Prévia do material em texto
ENEM Filosofia Contemporânea FIL0439 - (Enem) Uma norma só deve pretender validez quando todos os que possam ser concernidos por ela cheguem (ou possam chegar), enquanto par�cipantes de um discurso prá�co, a um acordo quanto à validade dessa norma. HABERMAS, J. Consciência moral e agir comunica�vo. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1989. Segundo Habermas, a validez de uma norma deve ser estabelecida pelo(a) a) liberdade humana, que consagra a vontade. b) razão comunica�va, que requer um consenso. c) conhecimento filosófico, que expressa a verdade. d) técnica cien�fica, que aumenta o poder do homem. e) poder polí�co, que se concentra no sistema par�dário. FIL0438 - (Enem) Na sociedade democrá�ca, as opiniões de cada um não são fortalezas ou castelos para que neles nos encerremos como forma de autoafirmação pessoal. Não só temos de ser capazes de exercer a razão em nossas argumentações, como também devemos desenvolver a capacidade de ser convencidos pelas melhores razões. A par�r dessa perspec�va, a verdade buscada é sempre um resultado, não ponto de par�da: e essa busca inclui a conversação entre iguais, a polêmica, o debate, a controvérsia. A ideia de democracia presente no texto, baseada na concepção de Habermas acerca do discurso, defende que a verdade é um(a) a) alvo obje�vo alcançável por cada pessoa, como agente racional autônomo. b) critério acima dos homens, de acordo com o qual podemos julgar quais opiniões são as melhores. c) construção da a�vidade racional de comunicação entre os indivíduos, cujo resultado é um consenso. d) produto da razão, que todo indivíduo traz latente educa�vo. e) resultado que se encontra mais desenvolvido nos espíritos elevados, a quem cabe a tarefa de convencer os outros. FIL0512 - (Enem) Em A morte de Ivan IIitch, Tolstoi descreve com detalhes repulsivos o terror de encarar a morte iminente. Ilitch adoece depois de um pequeno acidente e logo compreende que se encaminha para o fim de modo impossível de parar. “Nas profundezas de seu coração, ele sabia estar morrendo, mas em vez de se acostumar com a ideia, simplesmente não o fazia e não conseguia compreendê-la”. KAZEZ, J. O peso das coisas: filosofia para o bem-viver. Rio de Janeiro: Tinta Negra, 2004. O texto descreve a experiência do personagem de Tolstoi diante de um aspecto incontornável de nossas vidas. Esse aspecto foi um tema central na tradição filosófica a) marxista, no contexto do materialismo histórico. b) logicista, no propósito de entendimento dos fatos. c) u�litarista, no sen�do da racionalidade das ações. d) pós-modernista, na discussão da fluidez das relações. e) existencialista, na questão do reconhecimento de si. FIL0511 - (Enem) Em sen�do geral e fundamental, Direito é a técnica da coexistência humana, isto é, a técnica voltada a tornar possível a coexistência dos homens. Como técnica, o 1@professorferretto @prof_ferretto Direito se concre�za em um conjunto de regras (que, nesse caso, são leis ou normais); e tais regras têm por objeto o comportamento intersubje�vo, isto é, o comportamento recíproco dos homens entre si. ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Mar�ns Fontes, 2007. O sen�do geral e fundamental do Direito, conforme foi destacado, refere-se à a) aplicação de códigos legais. b) regulação do convívio social. c) legi�mação de decisões polí�cas. d) mediação de conflitos econômicos. e) representação da autoridade cons�tuída. FIL0464 - (Enem) O momento histórico das disciplinas é o momento em que nasce uma arte do corpo humano, que visa não unicamente o aumento das suas habilidades, nem tampouco aprofundar sua sujeição, mas a formação de uma relação que no mesmo mecanismo o torna tanto mais obediente quanto é mais ú�l, e inversamente. Forma-se então uma polí�ca das coerções, que são um trabalho sobre o corpo, uma manipulação calculada de seus elementos, de seus gestos, de seus comportamentos. FOUCAULT, M. Vigiar e punir: história da violência nas prisões. Petrópolis: Vozes, 1987. Na perspec�va de Michel Foucault, o processo mencionado resulta em a) declínio cultural. b) segregação racial. c) redução da hierarquia. d) totalitarismo dos governos. e) modelagem dos indivíduos. FIL0410 - (Enem) TEXTO I Aquele que não é capaz de pertencer a uma comunidade ou que dela não tem necessidade, porque se basta a si mesmo, não é em nada parte da cidade, embora seja quer um animal, quer um deus. ARISTÓTELES.A polí�ca. São Paulo: Mar�ns Fontes, 2002. TEXTO II Nenhuma vida humana, nem mesmo a vida de um eremita em meio à natureza selvagem, é possível sem um mundo que, direta ou indiretamente, testemunhe a presença de outros seres humanos. ARENDT, H. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense, 1995. Associados a contextos históricos dis�ntos, os fragmentos convergem para uma par�cularidade do ser humano, caracterizada por uma condição naturalmente propensa à a) a�vidade contempla�va. b) produção econômica. c) ar�culação cole�va. d) criação ar�s�ca. e) crença religiosa. FIL0409 - (Enem) Hoje, a indústria cultural assumiu a herança civilizatória da democracia de pioneiros e empresários, que tampouco desenvolvera uma fineza de sen�do para os desvios espirituais. Todos são livres para dançar e para se diver�r, do mesmo modo que, desde a neutralização histórica da religião, são livres para entrar em qualquer uma das inúmeras seitas. Mas a liberdade de escolha da ideologia, que reflete sempre a coerção econômica, revela-se em todos os setores como a liberdade de escolher o que é sempre a mesma coisa. ADORNO, T; HORKHEIMER, M. Dialé�ca do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: Zahar, 1985. A liberdade de escolha na civilização ocidental, de acordo com a análise do texto, é um(a) a) legado social. b) patrimônio polí�co. c) produto da moralidade. d) conquista da humanidade. e) ilusão da contemporaneidade. FIL0394 - (Enem) Ser ou não ser – eis a questão. Morrer – dormir – Dormir! Talvez sonhar. Aí está o obstáculo! Os sonhos que hão de vir no sono da morte Quando �vermos escapado ao tumulto vital Nos obrigam a hesitar: e é essa a reflexão Que dá à desventura uma vida tão longa. SHAKESPEARE, W. Hamlet. Porto Alegre: L&PM, 2007. Este solilóquio pode ser considerado um precursor do existencialismo ao enfa�zar a tensão entre 2@professorferretto @prof_ferretto a) consciência de si e angús�a humana. b) inevitabilidade do des�no e incerteza moral. c) tragicidade da personagem e ordem do mundo. d) racionalidade argumenta�va e loucura iminente. e) dependência paterna e impossibilidade de ação. FIL0515 - (Enem) Panayio�s Zavos “quebrou” o úl�mo tabu da clonagem humana – transferiu embriões para o útero de mulheres, que os gerariam. Esse procedimento é crime em inúmeros países. Aparentemente, o médico possuía um laboratório secreto, no qual fazia seus experimentos. “Não tenho nenhuma dúvida de que uma criança clonada irá aparecer em breve. Posso não ser eu o médico que irá criá-la, mas vai acontecer”, declarou Zavos. “Se nos esforçarmos, podemos ter um bebê clonado daqui a um ano, ou dois, mas não sei se é o caso. Não sofremos pressão para entregar um bebê clonado ao mundo. Sofremos pressão para entregar um bebê clonado saudável ao mundo.” CONNOR, S. Disponível em: www.independent.co.uk. Acesso em: 14 ago. 2012 (adaptado). A clonagem humana é um importante assunto de reflexão no campo da bioé�ca que, entre outras questões, dedica-se a a) refle�r sobre as relações entre o conhecimento da vida e os valores é�cos do homem. b) legi�mar o predomínio da espécie humana sobre as demais espécies animais no planeta. c) rela�vizar, no caso da clonagem humana, o uso dos valores de certo e errado, de bem e mal. d) legalizar, pelo uso das técnicas de clonagem, os processos de reprodução humana e animal. e) fundamentar técnica e economicamente as pesquisas sobre células-tronco para uso em seres humanos.confunde-se com a a�vidade de uma polícia de fronteiras, revistando os pensamentos de contrabando que viajam na mala de outras sabedorias. Apenas passam os pensamentos de carimbada cien�ficidade. A biologia, por exemplo, é um modo maravilhoso de emigrarmos de nós, de transitarmos para lógicas de outros seres, de nos descentrarmos. Aprendemos que não somos o centro da vida nem o topo da evolução. COUTO, M. Interinvenções. Portugal: Caminho, 2009 (adaptado). No trecho, expressa-se uma visão poé�ca da epistemologia cien�fica, caracterizada pela a) implementação de uma viragem linguís�ca com base no formalismo. b) fundamentação de uma abordagem híbrida com base no rela�vismo. c) interpretação da natureza eclé�ca das coisas com base no an�academicismo. d) definição de uma metodologia transversal com base em um panorama cé�co. e) compreensão da realidade com base em uma perspec�va não antropocêntrica. FIL0762 - (Enem PPL) A esté�ca rela�vamente estável do modernismo fordista cedeu lugar a todo o fermento, instabilidade e qualidades fugidias de uma esté�ca pós-moderna que celebra a diferença, a efemeridade, o espetáculo, a moda e a mercadificação de formas culturais. HARVEY, D. Condição pós-moderna: uma pesquisa sobre as origens da mudança cultural. São Paulo: Loyola, 2009. No contexto descrito, as transformações esté�cas impactam a produção de bens por meio da 20@professorferretto @prof_ferretto a) promoção de empregos fabris, integrada às linhas de montagem. b) ampliação dos custos de fabricação, impulsionada pelo consumo. c) redução do tempo de vida dos produtos, acompanhada da crescente inovação. d) diminuição da importância da organização logís�ca, u�lizada pelos fornecedores. e) expansão de mercadorias estocadas, aliada a maiores custos de armazenamento. FIL0763 - (Enem PPL) Quanto mais a vida social se torna mediada pelo mercado global de es�los, lugares e imagens, pelas viagens internacionais, pelas imagens da mídia e pelos sistemas de comunicação interligados, mais as iden�dades se tornam desvinculadas — desalojadas — de tempos, lugares, histórias e tradições específicos e parecem “flutuar livremente”. Somos confrontados por uma gama de diferentes iden�dades (cada qual nos fazendo apelos, ou melhor, fazendo apelos a diferentes partes de nós), dentre as quais parece possível fazer uma escolha. HALL, S. A iden�dade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2006. Do ponto de vista conceitual, a transformação iden�tária descrita resulta na cons�tuição de um sujeito a) altruísta. b) dependente. c) nacionalista. d) mul�facetado. e) territorializado. FIL0764 - (Enem PPL) A importância do conhecimento está em seu uso, em nosso domínio a�vo sobre ele, quero dizer, reside na sabedoria. É convencional falar em mero conhecimento, separado da sabedoria, como capaz de incu�r uma dignidade peculiar a seu possuidor. Não compar�lho dessa reverência pelo conhecimento como tal. Tudo depende de quem possui o conhecimento e do uso que faz dele. WHITHEHEAD, A. N. Os fins da educação e outros ensaios. São Paulo: Edusp, 1969. No trecho, o autor considera que o conhecimento traz possibilidades de progresso material e moral quando a) prioriza o rigor conceitual. b) valoriza os seus dogmas. c) avalia a sua aplicabilidade. d) busca a inovação tecnológica. e) instaura uma perspec�va cien�fica. FIL0746 - (Enem PPL) Tu é um termo que não figura muito bem nos desenvolvimentos modernos e contemporâneos da é�ca e da polí�ca. Com efeito, muitos movimentos revolucionários (que variam do comunismo tradicional ao feminismo da irmandade) parecem compar�lhar de um código linguís�co curioso baseado na moral intrínseca dos pronomes. O nós é sempre posi�vo, o vós é um aliado possível, o eles tem o rosto de um antagonista, o eu é impróprio, e o tu é, obviamente, supérfluo. CAVARERO, A. Rela�ng Narra�ves apud BUTLER, J. Relatar a si mesmo. Belo Horizonte: Autên�ca, 2015 (adaptado). Um dos principais problemas morais da contemporaneidade, conforme mencionado no texto, reside na dificuldade em a) construir o diálogo cole�vo. b) demarcar a presença do ego. c) viabilizar a afe�vidade pessoal. d) reconhecer a alteridade singular. e) ultrapassar a experiência intersubje�va. FIL0748 - (Enem PPL) Por força da industrialização da cultura, desde o começo do filme já se sabe como ele termina, quem é recompensado e, ao escutar a música, o ouvido treinado é perfeitamente capaz, desde os primeiros compassos, de adivinhar o desenvolvimento do tema e sente-se feliz quando ele tem lugar como previsto. ADORNO, T. W.; HORKHEIMER, M. Dialé�ca do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2009. A crí�ca ao �po de criação mencionada no texto teve como alvo, no campo da arte, a a) burocra�zação do processo de difusão. b) valorização da representação abstrata. c) padronização das técnicas de composição. d) sofis�cação dos equipamentos disponíveis. e) ampliação dos campos de experimentação. FIL0753 - (Enem PPL) 21@professorferretto @prof_ferretto A humanidade, a humanidade do homem, ainda é um conceito completamente novo para o filósofo que não cochila em pé. A velha questão do próprio homem con�nua por ser inteiramente reelaborada, não apenas em relação às ciências do vivo, não apenas em relação ao que se nomeia com essa palavra geral, homogênea e confusa, o animal, mas em relação a todos os traços que a meta�sica reservou ao homem e que nenhum deles resiste à análise. DERRIDA, J. Papel-máquina. São Paulo: Estação Liberdade, 2004. No trecho, caracteriza-se o seguinte tema fundamental do pensamento filosófico contemporâneo: a) Crise do sujeito. b) Rela�vismo é�co. c) Virada linguís�ca. d) Teoria da referência. e) Crí�ca à tecnociência. FIL0743 - (Enem PPL) Queremos tratar da �rania de animais humanos sobre animais não humanos. Essa �rania causou e ainda causa dor e sofrimento apenas comparáveis aos que resultaram de séculos de violência de seres humanos brancos sobre seres humanos negros. A luta contra ela é tão importante quanto outras disputas morais e sociais. SINGER, P. Libertação animal. São Paulo: Mar�ns Fontes, 2013. O trecho apresenta caracterís�cas de uma importante corrente da é�ca contemporânea que se designa: a) Ecoé�ca – visão superior da natureza. b) Bioé�ca – implicação biológica das ações. c) An�especismo – definição igualitária das espécies. d) Existencialismo – valorização crescente da subje�vidade. e) Rela�vismo – compreensão diferenciada das alteridades. FIL0745 - (Enem PPL) TEXTO I Nunca se soube tanto da vida e aparência dos outros, graças à postagem e ao compar�lhamento de imagens. Uma comissão parlamentar britânica constatou que meninas de até cinco anos de idade já se preocupam com peso e aparência. Outro sintoma do problema, segundo um relatório da comissão, foi o aumento das taxas de cirurgia plás�ca no país, de cerca de 20% desde 2008. ROXBY, P. Disponível em: www.bbc.com. Acesso em: 9 dez. 2018. TEXTO II Toda a vida das sociedades nas quais reinam as condições modernas de produção se anuncia como uma imensa acumulação de espetáculos. Tudo o que era diretamente vivido se esvai na fumaça da representação. DEBORD, G. A sociedade do espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 2017. Os textos apontam a centralidade da circulação imagé�ca na sociedade contemporânea, uma vez que realçam a a) fragilização de vínculos afe�vos. b) fe�chização da experiência vivida. c) monopolização do mercado esté�co. d) diferenciação dos modelos corporais. e) personalização das dimensões ín�mas. 22@professorferretto @prof_ferrettoFIL0435 - (Enem) O conceito de democracia, no pensamento de Habermas, é construído a par�r de uma dimensão procedimental, calcada no discurso e na deliberação. A legi�midade democrá�ca exige que o processo de tomada de decisões polí�cas ocorra a par�r de uma ampla discussão pública, para somente então decidir. Assim, o caráter delibera�vo corresponde a um processo cole�vo de ponderação e análise, permeado pelo discurso, que antecede a decisão. VITALE. D. Jürgen Habermas, modernidade e democracia delibera�va. Cadernos do CRH (UFBA), v. 19, 2006 (adaptado). O conceito de democracia proposto por Jürgen Habermas pode favorecer processos de inclusão social. De acordo com o texto, é uma condição para que isso aconteça o(a) a) par�cipação direta periódica do cidadão. b) debate livre e racional entre cidadãos e Estado. c) interlocução entre os poderes governamentais. d) eleição de lideranças polí�cas com mandatos temporários. e) controle do poder polí�co por cidadãos mais esclarecidos. FIL0589 - (Enem) O leproso é visto dentro de uma prá�ca de rejeição, ao exílio-cerca; deixa-se que se perca lá dentro como numa massa que não têm muita importância diferenciar; os pes�lentos são considerados num policiamento tá�co me�culoso onde as diferenciações individuais são os efeitos limitantes de um poder que se mul�plica, se ar�cula e se subdivide. O grande fechamento por um lado; o bom treinamento por outro. A lepra e a sua divisão; a peste e seus recortes. Uma é marcada; a outra, analisada e repar�da. O exílio do leproso e a prisão da peste não trazem consigo o mesmo sonho polí�co FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 1987. Os modelos autoritários descritos no texto apontam para um sistema de controle que se baseia no(a): a) Formação de sociedade disciplinar. b) Flexibilização do regramento social. c) Banimento da autoridade repressora. d) Condenação da degradação humana. e) Hierarquização da burocracia estatal. FIL0408 - (Enem) A maioria das necessidades comuns de descansar, distrair-se, comportar-se, amar e odiar o que os outros amam e odeiam pertence a essa categoria de falsas necessidades. Tais necessidades têm um conteúdo e uma função determinada por forças externas, sobre as quais o indivíduo não tem controle algum. MARCUSE, H. A ideologia da sociedade industrial: o homem unidimensional. Rio de Janeiro: Zahar, 1979. Segundo Marcuse, um dos pesquisadores da chamada Escola de Frankfurt, tais forças externas são resultantes de 3@professorferretto @prof_ferretto a) aspirações de cunho espiritual. b) propósitos solidários de classes. c) exposição ciberné�ca crescente. d) interesses de ordem socioeconômica. e) hegemonia do discurso médico-cien�fico. FIL0414 - (Enem) Parece-me bastante significa�vo que a questão muito discu�da sobre se o homem deve ser “ajustado” à máquina ou se a máquina deve ser ajustada à natureza do homem nunca tenha sido levantada a respeito dos meros instrumentos e ferramentas. E a razão disto é que todas as ferramentas da manufatura permanecem a serviço da mão, ao passo que as máquinas realmente exigem que o trabalhador as sirva, ajuste o ritmo natural do seu corpo ao movimento mecânico delas. ARENDT, H. Trabalho, Obra e Ação. In: Cadernos de É�ca e Filosofia Polí�ca 7. São Paulo: EdUSP, 2005 (fragmento). Com base no texto, as principais consequências da subs�tuição da ferramenta manual pela máquina são a) o adestramento do corpo e a perda da autonomia do trabalhador. b) a reformulação dos modos de produção e o engajamento polí�co do trabalhador. c) o aperfeiçoamento da produção manufatureira cria�va e a rejeição do trabalho repe��vo. d) a flexibilização do controle ideológico e a manutenção da liberdade do trabalhador. e) o abandono da produção manufatureira e o aperfeiçoamento da máquina. FIL0462 - (Enem) Penso que não há um sujeito soberano, fundador, uma forma universal de sujeito que poderíamos encontrar em todos os lugares. Penso, pelo contrário, que o sujeito se cons�tui através das prá�cas de sujeição ou, de maneira mais autônoma, através de prá�cas de liberação, de liberdade, como na An�guidade – a par�r, obviamente, de um certo número de regras, de es�los, que podemos encontrar no meio cultural. FOUCAULT, M. Ditos e escritos V: é�ca, sexualidade, polí�ca. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004. O texto aponta que a subje�vação se efe�va numa dimensão a) legal, pautada em preceitos jurídicos. b) racional, baseada em pressupostos lógicos. c) con�ngencial, processada em interações sociais. d) transcendental, efe�vada em princípios religiosos. e) essencial, fundamentada em parâmetros substancialistas. FIL0420 - (Enem) A crí�ca é uma questão de distância certa. O olhar hoje mais essencial, o olho mercan�l que penetra no coração das coisas, chama-se propaganda. Esta arrasa o espaço livre da contemplação e aproxima tanto as coisas, coloca- as tão debaixo do nariz quanto o automóvel que sai da tela de cinema e cresce, gigantesco, tremeluzindo em direção a nós. E, do mesmo modo que o cinema não oferece móveis e fachadas a uma observação crí�ca completa, mas dá apenas a sua espetacular, rígida e repen�na proximidade, também a propaganda autên�ca transporta as coisas para primeiro plano e tem um ritmo que corresponde ao de um bom filme. BENJAMIN, W. Rua de mão única:infância berlinense – 1900. Belo Horizonte: Autên�ca, 2013 (adaptado). O texto apresenta um entendimento do filósofo Walter Benjamin, segundo o qual a propaganda dificulta o procedimento de análise crí�ca em virtude do(a) a) caráter ilusório das imagens. b) evolução constante da tecnologia. c) aspecto efêmero dos acontecimentos. d) conteúdo obje�vo das informações. e) natureza emancipadora das opiniões. FIL0367 - (Enem) Eis o ensinamento de minha doutrina: “Viva de forma a ter de desejar reviver – é o dever –, pois, em todo caso, você reviverá! Aquele que ama antes de tudo se submeter, obedecer e seguir, que obedeça! Mas que saiba para o que dirige sua preferência, e não recue diante de nenhum meio! É a eternidade que está em jogo!”. NIETZSCHE apud FERRY, L. Aprender a viver: filosofia para os novos tempos. Rio de Janeiro: Obje�va, 2010 (adaptado). O trecho contém uma formulação da doutrina nietzscheana do eterno retorno, que apresenta critérios radicais de avaliação da 4@professorferretto @prof_ferretto a) qualidade de nossa existência pessoal e cole�va. b) conveniência do cuidado da saúde �sica e espiritual. c) legi�midade da doutrina pagã da transmigração da alma. d) veracidade do postulado cosmológico da perenidade do mundo. e) validade de padrões habituais de ação humana ao longo da história. FIL0521 - (Enem) Para Rawls, a estrutura básica mais justa de uma sociedade é aquela que alguém escolheria se não soubesse qual viria a ser seu papel par�cular no sistema de cooperação daquela sociedade. LOVETT, F. Uma teoria da jus�ça, de John Rawls. Porto Alegre: Penso, 2013. A teoria da jus�ça proposta pelo autor, conforme exposto no texto, pressupõe assumir uma posição hipoté�ca chamada de a) reino de Deus. b) mundo da utopia. c) véu da ignorância. d) estado de natureza. e) cálculo da felicidade. FIL0588 - (Enem) Sempre que a relevância do discurso entra em jogo, a questão torna-se polí�ca por definição, pois é o discurso que faz do homem um ser polí�co. E tudo que os homens fazem, sabem ou experimentam só tem sen�do na medida em que pode ser discu�do. Haverá, talvez, verdades que ficam além da linguagem e que podem ser de grande relevância para o homem no singular, isto é, para o homem que, seja o que for, não é um ser polí�co. Mas homens no plural, isto é, os homens que vivem e se movem e agem neste mundo, só podem experimentar o significado das coisas por poderem falar e ser inteligíveis entre si e consigo mesmos. ARENDT, H. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004. No trecho,a filósofa Hannah Arendt mostra a importância da linguagem no processo de a) entendimento da cultura. b) aumento da cria�vidade. c) percepção da individualidade. d) melhoria da técnica. e) construção da sociabilidade. FIL0516 - (Enem) A promessa da tecnologia moderna se converteu em uma ameaça, ou esta se associou àquela de forma indissolúvel. Ela vai além da constatação da ameaça �sica. Concebida para a felicidade humana, a submissão da natureza, na sobremedida de seu sucesso, que agora se estende à própria natureza do homem, conduziu ao maior desafio já posto ao ser humano pela sua própria ação. O novo con�nente da práxis cole�va que adentramos com a alta tecnologia ainda cons�tui, para a teoria é�ca, uma terra de ninguém. JONAS. H. O princípio da responsabilidade. Rio de Janeiro: Contraponto; Editora PUC-Rio, 2011 (adaptado). As implicações é�cas da ar�culação apresentada no texto impulsionam a necessidade de construção de um novo padrão de comportamento, cujo obje�vo consiste em garan�r o(a) a) pragma�smo da escolha individual. b) sobrevivência de gerações futuras. c) fortalecimento de polí�cas liberais. d) valorização de múl�plas etnias. e) promoção da inclusão social. FIL0514 - (Enem) Minha fórmula para o que há de grande no indivíduo é amor fa�: nada desejar além daquilo que é, nem diante de si, nem atrás de si, nem nos séculos dos séculos. Não se contentar em suportar o inelutável, e ainda menos dissimulá-lo, mas amá-lo. NIETZSCHE apud FERRY L. Aprender a viver: filosofia para os novos tempos. Rio da Janeiro: Obje�va, 2010 (adaptado). Essa fórmula indicada por Nietzsche consiste em uma crí�ca à tradição cristã que a) combate as prá�cas sociais de cunho afe�vo. b) impede o avanço cien�fico no contexto moderno. c) associa os cultos pagãos à sacralização da natureza. d) condena os modelos filosóficos da An�guidade Clássica. e) consagra a realização humana ao campo transcendental. FIL0513 - (Enem) TEXTO I Os meus pensamentos são todos sensações. Penso com os olhos e com os ouvidos E com as mãos e os pés E com o nariz e a boca. 5@professorferretto @prof_ferretto PESSOA, F. O guardador de rebanhos – IX. In: GALHOZ. M. A. (Org.). Obras poé�cas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1999 (fragmento). TEXTO II Tudo aquilo que sei do mundo, mesmo por ciência, eu o sei a par�r de uma visão minha ou de uma experiência do mundo sem a qual os símbolos da ciência não poderiam dizer nada. MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da percepção. São Paulo: Mar�ns Fontes, 1999 (adaptado). Os textos mostram-se alinhados a um entendimento acerca da ideia de conhecimento, numa perspec�va que ampara a a) anterioridade da razão no domínio cogni�vo. b) confirmação da existência de saberes inatos. c) valorização do corpo na apreensão da realidade. d) verificabilidade de proposições no campo da lógica. e) possibilidade de contemplação de verdades atemporais. FIL0518 - (Enem) A sociedade como um sistema justo de cooperação social consiste em uma das ideias familiares fundamentais, que dá estrutura e organização à jus�ça como equidade. A cooperação social guia-se por regras e procedimentos publicamente reconhecidos e aceitos por aqueles que cooperam como sendo apropriados para regular a sua conduta. Diz-se que a é cooperação é justa porque seus termos são tais que todos os par�cipantes podem razoavelmente aceitar, desde que todos os demais também o aceitem.” FERES JR., J.; POGREBINSCHI, T. Teoria polí�ca contemporânea: uma introdução. Rio de Janeiro: Elsevier. 2010. No contexto do pensamento polí�co, a ideia apresentada mostra-se consoante o(a) a) ideal republicano de governo. b) corrente tripar�te dos poderes. c) posicionamento crí�co do socialismo. d) legi�midade do absolu�smo monárquico. e) entendimento do contratualismo moderno. FIL0371 - (Enem) Jamais deixou de haver sangue, mar�rio e sacri�cio, quando o homem sen�u a necessidade de criar em si uma memória; os mais horrendos sacri�cios e penhores, as mais repugnantes mu�lações (as castrações, por exemplo), os mais cruéis rituais, tudo isto tem origem naquele ins�nto que divisou na dor o mais poderoso auxiliar da memória. NIETZSCHE, F. Genealogia da moral. São Paulo: Cia. das Letras, 1999. O fragmento evoca uma reflexão sobre a condição humana e a elaboração de um mecanismo dis�n�vo entre homens e animais, marcado pelo(a) a) racionalidade cien�fica. b) determinismo biológico. c) degradação da natureza. d) domínio da con�ngência. e) consciência da existência. FIL0392 - (Enem) O filósofo reconhece-se pela posse inseparável do gosto da evidência e do sen�do da ambiguidade. Quando se limita a suportar a ambiguidade, esta se chama equívoco. Sempre aconteceu que, mesmo aqueles que pretenderam construir uma filosofia absolutamente posi�va, só conseguiram ser filósofos na medida em que, simultaneamente, se recusaram o direito de se instalar no saber absoluto. O que caracteriza o filósofo é o movimento que leva incessantemente do saber à ignorância, da ignorância ao saber, e um certo repouso neste movimento. MERLEAU-PONTY. M. Elogio da filosofia. Lisboa: Guimarães, 1998 (adaptado). O texto apresenta um entendimento acerca dos elementos cons�tu�vos da a�vidade do filósofo, que se caracteriza por a) reunir os antagonismos das opiniões ao método dialé�co. b) ajustar a clareza do conhecimento ao ina�smo das ideias. c) associar a certeza do intelecto à imutabilidade da verdade. d) conciliar o rigor da inves�gação à inquietude do ques�onamento. e) compa�bilizar as estruturas do pensamento aos princípios fundamentais. FIL0413 - (Enem) Subjaz na propaganda tanto polí�ca quanto comercial a ideia de que as massas podem ser conquistadas, dominadas e conduzidas, e, por isso, toda e qualquer propaganda tem um traço de coerção. Nesse sen�do, a filósofa Hanna Arendt diz que “não apenas a propaganda polí�ca, mas toda a moderna publicidade de massa contém um elemento de coerção”. 6@professorferretto @prof_ferretto AGUIAR, O. A. Veracidade e propaganda em Hannah Arendt. In: Cadernos de É�ca e Filosofia Polí�ca 10. São Paulo: EdUSP, 2007 (adaptado). À luz do texto, qual a implicação da publicidade de massa para a democracia contemporânea? a) O fortalecimento da sociedade civil. b) A transparência polí�ca das ações do Estado. c) A dissociação entre os domínios retóricos e a polí�ca. d) O combate às prá�cas de distorção de informações. e) O declínio do debate polí�co na esfera pública. FIL0517 - (Enem) Uma sociedade é uma associação mais ou menos autossuficiente de pessoas que em suas relações mútuas reconhecem certas regras de conduta como obrigatórias e que, na maioria das vezes, agem de acordo com elas. Uma sociedade é bem ordenada não apenas quando está planejada para promover o bem de seus membros, mas quando é também efe�vamente regulada por uma concepção pública de jus�ça. Isto é, trata-se de uma sociedade na qual todos aceitam, e sabem que os outros aceitam, o mesmo princípio de jus�ça. RAWLS, J. Uma teoria da jus�ça. São Paulo: Mar�ns Fontes, 1997 (adaptado). A visão expressa nesse texto do século XX remete a qual aspecto do pensamento moderno? a) A relação entre liberdade e autonomia do Liberalismo. b) A independência entre poder e moral do Racionalismo. c) A convenção entre cidadãos e soberano de Absolu�smo. d) A dialé�ca entre indivíduo e governo autocrata do idealismo. e) A contraposição entre bondade e condição selvagem do Naturalismo. FIL0590 - (Enem) TEXTO I Uma filosofia da percepção que queira reaprender a ver o mundo res�tuirá à pintura e às artes em geral seu lugar verdadeiro. MERLEAU-PONTY, M. Conversas: 1948. São Paulo: Mar�ns Fontes, 2004. TEXTO II Os grandes autores de cinema nos pareceram confrontáveis não apenas com pintores, arquitetos, músicos, mas também com pensadores. Eles pensam com imagens, em vez de conceitos. DELEUZE, G. Cinema 1: a imagem-movimento.São Paulo: Brasiliense, 1983 (adaptado). De que modo os textos sustentam a existência de um saber ancorado na sensibilidade? a) Admi�ndo o belo como fenômeno transcendental. b) Reafirmando a vivência esté�ca como juízo de gosto. c) Considerando o olhar como experiência de conhecimento. d) Apontando as formas de expressão como auxiliares da razão. e) Estabelecendo a inteligência como implicação das representações. FIL0421 - (Enem) TEXTO I A melhor banda de todos os tempos da úl�ma semana O melhor disco brasileiro de música americana O melhor disco dos úl�mos anos de sucessos do passado O maior sucesso de todos os tempos entre os dez maiores fracassos Não importa contradição O que importa é televisão Dizem que não há nada que você não se acostume Cala a boca e aumenta o volume então. MELLO, B.; BRITTO, S. A melhor banda de todos os tempos da úl�ma semana. São Paulo: Abril Music, 2001 (fragmento). TEXTO II O fe�chismo na música e a regressão da audição Aldous Huxley levantou em um de seus ensaios a seguinte pergunta: quem ainda se diverte realmente hoje num lugar de diversão? Com o mesmo direito poder-se-ia perguntar: para quem a música de entretenimento serve ainda como entretenimento? Ao invés de entreter, parece que tal música contribui ainda mais para o emudecimento dos homens, para a morte da linguagem como expressão, para a incapacidade de comunicação. ADORNO, T. Textos escolhidos. São Paulo: Nova Cultural, 1999. A aproximação entre a letra da canção e a crí�ca de Adorno indica o(a) 7@professorferretto @prof_ferretto a) lado efêmero e restri�vo da indústria cultural. b) baixa renovação da indústria de entretenimento. c) influência da música americana na cultura brasileira. d) fusão entre elementos da indústria cultural e da cultura popular. e) declínio da forma musical em prol de outros meios de entretenimento. FIL0509 - (Enem) A hospitalidade pura consiste em acolher aquele que chega antes de lhe impor condições, antes de saber e indagar o que quer que seja, ainda que seja um nome ou um “documento” de iden�dade. Mas ela também supõe que se dirija a ele, de maneira singular, chamando-o portanto e reconhecendo-lhe um nome próprio: “Como você se chama?” A hospitalidade consiste em fazer tudo para se dirigir ao outro, em lhe conceder, até mesmo perguntar seu nome, evitando que essa pergunta se torne uma “condição”, um inquérito policial, um fichamento ou um simples controle das fronteiras. Uma arte e uma poé�ca, mas também toda uma polí�ca dependem disso, toda uma é�ca se decide aí. DERRIDA, J. Papel-máquina. São Paulo: Estação Liberdade, 2004 (adaptado). Associado ao contexto migratório contemporâneo, o conceito de hospitalidade proposto pelo autor impõe a necessidade de a) anulação da diferença. b) cristalização da biografia. c) incorporação da alteridade. d) supressão da comunicação. e) verificação da proveniência. FIL0510 - (Enem) Por maioria, nós não entendemos uma quan�dade rela�va maior, mas a determinação de um estado ou de um padrão em relação ao qual tanto as quan�dades maiores quanto as menores serão ditas minoritárias. Maioria supõe um estado de dominação. É nesse sen�do que as mulheres, as crianças e também os animais são minoritários. DELEUZE, G.; GUATTARI. F. Mil platôs. São Paulo: Editora 34, 2012 (adaptado). No texto, a caracterização de uma minoria decorre da existência de a) ameaças de ex�nção social. b) polí�cas de incen�vos estatais. c) relações de natureza arbitrária. d) valorações de conexões simétricas. e) hierarquizações de origem biológica. FIL0378 - (Enem) Sen�mos que toda sa�sfação de nossos desejos advinda do mundo assemelha-se à esmola que mantém hoje o mendigo vivo, porém prolonga amanhã a sua fome. A resignação, ao contrário, assemelha-se à fortuna herdada: livra o herdeiro para sempre de todas as preocupações. SCHOPENHAUER, A. Aforismo para a sabedoria da vida. São Paulo: Mar�ns Fontes, 2005 O trecho destaca uma ideia remanescente de uma tradição filosófica ocidental, segundo a qual a felicidade se mostra indissociavelmente ligada à a) a consagração de relacionamentos afe�vos. b) administração da independência interior. c) fugacidade do conhecimento empírico. d) liberdade de expressão religiosa. e) busca de prazeres efêmeros. FIL0376 - (Enem) Vi os homens sumirem-se numa grande tristeza. Os melhores cansaram-se das suas obras. Proclamou-se uma doutrina e com ela circulou uma crença: Tudo é oco, tudo é igual, tudo passou! O nosso trabalho foi inú�l; o nosso vinho tornou-se veneno; o mau olhado amareleceu-nos os campos e os corações. Secamos de todo, e se caísse fogo em cima de nós, as nossas cinzas voariam em pó. Sim; cansamos o próprio fogo. Todas as fontes secaram para nós, e o mar re�rou-se. Todos os solos se querem abrir, mas os abismos não nos querem tragar! NIETZSCHE. F. Assim falou Zaratustra. Rio de Janeiro: Ediouro,1977. O texto exprime uma construção alegórica, que traduz um entendimento da doutrina niilista, uma vez que a) reforça a liberdade do cidadão. b) desvela os valores do co�diano. c) exorta as relações de produção. d) destaca a decadência da cultura. e) amplifica o sen�mento de ansiedade. FIL0694 - (Enem PPL) 8@professorferretto @prof_ferretto Uma criança com deficiência mental deve ser man�da em casa ou mandada a uma ins�tuição? Um parente mais velho que costuma causar problemas deve ser cuidado ou podemos pedir que vá embora? Um casamento infeliz deve ser prolongado pelo bem das crianças? MURDOCH, I. A soberania do bem. São Paulo: Unesp, 2013. Os ques�onamentos apresentados no texto possuem uma relevância filosófica à medida que problema�zam conflitos que estão nos domínios da a) polí�ca e da esfera pública. b) teologia e dos valores religiosos. c) lógica e da validade dos raciocínios. d) é�ca e dos padrões de comportamento. e) epistemologia e dos limites do conhecimento. FIL0696 - (Enem PPL) Uma parte da nossa formação cien�fica confunde-se com a a�vidade de uma polícia de fronteiras, revistando os pensamentos de contrabando que viajam na mala de outras sabedorias. Apenas passam os pensamentos de carimbada cien�ficidade. A biologia, por exemplo, é um modo maravilhoso de emigrarmos de nós, de transitarmos para lógicas de outros seres, de nos descentrarmos. Aprendemos que não somos o centro da vida nem o topo da evolução. COUTO, M. Interinvenções. Portugal: Caminho, 2009 (adaptado). No trecho, expressa-se uma visão poé�ca da epistemologia cien�fica, caracterizada pela a) implementação de uma viragem linguís�ca com base no formalismo. b) fundamentação de uma abordagem híbrida com base no rela�vismo. c) interpretação da natureza eclé�ca das coisas com base no an�academicismo. d) definição de uma metodologia transversal com base em um panorama cé�co. e) compreensão da realidade com base em uma perspec�va não antropocêntrica. FIL0697 - (Enem PPL) A humanidade, a humanidade do homem, ainda é um conceito completamente novo para o filósofo que não cochila em pé. A velha questão do próprio homem con�nua por ser inteiramente reelaborada, não apenas em relação às ciências do vivo, não apenas em relação ao que se nomeia com essa palavra geral, homogênea e confusa, o animal, mas em relação a todos os traços que a meta�sica reservou ao homem e que nenhum deles resiste à análise. DERRIDA, J. Papel-máquina. São Paulo: Estação Liberdade, 2004. No trecho, caracteriza-se o seguinte tema fundamental do pensamento filosófico contemporâneo: a) Crise do sujeito. b) Rela�vismo é�co. c) Virada linguís�ca. d) Teoria da referência. e) Crí�ca à tecnociência. FIL0698 - (Enem PPL) Tu é um termo que não figura muito bem nos desenvolvimentos modernos e contemporâneos da é�ca e da polí�ca. Com efeito, muitos movimentos revolucionários (que variam do comunismo tradicional ao feminismo da irmandade) parecem compar�lhar de um código linguís�co curioso baseado na moral intrínseca dos pronomes. Onós é sempre posi�vo, o vós é um aliado possível, o eles tem o rosto de um antagonista, o eu é impróprio, e o tu é, obviamente, supérfluo. CAVARERO, A. Rela�ng Narra�ves apud BUTLER, J. Relatar a si mesmo. Belo Horizonte: Autên�ca, 2015 (adaptado). Um dos principais problemas morais da contemporaneidade, conforme mencionado no texto, reside na dificuldade em a) construir o diálogo cole�vo. b) demarcar a presença do ego. c) viabilizar a afe�vidade pessoal. d) reconhecer a alteridade singular. e) ultrapassar a experiência intersubje�va. FIL0701 - (Enem PPL) Em primeiro lugar, é preciso libertar-se do preconceito segundo o qual a filosofia é apenas uma disciplina par�cular, apenas o trabalho de um círculo restrito de pessoas que dedicam sua a�vidade a refle�r e a indagar sobre certos �pos de problemas. A filosofia é isso também, mas não só. Deve haver uma filosofia como ato existencial, que faz do homem um ente que pergunta, duvida, teme e age para dominar o futuro. ABBAGNANO, N. Introdução ao existencialismo. São Paulo: Mar�ns Fontes, 2001 (adaptado). De acordo com a corrente de pensamento do século XX da qual o texto trata, o tema fundamental da filosofia é 9@professorferretto @prof_ferretto o(a) a) realidade humana, seu sen�do e possibilidades. b) mundo �sico, sua essência e leis reguladoras. c) lógica, suas inferências e estudos de validade. d) imaginação, seus objetos e contribuições. e) conhecimento, sua natureza e condições. FIL0702 - (Enem PPL) Foi o caso que um homenzinho, recém-aparecido na cidade, veio à casa do Meu Amigo, por questão de vida e morte, pedir providências. Meu Amigo sendo de vasto saber e pensar, poeta, professor, ex-sargento de cavalaria e delegado de polícia. Por tudo, talvez, costumava afirmar: — “A vida de um ser humano, entre outros seres humanos, é impossível. O que vemos é apenas milagre; salvo melhor raciocínio.” Meu Amigo sendo fatalista. Na data e hora, estava-se em seu fundo de quintal, exercitando ao alvo, com carabinas e revólveres, revezadamente. Meu Amigo, a bom seguro que, no mundo, ninguém, jamais, a�rou quanto ele tão bem — no agudo da pontaria e rapidez em sacar arma; gastava nisso, por dia, caixas de balas. Estava justamente especulando: — “Só quem entendia de tudo eram os gregos. A vida tem poucas possibilidades”. Fatalista como uma louça, o Meu Amigo. Sucedeu nesse comenos que o vieram chamar, que o homenzinho o procurava. ROSA, J. G. Primeiras estórias. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1967. Os procedimentos de construção conferem originalidade ao es�lo do autor e produzem, no fragmento, efeito de sen�do apoiado na a) reflexão filosófica em torno da brevidade da vida. b) tensão progressiva ante a chegada do estranho. c) nota irônica do perfil intelectual do personagem. d) curiosidade natural despertada pelo anonimato. e) erudição su�l da alusão ao pensamento grego. FIL0716 - (Enem) A economia das ilegalidades se reestruturou com o desenvolvimento da sociedade capitalista. A ilegalidade dos bens foi separada da ilegalidade dos direitos. Divisão que corresponde a uma oposição de classes, pois, de um lado, a ilegalidade mais acessível às classes populares será a dos bens – transferência violenta das propriedades; de outro, à burguesia, então, se reservará a ilegalidade dos direitos: a possibilidade de desviar seus próprios regulamentos e suas próprias leis; e essa grande redistribuição das ilegalidades se traduzirá até por uma especialização dos circuitos judiciários; para as ilegalidades de bens – para o roubo – os tribunais ordinários e os cas�gos; para as ilegalidades de direitos – fraudes, evasões fiscais, operações comerciais irregulares – jurisdições especiais com transações, acomodações, multas atenuadas, etc. FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 1987. O texto apresenta uma relação de cálculo polí�co- econômico que caracteriza o poder puni�vo por meio da a) gestão das ilicitudes pelo sistema judicial. b) aplicação das sanções pelo modelo equânime. c) supressão dos crimes pela penalização severa. d) regulamentação dos privilégios pela jus�ça social. e) repar�ção de vantagens pela hierarquização cultural. FIL0718 - (Enem) TEXTO I Gerineldo dorme porque já está conformado com o seu mundo. Porque já sabe tudo o que lhe pode acontecer após haver subme�do todos os objetos que o rodeiam a um minucioso inventário de possibilidades. Seu apartamento, mais que um apartamento, é uma teoria de sorte e de azar. Melhor que ninguém, Gerineldo conhece o coeficiente da dilatação de suas janelas e mantém marcado no termômetro, com uma linha vermelha, o ponto em que se quebrarão os vidros, despedaçados em es�lhaços de morte. Sabe que os arquitetos e os engenheiros já previram tudo, menos o que nunca já aconteceu. MÁRQUEZ, G. G. O. O pessimista. In: Textos do Caribe. Rio de Janeiro: Record. 1981. TEXTO II A situação é o sujeito inteiro (ele não é nada a não ser a sua situação) e é também a coisa inteira (nunca há mais nada senão as coisas). E o sujeito a elucidar as coisas pela sua própria superação, se assim quisermos; ou são as coisas a reenviar ao sujeito a imagem dele. É a total fac�cidade, a con�ngência absoluta do mundo, do meu nascimento, do meu lugar, do meu passado, dos meus redores – e é a minha liberdade sem limites que faz com que haja para mim uma fac�cidade. SARTRE, J.-P. O ser e o nada: ensaio de ontologia fenomenológica, Petrópolis: vozes. 1997 (adaptado). A postura determinista adotada pelo personagem Gerineldo contrasta com a ideia existencialista con�da no pensamento filosófico de Sartre porque a) evidencia a manifestação do inconsciente. b) nega a possibilidade de transcendência. c) contraria o conhecimento difuso. d) sustenta a fugacidade da vida. e) refuta a evolução biológica. 10@professorferretto @prof_ferretto FIL0719 - (Enem) Eu poderia concluir que a raiva é um pensamento, que estar com raiva é pensar que alguém é detestável, e que esse pensamento, como todos os outros – assim como Descartes o mostrou –, não poderia residir em nenhum fragmento de matéria. A raiva seria, portanto, espírito. Porém, quando me volto para minha própria experiência da raiva, devo confessar que ela não estava fora do meu corpo, mas inexplicavelmente nele. MERLEAU-PONTY, M. Quinta conversa: o homem visto de fora.na parte São Paulo: Mar�ns Fontes. 1948 (adaptado). No que se refere ao problema do corpo, a filosofia cartesiana apresenta-se como contraponto ao entendimento expresso no texto por a) apresentar uma visão dualista. b) confirmar uma tese naturalista. c) demonstrar uma premissa realista. d) sustentar um argumento idealista. e) defender uma posição intencionalista. FIL0720 - (Enem) A diversão é o prolongamento do trabalho sob o capitalismo tardio. Ela é procurada por quem quer escapar ao processo de trabalho mecanizado para se pôr de novo em condições de enfrentá-lo. Mas, ao mesmo tempo, a mecanização a�ngiu um tal poderio sobre a pessoa em seu lazer e sobre a sua felicidade, ela determina tão profundamente a fabricação das mercadorias des�nadas à diversão que essa pessoa não pode mais perceber outra coisa senão as cópias que reproduzem o próprio processo de trabalho. ADORNO, T; HORKHEIMER, M. Dialé�ca do esclarecimento. Rio de Janeiro: Zahar 1997. No texto, o tempo livre é concebido como a) consumo de produtos culturais e elaborados no mesmo sistema produ�vo do capitalismo. b) forma de realizar as diversas potencialidades da natureza humana. c) alterna�va para equilibrar tensões psicológicas do dia a dia. d) promoção da sa�sfação de necessidades ar�ficiais. e) mecanismo de organização do ócio e do prazer. FIL0722 - (Enem) Quem se mete pelo caminho do pedido de perdão deve estar pronto a escutar uma palavra de recusa. Entrar na atmosfera do perdão é aceitar medir-se com a possibilidade sempre aberta do imperdoável. Perdão pedido não é perdão a que se tem direito [devido]. É com o preço destas reservas que a grandeza do perdão se manifesta. RICOEUR, P. O perdão podecurar. Disponível em: www.lusosofia.net. Acesso em: 14 out 2019. A reflexão sobre o perdão apresentada no texto encontra fundamento na(s) a) rejeição par�cular amparada pelo desejo de poder. b) decisão subje�va determinada pela vontade divina. c) liberdade mi�gada pela predes�nação do espírito. d) escolhas humanas definidas pelo conhecimento empírico. e) relações interpessoais medidas pela autonomia dos indivíduos. FIL0723 - (Enem) TEXTO I Como é horrível ver um filho comer e perguntar: “Tem mais?” Esta palavra “tem mais” fica oscilando dentro do cerebro de uma mãe que olha as panela e não tem mais. JESUS, C. M. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: á�ca, 2014. TEXTO II A experiência de ver os filhos com fome na década de 1950, descrita por Carolina, é vivida no Brasil de 2021 por uma moradora de Petrolândia, em Pernambuco. “Eu trabalhava de ajudante de cabeleireira, mas a moça que �nha o salão fechou. Eu vinha me sustentando com o auxílio que �nha, mas agora eu não fui contemplada. Às vezes as pessoas me ajudam com alimentos para os meus filhos. De vez em quando, eu acho algum bico para fazer, mas é muito raro. Tem dias que não tenho nem o leite da minha bebê.” CARRANÇA, T. “Até o feijão nos esqueceu”: o livro de 1960 que poderia ter sido escrito nas favelas de 2021. Disponível em: www.bbc.com. Acesso em: 6 out. 2021 (adaptado). Considerando a realidade brasileira, os textos se aproximam ao apresentarem uma reflexão sobre o(a) a) recorrência da miséria. b) planejamento da saúde. c) superação da escassez. d) constância da economia. e) roman�zação da carência. FIL0700 - (Enem PPL) Queremos tratar da �rania de animais humanos sobre animais não humanos. Essa �rania causou e ainda causa dor e sofrimento apenas comparáveis aos que resultaram de séculos de violência de seres humanos brancos sobre seres humanos negros. A luta contra ela é tão importante quanto outras disputas morais e sociais. 11@professorferretto @prof_ferretto SINGER, P. Libertação animal. São Paulo: Mar�ns Fontes, 2013. O trecho apresenta caracterís�cas de uma importante corrente da é�ca contemporânea que se designa: a) Ecoé�ca – visão superior da natureza. b) Bioé�ca – implicação biológica das ações. c) An�especismo – definição igualitária das espécies. d) Existencialismo – valorização crescente da subje�vidade. e) Rela�vismo – compreensão diferenciada das alteridades. FIL0721 - (Enem) A charge ilustra um anseio presente na sociedade contemporânea, que se caracteriza pela a) situação de revolta individual. b) sa�sfação de desejos pessoais. c) par�cipação em ações decisórias. d) permanência em passividade social. e) convivência em interesses par�dários. FIL0732 - (Enem PPL) Ao longo da história, os movimentos sociais são produtores de novos valores e obje�vos, criando novas normas para organizar a vida social. Os movimentos sociais exercem o contrapoder construindo-se mediante um processo de comunicação autônoma, livre do controle dos que detêm o poder ins�tucional. CASTELLS, M. Redes da indignação e esperança. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2013 (adaptado). O contrapoder indicado no texto se expressa na a) adoção de é�cas horizontais. b) rejeição de dissidências morais. c) negação de estratégias cole�vas. d) promoção de descrenças axiológicas. e) incorporação de convenções estatais. FIL0733 - (Enem PPL) A velha potência de morte em que se simbolizava o poder soberano é agora, cuidadosamente, recoberta pela administração dos corpos. Aparecimento, também, nos terrenos das prá�cas polí�cas e observações econômicas, dos problemas de natalidade, longevidade, saúde pública, habitação e migração. FOUCAULT, M. História da sexualidade I: a vontade de saber. Rio de Janeiro: Graal, 1988 (adaptado). O texto aponta para a emergência, a par�r de meados do século XIX, de um novo �po de gestão da sociedade ocidental, centrado na a) ordenação calculista das vidas. b) exposição ostensiva das punições. c) distribuição igualitária das riquezas. d) supressão estratégica das fronteiras. e) espacialização controlada das classes. FIL0735 - (Enem PPL) O testemunho nunca é um relato exato do que aconteceu. Na verdade, ao expor seu passado, o sujeito está sempre procedendo a uma reelaboração pela qual memórias �das como nega�vas podem, consciente ou inconscientemente, ser esquecidas. Em certos momentos, simplesmente para seguir em frente, é preciso esquecer. VASCONCELOS, C. B. As análises da memória: balanço e possibilidades. Estudos Históricos, n. 43, jan.-jun. 2009 (adaptado). O texto ressalta um aspecto fundamental da produção de memória ao iden�ficá-la como a) cons�tuída de intuições do narrador. b) dissociada do contexto de surgimento. c) marcada pela sele�vidade das lembranças. d) caracterizada pela uniformidade dos relatos. e) resultado do compar�lhamento das vivências. FIL0736 - (Enem PPL) São Nicolau, bispo de Mira, viveu no século IV e ficou conhecido como santo protetor das crianças. Na Idade Média, no dia 6 de dezembro, dia de São Nicolau, em Flandres, na Lorena e nos Países Baixos, um menino com uma barba branca e fantasiado de bispo passeava carregando presentes para as crianças. O nome holandês do santo, Sinter Klass, foi importado para a América pelos imigrantes, transformando-se em Santa Claus. Papai Noel é o que restou de São Nicolau, ou melhor, o que restava antes da transformação operada pela publicidade, que o 12@professorferretto @prof_ferretto representou de calças vermelhas, e não mais com a roupa longa “de bispo”. FRUGONI, C. Invenções da Idade Média. Rio de Janeiro: Zahar, 2007 (adaptado). De acordo com o texto, na produção e circulação da tradição cultural e religiosa descrita, são mobilizados elementos de natureza a) literária e é�ca. b) histórica e midiá�ca. c) botânica e universal. d) cien�fica e astrológica. e) etnográfica e astronômica. FIL0737 - (Enem PPL) Pane no sistema Alguém me desconfigurou Aonde estão meus olhos de robô? Eu não sabia, eu não �nha percebido Eu sempre achei que era vivo Parafuso e fluido em lugar de ar�culação Até achava que aqui ba�a um coração Nada é orgânico, é tudo programado E eu achando que �nha me libertado Mas lá vêm eles novamente Eu sei o que vão fazer Reinstalar o sistema Pense, fale, compre, beba Leia, vote, não se esqueça Use, seja, ouça, diga Tenha, more, gaste, viva Pense, fale, compre, beba Leia, vote, não se esqueça Use, seja, ouça, diga Não, senhor, sim, senhor Não, senhor, sim, senhor. PITTY. In: Admirável chip novo. Salvador: Deckdisk, 2003 (fragmento). Inspirada no livro Admirável mundo novo, de Aldous Huxley, a letra da canção cri�ca um modelo de sociedade distópica caracterizada pela: a) Dependência tecnológica e ausência de autonomia individual. b) Hipossuficiência econômica e influência do aparato estatal. c) Corrupção polí�ca e manipulação de campanhas eleitorais. d) Degradação ecológica e deterioração do meio ambiente. e) Mo�vação consumista e aquisição de bens supérfluos. FIL0739 - (Enem PPL) Em primeiro lugar, é preciso libertar-se do preconceito segundo o qual a filosofia é apenas uma disciplina par�cular, apenas o trabalho de um círculo restrito de pessoas que dedicam sua a�vidade a refle�r e a indagar sobre certos �pos de problemas. A filosofia é isso também, mas não só. Deve haver uma filosofia como ato existencial, que faz do homem um ente que pergunta, duvida, teme e age para dominar o futuro. ABBAGNANO, N. Introdução ao existencialismo. São Paulo: Mar�ns Fontes, 2001 (adaptado). De acordo com a corrente de pensamento do século XX da qual o texto trata, o tema fundamental da filosofia é o(a) a) realidade humana, seu sen�do e possibilidades. b) mundo �sico, sua essência e leis reguladoras. c) lógica, suas inferências e estudos de validade. d) imaginação, seus objetos e contribuições. e) conhecimento, sua natureza e condições. FIL0740 - (Enem PPL) TEXTO I A sociedade cul�va a violência, inculcando-a nos indivíduos como virtude do homem forte, do homem corajoso, do homemhonrado, que se arrisca a morrer para defender os “valores” que dão sen�do à sua vida. MULLER, J. M. O princípio da não violência: uma trajetória filosófica. São Paulo: Palas Athena, 2007. TEXTO II A ideia de a humanidade tomar seu des�no nas próprias mãos somente faz sen�do se atribuirmos consciência e propósito à espécie; as espécies são apenas correntes na flutuação aleatória dos genes. GRAY, J. Cachorros de palha: reflexões sobre humanos e outros animais. São Paulo: Record, 2002. Os textos ar�culam argumentos em torno de dois modelos explica�vos da condição humana. Esses dois 13@professorferretto @prof_ferretto modelos caracterizam-se, respec�vamente, por valorizar como determinantes dessa condição elementos a) esté�cos e é�cos. b) mís�cos e cien�ficos. c) culturais e biológicos. d) emocionais e racionais. e) voluntaristas e possibilistas. FIL0725 - (Enem PPL) Estudiosos do Ins�tuto de Antropologia Evolucionária de Leipzig, na Alemanha, colocaram um chimpanzé em um quarto com a visão de suculentos pedaços de comida trancados dentro de um armário. A um segundo chimpanzé era dada, então, a oportunidade de liberar a comida, porém, sem usufruir dela. Em aproximadamente 80% das vezes, eles tomaram a decisão mais caridosa e liberaram o alimento para o outro chimpanzé. Estudos mostram caridade no mundo animal. Disponível em: h�p://revistagalileu.globo.com. Acesso em: 17 out. 2021. Considerando nossa relação com outros, o experimento envolvendo os chimpanzés ilustra qual �po de comportamento moral humano? a) Hedonista, anseia o prazer pessoal. b) Altruísta, promove o bem-estar imparcial. c) Retribu�vo, busca um retorno equivalente. d) Deontológico, cumpre uma obrigação formal. e) Meritocrá�co, valoriza o merecimento individual. FIL0726 - (Enem PPL) Pode chamar de fake news, no�cias falsas de internet, fraude informa�va, informações falsas, ou até de misinforma�on, se prefere inglês, que você estará designando corretamente a mesma doença informacional que se disseminou como uma pandemia pela vida pública mundo afora nos úl�mos anos, e cujos principais sintomas nas pessoas infectadas consistem na perda da capacidade de dis�nguir a verdade, de lidar adequadamente com fatos e dados e de tomar decisões bem-informadas. Sabe-se que o portador do vírus se torna alérgico a fatos e evita a todo custo a dissonância cogni�va, isto é, entrar em contato com informações que não sa�sfaçam os seus desejos e com relatos que se choquem com as suas crenças. DOURADO, T.; GOMES, W. O que são, afinal, fake news, enquanto fenômeno de comunicação polí�ca? In: Anais do VIII Compolí�ca, Brasília, 2019. Disponível em: h�p://compoli�ca.org. Acesso em: 7 out. 2021. Qual é a consequência do fenômeno apresentado no texto para a vida democrá�ca? a) Prá�ca de censura. b) Distorção da realidade. c) Manifestação de cidadania. d) Regulamentação das condutas. e) Fortalecimento das ins�tuições. FIL0727 - (Enem PPL) TEXTO I O disposi�vo panóp�co organiza unidades espaciais que permitem ver sem parar e reconhecer imediatamente. Em suma, o princípio da masmorra é inver�do; ou antes, de suas três funções — trancar, privar de luz e esconder — só se conserva a primeira e suprimem-se as outras duas. A visibilidade é uma armadilha. Fazer com que a vigilância seja permanente em seus efeitos, mesmo se é descon�nua em sua ação; que a perfeição do poder tenda a tornar inú�l a atualidade de seu exercício; que esse aparelho arquitetural seja uma máquina de criar e sustentar uma relação de poder independente daquele que o exerce. FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 1987 (adaptado). TEXTO II O obje�vo do modelo de vigilância descrito nos textos I e II aponta para o(a) 14@professorferretto @prof_ferretto a) intercâmbio de opinião diversa. b) desenvolvimento de sujeito crí�co. c) sen�mento de observação constante. d) movimento de revolta individual. e) criação de liberdade efe�va. FIL0730 - (Enem PPL) Os valores polí�cos são valores efe�vamente superiores, que regem o quadro básico da vida social e definem precisamente os termos fundamentais da cooperação polí�ca e social. Na teoria da jus�ça como equidade, alguns desses valores polí�cos são expressos pelos princípios de jus�ça para a estrutura básica: a liberdade polí�ca e civil igual para todos, a justa igualdade das oportunidades, a reciprocidade econômica, as bases sociais do respeito mútuo entre os cidadãos. RAWLS, J. Jus�ça e democracia. São Paulo: Mar�ns Fontes, 2000 (adaptado). Conforme descrito no texto, a teoria da jus�ça como equidade é mais adequada ao regime polí�co? a) fascista. b) totalitário. c) despó�co. d) autocrá�co. e) democrátrico. FIL0786 - (Enem PPL) A jus�ça é a primeira virtude das ins�tuições sociais, como a verdade o é dos sistemas de pensamento. Cada pessoa possui uma inviolabilidade fundada na jus�ça que nem mesmo o bem-estar da sociedade como um todo pode ignorar. Por essa razão, a jus�ça nega que a perda de liberdade de alguns se jus�fique por um bem maior par�lhado por todos. HAWLS, J. Uma teoria da jus�ça. São Paulo: Mar�ns Fontes, 2000 (adaptado). O filósofo afirma que a ideia de jus�ça atua como um importante fundamento da organização social e aponta como seu elemento de ação e funcionamento o a) povo. b) Estado. c) governo. d) indivíduo. e) magistrado. FIL0784 - (Enem PPL) Mediante o Código de Posturas de 1932, o poder público enumera e prevê, para os habitantes de Fortaleza, uma série de proibições condicionadas pela hora: após as 22 horas era vetada a emissão de sons em volume acentuado. O uso de buzinas, sirenes, vitrolas, motores ou qualquer objeto que produzisse barulho seria punido com multa. No início dos anos 1940 o úl�mo bonde par�a da Praça do Ferreira às 23 horas. SILVA FILHO, A. L. M. Fortaleza: imagens da cidade. Fortaleza: Museu do Ceará; Secult, 2001 (adaptado). Como Fortaleza, muitas capitais brasileiras experimentaram, na primeira metade do século XX, um novo �po de vida urbana, marcado por condutas que evidenciam uma a) experiência temporal regida pelo tempo orgânico e pessoal. b) experiência que flexibilizava a obediência ao tempo do relógio. c) relação de códigos que es�mulavam o trânsito de pessoas na cidade. d) norma�zação do tempo com vistas à disciplina dos corpos na cidade. e) cultura urbana capaz de conviver com diferentes experiências temporais. FIL0785 - (Enem PPL) Falava-se, antes, de autonomia da produção para significar que uma empresa, ao assegurar uma produção, buscava também manipular a opinião pela via da publicidade. Nesse caso, o fato gerador do consumo seria a produção. Mas, atualmente, as empresas hegemônicas produzem o consumidor antes mesmo de produzirem os produtos. Um dado essencial do entendimento do consumo é que a produção do consumidor, hoje, precede a produção dos bens e dos serviços. SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2000 (adaptado). O �po de relação entre produção e consumo discu�do no texto pressupõe o(a) a) aumento do poder aquisi�vo. b) es�mulo à livre concorrência. c) criação de novas necessidades. d) formação de grandes estoques. e) implantação de linhas de montagem. FIL0776 - (Enem PPL) 15@professorferretto @prof_ferretto DAHMER, A. Disponível em: h�p://malvados.wordpress.com. Acesso em: 11 dez. 2012. Analisar o processo atual de circulação e de armazenamento de determinados bens culturais diante da transformação decorrente do impacto de novas tecnologias indica que hoje a) as músicas e os textos têm privilegiado um formato digital, tornando inadmissível sua acumulação. b) a rede mundial de computadores acaba com o chamado direito autoral, que é inaplicável em relações virtuais. c) a segurança e a inclusão digital são problemas, expondo a impossibilidade de realizar um comércio feito on-line. d) as mídias digitais e a internet permi�ram maior fluxo desses produtos, pois seu acúmulo independe de grandes bases materiais.e) a pirataria é o recurso u�lizado pelos consumidores, visto que são impedidos de adquirir legalmente algo desprovido de suporte �sico. FIL0777 - (Enem PPL) Tendo se livrado do entulho do maquinário volumoso e das enormes equipes de fábrica, o capital viaja leve, apenas com a bagagem de mão, pasta, computador portá�l e telefone celular. O novo atributo da vola�lidade fez de todo compromisso, especialmente do compromisso estável, algo ao mesmo tempo redundante e pouco inteligente: seu estabelecimento paralisaria o movimento e fugiria da desejada compe��vidade, reduzindo a priori as opções que poderiam levar ao aumento da produ�vidade. BAUMAN, Z. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2001. No texto, faz-se referência a um processo de transformação do mundo produ�vo cuja consequência é o(a) a) regulamentação de leis trabalhistas mais rígidas. b) fragilização das relações hierárquicas de trabalho. c) decréscimo do número de funcionários das empresas. d) incen�vo ao inves�mento de longos planos de carreiras. e) desvalorização dos postos de gerenciamento corpora�vo. FIL0779 - (Enem PPL) Quando refle�mos sobre a questão da jus�ça, algumas associações são feitas quase intui�vamente, tais como a de equilíbrio entre as partes, princípio de igualdade, distribuição equita�va, mas logo as dificuldades se mostram. Isso porque a nossa sociedade, sendo bastante diversificada, apresenta uma heterogeneidade tanto em termos das diversas culturas que coexistem em um mundo interligado como em relação aos modos de vida e aos valores que surgem no interior de uma mesma sociedade. CHEDIAK, K. A pluralidade como ideia reguladora: a noção de jus�ça a par�r da filosofia de Lyotard. Trans/Form/Ação, n. 1, 2001 (adaptado). A relação entre jus�ça e pluralidade, apresentada pela autora, está indicada em: a) A complexidade da sociedade limita o exercício da jus�ça e a impede de atuar a favor da diversidade cultural. b) A diversidade cultural e de valores torna a jus�ça mais complexa e distante de um parâmetro geral orientador. c) O papel da jus�ça refere-se à manutenção de princípios fixos e incondicionais em função da diversidade cultural e de valores. d) O pressuposto da jus�ça é fomentar o critério de igualdade a fim de que esse valor torne-se absoluto em todas as sociedades. e) e) O aspecto fundamental da jus�ça é o exercício de dominação e controle, evitando a desintegração de uma sociedade diversificada. FIL0780 - (Enem PPL) 16@professorferretto @prof_ferretto A a�vidade atualmente chamada de ciência tem se mostrado fator importante no desenvolvimento da civilização liberal: serviu para eliminar crenças e prá�cas supers�ciosas, para afastar temores brotados da ignorância e para fornecer base intelectual de avaliação de costumes herdados e de normas tradicionais de conduta. NAGEL, E. et al. Ciência: natureza e obje�vo. São Paulo: Cultrix, 1975 (adaptado). Quais caracterís�cas permitem conceber a ciência com os aspectos crí�cos mencionados? a) Apresentar explicações em uma linguagem determinada e isenta de erros. b) Possuir proposições que são reconhecidas como inques�onáveis e necessárias. c) Ser fundamentada em um corpo de conhecimento autoevidente e verdadeiro. d) Estabelecer rigorosa correspondência entre princípios explica�vos e fatos observados. e) Cons�tuir-se como saber organizado ao permi�r classificações deduzidas da realidade. FIL0782 - (Enem PPL) A �rinha compara dois veículos de comunicação, atribuindo destaque à a) resistência do campo virtual à adulteração de dados. b) intera�vidade dos programas de entretenimento abertos. c) confiança do telespectador nas no�cias veiculadas. d) credibilidade das fontes na esfera computacional. e) autonomia do internauta na busca de informações. FIL0771 - (Enem PPL) O rapaz que pretende se casar não nasceu com esse impera�vo. Ele foi insuflado pela sociedade, reforçado pelas incontáveis pressões de histórias de família, educação, moral, religião, dos meios de comunicação e da publicidade. Em outras palavras, o casamento não é um ins�nto, e sim uma ins�tuição. BERGER, P. Perspec�vas sociológicas: uma visão humanís�ca. Petrópolis: Vozes, 1986 (adaptado). O casamento, conforme é tratado no texto, possui como caracterís�ca o(a) a) consolidação da igualdade sexual. b) ordenamento das relações sociais. c) conservação dos direitos naturais. d) superação das tradições culturais. e) ques�onamento dos valores cristãos. FIL0772 - (Enem PPL) Enquanto persis�rem as grandes diferenças sociais e os níveis de exclusão que conhecemos hoje no Brasil, as polí�cas sociais compensatórias serão indispensáveis. SACHS, I. Inclusão social pelo trabalho decente. Revista de Estudos Avançados, n. 51, ago. 2004. As ações referidas são legi�madas por uma concepção de polí�ca pública a) focada no vínculo clientelista. b) pautada na liberdade de inicia�va. c) baseada em relações de parentesco. d) orientada por organizações religiosas. e) centrada na regulação de oportunidades. FIL0775 - (Enem PPL) Em um governo que deriva sua legi�midade de eleições livres e regulares, a a�vação de uma corrente comunica�va entre a sociedade polí�ca e a civil é essencial e cons�tu�va, não apenas inevitável. As múl�plas fontes de informação e as variadas formas de comunicação e influência que os cidadãos a�vam através da mídia, movimentos sociais e par�dos polí�cos dão o tom da representação em uma sociedade democrá�ca. URBINATI, N. O que torna a representação democrá�ca? Lua Nova, n. 67, 2006. Esse papel exercido pelos meios de comunicação favorece uma transformação democrá�ca em função do(a) a) limitação dos gastos públicos. b) interesse de grupos corpora�vos. c) dissolução de conflitos ideológicos. d) fortalecimento da par�cipação popular. e) autonomia dos órgãos governamentais. FIL0765 - (Enem PPL) O justo e o bem são complementares no sen�do de que uma concepção polí�ca deve apoiar-se em diferentes ideias do bem. Na teoria da jus�ça como equidade, essa 17@professorferretto @prof_ferretto condição se expressa pela prioridade do justo. Sob sua forma geral, esta quer dizer que as ideias aceitáveis do bem devem respeitar os limites da concepção polí�ca de jus�ça e nela desempenhar um certo papel. RAWLS, J. Jus�ça e democracia. São Paulo: Mar�ns Fontes, 2000 (adaptado). Segundo Rawls, a concepção de jus�ça legisla sobre ideias do bem, de forma que a) as ações individuais são definidas como efeitos determinados por fatores naturais ou constrangimentos sociais. b) o estudo da origem e da história dos valores morais concluem a inexistência de noções absolutas de bem e mal. c) o próprio estatuto do homem como centro do mundo é abalado, marcando o rela�vismo da época contemporânea. d) as intenções e bens par�culares que cada indivíduo almeja alcançar são regulados na sociedade por princípios equilibrados. e) o homem é compreendido como determinado e livre ao mesmo tempo, já que a liberdade limita-se a um conjunto de condições obje�vas. FIL0766 - (Enem PPL) Temos vivido, como nação, atormentados pelos males modernos e pelos males do passado, pelo velho e pelo novo, sem termos podido conhecer uma história de rupturas revolucionárias. Não que não tenhamos nos modernizado e chegado ao desenvolvimento. Mas não eliminamos relações, estruturas e procedimentos contrários ao espírito do tempo. Nossa modernização tem sido conservadora. NOGUEIRA, M. As possibilidades da polí�ca: ideias para a reforma democrá�ca do Estado. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998. O texto apresenta uma análise recorrente sobre o processo de modernização do Brasil na segunda metade do século XX. De acordo com a análise, uma caracterís�ca desse processo reside na(s) a) uniformização técnica dos espaços de produção. b) construção municipalista do regime representa�vo. c) organização estadual das agremiações par�dárias. d) limitações polí�cas no estabelecimento de reformas sociais. e) restrições financeiras no encaminhamento das demandas ruralistas. FIL0767 - (Enem PPL) Queremossaber o que vão fazer Com as novas invenções Queremos no�cia mais séria Sobre a descoberta da an�matéria E suas implicações Na emancipação do homem Das grandes populações Homens pobres das cidades Das estepes, dos sertões. GILBERTO GIL. Queremos saber. O viramundo. São Paulo: Universal Music, 1976 (fragmento). A letra da canção relaciona dois aspectos da contemporaneidade com reflexos na sociedade brasileira: a) A elevação da escolaridade e o aumento do desemprego. b) O inves�mento em pesquisa e a ascensão do autoritarismo. c) O crescimento demográfico e a redução da produção de alimentos. d) O avanço da tecnologia e a permanência das desigualdades sociais. e) A acumulação de conhecimento e o isolamento das comunidades tradicionais. FIL0768 - (Enem PPL) De certo modo o toxicômano diz a verdade sobre nossa condição social atual, quer dizer, temos a tendência de tornarmo-nos todos adictos em relação a determinados objetos, cuja presença se tornou para nós indispensável. Todas as nossas referências é�cas ou morais não têm nada de sério diante do toxicômano, porque fundamentalmente somos viciados como ele. MELMAN, C. Novas formas clínicas no início do terceiro milênio. Porto Alegre: CMC, 2003. No trecho, o autor propõe uma analogia entre o vício individual e as prá�cas de consumo sustentada no argumento da a) exposição da vida privada. b) reinvenção dos valores tradicionais. c) dependência das novas tecnologias. d) recorrência de transtornos mentais. e) banalização de substâncias psicotrópicas. FIL0769 - (Enem PPL) Apesar da grande distância geográfica em relação ao território japonês, os otakus (jovens aficionados em cultura pop japonesa) brasileiros vinculam-se socialmente hoje em eventos e a par�r de uma circulação 18@professorferretto @prof_ferretto intensa de mangás, animes, games, fanzines, j-music (música pop japonesa). O consumo em escala mundial dos produtos da cultura pop – enfa�camente midiá�ca – produzida no Japão cons�tui um momento histórico em que se aponta a ambivalência sobre o que significa a produção midiá�ca e cultural quando percebida no próprio país e como a percepção de tal produção se transforma radicalmente nos olhares de consumidores estrangeiros. GUSHIKEN, Y.; HIRATA, T. Processos de consumo cultural e midiá�co: imagens dos otakus, do Japão ao mundo. Intercom – RBCC, n. 2, jul.-dez. 2014 (adaptado). Considerando a relação entre meios de comunicação e formação de iden�dades tal como é abordada no texto, a noção que explica este fenômeno na atualidade é a de a) tribalismo das culturas juvenis. b) alienação das novas gerações. c) hierarquização das matrizes culturais. d) passividade das relações de consumo. e) deterioração das referências nacionais. FIL0770 - (Enem PPL) O representante das associações de moradores (integrante de um conselho de saúde) fez várias ponderações: “As prestações de contas, de modo geral, �veram uma transparência razoável. Eu acho isso bom porque, no passado, não sabia quanto se gastava, e hoje, a gente já tem conhecimento. Acompanho permanentemente o desenvolvimento do que entra e do que é gasto”. CORREIA, M. V. C. Que controle social?: os conselhos de saúde como instrumento. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2000 (adaptado). A forma de atuação polí�ca indicada caracteriza uma prá�ca associada ao(à) a) poder disciplinar. b) gestão par�cipa�va. c) processo burocrá�co. d) autoridade carismá�ca. e) deliberação autocrá�ca. FIL0755 - (Enem PPL) A linguagem é uma grande força de socialização, provavelmente a maior que existe. Com isso não queremos dizer apenas o fato mais ou menos óbvio de que a interação social dotada de significado é pra�camente impossível sem a linguagem, mas que o mero fato de haver uma fala comum serve como um símbolo peculiarmente poderoso da solidariedade social entre aqueles que falam aquela língua. SAPIR, E. A linguagem. São Paulo: Perspec�va, 1980. O texto destaca o entendimento segundo o qual a linguagem, como elemento do processo de socialização, cons�tui-se a par�r de uma a) necessidade de ligação com o transcendente. b) relação de interdependência com a cultura. c) estruturação da racionalidade cien�fica. d) imposição de caráter econômico. e) herança de natureza biológica. FIL0757 - (Enem PPL) As crianças devem saudar as pessoas dis�ntas, os professores e senhoras conhecidas que encontrarem, que elas não se negarão a corresponder. Não devem empurrar ninguém nem cortar o passo dos transeuntes. Não escrever nas paredes e portas coisa alguma. Nunca a�rar pedras. Não a�rar cascas de frutas no chão, o que pode ser mo�vo de desastres gravíssimos. Nunca fitar de propósito os olhos sobre pessoas aleijadas ou rir-se de algum defeito �sico do próximo. A Imprensa, n. 67, 27 abr. 1914. O discurso sobre a infância, veiculado pelo jornal no início do século XX, visava a promoção de a) formas litúrgicas de interação. b) valores abstratos de cidadania. c) normas sociomorais de civilidade. d) concepções arcaicas de disciplina. e) conceitos importados de pedagogia. FIL0758 - (Enem PPL) O feminismo teve uma relação direta com o descentramento conceitual do sujeito cartesiano e sociológico. Ele ques�onou a clássica dis�nção entre o “dentro” e o “fora”, o “privado” e o “público”. O slogan do feminismo era: “o pessoal é polí�co”. Ele abriu, portanto, para a contestação polí�ca, arenas inteiramente novas: a família, a sexualidade, a divisão domés�ca do trabalho etc. HALL, S. A iden�dade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2011 (adaptado). O movimento descrito no texto contribui para o processo de transformação das relações humanas, na medida em que sua atuação 19@professorferretto @prof_ferretto a) subverte os direitos de determinadas parcelas da sociedade. b) abala a relação da classe dominante com o Estado. c) constrói a segregação dos segmentos populares. d) limita os mecanismos de inclusão das minorias. e) redefine a dinâmica das ins�tuições sociais. FIL0759 - (Enem PPL) O conhecimento é sempre aproximado, falível e, por isso mesmo, susce�vel de con�nuas correções. Uma jus�ficação pode parecer boa, num certo momento, até aparecer um conhecimento melhor. O que define a ciência não será então a ilusória obtenção de verdades defini�vas. Ela será antes definível pela prevalência da u�lização, por parte dos seus pra�cantes, de instrumentalidades que o campo cien�fico forjou e tornou disponíveis. Ou seja, cada progressão no conhecimento que mostre o caráter errôneo ou insuficiente de conhecimentos anteriores não remete estes úl�mos para as trevas exteriores da não ciência, mas apenas para o estágio de conhecimentos cien�ficos historicamente ultrapassados. ALMEIDA, J. F. Velhos e novos aspectos da epistemologia das ciências sociais. Sociologia: problemas e prá�cas, n. 55, 2007 (adaptado). O texto desmis�fica uma visão do senso comum segundo a qual a ciência consiste no(a) a) conjunto de teorias imutáveis. b) consenso de áreas diferentes. c) coexistência de teses antagônicas. d) avanço das pesquisas interdisciplinares. e) preeminência dos saberes empíricos. FIL0760 - (Enem PPL) O espírito humano controla as máquinas cada vez mais potentes que criou. Mas a lógica dessas máquinas ar�ficiais controla cada vez mais o espírito dos cien�stas, sociólogos, polí�cos e, de modo mais abrangente, todos aqueles que, obedecendo à soberania do cálculo, ignoram tudo o que não é quan�ficável, ou seja, os sen�mentos, sofrimentos, alegrias dos seres humanos. Essa lógica é assim aplicada ao conhecimento e à conduta das sociedades, e se espalha em todos os setores da vida. MORIN, E. O método 5: a humanidade da humanidade. Porto Alegre: Sulina, 2012 (adaptado). No contexto atual, essa crí�ca proposta por Edgar Morin se aplica à a) intensificação das relações interpessoais. b) descentralização do poder econômico. c) fragmentação do mercado consumidor. d) valorização do paradigma tecnológico. e) simplificação das a�vidades laborais. FIL0761 - (Enem PPL) Uma parte da nossa formação cien�fica