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É importante ressaltar que o enunciado da proposta 
pressupõe a necessidade de se abordar as conquistas e 
a manutenção do documento ao longo do tempo, assim 
como problematizar o que ainda é necessário para 
garantir a viabilidade e a aplicação dos direitos nele 
previstos. Como proposta de intervenção para o tema, 
pode-se destacar a necessidade de abordar os direitos 
previstos na Constituição em aulas ou palestras, a fim 
de tornar a população mais consciente, e propor formas 
de o poder público tornar as leis mais eficazes por meio 
de fiscalização, por exemplo. 
•	 04. Para essa proposta, o tema não permite uma 
discussão ampla sobre notícias falsas. No entanto, 
é possível, de forma localizada, utilizar as fake news 
como estratégia argumentativa, especialmente de 
exemplificação, para mostrar como até mesmo a 
circulação das notícias falsas pode ser facilitada 
pelo direcionamento de conteúdo por meio do 
uso dos recursos da Big Data. Um exemplo 
de argumentação possível nesse sentido foi o 
escândalo envolvendo a empresa de Tecnologia 
da Informação Cambridge Analytica nas eleições 
presidenciais de 2016 dos Estados Unidos, em 
uma acusação de compra de dados de milhões de 
usuários do Facebook. Nesse contexto, especula-se 
que a difusão de notícias falsas sobre Hillary Clinton, 
especificamente aquelas direcionadas aos possíveis 
votantes de Donald Trump, foi potencializada com o 
uso premeditado dessa base de dados, o que indica 
certa manipulação política do eleitorado. 
 Levando em conta as palavras / expressões-chave 
presentes no tema: “manipulação”, “comportamento”, 
“usuário”, “controle de dados” e “Internet”, deve-se dar 
direcionamento explícito a esse recorte tão restrito na 
proposição argumentativa (tese). Como possibilidade 
de tese, pode-se, por oposição, argumentar que, 
apesar de os avanços nas Tecnologias de Informação 
e Comunicação (TICs) trazerem inegáveis benefícios 
ao usuário da Internet, há um risco real, ainda que 
pouco visibilizado, de este ser influenciado em suas 
concepções, decisões e posturas pela maneira como 
os dados circulam e são tratados no ciberespaço hoje. 
A respeito do termo “ciberespaço”, é possível relacioná-lo, 
como repertório sociocultural, às designações de 
“ciberespaço” e “cibercultura”, do filósofo francês 
Pierre Lévy, e, como a alusão histórica, à Terceira 
Revolução Industrial, chamada de Revolução Científico-
-Informacional. Essas menções podem ser, inclusive, 
uma interessante forma de contextualizar o tema nas 
primeiras linhas da redação. 
 No desenvolvimento do texto, espera-se que, 
independentemente da estratégia organizacional, seja 
esclarecido o mecanismo por meio do qual se dá o 
controle de dados e, posteriormente, a manipulação 
do indivíduo conectado. Ou seja, é necessário, ainda 
que de forma básica, interpretar as informações da 
coletânea, especialmente aquelas sobre algoritmo 
e conteúdos mais relevantes, para mostrar como 
essas possibilidades de manejo de dados conduzem à 
oferta de publicações e links atrativos a determinados 
públicos, a fim de conduzi-los a escolhas condicionadas, 
falsamente livres (pensar no conceito de “bolha de 
dados”, conforme abordado, por exemplo, pelo cientista 
da computação Eli Pariser). O texto III, inclusive, 
aponta a grande exposição dos mais jovens a essa 
dinâmica e as finalidades principais de uso da Internet 
no Brasil em 2016, dados que podem ser aproveitados 
na argumentação - mas jamais copiados na íntegra - 
com o intuito de relacionar a intensidade da exposição 
dos usuários ao controle de seus dados. Além disso, 
podem ser trabalhadas algumas causas que levam ao 
problema, como a pouca regulamentação, a legislação 
precária do uso de dados na Internet (por exemplo, das 
políticas de privacidade), ou mesmo o desconhecimento 
da população sobre essas dinâmicas que acontecem 
à sua revelia – o que facilita a elaboração de uma 
proposta de intervenção mais educativa, envolvendo 
campanhas de alerta governamentais ou da sociedade 
civil organizada (por exemplo, ONGs vinculadas à 
inclusão digital). 
 Na proposta de intervenção, com relação à 
legislação ainda incipiente do ciberespaço, pode 
ser proposta, a partir do Congresso Nacional, a 
sugestão e a votação de leis mais rígidas para a 
utilização mais controlada e transparente dos 
dados dos usuários. É viável também abordar 
consequências desse processo de manipulação, 
discutindo	a	influência	dessa	dinâmica	sobre	padrões	
de consumo, tendências político-ideológicas, fontes 
de informação midiática, etc. Levando em conta a 
relação de consumo e cultura de massa, é possível 
ainda mencionar a Indústria Cultural e a Escola de 
Frankfurt, que, mesmo anteriores à Era Digital, 
já previam a utilização de mecanismos midiáticos 
para	 a	 difusão	 massificada,	 homogeneizada	 de	
objetos culturais (veja-se, por exemplo, a utilização 
que sites e aplicativos móveis como Spotify, 
YouTube	e	Netflix	fazem	para	intensificar	o	acesso	
a determinados conteúdos). Considerando-se a 
proliferação das fontes informativas e a queda da 
mídia hegemônica, mainstream, pode-se explorar, 
na	 Filosofia	 Contemporânea,	 o	 conceito	 de	 pós-
verdade. De qualquer maneira, a complexidade do 
assunto requer um conhecimento prévio sobre o 
tema e um bom domínio argumentativo para que o 
projeto de texto não tangencie o tema.
Total dos meus acertos: _____ de _____ . ______ %
Frente A Módulo 07
18 Coleção 6V
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
01. (Unesp)
Texto I 
 Dos 594 deputados e senadores em exercício no 
Congresso Nacional, 190 (32%) já foram condenados na 
Justiça e / ou nos Tribunais de Contas. 
 As ocorrências se encaixam em quatro grandes áreas: 
irregularidades em contas e processos administrativos 
no âmbito dos Tribunais de Contas (como fraudes em 
licitações); citações na Justiça Eleitoral (contas de 
campanha rejeitadas, compra de votos, por exemplo); 
condenações na Justiça referentes à lida com o bem 
público no exercício da função (enriquecimento ilícito, 
peculato etc.); e outros (homicídio culposo, trabalho 
degradante, etc.). 
PAIVA, Natália. Disponível em: 
(Adaptação).
Texto II 
 Nossa tradição cultural, por diversas razões, criou um 
ideal de cidadania política sem vínculos com a efetiva 
vida social dos brasileiros. Na teoria, aprendemos que 
devemos ser cidadãos; na prática, que não é possível, 
nem desejável, comportarmo-nos como cidadãos. 
A face política do modelo de identidade nacional é 
permanentemente corroída pelo desrespeito aos nossos 
ideais de conduta. 
 Idealmente, ser brasileiro significa herdar a tradição 
democrática na qual somos todos iguais perante a lei e 
onde o direito à vida, à liberdade e à busca da felicidade 
é uma propriedade inalienável de cada um de nós; na 
realidade, ser brasileiro significa viver em um sistema 
socioeconômico injusto, onde a lei só existe para os 
pobres e para os inimigos e onde os direitos individuais 
são monopólio dos poucos que têm muito. 
 Preso nesse impasse, o brasileiro vem sendo coagido 
a reagir de duas maneiras. Na primeira, com apatia e 
desesperança. É o caso dos que continuam acreditando 
nos valores ideais da cultura e não querem converter-se 
ao cinismo das classes dominantes e de seus seguidores. 
Essas pessoas experimentam uma notável diminuição da 
autoestima na identidade de cidadão, pois não aceitam 
conviver com o baixo padrão de moralidade vigente, 
mas tampouco sabem como agir honradamente sem se 
tornarem vítimas de abusos e humilhações de toda ordem. 
Deixam-se assim contagiar pela inércia ou sonham em 
renunciar à identidade nacional, abandonando o país. 
Na segunda maneira, a mais nociva, o indivíduo adere 
à ética da sobrevivência ou à lei do vale-tudo: pensa 
escapar à delinquência, tornando-se delinquente. 
COSTA, Jurandir Freire. Disponível em: 
 (Adaptação).
Texto III 
 Se o eleitorado tem bastante clareza quanto à falta de 
honestidade dos políticosbrasileiros, não se pode dizer 
o mesmo em relação à sua própria imagem como “povo 
brasileiro”. Isto pode ser um reflexo do aclamado “jeitinho 
brasileiro”, ora motivo de orgulho, ora de vergonha. 
 De qualquer forma, fica claro que há problemas 
tanto quando se fala de honestidade de uma forma 
genérica como quando há abordagem específica de 
comportamentos antiéticos, alguns ilegais: a “caixinha” 
para o guarda não multar, a sonegação de impostos, 
a compra de produtos piratas, as fraudes no seguro, entre 
outros. A questão que está posta aqui é que a população 
parece não relacionar seus “pequenos desvios” com o 
comportamento desonesto atribuído aos políticos. 
CERVELLINI, Silvia. Disponível em: 
(Adaptação). 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios 
conhecimentos, escreva uma redação de gênero 
dissertativo, empregando a norma-padrão da Língua 
Portuguesa, sobre o tema: 
Corrupção no Congresso Nacional: 
reflexo da sociedade brasileira?
02. (UFSJ-MG) Elabore uma dissertação, com cerca de 
20 linhas, na qual você discuta se a habilidade de escrita 
pode ser um diferencial entre profissionais e como essa 
habilidade teria impacto no mercado de trabalho atual. 
03. (UERJ) 
Texto I 
 Lembra-te de que tempo é dinheiro. Aquele que pode 
ganhar dez xelins* por dia com seu trabalho e vai passear, 
ou fica vadiando metade do dia, embora não despenda 
mais do que seis pence durante seu divertimento ou 
vadiação, não deve computar apenas essa despesa; 
gastou, na realidade, ou melhor, jogou fora, cinco xelins 
a mais. 
 [...] 
 Aquele que perde cinco xelins, não perde somente 
esta soma, mas todo o proveito que, investindo-a, dela 
poderia ser tirado, e que durante o tempo em que um 
jovem se torna velho, integraria uma considerável soma 
de dinheiro. 
* xelim − unidade de moeda equivalente a 12 pence. 
FRANKLIN, Benjamin. In: WEBER, Max. Os pensadores. 
São Paulo: Abril Cultural, 1985. [Fragmento] 
Texto II 
 Dizemos, com frequência, que fomos atropelados pelos 
acontecimentos − mas quais acontecimentos têm poder 
de atropelar o sujeito? Aqueles em direção aos quais 
ele se precipita, com medo de ser deixado para trás. 
Contra-Argumentação e Falhas Argumentativas
LÍ
N
G
U
A
 P
O
R
TU
G
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ES
A
23Bernoulli Sistema de Ensino

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