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Profa. Claudia Cortez UNIDADE I Atletismo: Aspectos do Esporte A história do atletismo se confunde com a história da humanidade. O atletismo é considerado a principal modalidade olímpica da era moderna, sendo também considerado o “esporte de base” e o único na “categoria 1” estabelecida pelo Comitê Olímpico Internacional. A fundação da IAAF (Associação Internacional de Federações do Atletismo), durante a Olimpíada de Estocolmo, em 1912, por 17 países, foi importante para o desenvolvimento do esporte. Desde 2019, a IAAF se tornou WA – World Athletics. Histórico do atletismo O atletismo no Brasil inicia sua prática no final do século XIX. Filiação à IAAF em 1914, a Confederação Brasileira de Desportos (CBD). 1952 e 1956 – medalha de ouro em Jogos Olímpicos – salto triplo com Adhemar Ferreira da Silva (bicampeão olímpico). 1954 – primeira participação feminina. 1977 – fundação da CBAt – Confederação Brasileira de Atletismo. Atletismo no Brasil Conjunto de provas (individuais e coletivas). Modalidade eclética: educacional, lazer, alto rendimento, qualidade de vida e saúde, com diferentes objetivos. Faixa etária. Provas de pista, provas de campo, provas combinadas, provas indoor, provas de rua, entre outras. Classificação e especificidade do atletismo As provas pertinentes a esse grupo têm como principal característica as corridas, abarcando distâncias que se iniciam em 100 metros e vão até 10.000 metros. As provas rasas são: 100 m, 200 m, 400 m, 800 m, 1500 m e 10.000 m. Provas de pista Fonte: livro-texto. Pista de atletismo 200 m 1500 m Fosso (3000) 110 m 100 m Chegada 800 m 400 m Temos as corridas com barreiras, em que o corredor, além de correr, terá que franquear barreiras no percurso da corrida: 100 metros (feminino), 110 metros (masculino), 400 metros (masculino e feminino). A corrida com obstáculos: 3000 metros – o corredor, além de correr, durante o percurso, terá que saltar obstáculos. As corridas de revezamento são as únicas provas do atletismo disputadas em equipes, em que o desempenho dos quatro corredores decide a prova: 4x100 m (feminino e masculino) e 4x400 m (misto). Provas de pista A pista oficial de atletismo tem um formato ovalado e é composta por duas retas opostas e duas curvas com raios iguais. Possui no mínimo oito raias, com 1,22 metros de largura cada, marcadas por linhas brancas de 5 cm de largura. Os pisos podem ser sintéticos, tanto ao ar livre (provas abertas) quanto em recintos fechados (provas cobertas ou indoor). A raia interna da pista é denominada raia um (1), de onde se tira a medida do comprimento da pista, que deve ser de 400 metros – tomados a 30 cm da borda interna dessa raia, a raia mais externa é mais longa, possuindo 449 metros. A pista de atletismo No atletismo, temos as provas de pista e campo. A pista oficial de atletismo tem um formato ovalado e é composta por duas retas opostas e duas curvas com raios iguais. Qual a medida do comprimento da pista de atletismo? a) 800 m. b) 200 m. c) 400 m. d) 600 m. e) 1000 m. Interatividade No atletismo, temos as provas de pista e campo. A pista oficial de atletismo tem um formato ovalado e é composta por duas retas opostas e duas curvas com raios iguais. Qual a medida do comprimento da pista de atletismo? a) 800 m. b) 200 m. c) 400 m. d) 600 m. e) 1000 m. Resposta Provas balizadas: 100, 200 e 400 metros rasos; 100 m (F) e 110 m (M), mais os 400 m (M e F), que se completam com o revezamento 4 x 100 m (M e F). Não balizadas: provas mais longas com os corredores: as provas de 1500 m rasos, 3000 m com obstáculos, 5000 m e 10.000 m rasos. Parcialmente balizadas: são as provas que têm um início com os corredores em balizas específicas e, a partir de uma determinada distância, abandona-se o balizamento e pode-se invadir outras raias, normalmente, todos ocupam as raias mais internas (percurso menor): 800 m, balizada apenas até o fim da primeira curva, e o revezamento 4x400 m, que é balizada para o primeiro corredor da equipe e até o fim da primeira curva para o segundo corredor. Classificação das provas O ritmo das provas está diretamente relacionado à distância a ser percorrida, portanto, podemos utilizar as seguintes nomenclaturas: velocidade pura: 100 e 200 metros; velocidade prolongada: 400 metros; meio fundo: 800 e 1500 metros; fundo: 5000 e 10.000 metros; grande fundo: maratona (42.195 metros). Ritmo das provas velocidade pura: 100 e 200 metros; velocidade prolongada: 400 e 800 metros; resistência anaeróbica: 800 e 1.500 metros; resistência aeróbica: 5.000, 10.000 metros e maratona. Esforço fisiológico As provas de velocidade pura, 100 e 200 metros rasos, e de velocidade prolongada, os 400 metros rasos. Fases da corrida: a saída (bloco de partida), o desenvolvimento e a chegada (projeção de tronco). Blocos de partida: “Às suas marcas”: posicionar-se no bloco de partida com o joelho da frente no chão e ficar imóvel. “Prontos”: elevação do quadril e espera pelo tiro de partida, imóvel. “Tiro”: é dada a largada impulsionando-se para frente, iniciada a corrida. Corridas de velocidade – Fases da corrida Fonte: Fernandes (2003). A) B) C) D) Desenvolvimento é a corrida propriamente dita, em que a principal preocupação está relacionada à técnica para correr em velocidade, sucessivamente. A chegada é a finalização da corrida e uma das fases mais importantes dela, é a concretização do desempenho na prova. Nas provas de velocidade, normalmente, é a parte mais acirrada de todo o processo. De acordo com a regra oficial, a chegada é definida pela passagem do tronco do corredor no plano vertical da linha de chegada. A chegada com projeção do tronco à frente, que consiste na ação pela qual, ao aproximar-se da linha de chegada, o corredor projete seu tronco adiante de todo o corpo, muito antes dos pés atingirem a linha final, o que possibilita ao corredor, em um momento de decisão, tirar vantagem de uma execução técnica ajustada ao momento exato da chegada. Corridas de velocidade – Fases da corrida São conhecidas como corridas de meias distâncias, são representadas oficialmente no atletismo pelas provas de 800 e 1500 metros rasos. Nessas provas, os corredores se utilizam das capacidades aeróbias e anaeróbias, podemos destacar a prova de 800 m, que envolve resistência e velocidade. A saída dessas provas não é tão decisiva para o resultado final e, por isso, os corredores fazem a saída em pé e sem uso dos blocos de partida (intermediária ou em pé). 800 m – parcialmente balizada (até a primeira curva). 1500 m – não é balizada, pode ter mais de 8 corredores (mais de um por raia). Corridas de meio fundo Provas possuem um ritmo menos acelerado se comparado às provas de velocidade. A movimentação dos braços é coordenada, com gestos mais naturais e o apoio dos pés é realizado na parte média dos pés. A chegada também não é tão decisiva quanto nas corridas de velocidade, porém é vital estar muito atento aos metros finais da prova; no caso de precisar disputar a colocação na linha de chegada (sprint final), podendo o corredor optar pela chegada normal ou a com projeção do tronco à frente. Corridas de meio fundo Oficialmente, as de provas de 5000 m e 10000 m rasos. Tais provas possuem características muito específicas, pois o corredor necessita utilizar de suas reservas para conseguir cumprir o percurso. Essa técnica é apurada em relação aos braços, que devem estar fletidos a menos de 90º, sem cruzarem a frente do tronco (movimento paralelo ao tronco) e relaxados, sem dispêndio de energia. Os pés inicialmente entram em contato com o chão com o calcanhar e depois a descarga de peso é feita em todo o pé, até a sua ponta. Corridas de fundo As provas de grande fundo são provas mais longas e que,normalmente, são disputadas fora das pistas, em ambientes com pisos variados, como asfalto, calçamentos, estradas de terra etc. Tais provas são consideradas provas de rua, é o caso da maratona (42.195 km) e da meia-maratona. Grande fundo – Maratona As provas de corrida de velocidade são divididas em fases. São elas: a) Início, corrida e chegada. b) Às suas marcas, prontos e tiro de partida. c) Partida, desenvolvimento e sprint. d) Saída, desenvolvimento e chegada. e) Bloco de partida, corrida e tiro de partida. Interatividade As provas de corrida de velocidade são divididas em fases. São elas: a) Início, corrida e chegada. b) Às suas marcas, prontos e tiro de partida. c) Partida, desenvolvimento e sprint. d) Saída, desenvolvimento e chegada. e) Bloco de partida, corrida e tiro de partida. Resposta As corridas com barreiras requerem que o barreirista, além que executar o percurso estabelecido na prova, tenha que transpor dez barreiras dispostas no trajeto. As provas são bem complexas, pois envolvem velocidade e uma capacidade de atacar as barreiras, mantendo o centro de gravidade na mesma posição durante toda a prova sem perder velocidade e coordenando movimentos de braços com pernas para equilibrar o corpo. Elas são disputadas em 100 m (feminino), 110 m (masculino) e 400 m (feminino e masculino). Para todas essas provas, são dispostas dez barreiras no percurso, no entanto, o que oscilará é a distância entre elas e a altura delas. Corridas com barreiras Corridas com barreiras Prova Gênero Altura Distância entre as barreiras Distância da saída para a 1ª barreira Distância da última barreira até a chegada 100 m Feminino 0,838 m 8,50 m 13,00 m 10,50 m 110 m Masculino 1,067 m 9,14 m 13,72 m 14,02 m 400 m Feminino 0,762 m 45 m 35 m 40 m 400 m Masculino 0,914 m 45 m 35 m 40 m Fonte: autoria própria. O barreirista inicia a prova no bloco de partida. Da largada até a primeira barreira, o atleta precisa rapidamente transitar da posição de largada para a velocidade pura, na aproximação da barreira, uma das pernas impulsiona a fase que o atleta transpõe a barreira com a perna de ataque semiflexionada. A perna de impulsão assume um ângulo de 90 graus. O braço oposto à perna de ataque guia o atleta para frente e garante o seu equilíbrio. Corridas com barreiras Fonte: https://pixabay.com/photos/runni ng-hurdles-athletics-4338238/ Perna de ataque: vai à frente e é lançada em direção à barreira para depois ser estendida quando estiver sobre ela. Quando o centro de gravidade do corredor passar a barreira, a perna de ataque vai seguir em direção ao solo, buscando a recuperação. Perna de passagem: é a perna de trás e esta, ao sair do contato com o solo, o joelho se flexiona no plano horizontal para a lateral, deslizando no ar, tendo a mesma trajetória do corpo. Após a passagem do centro de gravidade pela barreira e apoio da perna de ataque, a perna de passagem segue à frente para dar prosseguimento da corrida com uma passada ampla. Braços: são utilizados na forma de oposição às pernas de ataque e de passagem. Assim, a perna que vai à frente (ataque) e o braço contrário acompanham a perna que está atrás (passagem), enquanto o tronco se inclina à frente no momento da transposição, em um movimento de canivete. Corridas com barreiras Temos a prova de 3000 m para homens e mulheres. Ao longo de 3 mil metros de percurso, os atletas devem passar 28 vezes por obstáculos de, no mínimo, 3,94 metros de comprimento, que ocupa a largura de cerca de três raias. Todos os competidores passam pelo mesmo obstáculo, diferentemente da corrida com barreiras, em que cada raia tem suas próprias unidades para cada atleta. Na corrida de obstáculos, além do travessão, que é uma peça única para todas as raias, há também um fosso de água, com 50 cm de profundidade máxima, para ultrapassar. Corrida com obstáculos É permitido pisar no topo do aparelho e no espelho-d'água. Na prova masculina, o obstáculo tem 0,90 m centímetros de altura; já no feminino, 0,76 m centímetros. Nos 3000 m, são 28 saltos de obstáculos e 7 sobre o fosso de água. Corrida com obstáculos Fonte: https://commons.wikime dia.org/wiki/File:2014_A CC_Outdoor_Track_and _Field_Championships_ (13931695694).jpg As corridas com barreiras requerem que o barreirista, além de executar o percurso estabelecido na prova, tenha que transpor barreiras dispostas no trajeto. Na prova de 400 m, quantas barreiras ele deverá transpor? a) 10. b) 11. c) 12. d) 8. e) 14. Interatividade As corridas com barreiras requerem que o barreirista, além de executar o percurso estabelecido na prova, tenha que transpor barreiras dispostas no trajeto. Na prova de 400 m, quantas barreiras ele deverá transpor? a) 10. b) 11. c) 12. d) 8. e) 14. Resposta Essas provas possuem uma dinâmica parecida, em que grupos de 4 atletas se revezam entre si durante a corrida, transportando um bastão durante todo o percurso, cada corredor é responsável pela realização de ¼ da prova. São provas rasas. Única prova em equipe do atletismo. O primeiro atleta parte da posição inicial (abaixado e utilizando o bloco de saída, obrigatoriamente) já empunhando o bastão, que deve ser passado ao corredor seguinte em momento específico da prova. Corridas de revezamento Quatro corredores, os quais percorrem uma distância semelhante (100 ou 400 metros) conduzindo um bastão oco de 28 a 30 cm de comprimento. O bastão tem uma circunferência de 12 a 13 cm, deve pesar 50 gramas e deve ter uma cor que possa ser vista facilmente durante a corrida. A passagem do bastão deve ser realizada no interior de uma área especial dentro da pista, que é denominada zona de passagem ou zona de revezamento. É marcada dentro da raia na qual cada equipe está correndo. Essa região tem uma distância de 20 metros, que é medida a 10 metros antes e 10 metros depois da distância a ser percorrida por cada um dos atletas. Corridas de revezamento Ao corredor que vai receber o bastão, é permitido iniciar sua corrida a 10 metros antes do início da zona de passagem. Essa zona de 10 metros que antecede a de passagem é chamada de zona opcional. Antes da zona opcional, existe uma marca pessoal feita por cada corredor usando uma fita adesiva, que foi definida com treinamento e serve como referência para o receptor como um sinal para ele iniciar sua corrida dentro da zona opcional. 4x100 m. Corridas de revezamento Corridas de revezamento Handcap Zona opcional Zona de passagem Segunda zona Primeira zona Terceira zona Linha de saída/chegada Raia Raia Raia 1 2 1 2 1 21 Fonte: autoria própria. 4x100 m tem 3 zonas de passagem – balizada. 4x400 m tem uma única zona de passagem – parcialmente balizada, em que o primeiro corredor da equipe corre seus 400 metros dentro de sua raia, e o segundo corre balizado até o fim da primeira curva da sua raia. Então a prova deixa de ser balizada, e os demais corredores da equipe (terceiro e quarto) correm livremente pela pista para concluírem a prova. A WA, em 2017, introduziu nas provas de revezamento a prova de 4 x 400 m misto, em que a equipe é composta de dois homens e duas mulheres, que correm cada um deles uma volta inteira na pista (400 metros) na ordem em que desejarem. Corridas de revezamento Fonte: autoria própria. Raia 1 Chegada e saída Zona de passagem 4 x 400 m A passagem do bastão é um dos momentos cruciais das provas de revezamento, o que requer muito entrosamento da equipe, treinamento exaustivo, sincronismo e uma técnica aliada a todos os componentes da equipe. Formas de passagem do bastão: Passagem não visual ou “às cegas” – a recepção do bastão é feita sem que o corredor da frente olhe para seu companheiro que está chegando para lhe entregar o bastão. É usada nos revezamentos rápidos, como é o caso do 4x100 m. Passagem visual – é utilizada nos revezamentos mais longos, haja vista a troca não exigir uma rapidez máxima como no caso anterior. O corredor que está chegando com o bastão faz sua aproximação mais lenta porque se desgasta após o esforço despendido durante sua corrida. Técnica do revezamento Atualmente, temos três estilos de passagem do bastão: a ascendente, com troca de mãos; a descendente e a passagem horizontal. Cada equipe de corredores escolherá o estilo que irá se encaixar para melhora do desempenho na prova. Passagem ascendente é o estilo mais antigo dos três. As equipes profissionais quase não o utilizam, mas ele é mais fácil para os iniciantes. O primeiro corredor, que estará correndo com o bastão na mão direita, entrega-o na mão esquerda do segundo, e este troca de mão e também vai correr com o bastão na mão direita, e assim sucessivamente, até o último corredor, método uniforme. Estilo de passagem do bastão Fonte: autoria própria. Passagem descendente é a mais usada pela maioria das equipes e recebe essa denominação porque o movimento de entrega do bastão é feito de cima para baixo, ou seja, por meio de um movimento descendente do bastão, até a mão do receptor. Não há a troca de mão ao transportar o bastão durante a corrida, a sequência das entregas e recepções do bastão é feita de forma alternada. Essa sequência define o método de passagem utilizado pela equipe, que é denominado método alternado. Estilo de passagem do bastão Fonte: autoria própria. Passagem horizontal é semelhante à passagem descendente em quase todos os sentidos. A única diferença é que, ao entregar o bastão, o movimento do braço de quem o entrega é feito como se estivesse empurrando o bastão para a mão do companheiro, portanto, por meio de um movimento de trás para frente no sentido horizontal. Estilo de passagem do bastão Fonte: livro-texto. A passagem do bastão é um dos momentos cruciais das provas de revezamento, o que requer muito entrosamento da equipe, treinamento exaustivo, sincronismo e uma técnica aliada a todos os componentes da equipe. Quais são os estilos das passagens do bastão? a) Passagem visual e passagem não visual. b) Método uniforme e alternado. c) Passagem às cegas e alternada. d) Passagem descendente e vertical. e) Passagem ascendente, descendente e horizontal. Interatividade A passagem do bastão é um dos momentos cruciais das provas de revezamento, o que requer muito entrosamento da equipe, treinamento exaustivo, sincronismo e uma técnica aliada a todos os componentes da equipe. Quais são os estilos das passagens do bastão? a) Passagem visual e passagem não visual. b) Método uniforme e alternado. c) Passagem às cegas e alternada. d) Passagem descendente e vertical. e) Passagem ascendente, descendente e horizontal. Resposta FERNANDES, J. L. Atletismo: corridas. São Paulo: EPU, 2003. FERNANDES, J. L.; SILVA JUNIOR, G. O. Atletismo: aspectos pedagógicos e aprofundamentos. São Paulo: Editora Sol, 2017. FERNANDES, J. L.; SILVA JUNIOR, G. O.; CORTEZ, C. R.; RIBEIRO, N. Atletismo: aspectos do esporte. São Paulo: Editora Sol, 2024. Referências ATÉ A PRÓXIMA!