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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1º VARA 
CRIMINAL DE GURUPI – TOCANTINS 
 
Processo nº 0000.789.98.8.2023.27.2722 
 
Felipe Silva Pereira, brasileiro, solteiro, motorista, com Documento de Identidade de nº 
0000000/ SSP-TO, CPF: XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado: Rua Alameda 
Bairro Sevilha, Gurupi/To, CEP 77400.000 Por seu advogado que esta subscreve, em 
decorrência da peça vestibular, firmada pelo ilustre representante do Ministério Público, 
o acusado está sendo processado como incurso nas sanções do artigo 155, parágrafo 1º e 
4º, II, c/c artigo 14, II do Código Penal, vem mui respeitosamente à Presença de Vossa 
Excelência, apresentar tempestivamente, com fulcro nos artigos 396, e 396-A, ambos do 
Código de Processo Penal, a presente: 
 
RESPOSTA À ACUSAÇÃO 
 
Pelos motivos de fato e direito a seguir aduzidos: 
 
DOS FATOS 
No mês de julho de 2017, em um dia não determinado, Felipe dirigiu-se à residência de 
Vítima, para assistir, pela televisão, um jogo de futebol. Naquela ocasião, aproveitando-
se do fato de estar as sós com Rachel, o denunciado manteve com ele conjunção carnal 
com a vítima, fato que ocasionou gravidez da vítima atestada pelo exame do corpo de 
delito. Nem a vítima nem a família foram fazer alguma denúncia contra o acusado, pois 
ele teriam um relacionamento com consentimento da família de ambos, não sabendo o 
acusado que a vítima tinha alguma doença mental. 
 
Síntese breve e necessária. 
 
DA VIDA REGRESSA DO RÉU 
Cabe salientar que o acusado é pessoa sem antecedentes criminais, trabalha de carteira 
assinada em uma empresa de grãos, a 3 anos com a função de motorista. Em razão a ser 
sanada em questão, faz jus o réu à aplicação do princípio do contraditório e ampla defesa, 
além de todos os benefícios da legislação vigente. 
 
A acusação imputada ao réu deve ser reanalisada, haja vista ausência de potencial da 
ilicitude, gerando assim a excludente de culpabilidade, conforme preceitua o exposto 
abaixo: 
 
DO MÉRITO 
DA ATIPICIDADE DA CONDUTA 
Nulidade Abolitio 
 
Considerando que a culpabilidade trata-se de um juízo de reprovação e que somente o 
agente que prática uma conduta típica e antijurídica pode ser responsabilizado, conforme 
explica Mirabete e Fabrini (2007, p. 263), “a imputação exige que o agente seja capaz de 
entender a ilicitude de sua conduta e de agir de acordo com esse entendimento”. 
 
Vossa Excelência sabe que o Acusado não comentou nenhum delito, não houve violência 
física à vítima, pois a mesma já e maior de idade, e tinha um relacionamento confirmado 
com o acusado, não podendo falar abuso sexual. 
 
É deveras importante sopesar que o acusado não tinha conhecimento da doença metal da 
vítima, o Ilustre Ministério Público na sua acusação não apresentou laudo que possa 
compra a doença mental da vítima, por esse motivo temos uma excludente de 
culpabilidade. 
PENAL. PROCESSO PENAL. APELAÇÃO CRIMINAL. RECURSO DO 
MINISTÉRIO PÚBLICO. SENTENÇA DE DESCLASSIFICAÇÃO DO CRIME DE 
ESTUPRO PARA LESÃO CORPORAL. DÚVIDA EM RELAÇÃO AO 
MOMENTO DA AGRESSÃO, SE ANTES OU DEPOIS DO ATO SEXUAL. 
CONJUNÇÃO CARNAL MEDIANTE VIOLÊNCIA NÃO COMPROVADA. 
PALAVRAS DA VÍTIMA CONTRADITÓRIAS E INCOERENTES. RECURSO 
IMPROVIDO. 
1. Tem-se como consagrado o entendimento segundo o qual a palavra da vítima 
assume relevante importância em casos de delitos sexuais, desde que em harmonia 
com os demais elementos de prova, devendo sempre ser cotejada com a totalidade do 
conjunto probatório, não sendo hábil, por si só, a fundamentar um decreto 
condenatório, o qual exige absoluta certeza e segurança acerca da materialidade e 
autoria delitivas. Evidente que, apesar de a palavra da vítima constituir o principal 
elemento capaz de elucidar o ocorrido e aproximar o julgador de sua reconstituição 
processual, obviamente não está isento dos predicados atinentes à sua coerência e 
plausibilidade, de forma que, acaso assim se revelarem, merecerão valor decisivo. No 
caso ora em exame, a palavra da vítima e as demais provas coligidas não são capazes 
de produzir elementos capazes de sustentar uma condenação pelo crime descrito no 
artigo 213, do Código Penal. 
2. Examinando atentamente a oitiva da vítima em juízo, é possível constar 
contradições e incoerências em suas palavras, notadamente no que diz respeito à 
questão central a ser deliberada: se a agressão ocorreu antes ou após o ato sexual. Em 
alguns momentos de sua oitiva, a vítima declarou: "que o sexo oral foi antes da 
agressão, que não teve agressividade no primeiro momento"; "depois que o caminhão 
parou nós começamos a fazer". Ademais, houve contradições entre as versões da 
vítima apresentadas na fase policial e na judicial pertinente ao uso de preservativo, e 
a um eventual desmaio. Tais inconsistências, se não são provas da inocência do 
Apelado, também não comprovam o crime de estupro, inobstante a existência de 
agressão, porquanto impossível esclarecer pelo conjunto probatório dos autos se a 
violência perpetrada ocorreu como forma de coação para os atos sexuais, ou após a 
prática destes por desentendimento entre vítima e acusado. 
3. Dessa forma, inexistindo elementos suficientes que apontem, sem sombra dúvidas, 
a existência de estupro, há de se aplicar o brocardo "in dubio pro reo", pois uma 
condenação desta maneira, com base em elementos frágeis, por delito tão grave, 
representaria uma verdadeira temeridade. 
4. Recurso improvido. 
(TJTO , Apelação Criminal (PROCESSO ORIGINÁRIO EM MEIO ELETRÔNICO), 
0001145-06.2019.8.27.0000, Rel. EURÍPEDES DO CARMO LAMOUNIER , 5ª 
TURMA DA 1ª CÂMARA CRIMINAL , julgado em 01/09/2020, DJe 11/09/2020 
14:42:24) 
O fato narrado não condiz com o acontecido, já que foi relatado que ambos tinham uma 
relação, pode pedir a absolvição ausência de potencial consciência da ilicitude - gera 
excludente de culpabilidade fundamentação art. 397 II, III 
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, 
o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar: (Redação dada pela 
Lei nº 11.719, de 2008). 
I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; (Incluído pela Lei 
nº 11.719, de 2008). 
II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo 
inimputabilidade; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 
III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou (Incluído pela Lei nº 
11.719, de 2008). 
IV - extinta a punibilidade do agente. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
DAS CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A pretensão punitiva do Ministério Público Estadual merece ser julgada improcedente. 
Isso porque falta adequação típica para condenar o Acusado, visto que agiu sem dolo. 
 
DOS PEDIDOS 
Diante de todo o exposto, e mais pelas razões que Vossa Excelência em momento 
oportuno saberá lançar com muita propriedade acerca do tema, requer: 
 
a) seja recebida esta petição e deferida para processamento regular de acordo com as 
normas legais; 
 
b) determinar a intimação pessoal do representante do Ministério Público sobre os termos 
da Resposta à Acusação; 
 
c) no mérito, acolher o presente pedido de absolvição do Acusado, pelas razões apontadas 
 
d) se for condenado, requer a cominação da pena em seu mínimo legal e as aplicações das 
circunstâncias atenuantes judiciais e legais; 
 
e) Requer-se ainda a produção de todos os meios de prova admitidos em direito; 
 
f) Arrola as mesmas testemunhas da acusação. 
 
Termos em que, 
 
Pede e Espera Deferimento. 
 
Gurupi 01de dezembro de 2023 
 
ADVOGADO 
João Antônio OAB 2222/TO 
Lígia da Cruz OAB 4567/TO

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