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BENS - OBJETO DA RELACAO JURIDICA - 
arts. 79 ao 103, CC 
INTRODUCAO 
 
• As pessoas naturais e jurídicas são sujeitos de direito, portanto, podem titularizar direitos e 
obrigações na ordem civil, maneira pela qual além da proteção aos DIREITOS DA 
PERSONALIDADE (art. 11 ao 22 e 52, CC) podem COMPRAR, VENDER, DOAR, EMPRESTAR, 
RENUNCIAR, LOCAR, ETC. ETC. enfim, participam de relações jurídicas na qualidade de 
credor e ou devedor. 
• Toda relação jurídica (por ex. contrato), possui, necessariamente, um (ou mais) objeto (vide 
art. 104, CC). 
• Os BENS são o objeto da relação jurídica firmado entre os sujeitos de direito. 
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• ATENCAO - temos bens patrimoniais e não patrimoniais. Os bens jurídicos não patrimoniais, 
estão ligados aos direitos da personalidade (art. 11 ao 22, CC) e nao podem ser objeto de 
relacao jurídica, em via de regra (vide art. 11, CC). 
• Os bens são classificados em espécie e sub-espécies, visando enquadra-los em certas 
categorias com regime jurídico próprio e distinto dos demais que nao estejam na mesma 
categoria. 
• Ex. Posso vender o apartamento por meio de um contrato verbal ? 
• Ex. Posso vender o celular por meio de um contrato verbal ? 
• Ex. Posso "vender" meus direitos (crédito, autoral, sucessórios, etc.) ? 
• Bens são valores materiais e imateriais 
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Patrimônio 
 
 
Em sentido amplo é o conjunto de bens (corpóreos e incorpóreos) que pertencem ao seu titular 
constitui patrimônio. 
 
Patrimônio – complexo (conjunto) de relação jurídica (todos os bens e direitos) de uma pessoa, 
apreciável economicamente. Portanto, o patrimônio é uno, indivisível. 
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Tal definição é acolhida pela maior parte da doutrina por abranger todos os bens e direitos na 
expressão conjunto de relação jurídica. 
 
Neste sentido, compreende-se patrimônio tanto os elementos ativos quanto os passivos, isto é, os 
direitos de ordem privada economicamente apreciáveis e as suas dívidas. 
 
Ao longo dos dias celebramos diversas relações que produzem efeitos econômicos, seja adquirindo a 
faculdade de exigir uma prestação ou assumindo o compromisso de prestar. 
 
Tais operações tem um reflexo no nosso patrimônio por implicar uma projeção, um efeito 
econômico, que muitas vezes não é conhecido pela própria parte, isto é, não sabemos se o resultado 
será positivo ou negativo. 
 Ex.: compro um imóvel e ele é valorizado 
 
 Portanto, o patrimônio não pode ser considerado apenas como um conjunto de bens, mas 
também dos direitos economicamente apreciáveis que o integram, sejam ativos ou passivos. 
 
 Não é importante balancear, subtrair o ativo do passivo para alcançar a ideia de patrimônio, 
pois este engloba ambos sem exceção, mas apenas para verificar se a pessoa é solvente ou não. 
 
 Lembre-se que apenas os direitos economicamente apreciáveis que integram o patrimônio, isto 
é, as relações jurídicas que se possam converter em crédito financeiro, pois há alguns direitos que 
escapam desta estimativa como estudado anteriormente. 
 
Ex.: Os direitos de família puro (poder familiar, o estado de filho) não comportam apreciação 
econômica, direitos individuais (liberdade, honra, etc.), são os denominados direitos não 
patrimoniais (insuscetíveis de transação), também os direitos personalíssimos, relações afetivas 
entre as pessoas, etc. 
 
Nome comercial 
Fundo de comércio = conjunto de bens corpóreos (vitrine, mesas, cadeiras, computadores, máquinas 
e estoques) ou incorpóreos (ponto, nome, tecnologia, segredos do negócio, contratos comerciais, 
marcas e patentes...) e tem por objetivo facilitar o desenvolvimento da atividade mercantil de forma 
a obter mais sucesso. 
Direitos sobre determinada empresa 
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Ações 
Títulos, cessão de crédito, etc. 
Objeto da relação jurídica 
 
 
Até o momento estudamos os sujeitos de direito, ou seja, as pessoas. Abordaremos agora o objeto 
do direito, das relações jurídicas, os bens. 
 
Pessoas -> Sujeito de direitos 
Bens -> Objeto da relação jurídica que se foram entre os sujeitos. Objeto é tudo que se pode 
submeter ao poder dos sujeitos de direito. 
Fatos jurídicos -> disciplinam a forma de criar, modificar e extinguir direitos. 
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CLASSIFICAÇÃO 
 
 
A primeira informação relevante é que o Código Civil classifica os bens levando em consideração: 
1. Os bens considerados em si mesmos (art. 79 a 91); 
2. Reciprocamente considerados (um em relação ao outro) 92 a 97 
3. E os Bens públicos. (98 a 103) 
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BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS 79 ao 91, CC 
 
Bens corpóreos e incorpóreos – 
 
• não consta do Código Civil, mas é importante para compreender a matéria. 
• A noção de bem corpóreo e incorpóreo vem do direito romano. 
• A nossa Lei não contempla dispositivo específico a respeito de tais bens por considerar tal 
distinção de pouca importância prática. 
• Contudo, essa classificação não deixa de ter importância uma vez que os bens corpóreos se 
transmitem por compra e venda, doação enquanto que os bens incorpóreos se alienam por 
cessão. 
• Bem corpóreo: é aquele que tem existência física, material, que podem ser tocados ou 
perceptíveis por outros sentidos (gases, vapor a eletricidade). 
• Bem incorpóreo: é aquele que tem existência abstrata ou ideal mas valor econômico (direito 
autoral, direito ao crédito, know-how (conhecimento técnico de valor econômico 
concernente à indústria ou comércio), o software (programa de computador). 
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Móveis e Imóveis 
 
• é a mais importante das classificações. 
• Alguns efeitos práticos da distinção entre bens móveis e imóveis: a) Os bens móveis são 
adquiridos, em regra, pela simples tradição enquanto que os imóveis são adquiridos por 
escritura pública e registro do título aquisitivo no Cartório de Registro de Imóveis; b) Os 
imóveis para alienação precisam da anuência do cônjuge (salvo se o regime de casamento 
for o de separação total de bens), o mesmo não se dá com os móveis. Ex. vender o carro e o 
meu apartamento. 
• BENS IMÓVEIS 
• São aqueles que não podem ser transportados de um lugar para o outro sem que sejam 
destruídos. 
• Os artigos 79 e 80 do CC definem os bens imóveis. 
• O art.79 considera como bem imóvel o solo e tudo aquilo que nele se incorporar seja natural 
ou artificialmente. 
• O artigo 80 define os imóveis assim considerados pela própria lei: os direitos reais sobre 
imóveis e as ações que os asseguram; o direito à sucessão aberta (ATENCAO - TRATA-SE DE 
FICCAO JURÍDICA). 
• Pelos artigos 79 e 80 do CC podemos classificar os bens imóveis em: 
• 1) Imóveis por natureza: a rigor somente o solo, com sua superfície, espaço aéreo e subsolo 
é imóvel por natureza. 
• Tudo o mais que adere a ele deve ser classificado como imóvel por acessão. 
• 2) Imóveis por acessão natural: incluem-se nessa categoria as árvores e os frutos pendentes. 
E árvores destinadas ao corte? São considerados bens móveis por antecipação. E as árvores 
plantadas em vaso (pinheiro de natal)? Não são imóveis porque são removíveis. 
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• 3) Imóveis por acessão artificial ou industrial: (acessão é aderência): é tudo quanto o 
homem incorpora permanentemente ao solo (semente lançada na terra, edifícios de modo 
que não se possa retirar sem destruição. Portanto, não se incluem aqui as construções 
provisórias que se destinam a remoção ou retirada como circos e parques de diversões, 
barracas de feiras... 
• O artigo 81 estabelece que não perdem o caráter de imóveis: 
• I- as edificações separadas do solo que forem removidas para outro lugar desde que 
conservem sua unidade. (casas pré-fabricadasque as pessoas transportam para incorporar 
em outra localidade continuam imóveis para efeitos da lei); 
• II – Os materiais separados de um prédio para nele se reempregarem (o que se tira de um 
prédio para nele novamente se incorporar pertencerá ao imóvel e será imóvel). 
• O artigo 84 é coerente com essa previsão do legislador. 
• 4) Imóveis por destinação legal (art.80): (ficcao jurídica - direito é abstrato) 
• São assim considerados: os direitos reais sobre imóveis e as ações que os assegurem (art. 
1225, CC); 
• O direito à sucessão aberta. (heranca). Posso ceder meus direito hereditários, mas deve ser 
realizado por escritura pública, tal qual ocorre com bens imóveis. 
• Aqui mesmo que todos os bens deixados pelo falecido sejam móveis. Assim se é imóvel a 
renúncia à herança exige escritura pública, autorização do cônjuge, cessão de direitos 
hereditários por escritura pública com autorização do cônjuge; 
• BENS MÓVEIS O artigo 82 conceitua os bens móveis como sendo aqueles suscetíveis de 
movimento próprio ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da sua 
destinação econômica-social. São esses os bens móveis por natureza que podem ser os 
semoventes e os móveis propriamente ditos. Ambos são corpóreos. 
• O artigo 83 considera os bens móveis para efeitos legais. E a doutrina ainda cita os móveis 
por antecipação. Móveis por natureza: 
• São os do artigo 82. Casa pré-fabricada para comercialização. Quando for assentada num 
terreno passa a ser imóvel, pela alteração da sua destinação econômica-social, sujeitando-se 
ao IPTU e não ICMS. 
• Os móveis por natureza podem ser os semoventes: são os com movimento próprio 
Ex.animais. e os móveis propriamente ditos. 
• Móveis propriamente ditos: São os que admitem remoção por força alheia, sem dano, como 
os objetos inanimados, não imobilizados por sua destinação econômica-social. Ex. objetos de 
uso, ações. 
• Gás transportado por tubulação ou botijão corresponde a bem corpóreo e móvel. A corrente 
elétrica é bem móvel. 
• Navios e aeronaves são bens móveis mas podem ser imóveis para fins de hipoteca. 
• Móveis por determinação legal: o art.83 elenca como bens móveis para efeitos legais: I – as 
energias que tenham valor econômico (gás, elétrica); II – os direitos reais sobre móveis e as 
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ações correspondentes; III – os direitos pessoais patrimoniais e as respectivas ações (ficcao 
jurídica); 
• Podem ser cedidos (porque são incorpóreos) e não dependem de autorização do cônjuge. 
(outorga uxória ou marital). 
• A doutrina menciona, ainda, os bens móveis por antecipação. São aqueles que são 
incorporados ao solo mas com a intenção de separá-los futuramente. (árvores destinadas ao 
corte e frutos ainda não colhidos). 
• Enquadram-se aqui os imóveis velhos que são vendidos para demolição. 
BENS FUNGÍVEIS E INFUNGÍVEIS (substituíveis e insubstituíveis) 
 
• Bens fungíveis são aqueles que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade 
e quantidade. A fungibilidade é característica de bens móveis. 
• Art.85. Bem fungível por excelência é o dinheiro. Bens infungíveis são aqueles que NÃO 
podem ser substituídos por outros de mesma espécie, qualidade e quantidade. Quadro da 
monalisa. 
• Pode ocorrer em determinados casos, no entanto, que a fungibilidade atinja bens imóveis. 
Sócios de um loteamento 50 lotes iguais. 
• No caso do desfazimento da sociedade receberá certa quantidade de lotes, enquanto não 
lavrada a escritura será ele credor de coisas fungíveis. 
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• A fungibilidade decorre, em regra, da natureza das coisas, mas pode resultar da vontade das 
partes. Moeda é fungível. 
• Determinada moeda para um colecionador pode se tornar bem infungível. Boi se 
emprestado a um vizinho para lavoura é infungível se dado para corte pode ser substituído 
por outro. Importância da distinção de bem fungível e infungível: empréstimo de bem 
fungível mútuo; de bem infungível comodato, por exemplo. 
BENS CONSUMÍVEIS E INCONSUMÍVEIS 
 
 Bens consumíveis: 
• são bens móveis em que o uso importa a destruição imediata de sua própria substância. 
Também são consumíveis os bens destinados a alienação. 
• Art.86. Do conceito dado pelo artigo 86 do CC podemos dizer que os bens são consumíveis 
de fato (natural ou materialmente consumíveis) e de direito (juridicamente consumíveis). 
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• De fato: uso importa destruição da própria substância: gêneros alimentícios, giz... 
• De direito: mercadorias de um supermercado. Inconsumíveis são os bens cujo uso não 
importa destruição de sua substância. Livros numa livraria são consumíveis, pois destinados 
à alienação e na biblioteca passa a ser inconsumível. 
• A consuntibilidade não decorre apenas da natureza do bem mas de sua destinação 
econômica-jurídica. Pode assim o bem consumível tornar-se inconsumível pela vontade das 
partes. Ex. comestível ou garrafa de refrigerante emprestada para uma exposição que 
devem ser devolvidos. Inconsumível de fato pode transformar-se em juridicamente 
consumível livros colocados à venda na livraria. Geralmente os bens consumíveis são 
fungíveis. 
BENS DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS 
 
 Bens divisíveis são aqueles que podem fracionar-se sem que: 
• a) percam sua substância (Ex. animais, carro, relógio, etc.); 
• b) tenham diminuição considerável de valor (Ex.diamante 50 quilates por 50 de um quilate – 
herdeiro prejudicaria os outros exigindo a divisão); 
• c) apresentem prejuízo ao uso que se destinam (Carro). Art.87. Relógio é indivisível. 
• Art.88 diz que os bens naturalmente divisíveis podem se tornar indivisíveis pela por 
determinação da lei (1386, CC) ou da vontade das partes. 
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• Conclui-se, pois, que os bens podem ser indivisíveis: a) por sua própria natureza; b) por 
determinação da lei (servidões prediais 1386); por vontade das partes (solidariedade). 
• A divisibilidade ou indivisibilidade do bem repercute em vários ramos do direito, 
especialmente no que se refere aos condomínios. Se for divisível ou indivisível diferente será 
o procedimento para sua extinção. (1320 a 1322). 
BENS SINGULARES E COLETIVOS 
 
• São singulares aqueles bens que se consideram por si, ainda que reunidos, independente 
dos demais. Quando considerados na sua individualidade. Art.89. Ex. cavalo, caneta, l ápis. 
Árvore pode ser singular (se for considerada individualmente) ou coletivo (se agregada a 
outras formando uma universalidade de fato (floresta). 
• Coletivos são aqueles bens que são considerados em conjunto, formando um todo, uma 
unidade. Os bens singulares podem ser simples ou compostos. Simples: suas partes estão 
ligadas pela própria natureza. Cavalo, boi. Compostos: quando suas partes estão ligadas pela 
natureza humana. Um edifício. 
• Os bens coletivos, chamados de universais ou universalidades, abrangem as universalidades 
de fato (art.90 e seu p. único – Ex. rebanho, biblioteca, galeria de quadros – podem ser 
alienados conjuntamente ou individualmente) e as universalidades de direito (constituem 
um complexo de direito ou relação jurídica dotados de valor econômico – massa falida, 
herança, fundo de comércio). 
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• Diferença da universalidade de fato da de direito. A primeira decorre da vontade do titular a 
segunda decorre da lei. 
BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS 
 
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 Leva-se em consideração um bem em relação a outro (dependência, comparacão). 
• Bem principal: é aquele que subsiste por si mesmo, abstrata ou concretamente.É aquele 
que para existir não depende da existência de outro bem. 
• Art.92 Bem acessório: é aquele cuja existência supõe a do principal. Ex. O solo é bem 
principal e a árvore é acessório porque sua existência supõe a do solo onde foi 
plantada. Art.92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, 
aquele cuja existência supõe a do principal. O critério para distinguir o bem principal é a sua 
função econômica, em relação da qual se estabelece a relação de dependência que 
caracteriza a acessoriedade. 
• Há casos, entretanto, que o bem acessório domina o principal: hipoteca é acessório em 
relação à dívida garantida, mas nesse caso, por exceção, o acessório prevalece sobre o 
principal. 
• Consequência da distinção: Como regra, o bem acessório segue o destino do principal (Para 
que isso não ocorra é necessário convencionar o contrário). Ex. Venda de carro retirando 
rádio. 
• Regras sobre bens acessórios e principais: - PRINCÍPIO DA GRAVITACAO JURÍDICA 
• 1) a natureza do acessório é a mesma do principal. Portanto, se o solo é imóvel, a árvore a 
ele anexada também o é; 
• 2) O acessório acompanha o principal em seu destino. Assim, extinta a obrigação principal, 
extingue-se a acessória mas o contrário não é verdade. 
• 3) O proprietário do principal é o proprietário do acessório. Vide 237 até a tradição, 
pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais pode 
exigir aumento no preço. 
• Classe de bens acessórios (art.95). 
• Produtos: São as utilidades que se retiram da coisa diminuindo-lhe a quantidade, porque 
não se reproduzem periodicamente. Ex. carvão extraído da mina, petróleo de um poço. 
Distinguem-se dos frutos porque nestes últimos a colheita não diminui a substância da fonte. 
(1232). 
• Frutos: São as utilidades que a coisa periodicamente produz. Ex. cria dos animais, frutas das 
árvores, vegetais fornecidos pelo solo...Características dos frutos: a) periodicidade; b) 
inalterabilidade da substância da coisa principal; separabilidade da coisa principal. 
• Quanto à origem os frutos dividem-se em: a) Naturais: são aqueles que se renovam 
periodicamente pela própria natureza. Ex. cria de animais, frutos das árvores; b) industriais: 
São aqueles que dependem da atuação humana. Ex. produtos manufaturados de uma 
fábrica; c) Civis: são os rendimentos tirados da coisa em virtude da sua utilização por outro 
que não seja o proprietário. Ex. juros, aluguéis... Quanto ao estado, Clóvis Beviláqua, 
classifica os frutos em: pendentes: aqueles que estão unidos a coisa que o produziu; 
percebidos ou colhidos: aqueles que estão separados da coisa que os produziu; estantes: 
separados e armazenados para venda; percipiendos: os que deviam ser mas não foram 
colhidos ou percebidos; e consumidos: os que não existem mais porque foram utilizados. 
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• Essa classificação é de suma importância quando vocês estudarem a posse. (ver 1214 e 
1216). 
• Pertenças: bens móveis que estão afetados de forma duradoura ao serviço ou 
ornamentação de outro bem. (93) Ex serviço: trator destinado a exploração da propriedade 
agrícola; ornamentação: os objetos de decoração de uma residência. 
• As pertenças, ao contrário dos frutos, produtos e benfeitorias, não são partes integrantes do 
bem. 
• Art.94 Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as 
pertenças, salvo se resultar da lei, da vontade das partes ou da circunstância do caso. O 
acessório segue o principal aplica-se só as partes integrantes o que não é o caso das 
pertenças. Ex. Mobiliário de imóvel alienado não o acompanham 
• BENFEITORIAS Também são considerados bens acessórios as benfeitorias que podem ser 
(art.96): 
• 1) benfeitorias necessárias: aquelas destinadas a conservação do bem ou evitar que se 
deteriore; reforma da fachada de prédio. Também pode se qualificar de necessária uma 
benfeitoria que visa permitir a normal exploração do bem Ex. a adubação de uma plantação. 
(visa conservar o bem). 
• 2) benfeitorias úteis: aquelas que aumentam ou facilitam o uso do bem. Ex. acréscimo de 
garagem em casa; São as que não se enquadram na necessária. (visa melhorar o bem) 
• 3) benfeitorias voluptuárias: são aquelas de mero deleite ou recreio que não aumentam o 
uso habitual do bem ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor; Ex. 
jardins, fontes, cascatas, alguns piscina... (visa embelezar) A importância da distinção se dá 
nos efeitos da posse e no direito de retenção (1219), locação (578)... 
• Não são benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos do bem sem a intervenção do 
proprietário, possuidor ou detentor, ou seja, aquelas que ocorrem por obras da natureza. 
(art.97) 
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Bens quanto ao titular do domínio: Bens públicos e 
particulares Bens públicos: 
 
• São aqueles pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno. 
• Todos os outros bens são particulares independentemente da pessoa que pertencerem. 
(98). 
• Os bens públicos podem ser: 
• 1) bens de uso comum do povo: são aqueles que podem ser utilizados por qualquer um do 
povo. Ex. praças, mares, ruas, estradas, rios...(99,I). Se o poder público regulamentar seu uso 
ou cobrar pedágio nas rodovias eles não perdem essa característica; 
• 2) bens de uso especial: são aqueles destinados à execução de um serviço público. São os 
edifícios onde estão instalados os serviços públicos, as secretarias, ministérios, 
escolas...(99,II). Uso comum e especial são inalienáveis enquanto conservarem sua 
qualificação de uso comum ou especial. (se são inalienáveis são imprescritíveis, 
impenhoráveis). Aqueles suscetíveis de valoração econômica, contudo, podem perder a 
inalienabilidade pela desafetação (alteração da destinação do bem) na forma que a lei 
determinar. (100). 
• 3) bens dominicais ou do patrimônio disponível: são aqueles que integram o patrimônio 
das pessoas jurídicas de direito público interno. Ex. bens obtidos em ações, terras 
devolutas. Não estando afetado a nenhuma finalidade pública específica, podem ser 
alienados por meio de institutos de direito privado ou de direito público, observadas as 
exigências da Lei (101). Se afetados a finalidade pública específica não podem ser alienados. 
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Enfim, a alienabilidade dos bens dominicais não é absoluta, pois eles podem ser afetados. Os 
bens públicos não são passíveis de usucapião. 183 § 3º.CF e 191 CF. (inclusive os 
dominicais). 
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