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Políticas públicas em Saúde Mental AULA 06 Ana Alice Freire e Carmen Santana Breve Histórico Período manicomial A instituição em questão era o conjunto de aparatos científicos, legislativos, administrativos, de códigos de referência cultural e de relações de poder estruturados em torno de um objeto bem preciso: “a doença”, a qual se sobrepõe no manicômio o objeto “periculosidade” (ROTELLI, F., 1990, p. 89). O manicômio é a tradução mais completa dessa exclusão, controle e violência. Seus muros escondem a violência (física e simbólica) através de uma roupagem protetora que desculpabiliza a sociedade e descontextualiza os processos sócio-históricos da produção e reprodução da loucura. (LUCHMANN; RODRIGUES, 2007, p. 402) Holocausto Brasileiro Em 1903, Barbacena, MG, ganhou a alcunha de “Cidade dos Loucos”, graças à inauguração de sete instituições psiquiátricas no município. Na época, estâncias de clima ameno, como Barbacena, eram vistas como propícias para o tratamento de doenças mentais. Uma dessas iniciativas era o Hospital Colônia. Mas, com o tempo, o que era planejado como uma instituição médica tornou-se um matadouro. https://www.youtube.com/watch?v=pQ6ZtUudcAc A Reforma Psiquiátrica A Reforma Psiquiátrica no Brasil foi um movimento de contestação e enfrentamento da lógica manicomial. Sofreu grande influência do movimento italiano de combate aos asilos. A Reforma foi mais do que a mudança na organização dos serviços de Saúde, foi uma forma de tirar pessoas de porões dos grandes hospícios, junto com toda violência deles, trazendo-as para a comunidade. A Reforma Psiquiátrica Um dos grandes desafios do processo de desinstitucionalização está em tirar o foco de atenção da doença e da imagem de perigoso da pessoa com transtorno mental e passar a considerar o sofrimento e a existência desse sujeito. https://www.youtube.com/watch?v=611777tFm8k Lei do deputado Paulo Delgado (1989) A regulamentação dos direitos da pessoa com transtornos mentais e o fim dos manicômios no Brasil. A Lei n. 10.216/2001, também conhecida como Lei Paulo Delgado ou Lei da Reforma Psiquiátrica, dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas com transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em Saúde Mental. Políticas Públicas para Saúde Mental A construção de políticas públicas para Saúde Mental define a visão para o futuro e determina qual ordem de prioridade foi estabelecida pelo governo para a assistência. A partir disso é traçado o plano para a assistência às pessoas com transtorno mental e as formas de promovermos Saúde Mental. Uma política para isso também auxilia no desenvolvimento dos serviços de maneira sistemática e coordenada, fornecendo um esquema geral de organização. Políticas Públicas para Saúde Mental Com a Reforma Psiquiátrica, o modelo assistencial à Saúde Mental mudou e uma nova política foi pensada. O tratamento deixou de ser prioritariamente realizado em hospitais e passou a ser efetuado no território em que a pessoa vive. É o que chamamos cuidado em rede de atenção de base comunitária. As internações ficam reservadas para situações extremas e os períodos devem ser breves. CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) A Política de Saúde Mental brasileira preconiza que as ações de cuidado sejam implementadas por meio da Rede de Atenção Psicossocial (Raps), componente da Rede de Atenção à Saúde (RAS). Como organizador desse modelo, surge o Centro de Atenção Psicossocial (Caps), estratégico para a organização de uma rede substitutiva ao Hospital Psiquiátrico no Brasil. CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) Os Caps são gerenciados pelos municípios, abertos e de base comunitária. Prestam atendimentos diários às pessoas com transtornos mentais graves e persistentes por meio de atendimento clínico e reinserção social. A proposta desses centros é que, com o acesso aos direitos de todo cidadão – como o trabalho, o lazer, o fortalecimento dos laços familiares e comunitários –, a pessoa com transtorno mental ocupará um novo espaço na sociedade. TIPOS DE CAPS CAPS I: de menor porte, atende uma população entre 20 mil e 50 mil habitantes e contam com uma equipe de no mínimo nove profissionais. CAPS II: serviço de médio porte, atende a municípios com mais de 50 mil habitantes. Sua equipe mínima é de 12 profissionais. CAPS III: serviço de maior porte, para municípios com mais de 200 mil habitantes. Diferentemente dos dois primeiros, esse funciona 24h oferecendo hospitalidade noturna para usuários que precisem de um acompanhamento mais próximo. Funciona todos os dias da semana e conta com uma equipe mínima de 16 profissionais, além da equipe noturna e de fim de semana. TIPOS DE CAPS CAPS i: serviço especializado no atendimento a crianças e adolescentes com transtornos mentais. Sua equipe mínima é de 11 profissionais. CAPS AD: especializados no atendimento de pessoas que fazem uso prejudicial de álcool e outras drogas; funciona com equipe mínima de 13 profissionais. A rede de atenção psicossocial A Raps deve ser formada por sete componentes e cada um desses componentes especificam quais os pontos de atenção disponíveis. Em todos os pontos de atenção da rede, a população em situação de rua tem o direito de ser atendida conforme sua necessidade, inclusive a de Saúde Mental. image1.jpeg image2.jpeg image3.jpeg image4.png image5.png image6.png