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1 Sistemas Tegumentar, Locomotor e Reprodutor Epiderme A epiderme é um tecido dinâmico, no qual as células estão constantemente em movimento dinâmico, subindo a superfície. É dividida em cinco camadas separadas. Em ordem da mais superficial à mais profunda, são elas: estrato córneo; estrato lúcido; estrato granuloso; estrato espinhoso; estrato basal. A epiderme é uma camada de epitélio escamoso estratificado, composta, principalmente, por dois tipos de células: queratinócitos e células dendríticas. Abriga, também, uma série de outras populações celulares, como: melanócitos, células de Langerhans e células de Merkel, mas os queratinócitos compreendem a maioria das células da epiderme. As células basais da epiderme sofrem ciclos de proliferação que proporcionam a renovação da epiderme externa. Os queratinócitos no estrato basal proliferam durante a mitose, e as células-filhas sobem nos estratos, mudando de forma e composição à medida que passam por múltiplos estágios de diferenciação celular. Derme A derme é composta mais por uma densa rede de macromoléculas (colágeno, elastina, glicosaminoglicanos), e não pelas células (fibroblastos) que sintetizaram essa matriz extracelular. Por causa de sua composição, a derme cumpre três funções principais: Reservatório de água. Tecido que fornece suporte e resistência física ao estresse mecânico (flexibilidade, firmeza). Tecido de ancoragem para a circulação sanguínea subepidérmica e apêndices da pele. A derme contém raízes capilares, glândulas sebáceas, glândulas sudoríparas, nervos e vasos sanguíneos. Hipoderme A hipoderme encontra-se abaixo da derme e contém uma camada protetora de gordura. Sistema esquelético: origem e organização geral dos ossos O estudo do sistema esquelético se justifica pela necessidade de entendermos como se forma e se estabelece o arcabouço que sustenta e dá forma ao corpo humano. Desenvolvimento ósseo O osso é o tecido vivo mais duro entre os outros tecidos conjuntivos do corpo. Consiste em 50% de água, e a parte sólida compreende vários minerais, especialmente: 76% de sal de cálcio 33% de material celular O osso possui tecido vascular e produtos da atividade celular, principalmente durante o processo de crescimento, que é muito dependente do suprimento de sangue como fonte básica e de hormônios que regulam esse desenvolvimento. As células formadoras de osso, osteoblastos e osteoclastos, desempenham um papel importante na determinação do crescimento ósseo, da espessura da camada cortical e do arranjo estrutural das lamelas. O osso continua mudando sua estrutura interna para atender às necessidades funcionais, e essas mudanças ocorrem por meio da atividade dos osteoclastos e osteoblastos. O osso, visto desde o seu desenvolvimento, pode passar por dois processos: Ossificação intramembranosa Inicia-se na vida fetal e continua até o período pós-natal. Os ossos se formam diretamente na forma de tecido conjuntivo mesenquimal primitivo, como a mandíbula, maxila e ossos do crânio. Ossificação endocondral Inicia-se na vida fetal e continua até aproximadamente os 20 anos de idade. O tecido ósseo substitui uma cartilagem hialina preexistente, como durante a formação da base do crânio. As mesmas células formativas constituem dois tipos de formação óssea, e a estrutura final não é muito diferente. Estágios da ossificação endocondral O processo de ossificação é dividido em uma série de estágios: • Zona de repouso: cartilagem hialina intocada, sem nenhuma alteração morfogênica. • Zona de proliferação: condrócitos dividem-se rapidamente e formam fileiras ou colunas paralelas de células achatadas e empilhadas no sentido longitudinal do osso. • Zona de cartilagem hipertrófica: condrócitos muito volumosos e apoptóticos, com matriz reduzida a tabiques delgados. • Zona de cartilagem calcificada: mineralização dos tabiques. • Zona de ossificação: deposição final de matriz óssea. 3 Sistema esquelético: cartilagens e articulações Cartilagem https://conteudo.colaboraread.com.br/201502/INTERATIVAS_2_0/CIENCIAS_MORFOFUNCIONAIS_DOS_SISTEMAS_TEGUMENTAR_REPRODUTOR_E_LOCOMOTOR/U1/S2/index.html#accordion-1%20.item-1 https://conteudo.colaboraread.com.br/201502/INTERATIVAS_2_0/CIENCIAS_MORFOFUNCIONAIS_DOS_SISTEMAS_TEGUMENTAR_REPRODUTOR_E_LOCOMOTOR/U1/S2/index.html#accordion-1%20.item-2 A cartilagem é um tecido fibroso extremamente forte e flexível que assume muitas formas e atende a vários propósitos em todo o corpo. Existem três tipos de cartilagem: Cartilagem elástica Cartilagem elástica (epiglote) Cartilagem hialina Derivada da palavra grega hyali, que significa “vidro”, a cartilagem hialina é lisa e brilhante. É o tipo mais comum de cartilagem, encontrada no nariz, na traqueia e na maioria das articulações do corpo. Cartilagem articular Em uma articulação, a cartilagem hialina é conhecida como cartilagem articular. Isso ocorre porque a cartilagem cobre as superfícies dos ossos onde se articulam ou se encontram para formar a articulação. A cartilagem articular tem dois objetivos principais: Movimento suave Extremamente escorregadia, a cartilagem articular permite que os ossos deslizem uns sobre os outros à medida que uma articulação se movimenta em maior amplitude. Absorção de impacto A cartilagem articular atua como um amortecedor, protegendo os ossos contra impactos uns nos outros durante uma atividade de sustentação de peso, como caminhar ou correr. A cartilagem articular também armazena fluido sinovial, uma substância viscosa e pegajosa que lubrifica e circula nutrientes para a articulação. Quando a articulação está em repouso, o líquido sinovial é armazenado na cartilagem articular da mesma forma que a água é armazenada em uma esponja. Quando a articulação dobra ou sustenta o peso, o líquido sinovial é pressionado, ajudando a manter a articulação lubrificada e saudável. Apesar de sua flexibilidade e força, a cartilagem pode ser danificada. Podem surgir problemas relacionados a desgaste ao longo do tempo, o que pode levar a osteoartrite, doenças como artrite reumatoide ou espondilite anquilosante. Quando a cartilagem é danificada, os ossos podem se esfregar e ralar uns contra os outros na articulação, causando atrito. A cartilagem não contém nervos, portanto a própria cartilagem danificada não causa dor. No entanto, a fricção entre os ossos da articulação e outras anormalidades resultantes (como esporões ósseos) podem gerar desconforto e dor, bem como inflamação. A cartilagem danificada pode se curar alguma vez? Por não conter vasos sanguíneos, a cartilagem não pode se recuperar de forma efetiva. Quando a cartilagem se torna mais fina ou danificada, uma quantidade limitada de nova cartilagem pode ser produzida, mas as novas células da cartilagem https://conteudo.colaboraread.com.br/201502/INTERATIVAS_2_0/CIENCIAS_MORFOFUNCIONAIS_DOS_SISTEMAS_TEGUMENTAR_REPRODUTOR_E_LOCOMOTOR/U1/S3/index.html#accordion-1%20.item-1 https://conteudo.colaboraread.com.br/201502/INTERATIVAS_2_0/CIENCIAS_MORFOFUNCIONAIS_DOS_SISTEMAS_TEGUMENTAR_REPRODUTOR_E_LOCOMOTOR/U1/S3/index.html#accordion-1%20.item-2 crescerão em padrões irregulares e acidentados. O resultado é que os ossos podem esfregar e friccionar uns contra os outros na articulação, e isso pode ser uma fonte de dor. 4 Sistema esquelético: histologia dos ossos e cartilagens Membranas conjuntivas Vamos relembrar o que já aprendemos sobre membranas de revestimento ósseo? Todos os ossos são revestidos por membranas conjuntivas, tanto interna quanto externamente: • Endósteo: recobre internamente a cavidade medular do osso e possui células formadoras de osso. • Periósteo: recobre o osso externamente e exerce importante papel para a manutenção da estrutura óssea, como proteção do osso, contribuição para a nutrição óssea, auxílio na reparação de fraturas, crescimento ósseo, além de servir deponto de fixação de tendões e ligamentos. Além dos tecidos ósseos, o sistema esquelético é composto por tecido cartilaginoso. Tecido cartilaginoso O tecido cartilaginoso caracteriza-se por ser uma forma especializada de tecido conjuntivo de consistência rígida. Possui como função dar suporte a tecidos moles, revestir superfícies articulares onde absorve choques, facilitar os deslizamentos, além de ser essencial para a formação e o crescimento dos ossos longos. Esse tecido é composto exclusivamente de células chamadas condrócitos e de uma matriz extracelular altamente especializada. Além dessas características, é um tecido avascular nutrido pelos capilares do tecido conjuntivo envolvente ou pelo líquido sinovial das cavidades articulares, entretanto, em alguns casos, vasos sanguíneos podem atravessar as cartilagens, nutrindo outros tecidos. O tecido cartilaginoso é desprovido de vasos linfáticos e de nervos. Sua matriz extracelular se caracteriza como sólida e firme, embora tenha flexibilidade e seja responsável pelas propriedades elásticas das cartilagens. Essas propriedades dependem da estrutura da matriz, que é constituída por colágeno com ou sem elastina, associada a macromoléculas de proteoglicanas. Outro aspecto das cartilagens é que elas são envolvidas por uma bainha conjuntiva que recebe o nome de pericôndrio. As cartilagens basicamente se dividem em três tipos: cartilagem hialina fibrocartilagem ou https://conteudo.colaboraread.com.br/201502/INTERATIVAS_2_0/CIENCIAS_MORFOFUNCIONAIS_DOS_SISTEMAS_TEGUMENTAR_REPRODUTOR_E_LOCOMOTOR/U1/S4/index.html cartilagem fibrosa cartilagem elástica Como ocorre o processo de formação óssea? A base para a formação óssea, conhecida como osteogênese ou ossificação, ocorre a partir de membranas de tecido conjuntivo fibroso ou por segmentos de cartilagem hialina. Em torno da sexta semana de gestação, os moldes da estrutura óssea começam a desencadear o processo da ossificação, que pode ser de dois tipos: Ossificação intramembranosa A ossificação intramembranosa ocorre dentro da própria membrana do tecido conjuntivo fibroso, ou seja, neste processo não há formação cartilaginosa de base. Esse tipo de ossificação é o que dá origem a ossos como o frontal, parietais, occipital, temporal, maxila e mandíbula. Ossificação endocondral A ossificação endocondral ocorre a partir da substituição da cartilagem pelo osso, ou seja, inicia-se a partir de uma peça de cartilagem hialina que possui forma semelhante à do futuro osso, porém menor em tamanho. Esse tipo de ossificação é responsável por formar tanto os ossos curtos quanto os ossos longos. ▫ Ossificação intramembranosa: estágios ▪ O mesênquima (tecido conjuntivo embrionário) se condensa em uma região de tecido frouxo povoada com células osteogênicas. ▪ As células osteogênicas mesenquimais diferenciam-se em osteoblastos. ▪ Os osteoblastos depositam tecido mole osteoide e depois o calcificam. ▪ Os osteoblastos que permanecem aderidos à matriz tornam-se osteócitos. ▪ As trabéculas calcificadas tornam-se osso esponjoso incluindo espaços medulares com vasos sanguíneos. ▪ A superfície compacta é formada pelo preenchimento dos espaços intertrabeculares por tecido ósseo. ▪ O osso esponjoso permanece no centro da placa formando o típico arranjo em sanduíche dos ossos planos. ▫ Além da formação de alguns ossos, esse tipo de ossificação promove o crescimento de ossos curtos e o crescimento em espessura dos ossos longos. https://conteudo.colaboraread.com.br/201502/INTERATIVAS_2_0/CIENCIAS_MORFOFUNCIONAIS_DOS_SISTEMAS_TEGUMENTAR_REPRODUTOR_E_LOCOMOTOR/U1/S4/index.html#tab-5 Ossificação endocondral: estágios 1 No local onde o osso vai se formar, células mesenquimais se diferenciam para produzir a matriz cartilaginosa, e uma membrana chamada de pericôndrio também é formada, o que forma o molde cartilaginoso do futuro osso. 2 O molde cartilaginoso cresce em comprimento pela divisão celular dos condrócitos que se originaram dos condroblastos. Já o crescimento em espessura é resultante da adição de matriz à porção periférica do molde, a partir de condroblastos originários do pericôndrio. 3 O desenvolvimento do centro primário de ossificação é marcado pela penetração de uma artéria no pericôndrio e na matriz. Essa artéria será responsável pela nutrição do processo. 4 A partir daí, células osteogênicas são estimuladas e dão origem aos osteoblastos, que, por sua vez, darão origem ao periósteo. Começa então uma calcificação que estimula a degradação da cartilagem e uma propagação formativa de trabéculas do osso esponjoso. 5 À medida que o centro de ossificação se expande do centro para as extremidades do osso, osteoclastos degradam as trabéculas da porção central, criando um canal medular que será preenchido com medula óssea vermelha. 6 O desenvolvimento dos centros secundários de ossificação ocorre nas extremidades dos ossos e é marcado pela penetração de vasos sanguíneos nas epífises (extremidades), que dará início a um processo semelhante ao já descrito, porém com a manutenção de tecido esponjoso nestas epífises. 7 Depois de todo esse processo, a extremidade da epífise se transforma em cartilagem articular, restando entre a epífise e a diáfise cartilagem hialina chamada de placa epifisária, que permite o crescimento longitudinal dos ossos longos. Durante a vida fetal, os ossos que serão formados por ossificação endocondral existem inicialmente sob a forma de peças cartilaginosas (moldes de cartilagem), cuja aparência é semelhante à dos futuros ossos. 4 Sistema esquelético: histologia dos ossos e cartilagens Membranas conjuntivas Tecido cartilaginoso Como ocorre o processo de formação óssea? ▫ Ossificação intramembranosa: estágios Ossificação endocondral: estágios 1 2 3 4 5 6 7