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Limites de Atuação do Perito Psicólogo O perito psicólogo, ao atuar em uma perícia, deve ter clareza sobre os limites de sua atuação profissional, respeitando a ética, o código de conduta e a legislação. Sua função primordial é a de auxiliar o juiz na tomada de decisões, fornecendo subsídios técnicos e científicos sobre questões psicológicas relevantes ao caso, sem se imiscuir no papel decisório do magistrado. Esta função exige um equilíbrio delicado entre a expertise técnica e o respeito aos limites jurisdicionais, sempre mantendo em mente que seu papel é consultivo e não deliberativo. Em outras palavras, o perito psicólogo não tem o poder de determinar a sentença ou impor suas opiniões, mas sim de apresentar um parecer fundamentado em dados e conhecimentos psicológicos, contribuindo para que o juiz tenha acesso a informações relevantes para a compreensão do caso. Este parecer deve ser elaborado de forma clara, objetiva e fundamentada em evidências científicas, utilizando uma linguagem acessível que permita a compreensão tanto pelos operadores do direito quanto pelas partes envolvidas no processo. É essencial que o perito psicólogo se atenha ao objeto da perícia, realizando a investigação e análise dentro dos limites da solicitação, sem extrapolar para outros aspectos que não sejam de sua competência. A atuação do perito deve ser imparcial, objetiva e tecnicamente correta, evitando opiniões pessoais ou conclusões que possam influenciar a decisão judicial. Isto significa que, mesmo quando observar questões importantes fora do escopo da perícia, deve registrá-las apenas se forem diretamente relevantes para o objeto em análise, sempre justificando tecnicamente sua inclusão no relatório. O perito psicólogo também deve evitar interpretar a legislação, pois essa função é exclusiva do jurista. O perito deve se ater à análise da situação sob o ponto de vista psicológico, fornecendo subsídios para que o juiz aplique a lei de forma justa e adequada ao caso concreto. Esta limitação é fundamental para manter a integridade do processo judicial e o respeito às atribuições de cada profissional envolvido. Além disso, é fundamental que o perito psicólogo mantenha uma postura de neutralidade em relação às partes envolvidas no processo. Isto implica em não estabelecer vínculos terapêuticos, não realizar intervenções clínicas durante a perícia e não assumir o papel de mediador ou conciliador, mesmo que possua formação para tal. O foco deve ser mantido estritamente na avaliação técnica solicitada pelo juízo. Outro aspecto importante dos limites de atuação refere-se à gestão do tempo e dos recursos disponíveis para a perícia. O perito deve ser capaz de realizar seu trabalho dentro dos prazos estabelecidos pelo juízo, utilizando de forma eficiente os instrumentos e métodos adequados para cada caso. Isso implica em saber selecionar as técnicas mais apropriadas e estabelecer um cronograma realista para a conclusão dos trabalhos, sem comprometer a qualidade técnica da perícia. Por fim, o perito psicólogo deve estar constantemente atualizado sobre as normativas do Conselho Federal de Psicologia referentes à prática da perícia psicológica, bem como sobre as resoluções e orientações específicas para cada área de atuação. Este conhecimento é fundamental para garantir uma atuação profissional adequada e dentro dos limites estabelecidos pela profissão.