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NUBIA SILVA GOMES – T2 1 1 ANTIARRÍTMICOS E CARDITÔNICOS ANTIARRÍTMICOS E CARDIOTÔNICOS • Função dos antiarrítmicos- é controlar os impulsos cardíacos – trata taquicardia e bradicardia. • Cardiotônicos – aumentam a potência da contração. Efeito inotrópico alterar a força de contração do coração. Impulso elétrico A condução elétrica nos ventrículos e nos átrios são diferentes. 1. Nodo Sinoatrial gera o impulso. 2. O impulso se espalha pelos átrios, fazendo-os se contrair. 3. O impulso chega ao Nodo Atrioventricular, que transmite para os ventrículos. 4. O impulso passa para as Fibras de Purkinjie, fazendo os ventrículos se contraírem e bombearem o sangue. Tecidos nodais são auto excitáveis = disparam sinais elétricos automáticos: • Nodo sinoatrial – Frequência de 60 a 100 vezes por minuto. Transmite impulso elétrico para o átrio e para nodo atrioventricular. • Nodo atrioventricular- Frequência de 50 a 60 vezes por minuto. Transmite impulso elétrico para fibras purkinjie. • Fibras de purkinjie – Frequência de 30 a 40 vezes por minuto. Transmite impulso elétrico para o ventrículo. Tem 5 fases para ocorrer um impulso nervoso: Fase 0: despolarização – abertura de canais de sódio. Fase 1: repolarização precoce – abertura de canais de potássio. Fase 2: platô – abertura de canais de cálcio Fase 3- repolarização – abertura de canais de potássio. Fase 4- restauração do potencial de membrana – bomba Na/k/ATPase Explicação dessas fases: Fase 0: Despolarização (Abertura de canais de Na+). ECG = QRS • O que acontece: abre canais de sódio e ele entra rapidamente. • Por que isso é importante: faz com que a carga interna da célula se torne mais positiva (despolarização). Isso é o que inicia a contração do músculo cardíaco. Fase 1: Repolarização precoce (Abertura de canais de K+). ECG = após QRS • O que acontece: abrem canais de potássio e ele começa a sair da célula. • Por que isso é importante: A saída de K⁺ ajuda a reduzir a carga positiva na célula, o que começa a repolarizar a célula, processo lento. Fase 2: Platô (Abertura de canais de Ca²⁺). ECG = ST • O que acontece: Aqui, os canais de cálcio e ele entra na célula. • Por que isso é importante: A entrada de cálcio (Ca²⁺) mantém a célula despolarizada, criando o que chamamos de platô. Esse período de "platô" = momento com contração muscular de maneira contínua, sustentando o batimento cardíaco por mais tempo. Fase 3: Repolarização (Abertura de canais de K+ / alto efluxo). ECG = T • O que acontece: canais de potássio (K⁺) continuam a abrir e o potássio sai da célula. • Por que isso é importante: permite que a célula volte a ficar negativa por dentro, o que é chamado de repolarização. Fase 4: Restaurar o potencial de membrana (Bomba de Na⁺/K⁺/ATPase). ECG = PR • O que acontece: a bomba de sódio/potássio começa a funcionar ativamente. • Por que isso é importante: retira sódio (Na⁺) da célula e traz potássio (K⁺) de volta para dentro da célula, utilizando energia (ATP. Restaura o potencial de membrana da célula. Arritmia cardíaca = anormalidade na formação ou condução do impulso. • Supraventricular: nodo AS ou AV • Ventricular: ventrículos NUBIA SILVA GOMES – T2 2 2 ANTIARRÍTMICOS E CARDITÔNICOS *Bradiarritmia – Batimento cardíaco lento. Exemplos: bloqueio cardíaco, parada assistólica. *Taquiarritmia - Mecanismo de reentrada ou impulsos rápidos e repetitivos. Exemplos: fibrilação atrial, taquicardia supraventricular paroxística. O que leva à arritmia? Automaticidade Anormal: • Controle autonômico: O sistema simpático aumenta a FC e o parassimpático diminui. • Batimentos ectópicos: Células marcapasso fora do nodo SA disparam mais rápido. • Lesão miocárdica: Danos ao coração podem alterar o ritmo elétrico. Anormalidade na Condução: • Pós-despolarização precoce: Alteração antes da repolarização completa. • Pós-despolarização tardia: Alteração após a repolarização, podendo causar batimentos irregulares. Ação dos fármacos antiarrítmicos - Na geração do impulso nervoso: Reduzir a inclinação da Fase 4 ou aumentar o limiar torna mais difícil para o impulso ser gerado. - Na condução do impulso nervoso: Reduzir a velocidade de condução desacelera a propagação do impulso. Aumentar o período refratário impede a célula de ser excitada rapidamente, o que pode proteger o coração contra batimentos irregulares. Antiarrítmicos de classe 1: Atuam na fase 0. Bloqueio dos canais de sódio. Tem 3 classes (1a,1b,1c) - Em condições de arritmia a despolarização ocorre com mais frequência. O bloqueio do sódio ajuda a reduzir essa atividade excessiva. Classe Ia (Bloqueio Moderado do Canal de Na⁺): quinidina, procainamida, disopiramida. • Ação no impulso: Diminui a velocidade de propagação do impulso. Lenta, devido ao bloqueio moderado dos canais de sódio e potássio. • Prolonga a duração do período refratário (período entre uma despolarização e repolarização/ entre um ciclo e outro). • Prolonga PR e QRS. • Diminui a velocidade do impulso, o coração passa a conduzir os impulsos mais devagar. • Fibrilação atrial; Contrações atriais prematuras; Contrações ventriculares prematuras; Taquicardia ventricular; Síndrome de Wolf- Parkinson-White Classe Ib (Bloqueio Leve do Canal de Na⁺): lidocaína, mexiletina. • Ação no impulso: bloqueio leve dos canais de sódio. Efeito mínimo na despolarização e encurtamento da repolarização. • Reduz o período refratário, pois demora mais para bloquear canais de sódio. • Intervalo QT inalterado/ levemente encurtado. • Não diminui o número de impulsos, mas pode ajudar o coração a se recuperar mais rapidamente para que ele possa gerar mais impulsos se necessário, como no caso de arrítmias ventriculares; arritmias por isquemia. • Disrritmia ventricular com contrações prematuras; Bradiarritmia; Taquicardia ventricular; Fibrilação Classe Ic (Bloqueio Forte do Canal de Na⁺): Flecainida • Ação no impulso: Bloqueio forte dos canais de sódio, causando uma grande redução da Fase 0. • Não interfere no período refratário. Prolonga PQ e QRS. • Diminui a velocidade de condução, o que pode ser útil para reduzir a frequência de impulsos irregulares em arritmias supraventriculares ou ventriculares graves. • Fibrilação atrial paroxístico Antiarrítmicos de classe 2: Metoprolol, propranolol, esmolol. Beta bloqueadores (beta-adrenérgicos). Bloqueia ação da adrenalina no coração, reduzindo frequência cardíaca. Interfere na fase 4. NUBIA SILVA GOMES – T2 3 3 ANTIARRÍTMICOS E CARDITÔNICOS Para taquicardias, especialmente associados ao infarto agudo de miocárdio. • Metoprolol – mais seletivo para beta 1 • Propranolol - beta bloqueador de primeira geração – bloqueia beta 1 (coração) e beta 2 (pulmões – causa broncoconstrição). * problemático para pacientes asmátics ou com DPOC. • Esmolol – ação e meia vida curta = rapidamente metabolizado e eliminado do corpo. Administração endovenosa para emergências/ cirurgias/ arritmias agudas. Antiarrítmica de classe 3: amiodarona Bloqueiam canais de potássio, o potássio não consegue sair com a mesma rapidez. Reduz o efluxo. Reduz a repolarização, prolongando QT. CUIDADO: Efeito pró-arritmico quando associado com psicofármacos e em situações de hipocalcemia. Amiodarona- estrutura semelhante a tiroxina; para fibrilação atrial e taquiarritmias. Efeitos acumulativos e tóxicos – hepatotóxico, neuropatias, depósito na córnea, pele azul acinzentada, hipo ou hipertireoidismo). Antiarrítmicos de classe 4: verapamil e diltiazem Bloqueiam canais de cálcio L. Inibe a entrada de cálcio, diminui a frequência cardíaca (efeito cronotrópico), reduz a condução de impulsos (efeito ionotrópico), reduz a força de contração do coração. Antiarrítmico: Adenosina Adensina (nucleosídeo endógeno) se liga aos receptores A1 no nódulo AV, abre canais de potássio para elesair, deixa o interior mais negativo, dificultando a geração e condução de impulso. Indicação: taquiarritimia supreventricular; tratamento emergencial (meia vida 20/30 segundos; via EV). Antiarrítmico: Sulfato de magnésio: Importante no transporte de sódio, cálcio e potássio através das membranas celulares - Diminui a velocidade de formação de impulsos no nó SA. Prolonga o tempo de condução ao longo do tecido cardíaco. Só administração endovenosa! Via oral não eficaz. Indicação: arritmias potencialmente fatais e induzidas por antiarrítmicos. Antiarrítmico/ cardiotônico: digoxina Extraído da Digitalis spp. Aumenta a força de contração, inibindo a bomba sódio potássio. • Aumenta a frequencia cardíaca; • Baixo índice terapêutico: A dose eficaz é muito próxima da dose tóxica, então a administração deve ser cuidadosa para evitar efeitos como intoxicação cardíaca. O que é angina? Lesão aterosclerótica causa obstrução dos vasos sanguíneos, prejudicando o fluxo de sangue e gerando desequilíbrio entre a demanda e o suprimento de oxigênio no miocárdio. Tratamento da angina: 1- Beta bloqueadores – propranolol, atenolol, metoprolol. Reduz demanda de 02, reduz frequencia cardíaca e pressão arterial. Tratamento inicial, pois reduz risco de IAM. 2- Bloqueadores de canal de cálcio – anlodipinoe nifedipino (vasodilatador arteriolar), verapamil e diltiazem ( ação na condução de impulso nervoso AV). Protegem o miocárdio. 3- Bloqueadores de canal de sódio – ranolazina. 4- Nitratos – nitroglicerina, dinitrato de isossorbida, mononitrato de isossorbida. Após conversão em óxido nítrico permite a vasodilatação. NUBIA SILVA GOMES – T2 4 4 ANTIARRÍTMICOS E CARDITÔNICOS Memorizar: Antiarrítmicos de Classe 1 (Bloqueadores de canais de sódio) • Classe Ia: Quinidina, Procainamida, Disopiramida • Classe Ib: Lidocaína, Mexiletina • Classe Ic: Flecainida Antiarrítmicos de Classe 2 (Beta-bloqueadores) • Metoprolol, Propranolol, Esmolol Antiarrítmicos de Classe 3 (Bloqueadores de canais de potássio) • Amiodarona Antiarrítmicos de Classe 4 (Bloqueadores de canais de cálcio) • Verapamil, Diltiazem Outros Antiarrítmicos • Adenosina, Sulfato de Magnésio, Digoxina Tratamento da Angina • Beta-bloqueadores: Propranolol, Atenolol, Metoprolol • Bloqueadores de canal de cálcio: Anlodipino, Nifedipino, Verapamil, Diltiazem • Bloqueadores de canal de sódio: Ranolazina • Nitratos: Nitroglicerina, Dinitrato de Isossorbida, Mononitrato de Isossorbida NUBIA SILVA GOMES – T2 5 5 ANTIARRÍTMICOS E CARDITÔNICOS 1 Tabela importante para observar as interações farmacológicas e efeitos comuns Figura 2 exemplo de esquema terapêutico