
legitimidade é relativa. 
OBS: A autoexecutoriedade está relacionada a 
exigibilidade, que é o poder da administração 
pública decidir independente do Poder 
Judiciário, e a executoriedade, que é o atributo 
de executar a decisão administrativa sem 
necessidade de ordem judicial. 
OBS: A imperatividade está relacionada ao 
Poder extroverso. São atos que em seu 
conteúdo tem uma obrigação. 
Especificamente com relação a tipicidade 
teremos as classificações dos atos 
administrativos: 
 
 
 
4 
 
a) Quanto aos destinatários- 
Gerais- Atinge todas as pessoas na mesma 
situação. 
Individuais- possuem efeitos concretos. 
Dividem-se em: individuais (dirige-se a um 
destinatário determinado, como por exemplo, a 
nomeação) e plúrimo (mais um destinatário 
determinado) 
b) Quanto as prerrogativas- 
Ato de Gestão- Praticado em igualdade com os 
particulares. 
Ato de império- Praticados com prerrogativa de 
autoridade. 
c) Quanto a formação da vontade- 
Ato simples- Manifestação de um único órgão. 
Ato Complexo- Manifestação de mais de um 
órgão na formação de um único ato 
LEMBRAR: COMPLEXO = SEXO (DOIS ÓRGÃOS E 
UM ATO) 
Ato composto- Manifestação de dois atos e um 
órgão. Um ato principal e outro acessório. 
d) Quanto a exequibilidade- 
Perfeito- Completou seu ciclo de formação, 
portanto está apto a produzir efeitos. 
Imperfeito- Não completou o ciclo, portanto não 
está apto a produzir efeitos. 
Pendente- Está sujeito a condição ou termo 
Consumado- Já produziu seus efeitos. 
E) Quanto aos efeitos- 
 Atos constitutivos- Aqueles que criam, 
extinguem ou modificam uma relação jurídica. 
 Atos Declaratórios- Apenas declaram uma 
situação jurídica preexistente, tendo como 
objetivo resguardar um direito do destinatário. 
Ex: Parecer. 
 OBS: Resoluções são atos normativos 
expedidos por autoridade de elevado escalão 
administrativo, não são atos declaratórios. 
e) Quanto ao grau de liberdade- 
Ato vinculado- São os atos onde INEXISTE 
liberdade do administrador em sua prática, ou 
seja, o administrador fica adstrito ao que a lei 
expressamente prevê com relação a prática do 
ato. 
Ato Discricionário – É quando o administrado 
tem um grau de liberdade para realizar o ato, 
podendo escolher de acordo com a opção mais 
conveniente e oportuna, para o caso concreto, 
desde que esteja de acordo com a lei. 
OBS: O mérito do ato administrativo é a análise 
de conveniência e oportunidade quanto ao 
MOTIVO E OBJETO presente nos atos 
discricionários. O mérito administrativo está no 
motivo e está no objeto, ele NÃO é o motivo e 
o objeto. 
EFEITOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
Os efeitos dos atos administrativos podem ser 
típicos ou atípicos. 
1- Os efeitos típicos são aqueles 
esperados pelo ato administrativo 
praticado/. 
2- Os efeitos atípicos se subdividem em: 
Reflexos- Ocorre quando o ato atinge terceiros 
sem a vontade do Estado. Ex: Na 
desapropriação a vontade desejada pelo Estado 
é a transferência da propriedade (efeito típico). 
Todavia, existe casos que terceiros estejam 
ocupando o imóvel, e neste caso faz-se 
necessário a emissão da ordem de despejo 
(efeito atípico reflexo). 
Prodrômicos- Ocorre quando a prática de um 
ato gera como efeito a necessidade da prática de 
outro ato. É o efeito secundário que ocorre nos 
casos em que dependem de duas manifestações 
de vontade, que consiste na obrigação da 
segunda autoridade se manifestar quando da 
 
 
 
5 
 
manifestação da primeira. Ex: A administração 
quando defere a aposentadoria de um servidor, 
esse ato, produz como efeito, a necessidade de 
que o Tribunal de contas produza outro ato 
avaliando a adequação, ou não, da concessão 
daquela aposentadoria (ato complexo com 
efeito prodrômico). 
ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS 
Admissão: é o ato unilateral VINCULANTE, pelo 
qual a administração faculta a alguém a inclusão 
em estabelecimento governamental para gozo 
de um serviço público. A administração confere 
a alguém que preencheu determinados 
requisitos o direito de RECEBER o serviço 
público. 
Permissão: é o ato unilateral pelo qual a 
administração faculta precariamente a alguém a 
prestação de serviço público ou defere a 
utilização especial de um bem público. A 
permissão poderá ser condicionada ou não, caso 
seja, o ato terá caráter vinculado. 
Concessão: é designação genérica de formula 
pela qual são expedidos atos ampliativos da 
esfera jurídica de alguém – art. 175, CF. (Ora 
caráter unilateral, ora caráter bilateral). 
Autorização: é o ato unilateral pelo qual a 
administração, discricionariamente, faculta o 
exercício da atividade material. 
Aprovação: é o ato unilateral pelo qual a 
administração, discricionariamente, faculta a 
prática de ato jurídico ou manifesta sua 
concordância com o ato jurídico já praticado, a 
fim de lhe dar eficácia. (Aprecia conveniência e 
oportunidade relativas ao ato ainda não 
editado). Dupla modalidade: – aprovação prévia 
e aprovação a posteriori. 
Licença: é o ato vinculado, unilateral, pelo qual 
a administração faculta a alguém o exercício de 
uma atividade, uma vez demonstrado pelo 
interessado o preenchimento dos requisitos 
legais exigidos. 
Homologação: é o ato vinculado pelo qual a 
administração concorda com o ato jurídico já 
praticado, uma vez verificada a consonância 
dele com os requisitos legais condicionadores de 
sua valida emissão. 
OBS: a homologação é vinculada e somente a 
posteriori 
EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO 
Cassação: Retirada do ato pelo descumprimento 
das condições inicialmente impostas ao 
beneficiário. 
OBS: A cassação é ato vinculado e sancionatório. 
Caducidade: Retirada do ato pela 
Superveniência de uma norma jurídica posterior 
que torna o ato ilegal e impede a continuidade 
da situação anteriormente consentida. 
EX: Permissão de uso de um público, o qual é 
vedado a permissão posteriormente, devido a 
edição de uma lei 
 
Contraposição: Ato posterior com efeitos 
contrários a um ato anterior, sendo que o ato 
posterior tem idoneidade para eliminar os 
efeitos do primeiro ato. Ex: Exoneração-
nomeação 
Anulação: Retirada do ato pela sua ilegalidade. 
A anulação recai sobre atos vinculados e 
discricionários, podendo ser feita pela 
administração pública, em razão do seu poder 
de autotutela, bem como, pelo Poder Judiciário, 
mediante provocação. 
Convalidação: Se o vício é SANÁVEL, o ato pode 
ser convalidado. Os vícios de forma e 
competência podem ser convalidados, desde 
que não sejam exclusivos, tornando-os válidos 
com efeitos retroativos (ex-tunc). 
Obs: NÃO CONFUNDIR CONVALIDAÇÃOdevendo ser 
depositada em juízo, permitido o 
levantamento do valor após o trânsito em 
julgado da sentença favorável à parte. 
§ 4º A multa será devida desde o dia em que se 
configurar o descumprimento da decisão e 
incidirá enquanto não for cumprida a decisão 
que a tiver cominado. 
§ 5º O disposto neste artigo aplica-se, no que 
couber, ao cumprimento de sentença que 
reconheça deveres de fazer e de não fazer de 
natureza não obrigacional. 
Por fim, o artigo 538 regula o Cumprimento de 
Sentença que Reconheça a Exigibilidade de 
Obrigação de Entregar Coisa: 
Não cumprida a obrigação de entregar coisa no 
prazo estabelecido na sentença, será expedido 
mandado de busca e apreensão ou de imissão 
na posse em favor do credor, conforme se 
tratar de coisa móvel ou imóvel. 
§ 1º A existência de benfeitorias deve ser 
alegada na fase de conhecimento, em 
contestação, de forma discriminada e com 
atribuição, sempre que possível e 
justificadamente, do respectivo valor. 
§ 2º O direito de retenção por benfeitorias deve 
ser exercido na contestação, na fase de 
conhecimento. 
§ 3º Aplicam-se ao procedimento previsto neste 
artigo, no que couber, as disposições sobre o 
cumprimento de obrigação de fazer ou de não 
fazer. 
 
3. PROCEDIMENTOS ESPECIAIS 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Aqui, em razão da amplitude do tema, 
selecionamos os MAIS IMPORTANTES para a sua 
prova, à saber: Consignação em pagamento, 
ações possessórias, monitória e ação rescisória 
(esta já foi vista no livro 02, do DICAS). 
1) Consignação em pagamento: Ação através da 
qual o devedor extinguirá a sua obrigação 
perante o credor, no caso de este recusar-se a 
receber o pagamento, não tomar a iniciativa de 
recebê-lo ou ainda quando seu paradeiro for 
desconhecido. 
Podem ser consignados QUANTIAS (VALORES 
EM DINHEIRO) e COISAS. 
Tratando-se de obrigação em dinheiro, poderá o 
valor ser depositado em estabelecimento 
bancário, oficial onde houver, situado no lugar 
do pagamento, cientificando-se o credor por 
carta com aviso de recebimento, assinado o 
prazo de 10 (dez) dias para a manifestação de 
recusa. 
Decorrido o prazo acima, contado do retorno 
do aviso de recebimento, sem a manifestação 
de recusa, considerar-se-á o devedor liberado 
da obrigação, ficando à disposição do credor a 
quantia depositada. 
ATENÇÃO: O depósito faz cessar os juros e os 
riscos, salvo se a demanda for julgada 
improcedente. 
Ocorrendo a recusa, manifestada por escrito ao 
estabelecimento bancário, poderá ser 
proposta, dentro de 1 (um) mês, a ação de 
consignação, instruindo-se a inicial com a prova 
do depósito e da recusa. Não proposta a ação 
no acima, ficará sem efeito o depósito, 
podendo levantá-lo o depositante. 
O Juízo competente para o processo e 
julgamento da ação consignatória é o Juízo do 
lugar do pagamento. 
Requisitos da petição de consignação: 
 
 
 
49 
 
I - o depósito da quantia ou da coisa devida, a 
ser efetivado no prazo de 5 (cinco) dias contados 
do deferimento, ressalvada a hipótese do art. 
539, § 3º ; 
II - a citação do réu para levantar o depósito ou 
oferecer contestação. 
OBSERVAÇÃO: Se não for feito o depósito do 
ITEM I, o processo será extinto sem resolução do 
mérito. 
OBSERVAÇÃO: Se ocorrer dúvida sobre quem 
deva legitimamente receber o pagamento, o 
autor requererá o depósito e a citação dos 
possíveis titulares do crédito para provarem o 
seu direito. 
Na contestação, o réu poderá alegar que: 
I - não houve recusa ou mora em receber a 
quantia ou a coisa devida; 
II - foi justa a recusa; 
III - o depósito não se efetuou no prazo ou no 
lugar do pagamento; 
IV - o depósito não é integral. 
Parágrafo único. No caso do inciso IV, a alegação 
somente será admissível se o réu indicar o 
montante que entende devido. 
Quando houver alegação de que o valor 
depositado é insuficiente, é lícito ao autor 
completá-lo, em 10 (dez) dias, salvo se 
corresponder a prestação cujo inadimplemento 
acarrete a rescisão do contrato, podendo o réu 
levantar, desde logo, a quantia ou a coisa 
depositada, com a consequente liberação 
parcial do autor, prosseguindo o processo 
quanto à parcela controvertida, sendo certo, 
ainda, que a sentença que concluir pela 
insuficiência do depósito determinará, sempre 
que possível, o montante devido e valerá como 
título executivo, facultado ao credor promover-
lhe o cumprimento nos mesmos autos, após 
liquidação, se necessária. 
Julgado procedente o pedido, o juiz declarará 
extinta a obrigação e condenará o réu ao 
pagamento de custas e honorários advocatícios. 
2) AÇÕES POSSESSÓRIAS: Ações que visam e 
estipulam meios para garantia da posse. 
Se dividem em três tipos: Interdito proibitório 
(meio preventivo, utilizado para impedir 
agressões iminentes que ameaçam a posse de 
alguém – artigo 567, CPC), ação de manutenção 
de posse (aqui não houve esbulho, mas tão 
somente a turbação, ou seja, o possuidor não 
foi retirado da posse – artigo 560 e seguintes do 
CPC) e ação de reintegração de posse (houve 
esbulho, a posse já foi tomada por terceiro – 
artigo 560 e seguintes do CPC). 
É lícito ao autor cumular ao pedido possessório 
o de (art. 555): 
I - condenação em perdas e danos; 
II - indenização dos frutos. 
Parágrafo único. Pode o autor requerer, ainda, 
imposição de medida necessária e adequada 
para: 
I - evitar nova turbação ou esbulho; 
II - cumprir-se a tutela provisória ou final. 
ATENÇÃO – INCIDÊNCIA DO PRINCÍPIO DA 
FUNGIBILIDADE: A propositura de uma ação 
possessória em vez de outra não obstará a que 
o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção 
legal correspondente àquela cujos 
pressupostos estejam provados. 
É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi 
o ofendido em sua posse, demandar a proteção 
possessória e a indenização pelos prejuízos 
resultantes da turbação ou do esbulho cometido 
pelo autor. 
Na pendência de ação possessória é vedado, 
tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de 
reconhecimento do domínio, exceto se a 
pretensão for deduzida em face de terceira 
pessoa. 
 
 
 
50 
 
Se o réu provar, em qualquer tempo, que o autor 
provisoriamente mantido ou reintegrado na 
posse carece de idoneidade financeira para, no 
caso de sucumbência, responder por perdas e 
danos, o juiz designar-lhe-á o prazo de 5 (cinco) 
dias para requerer caução, real ou fidejussória, 
sob pena de ser depositada a coisa litigiosa, 
ressalvada a impossibilidade da parte 
economicamente hipossuficiente. 
ATENÇÃO: Art. 558, CPC: Regem o 
procedimento de manutenção e de 
reintegração de posse as normas da Seção II 
deste Capítulo quando a ação for proposta 
dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho 
afirmado na petição inicial (FORÇA NOVA). 
Parágrafo único. Passado o prazo referido no 
caput, será comum o procedimento, não 
perdendo, contudo, o caráter possessório. 
DA MANUTENÇÃO E DA REINTEGRAÇÃO DE 
POSSE – ARTIGO 560 E SEGUINTES 
O possuidor tem direito a ser mantido na posse 
em caso de turbação e reintegrado em caso de 
esbulho. 
Incumbe ao autor provar: 
I - a sua posse; 
II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; 
III - a data da turbação ou do esbulho; 
IV - a continuação da posse, embora turbada, na 
ação de manutenção, ou a perda da posse, na 
ação de reintegração. 
Preenchidos os requisitos acima vistos, O JUIZ 
DEFERIRÁ, sem ouvir o réu, a expedição do 
mandado liminar de manutenção ou de 
reintegração, caso contrário, determinará que o 
autor justifique previamente o alegado, citando-
se o réu para comparecer à audiência que for 
designada. ATENÇÃO: A FORÇA DEVE SER NOVA 
(ação for proposta dentro de ano e dia da 
turbação ou do esbulho afirmado na petição 
inicial). 
NESSE SENTIDO: 
TJ-MG - Agravo de Instrumento-Cv AI 
10000181433517001 MG (TJ-MG) 
Jurisprudência•Data de publicação: 
12/03/2019 
EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO 
DE MANUTENÇÃO DE POSSE - AÇÃO DE 
FORÇA NOVA - LIMINAR DEFERIDA - 
PRESENÇA DOS REQUISITOS DO ART. 561 CPC 
- ACESSO À PARTE DO IMÓVEL TURBADO. I - 
Na açãode manutenção de posse, para o 
deferimento de liminar, cabe ao autor provar 
a sua posse, a turbação praticada pelo réu e a 
data da turbação. Deve, ainda, comprovar 
que a ação foi intentada dentro de um ano e 
dia da turbação ocorrida. II - Demonstrada 
nos autos a colocação de obstáculo ao acesso 
do autor à parcela de sua residência 
localizada na parte inferior do imóvel, impõe-
se o deferimento da liminar. 
ATENÇÃO: Contra as pessoas jurídicas de direito 
público não será deferida a manutenção ou a 
reintegração liminar sem prévia audiência dos 
respectivos representantes judiciais. 
Considerada suficiente a justificação, o juiz fará 
logo expedir mandado de manutenção ou de 
reintegração. 
Concedido ou não o mandado liminar de 
manutenção ou de reintegração, o autor 
promoverá, nos 5 (cinco) dias subsequentes, a 
citação do réu para, querendo, contestar a ação 
no prazo de 15 (quinze) dias. ATENÇÃO: 
Quando for ordenada a justificação prévia, o 
prazo para contestar será contado da intimação 
da decisão que deferir ou não a medida liminar. 
No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando 
o esbulho ou a turbação afirmado na petição 
inicial houver ocorrido há mais de ano e dia, o 
juiz, antes de apreciar o pedido de concessão 
da medida liminar, deverá designar audiência 
de mediação, a realizar-se em até 30 (trinta) 
dias. 
Concedida a liminar, se essa não for executada 
no prazo de 1 (um) ano, a contar da data de 
distribuição, caberá ao juiz designar audiência 
 
 
 
51 
 
de mediação, nos termos dos §§ 2º a 4º do 
artigo 565. 
Nesses casos, o Ministério Público será intimado 
para comparecer à audiência, e a Defensoria 
Pública será intimada sempre que houver parte 
beneficiária de gratuidade da justiça. 
DO INTERDITO PROIBITÓRIO – ARTIGO 567, DO 
CPC 
O possuidor direto ou indireto que tenha justo 
receio de ser molestado na posse poderá 
requerer ao juiz que o segure da turbação ou 
esbulho iminente, mediante mandado 
proibitório em que se comine ao réu 
determinada pena pecuniária caso transgrida o 
preceito. 
As disposições acima vistas, presentes na Seção 
II, entre os artigos 560 a 566 também se aplicam 
ao interdito proibitório, notadamente no que 
toca a FORÇA NOVA E FORÇA VELHA. 
Vejamos a jurisprudência: 
TJ-MG - Agravo de Instrumento-Cv AI 
10000181061557001 MG (TJ-MG) 
Jurisprudência•Data de publicação: 
25/01/2019 
EMENTA: AGRAVO. REINTEGRAÇÃO DE 
POSSE. LIMINAR. ESBULHO SUPERIOR A ANO 
E DIA. LIMINAR INDEFERIDA. Para que pedido 
de reintegração de posse liminar seja 
acolhido, necessário que seja comprovado o 
exercício da posse, o esbulho, a menos de ano 
e dia, e a efetiva perda da posse. No caso, o 
esbulho é superior a ano e dia, pelo que não 
pode, o pedido liminar de reintegração de 
posse, ser acolhido. 
 
3) AÇÃO MONITÓRIA: A ação monitória é um 
procedimento especial de cobrança que faz com 
que o credor de um bem ou uma quantia de 
dinheiro possa cobrar essa dívida sem ter que 
passar por todo o trâmite de uma ação de 
execução judicial. 
A ação monitória pode ser proposta por aquele 
que afirmar, com base em prova escrita sem 
eficácia de título executivo, ter direito de exigir 
do devedor capaz: 
I - o pagamento de quantia em dinheiro; 
II - a entrega de coisa fungível ou infungível ou 
de bem móvel ou imóvel; 
III - o adimplemento de obrigação de fazer ou de 
não fazer. 
Na inicial da monitória o autor deverá precisar: 
I - a importância devida, instruindo-a com 
memória de cálculo; 
II - o valor atual da coisa reclamada; 
III - o conteúdo patrimonial em discussão ou o 
proveito econômico perseguido. 
Acaso o autor não observe os itens I a III acima 
vistos, o processo será extinto sem resolução 
do mérito. 
ATENÇÃO: É admissível ação monitória em face 
da Fazenda Pública. 
Na ação monitória, admite-se citação por 
qualquer dos meios permitidos para o 
procedimento comum. 
Sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá 
a expedição de mandado de pagamento, de 
entrega de coisa ou para execução de 
obrigação de fazer ou de não fazer, concedendo 
ao réu prazo de 15 (quinze) dias para o 
cumprimento e o pagamento de honorários 
advocatícios de cinco por cento do valor 
atribuído à causa. ATENÇÃO: A oposição dos 
embargos suspende a eficácia da decisão. O 
autor será intimado para responder aos 
embargos no prazo de 15 (quinze) dias. 
Caso o réu não pague e não apresente 
embargos (aqui não precisa garantia de juízo), 
constituir-se-á de pleno direito o título 
executivo judicial. Os embargos podem se 
fundar em matéria passível de alegação como 
defesa no procedimento comum. 
Quando o réu alegar que o autor pleiteia quantia 
superior à devida, cumprir-lhe-á declarar de 
 
 
 
52 
 
imediato o valor que entende correto, 
apresentando demonstrativo discriminado e 
atualizado da dívida. Não apontado o valor 
correto ou não apresentado o demonstrativo, 
os embargos serão liminarmente rejeitados, se 
esse for o seu único fundamento, e, se houver 
outro fundamento, os embargos serão 
processados, mas o juiz deixará de examinar a 
alegação de excesso. 
Rejeitados os embargos, constituir-se-á de 
pleno direito o título executivo judicial. 
Também se constituirá título executivo judicial 
a parcela incontroversa, ou seja, que não foi 
impugnada nos embargos. 
Cabe apelação contra a sentença que acolhe ou 
rejeita os embargos. 
O réu será isento do pagamento de custas 
processuais se cumprir o mandado no prazo. 
ATENÇÃO: Cabe ação rescisória da “sentença 
liminar” proferida em sede de ação monitória, 
nos casos em que o devedor não realiza o 
pagamento e não apresenta os embargos à 
monitória. 
ATENÇÃO: Na ação monitória admite-se a 
reconvenção, sendo vedado o oferecimento de 
reconvenção à reconvenção. 
ATENÇÃO: O juiz condenará o autor de ação 
monitória proposta indevidamente e de má-fé 
ao pagamento, em favor do réu, de multa de 
até dez por cento sobre o valor da causa. 
ATENÇÃO: O juiz condenará o réu que de má-fé 
opuser embargos à ação monitória ao 
pagamento de multa de até dez por cento 
sobre o valor atribuído à causa, em favor do 
autor. 
 
DIREITO DO CONSUMIDOR 
PRIMEIRA DICA DO DIA 40 
1.RESPONSABILIDADE PELO FATO E VÍCIO DO 
PRODUTO E DO SERVIÇO 
O tema abordado, não resta dúvida, é de alta 
incidência na prova da OAB, no que toca ao 
Direito Consumerista. 
O FATO (DEFEITO) DO PRODUTO OU SERVIÇO 
nada mais é do que acidente ou defeito de 
consumo, que atente contra a integridade físico 
e psíquica do consumidor, expondo este à riscos 
indevidos ou causando dano. 
LEMBRE-SE: O fato do produto ou do serviço 
deve ocasionar dano que ultrapasse a própria 
órbita do próprio produto ou serviço. 
Como exemplo, cite-se defeito de fabricação em 
um ar-condicionado, que ocasionou uma pane 
elétrica e pegou fogo, trazendo, portanto, 
prejuízos de ordem financeira e psíquica ao 
consumidor. 
Ainda, como exemplo, cite-se a falta de 
sinalização, em um shopping, que a escada 
rolando encontra-se com defeito, fato que 
ocasionou lesão ao consumidor; ou até mesmo 
uma dedetização mal realizada, que ocasionou 
intoxicação do consumidor. 
A responsabilidade, em tais casos, é OBJETIVA e 
SOLIDÁRIA, ou seja, o fabricante, o produtor, o 
construtor, nacional ou estrangeiro, e o 
importador respondem, independentemente 
da existência de culpa, pela reparação dos 
danos causados aos consumidores por defeitos 
decorrentes de projeto, fabricação, construção, 
montagem, fórmulas, manipulação, 
apresentação ou acondicionamento de seus 
produtos. 
Há exceção: SIM -> Profissional Liberal. Para 
este a responsabilidade é subjetiva, ou seja, se 
procede mediante a verificação da CULPA. 
§ 4° (art. 14) - A responsabilidade pessoal dos 
profissionais liberais será apurada mediante a 
verificação de culpa. 
OBS: ACASO A OBRIGAÇÃO DO PROFISSIONAL 
LIBERAL SEJA DE RESULTADO, COMO POR 
EXEMPLO PROCEDIMENTOS PLÁSTICOS, 
ODONTOLÓGICOS E OUTROS, A 
 
 
 
53 
 
RESPONSABILIDADE CONTINUA SUBJETIVA, 
CONTUDO, HÁ INVERSÃO DO ÔNUSDA 
PROVA, SENDO CERTO QUE DEVE O 
PROFISSIONAL LIBERAL PROVAR QUE NÃO 
TEVE CULPA. 
Vale mencionar, ainda, que o produto não deve 
ser considerado defeituoso pelo simples fato 
de outro de melhor qualidade ter sido colocado 
no mercado, o substituindo. 
Excludentes de responsabilidade do fabricante, 
o construtor, o produtor ou importador: 1) 
Quando se provar que não colocou o produto 
no mercado 2) que, embora haja colocado o 
produto no mercado, o defeito inexiste 3) a 
culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. 
O fornecedor de serviços só não será 
responsabilizado quando provar: 1) Que, tendo 
prestado o serviço, o defeito inexiste e 2) a culpa 
exclusiva do consumidor ou de terceiro. 
ATENÇÃO: FORTUITO EXTERNO X FORTUITO 
INTERNO. 
O fortuito externo (relacionado à atividade 
estranha às exercidas pelo fornecedor) exclui 
responsabilidade. O fortuito interno (ligado à 
atividade do fornecedor) não exclui 
responsabilidade. 
IMPORTANTE: SÚMULA 130 e 479-STJ! 
PRESCRIÇÃO: prescreve em CINCO ANOS a 
pretensão reparatória pelo fato do produto ou 
serviço. A contagem do prazo tem início a partir 
da verificação do dano e da autoria do dano. 
O VÍCIO DO PRODUTO OU SERVIÇO tem relação 
com a qualidade/quantidade que torne o 
produto ou serviço impróprio para o consumo a 
que se destina ou que lhe diminua o valor. 
OBS: NÃO EXPÕE RISCO AO CONSUMIDOR. 
A responsabilidade pelo vício do produto ou 
serviço tem ligação tão somente à inadequação 
para o consumo. 
A responsabilidade, em tais casos, é OBJETIVA e 
SOLIDÁRIA, ou seja, todos que participaram de 
alguma forma da ofensa serão responsáveis 
solidários. 
Aqui, também há exceção do profissional 
liberal, cuja responsabilidade será apurada 
mediante verificação de culpa. 
O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou 
de fácil constatação caduca em (PRAZO 
DECADENCIAL): 
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de 
serviço e de produtos não duráveis; 
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento 
de serviço e de produtos duráveis. 
O início do prazo começa a partir da entrega 
efetiva do produto ou do término da execução 
dos serviços. 
A reclamação comprovadamente formulada 
pelo consumidor perante o fornecedor de 
produtos e serviços até a resposta negativa 
correspondente, que deve ser transmitida de 
forma inequívoca e a instauração de inquérito 
civil, até seu encerramento OBSTAM A 
DECADÊNCIA! 
Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial 
inicia-se no momento em que ficar evidenciado 
o defeito. 
O prazo para sanar o vício é de 30 (trinta) dias 
(as partes convencionar a redução ou ampliação 
do prazo, não podendo este, entretanto, ser 
inferior a sete nem superior a cento e oitenta 
dias. Nos contratos de adesão, a cláusula de 
prazo deverá ser convencionada em separado, 
por meio de manifestação expressa do 
consumidor). 
Não sanado o vício no prazo legal, pode o 
consumidor exigir, alternativamente e à sua 
escolha: 1) Substituição do produto por outro 
da mesma espécie, em perfeitas condições de 
uso 2) restituição imediata da quantia paga, 
monetariamente atualizada, sem prejuízo de 
eventuais perdas e danos (pode entrar ainda 
com ação de reparação) 3) abatimento 
proporcional do preço. 
 
 
 
 
54 
 
2. PRÁTICAS ABUSIVAS 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
As práticas abusivas estão condicionadas junto 
ao artigo 39 do código consumerista. 
Dentre as principais destacamos: condicionar o 
fornecimento de produto ou de serviço ao 
fornecimento de outro produto ou serviço, 
enviar ou entregar ao consumidor, sem 
solicitação prévia, qualquer produto, ou 
fornecer qualquer serviço, exigir do consumidor 
vantagem manifestamente excessiva, executar 
serviços sem a prévia elaboração de orçamento 
e autorização expressa do consumidor, 
ressalvadas as decorrentes de práticas 
anteriores entre as partes, elevar sem justa 
causa o preço de produtos ou serviços. 
O fornecedor de serviço será obrigado a 
entregar ao consumidor orçamento prévio 
discriminando o valor da mão-de-obra, dos 
materiais e equipamentos a serem empregados, 
as condições de pagamento, bem como as datas 
de início e término dos serviços. 
O valor orçado terá validade pelo prazo de dez 
dias, contado de seu recebimento pelo 
consumidor, salvo se estipulado o contrário 
pelas partes. 
Vale registrar, ainda, que na cobrança de 
débitos, o consumidor inadimplente não será 
exposto a ridículo, nem será submetido a 
qualquer tipo de constrangimento ou ameaça. 
OBS: O consumidor cobrado em quantia 
indevida tem direito à repetição do indébito, por 
valor igual ao dobro do que pagou em excesso, 
acrescido de correção monetária e juros legais, 
salvo hipótese de engano justificável. 
Vale também a leitura dos artigos abaixo 
transcritos: 
Art. 47: As cláusulas contratuais serão 
interpretadas de maneira mais favorável ao 
consumidor. 
Art. 49. O consumidor pode desistir do 
contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua 
assinatura ou do ato de recebimento do 
produto ou serviço, sempre que a contratação 
de fornecimento de produtos e serviços ocorrer 
fora do estabelecimento comercial, 
especialmente por telefone ou a domicílio. 
Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o 
direito de arrependimento previsto neste 
artigo, os valores eventualmente pagos, a 
qualquer título, durante o prazo de reflexão, 
serão devolvidos, de imediato, 
monetariamente atualizados. 
Art. 50. A garantia contratual é complementar 
à legal e será conferida mediante termo escrito. 
MELHOR EXPLICANDO: Existem DOIS TIPOS de 
garantia, a contratual (Art. 50, CDC) e a legal 
(artigo 26, CDC). 
A contratual é dada pelo próprio 
fabricante/distribuidor/comerciante e não é 
obrigatória e seu prazo pode ser estipulado por 
quem à confere, contudo, acaso ofertada, 
torna-se vinculante. Vale dizer ainda que de 
acordo com o artigo 74, do CDC, a não entrega 
do termo de garantia contratual devidamente 
preenchido constitui crime e a pena prevista é 
de 1 a 6 meses de detenção, ou multa. 
Já a garantia legal independe de termo escrito 
e decorre da própria lei, além de ter prazos 
próprios, que são previstos no artigo 26, do 
CDC. 
ATENÇÃO MÁXIMA: Na contagem, primeiro 
será contada a garantia CONTRATUAL, após o 
seu decurso, tem início a garantia LEGAL. 
PORTANTO, AS GARANTIAS SE SOMAM! 
Sobre CLÁUSULA ABUSIVAS, você deve fazer a 
leitura do artigo 51 e ss. do CDC. Sobre estas 
é bom saber que SÃO NULAS DE PLENO 
DIREITO. 
Em razão da vedação às práticas abusivas, 
se faz imperioso você também ter 
conhecimento da SEÇÃO II, CAPÍTULO 5, DO 
 
 
 
55 
 
CDC, QUE TRATA DA OFERTA (Art. 30 ao 35) 
e SEÇÃO III, DAPUBLICIDADE (Art. 36 ao 38). 
Vamos vê-las em sequência: 
DA OFERTA (Art. 30 e ss., do CDC) 
Toda informação ou publicidade, 
suficientemente precisa, veiculada por qualquer 
forma ou meio de comunicação com relação a 
produtos e serviços oferecidos ou apresentados, 
obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela 
se utilizar e integra o contrato que vier a ser 
celebrado. 
Portanto, A OFERTA FEITA VINCULA o 
fornecedor. 
As ofertas devem possuir informações corretas, 
claras, precisas, ser em língua portuguesa e 
apresentar as características, qualidades, 
quantidade, composição, preço, garantia, 
prazos de validade e origem, entre outros dados 
que garantam a saúde do consumidor. 
Fabricantes e importadores deverão assegurar a 
oferta de componentes e peças de reposição 
enquanto não cessar a fabricação ou 
importação do produto (Cessadas a produção 
ou importação, a oferta deverá ser mantida por 
período razoável de tempo). 
O fornecedor do produto ou serviço é 
solidariamente responsável pelos atos de seus 
prepostos (e empregados) ou representantes 
autônomos. 
Se o fornecedor de produtos ou serviços 
recusar cumprimento à oferta, apresentação 
ou publicidade, o consumidor poderá, 
alternativamente e à sua livre escolha: 
I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, 
nos termos da oferta, apresentação ou 
publicidade; 
II - aceitar outro produtoou prestação de serviço 
equivalente; 
III - rescindir o contrato, com direito à restituição 
de quantia eventualmente antecipada, 
monetariamente atualizada, e a perdas e danos 
PUBLICIDADE (Art. 36 e ss., do CDC) 
É proibida toda publicidade enganosa ou 
abusiva. 
É enganosa qualquer modalidade de 
informação ou comunicação de caráter 
publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, 
por qualquer outro modo, mesmo por omissão, 
capaz de induzir em erro o consumidor a 
respeito da natureza, características, qualidade, 
quantidade, propriedades, origem, preço e 
quaisquer outros dados sobre produtos e 
serviços. 
A publicidade é enganosa por omissão quando 
deixar de informar sobre dado essencial do 
produto ou serviço. 
Perceba: NÃO É QUALQUER DADO, MAS DADO 
ESSENCIAL! 
O ônus da prova da veracidade e correção da 
informação ou comunicação publicitária cabe a 
quem as patrocina. 
 
3. PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA 
O QUE VOCÊ DEVE SABER 
Estão previstas no artigo 26 e seguintes do CDC 
e estabelecem a popular GARANTIA LEGAL, 
acima comentada. 
O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou 
de fácil constatação caduca em (PRAZO 
DECADENCIAL): 
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de 
serviço e de produtos não duráveis; 
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento 
de serviço e de produtos duráveis. 
O início do prazo começa a partir da entrega 
efetiva do produto ou do término da execução 
dos serviços. 
A reclamação comprovadamente formulada 
pelo consumidor perante o fornecedor de 
produtos e serviços até a resposta negativa 
correspondente, que deve ser transmitida de 
 
 
 
56 
 
forma inequívoca e a instauração de inquérito 
civil, até seu encerramento OBSTAM A 
DECADÊNCIA! 
Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial 
inicia-se no momento em que ficar evidenciado 
o defeito. 
Prescreve em cinco anos a pretensão à 
reparação pelos danos causados por fato do 
produto ou do serviço, iniciando-se a contagem 
do prazo a partir do conhecimento do dano e de 
sua autoria. 
 
 
4. BÔNUS SOBRE O CDC – DENUNCIAÇÃO 
À LIDE E CHAMAMENTO AO PROCESSO 
O QUE VOCÊ DEVE SABER 
É proibida a DENUNCIAÇÃO À LIDE nas ações 
indenizatórias decorrentes de relação de 
consumo. 
O direito de regresso deve ser feito em ação 
autônoma. 
Nesse sentido: Art. 88, CDC: Na hipótese do art. 
13, parágrafo único deste código, a ação de 
regresso poderá ser ajuizada em processo 
autônomo, facultada a possibilidade de 
prosseguir-se nos mesmos autos, vedada a 
denunciação da lide. 
Sobre o acima visto, vejamos a jurisprudência: 
TJ-DF - 20100020174114 DF 0017411-
41.2010.8.07.0000 (TJ-DF) 
Jurisprudência•Data de publicação: 24/03/2011 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE 
REPARAÇÃO DE DANOS. DENUNCIAÇÃO DA 
LIDE. INDEFERIMENTO. CDC. DIREITO DE 
REGRESSO. AÇÃO AUTÔNOMA. I - A 
denunciação da lide não é cabível nas 
demandas oriundas de relação de consumo que 
se subordinam à responsabilidade objetiva, por 
ser incompatível com a sistemática do CDC. A 
lide secundária pressupõe o acréscimo de nova 
causa de pedir, retardando a marcha processual 
em prejuízo do consumidor. II - O indeferimento 
da denunciação da lide não acarreta perda do 
direito de regresso, que pode ser exercido em 
ação autônoma. III - Agravo de instrumento 
improvido. 
Preste atenção: O CHAMAMENTO AO 
PROCESSO É PERMITIDO NA HIPÓTESE DO 
ARTIGO 101, II, DO CDC. 
Nesse sentido: 
TJ-RJ - APELAÇÃO APL 01939547720128190004 
(TJ-RJ) 
Jurisprudência•Data de publicação: 27/08/2019 
APELAÇÃO. JULGAMENTO PREMATURO. 
DENUNCIAÇÃO DA LIDE. DESCABIMENTO. 
RELAÇÃO DE CONSUMO. CHAMAMENTO AO 
PROCESSO. POSSIBILIDADE. FUNGIBILIDADE. 
ANULAÇÃO DA SENTENÇA. Como cediço, 
mostra-se incabível a denunciação da lide nas 
ações que versem sobre relação de consumo, 
nos termos do art. 88 , do CDC . Por outro lado, 
é admissível o chamamento ao processo da 
seguradora pelo fornecedor de serviços, na 
forma do art. 101 , II , do diploma consumerista. 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
SEGUNDA DICA DO DIA 40 
1. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Responsável tributário é aquele que não tem 
relação direta e pessoal com o fato gerador da 
obrigação tributária, contudo, por disposição 
expressa em lei se torna responsável. 
A responsabilidade tributária se divide em: 
1. RESPONSABILIDADE POR SUBSTITUIÇÃO E 
POR TRANSFERÊNCIA 
 
A responsabilidade por substituição ,a sujeição 
passiva do responsável surge junto com a 
 
 
 
57 
 
ocorrência do fato gerador, podendo ela ser 
progressiva ( para frente) ou regressiva ( para 
trás). 
 
A responsabilidade por transferência no 
momento do surgimento da obrigação, 
determinada pessoa figura como sujeito 
passivo, contudo, num momento posterior, um 
evento definido em lei causa a modificação da 
pessoa que ocupa o polo passivo da obrigação, 
surgindo, assim, a figura do responsável, 
conforme definida em lei.Ela pode ser por 
sucessão, por solidariedade/ por terceiros. 
 
 Art. 128 do CTN- Sem prejuízo do disposto neste 
capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a 
responsabilidade pelo crédito tributário a 
terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da 
respectiva obrigação, excluindo a 
responsabilidade do contribuinte ou 
atribuindo-a a este em caráter supletivo do 
cumprimento total ou parcial da referida 
obrigação. 
 
2. RESPONSABILIDADE POR TRANSFERÊNCIA 
PARA SUCESSORES 
 
Art. 131. São pessoalmente responsáveis: 
I - O adquirente ou remitente, pelos tributos 
relativos aos bens adquiridos ou remidos; 
 II - O sucessor a qualquer título e o cônjuge 
meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus 
até a data da partilha ou adjudicação, limitada 
esta responsabilidade ao montante do quinhão 
do legado ou da meação; 
 III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de 
cujus até a data da abertura da sucessão. 
 
 Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado 
que resultar de fusão, transformação ou 
incorporação de outra ou em outra é 
responsável pelos tributos devidos até à data do 
ato pelas pessoas jurídicas de direito privado 
fusionadas, transformadas ou incorporadas. 
 Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-
se aos casos de extinção de pessoas jurídicas de 
direito privado, quando a exploração da 
respectiva atividade seja continuada por 
qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, 
sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma 
individual. 
 
 Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito 
privado que adquirir de outra, por qualquer 
título, fundo de comércio ou estabelecimento 
comercial, industrial ou profissional, e continuar 
a respectiva exploração, sob a mesma ou outra 
razão social ou sob firma ou nome individual, 
responde pelos tributos, relativos ao fundo ou 
estabelecimento adquirido, devidos até à data 
do ato: 
I - Integralmente, se o alienante cessar a 
exploração do comércio, indústria ou atividade; 
II - Subsidiariamente com o alienante, se este 
prosseguir na exploração ou iniciar dentro de 
seis meses a contar da data da alienação, nova 
atividade no mesmo ou em outro ramo de 
comércio, indústria ou profissão. 
 § 1o O disposto no caput deste artigo não se 
aplica na hipótese de alienação judicial: 
 I – Em processo de falência; 
 II – de filial ou unidade produtiva isolada, em 
processo de recuperação judicial. 
 § 2o Não se aplica o disposto no § 1o deste 
artigo quando o adquirente for: 
 I – Sócio da sociedade falida ou em 
recuperação judicial, ou sociedade controlada 
pelo devedor falido ou em recuperação judicial; 
 II – Parente, em linha reta ou colateral até o 
4o (quarto) grau, consanguíneo ou afim, do 
devedor falido ou em recuperação judicial ou 
de qualquer de seus sócios; ou 
 III – identificado como agente do falido ou do 
devedor em recuperação judicial com o objetivo 
de fraudar a sucessão tributária. 
 § 3o Em processo da falência, o produto da 
alienação judicial de empresa, filial ou unidade 
produtiva isolada permanecerá em conta de 
depósito à disposição do juízode falência pelo 
prazo de 1 (um) ano, contado da data de 
alienação, somente podendo ser utilizado para 
o pagamento de créditos extraconcursais ou de 
créditos que preferem ao tributário. 
 
3. RESPONSABILIDADE POR TRANSFERÊNCIA 
PARA TERCEIROS 
 
Art. 134. Nos casos de impossibilidade de 
exigência do cumprimento da obrigação 
 
 
 
58 
 
principal pelo contribuinte, respondem 
solidariamente com este nos atos em que 
intervierem ou pelas omissões de que forem 
responsáveis: 
- Os pais, pelos tributos devidos por seus filhos 
menores; 
- Os tutores e curadores, pelos tributos devidos 
por seus tutelados ou curatelados; III - os 
administradores de bens de terceiros, pelos 
tributos devidos por estes; 
- O inventariante, pelos tributos devidos pelo 
espólio; 
- o síndico e o comissário, pelos tributos devidos 
pela massa falida ou pelo concordatário; 
- Os tabeliães, escrivães e demais serventuários 
de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos 
praticados por eles, ou perante eles, em razão 
do seu ofício; 
- Os sócios, no caso de liquidação de sociedade 
de pessoas. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo só se 
aplica, em matéria de penalidades, às de caráter 
moratório. 
 
Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos 
créditos correspondentes a obrigações 
tributárias resultantes de atos praticados com 
excesso de poderes ou infração de lei, contrato 
social ou estatutos: 
- As pessoas referidas no artigo anterior; 
- Os mandatários, prepostos e empregados; 
- Os diretores, gerentes ou representantes de 
pessoas jurídicas de direito privado. 
 
STJ, Súmula 430: O inadimplemento da 
obrigação tributária pela sociedade não gera, 
por si só, a responsabilidade solidária do sócio-
gerente. 
 
Art. 138. A responsabilidade é excluída pela 
denúncia espontânea da infração, 
acompanhada, se for o caso, do pagamento do 
tributo devido e dos juros de mora, ou do 
depósito da importância arbitrada pela 
autoridade administrativa, quando o montante 
do tributo dependa de apuração. 
 
Parágrafo único. Não se considera espontânea a 
denúncia apresentada após o início de qualquer 
procedimento administrativo ou medida de 
fiscalização, relacionados com a infração. 
 
2. IMPOSTO FEDERAL 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Art. 153. Compete à União instituir impostos 
sobre: 
I - Importação de produtos estrangeiros; II 
II - Exportação, para o exterior, de produtos 
nacionais ou nacionalizados; IE 
III - renda e proventos de qualquer natureza; IR 
IV - Produtos industrializados; IPI 
V - Operações de crédito, câmbio e seguro, ou 
relativas a títulos ou valores mobiliários; IOF 
VI - Propriedade territorial rural; ITR 
VII - grandes fortunas, nos termos de lei 
complementar. IGF 
§ 1º É facultado ao Poder Executivo, atendidas 
as condições e os limites estabelecidos em lei, 
alterar as alíquotas dos impostos enumerados 
nos incisos I, II, IV e V. 
§ 2º O imposto previsto no inciso III: 
I - Será informado pelos critérios da 
generalidade, da universalidade e da 
progressividade, na forma da lei (IMPOSTO DE 
RENDA) 
II - Não incidirá, nos termos e limites fixados em 
lei, sobre rendimentos provenientes de 
aposentadoria e pensão, pagos pela previdência 
social da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios, a pessoa com idade superior a 
sessenta e cinco anos, cuja renda total seja 
constituída, exclusivamente, de rendimentos do 
trabalho. 
§ 3º O imposto previsto no inciso IV: IPI 
I - Será seletivo, em função da essencialidade do 
produto; 
II - Será não-cumulativo, compensando-se o que 
for devido em cada operação com o montante 
cobrado nas anteriores; 
III - não incidirá sobre produtos industrializados 
destinados ao exterior. 
IV - Terá reduzido seu impacto sobre a aquisição 
de bens de capital pelo contribuinte do imposto, 
na forma da lei. 
§ 4º O imposto previsto no inciso VI terá suas 
alíquotas fixadas de forma a desestimular a 
manutenção de propriedades improdutivas e 
 
 
 
59 
 
não incidirá sobre pequenas glebas rurais, 
definidas em lei, quando as explore, só ou com 
sua família, o proprietário que não possua outro 
imóvel. 
 
§ 4º O imposto previsto no inciso VI 
do capuT ITR 
I - Será progressivo e terá suas alíquotas fixadas 
de forma a desestimular a manutenção de 
propriedades improdutivas; 
II - Não incidirá sobre pequenas glebas rurais, 
definidas em lei, quando as explore o 
proprietário que não possua outro imóvel; 
III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios 
que assim optarem, na forma da lei, desde que 
não implique redução do imposto ou qualquer 
outra forma de renúncia fiscal. 
 
§ 5º O ouro, quando definido em lei como ativo 
financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se 
exclusivamente à incidência do imposto de que 
trata o inciso V do "caput" deste artigo, devido 
na operação de origem; a alíquota mínima será 
de um por cento, assegurada a transferência do 
montante da arrecadação nos seguintes 
termos: 
I - Trinta por cento para o Estado, o Distrito 
Federal ou o Território, conforme a origem; 
II - Setenta por cento para o Município de 
origem. 
 
 Art. 154. A União poderá instituir: 
I - Mediante lei complementar, impostos não 
previstos no artigo anterior, desde que sejam 
não-cumulativos e não tenham fato gerador ou 
base de cálculo próprios dos discriminados nesta 
Constituição; 
II - Na iminência ou no caso de guerra externa, 
impostos extraordinários, compreendidos ou 
não em sua competência tributária, os quais 
serão suprimidos, gradativamente, cessadas as 
causas de sua criação. 
 
Imposto de Importação (II) – aplicado em cada 
produto estrangeiro que entra em território 
nacional. Seu cálculo é feito tendo como base 
alíquotas que podem ser reajustadas pelo Poder 
Executivo devido a política cambial e o comércio 
exterior. Os contribuintes que pagam este 
imposto são o importador ou quem arrematar 
produtos apreendidos ou abandonados. Esse 
imposto possui função regulatória e não 
fiscalizatória. 
Seu fato gerador é a entrada da mercadoria no 
território nacional. São ainda considerados 
estrangeiros os equipamentos, as máquinas, os 
veículos, os aparelhos e os instrumentos, bem 
como as partes, as peças, os acessórios e os 
componentes, de fabricação nacional, 
adquiridos no mercado interno pelas empresas 
nacionais de engenharia, e exportados para a 
execução de obras contratadas no exterior, na 
hipótese de retornarem ao país. Dessa 
forma, também é considerada estrangeira a 
mercadoria nacional ou nacionalizada exportada 
que retornar ao país, salvo exceções abaixo 
relacionadas. 
1. enviada em consignação e não vendida no 
prazo autorizado 
2. devolvida por motivo de defeito técnico, 
para reparo ou para substituição 
3. por motivo de modificações na sistemática 
de importação por parte do país importador 
4. por motivo de guerra ou de calamidade 
pública 
5. por outros fatores alheios à vontade do 
exportador 
Não incidência do II: 
O Imposto de Importação não incidirá sobre: 
1. mercadoria estrangeira que, corretamente 
descrita nos documentos de transporte, 
chegar ao país por erro inequívoco ou 
comprovado de expedição, e que for 
redestinada ou devolvida para o exterior; 
2. mercadoria estrangeira idêntica, em igual 
quantidade e valor, e que se destine a 
reposição de outra anteriormente 
importada que se tenha revelado, após o 
desembaraço aduaneiro, defeituosa ou 
imprestável para o fim a que se destinava, 
 
 
 
60 
 
desde que observada a regulamentação 
editada pelo Ministério da Fazenda (ou 
Economia); 
3. mercadoria estrangeira que tenha sido 
objeto da pena de perdimento, exceto na 
hipótese em que não seja localizada, tenha 
sido consumida ou revendida; 
4. mercadoria estrangeira devolvida para o 
exterior antes do registro da Declaração de 
Importação, observada a regulamentação 
editada pelo Ministério da Fazenda (ou 
Economia); 
5. embarcações construídas no Brasil e 
transferidas por matriz de empresa 
brasileira de navegaçãopara subsidiária 
integral no exterior, que retornem ao 
registro brasileiro, como propriedade da 
mesma empresa nacional de origem; 
6. mercadoria estrangeira destruída, sob 
controle aduaneiro, sem ônus para a 
Fazenda Nacional, antes de 
desembaraçada; e 
7. mercadoria estrangeira em trânsito 
aduaneiro de passagem, acidentalmente 
destruída. 
Imposto de Exportação (IE) – aplicado em cada 
produto que sai do nosso país e que é 
encaminhado para território estrangeiro. Da 
mesma forma que ocorre com o II, sua base de 
cálculo é sobre alíquotas que podem ser 
ajustadas. É um imposto regulatório, não sendo 
fiscal. 
O contribuinte do IE é o exportador ou quem a 
lei a ele equiparar, seu fato gerador é a saída de 
mercadoria do país. 
Observações sobre o IE: 
 COFINS: não incide sobre as receitas 
decorrentes de exportação; 
drawback: regime aduaneiro de isenção, 
restituição ou suspensão de tributos que 
incidem nos produtos utilizados no processo 
produtivo de bens com a finalidade de 
exportação; 
ICMS: não incide sobre as operações de 
exportações; 
IOF: alíquota de 0% às operações de câmbio 
vinculadas à exportação (aplicável a outros tipos 
de serviços e bens); 
IPI: os produtos exportados estão isentos do 
Imposto Sobre Produtos Industrializados; 
PIS: todas as receitas de exportação são isentas 
da contribuição para o Programa de Integração 
Social; 
Imposto de Renda (IR) – é um imposto sobre os 
rendimentos, ou seja, sobre o que a pessoa 
ganha. E ainda acompanha a sua evolução 
patrimonial. Para fazer esse acompanhamento, 
o governo solicita aos trabalhadores e empresas 
que informem para a Receita Federal quais são 
seus ganhos anuais. 
O fato gerador do Imposto de Renda, conforme 
o artigo 43 do Código Tributário Nacional, é a 
aquisição da disponibilidade econômica ou 
jurídica de renda ou de proventos de qualquer 
natureza. A incidência do imposto independe da 
denominação da receita ou do rendimento, da 
localização, condição jurídica ou nacionalidade 
da fonte, da origem e da forma de percepção, ou 
seja, o dinheiro oriundo do tráfico de drogas 
apesar de ser ilícito é tributável e sujeito a 
incidência do Imposto de renda. 
Imposto sobre Propriedade Territorial Rural 
(ITR) – É cobrado anualmente das propriedades 
rurais e seu valor varia de acordo com o 
tamanho da propriedade e com a sua utilização. 
Quanto maior a quantidade de terra sem 
utilização em uma propriedade, maior o 
imposto que deve ser pago por ela. O 
contribuinte do imposto é o proprietário do 
imóvel, o titular de seu domínio útil, ou o seu 
possuidor a qualquer título. 
O ITR é um tributo de competência da União 
Federal (art. 153, VI, da CF), mas com a 
 
 
 
61 
 
possibilidade de ter a sua fiscalização e cobrança 
assumida pelos Municípios que assim 
desejarem, mediante a celebração de convênio 
com a União Federal 
 Será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de 
forma a desestimular a manutenção de 
propriedades improdutivas; não incidirá sobre 
pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando 
as explore o proprietário que não possua outro 
imóvel; Será fiscalizado e cobrado pelos 
Municípios que assim optarem, na forma da lei, 
desde que não implique redução do imposto ou 
qualquer outra forma de renúncia fiscal. 
IPI- IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE 
INDUSTRIAL:O imposto, de competência da 
União, sobre produtos industrializados tem 
como fato gerador: 
 I - O seu desembaraço aduaneiro, quando 
de procedência estrangeira; 
 II - A sua saída dos estabelecimentos a que 
se refere o parágrafo único do artigo 51; 
 III - a sua arrematação, quando apreendido 
ou abandonado e levado a leilão. 
 Parágrafo único. Para os efeitos deste 
imposto, considera-se industrializado o produto 
que tenha sido submetido a qualquer operação 
que lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou 
o aperfeiçoe para o consumo. 
 Art. 47. A base de cálculo do imposto é: 
 I - No caso do inciso I do artigo anterior, o 
preço normal, como definido no inciso II do 
artigo 20, acrescido do montante: 
 a) do imposto sobre a importação; 
 b) das taxas exigidas para entrada do 
produto no País; 
 c) dos encargos cambiais efetivamente 
pagos pelo importador ou dele exigíveis; 
 II - no caso do inciso II do artigo anterior: 
 a) o valor da operação de que decorrer a 
saída da mercadoria; 
 b) na falta do valor a que se refere a alínea 
anterior, o preço corrente da mercadoria, ou sua 
similar, no mercado atacadista da praça do 
remetente; 
 III - no caso do inciso III do artigo anterior, o 
preço da arrematação. 
 Art. 48. O imposto é seletivo em função da 
essencialidade dos produtos. 
 Art. 49. O imposto é não-cumulativo, 
dispondo a lei de forma que o montante devido 
resulte da diferença a maior, em determinado 
período, entre o imposto referente aos produtos 
saídos do estabelecimento e o pago 
relativamente aos produtos nele entrados. 
 Parágrafo único. O saldo verificado, em 
determinado período, em favor do contribuinte 
transfere-se para o período ou períodos 
seguintes. 
 Art. 50. Os produtos sujeitos ao imposto, 
quando remetidos de um para outro Estado, ou 
do ou para o Distrito Federal, serão 
acompanhados de nota fiscal de modelo 
especial, emitida em séries próprias e contendo, 
além dos elementos necessários ao controle 
fiscal, os dados indispensáveis à elaboração da 
estatística do comércio por cabotagem e demais 
vias internas. 
 Art. 51. Contribuinte do imposto é: 
 I - O importador ou quem a lei a ele 
equiparar; 
 II - O industrial ou quem a lei a ele 
equiparar; 
 III - o comerciante de produtos sujeitos ao 
imposto, que os forneça aos contribuintes 
definidos no inciso anterior; 
 IV - O arrematante de produtos apreendidos 
ou abandonados, levados a leilão. 
 Parágrafo único. Para os efeitos deste 
imposto, considera-se contribuinte autônomo 
qualquer estabelecimento de importador, 
industrial, comerciante ou arrematante. 
 
 
 
62 
 
IOF- Imposto sobre operações financeiras: É 
um imposto federal pago por pessoas físicas e 
jurídicas em qualquer operação financeira, 
como operações de crédito, câmbio, seguro ou 
operações de títulos e valores mobiliários. 
 Exemplo de incidência: Usar o cartão 
de crédito em compras fora do país 
(online ou presencialmente); 
 Comprar ou vender moeda 
estrangeira; 
 Fazer 
um empréstimo ou financiamento; 
 Usar o cheque especial ou crédito 
rotativo; 
 Resgatar um investimento; 
 Fazer um seguro. 
 O ouro, quando definido em lei como ativo 
financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se 
exclusivamente à incidência do IOF devido na 
operação de origem; a alíquota mínima será de 
um por cento, assegurada a transferência do 
montante da arrecadação nos seguintes 
termos: 
I - Trinta por cento para o Estado, o Distrito 
Federal ou o Território, conforme a origem; 
II - Setenta por cento para o Município de 
origem. 
Obs. o STF entende que é indevida a incidência 
do imposto sobre créditos nas operações de 
saque de cadernetas de poupança e de 
depósitos judiciais, por não envolverem 
qualquer negócio de crédito. 
IGF- IMPOSTO SOBRE GRANDES FORTUNAS O 
Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF) é 
um tributo previsto pela primeira vez 
na Constituição Federal de 1988, mas ainda não 
regulamentado. A incidência do imposto seria 
sobre o patrimônio considerado grande fortuna. 
 
3. IMPOSTOS ESTADUAIS 
O QUE VOCE DEVE SABER: 
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito 
Federal instituir impostos sobre: 
- transmissão causa mortis e doação, de 
quaisquer bens ou direitos; - ITCMD 
- operações relativas à circulação de 
mercadorias e sobre prestações de serviços de 
transporte interestadual e intermunicipal e de 
comunicação, ainda que as operações e as 
prestações se iniciem no exterior; ICMS 
- propriedade de veículos automotores. – IPVA 
 
Compete aoSenado Federal: 
-Estabelecer as alíquotas máximas do ITCMD; 
-Estabelecer as alíquotas do ICMS aplicáveis às 
operações e prestações interestaduais 
(iniciativa= PR ou 1/3 dos SF / aprovação = 
maioria absoluta); 
-Estabelecer alíquotas do ICMS aplicáveis nas 
exportações (hipótese tacitamente revogada 
pela EC 42/2003, que excluiu da incidência do 
ICMS todas as exportações de mercadorias para 
o exterior); 
-Facultativamente estabelecer as alíquotas 
mínimas e máximas do ICMS nas operações e 
prestações internas (alíquota mínima – iniciativa 
= 1/3 / aprovação = maioria absoluta ; alíquota 
máxima – iniciativa = maioria absoluta / 
aprovação = 2/3); 
-Estabelecer as alíquotas mínimas do IPVA. 
 
ITCMD- O fato gerador do ITCMD é a 
transmissão causa mortis de imóveis e doação 
de qualquer bem ou direito. Ou seja, sempre 
que os herdeiros recebem um imóvel (casa, 
apartamento ou outra edificação ou terreno) em 
decorrência do falecimento do proprietário, eles 
devem recolher o tributo nas alíquotas previstas 
em seu estado. 
 
É importante esclarecer que o recolhimento do 
imposto é de responsabilidade de quem está 
recebendo o bem ou direito. De acordo com a 
legislação, o valor deve ser pago pelo 
contribuinte nas seguintes situações: 
 Na transmissão “causa mortis”: o 
herdeiro ou o legatário 
 Na doação: o donatário 
 
 
 
63 
 
 Na cessão de herança ou de bem ou 
direito a título não oneroso: o 
cessionário 
 No fideicomisso: o fiduciário 
Art. 155 da CF- Compete aos Estados e ao 
Distrito Federal instituir impostos sobre: 
I - Transmissão causa mortis e doação, de 
quaisquer bens ou direitos; 
 
A quem compete o recolhimento do ITCMD? 
 
Relativamente a bens imóveis e respectivos 
direitos, compete ao Estado da situação do 
bem, ou ao Distrito Federal 
 
Relativamente a bens móveis, títulos e 
créditos, compete ao Estado onde se processar 
o inventário ou arrolamento, ou tiver 
domicílio o doador, ou ao Distrito Federal; 
 
 Terá competência para sua instituição 
regulada por lei complementar: 
 
a) se o doador tiver domicilio ou residência no 
exterior; 
 
b) se o de cujus possuía bens, era residente ou 
domiciliado ou teve o seu inventário 
processado no exterior; 
 
IV - Terá suas alíquotas máximas fixadas pelo 
Senado Federal; 
 
OBS: O imposto não incidirá na renúncia pura e 
simples de eventual herança, pois considera-se 
não efetivado o negócio jurídico. Na renúncia 
com encargo (aquela em que a parte renuncia 
mediante alguma contraprestação ou 
compensação), não haverá a incidência do 
imposto estadual, e sim, eventualmente, do 
imposto municipal, envolvendo bens imóveis. 
No caso de renúncia translativa (o renunciante 
determina em favor de quem a sua quota-parte 
deve ser destinada), haverá a incidência do 
tributo, na modalidade doação, em virtude da 
disposição patrimonial. 
 
ICMS =IMPOSTO SOBRE A CIRCULAÇÃO DE 
MERCADORIAS E SERVIÇOS DE COMUNICAÇÃO 
E TRANSPORTE INTERESTADUAL E 
INTERMUNICIPAL 
 
O fato gerador do ICMS é o momento da saída 
da mercadoria da empresa ou o início da 
prestação do serviço. Segundo a Constituição 
25% do produto do ICMS deve ser repartido aos 
Municípios do Estado, sendo ¾ do valor na 
proporção do valor adicionado nas operações 
realizadas em seu território e ¼ conforme 
dispuser a lei estadual. 
 
O ICMS será não cumulativo, compensando-se o 
que é devido em cada operação com o montante 
cobrado nas anteriores; 
 
 A isenção ou não incidência não implicará em 
crédito para compensação com o montante de 
operações seguintes, e acarretará a anulação do 
crédito relativo a operações anteriores; 
 
É possível que lei local preveja regime especial 
de tributação ao contribuinte, com renúncia ao 
direito de creditamento. 
 
Não incide ICMS sobre: 
a) a mera circulação física da mercadoria 
(Súmula 166 STJ) 
b) comodato - empréstimo gratuito de coisas 
não fungíveis (Súmula 573 STF) 
c) operações societárias, como fusão, cisão, 
incorporação e integralização de capital, 
mediante cessão de bens. 
d) venda eventual de mercadoria. 
 e) alienação de salvados de sinistro pelas 
seguradoras (Súmula Vinculante 32) 
 f) o valor referente a negócio acessório de 
garantia estendida. 
g) fornecimento de água encanada, que é um 
serviço público 
h) entrega, pelo próprio contribuinte, em 
veículos de sua propriedade, das mercadorias 
comercializadas. É preciso que exista um 
contrato autônomo de prestação de serviço de 
transporte, também conhecido como “frete”, 
diverso do contrato de compra e venda 
preexistente. 
 
 
 
64 
 
 i) transporte realizado dentro dos estritos 
limites do município - inframunicipal (incide ISS). 
j) transporte aéreo, seja de carga ou 
passageiros. 
 
Haverá incidência do ICMS-Comunicação 
quando da prestação de serviços onerosos: 
 
 a) de telefonia (móvel e fixa), pelas 
concessionárias de serviço público; 
 b) de radiodifusão sonora de sons e imagens, 
pelas operadoras de TV a cabo (pagas); 
 c) de propaganda, por meio de painéis e 
outdoors espalhados pela cidade. 
d) tarifa de assinatura básica mensal cobrada 
pelas empresas de telefonia, 
INDEPENDENTEMENTE da FRANQUIA de 
MINUTOS concedida ou não ao usuário; 
 
Conforme a lei nº87 de 1996 
 
Art. 2° O imposto incide sobre: 
 I - Operações relativas à circulação de 
mercadorias, inclusive o fornecimento de 
alimentação e bebidas em bares, restaurantes e 
estabelecimentos similares; 
 II - Prestações de serviços de transporte 
interestadual e intermunicipal, por qualquer via, 
de pessoas, bens, mercadorias ou valores; 
 III - prestações onerosas de serviços de 
comunicação, por qualquer meio, inclusive a 
geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a 
retransmissão, a repetição e a ampliação de 
comunicação de qualquer natureza; 
 IV - Fornecimento de mercadorias com 
prestação de serviços não compreendidos na 
competência tributária dos Municípios; 
 V - Fornecimento de mercadorias com 
prestação de serviços sujeitos ao imposto sobre 
serviços, de competência dos Municípios, 
quando a lei complementar aplicável 
expressamente o sujeitar à incidência do 
imposto estadual. 
 
§ 1º O imposto incide também: 
 I - Sobre a entrada de mercadoria 
importada do exterior, por pessoa física ou 
jurídica, ainda quando se tratar de bem 
destinado a consumo ou ativo permanente do 
estabelecimento; 
 I – Sobre a entrada de mercadoria ou bem 
importados do exterior, por pessoa física ou 
jurídica, ainda que não seja contribuinte 
habitual do imposto, qualquer que seja a sua 
finalidade 
 II - Sobre o serviço prestado no exterior ou 
cuja prestação se tenha iniciado no exterior; 
 III - sobre a entrada, no território do Estado 
destinatário, de petróleo, inclusive lubrificantes 
e combustíveis líquidos e gasosos dele 
derivados, e de energia elétrica, quando não 
destinados à comercialização ou à 
industrialização, decorrentes de operações 
interestaduais, cabendo o imposto ao Estado 
onde estiver localizado o adquirente. 
 
 § 2º A caracterização do fato gerador 
independe da natureza jurídica da operação 
que o constitua. 
 
Art. 4º Contribuinte é qualquer pessoa, física ou 
jurídica, que realize, com habitualidade ou em 
volume que caracterize intuito comercial, 
operações de circulação de mercadoria ou 
prestações de serviços de transporte 
interestadual e intermunicipal e de 
comunicação, ainda que as operações e as 
prestações se iniciem no exterior. 
 
Art. 6o Lei estadual poderá atribuir a 
contribuinte do imposto ou a depositário a 
qualquer título a responsabilidade pelo seu 
pagamento, hipótese em que assumirá a 
condição de substituto tributário. 
 
§ 1º A responsabilidade a que se refere o art. 6º 
poderá ser atribuída: 
 I - Ao contribuinte que realizar operação 
interestadual com petróleo, inclusive 
lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos 
dele derivados, em relação às operações 
subsequentes; 
 II - Às empresas geradoras ou distribuidoras 
de energiaelétrica, nas operações internas e 
interestaduais, na condição de contribuinte ou 
de substituto tributário, pelo pagamento do 
imposto, desde a produção ou importação até a 
última operação, sendo seu cálculo efetuado 
sobre o preço praticado na operação final, 
 
 
 
65 
 
assegurado seu recolhimento ao Estado onde 
deva ocorrer essa operação. 
 § 2º Nas operações interestaduais com as 
mercadorias de qu do parágrafo anterior, que 
tenham como destinatário consumidor final, o 
imposto incidente na operação será devido ao 
Estado onde estiver localizado o adquirente e 
será pago pelo remetente. 
 
SITUAÇÃO 
Quando a pessoa tiver adquirido o 
produto/serviço como consumidor final e for 
contribuinte do ICMS. 
ALÍQUOTAS APLICÁVEIS 
Duas: 1º) Alíquota interestadual; 2º) Diferença 
entre a alíquota interna e a interestadual. 
QUEM FICA COM O ICMS? 
Os dois Estados. 
 * O Estado de origem fica com o valor obtido 
com a alíquota interestadual. 
* O Estado de destino fica com o valor obtido 
com a diferença entre a sua alíquota interna e 
a alíquota interestadual. Obs.: o adquirente 
(destinatário) do produto ou serviço é quem 
deverá fazer o recolhimento do imposto 
correspondente à diferença entre a alíquota 
interna e a interestadual. 
 
SITUAÇÃO 
 Quando o adquirente for consumidor final da 
mercadoria comprada e não for contribuinte do 
ICMS. 
ALÍQUOTAS APLICÁVEIS 
Duas: 1º) Alíquota interestadual; 
2º) Diferença entre a alíquota interna e a 
interestadual. Os dois Estados. 
QUEM FICA COM O ICMS? 
 O Estado de origem fica com o valor obtido 
com a alíquota interestadual. 
 O Estado de destino fica com o valor obtido 
com a diferença entre a sua alíquota interna e a 
alíquota interestadual. Vale ressaltar, no 
entanto, que, até 2019, o Estado de destino irá 
dividir esse valor como Estado de origem em 
uma tabela de transição prevista no art. 99 do 
ADCT Obs.: o remetente do produto ou serviço 
é quem deverá fazer o recolhimento do imposto 
correspondente à diferença entre a alíquota 
interna e a interestadual. 
 
SITUAÇÃO 
Quando o adquirente não for o consumidor final 
do produto adquirido. 
ALÍQUOTAS APLICÁVEIS 
 Interestadual 
QUEM FICA COM O ICMS? 
Estado de origem. Aplica-se a alíquota 
interestadual, mas o valor ficará todo com o 
Estado de origem. 
 
IPVA-IMPOSTO SOBRE VEÍCULOS 
AUTOMOTORES 
Está previsto no art. 155, III, da CF, sendo 
regulamentado pelas legislações estaduais 
específicas. 
O CTN nada dispõe a respeito de tal tributo. 
Respeita, como regra, todos os princípios 
constitucionais tributários. Há, contudo, 
exceção parcial ao princípio da anterioridade, já 
que a definição da base de cálculo do tributo não 
se sujeita ao princípio da anterioridade 
nonagesimal (90 dias). 
 O IPVA incide sobre a propriedade de veículos 
automotores de qualquer espécie. Considera-se 
ocorrido o fato gerador no momento da 
primeira aquisição (veículo novo), na data do 
desembaraço (veículo importado) ou 
anualmente (veículos usados). A simples posse 
ou utilização de veículo não é fato gerador do 
tributo. 
 
Súmula 585/STJ: A responsabilidade solidária do 
ex-proprietário, prevista no art. 134 do Código 
de Trânsito Brasileiro – CTB, não abrange o IPVA 
incidente sobre o veículo automotor, no que se 
refere ao período posterior à sua alienação. 
Base de cálculo: valor venal. 
Súmula 331-STF: É legítima a incidência do 
imposto de transmissão "causa mortis" no 
inventário por morte presumida 
Súmula 112-STF: O imposto de transmissão 
"causa mortis" é devido pela alíquota vigente ao 
tempo da abertura da sucessão. 
Súmula 113-STF: O imposto de transmissão 
"causa mortis" é calculado sobre o valor dos 
bens na data da avaliação. 
Súmula 114-STF: O imposto de transmissão 
"causa mortis" não é exigível antes da 
homologação do cálculo. 
 
 
 
66 
 
 Súmula 585 STJ: A responsabilidade solidária do 
ex-proprietário, prevista no art. 134 do Código 
de Trânsito Brasileiro – CTB, não abrange o IPVA 
incidente sobre o veículo automotor, no que se 
refere ao período posterior à sua alienação 
Súmula 649-STJ: Não incide ICMS sobre o 
serviço de transporte interestadual de 
mercadorias destinadas ao exterior 
Súmula 166/STJ: “Não constitui fato gerador do 
ICMS o simples deslocamento de mercadoria de 
um para outro estabelecimento do mesmo 
contribuinte”. 
4. IMPOSTOS MUNICIPAIS 
O QUE VOCE DEVE SABER: 
Art. 156. Compete aos Municípios instituir 
impostos sobre: 
I - Propriedade predial e territorial urbana; 
IPTU 
II - Transmissão "inter vivos", a qualquer título, 
por ato oneroso, de bens imóveis, por 
natureza ou acessão física, e de direitos reais 
sobre imóveis, exceto os de garantia, bem 
como cessão de direitos a sua aquisição; ITBI 
III - serviços de qualquer natureza, não 
compreendidos no art. 155, II, definidos em lei 
complementar ISS 
 
§ 2º O imposto previsto no inciso II: 
 
I - Não incide sobre a transmissão de bens ou 
direitos incorporados ao patrimônio de pessoa 
jurídica em realização de capital, nem sobre a 
transmissão de bens ou direitos decorrente de 
fusão, incorporação, cisão ou extinção de 
pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a 
atividade preponderante do adquirente for a 
compra e venda desses bens ou direitos, locação 
de bens imóveis ou arrendamento mercantil; 
 
II - Compete ao Município da situação do bem. 
 
Súmula 614-STJ: O locatário não possui 
legitimidade ativa para discutir a relação 
jurídico-tributária de IPTU e de taxas referentes 
ao imóvel alugado nem para repetir indébito 
desses tributos. 
Súmula 656 STF: É inconstitucional a lei que 
estabelece alíquotas progressivas para o 
imposto de transmissão inter vivos de bens 
imóveis - ITBI com base no valor venal do imóvel. 
 
Transmissão CAUSA MORTIS = ITCMD 
Transmissão INTER VIVOS GRATUITO = ITCMD 
Transmissão INTER VIVOS ONEROSO = ITBI 
 
IPTU-IMPOSTO PREDIAL E TERRITORIAL 
URBANO 
 
Art. 32. O imposto, de competência dos 
Municípios, sobre a propriedade predial e 
territorial urbana tem como fato gerador a 
propriedade, o domínio útil ou a posse de bem 
imóvel por natureza ou por acessão física, como 
definido na lei civil, localizado na zona urbana do 
Município. 
 
 § 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se 
como zona urbana a definida em lei municipal; 
observado o requisito mínimo da existência de 
melhoramentos indicados em pelo menos 2 
(dois) dos incisos seguintes, construídos ou 
mantidos pelo Poder Público: 
 I - Meio-fio ou calçamento, com canalização de 
águas pluviais; 
II - Abastecimento de água; 
III - sistema de esgotos sanitários; 
IV - Rede de iluminação pública, com ou sem 
posteamento para distribuição domiciliar; 
V - Escola primária ou posto de saúde a uma 
distância máxima de 3 (três) quilômetros do 
imóvel considerado. 
 § 2º A lei municipal pode considerar urbanas as 
áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana, 
constantes de loteamentos aprovados pelos 
órgãos competentes, destinados à habitação, à 
indústria ou ao comércio, mesmo que 
localizados fora das zonas definidas nos termos 
do parágrafo anterior 
 
O imposto pode ser progressivo em razão do 
valor do imóvel e ter alíquotas diferentes de 
acordo com a localização e o uso do imóvel. 
 
Súmula 614/STJ: O locatário não possui 
legitimidade ativa para discutir a relação 
jurídico-tributária de IPTU e de taxas referentes 
 
 
 
67 
 
ao imóvel alugado nem para repetir indébito 
desses tributos 
 
INFO 860/STF: Empresa privada com finalidade 
lucrativa e que for arrendatária de imóvel 
público não goza de imunidade tributária. A 
imunidade recíproca, prevista no art. 150, VI, 
“a”, da Constituição Federal, não se stende a 
empresa privada arrendatária de imóvel 
público, quando seja ela exploradora de 
atividade econômica com fins lucrativos. Nessa 
hipótese é constitucional a cobrança do IPTU 
pelo Município. STF. Plenário. RE 594015/DF, 
Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 6/4/2017 
(repercussão geral) (Info 860). 
 
Súmula vinculante 52: Ainda quando alugado a 
terceiros,permanece imune ao IPTU o imóvel 
pertencente a qualquer das entidades referidas 
pelo art. 150, VI, “c”, da Constituição Federal, 
desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas 
atividades para as quais tais entidades foram 
constituídas. 
 
ITBI- IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO DE BENS 
IMÓVEIS 
Compete aos Municípios instituir impostos 
sobre: Transmissão "inter vivos", a qualquer 
título, por ato oneroso, de bens imóveis, por 
natureza ou acessão física, e de direitos reais 
sobre imóveis, exceto os de garantia, bem 
como cessão de direitos a sua aquisição. 
 
OBS. não incide sobre a transmissão de bens ou 
direitos incorporados ao patrimônio de pessoa 
jurídica em realização de capital, nem sobre a 
transmissão de bens ou direitos decorrente de 
fusão, incorporação, cisão ou extinção de 
pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a 
atividade preponderante do adquirente for a 
compra e venda desses bens ou direitos, locação 
de bens imóveis ou arrendamento mercantil; 
 
OBS: compete ao Município da situação do 
bem. 
 
Na arrematação em hasta pública a base de 
cálculo do imposto é o valor da alienação, ainda 
que inferior ao da avaliação do imóvel (REsp 
1.188.655). 
 
Súmula 470/STF: O imposto de transmissão 
“inter vivos” não incide sobre a construção, ou 
parte dela, realizada, inequivocamente, pelo 
promitente comprador, mas sobre o valor do 
que tiver sido construído antes da promessa de 
venda. 
 
Súmula 110/STF: O imposto de transmissão 
“inter vivos” não incide sobre a construção, ou 
parte dela, realizada pelo adquirente, mas sobre 
o que tiver sido construído ao tempo da 
alienação do terreno 
 
ISS- 
Segundo a CF/88, são dois os requisitos para a 
incidência do ISSQN: Previsão do serviço em Lei 
Complementar e que não se enquadrem como 
“prestações de serviços de transporte 
interestadual e intermunicipal e de 
comunicação”. 
 Segundo a jurisprudência, para a caracterização 
de serviço deve existir uma obrigação de fazer a 
ser prestada pelo contratado, o que afasta a 
incidência de atividades como a locação de bens 
móveis. 
OBS: O imposto não incide sobre exportações 
de serviços. 
 
Operações Mistas? Operações mistas são 
atividades em que é prestado serviço em 
conjunto com o fornecimento de mercadorias, o 
que potencialmente pode gerar um conflito 
tributário, já que o ICMS é de competência dos 
Estados e o ISSQN é de competência dos 
Municípios. 
 Logo, quando ocorre as operações mistas, o que 
vai determinar qual tributo incide é a previsão 
ou não na LC 116/03, que regulamenta o ISS, 
sendo possível que existam três situações: 
 
1- OPERAÇÃO MISTA PREVISTA NA LC 116/03 
ICMS Incide apenas o ISSQN e a base de cálculo 
englobam tanto o serviço prestado quanto as 
mercadorias fornecidas. 
 
2-OPERAÇÃO MISTA NÃO PREVISTA NA LC 
116/03- Incide apenas o ICMS e a base de 
cálculo englobam tanto o serviço prestado 
quanto as mercadorias fornecidas. 
 
 
 
68 
 
 
3- OPERAÇÃO MISTA PREVISTA NA LC 116/03, 
MAS COM RESSALVA EXPRESSA SOBRE A 
INCIDÊNCIA DO Incide o ISSQN sobre o serviço 
prestado e o ICMS sobre as mercadorias 
ressalvadas. É o caso da construção civil (item 
7.02) 
 
A regra geral é que o imposto será devido no 
local de estabelecimento do prestador. 
 
“Considera-se estabelecimento prestador o 
local onde o contribuinte desenvolva a atividade 
de prestar serviços, de modo permanente ou 
temporário, e que configure unidade econômica 
ou profissional, sendo irrelevantes para 
caracterizá-lo as denominações de sede, filial, 
agência, posto de atendimento, sucursal, 
escritório de representação ou contato ou 
quaisquer outras que venham a ser utilizadas.” 
 
Ocorre, que a própria LC traz inúmeras 
exceções para esta regra. As mais cobradas 
pela FGV são: 
a) no caso de construção civil é devido no local 
de execução da obra; 
b) pedágios em rodovias, considera-se ocorrido 
o fato gerador e devido o imposto em cada 
Município em cujo território haja extensão de 
rodovia explorada 
 
Súmula 163/STJ: O fornecimento de 
mercadorias com a simultânea prestação de 
serviços em bares, restaurantes e 
estabelecimentos similares constitui fato 
gerador do ICMS a incidir sobre o valor total da 
operação. 
 Súmula 274/STJ: O ISS incide sobre o valor dos 
serviços de assistência médica, incluindo-se 
neles as refeições, os medicamentos e as diárias 
hospitalares. 
 
Incide ISS (e não ICMS) sobre o serviço de 
montagem de pneus, ainda que a sociedade 
empresária também forneça os pneus utilizados 
na montagem. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1307824-SP, Rel. Min. 
Mauro Campbell Marques, julgado em 
27/10/2015 (Info 573) 
 
Qual é o Município competente para a cobrança 
de ISS sobre operações de arrendamento 
mercantil se a sede da empresa prestadora é em 
um local e a prestação de serviços em outro? 
• na vigência do Decreto-Lei 406/68: o ISS era 
devido ao Município onde estivesse sediado o 
estabelecimento prestador. 
• A partir da LC 116/2003: o ISS é devido para o 
Município onde o serviço é efetivamente 
prestado. 
STJ. 1ª Seção. REsp 1060210-SC, Rel. Min. 
Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 
28/11/2012. 
 
É inconstitucional a incidência do Imposto 
sobre Circulação de Mercadorias e Prestação 
de Serviços de Transporte Interestadual e 
Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) sobre 
o licenciamento ou cessão do direito de uso de 
programas de computador. (o que deverá ser 
cobrado é o ISS) 
STF. Plenário. ADI 5576/SP, Rel. Min. Roberto 
Barroso, julgado em 2/8/2021 (Info 1024). 
 
É incompatível com a Constituição Federal 
disposição normativa a prever a obrigatoriedade 
de cadastro, em órgão da Administração 
municipal, de prestador de serviços não 
estabelecido no território do Município e 
imposição ao tomador da retenção do Imposto 
Sobre Serviços – ISS quando descumprida a 
obrigação acessória. 
STF. Plenário. RE 1167509/SP, Rel. Min. Marco 
Aurélio, julgado em 27/2/2021 (Repercussão 
Geral – Tema 1020) (Info 1007). 
 
É constitucional a incidência de ISS sobre 
serviços de distribuição e venda de bilhetes e 
demais produtos de loteria, bingos, cartões, 
pules ou cupons de apostas, sorteios e prêmios 
(item 19 da Lista de Serviços Anexa à Lei 
Complementar 116/2003). Nesta situação, a 
base de cálculo do ISS é o valor a ser 
remunerado pela prestação do serviço, 
independentemente da cobrança de ingresso, 
não podendo corresponder ao valor total da 
aposta. 
STF. Plenário. RE 634764, Rel. Gilmar Mendes, 
julgado em 08/06/2020 (Repercussão Geral – 
Tema 700) (Info 984) 
 
 
 
69 
 
 
A prestação de serviços de marketing é fato 
gerador de ISS. 
A base de cálculo do ISS, nos termos da LC nº 
116/2003 é o PREÇO DO SERVIÇO, ou seja, todos 
os valores pagos pelo tomador ao prestador pela 
utilidade oferecida. 
Logo, a base de cálculo do ISS, na prestação de 
serviços de marketing, é o valor global cobrado 
pelos serviços, não sendo legítima a dedução 
(desconto) dos valores recebidos a título de 
reembolso por ausência de previsão legal. 
STJ. 1ª Turma. AREsp 227724-SP, Rel. Min. 
Benedito Gonçalves, julgado em 20/11/2012 
 
Não configura fato gerador de ICMS o mero 
deslocamento de mercadorias entre 
estabelecimentos do mesmo titular, 
independentemente de estarem localizados na 
mesma unidade federativa ou em estados-
membros diferentes. 
STF. Plenário. ADC 49/RN, Rel. Min. Edson 
Fachin, julgado em 16/4/2021 (Info 1013). 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL 
DICA DO DIA 41 
1. RECUPERAÇÃO E FALÊNCIA 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
1. RECUPERAÇÃO: 
A lei nº 11.101/05 sofreu inúmeras alterações 
trazidas pela lei nº 14.112/2020. 
ART.. 1º Esta Lei disciplina a recuperação 
judicial, a recuperação extrajudicial e a falência 
do empresário e da sociedade empresária, 
doravante referidos simplesmente como 
devedor. 
Art. 2º Esta Lei não se aplica a: 
I – Empresa pública e sociedade de economia 
mista; 
II – Instituição financeira pública ou privada, 
cooperativa de crédito, consórcio, entidade de 
previdência complementar, sociedade 
operadora de plano de assistência à saúde, 
sociedadeseguradora, sociedade de 
capitalização e outras entidades legalmente 
equiparadas às anteriores. 
Art. 3º É competente para homologar o plano 
de recuperação extrajudicial, deferir a 
recuperação judicial ou decretar a falência o 
juízo do local do principal estabelecimento do 
devedor ou da filial de empresa que tenha sede 
fora do Brasil. 
Essa parte final do dispositivo acima acontece 
nos casos em que a empresa tenha o seu 
principal estabelecimento fora do Brasil. Neste 
caso o juízo competente é o do local da filial da 
empresa no Brasil. 
De acordo coma a jurisprudência do STJ, é 
considerado principal estabelecimento aquele 
que é o centro vital das principais atividades do 
devedor. 
#juris 
 Juízo competente para processar e julgar 
pedido de recuperação judicial é aquele situado 
no local do principal estabelecimento (art. 3º da 
Lei nº 11.101/2005), compreendido este como o 
local em que se encontra “o centro vital das 
principais atividades do devedor”. 
No curso do processo de recuperação judicial, as 
modificações em relação ao principal 
estabelecimento, por dependerem 
exclusivamente de decisões de gestão de 
negócios, sujeitas ao crivo do devedor, não 
acarretam a alteração do juízo competente, uma 
vez que os negócios ocorridos no curso da 
demanda nem mesmo se sujeitam 
à recuperação judicial. 
STJ. 2ª Seção. CC 163818-ES, Rel. Min. Marco 
Aurélio Bellizze, julgado em 23/09/2020 (Info 
680). 
DISPOSIÇÕES COMUNS À RECUPERAÇÃO 
JUDICIAL E À FALÊNCIA 
 
 
 
70 
 
Art. 5º Não são exigíveis do devedor, na 
recuperação judicial ou na falência: 
I – As obrigações a título gratuito; 
II – As despesas que os credores fizerem para 
tomar parte na recuperação judicial ou na 
falência, salvo as custas judiciais decorrentes de 
litígio com o devedor. 
Art. 6º A decretação da falência ou o 
deferimento do processamento da recuperação 
judicial implica: 
I - Suspensão do curso da prescrição das 
obrigações do devedor sujeitas ao regime desta 
Lei; 
Ou seja, com a decretação da falência ou com o 
início do processo de recuperação judicial, as 
obrigações que estão sujeitas a lei falimentar 
passam a ter seu prazo prescricional suspenso. 
II - Suspensão das execuções ajuizadas contra o 
devedor, inclusive daquelas dos credores 
particulares do sócio solidário, relativas a 
créditos ou obrigações sujeitos à recuperação 
judicial ou à falência; 
III - proibição de qualquer forma de retenção, 
arresto, penhora, sequestro, busca e apreensão 
e constrição judicial ou extrajudicial sobre os 
bens do devedor, oriunda de demandas judiciais 
ou extrajudiciais cujos créditos ou obrigações 
sujeitem-se à recuperação judicial ou à falência 
§ 1º Terá prosseguimento no juízo no qual 
estiver se processando a ação que demandar 
quantia ilíquida. 
O que esse § quer dizer? Que os processos que 
estiverem em andamento e não possuírem 
ainda um valor exato de condenação (quantia 
ilíquida), continuam prosseguindo 
normalmente, não ficando esses suspensos. 
§ 2º É permitido pleitear, perante o 
administrador judicial, habilitação, exclusão ou 
modificação de créditos derivados da relação de 
trabalho, mas as ações de natureza trabalhista, 
inclusive as impugnações a que se refere o art. 
8º desta Lei, serão processadas perante a justiça 
especializada até a apuração do respectivo 
crédito, que será inscrito no quadro-geral de 
credores pelo valor determinado em sentença. 
§ 3º O juiz competente para as ações referidas 
nos §§ 1º e 2º deste artigo poderá determinar a 
reserva da importância que estimar devida na 
recuperação judicial ou na falência, e, uma vez 
reconhecido líquido o direito, será o crédito 
incluído na classe própria. 
O que acontece nesse § acima é o seguinte: 
Vamos supor que existe um processo em 
andamento, mas não existe valor certo, muito 
menos sentença. Caso esse valor seja de 
competência da recuperação ou falência, o juiz 
desses processos poderá reservar um valor 
hipotético para que seja remetido ao juízo 
falimentar, caso realmente venha a comprovar 
que este crédito é liquido e certo. Entendeu? 
§ 4º Na recuperação judicial, as suspensões e a 
proibição de que tratam os incisos I, II e III 
do caput deste artigo perdurarão pelo prazo de 
180 (cento e oitenta) dias, contado do 
deferimento do processamento da recuperação, 
prorrogável por igual período, uma única vez, 
em caráter excepcional, desde que o devedor 
não haja concorrido com a superação do lapso 
temporal. ISSO É UMA NOVIDADE 
LEGISLATIVA QUE É SUPER CARA DE PROVA 
VIU! 
NOTE, QUE ESTE PARÁGRAFO É ESPECÍFICO. ELE 
FALA QUE O PRAZO PRESCRICIONAL DAS 
OBRIGAÇÕES, REFERENTE A RECUPERAÇÃO 
JUDICIAL (ELE N FALA EM FALÊNCIA E NEM EM 
RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL), SÓ FICARÃO 
SUSPENSOS POR UM PRAZO DE ATÉ 180 DIAS 
PRORROGÁVEIS, UMA ÚNICA VEZ. ANTES DA 
NOVA LEI DE FALÊNCIA, ESSE PRAZO ERA 
IMPRORROGÁVEL. 
§ 4º-A. O decurso do prazo previsto no § 4º 
deste artigo sem a deliberação a respeito do 
plano de recuperação judicial proposto pelo 
devedor faculta aos credores a propositura de 
 
 
 
71 
 
plano alternativo, na forma dos §§ 4º, 5º, 6º e 7º 
do art. 56 desta Lei, observado o seguinte: 
I - as suspensões e a proibição de que tratam os 
incisos I, II e III do caput deste artigo não serão 
aplicáveis caso os credores não apresentem 
plano alternativo no prazo de 30 (trinta) dias, 
contado do final do prazo referido no § 4º deste 
artigo ou no § 4º do art. 56 desta Lei; 
II - as suspensões e a proibição de que tratam os 
incisos I, II e III do caput deste artigo perdurarão 
por 180 (cento e oitenta) dias contados do final 
do prazo referido no § 4º deste artigo, ou da 
realização da assembleia-geral de credores 
referida no § 4º do art. 56 desta Lei, caso os 
credores apresentem plano alternativo no 
prazo referido no inciso I deste parágrafo ou no 
prazo referido no § 4º do art. 56 desta Lei. ] 
§ 5º O disposto no § 2º deste artigo aplica-se à 
recuperação judicial durante o período de 
suspensão de que trata o § 4º deste artigo. 
§ 6º Independentemente da verificação 
periódica perante os cartórios de distribuição, as 
ações que venham a ser propostas contra o 
devedor deverão ser comunicadas ao juízo da 
falência ou da recuperação judicial: 
I – Pelo juiz competente, quando do 
recebimento da petição inicial; 
II – Pelo devedor, imediatamente após a 
citação. 
DECOREM ISSO! QUANDO É PELO JUIZ E 
QUANDO É FEITA PELO DEVEDOR 
A distribuição do pedido de falência ou de 
recuperação judicial ou a homologação de 
recuperação extrajudicial previne a jurisdição 
para qualquer outro pedido de falência, de 
recuperação judicial ou de homologação de 
recuperação extrajudicial relativo ao mesmo 
devedor. 
O processamento da recuperação judicial ou a 
decretação da falência não autoriza o 
administrador judicial a recusar a eficácia da 
convenção de arbitragem, não impedindo ou 
suspendendo a instauração de procedimento 
arbitral. 
Observado o disposto NO ART. 300 DO CPC, 
TUTELA DE URGÊNCIA CONCEDIDA, o juiz 
poderá antecipar total ou parcialmente os 
efeitos do deferimento do processamento da 
recuperação judicial. 
#JURIS 
O Juízo da recuperação é competente para 
avaliar se estão presentes os requisitos para a 
concessão de tutela de urgência objetivando 
antecipar o início do stay period ou suspender 
os atos expropriatórios determinados em outros 
juízos, antes mesmo de deferido o 
processamento da recuperação. 
STJ. 2ª Seção. CC 168000-AL, Rel. Min. Ricardo 
Villas Bôas Cueva, julgado em 11/12/2019 (Info 
663). 
É vedado ao devedor, até a aprovação do plano 
de recuperação judicial, distribuir lucros ou 
dividendos a sócios e acionistas, OU SEJA, após 
o plano de recuperação judicial aprovado 
poderão ser distribuídos os lucros e dividendos. 
É vedada atribuição de responsabilidade a 
terceiros em decorrência do mero 
inadimplemento de obrigações do devedor 
falido ou em recuperação judicial, ressalvadas as 
garantias reaisCOM 
CONVERSÃO- A conversão é o aproveitamento 
de um ato INVÁLIDO, tornando-o válido em 
outra categoria. Ex: Permissão de uso de bem 
público sem licitação (nula), que acaba sendo 
 
 
 
6 
 
convertida numa autorização de uso de bem 
público (categoria que não necessita de 
licitação). 
Revogação: Retirada do ato LEGAL que se 
tornou inoportuno e inconveniente. 
OBS: Atos que não podem ser revogados 
 Atos consumados; 
 Atos vinculados; 
 Atos declaratórios; 
 Atos que geraram direitos 
adquiridos; 
 Atos que integram 
procedimentos administrativos 
Renúncia: O beneficiário abre mão dos efeitos 
do ato. 
DIREITO CIVIL 
PRIMEIRA DICA DO DIA 37 
1. DIREITO DE FAMÍLIA 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Sobre o tema, leia o nossos E-book: “Civil - 
Teoria temas relevantes”, a partir da 11. 
 
2. SUCESSÕES 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Sobre o tema, leia o nossos E-book: “Civil - 
Teoria temas relevantes”, a partir da 24. 
 
 
ÉTICA 
SEGUNDA DICA DO DIA 37 
1. ÓRGÃOS DA OAB - DA ORDEM DOS 
ADVOGADOS DO BRASIL 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Tema pode ser encontrando junto aos Arts. 
44º/62º, EAOAB. 
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB,) serviço 
público, dotada de personalidade jurídica e 
forma federativa, tem finalidade institucional e 
corporativa, devendo: defender a Constituição, 
a ordem jurídica do Estado democrático de 
direito, os direitos humanos, a justiça social, e 
pugnar pela boa aplicação das leis, pela rápida 
administração da justiça e pelo 
aperfeiçoamento da cultura e das instituições 
jurídicas e promover, com exclusividade, a 
representação, a defesa, a seleção e a 
disciplina dos advogados em toda a República 
Federativa do Brasil. 
A OAB não tem vínculo funcional ou hierárquico 
com a administração pública. 
A OAB goza de imunidade tributária total em 
relação a seus bens, rendas e serviços, POIS 
CONSTITUI SERVIÇO PÚBLICO. 
Compete à OAB fixar e cobrar, de seus 
inscritos, contribuições, preços de serviços e 
multas. 
São órgãos da OAB: Conselho federal, conselhos 
seccionais, subseções e caixa de assistência dos 
advogados. 
O patrimônio do Conselho Federal, do 
Conselho Seccional, da Caixa de Assistência 
dos Advogados e da Subseção é constituído de 
bens móveis e imóveis e outros bens e valores 
que tenham adquirido ou venham a adquirir. 
 
DO CONSELHO FEDERAL 
 
O conselho federal é dotado de personalidade 
jurídica própria, tem sede na capital da 
República, e é o órgão supremo da OAB. 
É composto por: conselheiros federais 
(integrantes das delegações de cada unidade 
federativa) e de seus ex-presidentes, na 
qualidade de membros honorários vitalícios. 
 
 
 
7 
 
ATENÇÃO: Cada delegação é formada por três 
conselheiros federais, totalizando 81 
Conselheiros Federais. 
ATENÇÃO: Os ex-presidentes têm direito 
apenas a voz nas sessões. 
INOVAÇÃO LEGAL: O Instituto dos Advogados 
Brasileiros e a Federação Nacional dos 
Institutos dos Advogados do Brasil são 
membros honorários, somente com direito a 
voz nas sessões do Conselho Federal. 
A diretoria do Conselho Federal é composta 
de um Presidente, de um Vice-Presidente, de 
um Secretário-Geral, de um Secretário-Geral 
Adjunto e de um Tesoureiro. 
Obs: O Presidente, nas deliberações do 
Conselho, tem apenas o voto de qualidade 
(voto de desempate) – pode embargar as 
decisões, se não houver unanimidade. 
O Presidente exerce a representação nacional e 
internacional da OAB, competindo-lhe convocar 
o Conselho Federal, presidi-lo, representá-lo 
ativa e passivamente, em juízo ou fora dele, 
promover-lhe a administração patrimonial e dar 
execução às suas decisões. 
As competências do conselho federal estão 
elencadas no artigo 54, do estatuto. 
Dentre as quais, citamos as seguintes 
competências, que foram alvo da inovação 
legal trazida pela Lei 14.365/22: 
1) fiscalizar, acompanhar e definir parâmetros e 
diretrizes da relação jurídica mantida entre 
advogados e sociedades de advogados ou entre 
escritório de advogados sócios e advogado 
associado, inclusive no que se refere ao 
cumprimento dos requisitos norteadores da 
associação sem vínculo empregatício; 
1) promover, por intermédio da Câmara de 
Mediação e Arbitragem, a solução sobre 
questões atinentes à relação entre advogados 
sócios ou associados e homologar, caso 
necessário, quitações de honorários entre 
advogados e sociedades de advogados, 
observado o disposto no inciso XXXV do caput 
do art. 5º da Constituição Federal; 
 
DO CONSELHO SECCIONAL 
 
O conselho seccional é dotado de personalidade 
jurídica, têm jurisdição sobre os respectivos 
territórios dos Estados-membros, do Distrito 
Federal e dos Territórios. 
O conselho seccional é composto por 
conselheiros eleitos em número proporcional 
ao de seus inscritos. 
ATENÇÃO: abaixo de 3.000 inscritos, até 30 
membros serão eleitos e a partir de 3.000 
inscritos, mais um membro por grupo completo 
de 3.000, até o número LIMITE de 80. 
As Subseções são partes autônomas do 
Conselho Seccional. 
Ex-presidentes do conselho são membros 
honorários vitalícios e nas sessões possuem 
apenas direito à voz. 
O Presidente do Instituto dos Advogados local 
é membro honorário, somente com direito a 
voz nas sessões do Conselho. 
As competências do conselho seccional estão 
elencadas no artigo 58, do estatuto. 
Dentre as quais, citamos as seguintes 
competências, que foram alvo da inovação 
legal trazida pela Lei 14.365/22: 
1) fiscalizar, por designação expressa do 
Conselho Federal da OAB, a relação jurídica 
mantida entre advogados e sociedades de 
advogados e o advogado associado em atividade 
na circunscrição territorial de cada seccional, 
inclusive no que se refere ao cumprimento dos 
requisitos norteadores da associação sem 
vínculo empregatício; 
1) fiscalizar, por designação expressa do 
Conselho Federal da OAB, a relação jurídica 
mantida entre advogados e sociedades de 
 
 
 
8 
 
advogados e o advogado associado em atividade 
na circunscrição territorial de cada seccional, 
inclusive no que se refere ao cumprimento dos 
requisitos norteadores da associação sem 
vínculo empregatício; 
2) promover, por intermédio da Câmara de 
Mediação e Arbitragem, por designação do 
Conselho Federal da OAB, a solução sobre 
questões atinentes à relação entre advogados 
sócios ou associados e os escritórios de 
advocacia sediados na base da seccional e 
homologar, caso necessário, quitações de 
honorários entre advogados e sociedades de 
advogados, observado o disposto no inciso XXXV 
do caput do art. 5º da Constituição Federal. 
Os novos Conselhos Seccionais serão criados 
mediante Resolução do Conselho Federal. 
 
DA SUBSEÇÃO 
 
As Subseções são partes autônomas do 
Conselho Seccional e podem ser por estes 
criadas ou extintas. 
NÃO POSSUI personalidade jurídica própria. 
A área territorial da Subseção pode abranger 
um ou mais municípios, ou parte de 
município, inclusive da capital do Estado, 
contando com um mínimo de quinze advogados, 
nela profissionalmente domiciliados. 
A Subseção é administrada por uma diretoria, 
com atribuições e composição equivalentes às 
da diretoria do Conselho Seccional. 
Havendo mais de cem advogados, a Subseção 
pode ser integrada, também, por um Conselho 
em número de membros fixado pelo Conselho 
Seccional. 
O Conselho Seccional, mediante o voto de dois 
terços de seus membros, pode intervir nas 
Subseções, onde constatar grave violação desta 
Lei ou do Regimento Interno daquele. 
As competências do conselho seccional estão 
elencadas no artigo 61, do estatuto. 
 
DA CAIXA DE ASSISTÊNCIAS DO ADVOGADO 
 
A Caixa de Assistência dos Advogados, com 
personalidade jurídica própria, destina-se a 
prestar assistência aos inscritos no Conselho 
Seccional a que se vincule. 
As Caixas de Assistência dos Advogados são 
criadas pelos Conselhos Seccionais, quando 
estes contarem com mais de mil e 
quinhentose fidejussórias, bem como as 
demais hipóteses reguladas por esta Lei. 
Da Verificação e da Habilitação de Créditos 
Art. 7º A verificação dos créditos será realizada 
pelo administrador judicial, com base nos livros 
contábeis e documentos comerciais e fiscais do 
devedor e nos documentos que lhe forem 
apresentados pelos credores, podendo contar 
com o auxílio de profissionais ou empresas 
especializadas. 
Após a verificação dos créditos será publicado 
um edital com a relação dos créditos a serem 
cobrados. Com a publicação deste edital os 
credores possuem 15 dias para se habilitarem 
 
 
 
72 
 
como “donos” desses créditos ou para 
contestarem, caso estejam com algo errado. 
Após, esse prazo, será publicado um novo edital 
contendo a relação de credores no prazo de 45 
(quarenta e cinco) dias, assim como, o juiz 
instaurará, de ofício, para cada Fazenda Pública 
credora, incidente de classificação de crédito 
público e determinará a sua intimação 
eletrônica para que, no prazo de 30 (trinta) dias, 
apresente diretamente ao administrador judicial 
ou em juízo, a depender do momento 
processual, a relação completa de seus créditos 
inscritos em dívida ativa, acompanhada dos 
cálculos, da classificação e das informações 
sobre a situação atual. 
Os créditos não definitivamente constituídos, 
não inscritos em dívida ativa ou com 
exigibilidade suspensa poderão ser informados 
em momento posterior. 
Os créditos não habilitados no prazo acima 
mencionado serão tidos como retardatários. 
Na recuperação judicial, os titulares de créditos 
retardatários, excetuados os titulares de 
créditos derivados da relação de trabalho, não 
terão direito a voto nas deliberações da 
assembleia-geral de credores. 
Na falência, os créditos retardatários perderão 
o direito a rateios eventualmente realizados e 
ficarão sujeitos ao pagamento de custas, não se 
computando os acessórios compreendidos 
entre o término do prazo e a data do pedido de 
habilitação. 
Das Conciliações e das Mediações 
Antecedentes ou Incidentais aos Processos de 
Recuperação Judicial’. 
Art. 20-A. A conciliação e a mediação deverão 
ser incentivadas em qualquer grau de 
jurisdição, inclusive no âmbito de recursos em 
segundo grau de jurisdição e nos Tribunais 
Superiores, e não implicarão a suspensão dos 
prazos previstos nesta Lei, salvo se houver 
consenso entre as partes em sentido contrário 
ou determinação judicial. 
Art. 20-B. Serão admitidas conciliações e 
mediações antecedentes ou incidentais aos 
processos de recuperação judicial, 
notadamente: 
I - Nas fases pré-processual e processual de 
disputas entre os sócios e acionistas de 
sociedade em dificuldade ou em recuperação 
judicial, bem como nos litígios que envolverem 
credores não sujeitos à recuperação judicial, nos 
termos dos §§ 3º e 4º do art. 49 desta Lei, ou 
credores extraconcursais 
II - em conflitos que envolverem concessionárias 
ou permissionárias de serviços públicos em 
recuperação judicial e órgãos reguladores ou 
entes públicos municipais, distritais, estaduais 
ou federais; 
III - na hipótese de haver créditos 
extraconcursais contra empresas em 
recuperação judicial durante período de 
vigência de estado de calamidade pública, a fim 
de permitir a continuidade da prestação de 
serviços essenciais; 
IV - na hipótese de negociação de dívidas e 
respectivas formas de pagamento entre a 
empresa em dificuldade e seus credores, em 
caráter antecedente ao ajuizamento de pedido 
de recuperação judicial. 
§ 1º Na hipótese prevista no inciso IV 
do caput deste artigo, será facultado às 
empresas em dificuldade que preencham os 
requisitos legais para requerer recuperação 
judicial obter tutela de urgência cautelar, nos 
termos do art. 305 e seguintes da Lei nº 13.105, 
de 16 de março de 2015 (Código de Processo 
Civil), a fim de que sejam suspensas as 
execuções contra elas propostas pelo prazo de 
até 60 (sessenta) dias, para tentativa de 
composição com seus credores, em 
procedimento de mediação ou conciliação já 
instaurado perante o Centro Judiciário de 
Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) do 
tribunal competente ou da câmara 
especializada, observados, no que couber, 
 
 
 
73 
 
os arts. 16 e 17 da Lei nº 13.140, de 26 de junho 
de 2015 
§ 2º São vedadas a conciliação e a mediação 
sobre a natureza jurídica e a classificação de 
créditos, bem como sobre critérios de votação 
em assembleia-geral de credores 
§ 3º Se houver pedido de recuperação judicial ou 
extrajudicial, observados os critérios desta Lei, o 
período de suspensão previsto no § 1º deste 
artigo será deduzido do período de suspensão 
previsto no art. 6º desta Lei. 
Art. 20-C. O acordo obtido por meio de 
conciliação ou de mediação com fundamento 
nesta Seção deverá ser homologado pelo juiz 
competente conforme o disposto no art. 3º 
desta Lei. 
Parágrafo único. Requerida a recuperação 
judicial ou extrajudicial em até 360 (trezentos e 
sessenta) dias contados do acordo firmado 
durante o período da conciliação ou de 
mediação pré-processual, o credor terá 
reconstituídos seus direitos e garantias nas 
condições originalmente contratadas, 
deduzidos os valores eventualmente pagos e 
ressalvados os atos validamente praticados no 
âmbito dos procedimentos previstos nesta 
Seção. 
Art. 20-D. As sessões de conciliação e de 
mediação de que trata esta Seção poderão ser 
realizadas por meio virtual, desde que o Cejusc 
do tribunal competente ou a câmara 
especializada responsável disponham de meios 
para a sua realização 
Do Administrador Judicial e do Comitê de 
Credores 
O administrador judicial será profissional 
idôneo, preferencialmente advogado, 
economista, administrador de empresas ou 
contador, ou pessoa jurídica especializada. Se o 
administrador judicial nomeado for pessoa 
jurídica, declarar-se-á, no termo de que trata o 
art. 33 desta Lei, o nome de profissional 
responsável pela condução do processo de 
falência ou de recuperação judicial, que não 
poderá ser substituído sem autorização do juiz. 
IMPORTANTE: 
Na falência, o administrador judicial não 
poderá, sem autorização judicial, após ouvidos 
o Comitê e o devedor no prazo comum de 2 
(dois) dias, transigir sobre obrigações e direitos 
da massa falida e conceder abatimento de 
dívidas, ainda que sejam consideradas de difícil 
recebimento. 
Art. 23. O administrador judicial que não 
apresentar, no prazo estabelecido, suas contas 
ou qualquer dos relatórios previstos nesta Lei 
será intimado pessoalmente a fazê-lo no prazo 
de 5 (cinco) dias, sob pena de desobediência. 
Parágrafo único. Decorrido o prazo 
do caput deste artigo, o juiz destituirá o 
administrador judicial e nomeará substituto 
para elaborar relatórios ou organizar as contas, 
explicitando as responsabilidades de seu 
antecessor. 
Art. 24. O juiz fixará o valor e a forma de 
pagamento da remuneração do administrador 
judicial, observados a capacidade de pagamento 
do devedor, o grau de complexidade do trabalho 
e os valores praticados no mercado para o 
desempenho de atividades semelhantes. 
§ 1º Em qualquer hipótese, o total pago ao 
administrador judicial não excederá 5% (cinco 
por cento) do valor devido aos credores 
submetidos à recuperação judicial ou do valor 
de venda dos bens na falência. 
§ 2º Será reservado 40% (quarenta por cento) do 
montante devido ao administrador judicial para 
pagamento após atendimento do previsto nos 
arts. 154 e 155 desta Lei. 
§ 3º O administrador judicial substituído será 
remunerado proporcionalmente ao trabalho 
realizado, salvo se renunciar sem relevante 
razão ou for destituído de suas funções por 
desídia, culpa, dolo ou descumprimento das 
 
 
 
74 
 
obrigações fixadas nesta Lei, hipóteses em que 
não terá direito à remuneração. 
§ 4º Também não terá direito a remuneração o 
administrador que tiver suas contas 
desaprovadas. 
 5º A remuneração do administrador judicial 
fica reduzida ao limite de 2% (dois por cento),no caso de microempresas e de empresas de 
pequeno porte, bem como na hipótese de que 
trata o art. 70-A desta Lei. 
IMORTANTE, A REMUNERAÇÃO DO 
ADMINISTRADOR JUDICIAL NÃO IRÁ 
ULTRAPASSAR 5%, MAS CASDO SEJA 
MICROEMPRESAS OU EMPRESA DE PEQUENO 
PORTE, O VALOR NÃO PODERÁ ULTRAPASSAR 
2% 
Art. 28. Não havendo Comitê de Credores, 
caberá ao administrador judicial ou, na 
incompatibilidade deste, ao juiz exercer suas 
atribuições. 
Art. 29. Os membros do Comitê não terão sua 
remuneração custeada pelo devedor ou pela 
massa falida, mas as despesas realizadas para a 
realização de ato previsto nesta Lei, se 
devidamente comprovadas e com a autorização 
do juiz, serão ressarcidas atendendo às 
disponibilidades de caixa. 
Art. 30. Não poderá integrar o Comitê ou 
exercer as funções de administrador judicial 
quem, nos últimos 5 (cinco) anos, no exercício 
do cargo de administrador judicial ou de 
membro do Comitê em falência ou recuperação 
judicial anterior, foi destituído, deixou de 
prestar contas dentro dos prazos legais ou teve 
a prestação de contas desaprovada. 
§ 1º Ficará também impedido de integrar o 
Comitê ou exercer a função de administrador 
judicial quem tiver relação de parentesco ou 
afinidade até o 3º (terceiro) grau com o devedor, 
seus administradores, controladores ou 
representantes legais ou deles for amigo, 
inimigo ou dependente. 
§ 2º O devedor, qualquer credor ou o Ministério 
Público poderá requerer ao juiz a substituição 
do administrador judicial ou dos membros do 
Comitê nomeados em desobediência aos 
preceitos desta Lei. 
§ 3º O juiz decidirá, no prazo de 24 (vinte e 
quatro) horas, sobre o requerimento do § 2º 
deste artigo. 
Da Assembleia-Geral de Credores 
Art. 36. A assembleia-geral de credores será 
convocada pelo juiz por meio de edital publicado 
no diário oficial eletrônico e disponibilizado no 
sítio eletrônico do administrador judicial, com 
antecedência mínima de 15 (quinze) dias, o qual 
conterá: 
I – local, data e hora da assembléia em 1ª 
(primeira) e em 2ª (segunda) convocação, não 
podendo esta ser realizada menos de 5 (cinco) 
dias depois da 1ª (primeira); 
II – a ordem do dia; 
III – local onde os credores poderão, se for o 
caso, obter cópia do plano de recuperação 
judicial a ser submetido à deliberação da 
assembléia. 
§ 1º Cópia do aviso de convocação da 
assembléia deverá ser afixada de forma 
ostensiva na sede e filiais do devedor. 
§ 2º Além dos casos expressamente previstos 
nesta Lei, credores que representem no mínimo 
25% (vinte e cinco por cento) do valor total dos 
créditos de uma determinada classe poderão 
requerer ao juiz a convocação de assembleia-
geral. 
§ 3º As despesas com a convocação e a 
realização da assembleia-geral correm por conta 
do devedor ou da massa falida, salvo se 
convocada em virtude de requerimento do 
Comitê de Credores ou na hipótese do § 2º deste 
artigo. 
 
 
 
75 
 
Art. 37. A assembleia será presidida pelo 
administrador judicial, que designará 1 (um) 
secretário dentre os credores presentes. 
§ 1º Nas deliberações sobre o afastamento do 
administrador judicial ou em outras em que haja 
incompatibilidade deste, a assembleia será 
presidida pelo credor presente que seja titular 
do maior crédito. 
§ 2º A assembleia instalar-se-á, em 1ª (primeira) 
convocação, com a presença de credores 
titulares de mais da metade dos créditos de cada 
classe, computados pelo valor, e, em 2ª 
(segunda) convocação, com qualquer número. 
§ 3º Para participar da assembléia, cada credor 
deverá assinar a lista de presença, que será 
encerrada no momento da instalação. 
§ 4º O credor poderá ser representado na 
assembléia-geral por mandatário ou 
representante legal, desde que entregue ao 
administrador judicial, até 24 (vinte e quatro) 
horas antes da data prevista no aviso de 
convocação, documento hábil que comprove 
seus poderes ou a indicação das folhas dos autos 
do processo em que se encontre o documento. 
§ 5º Os sindicatos de trabalhadores poderão 
representar seus associados titulares de créditos 
derivados da legislação do trabalho ou 
decorrentes de acidente de trabalho que não 
comparecerem, pessoalmente ou por 
procurador, à assembléia. 
Art. 38. O voto do credor será proporcional ao 
valor de seu crédito, ressalvado, nas 
deliberações sobre o plano de recuperação 
judicial, o disposto no § 2º do art. 45 desta Lei. 
Parágrafo único. Na recuperação judicial, para 
fins exclusivos de votação em assembleia-
geral, o crédito em moeda estrangeira será 
convertido para moeda nacional pelo câmbio 
da véspera da data de realização da 
assembleia. 
 As deliberações da assembleias-geral não serão 
invalidadas em razão de posterior decisão 
judicial acerca da existência, quantificação ou 
classificação de créditos. 
No caso de posterior invalidação de deliberação 
da assembleia, ficam resguardados os direitos 
de terceiros de boa-fé, respondendo os credores 
que aprovarem a deliberação pelos prejuízos 
comprovados causados por dolo ou culpa. 
§ interesse e de acordo com o seu juízo de 
conveniência e poderá ser declarado nulo por 
abusividade somente quando manifestamente 
exercido para obter vantagem ilícita para si ou 
para outrem 
A cessão ou a promessa de cessão do crédito 
habilitado deverá ser imediatamente 
comunicada ao juízo da recuperação judicial. 
Art. 41. A assembléia-geral será composta pelas 
seguintes classes de credores: 
I – Titulares de créditos derivados da legislação 
do trabalho ou decorrentes de acidentes de 
trabalho; 
II – Titulares de créditos com garantia real; 
III – titulares de créditos quirografários, com 
privilégio especial, com privilégio geral ou 
subordinados. 
IV - Titulares de créditos enquadrados como 
microempresa ou empresa de pequeno porte. 
 
2. RECUPERAÇÃO JUDICIAL: 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
A recuperação Judicial substituiu a concordata. 
O STJ destaca três princípios que norteiam a 
recuperação judicial: a relevância de interesses 
dos credores, a par conditio creditorium e a 
preservação da empresa. 
A recuperação judicial tem por objetivo 
viabilizar a superação da situação de crise 
econômico-financeira do devedor, a fim de 
permitir a manutenção da fonte produtora, do 
emprego dos trabalhadores e dos interesses dos 
 
 
 
76 
 
credores, promovendo, assim, a preservação da 
empresa, sua função social e o estímulo à 
atividade econômica. 
48. Poderá requerer recuperação judicial o 
devedor que, no momento do pedido, exerça 
regularmente suas atividades há mais de 2 
(dois) anos e que atenda aos seguintes 
requisitos, cumulativamente: 
I – Não ser falido e, se o foi, estejam declaradas 
extintas, por sentença transitada em julgado, as 
responsabilidades daí decorrentes; 
II – Não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido 
concessão de recuperação judicial; 
III - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido 
concessão de recuperação judicial com base no 
plano especial de que trata a Seção V deste 
Capítulo; 
IV – Não ter sido condenado ou não ter, como 
administrador ou sócio controlador, pessoa 
condenada por qualquer dos crimes previstos 
nesta Lei. 
§ 1º A recuperação judicial também poderá ser 
requerida pelo cônjuge sobrevivente, herdeiros 
do devedor, inventariante ou sócio 
remanescente. 
§ 2º No caso de exercício de atividade rural por 
pessoa jurídica, admite-se a comprovação do 
prazo estabelecido no caput deste artigo por 
meio da Escrituração Contábil Fiscal (ECF), ou 
por meio de obrigação legal de registros 
contábeis que venha a substituir a ECF, entregue 
tempestivamente. 
§ 3º Para a comprovação do prazo estabelecido 
no caput deste artigo, o cálculo do período de 
exercício de atividade rural por pessoa física é 
feito com base no Livro Caixa Digital do Produtor 
Rural (LCDPR), ou por meio de obrigação legal de 
registros contábeis que venha a substituir o 
LCDPR, e pela Declaração do Imposto sobre a 
Renda da Pessoa Física (DIRPF) e balanço 
patrimonial, todos entregues tempestivamente.Estão sujeitos à recuperação judicial todos os 
créditos existentes na data do pedido, ainda 
que não vencidos. 
§ 1º Os credores do devedor em recuperação 
judicial conservam seus direitos e privilégios 
contra os coobrigados, fiadores e obrigados de 
regresso. 
§ 2º As obrigações anteriores à recuperação 
judicial observarão as condições originalmente 
contratadas ou definidas em lei, inclusive no 
que diz respeito aos encargos, salvo se de modo 
diverso ficar estabelecido no plano de 
recuperação judicial. 
§ 3º Tratando-se de credor titular da posição de 
proprietário fiduciário de bens móveis ou 
imóveis, de arrendador mercantil, de 
proprietário ou promitente vendedor de imóvel 
cujos respectivos contratos contenham cláusula 
de irrevogabilidade ou irretratabilidade, 
inclusive em incorporações imobiliárias, ou de 
proprietário em contrato de venda com reserva 
de domínio, seu crédito não se submeterá aos 
efeitos da recuperação judicial e prevalecerão os 
direitos de propriedade sobre a coisa e as 
condições contratuais, observada a legislação 
respectiva, não se permitindo, contudo, durante 
o prazo de suspensão a que se refere o § 4º do 
art. 6º desta Lei, a venda ou a retirada do 
estabelecimento do devedor dos bens de capital 
essenciais a sua atividade empresarial. 
§ 4º Não se sujeitará aos efeitos da recuperação 
judicial a importância a que se refere o inciso II 
do art. 86 desta Lei. 
§ 5º Tratando-se de crédito garantido por 
penhor sobre títulos de crédito, direitos 
creditórios, aplicações financeiras ou valores 
mobiliários, poderão ser substituídas ou 
renovadas as garantias liquidadas ou vencidas 
durante a recuperação judicial e, enquanto não 
renovadas ou substituídas, o valor 
eventualmente recebido em pagamento das 
garantias permanecerá em conta vinculada 
 
 
 
77 
 
durante o período de suspensão de que trata o 
§ 4º do art. 6º desta Lei. 
§ 6º Nas hipóteses de que tratam os §§ 2º e 3º 
do art. 48 desta Lei, somente estarão sujeitos à 
recuperação judicial os créditos que decorram 
exclusivamente da atividade rural e estejam 
discriminados nos documentos a que se referem 
os citados parágrafos, ainda que não 
vencidos. 
§ 7º Não se sujeitarão aos efeitos da 
recuperação judicial os recursos controlados e 
abrangidos nos termos dos arts. 14 e 21 da Lei 
nº 4.829, de 5 de novembro de 1965 
§ 8º Estarão sujeitos à recuperação judicial os 
recursos de que trata o § 7º deste artigo que não 
tenham sido objeto de renegociação entre o 
devedor e a instituição financeira antes do 
pedido de recuperação judicial, na forma de ato 
do Poder Executivo 
§ 9º Não se enquadrará nos créditos referidos 
no caput deste artigo aquele relativo à dívida 
constituída nos 3 (três) últimos anos anteriores 
ao pedido de recuperação judicial, que tenha 
sido contraída com a finalidade de aquisição de 
propriedades rurais, bem como as respectivas 
garantias 
#JURIS 
Os créditos trabalhistas litigiosos referentes a 
serviços prestados pelo trabalhador à empresa 
antes da recuperação judicial deverão estar 
sujeitos a ela, mesmo que no momento do 
pedido tais créditos não estivessem 
consolidados? 
SIM. A partir do momento em que o empregado 
trabalha, ele se torna credor de seu 
empregador, tendo direito ao recebimento das 
verbas trabalhistas. Esse crédito existe 
independentemente de decisão judicial. Se o 
empregador não paga e o empregado ingressa 
com reclamação trabalhista, a sentença apenas 
reconhecerá (declarará) a existência do direito 
do trabalhador, condenando o patrão a pagar. 
Não é a sentença, contudo, que constitui o 
direito, mas apenas o declara. 
Isso significa que, se este crédito foi constituído 
em momento anterior ao pedido 
de recuperação judicial, deverá se submeter aos 
seus efeitos. 
Desse modo, se as verbas trabalhistas estão 
relacionadas com serviços prestados pelo 
empregado em momento anterior ao pedido 
de recuperação judicial, tais verbas também 
estarão sujeitas a esse procedimento, mesmo 
que a sentença trabalhista tenha sido prolatada 
somente depois do deferimento 
da recuperação. 
A consolidação do crédito trabalhista (ainda que 
inexigível e ilíquido) não depende de 
provimento judicial que o declare — e muito 
menos do transcurso de seu trânsito em julgado 
—, para efeito de sua sujeição aos efeitos 
da recuperação judicial. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1634046-RS, Rel. Min. Nancy 
Andrighi, Rel. para acórdão Min. Marco Aurélio 
Bellizze, julgado em 25/4/2017 (Info 604). 
Art. 50. Constituem meios de recuperação 
judicial, observada a legislação pertinente a 
cada caso, dentre outros: 
I – Concessão de prazos e condições especiais 
para pagamento das obrigações vencidas ou 
vincendas; 
II – Cisão, incorporação, fusão ou transformação 
de sociedade, constituição de subsidiária 
integral, ou cessão de cotas ou ações, 
respeitados os direitos dos sócios, nos termos da 
legislação vigente; 
III – alteração do controle societário; 
IV – Substituição total ou parcial dos 
administradores do devedor ou modificação de 
seus órgãos administrativos; 
V – Concessão aos credores de direito de eleição 
em separado de administradores e de poder de 
veto em relação às matérias que o plano 
especificar; 
VI – Aumento de capital social; 
 
 
 
78 
 
VII – trespasse ou arrendamento de 
estabelecimento, inclusive à sociedade 
constituída pelos próprios empregados; 
VIII – redução salarial, compensação de horários 
e redução da jornada, mediante acordo ou 
convenção coletiva; 
IX – Dação em pagamento ou novação de dívidas 
do passivo, com ou sem constituição de garantia 
própria ou de terceiros; 
X – Constituição de sociedade de credores; 
XI – venda parcial dos bens; 
XII – equalização de encargos financeiros 
relativos a débitos de qualquer natureza, tendo 
como termo inicial a data da distribuição do 
pedido de recuperação judicial, aplicando-se 
inclusive aos contratos de crédito rural, sem 
prejuízo do disposto em legislação específica; 
XIII – usufruto da empresa; 
XIV – administração compartilhada; 
XV – Emissão de valores mobiliários; 
XVI – constituição de sociedade de propósito 
específico para adjudicar, em pagamento dos 
créditos, os ativos do devedor. 
XVII - conversão de dívida em capital social; 
XVIII - venda integral da devedora, desde que 
garantidas aos credores não submetidos ou não 
aderentes condições, no mínimo, equivalentes 
àquelas que teriam na falência, hipótese em que 
será, para todos os fins, considerada unidade 
produtiva isolada. 
O processo de recuperação judicial se divide 
em: pedido e processamento de recuperação; 
plano de recuperação; procedimento de 
recuperação. 
Art. 51-A. Após a distribuição do pedido de 
recuperação judicial, poderá o juiz, quando 
reputar necessário, nomear profissional de sua 
confiança, com capacidade técnica e 
idoneidade, para promover a constatação 
exclusivamente das reais condições de 
funcionamento da requerente e da regularidade 
e da completude da documentação apresentada 
com a petição inicial. 
 3º A constatação prévia será determinada sem 
que seja ouvida a outra parte e sem 
apresentação de quesitos por qualquer das 
partes, com a possibilidade de o juiz determinar 
a realização da diligência sem a prévia ciência do 
devedor, quando entender que esta poderá 
frustrar os seus objetivos. 
§ 4º O devedor será intimado do resultado da 
constatação prévia concomitantemente à sua 
intimação da decisão que deferir ou indeferir o 
processamento da recuperação judicial, ou que 
determinar a emenda da petição inicial, e 
poderá impugná-la mediante interposição do 
recurso cabível. 
§ 5º A constatação prévia consistirá, 
objetivamente, na verificação das reais 
condições de funcionamento da empresa e da 
regularidade documental, vedado o 
indeferimento do processamento da 
recuperação judicial baseado na análise de 
viabilidade econômica do devedor. 
§ 6º Caso a constatação prévia detecte indícios 
contundentes de utilização fraudulentada ação 
de recuperação judicial, o juiz poderá indeferir a 
petição inicial, sem prejuízo de oficiar ao 
Ministério Público para tomada das 
providências criminais eventualmente cabíveis 
§ 7º Caso a constatação prévia demonstre que o 
principal estabelecimento do devedor não se 
situa na área de competência do juízo, o juiz 
deverá determinar a remessa dos autos, com 
urgência, ao juízo competente 
Art. 52. Estando em termos a documentação 
exigida no art. 51 desta Lei, o juiz deferirá o 
processamento da recuperação judicial e, no 
mesmo ato: 
I – Nomeará o administrador judicial; 
Art. 53. O plano de recuperação será 
apresentado pelo devedor em juízo no prazo 
 
 
 
79 
 
improrrogável de 60 (sessenta) dias da 
publicação da decisão que deferir o 
processamento da recuperação judicial, sob 
pena de convolação em falência, e deverá 
conter: 
I – Discriminação pormenorizada dos meios de 
recuperação a ser empregados, conforme o art. 
50 desta Lei, e seu resumo; 
II – Demonstração de sua viabilidade econômica; 
e 
III – laudo econômico-financeiro e de avaliação 
dos bens e ativos do devedor, subscrito por 
profissional legalmente habilitado ou empresa 
especializada. 
Parágrafo único. O juiz ordenará a publicação de 
edital contendo aviso aos credores sobre o 
recebimento do plano de recuperação e fixando 
o prazo para a manifestação de eventuais 
objeções, observado o art. 55 desta Lei. 
Art. 54. O plano de recuperação judicial não 
poderá prever prazo superior a 1 (um) ano para 
pagamento dos créditos derivados da 
legislação do trabalho ou decorrentes de 
acidentes de trabalho vencidos até a data do 
pedido de recuperação judicial. 
§ 1º. O plano não poderá, ainda, prever prazo 
superior a 30 (trinta) dias para o pagamento, até 
o limite de 5 (cinco) salários-mínimos por 
trabalhador, dos créditos de natureza 
estritamente salarial vencidos nos 3 (três) meses 
anteriores ao pedido de recuperação judicial. 
§ 2º O prazo estabelecido no caput deste artigo 
poderá ser estendido em até 2 (dois) anos, se o 
plano de recuperação judicial atender aos 
seguintes requisitos, cumulativamente. MUITO 
IMPORTANTE! PRESTA ATENÇÃO! 
I - Apresentação de garantias julgadas 
suficientes pelo juiz 
II - Aprovação pelos credores titulares de 
créditos derivados da legislação trabalhista ou 
decorrentes de acidentes de trabalho, na forma 
do § 2º do art. 45 desta Lei; e 
III - garantia da integralidade do pagamento dos 
créditos trabalhistas. 
Qualquer credor poderá manifestar ao juiz sua 
objeção ao plano de recuperação judicial no 
prazo de 30 (trinta) dias contado da publicação 
da relação de credores 
 A assembleia-geral que aprovar o plano de 
recuperação judicial poderá indicar os membros 
do Comitê de Credores. 
O plano de recuperação judicial poderá sofrer 
alterações na assembleia-geral, desde que haja 
expressa concordância do devedor e em termos 
que não impliquem diminuição dos direitos 
exclusivamente dos credores ausentes 
 Rejeitado o plano de recuperação judicial, o 
administrador judicial submeterá, no ato, à 
votação da assembleia-geral de credores a 
concessão de prazo de 30 (trinta) dias para que 
seja apresentado plano de recuperação judicial 
pelos credores. 
Cumpridas as exigências desta Lei, o juiz 
concederá a recuperação judicial do devedor 
cujo plano não tenha sofrido objeção de credor 
nos termos do art. 55 desta Lei ou tenha sido 
aprovado pela assembleia-geral de credores. 
PRESTA ATENÇÃO NESTAS EXCEÇÕES: 
O juiz poderá conceder a recuperação judicial 
com base em plano que não obteve aprovação 
na forma do art. 45 desta Lei, desde que, na 
mesma assembleia, tenha obtido, de forma 
cumulativa: 
I – O voto favorável de credores que 
representem mais da metade do valor de todos 
os créditos presentes à assembleia, 
independentemente de classes; 
II - a aprovação de 3 (três) das classes de 
credores ou, caso haja somente 3 (três) classes 
com credores votantes, a aprovação de pelo 
menos 2 (duas) das classes ou, caso haja 
somente 2 (duas) classes com credores 
votantes, a aprovação de pelo menos 1 (uma) 
 
 
 
80 
 
delas, sempre nos termos do art. 45 desta 
Lei; 
III – na classe que o houver rejeitado, o voto 
favorável de mais de 1/3 (um terço) dos 
credores, computados na forma dos §§ 1º e 2º 
do art. 45 desta Lei. 
§ 2º A recuperação judicial somente poderá ser 
concedida com base no § 1º deste artigo se o 
plano não implicar tratamento diferenciado 
entre os credores da classe que o houver 
rejeitado. 
§ 3º Da decisão que conceder a recuperação 
judicial serão intimados eletronicamente o 
Ministério Público e as Fazendas Públicas 
federal e de todos os Estados, Distrito Federal 
e Municípios em que o devedor tiver 
estabelecimento. 
Da sentença que rejeitar ou que aprovar a 
recuperação judicial cabe agravo de 
instrumento. O plano de recuperação judicial 
implica novação dos créditos anteriores ao 
pedido, e obriga o devedor e todos os credores 
a ele sujeitos, sem prejuízo das garantias. 
Os devedores que atendam aos requisitos 
previstos nesta Lei, os mesmos para 
empresários, e que integrem grupo sob controle 
societário comum poderão requerer 
recuperação judicial sob consolidação 
processual. 
Obs: A Consolidação Processual nada mais é do 
que a possibilidade de que sociedades 
ingressem, conjuntamente, com um só pedido 
de recuperação judicial. 
As microempresas e as empresas de pequeno 
porte, conforme definidas em lei, poderão 
apresentar plano especial de recuperação 
judicial, desde que afirmem sua intenção de 
fazê-lo na petição inicial. 
§ 2º Os credores não atingidos pelo plano 
especial não terão seus créditos habilitados na 
recuperação judicial. 
Art. 70-A. O produtor rural de que trata o § 3º 
do art. 48 desta Lei poderá apresentar plano 
especial de recuperação judicial, nos termos 
desta Seção, desde que o valor da causa não 
exceda a R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e 
oitocentos mil reais). 
DA CONVOLAÇÃO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL 
EM FALÊNCIA 
Art. 73. O juiz decretará a falência durante o 
processo de recuperação judicial: 
I – Por deliberação da assembleia-geral de 
credores 
II – Pela não apresentação, pelo devedor, do 
plano de recuperação no prazo do art. 53 desta 
Lei; 
III – quando houver sido rejeitado o plano de 
recuperação, nos termos do § 4º do art. 56 desta 
Lei; 
III - quando não aplicado o disposto nos §§ 4º, 
5º e 6º do art. 56 desta Lei, ou rejeitado o plano 
de recuperação judicial proposto pelos 
credores, nos termos do § 7º do art. 56 e do art. 
58-A desta Lei; 
IV – Por descumprimento de qualquer obrigação 
assumida no plano de recuperação, na forma do 
§ 1º do art. 61 desta Lei. 
V - Por descumprimento dos parcelamentos 
VI - Quando identificado o esvaziamento 
patrimonial da devedora que implique 
liquidação substancial da empresa, em prejuízo 
de credores não sujeitos à recuperação judicial, 
inclusive as Fazendas Públicas. 
§ 1º. O disposto neste artigo não impede a 
decretação da falência por inadimplemento de 
obrigação não sujeita à recuperação judicial, nos 
termos dos incisos I ou II do caput do art. 94 
desta Lei, ou por prática de ato previsto no inciso 
III do caput do art. 94 desta Lei 
§ 2º A hipótese prevista no inciso VI 
do caput deste artigo não implicará a invalidade 
ou a ineficácia dos atos, e o juiz determinará o 
 
 
 
81 
 
bloqueio do produto de eventuais alienações e 
a devolução ao devedor dos valores já 
distribuídos, os quais ficarão à disposição do 
juízo. 
§ 3º Considera-se substancial a liquidação 
quando não forem reservados bens, direitos ou 
projeção de fluxo de caixa futuro suficientes à 
manutenção da atividade econômica para fins 
de cumprimento de suas obrigações, facultada a 
realização de perícia específica para essa 
finalidade 
Art. 74. Na convolação da recuperação em 
falência, os atos de administração, 
endividamento, oneração ou alienação 
praticados durante a recuperação judicial 
presumem-seválidos, desde que realizados na 
forma desta Lei. 
 
3. DA FALÊNCIA 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
 A falência, ao promover o afastamento do 
devedor de suas atividades, visa a: 
I - Preservar e a otimizar a utilização produtiva 
dos bens, dos ativos e dos recursos produtivos, 
inclusive os intangíveis, da empresa; 
II - Permitir a liquidação célere das empresas 
inviáveis, com vistas à realocação eficiente de 
recursos na economia; e 
III - fomentar o empreendedorismo, inclusive 
por meio da viabilização do retorno célere do 
empreendedor falido à atividade econômica. 
§ 1º O processo de falência atenderá aos 
princípios da celeridade e da economia 
processual, sem prejuízo do contraditório, da 
ampla defesa e dos demais princípios previstos 
na 
§ 2º A falência é mecanismo de preservação de 
benefícios econômicos e sociais decorrentes da 
atividade empresarial, por meio da liquidação 
imediata do devedor e da rápida realocação útil 
de ativos na economia. 
O juízo da falência é indivisível, sendo ele 
competente para conhecer de todas as ações 
referentes a negócios, bens, e interesses do 
falido. 
Art. 76- O juízo da falência é indivisível e 
competente para conhecer todas as ações sobre 
bens, interesses e negócios do falido, 
ressalvadas as causas trabalhistas, fiscais e 
aquelas não reguladas nesta Lei em que o falido 
figurar como autor ou litisconsorte ativo. 
Parágrafo único. Todas as ações, inclusive as 
excetuadas no caput deste artigo, terão 
prosseguimento com o administrador judicial, 
que deverá ser intimado para representar a 
massa falida, sob pena de nulidade do processo. 
Com relação as exceções previstas no caput do 
art. 76 da lei nº 11.101/05, Fábio Ulhoa Coelho 
enumera mais duas, a saber: Ações que 
demandam quantia ilíquida, 
independentemente da posição da massa falida, 
execuções tributárias. 
A decretação de falência determina o 
vencimento antecipado das dívidas do devedor 
e dos sócios ilimitadamente e solidariamente 
responsáveis. 
Art. 77. A decretação da falência determina o 
vencimento antecipado das dívidas do devedor 
e dos sócios ilimitada e solidariamente 
responsáveis, com o abatimento proporcional 
dos juros, e converte todos os créditos em 
moeda estrangeira para a moeda do País, pelo 
câmbio do dia da decisão judicial, para todos os 
efeitos desta Lei. 
NÃO CONFUNDA ESTE ARTIGO 77 COM O 
ARTIGO 38 DA MESMA LEI, POIS AMBOS FALAM 
DE CÂMBIO, PORÉM COM DATAS DIFERENTES. 
O artigo 38 desta lei traz a possibilidade da 
votação, na recuperação judicial, feita pelo 
credor na assembleia geral, o qual terá valor 
proporcional ao seu crédito, ademais caso o 
crédito seja em moeda estrangeira, ele será 
convertido para moeda nacional pelo câmbio da 
Véspera da data da assembleia. 
 
 
 
82 
 
“Na recuperação judicial, para fins exclusivos 
de votação em assembleia-geral, o crédito em 
moeda estrangeira será convertido para moeda 
nacional pelo câmbio da véspera da data de 
realização da assembleia” 
Entretanto, na falência, quando o devedor tem 
suas dívidas antecipadas, os créditos que ele 
possui em moeda estrangeira serão convertidos 
em moeda nacional, pelo câmbio do dia da 
decisão judicial. 
Conseguiu ver a diferença? Pois é... Essa 
diferença já caiu em provas da FGV. 
Art. 78. Os pedidos de falência estão sujeitos a 
distribuição obrigatória, respeitada a ordem de 
apresentação. 
Parágrafo único. As ações que devam ser 
propostas no juízo da falência estão sujeitas a 
distribuição por dependência. 
Art. 79. Os processos de falência e os seus 
incidentes preferem a todos os outros na ordem 
dos feitos, em qualquer instância. 
Art. 80. Considerar-se-ão habilitados os créditos 
remanescentes da recuperação judicial, quando 
definitivamente incluídos no quadro-geral de 
credores, tendo prosseguimento as habilitações 
que estejam em curso (JÁ CAIU EXATAMENTE 
ESTE ARTIGO NA PROVA) 
Responsabilidade dos sócios: 
Art. 81. A decisão que decreta a falência da 
sociedade com sócios ilimitadamente 
responsáveis também acarreta a falência 
destes que ficam sujeitos aos mesmos efeitos 
jurídicos produzidos em relação à sociedade 
falida e, por isso, deverão ser citados para 
apresentar contestação, se assim o desejarem. 
§ 1º O disposto no caput deste artigo aplica-se 
ao sócio que tenha se retirado voluntariamente 
ou que tenha sido excluído da sociedade, há 
menos de 2 (dois) anos, quanto às dívidas 
existentes na data do arquivamento da 
alteração do contrato, no caso de não terem 
sido solvidas até a data da decretação da 
falência. 
§ 2º As sociedades falidas serão representadas 
na falência por seus administradores ou 
liquidantes, os quais terão os mesmos direitos e, 
sob as mesmas penas, ficarão sujeitos às 
obrigações que cabem ao falido. 
Art. 82. A responsabilidade pessoal dos sócios 
de responsabilidade limitada, dos 
controladores e dos administradores da 
sociedade falida, estabelecida nas respectivas 
leis, será apurada no próprio juízo da falência, 
independentemente da realização do ativo e da 
prova da sua insuficiência para cobrir o passivo, 
observado o procedimento ordinário previsto 
no Código de Processo Civil. 
§ 1º Prescreverá em 2 (dois) anos, contados do 
trânsito em julgado da sentença de 
encerramento da falência, a ação de 
responsabilização prevista no caput deste 
artigo. 
§ 2º O juiz poderá, de ofício ou mediante 
requerimento das partes interessadas, ordenar 
a indisponibilidade de bens particulares dos 
réus, em quantidade compatível com o dano 
provocado, até o julgamento da ação de 
responsabilização. 
Art. 82-A. É vedada a extensão da falência ou de 
seus efeitos, no todo ou em parte, aos sócios de 
responsabilidade limitada, aos controladores e 
aos administradores da sociedade falida, 
admitida, contudo, a desconsideração da 
personalidade jurídica 
A desconsideração da personalidade jurídica da 
sociedade falida, para fins de responsabilização 
de terceiros, grupo, sócio ou administrador por 
obrigação desta, somente pode ser decretada 
pelo juízo falimentar com a observância do 
código civil e não se aplicando a suspensão 
processual. 
NÃO CONFUNDA: Quando os sócios forem 
ILIMITADAMENTE responsáveis a extensão da 
falência e de seus efeitos ocorre, contudo 
 
 
 
83 
 
quando os sócios forem LIMITADAMENTE 
responsáveis não poderá ocorrer tal extensão. 
Classificação dos créditos: 
O dinheiro da massa falida será utilizado para 
pagar aos credores, porém existe vários tipos de 
credores. E aí? Qual se deve pagar primeiro? 
Para isso o artigo 82 desta lei trouxe uma ordem, 
trouxe a classificação dos créditos. 
Art.82- A classificação dos créditos na falência 
obedece à seguinte ordem: 
 I- Os créditos derivados da legislação 
trabalhista, limitados a 150 (cento e cinquenta) 
salários-mínimos por credor, e aqueles 
decorrentes de acidentes de trabalho; 
II - Os créditos gravados com direito real de 
garantia até o limite do valor do bem gravado; 
III - os créditos tributários, independentemente 
da sua natureza e do tempo de constituição, 
exceto os créditos extraconcursais e as multas 
tributárias; 
VI - Os créditos quirografários, a saber: 
a) aqueles não previstos nos demais incisos 
deste artigo; 
b) os saldos dos créditos não cobertos pelo 
produto da alienação dos bens vinculados ao 
seu pagamento; e 
c) os saldos dos créditos derivados da legislação 
trabalhista que excederem o limite 
estabelecido no inciso I do caput deste artigo 
VIII - os créditos subordinados, a saber: 
a) os previstos em lei ou em contrato; e 
b) os créditos dos sócios e dos administradores 
sem vínculo empregatício cuja contratação não 
tenha observado as condições estritamente 
comutativas e as práticas de mercado; 
IX - Os juros vencidos após a decretação da 
falência, conforme previsto no art. 124 desta 
Lei. 
§ 1º Para os fins do inciso II do caput deste 
artigo, será considerado como valor do bem 
objeto de garantia reala importância 
efetivamente arrecadada com sua venda, ou, no 
caso de alienação em bloco, o valor de avaliação 
do bem individualmente considerado. 
§ 2º Não são oponíveis à massa os valores 
decorrentes de direito de sócio ao recebimento 
de sua parcela do capital social na liquidação da 
sociedade. 
§ 3º As cláusulas penais dos contratos 
unilaterais não serão atendidas se as obrigações 
neles estipuladas se vencerem em virtude da 
falência. 
 
§ 5º Para os fins do disposto nesta Lei, os 
créditos cedidos a qualquer título manterão sua 
natureza e classificação. 
 § 6º Para os fins do disposto nesta Lei, os 
créditos que disponham de privilégio especial ou 
geral em outras normas integrarão a classe dos 
créditos quirografários. 
Art. 84. Serão considerados créditos 
extraconcursais e serão pagos com precedência 
sobre os mencionados no art. 83 desta Lei, na 
ordem a seguir, aqueles relativos: 
I-A - às quantias referidas nos arts. 150 e 151 
desta Lei. 
E quais são? Art. 150. As despesas cujo 
pagamento antecipado seja indispensável 
à administração da falência, inclusive na 
hipótese de continuação provisória das 
atividades previstas no inciso XI do caput do 
art. 99 desta Lei, serão pagas pelo 
administrador judicial com os recursos 
disponíveis em caixa. 
Art. 151. Os créditos trabalhistas de 
natureza estritamente salarial vencidos nos 
3 (três) meses anteriores à decretação da 
falência, até o limite de 5 (cinco) salários-
mínimos por trabalhador, serão pagos tão 
logo haja disponibilidade em caixa. 
 
 
 
84 
 
I-B - Ao valor efetivamente entregue ao devedor 
em recuperação judicial pelo financiador, em 
conformidade com o disposto na Seção IV-A do 
Capítulo III desta Lei 
I-C - Aos créditos em dinheiro objeto de 
restituição, conforme previsto no art. 86 desta 
Lei; 
I-D - Às remunerações devidas ao administrador 
judicial e aos seus auxiliares, aos reembolsos 
devidos a membros do Comitê de Credores, e 
aos créditos derivados da legislação trabalhista 
ou decorrentes de acidentes de trabalho 
relativos a serviços prestados após a decretação 
da falência; 
I-E - às obrigações resultantes de atos jurídicos 
válidos praticados durante a recuperação 
judicial, nos termos do art. 67 desta Lei, ou após 
a decretação da falência; 
II - Às quantias fornecidas à massa falida pelos 
credores; 
III - às despesas com arrecadação, 
administração, realização do ativo, distribuição 
do seu produto e custas do processo de 
falência; 
IV - Às custas judiciais relativas às ações e às 
execuções em que a massa falida tenha sido 
vencida; 
V - Aos tributos relativos a fatos geradores 
ocorridos após a decretação da falência, 
respeitada a ordem estabelecida no art. 83 
desta Lei. 
§ 1º As despesas referidas no inciso I-A 
do caput deste artigo serão pagas pelo 
administrador judicial com os recursos 
disponíveis em caixa. 
§ 2º O disposto neste artigo não afasta a 
hipótese prevista no art. 122 desta Lei. 
E o que são créditos extraconcursais? São os que 
surgem após a decretação de falência e 
decorrentes de dívidas adquiridas pela massa 
falida, estes serão pagos com precedência sobre 
a ordem descrita no artigo 83 e já mencionada 
anteriormente. 
Por ex: Foi decretado a falência da empresa 
Sandy e júnior ltda. Sandy e Junior possuía um 
trabalhador que se chamava Candy e possuía 
uma credito de 100 salários mínimos a receber 
da empresa, pois decorrentes de serviços 
prestados antes da decretação da falência da 
mesma. No decorrer do seu processo 
falimentar, a empresa Sandy e Junior precisou 
contratar Nutella para prestar serviços de 
contabilidade. Pergunta: Quem deve receber 
primeiro o seu crédito? Candy ou Nutella? 
Resposta: Nutella, pois apesar de Candy ser a 
primeira da ordem de credores a receber, 
devido ao fato de possuir um credito trabalhista 
inferior a 100 salários mínimos. Nutella prestou 
um serviço EXTRACONCURSAL, ou seja, 
posterior a decretação da falência, logo Nutella 
deverá receber primeiro o seu crédito e 
posteriormente Candy. 
Pedido de restituição: Quando ocorre a 
decretação de falência, muitas vezes bens são 
arrecadados para que se faça parte da massa 
falida e gere crédito para pagar os credores. 
Ocorre, que bens de outros proprietários podem 
ser arrecadados como se fossem da falida. 
Neste caso, o proprietário do bem arrecado em 
processo de falência ou que se encontre em 
poder do devedor na data da decretação poderá 
pedir sua restituição. 
Art. 85. O proprietário de bem arrecadado no 
processo de falência ou que se encontre em 
poder do devedor na data da decretação da 
falência poderá pedir sua restituição. 
Parágrafo único. Também pode ser pedida a 
restituição de coisa vendida a crédito e 
entregue ao devedor nos 15 (quinze) dias 
anteriores ao requerimento de sua falência, se 
ainda não alienada 
Art. 86. Proceder-se-á à restituição em dinheiro: 
 
 
 
85 
 
I – Se a coisa não mais existir ao tempo do 
pedido de restituição, hipótese em que o 
requerente receberá o valor da avaliação do 
bem, ou, no caso de ter ocorrido sua venda, o 
respectivo preço, em ambos os casos no valor 
atualizado; 
II – da importância entregue ao devedor, em 
moeda corrente nacional, decorrente de 
adiantamento a contrato de câmbio para 
exportação, na forma do art. 75, §§ 3º e 4º , da 
Lei nº 4.728, de 14 de julho de 1965, desde que 
o prazo total da operação, inclusive eventuais 
prorrogações, não exceda o previsto nas normas 
específicas da autoridade competente; 
III – dos valores entregues ao devedor pelo 
contratante de boa-fé na hipótese de revogação 
ou ineficácia do contrato, conforme disposto no 
art. 136 desta Lei. 
IV - Às Fazendas Públicas, relativamente a 
tributos passíveis de retenção na fonte, de 
descontos de terceiros ou de sub-rogação e a 
valores recebidos pelos agentes arrecadadores e 
não recolhidos aos cofres públicos 
Art. 90. Da sentença que julgar o pedido de 
restituição caberá apelação sem efeito 
suspensivo. 
Parágrafo único. O autor do pedido de 
restituição que pretender receber o bem ou a 
quantia reclamada antes do trânsito em 
julgado da sentença prestará caução. 
Art. 91. O pedido de restituição suspende a 
disponibilidade da coisa até o trânsito em 
julgado. 
Parágrafo único. Quando diversos requerentes 
houverem de ser satisfeitos em dinheiro e não 
existir saldo suficiente para o pagamento 
integral, far-se-á rateio proporcional entre eles. 
MUITO IMPORTANTE! 
Quando reconhecido o pedido de restituição o 
juiz determinará a entrega da coisa no prazo de 
48 horas. 
A falência do devedor será decretada nas 
seguintes hipóteses: 
a) Impontualidade injustificada: sem relevante 
razão de direito, não paga, no vencimento, 
obrigação líquida materializada em título ou 
títulos executivos protestados cuja soma 
ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) 
salários-mínimos na data do pedido de falência; 
b) Execução frustrada: executado por qualquer 
quantia líquida, não paga, não deposita e não 
nomeia à penhora bens suficientes dentro do 
prazo legal; 
c)Prática atos de falência,exceto se fizer parte 
de plano de recuperação judicial: 
a) procede à liquidação precipitada de seus 
ativos ou lança mão de meio ruinoso ou 
fraudulento para realizar pagamentos; 
b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta 
realizar, com o objetivo de retardar pagamentos 
ou fraudar credores, negócio simulado ou 
alienação de parte ou da totalidade de seu ativo 
a terceiro, credor ou não; 
c) transfere estabelecimento a terceiro, credor 
ou não, sem o consentimento de todos os 
credores e sem ficar com bens suficientes para 
solver seu passivo; PRESTA ATENÇÃO, SE O 
EMPRESÁRIO TRANSFERE ESTABELECIMENTO A 
TERCEIRO, MAS FICA COM BENS SUFICIENTES 
PARA SOLVER O PASSIVO NÃO É CASO PARA 
DECRETAÇÃO DE Falência. 
d) simula a transferência de seu principal 
estabelecimento com o objetivo de burlar a 
legislação ou a fiscalização ou para prejudicar 
credor;e) dá ou reforça garantia a credor por dívida 
contraída anteriormente sem ficar com bens 
livres e desembaraçados suficientes para saldar 
seu passivo; 
f) ausenta-se sem deixar representante 
habilitado e com recursos suficientes para pagar 
os credores, abandona estabelecimento ou 
 
 
 
86 
 
tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua 
sede ou de seu principal estabelecimento; 
g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, 
obrigação assumida no plano de recuperação 
judicial. 
§ 1º Credores podem reunir-se em 
litisconsórcio a fim de perfazer o limite mínimo 
para o pedido de falência com base no inciso I 
do caput deste artigo. MUITO IMPORTANTE! 
SEMPRE CAI 
§ 2º Ainda que líquidos, não legitimam o pedido 
de falência os créditos que nela não se possam 
reclamar. 
§ 3º Na hipótese do inciso I do caput deste 
artigo, o pedido de falência será instruído com 
os títulos executivos na forma do parágrafo 
único do art. 9º desta Lei, acompanhados, em 
qualquer caso, dos respectivos instrumentos 
de protesto para fim falimentar nos termos da 
legislação específica. 
Obs: Para requerer o pedido de falência faz-se 
necessário o protesto do título, para que seja 
comprovado a impontualidade injustificada do 
empresário. 
§ 4º Na hipótese do inciso II do caput deste 
artigo, o pedido de falência será instruído com 
certidão expedida pelo juízo em que se processa 
a execução. 
§ 5º Na hipótese do inciso III do caput deste 
artigo, o pedido de falência descreverá os fatos 
que a caracterizam, juntando-se as provas que 
houver e especificando-se as que serão 
produzidas 
 Dentro do prazo de contestação, o devedor 
poderá pleitear sua recuperação judicial. 
Art. 96. A falência requerida com base no art. 94, 
inciso I do caput (IMPONTUALIDADE 
INJUSTIFICADA) não será decretada se o 
requerido provar: 
I – Falsidade de título; 
II – Prescrição; 
III – nulidade de obrigação ou de título; 
IV – Pagamento da dívida; 
V – Qualquer outro fato que extinga ou 
suspenda obrigação ou não legitime a cobrança 
de título; 
VI – Vício em protesto ou em seu instrumento; 
VII – apresentação de pedido de recuperação 
judicial no prazo da contestação, observados os 
requisitos do art. 51 desta Lei; 
VIII – cessação das atividades empresariais 
mais de 2 (dois) anos antes do pedido de 
falência, comprovada por documento hábil do 
Registro Público de Empresas, o qual não 
prevalecerá contra prova de exercício posterior 
ao ato registrado. 
§ 1º Não será decretada a falência de sociedade 
anônima após liquidado e partilhado seu ativo 
nem do espólio após 1 (um) ano da morte do 
devedor. JÁ CAIU VÁRIAS VEZES ESSE 
PARÁGRAFO! 
§ 2º As defesas previstas nos incisos I a VI 
do caput deste artigo não obstam a decretação 
de falência se, ao final, restarem obrigações não 
atingidas pelas defesas em montante que 
supere o limite previsto naquele dispositivo. 
Art. 97. Podem requerer a falência do devedor: 
I – O próprio devedor (é a autofalência) 
II – O cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro 
do devedor ou o inventariante; 
III – o cotista ou o acionista do devedor na forma 
da lei ou do ato constitutivo da sociedade; 
IV – Qualquer credor. 
§ 1º O credor empresário apresentará certidão 
do Registro Público de Empresas que comprove 
a regularidade de suas atividades. SÓ PODERÁ 
REQUERER A Falência, O EMPRRSÁRIO QUE 
ESTIVER REGULAR COM SUAS ATIVIDADES. 
§ 2º O credor que não tiver domicílio no Brasil 
deverá prestar caução relativa às custas e ao 
 
 
 
87 
 
pagamento da indenização de que trata o art. 
101 desta Lei. 
Quando um desses legitimados requerer a 
falência do devedor, este sendo citado poderá: 
contestar no prazo de 10 dias, efetuar o 
deposito elisivo nos pedidos baseados na 
impontualidade injustificada e na execução 
frustrada ou formular pedido de recuperação 
judicial. 
Depósito elisivo = valor correspondente ao total 
do crédito, acrescido de correção monetária, 
juros e honorários advocatícios, hipótese em 
que a falência não será decretada e, caso julgado 
procedente o pedido de falência, o juiz ordenará 
o levantamento do valor pelo autor. 
Da decisão que decreta a falência cabe agravo, 
e da sentença que julga a improcedência do 
pedido cabe apelação. 
A sentença que decretar a falência do devedor, 
dentre outras determinações: fixará o termo 
legal da falência, sem poder retrotraí-lo por 
mais de 90 (noventa) dias contados do pedido 
de falência, do pedido de recuperação judicial 
ou do 1º (primeiro) protesto por falta de 
pagamento, excluindo-se, para esta finalidade, 
os protestos que tenham sido cancelados; 
O que quer dizer termo de falência? Quer dizer 
o tempo imediatamente anterior ao pedido de 
falência, o qual poderá ser declarado ineficaz 
alguns atos do falido em relação a massa falida, 
contudo, esse tempo anterior não pode 
retroagir a um período superior a 90 dias. 
Art. 101. Quem por dolo requerer a falência de 
outrem será condenado, na sentença que julgar 
improcedente o pedido, a indenizar o devedor, 
apurando-se as perdas e danos em liquidação de 
sentença. 
§ 1º Havendo mais de 1 (um) autor do pedido de 
falência, serão solidariamente responsáveis 
aqueles que se conduziram na forma prevista 
no caput deste artigo. 
§ 2º Por ação própria, o terceiro prejudicado 
também pode reclamar indenização dos 
responsáveis. 
Principais efeitos da decretação da falência: 
 
 
 
 
Quanto ao devedor 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quanto ao devedor 
1- O falido fica 
inabilitado para 
exercer qualquer 
atividade 
empresarial a partir 
da decretação da 
falência e até a 
sentença que 
extingue suas 
obrigações 
 
2- Desde a 
decretação da 
falência ou do 
seqüestro, o devedor 
perde o direito de 
administrar os seus 
bens ou deles dispor. 
 
3- Comparecer a 
todos os atos da 
falência, podendo 
ser representado por 
procurador, quando 
não for indispensável 
sua presença; 
 
4- Não se ausentar 
do lugar onde se 
processa a falência; 
 
5- Prestar as 
informações 
reclamadas pelo juiz, 
MP, administrador 
judicial, credor sobre 
circunstâncias e fatos 
de interesse da 
falência 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
88 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quanto aos credores 
do falido 
suspensão da execução 
ou das execuções 
ajuizadas contra o 
devedor, inclusive 
daquelas dos credores 
particulares do sócio 
solidário, relativas a 
créditos ou obrigações 
sujeitos a recuperação 
judicial ou falência 
 
Dos Efeitos da Decretação da Falência sobre as 
Obrigações do Devedor 
a) Antecipação do vencimento das dívidas; 
b) Suspensão do exercício do direito de retenção 
sobre os bens sujeitos à arrecadação, os quais 
deverão ser entregues ao administrador judicial, 
bem como a suspensão do exercício do direito 
de retirada ou de recebimento do valor de suas 
quotas ou ações, por parte dos sócios da 
sociedade falida. 
c) cumprimento do contrato bilateral ou 
unilateral pelo administrador judicial, 
mediante autorização do comitê, caso esse 
cumprimento vier a reduzir ou evitar aumento 
do passivo da massa falida ou for necessário á 
manutenção da preservação dos seus ativos, 
salvo se houver previsão contratual da cláusula 
de resolução por falência. SEMPRE CAI! 
Art. 119. Nas relações contratuais a seguir 
mencionadas prevalecerão as seguintes regras: 
I – O vendedor não pode obstar a entrega das 
coisas expedidas ao devedor e ainda em 
trânsito, se o comprador, antes do 
requerimento da falência, as tiver revendido, 
sem fraude, à vista das faturas e conhecimentos 
de transporte, entregues ou remetidos pelo 
vendedor; 
II – se o devedor vendeu coisas compostas e o 
administrador judicial resolver não continuar a 
execução do contrato, poderá o comprador pôr 
à disposição da massa falida as coisas já 
recebidas, pedindo perdas e danos; 
III – não tendo o devedor entregue coisa móvel 
ou prestado serviço que vendera ou contratara 
a prestações, e resolvendo o administrador 
judicial não executar o contrato, o crédito 
relativo ao valor pago será habilitadona classe 
própria; Por ex: Gil comprou dois sacos de 
cuscuz na empresa BBB. Gil pagou 50% dos 
sacos, os quais ainda não foram entregues. 
Ocorre que a empresa BBB faliu e ao vir a ser 
decretada sua falência, o administrador judicial 
optou por não dar continuidade a esse 
contrato. Logo, para que Gil tenha o reembolso 
do seu valor já pago, deverá habilitar seu 
crédito no processo falimentar como credor 
quirografário. 
IV – o administrador judicial, ouvido o Comitê, 
restituirá a coisa móvel comprada pelo devedor 
com reserva de domínio do vendedor se resolver 
não continuar a execução do contrato, exigindo 
a devolução, nos termos do contrato, dos 
valores pagos; 
V – Tratando-se de coisas vendidas a termo, que 
tenham cotação em bolsa ou mercado, e não se 
executando o contrato pela efetiva entrega 
daquelas e pagamento do preço, prestar-se-á a 
diferença entre a cotação do dia do contrato e a 
da época da liquidação em bolsa ou mercado; 
VI – Na promessa de compra e venda de imóveis, 
aplicar-se-á a legislação respectiva; 
VII – a falência do locador não resolve o 
contrato de locação e, na falência do locatário, 
o administrador judicial pode, a qualquer 
tempo, denunciar o contrato; 
VIII – caso haja acordo para compensação e 
liquidação de obrigações no âmbito do sistema 
financeiro nacional, nos termos da legislação 
 
 
 
89 
 
vigente, a parte não falida poderá considerar o 
contrato vencido antecipadamente, hipótese 
em que será liquidado na forma estabelecida 
em regulamento, admitindo-se a compensação 
de eventual crédito que venha a ser apurado 
em favor do falido com créditos detidos pelo 
contratante; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 129. São ineficazes em relação à massa 
falida, tenha ou não o contratante 
conhecimento do estado de crise econômico-
financeira do devedor, seja ou não intenção 
deste fraudar credores: 
I – O pagamento de dívidas não vencidas 
realizado pelo devedor dentro do termo legal, 
por qualquer meio extintivo do direito de 
crédito, ainda que pelo desconto do próprio 
título; 
II – O pagamento de dívidas vencidas e exigíveis 
realizado dentro do termo legal, por qualquer 
forma que não seja a prevista pelo contrato; 
III – a constituição de direito real de garantia, 
inclusive a retenção, dentro do termo legal, 
tratando-se de dívida contraída anteriormente; 
se os bens dados em hipoteca forem objeto de 
outras posteriores, a massa falida receberá a 
parte que devia caber ao credor da hipoteca 
revogada; 
IV – A prática de atos a título gratuito, desde 2 
(dois) anos antes da decretação da falência; 
V – A renúncia à herança ou a legado, até 2 
(dois) anos antes da decretação da falência; 
VI – A venda ou transferência de 
estabelecimento feita sem o consentimento 
expresso ou o pagamento de todos os credores, 
a esse tempo existentes, não tendo restado ao 
devedor bens suficientes para solver o seu 
passivo, salvo se, no prazo de 30 (trinta) dias, 
não houver oposição dos credores, após serem 
devidamente notificados, judicialmente ou pelo 
oficial do registro de títulos e documentos; 
Parágrafo único. A ineficácia poderá ser 
declarada de ofício pelo juiz, alegada em defesa 
ou pleiteada mediante ação própria ou 
incidentalmente no curso do processo. 
#RECORDARÉVIVER 
Em todos esses incisos acima sempre se fala no 
tempo do termo. Se lembra o que é isso? 
O que quer dizer termo de falência? Quer dizer 
o tempo imediatamente anterior ao pedido de 
falência, o qual poderá ser declarado ineficaz 
alguns atos do falido em relação a massa falida, 
contudo, esse tempo anterior não pode 
retroagir a um período superior a 90 dias. 
OBS: AUTOFALÊNCIA- O devedor em crise 
econômico-financeira que julgue não atender 
Compensam-se, com preferência sobre 
todos os demais credores, as dívidas do 
devedor vencidas até o dia da decretação 
da falência, provenha o vencimento da 
sentença de falência ou não, obedecidos os 
requisitos da legislação civil. 
Parágrafo único. Não se compensam: 
I – Os créditos transferidos após a 
decretação da falência, salvo em caso de 
sucessão por fusão, incorporação, cisão ou 
morte; ou 
II – Os créditos, ainda que vencidos 
anteriormente, transferidos quando já 
conhecido o estado de crise econômico-
financeira do devedor ou cuja transferência 
se operou com fraude ou dolo. 
 
 
 
90 
 
aos requisitos para pleitear sua recuperação 
judicial deverá requerer ao juízo sua falência, 
expondo as razões da impossibilidade de 
prosseguimento da atividade empresarial, 
acompanhada de Demonstrações contábeis 
referentes aos 3 (três) últimos exercícios sociais 
e outros documentos. 
AÇÃO REVOCATÓRIA= São revogáveis os atos 
praticados com a intenção de prejudicar 
credores, provando-se o conluio fraudulento 
entre o devedor e o terceiro que com ele 
contratar e o efetivo prejuízo sofrido pela massa 
falida. 
Art. 133. A ação revocatória pode ser 
promovida: 
I – Contra todos os que figuraram no ato ou que 
por efeito dele foram pagos, garantidos ou 
beneficiados; 
II – Contra os terceiros adquirentes, se tiveram 
conhecimento, ao se criar o direito, da intenção 
do devedor de prejudicar os credores; 
III – contra os herdeiros ou legatários das 
pessoas indicadas nos incisos I e II 
do caput deste artigo. 
Art. 134. A ação revocatória correrá perante o 
juízo da falência e obedecerá ao procedimento 
ordinário previsto na Lei nº 5.869, de 11 de 
janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. 
Art. 135. A sentença que julgar procedente a 
ação revocatória determinará o retorno dos 
bens à massa falida em espécie, com todos os 
acessórios, ou o valor de mercado, acrescidos 
das perdas e danos. 
Parágrafo único. Da sentença cabe apelação. 
Art. 136. Reconhecida a ineficácia ou julgada 
procedente a ação revocatória, as partes 
retornarão ao estado anterior, e o contratante 
de boa-fé terá direito à restituição dos bens ou 
valores entregues ao devedor. 
OBS: É garantido ao terceiro de boa-fé, a 
qualquer tempo, propor ação por perdas e 
danos contra o devedor ou seus garantes. 
Art. 139. Logo após a arrecadação dos bens, com 
a juntada do respectivo auto ao processo de 
falência, será iniciada a realização do ativo. 
Art. 149. Realizadas as restituições, pagos os 
créditos extraconcursais, na forma do art. 84 
desta Lei, e consolidado o quadro-geral de 
credores, as importâncias recebidas com a 
realização do ativo serão destinadas ao 
pagamento dos credores, atendendo à 
classificação prevista no art. 83 desta Lei, 
respeitados os demais dispositivos desta Lei e as 
decisões judiciais que determinam reserva de 
importâncias. 
ORDEM DE PAGAMENTO DOS CREDORES: 
1- OS CRÉDITOS TRABALHISTAS DE NATUREZA 
ESTRITAMENTE SALARIAL VENCIDOS NOS 03 
MESES ANTERIORES Á DECRETAÇÃO DA 
FALÊNCIA, ATÉ O LIMITE DE 5 SALÁRIOS-
MÍNIMOS POR TRABALHADOR; 
2- RESTITUIÇÕES EM DINHEIRO: 
em dinheiro: 
I – Se a coisa não mais existir ao tempo do 
pedido de restituição 
II – Da importância entregue ao devedor, em 
moeda corrente nacional, decorrente de 
adiantamento a contrato de câmbio para 
exportação; 
III – dos valores entregues ao devedor pelo 
contratante de boa-fé na hipótese de 
revogação ou ineficácia do contrato, 
IV - Às Fazendas Públicas, relativamente a 
tributos passíveis de retenção na fonte, de 
descontos de terceiros ou de sub-rogação e a 
valores recebidos pelos agentes arrecadadores 
e não recolhidos aos cofres públicos. 
 
3- CRÉDITOS EXTRACONCURSAIS. 
#RECORDARÉVIVER 
E o que são créditos extraconcursais? São os 
que surgem após a decretação de falência e 
decorrentes de dívidas adquiridas pela massa 
falida, estes serão pagos com precedência 
 
 
 
91 
 
sobre a ordem descrita no artigo 83 e já 
mencionada anteriormente. 
4- CRÉDITOS CONCURSAIS EM SUA ORDEM: 
I-Aos créditos derivados da legislação 
trabalhista, limitados a 150 (cento e cinquenta) 
salários-mínimos por credor, e aqueles 
decorrentes de acidentes de trabalho 
II- os créditos gravados com direito real de 
garantia até o limite dovalor do bem gravado; 
III- os créditos tributários, independentemente 
da sua natureza e do tempo de constituição, 
exceto os créditos extraconcursais e as multas 
tributárias 
VI - Os créditos quirografários 
Art. 156. Apresentado o relatório final, o juiz 
encerrará a falência por sentença e ordenará a 
intimação eletrônica às Fazendas Públicas 
federal e de todos os Estados, Distrito Federal e 
Municípios em que o devedor tiver 
estabelecimento e determinará a baixa da falida 
no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), 
expedido pela Secretaria Especial da Receita 
Federal do Brasil. 
Parágrafo único. A sentença de encerramento 
será publicada por edital e dela caberá apelação 
Art. 158. Extingue as obrigações do falido: 
I – O pagamento de todos os créditos; 
II - O pagamento, após realizado todo o ativo, de 
mais de 25% (vinte e cinco por cento) dos 
créditos quirografários, facultado ao falido o 
depósito da quantia necessária para atingir a 
referida porcentagem se para isso não tiver sido 
suficiente a integral liquidação do ativo; 
V - o decurso do prazo de 3 (três) anos, contado 
da decretação da falência, ressalvada a 
utilização dos bens arrecadados anteriormente, 
que serão destinados à liquidação para a 
satisfação dos credores habilitados ou com 
pedido de reserva realizado; 
 
4. RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
O devedor que preencher alguns requisitos 
poderá propor e negociar com credores plano 
de recuperação extrajudicial. 
Requisitos: o devedor que, no momento do 
pedido, exerça regularmente suas atividades há 
mais de 2 (dois) anos e que atenda aos 
seguintes requisitos, cumulativamente: 
I – Não ser falido e, se o foi, estejam declaradas 
extintas, por sentença transitada em julgado, as 
responsabilidades daí decorrentes; 
II – Não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido 
concessão de recuperação judicial; 
III- não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido 
concessão de recuperação judicial; 
IV não ter sido condenado ou não ter, como 
administrador ou sócio controlador, pessoa 
condenada por crime falimentar. 
Não se aplica a recuperação extrajudicial 
titulares de créditos de natureza tributária, 
derivados da legislação do trabalho ou 
decorrentes de acidente de trabalho exige 
negociação coletiva com o sindicato da 
respectiva categoria profissional, assim como 
credor titular da posição de proprietário 
fiduciário de bens móveis ou imóveis, de 
arrendador mercantil, de proprietário ou 
promitente vendedor de imóvel cujos 
respectivos contratos contenham cláusula de 
irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive 
em incorporações imobiliárias, ou de 
proprietário em contrato de venda com reserva 
de domínio, seu crédito não se submeterá aos 
efeitos da recuperação judicial e prevalecerão os 
direitos de propriedade sobre a coisa e as 
condições contratuais, observada a legislação 
respectiva, não se permitindo, contudo, durante 
o prazo de suspensão a que se refere o § 4º do 
art. 6º desta Lei, a venda ou a retirada do 
estabelecimento do devedor dos bens de capital 
 
 
 
92 
 
essenciais a sua atividade empresarial, além 
disso crédito relacionado a contrato de câmbio 
§ 2º O plano não poderá contemplar o 
pagamento antecipado de dívidas nem 
tratamento desfavorável aos credores que a ele 
não estejam sujeitos. 
§ 3º O devedor não poderá requerer a 
homologação de plano extrajudicial, se estiver 
pendente pedido de recuperação judicial ou se 
houver obtido recuperação judicial ou 
homologação de outro plano de recuperação 
extrajudicial há menos de 2 (dois) anos. 
§ 4º O pedido de homologação do plano de 
recuperação extrajudicial não acarretará 
suspensão de direitos, ações ou execuções, 
nem a impossibilidade do pedido de 
decretação de falência pelos credores não 
sujeitos ao plano de recuperação extrajudicial. 
§ 5º Após a distribuição do pedido de 
homologação, os credores não poderão desistir 
da adesão ao plano, salvo com a anuência 
expressa dos demais signatários. 
§ 6º A sentença de homologação do plano de 
recuperação extrajudicial constituirá título 
executivo judicial, 
O devedor poderá requerer a homologação em 
juízo do plano de recuperação extrajudicial, 
juntando sua justificativa e o documento que 
contenha seus termos e condições, com as 
assinaturas dos credores que a ele aderiram. 
O devedor poderá também requerer a 
homologação de plano de recuperação 
extrajudicial que obriga todos os credores por 
ele abrangidos, desde que assinado por 
credores que representem mais da metade dos 
créditos de cada espécie abrangidos pelo plano 
de recuperação extrajudicial. 
O pedido de recuperação extrajudicial poderá 
ser apresentado com comprovação da anuência 
de credores que representem pelo menos 1/3 
(um terço) de todos os créditos de cada espécie 
por ele abrangidos e com o compromisso de, no 
prazo improrrogável de 90 (noventa) dias, 
contado da data do pedido, atingir o quórum de 
mais da metade dos credores de cada espécie, 
por meio de adesão expressa, facultada a 
conversão do procedimento em recuperação 
judicial a pedido do devedor.inscritos. 
Adquire personalidade jurídica com a 
aprovação e registro de seu Estatuto pelo 
respectivo Conselho Seccional da OAB. 
A caixa pode promover a seguridade 
complementar, quando em benefício dos 
advogados. 
A diretoria da Caixa é composta de cinco 
membros, com atribuições definidas no seu 
Regimento Interno. 
Em caso de extinção ou desativação da Caixa, 
seu patrimônio se incorpora ao do Conselho 
Seccional respectivo. 
O Conselho Seccional, mediante voto de dois 
terços de seus membros, pode intervir na Caixa 
de Assistência dos Advogados, no caso de 
descumprimento de suas finalidades, 
designando diretoria provisória, enquanto 
durar a intervenção. 
 
ATENÇÃO: DAS ELEIÇÕES E DOS MANDATOS 
DOS ÓRGÃOS DA OAB (Art. 63 ao 67, do 
EAOAB) 
 
A eleição dos membros de todos os órgãos da 
OAB será realizada na segunda quinzena do mês 
de novembro, do último ano do mandato, 
 
 
 
9 
 
mediante cédula única e votação direta dos 
advogados regularmente inscritos. 
A eleição SEMPRE ocorrerá de TRÊS EM TRÊS 
ANOS! 
E preste ATENÇÃO, o comparecimento é 
obrigatório para todos os advogados inscritos 
na OAB!!! 
REQUISITOS OBRIGATÓRIOS PARA 
CANDIDATURA: Comprovar situação regular 
perante a OAB, não ocupar cargo exonerável ad 
nutum (algo que é revogável pela vontade de 
um só parte), não ter sido condenado por 
infração disciplinar, salvo reabilitação, e exercer 
efetivamente a profissão há mais de 3 (três) 
anos, nas eleições para os cargos de 
Conselheiro Seccional e das Subseções, quando 
houver, e há mais de 5 (cinco) anos, nas eleições 
para os demais cargos. 
É ELEITO QUEM OBTIVER A MAIORIA DOS 
VOTOS VÁLIDOS. 
O mandato em qualquer órgão da OAB é de três 
anos, iniciando-se em primeiro de janeiro do 
ano seguinte ao da eleição, salvo o Conselho 
Federal. 
ATENÇÃO: O DE CONSELHEIRO FEDERAL 
COMEÇA EM PRIMEIRO DE FEVEREIRO DO ANO 
SEGUINTE AO DA ELEIÇÃO. 
SÃO CAUSAS DE EXTINÇÃO AUTOMÁTICA DO 
MANDATO ANTES DO TÉRMINO: 1) qualquer 
hipótese de cancelamento de inscrição ou de 
licenciamento do profissional 2) titular sofrer 
condenação disciplinar 3) titular faltar, sem 
motivo justificado, a três reuniões ordinárias 
consecutivas de cada órgão deliberativo do 
Conselho ou da diretoria da Subseção ou da 
Caixa de Assistência dos Advogados, não 
podendo ser reconduzido no mesmo período de 
mandato. 
ATENÇÃO: em caso de extinção precoce do 
mandato, cabe ao Conselho Seccional escolher 
o substituto, caso não haja suplente. 
 
DAS ELEIÇÕES DO CONSELHO FEDERAL (Art. 67, 
do EAOAB) 
 
A eleição da Diretoria do Conselho Federal 
sempre obedecerá às seguintes regras: 
I – será admitido registro, junto ao Conselho 
Federal, de candidatura à presidência, desde 
seis meses até um mês antes da eleição; 
II – o requerimento de registro deverá vir 
acompanhado do apoiamento de, no mínimo, 
seis Conselhos Seccionais; 
III – até um mês antes das eleições, deverá ser 
requerido o registro da chapa completa, sob 
pena de cancelamento da candidatura 
respectiva; 
IV – no dia 31 de janeiro do ano seguinte ao 
da eleição, o Conselho Federal elegerá, em 
reunião presidida pelo conselheiro mais antigo, 
por voto secreto e para mandato de 3 (três) 
anos, sua diretoria, que tomará posse no dia 
seguinte (TOMA POSSE EM FEVEREIRO); 
V – será considerada eleita a chapa que obtiver 
maioria simples dos votos dos Conselheiros 
Federais, presente a metade mais 1 (um) de 
seus membros (LEMBRAR M1M1 = MAIORIA 
SIMPLES E METADE+1). 
FIQUE ATENTO: Com exceção do candidato a 
Presidente, os demais integrantes da chapa 
deverão ser conselheiros federais eleitos. 
DAS CHAPAS PARA ELEIÇÕES – CONSELHO 
SECCIONAL E SUBSEÇÃO (Art. 64, do EAOAB) 
 
A chapa para o Conselho Seccional deve ser 
composta dos candidatos ao Conselho e à 
sua Diretoria e, ainda, à delegação ao 
Conselho Federal e à Diretoria da Caixa de 
Assistência dos Advogados para eleição 
conjunta. 
 
 
 
10 
 
A chapa para Subseção deve ser composta com 
os candidatos à diretoria, e de seu Conselho 
quando houver. 
 
2. DIREITOS E PRERROGATIVAS/DESAGRAVO 
O QUE VOCÊ DEVE SABER 
 
O tema ora estudado é bem recorrente nas 
provas da OAB, portanto, você precisa prestar 
bastante atenção no que neste material será 
exposto! 
Os principais artigos encontram-se junto ao 
Regimento interno (art. 15 ao 17) e Estatuto (6 
ao 7-A). 
Vamos aos direitos que mais nos interessam: 
Todos são exatamente IGUAIS! Não há 
hierarquia nem subordinação entre advogados, 
magistrados e membros do Ministério Público. 
devendo todos tratar-se com consideração e 
respeito recíprocos. 
NOVIDADE LEGISLATIVA NO EOAB: 
Art. 6º Não há hierarquia nem subordinação 
entre advogados, magistrados e membros do 
Ministério Público, devendo todos tratar-se com 
consideração e respeito recíprocos. 
Parágrafo único. As autoridades e os servidores 
públicos dos Poderes da República, os 
serventuários da Justiça e os membros do 
Ministério Público devem dispensar ao 
advogado, no exercício da profissão, 
tratamento compatível com a dignidade da 
advocacia e condições adequadas a seu 
desempenho, preservando e resguardando, de 
ofício, a imagem, a reputação e a integridade 
do advogado nos termos desta Lei. (Redação 
dada pela Lei nº 14.365, de 2022) 
O local do trabalho do advogado ou seu 
escritório é INVIOLÁVEL. Seus instrumentos de 
trabalho e correspondências também (seja lá 
qual for o meio). 
ATENÇÃO: Essa inviolabilidade é relativa, ou 
seja, havendo decisão fundamenta do Juízo (e 
presentes indícios de autoria e materialidade 
da prática de crime), exatamente com o que for 
buscado ou apreendido, é possível a “violação”. 
O advogado é livre para exercer sua profissão 
em qualquer território do País, bem como, 
pode ingressar livremente em qualquer órgão 
público. 
O advogado pode se comunicar com seus de 
forma pessoal e reservadamente, mesmo sem 
procuração (atente-se!), quando estes se 
acharem presos, detidos ou recolhidos em 
estabelecimentos civis ou militares, ainda que 
considerados incomunicáveis. 
Se o advogado for preso em flagrante, por 
motivo ligado ao exercício da advocacia, para 
lavratura do auto respectivo é necessária a 
presença de representante da OAB, sob pena 
de NULIDADE. 
OBS – CRIME INAFIANÇÁVEL: O advogado 
somente poderá ser preso em flagrante, por 
motivo de exercício da profissão, em caso de 
crime inafiançável. 
Se a prisão não for por motivo ligado à 
advocacia não é preciso o representante da 
OAB. 
PORTANTO, TEMOS QUE: 
MOTIVO LIGADO À ADVOCACIA: PRECISA DE 
REPRESENTANTE DA OAB. 
MOTIVO NÃO LIGADO À ADVOCACIA: NÃO 
PRECISA DO REPRESENTANTE. 
O advogado tem direito à cela especial (sala de 
estado maior) até o trânsito em julgado da 
decisão, com instalações e comodidades 
condignas 
ATENÇÃO: Acaso não exista sala especial ou de 
estado maior, o advogado deve ficar em prisão 
domiciliar. 
O advogado pode examinar, em qualquer órgão 
dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da 
Administração Pública em geral, autos de 
 
 
 
11 
 
processos findos ou em andamento, mesmo 
sem procuração, quando não estiverem 
sujeitos a sigilo ou segredo de justiça. 
Pode retirar autos de processos findos, mesmo 
sem procuração, pelo prazo de dez dias. OBS: Se 
os autos correram sob segredo de justiça não 
pode retirar! 
ATENÇÃO: Se o processo não está encerrado, 
precisa de procuração para retirada. 
Se o advogado for ofendido no exercício da 
profissão ou em razão dela TEM DIREITO ao 
desagravo público. 
Assistir a seus clientes investigados durante 
a apuração de infrações, sob pena de 
nulidade absoluta do respectivo interrogatório 
ou depoimento (e de todos os atos que dele 
decorram). 
O advogado tem imunidade profissional, ou 
seja, NÃO CONSTITUI INJÚRIA OU DIFAMAÇÃO 
atos praticados no exercício de sua atividade, 
em juízo ou fora dele. 
ATENÇÃO:DESACATO é punível! 
ATENÇÃO: Em que pese não constituir crime a 
injúria ou difamação, o advogado pode estar 
sujeito às sanções disciplinares perante a OAB, 
pelos excessos que cometer. 
LIVRE ACESSO AOS MAGISTRADOS: O advogado 
tem direito de dirigir-se diretamente aos 
magistrados nas salas e gabinetes de trabalho, 
independentemente de horário previamente 
marcado ou outra condição. 
USO DO TERMO PELA ORDEM: Em qualquer 
juízo ou tribunal, sempre que for necessário o 
esclarecimento de eventual equívoco ou 
dúvida surgida em relação a fatos, 
documentos ou afirmações que influam no 
julgamento, bem como para replicar acusação 
ou censura que lhe forem feitas, o advogado 
PODE FAZER USO DA PALAVRA PELA ORDEM e 
esclarecer o que for preciso. 
FALAR EM PÉ OU SENTADO: É direito do 
advogado permanecer sentado ou em pé e 
retirar-se das salas de sessões dos tribunais, 
de audiências repartição judicial ou 
assembleia, independentemente de licença. 
Ademais, falar, sentado ou em pé, em juízo, 
tribunal ou órgão de deliberação coletiva da 
Administração Pública ou do Poder Legislativo. 
DESAGRAVO: Quando ofendido no exercício 
da profissão ou em razão dela o advogado tem 
direito a ser publicamente desagravado. 
ATENÇÃO: Ainda sobre o desagravo, mo caso de 
ofensa a inscrito na OAB, no exercício da 
profissão ou de cargo ou função de órgão da 
OAB, o conselho competente deve promover o 
desagravo público do ofendido, sem prejuízo 
da responsabilidade criminal em que incorrer o 
infrator. 
Portanto, como visto acima, não se trata de 
faculdade do conselho, mas sim de DEVER 
LEGAL! 
O desagravo público nada mais é do que uma 
ferramenta de defesa que possui a finalidade de 
coibir ofensas, arbitrariedades e demais tipos de 
violações cometidas contra os advogados e às 
suas prerrogativas. 
Sobre o tema, vale a pena conferir, ainda, as 
disposições contidas junto ao Art. 18, do 
RGOAB: 
O inscrito na OAB, quando ofendido 
comprovadamente em razão do exercício 
profissional ou de cargo ou função da OAB, 
tem direito ao desagravo público promovido 
pelo Conselho competente, de ofício, a seu 
pedido ou de qualquer pessoa. 
Portanto, além do Conselho, que deve fazer de 
Ofício, o desagravo pode ser solicitado por 
pedido do ofendido ou QUALQUER PESSOA. 
Quando se tratar de pedido do ofendido ou de 
qualquer pessoa, este será submetido à 
Diretoria do Conselho competente, que poderá, 
nos casos de urgência e notoriedade, conceder 
 
 
 
12 
 
imediatamente o desagravo, ad referendum do 
órgão competente do Conselho, conforme 
definido em regimento interno. 
Nos demais casos (quando ausentes a urgência 
e notoriedade), a Diretoria remeterá o pedido 
de desagravo ao órgão competente para 
instrução e decisão, podendo o relator, 
convencendo-se da existência de prova ou 
indício de ofensa relacionada ao exercício da 
profissão ou de cargo da OAB, solicitar 
informações da pessoa ou autoridade 
ofensora, no prazo de 15 (quinze) dias (ele 
pode ou não fazer a solicitação). 
Acaso se trate de OFENSA PESSOAL, não ligada 
ao exercício da profissional ou as prerrogativas 
(ou ainda críticas de caráter doutrinário, 
político ou religioso), o relator pode propor o 
arquivamento do pedido. 
PRAZO PARA O DESAGRAVO: Deverão ser 
decididos no prazo máximo de 60 (sessenta) 
dias. 
INDEPENDE DE CONCORDÂNCIA DO 
OFENDIDO: O desagravo público, como 
instrumento de defesa dos direitos e 
prerrogativas da advocacia, não depende de 
concordância do ofendido, que não pode 
dispensá-lo, devendo ser promovido a critério 
do Conselho. 
Quando se tratar de Conselheiro Federal ou de 
Presidente de Conselho Seccional, ou, ainda, 
em situações que a ofensa a advogado se 
revestir de relevância e grave violação às 
prerrogativas profissionais, com repercussão 
nacional, o desagravo deve ser promovido pelo 
Conselho Federal. Nesse caso, o desagravo 
deve se dar na sede do Conselho Seccional, 
salvo no caso de ofensa a Conselheiro Federal. 
Nos demais casos o desagravo deve ser 
promovido na sede do no Conselho Seccional 
onde ocorreu a ofensa. 
Visto as principais temáticas sobre o 
DESAGRAVO, voltemos à nossa programação 
normal..... 
ATENÇÃO - Art. 7º-B (ESTATUTO): Constitui 
crime violar direito ou prerrogativa de 
advogado previstos nos incisos II, III, IV e V do 
caput do art. 7º do estatuto: 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, 
e multa. 
ESTES SÃO OS DIREITOS E PRERROGATIVAS 
CUJA VIOLAÇÃO CONSTITUI CRIME: 
1- a inviolabilidade de seu escritório ou 
local de trabalho, bem como de seus 
instrumentos de trabalho, de sua 
correspondência escrita, eletrônica, 
telefônica e telemática, desde que 
relativas ao exercício da advocacia 
2- comunicar-se com seus clientes, 
pessoal e reservadamente, mesmo 
sem procuração, quando estes se 
acharem presos, detidos ou 
recolhidos em estabelecimentos civis 
ou militares, ainda que considerados 
incomunicáveis 
3- ter a presença de representante da 
OAB, quando preso em flagrante, por 
motivo ligado ao exercício da 
advocacia, para lavratura do auto 
respectivo, sob pena de nulidade e, 
nos demais casos, a comunicação 
expressa à seccional da OAB 
4- não ser recolhido preso, antes de 
sentença transitada em julgado, 
senão em sala de Estado-Maior, com 
instalações e comodidades condignas, 
e na falta em prisão domiciliar. 
COMO JÁ FOI COBRADO: 
O advogado Júnior foi procurado pela família de 
João, preso em razão da decretação de prisão 
temporária em certo estabelecimento prisional. 
Dirigindo-se ao local, Júnior foi informado que 
João é considerado um preso de alta 
periculosidade pelo sistema prisional, tendo em 
vista o cometimento de diversos crimes 
violentos, inclusive contra um advogado, 
integração a organização criminosa e 
 
 
 
13 
 
descobrimento de um plano de fuga a ser 
executado pelo mesmo grupo. 
Diante de tais circunstâncias, o diretor do 
estabelecimento conduziu Júnior a uma sala 
especial, onde poderia conversar com João na 
presença de um agente prisional destinado a 
garantir a segurança do próprio Júnior e dos 
demais. Além disso, foi exigida a apresentação 
de procuração pelo advogado antes de deixar o 
estabelecimento prisional. 
Considerando o caso narrado, assinale a 
afirmativa correta. 
A) É exigível a apresentação de 
procuração. Quanto às condições exigidas para 
a realização da entrevista, por serem 
devidamente justificadas, não indicam violação 
de direitos. 
B) Não é exigível a apresentação de 
procuração. Já as condições exigidas para a 
realização da entrevista violam direitos e 
implicam o cometimento de fato penalmente 
típico pelo diretor do estabelecimento. 
C) É exigível a apresentação de 
procuração. Já as condições exigidas para a 
realização da entrevista indicam violação de 
direitos, devendo ser combatidas por meio das 
medidas judiciais cabíveis, tais como a 
impetração de habeas corpus. 
D) Não é exigível a apresentação de 
procuração. Já as condições exigidas para a 
realização da entrevista indicam violação de 
direitos, devendo ser combatidas por meio das 
medidas judiciais cabíveis, tais como a 
impetração de habeas corpus, não se tratando 
de fato tipificado penalmente. 
Mais questões sobre o tema em: 
https://bit.ly/3EjDvhA (copie e cole no 
navegador). 
DIREITOS DA ADVOGADA GESTANTE (TEMA 
EM ALTA) 
São direitos da advogada gestante: 
1) entrada em tribunais sem ser 
submetida a detectores de metais e 
aparelhos de raios X. 
2) A reserva de vaga em garagens dos 
fóruns dos tribunais. 
3) Preferência na ordem das sustentações 
orais e das audiências a serem 
realizadas a cada dia. 
São direitos da advogada lactante, adotante ou 
que der à luz: 
1) acesso a creche, onde houver, ou a 
local adequado ao atendimento das 
necessidades do bebê. 
Direitos da advogada gestante, lactante, 
adotante ou queder à luz: 
1) preferência na ordem das sustentações 
orais e das audiências a serem 
realizadas a cada dia, mediante 
comprovação de sua condição. 
Direitos da advogada adotante ou que der à luz: 
1) suspensão de prazos processuais 
quando for a única patrona da causa, 
desde que haja notificação por escrito 
ao cliente (por 30 dias). 
Os direitos previstos à advogada gestante ou 
lactante aplicam-se enquanto durar estado 
gravídico ou o período de amamentação. 
Os direitos previstos à adotiva duram 120 dias. 
 
3. INFRAÇÕES E SANÇÕES 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
As Infrações Disciplinares são devidamente 
elencadas no estatuto (art. 34 e seguintes), 
sendo aplicáveis apenas aos inscritos nos 
quadros da OAB (advogados e estagiários). 
As infrações são puníveis com censura, 
suspensão ou exclusão dos quadros da OAB, 
além de multa (Art. 35). 
A censura tem natureza é uma infração do tipo 
leve, sendo cabível nos casos das infrações 
definidas nos incisos I a XVI e XXIX do art. 34; 
 
 
 
14 
 
violação a preceito do Código de Ética e 
Disciplina; violação a preceito do ESTATUTO, 
quando para a infração não se tenha 
estabelecido sanção mais grave. 
ATENÇÃO: A censura pode ser convertida em 
advertência, em ofício reservado, sem registro 
nos assentamentos do inscrito, quando 
presente circunstância atenuante. 
A suspensão é aplicável nos casos de infrações 
definidas nos incisos XVII a XXV do art. 34 e 
reincidência em infração disciplinar. 
A suspensão acarreta ao infrator a interdição 
do exercício profissional, em todo o território 
nacional, pelo prazo de trinta dias a doze 
meses. 
OBS: Nas hipóteses dos incisos XXI (recusar-se, 
injustificadamente, a prestar contas ao cliente 
de quantias recebidas dele ou de terceiros por 
conta dele) e XXIII (deixar de pagar as 
contribuições, multas e preços de serviços 
devidos à OAB, depois de regularmente 
notificado a fazê-lo) do art. 34, a suspensão 
perdura até que satisfaça integralmente a 
dívida, inclusive com a correção monetária. 
Na hipótese do inciso XXIV (incidir em erros 
reiterados que evidenciem inépcia profissional) 
do art. 34, a suspensão perdura até que preste 
novas provas de habilitação. 
A exclusão é a mais grave das penalidades e é 
aplicável nos casos de aplicação, por três vezes, 
de suspensão e das infrações definidas nos 
incisos XXVI a XXVIII do art. 34, do estatuto. 
Para a aplicação de exclusão é necessária a 
manifestação favorável de dois terços dos 
membros do Conselho Seccional competente. 
Com a exclusão o advogado tem a inscrição 
cancelada. 
OBSERVALÇAO IMPORTANTE: Fica impedido 
de exercer o mandato o profissional a quem 
forem aplicadas as sanções disciplinares de 
suspensão ou exclusão. 
A multa é aplicável cumulativamente com a 
censura ou suspensão, em havendo 
circunstâncias agravantes. 
O valor da multa é variável entre o mínimo 
correspondente ao valor de uma anuidade e 
o máximo de seu décuplo. 
ATENÇÃO: É permitido ao que tenha sofrido 
qualquer sanção disciplinar requerer, um ano 
após seu cumprimento, a reabilitação, em face 
de provas efetivas de bom comportamento. 
ATENÇÃO1: Quando a sanção disciplinar 
resultar da prática de crime, o pedido de 
reabilitação depende também da 
correspondente reabilitação criminal. 
PRESCRIÇÃO: A pretensão à punibilidade das 
infrações disciplinares prescreve em cinco 
anos, contados da data da constatação oficial 
do fato. 
PRESCRIÇAO INTERCORRENTE: Aplica-se a 
prescrição a todo processo disciplinar 
paralisado por mais de três anos, 
pendente 
 
4. PROCESSO DISCIPLINAR 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
O tema é muito cobrado e exige máxima 
atenção. 
Aqui, vamos começar com os artigos do EAOAB, 
artigos 68 ao 77, e os artigos 55 ao 69, do 
CEDOAB. 
ORDINARIAMENTE se aplica o processo 
disciplinar, SUBSIDIRIAMENTE aplica-se as 
regras da legislação processual penal comum e, 
aos demais processos, as regras gerais do 
procedimento administrativo comum e da 
legislação processual civil, nessa ordem. 
PRAZO DE DEFESA E RECURSOS: Todos os prazos 
necessários à manifestação de advogados, 
estagiários e terceiros, nos processos em geral 
 
 
 
15 
 
da OAB, são de quinze dias – inclusive para a 
interposição de recursos. 
ATENÇÃO: O recurso poderá ser interposto via 
fac-simile ou similar, devendo o original ser 
entregue até 10 (dez) dias da data da 
interposição. 
Inovação legal - § 1º, Art. 69 do Estatuto: Nos 
casos de comunicação por ofício reservado ou 
de notificação pessoal, considera-se dia do 
começo do prazo o primeiro dia útil imediato 
ao da juntada aos autos do respectivo aviso de 
recebimento. 
§ 2º No caso de atos, notificações e decisões 
divulgados por meio do Diário Eletrônico da 
Ordem dos Advogados do Brasil, o prazo terá 
início no primeiro dia útil seguinte à publicação, 
assim considerada o primeiro dia útil seguinte 
ao da disponibilização da informação no Diário. 
Atenção: O prazo para defesa prévia pode ser 
prorrogado por motivo relevante, a juízo do 
relator. 
Atenção: Se, após a defesa prévia, o relator se 
manifestar pelo indeferimento liminar da 
representação, este deve ser decidido pelo 
Presidente do Conselho Seccional, para 
determinar seu arquivamento. 
Em casos de revelia ou quando o representado 
não for encontrado, o Presidente do Conselho 
ou da Subseção deve designar-lhe defensor 
dativo. 
CONTAGEM DE PRAZO: 
1) Nos casos de comunicação por 
ofício reservado, ou de notificação 
pessoal, considera-se dia do 
começo do prazo o primeiro dia útil 
imediato ao da juntada aos autos 
do respectivo aviso de 
recebimento. 
2) No caso de atos, notificações e 
decisões divulgados por meio do 
Diário Eletrônico da Ordem dos 
Advogados do Brasil, o prazo terá 
início no primeiro dia útil seguinte 
à publicação. 
Fique ligado: EM CASO DE NOTIFICAÇÃO INICIAL 
PARA APRESENTAÇÃO DA DEFESA PRÉVIA ou 
manifestação em PAD (Processo administrativo) 
que corre na OAB, esta notificação deve ser 
realizada através de CORRESPONDÊNCIA 
ACOMPANHADA DE AR (AVISO DE 
RECEBIMENTO), além de ser enviada para o 
endereço profissional ou residencial constante 
do cadastro do Conselho Seccional – art. 137-D, 
do Regulamento Geral. 
O poder de punir disciplinarmente os inscritos 
na OAB compete exclusivamente ao Conselho 
Seccional em cuja base territorial tenha 
ocorrido a infração (PRESTE ATENÇÃO: NÃO É 
O CONSELHO SECCIONAL DE ORIGEM DO 
ADVOGADO, MAS SIM O DO LOCAL ONDE 
OCORREU O FATO), salvo se a falta for 
cometida perante o Conselho Federal. 
O julgamento será realizado pelo Tribunal de 
Ética e Disciplina, do Conselho Seccional 
competente. 
Quando da decisão condenatória irrecorrível 
deve ser imediatamente comunicada ao 
Conselho Seccional onde o representado 
tenha inscrição principal, para constar dos 
respectivos assentamentos. 
Quando da instauração do processo, o Tribunal 
de Ética e Disciplina do Conselho onde o 
acusado tenha inscrição principal pode 
suspendê-lo preventivamente. 
Quando isso pode ser feito? 
Em caso de repercussão prejudicial à 
dignidade da advocacia. 
ATENÇÃO: É NECESSÁRIO OUVIR O 
REPRESENTADO EM SESSÃO ESPECIAL, PARA A 
QUAL ESTE DEVE SER NOTIFICADO PARA 
COMPARECER. 
 
 
 
16 
 
Neste caso, o processo disciplinar deve ser 
concluído no prazo máximo de noventa dias. 
INCÍCIO DO PROCESSO: O processo disciplinar 
instaura-se de ofício ou mediante 
representação de qualquer autoridade ou 
pessoa interessada. 
A instauração, de ofício, do processo disciplinar 
dar-se-á em função do conhecimento do fato, 
quando obtido por meio de fonte idônea ou em 
virtude de comunicação da autoridade 
competente (DENÚNCIA ANÔNIMA NÃO É 
FONTE IDÔNEA)! 
Quando se der mediante representação esta 
será formulada ao Presidente do Conselho 
Seccional ou ao Presidente da Subseção, por 
escrito ou verbalmente (esta deve ser reduzida 
a termo).ATENÇÃO: A representação contra membros do 
Conselho Federal e Presidentes de Conselhos 
Seccionais é processada e julgada pelo 
Conselho Federal. Já a representação contra 
dirigente de Subseção é processada e julgada 
pelo Conselho Seccional. 
Parágrafo único. Nas Seccionais cujos 
Regimentos Internos atribuírem competência 
ao Tribunal de Ética e Disciplina para instaurar 
o processo ético disciplinar, a representação 
poderá ser dirigida ao seu Presidente ou será a 
este encaminhada por qualquer dos dirigentes 
referidos no caput deste artigo que a houver 
recebido. 
Os requisitos da representação estão no artigo 
57, do CEDOAB. 
Recebida a representação deverá ser designado 
RELATOR (por sorteio). Os atos de instrução 
processual podem ser delegados ao Tribunal de 
Ética e Disciplina, se assim dispuser o regimento 
interno da Seccional. 
O relator, atendendo aos critérios de 
admissibilidade, emitirá parecer propondo a 
instauração de processo disciplinar ou o 
arquivamento liminar da representação, no 
prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de 
redistribuição do feito pelo Presidente do 
Conselho Seccional ou da Subseção para outro 
relator, observando-se o mesmo prazo. 
O Presidente do Conselho competente ou, 
conforme o caso, o do Tribunal de Ética e 
Disciplina, proferirá despacho declarando 
instaurado o processo disciplinar ou 
determinando o arquivamento da 
representação, nos termos do parecer do 
relator ou segundo os fundamentos que adotar. 
ATENÇÃO: O processo disciplinar tramita em 
sigilo, até o seu término, só tendo acesso às 
suas informações as partes, seus defensores e a 
autoridade judiciária competente! 
Nos casos de infração ético-disciplinar punível 
com censura, será admissível a celebração de 
termo de ajustamento de conduta 
(regulamentado em provimento do Conselho 
Federal da OAB), se o fato apurado não tiver 
gerado repercussão negativa à advocacia. 
Como já visto, via de regra, os prazos são de 15 
dias, inclusive, compete ao relator do processo 
disciplinar determinar a notificação dos 
interessados para prestar esclarecimentos ou a 
do representado para apresentar defesa prévia, 
no prazo de 15 (quinze) dias, em qualquer caso. 
A notificação inicial será expedida para o 
endereço constante do cadastro de inscritos do 
Conselho Seccional. 
Fique ligado: EM CASO DE NOTIFICAÇÃO INICIAL 
PARA APRESENTAÇÃO DA DEFESA PRÉVIA ou 
manifestação em PAD (Processo administrativo) 
que corre na OAB, esta notificação deve ser 
realizada através de CORRESPONDÊNCIA 
ACOMPANHADA DE AR (AVISO DE 
RECEBIMENTO), além de ser enviada para o 
endereço profissional ou residencial constante 
do cadastro do Conselho Seccional – art. 137-D, 
do Regulamento Geral. 
Se a notificação inicial restar frustrada a mesma 
será feita por via editalícia. 
 
 
 
17 
 
Quando se tratar de processo disciplinar, a 
notificação inicial feita através de edital deverá 
respeitar o sigilo de que trata o artigo 72, § 2º, 
da Lei 8.906/94, dele não podendo constar 
qualquer referência de que se trate de matéria 
disciplinar, constando apenas o nome completo 
do advogado, nome social, o seu número de 
inscrição e a observação de que ele deverá 
comparecer à sede do Conselho Seccional ou da 
Subseção para tratar de assunto de seu 
interesse. 
Também como já visto, se o representado não 
for encontrado ou ficar revel, o Presidente do 
Conselho competente ou, conforme o caso, o do 
Tribunal de Ética e Disciplina designar-lhe-á 
defensor dativo. 
Oferecida a defesa prévia, que deve ser 
acompanhada dos documentos que possam 
instruí-la e do rol de testemunhas, até o limite 
de 5 (cinco), designada, se for o caso, audiência 
para oitiva do representante, do representado 
e das testemunhas. 
DETALHE: Quem indica as testemunhas fica 
responsável comparecimento, salvo se ao 
apresentarem o respectivo rol, requererem, por 
motivo justificado, que elas sejam notificadas a 
comparecer à audiência de instrução do 
processo. 
FIQUE ATENTO: O relator pode indeferir a 
produção de provas se estas forem tidas como 
desnecessárias ou protelatórias, impertinentes 
ou ilícitas. Deverá haver FUNDAMENTAÇÃO. 
Após a conclusão da instrução o relator deverá 
proferir parecer preliminar, que será submetido 
o Tribunal de ética. 
O prazo para razões finais segue a regra de 
quinze dias. 
O processo será incluído em pauta na primeira 
sessão de julgamentos após a distribuição ao 
relator. O representante e o representado são 
notificados pela Secretaria do Tribunal, com 15 
(quinze) dias de antecedência, para 
comparecerem à sessão de julgamento. 
De acordo com o artigo 61, do CEDOAB, do 
julgamento do processo disciplinar lavrar-se-á 
acórdão (que sempre trará EMENTA), do qual 
constarão, quando procedente a 
representação, o enquadramento legal da 
infração, a sanção aplicada, o quórum de 
instalação e o de deliberação, a indicação de 
haver sido esta adotada com base no voto do 
relator ou em voto divergente, bem como as 
circunstâncias agravantes ou atenuantes 
consideradas e as razões determinantes de 
eventual conversão da censura aplicada em 
advertência sem registro nos assentamentos 
do inscrito. 
FIQUE LIGADO: Na hipótese prevista no art. 70, 
§ 3º, do EAOAB (grave repercussão à dignidade 
da advocacia), em sessão especial designada 
pelo Presidente do Tribunal, serão facultadas ao 
representado ou ao seu defensor a 
apresentação de defesa, a produção de prova e 
a sustentação oral. 
Todos os recursos têm efeito suspensivo, 
exceto quando tratarem de eleições (art.63 e 
seguintes), de suspensão preventiva decidida 
pelo Tribunal de Ética e Disciplina, e de 
cancelamento da inscrição obtida com falsa 
prova (art. 77, EAOAB). 
À exceção dos embargos de declaração, os 
recursos são dirigidos ao órgão julgador 
superior competente, embora interpostos 
perante a autoridade ou órgão que proferiu a 
decisão recorrida. 
CABIMENTO DO RECURSO: Cabe recurso ao 
Conselho Federal de todas as decisões 
definitivas proferidas pelo Conselho Seccional, 
quando não tenham sido unânimes ou, sendo 
unânimes, contrariem esta Lei, decisão do 
Conselho Federal ou de outro Conselho 
Seccional e, ainda, o Regulamento Geral, o 
Código de Ética e Disciplina e os Provimentos. 
Portanto, temos que: 
 
 
 
18 
 
Cabe recurso ao CONSELHO FEDERAL de todas 
as decisões definitivas proferidas pela 
SECCIONAL, quando: 
1) Não tenham sido unânimes 
2) Sendo unânimes, contrariem esta lei, decisão 
do Conselho Federal ou outro Conselho 
Seccional, o CED ou o RGOAB. 
COMO JÁ CAIU (2019): 
O Conselho Seccional X da OAB proferiu duas 
decisões, ambas unânimes e definitivas, em dois 
processos distintos. Acerca da matéria que é 
objeto do processo 1, há diversos julgados, em 
sentido diametralmente oposto, proferidos pelo 
Conselho Seccional Y da OAB. Quanto ao 
processo 2, há apenas uma decisão contrária, 
outrora proferida pelo Conselho Federal da 
OAB. De acordo com a situação narrada, assinale 
a afirmativa correta. 
Alternativas 
A) Cabe recurso da decisão proferida no 
processo 1 ao Conselho Federal da OAB, com 
fundamento na divergência com as decisões 
emanadas do Conselho Seccional Y. Também 
cabe recurso da decisão proferida no processo 2 
ao Conselho Federal da OAB, com base na 
divergência com a decisão anterior do Conselho 
Federal. 
B) Não cabe recurso da decisão proferida no 
processo 1 ao Conselho Federal da OAB, com 
fundamento na divergência com as decisões 
emanadas do Conselho Seccional Y. No entanto, 
cabe recurso da decisão proferida no processo 2 
ao Conselho Federal da OAB, com base na 
divergência com a decisão anterior do Conselho 
Federal. 
C) Cabe recurso da decisão proferida no 
processo 1 ao Conselho Federal da OAB, com 
fundamento na divergência com as decisões 
emanadas do Conselho Seccional Y. No entanto, 
não cabe recurso da decisão proferida no 
processo 2 ao Conselho Federal da OAB, com 
base na divergência com a decisão anterior do 
Conselho Federal. 
D) Não cabem recursos dasdecisões proferidas 
no processo 1 e no processo 2, tendo em vista a 
definitividade das decisões emanadas do 
Conselho Seccional. 
Fácil perceber, portanto, que certa é a LETRA A. 
Cabe recurso ao Conselho Seccional de todas as 
decisões proferidas por seu Presidente, pelo 
Tribunal de Ética e Disciplina, ou pela diretoria 
da Subseção ou da Caixa de Assistência dos 
Advogados. 
REVISÃO DO PAD: É permitida a revisão do 
processo disciplinar QUANDO OCORRER: 1) por 
erro de julgamento 2) por condenação baseada 
em falsa prova. 
Tem legitimidade para requerer a revisão o 
advogado punido com a sanção disciplinar. 
A competência para processar e julgar o 
processo de revisão é do órgão de que emanou 
a condenação final (Quando o órgão 
competente for o Conselho Federal, a revisão 
processar-se-á perante a Segunda Câmara, 
reunida em sessão plenária). 
ATENÇÃO: O pedido de revisão terá autuação 
própria, devendo os autos respectivos ser 
apensados aos do processo disciplinar a que se 
refira. 
MUITA ATENÇÃO: O pedido de revisão não 
suspende os efeitos da decisão condenatória, 
salvo quando o relator, ante a relevância dos 
fundamentos e o risco de consequências 
irreparáveis para o requerente, conceder tutela 
cautelar para que se suspenda a execução. 
O advogado que tenha sofrido sanção disciplinar 
poderá requerer reabilitação no prazo de um 
ano após seu cumprimento, em face de provas 
efetivas de bom comportamento. 
A competência para processar e julgar o pedido 
de reabilitação é do Conselho Seccional em que 
tenha sido aplicada a sanção disciplinar. Nos 
 
 
 
19 
 
casos de competência originária do Conselho 
Federal, perante este próprio se tramitará o 
pedido de reabilitação. 
O pedido de reabilitação terá autuação própria, 
devendo os autos respectivos ser apensados 
aos do processo disciplinar a que se refira. 
O pedido de reabilitação DEVERÁ ser instruído 
com provas de bom comportamento, no 
exercício da advocacia e na vida social, 
cumprindo à Secretaria do Conselho 
competente certificar, nos autos, o efetivo 
cumprimento da sanção disciplinar pelo 
requerente. 
Nos casos em que o pedido não for 
suficientemente instruído, o relator deverá 
designar prazo para a complementação da 
documentação. Contudo, acaso não cumprida a 
determinação o pedido será liminarmente 
arquivado. 
 
DIREITO PENAL 
PRIMEIRA DICA DO DIA 38 
1. CONCURSO DE CRIMES 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
O concurso de crimes ocorre quando UMA 
pessoa, mediante uma ou mais ações pratica 
mais de um crime. 
O concurso de crimes pode ser das seguintes 
espécies: 
Concurso material 
Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de 
uma ação ou omissão, pratica dois ou mais 
crimes, idênticos ou não, aplicam-se 
cumulativamente as penas privativas de 
liberdade em que haja incorrido. No caso de 
aplicação cumulativa de penas de reclusão e de 
detenção, executa-se primeiro aquela. 
Lembre-se: Concurso material são mais de uma 
ação e mais de um crime. 
Existe o concurso material homogêneo, quando 
os crimes praticados são idênticos e os 
heterogêneos, que ocorrem quando os crimes 
praticados são diversos. 
 Concurso formal 
 Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só 
ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, 
idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das 
penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, 
mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto 
até metade. As penas aplicam-se, entretanto, 
cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa 
e os crimes concorrentes resultam de desígnios 
autônomos, consoante o disposto no artigo 
anterior. 
No concurso formal temos que saber diferenciar 
o concurso formal próprio do concurso formal 
impróprio. Tanto no concurso formal próprio, 
como no concurso formal impróprio o agente vai 
ter executado apenas uma ação ou omissão e, 
ainda assim, apenas com um ato, ele irá praticar 
mais de um delito. 
O que diferencial os institutos em serem 
próprios ou impróprios é o seu interesse em 
querer cometer ou não mais de um crime, 
apenas com um ato. É o que o nosso código 
penal chama de desígnio autônomo. 
Ex: Sandy quer matar Junior. Ela dispara UM tiro, 
mas involuntariamente atinge Junior e Xororó. 
Sandy irá responder por somente uma das 
penas, pois são iguais, mas aumentada de um 
sexto até a metade (concurso PRÓPRIO). 
Art. 70 do CP- Quando o agente, mediante uma 
só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, 
idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das 
penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, 
mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto 
até metade.... 
Entretanto, se Sandy mediante apenas UM tiro 
gostaria de Matar Junior e Xororó, ela possuía 
desígnio autônomo (vontade autônoma de 
atingir os dois). Sendo assim ela irá responder 
pelos crimes cumulativamente, ou seja, 
 
 
 
20 
 
somando a pena dos dois. (concurso FORMAL 
IMPRÓPRIO) 
art.70 do CP- ......As penas aplicam-se, 
entretanto, cumulativamente, se a ação ou 
omissão é dolosa e os crimes concorrentes 
resultam de desígnios autônomos, consoante o 
disposto no artigo anterior. 
RESUMO: 
CONCURSO MATERIAL= MAIS DE UMA AÇÃO E 
MAIS DE UM CRIME 
CONCURSO FORMAL PRÓPRIA= UMA AÇÃO 
MAIS DE UM CRIME E UM ÚNICO DESEJO 
CONCURSO FORMAL IMPRÓPRIO= UMA ÚNICA 
AÇÃO, MAIS DE UM CRIME E MAIS DE UM 
DESEJO. 
Com relação a dosimetria da pena, no caso de 
concurso material há a aplicação da regra do 
cumulo material, ou seja, a pena de todos os 
crimes que foram praticados será somada e 
aplicada, por sua vez, no caso do concurso 
formal perfeito tem-se o sistema da 
exasperação da pena, ou seja, o juiz deve 
considerar a pena mais grave e proceder ao 
aumento da sanção em 1/6 a ½, de acordo com 
a quantidade de crimes praticados e , caso seja 
hipótese de concurso formal imperfeito, o juiz 
deverá aplicar o sistema da exasperação da 
pena, conforme explicado acima. 
Obs: no caso do concurso formal perfeito, 
quando o juiz aplicar o sistema da exasperação 
da pena, se o resultado for maior que a soma de 
todas as penas impostas ao acusado (cumulo 
material), este sistema não poderá ser aplicado, 
devendo ser aplicado o cumulado material, que 
neste caso é denominado doutrinariamente de 
cumulo material benéfico. 
Crime continuado: Quando o agente, mediante 
mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou 
mais crimes da mesma espécie e, pelas 
condições de tempo, lugar, maneira de 
execução e outras semelhantes, devem os 
subseqüentes ser havidos como continuação 
do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos 
crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, 
aumentada, em qualquer caso, de um sexto a 
dois terços. (Este tipo de crime continuado é 
denominado, crime continuado Genérico). 
Existe também o crime continuado específico, o 
qual além de todos os requisitos mencionados 
acima, faz-se necessário que os delitos sejam 
crimes dolosos, contra vítimas diferentes, 
cometidos com violência ou grave ameaça à 
pessoa, poderá o juiz, considerando a 
culpabilidade, os antecedentes, a conduta 
social e a personalidade do agente, bem como 
os motivos e as circunstâncias, aumentar a 
pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a 
mais grave, se diversas, até o triplo, observadas 
as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 
75 deste Código. 
Preste atenção: Tanto nos crimes continuados 
genéricos quanto nos crimes continuados 
Específicos o sistema adotado é o da 
exasperação, porém quando for o crime 
continuado específico o crime é aumentado de 
1/6 até o triplo e não de 1/6 a ½, de acordo com 
o número de infrações praticadas. CUIDADO! 
ESSA PEGADINHA SEMPRE CAI! 
PRESTEM ATENÇÃO: NO CONCURSO DE CRIMES, 
AS PENAS DE MULTA SÃO APLICADAS ISOLADAS 
E INTEGRALMENTE, OU SEJA, MEDIANTE O 
SISTEMA DE CÚMULO MATERIAL. 
 Art. 72 - No concurso de crimes, as penas de 
multa são aplicadas distinta e integralmente. 
#JURIS 
Exemplos de concurso de crimes, crime 
continuado e crime único. 
O sujeito entra no ônibus e, com arma de fogo 
em punho, exige que oito passageirosentreguem seus pertences (dois desses 
passageiros eram marido e mulher). 
 O agente irá responder por oito roubos 
majorados (art. 157, § 2º-A, I, do CP) 
em concurso formal (art. 70). 
 
 
 
21 
 
Atenção: não se trata, portanto, de crime único. 
Ocorre concurso formal quando o agente, 
mediante uma só ação, pratica crimes de roubo 
contra vítimas diferentes, ainda que da mesma 
família, eis que caracterizada a violação a 
patrimônios distintos. 
Nesse caso, o concurso formal é próprio ou 
impróprio? 
Concurso formal PRÓPRIO. 
Praticado o crime de roubo mediante uma só 
ação contra vítimas distintas, no mesmo 
contexto fático, resta configurado 
o concurso formal próprio, e não a 
hipótese de crime único, visto que violados 
patrimônios distintos. 
STJ. 5ª Turma. HC 455.975/SP, Rel. Min. Ribeiro 
Dantas, julgado em 02/08/2018. 
Imagine agora o caso um pouco diferente: o 
sujeito entra no ônibus e, com arma em punho, 
subtrai apenas os bens que estavam na posse 
do cobrador de ônibus: R$ 30,00 e um aparelho 
celular, pertencentes ao funcionário, e R$ 70,00 
que eram da empresa de transporte coletivo. 
Quantos crimes ele terá praticado? 
Um único crime (art. 157, § 2º, I, do CP). 
Segundo decidiu o STJ, em caso de roubo 
praticado no interior de ônibus, o fato de a 
conduta ter ocasionado violação de patrimônios 
distintos (o da empresa de transporte coletivo e 
o do cobrador) não descaracteriza a 
ocorrência de crime único se todos os bens 
subtraídos estavam na posse do cobrador. 
STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1.396.144-DF, Rel. 
Min. Walter de Almeida Guilherme 
(Desembargador Convocado do TJ/SP), julgado 
em 23/10/2014 (Info 551). 
RESUMO: ROUBO DENTRO DO ÔNIBUS E QUE 
VIOLE O PATRIMÕNIO DE PESSOAS DISTINTAS= 
CONCURSO FORMAL PRÓPRIO. 
ROUBO PRQATICADO DENTRO DO ÔNIBUS, 
ENVOLVENDO PATRIMÔNIO DE PESSOAS 
DISTANTES, MAS QUE ESTEJA NA POSSE DE 
UMA ÚNICA PESSOA, COMO POR EXEMPLO, O 
COBRADOR, É CASO DE CRIME ÚNICO. 
“A prática de crimes em concurso com dois 
adolescentes dá ensejo à condenação por 
dois crimes de corrupção de menores.Ex: João 
(20 anos de idade), em conjunto com Maikon 
(16 anos) e Dheyversson (15 anos), praticaram 
um roubo. João deverá ser condenado por 
um crime de roubo qualificado e por 
dois crimes de corrupção de menores, 
em concurso formal (art. 70, 1ª parte, do CP). 
STJ. 6ª Turma.REsp 1680114-GO, Rel. Min. 
Sebastião Reis Júnior, julgado em 10/10/2017 
(Info 613)” 
“O fato de os delitos terem sido cometidos 
em concurso formal não autoriza a extensão dos 
efeitos do perdão judicial concedido para um 
dos crimes, se não restou comprovada, quanto 
ao outro, a existência do liame subjetivo entre o 
infrator e a outra vítima fatal. 
Ex: o réu, dirigindo seu veículo 
imprudentemente, causa a morte de sua noiva 
e de um amigo; o fato de ter sido concedido 
perdão judicial para a morte da noiva não 
significará a extinção da punibilidade no que 
tange ao homicídio culposo do amigo. 
STJ. 6ª Turma. REsp 1444699-RS, Rel. Min. 
Rogério Schietti Cruz, julgado em 1/6/2017 (Info 
606)” 
#linkmental #olhaocrime 
O crime do art. 2º, IX, da Lei nº 1.521/51 
(crime contra a economia popular) se assemelha 
muito com o estelionato, previsto no art. 171 do 
Código Penal. 
A diferença, contudo, está na objetividade 
jurídica. Nos crimes da Lei nº 1.521/51, o bem 
jurídico é o patrimônio do povo ou de um 
número indeterminado de pessoas (protege a 
economia popular). 
No estelionato, o bem jurídico envolve o 
patrimônio de uma ou algumas pessoas 
determinadas. 
Assim, embora em ambos os crimes exista o 
meio fraudulento, no crime contra a economia 
popular tem-se a captação criminosa do 
dinheiro de todos (número 
 
 
 
22 
 
indeterminado de vítimas), enquanto no 
estelionato se verifica o direcionamento da 
conduta a vítimas específicas. 
O fato de terem sido identificadas algumas 
vítimas não significa que não tenha havido a 
captação genérica de atingidos. Logo, trata-
se de crime contra a economia popular. 
O caso é, portanto, de aplicação da regra da 
especialidade (o crime do art. 2º, IX, da Lei nº 
1.521/51 é especial em relação ao estelionato), 
não sendo hipótese de crimes independentes, 
em concurso formal, continuado ou material. 
STJ. 6ª Turma. RHC 132655-RS, Rel. Min. Rogerio 
Schietti Cruz, julgado em 28/09/2021 (Info 711). 
NÃO CONFUNDA CONTINUIDADE DELITIVA 
(CRIME CONTINUADO) COM CONCURSO DE 
CRIMES. SÃO SITUAÇÕES DIFERENTES, 
CONFOME JÁ EXPLICADO. 
SENDO ASSIM, PRESTA ATENÇÃO: 
“Não há continuidade delitiva entre os 
crimes de roubo e extorsão, ainda que 
praticados em conjunto. Isso porque, os 
referidos crimes, apesar de serem da mesma 
natureza, são de espécies diversas. 
STJ. 5ª Turma. HC 435.792/SP, Rel. Min. Ribeiro 
Dantas, julgado em 24/05/2018. 
A prática sucessiva de roubo e, no mesmo 
contexto fático, de extorsão, com subtração 
violenta de bens e posterior constrangimento 
da vítima a entregar o cartão bancário e a 
respectiva senha, revela duas condutas 
distintas, praticadas com desígnios autônomos, 
devendo-se reconhecer, portanto, 
o concurso material. 
STF. 1ª Turma. HC 190909, rel. org. Min. Marco 
Aurélio, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgado 
em 26/10/2020” 
 
2. DAS PENAS 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Para tudo na vida temos uma resposta não é 
mesmo? Pois é. 
Pena é a resposta estatal a uma infração penal. 
E qual a função, finalidade da pena? 
Existe várias teorias que explicam a finalidade da 
pena, entre elas estão: 
A) Teoria absoluta ou retributiva da 
pena- Para esta teoria, apena é 
aplicada simplesmente pelo fato de o 
agente ter cometido um delito, é uma 
forma de retribuir a ele o mal que ele 
fez. 
B) Teoria relativa da pena- Esta teoria não 
visa retribuir ao agente apenas o mal 
que ele causou, mas prevenir que 
venha praticar novamente novos fatos 
delituosos. Esta teoria se divide em 
duas: Prevenção Geral, sendo ela 
positiva ou negativa e prevenção 
especial, a qual também poderá ser 
positiva ou negativa. 
 
b.1-A prevenção geral da pena está 
direcionada a sociedade- 
Na prevenção geral negativa, a pena 
imposta ao autor do delito tende a 
refletir na sociedade de modo que as 
demais pessoas, ao verificarem a 
condenação de alguém pela prática do 
crime e a consequente aplicação da 
pena, se veem intimidadas e ponderam 
antes de cometer alguma infração 
penal. Ou seja, trata-se da prevenção 
por intimidação. 
 
b.2- Prevenção geral positiva da pena- 
não se busca intimidar a sociedade em 
razão da aplicação da pena ao agente 
que delinquiu, mas sim a reafirmação 
do direito penal que fora violado 
através da prática do delito, ou seja, o 
objetivo é a busca à estabilidade do 
ordenamento jurídico. 
 
b.3- Prevenção especial da pena- Na 
prevenção relativa especial da pena 
temos o direcionamento desta ao autor 
do delito. 
 
 
 
23 
 
Na especial positiva da pena- dirigida 
ao agente que praticou o delito, 
expressa o caráter ressocializador da 
pena, a aplicação da pena possui o 
objetivo de que o infrator repense o ato 
delituoso por ele cometido e suas 
consequências, de modo que não torne 
a desrespeitar a lei penal. 
Na especial negativa da pena- onde a 
pena se dirige à pessoa que praticou o 
crime e, ao se falar na prevenção 
especial negativa, destaca-se que o 
objetivo é evitar a reincidência, 
punindo o agente (com a aplicação da 
pena) para que ele não torne a infringir 
a lei penal, ou seja, o agente será 
punido para que não mais desobedeça 
a lei penal. 
A maioria da doutrina entende que a pena 
possui e finalidades: Retributiva, 
ressocializadora e preventiva. 
Princípios que norteiam a aplicação da pena: 
a) Legalidade- Não há pena sem 
previsão legal 
b) Anterioridade- Não há pena sem prévia 
cominação legal 
c) Pessoal e intranscedÊncia- a pena não 
poderá passar da pessoa do apenado. 
d) Individualização da pena- a pena ao ser 
aplicada deverá ser individualizada, 
considerando o fato e o agente que 
praticou. 
e) Proporcionalidade- A pena deverá ser 
proporcional

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