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Filosofia Contemporânea Outros temas FIL0571 - (Uece) Em janeiro de 2022, dois jovens negros foram presos acusados de roubo de um carro, acusação que depois se demonstrou injusta. Em uma reportagem do G1, o pai dos jovens, que conseguiu ajuda de vizinhos para provar a inocência dos filhos, faz a seguinte reflexão: “Em momento algum deram chances de defesa para os meninos. Eu acho que todo homem tem o direito de defesa, mas o sistema não dá o direito, principalmente da gente que é negro”. Disponível em: h�ps://g1.globo.com/sp/sao- paulo/no�cia/2022/04/02/pai-inves�ga-assalto-por- conta-propria-e-irmaos-sao-soltos-apos-um-mes- presos.ghtml. Acessado em 03/04/2022. Com base no que afirma a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, o pai está reivindicando, em sua fala, o direito à a) propriedade e à liberdade de usufruto de posses. b) família e à liberdade de opinião e expressão. c) presunção de inocência e à não discriminação. d) liberdade de reunião e de associação pacífica. FIL0570 - (Uece) “A despeito de todas as conquistas provenientes da elaboração da ideia de direitos humanos, o crime de estupro é associado ao sexo, e não à violência, e seus índices sequer são diminuídos nas sociedades contemporâneas de controle e promoção de segurança. O estupro é crime come�do preponderantemente contra as mulheres também por se tratar de um corpo compreendido como algo para um outro que é �do como mais forte, com mais poderes e, portanto, mais direitos. [...] Estupra-se significa�vamente mais as mulheres porque são elas que têm, segundo a tradição, o corpo frágil para reagir. [...] Trata-se de um crime autorizado pela tradição, sobre o qual o poder de qualquer regime jurídico/penal não tem qualquer valor. Neste aspecto da vida em sociedades, a despeito de quais sejam as avaliações possíveis – se ‘atrasadas’ ou ‘avançadas’, ‘mais civilizadas’ ou ‘mais primi�vas’ –, as mulheres seguem tendo um des�no traçado pelo modo falocêntrico de interpretar a natureza e de dar seguimento a tradições.” LOPES, A. D. Sobre esse gênero que não nos pertence e os poderes a nos pertencer. In: Kalagatos – Revista de Filosofia, Vol. 15, nº 2, 2018, p. 34-55 – Adaptado. Considerando a citação acima, assinale a afirmação verdadeira. a) Com os debates atualmente desenvolvidos sobre os direitos humanos, mais par�cularmente no que se refere à segurança, o número de estupros de mulheres diminuiu. b) A cultura do estupro é própria das sociedades atrasadas, primi�vas e que não alcançaram grau suficiente de civilização, sustentando-se em uma tradição falocêntrica. c) A tradição patriarcal e falocêntrica compreende a mulher como sexo frágil e legi�ma a proteção de seu corpo pelo homem, visto como mais forte, defendendo-a contra estupros. d) A �pificação legal do estupro como crime não basta para diminuí-lo, pois ele não se ampara na falta de leis e punições, mas na tradição que afirma o poder do homem sobre a mulher. FIL0573 - (Uece) Em sua principal obra teórica e polí�ca, publicada em 1883, Joaquim Nabuco (1849-1910) tenta estabelecer a proposta do que ele chama de abolicionismo, em comparação com outros movimentos que lutaram antes contra a escravidão, nos seguintes termos: “Em 1850, queria-se suprimir a escravidão, acabando com o tráfico; em 1871, libertando desde o berço, mas de fato depois dos vinte e um anos de idade, os filhos de escrava ainda por nascer. Hoje quer-se suprimi-la, emancipando os escravos em massa e resgatando os ingênuos da servidão da lei de 28 de setembro. É este úl�mo movimento que se chama abolicionismo, e só este resolve o verdadeiro problema dos escravos, que é a sua própria liberdade. A opinião, em 1845, julgava legí�ma e honesta a compra de africanos, transportados traiçoeiramente da África, e introduzidos por 1@professorferretto @prof_ferretto contrabando no Brasil. A opinião, em 1875, condenava as transações dos traficantes, mas julgava legí�ma e honesta a matrícula depois de trinta anos de ca�veiro ilegal das ví�mas do tráfico. O abolicionismo é a opinião que deve subs�tuir, por sua vez, esta úl�ma, e para a qual todas as transações de propriedade sobre entes humanos são crimes que só diferem no grau de crueldade”. NABUCO, J. O abolicionismo. Brasília, DF: Editora do Senado, 2003. - Adaptado. Escrito depois das primeiras declarações sobre os direitos naturais do homem, esse texto de Joaquim Nabuco expressa a moderna concepção dos direitos humanos ao afirmar que a) a abolição da escravidão deve ser gradual, dado o direito à propriedade. b) é aceitável a propriedade da escrava comprada, mas não de seus filhos. c) a opinião de cada época torna legí�ma a forma de propriedade existente. d) é inaceitável toda forma de propriedade de homens por outros homens. FIL0536 - (Unesp) Muito antes de a farmacologia moderna desvendar cien�ficamente a ação da cafeína sobre o sistema nervoso central, especialmente seu efeito es�mulante, as comunidades indígenas da Amazônia se beneficiavam das propriedades desta substância no alívio da fadiga, por meio do emprego do guaraná, sem necessariamente compreender sua composição química ou outras possibilidades terapêu�cas. (Ediara R. G. Rios et al. “Senso comum, ciência e filosofia – elo dos saberes necessários à promoção da saúde”. Ciência & Saúde Cole�va, 2007. Adaptado.) O excerto ressalta um aspecto importante para o estudo do conhecimento, segundo o qual a) o senso comum pode engendrar o desenvolvimento de uma teoria cien�fica. b) as proposições teóricas se sobrepõem às demonstrações empíricas. c) o poder de convencimento é superior ao efeito dos argumentos. d) os usos de cafeína por indígenas têm cunho essencialmente religioso. e) o saber é relevante em uma comunidade quando corroborado pela ciência. FIL0564 - (Uece) Leia atentamente os seguintes textos: “O Conselho de Segurança discu�u nesta terça-feira o tema Manutenção da Paz e da Segurança Internacionais: Exclusão, Desigualdade e Conflitos. [...] O chefe das Nações Unidas disse que os gastos militares se aproximaram de US $2 trilhões por ano, tendo o maior aumento como proporção do Produto Interno Bruto anual desde 2009. Guterres destacou como uma fração desse valor permi�ria o progresso em áreas como consolidação da paz, prevenção de conflitos e desenvolvimento humano, da igualdade e da inclusão”. ONU. Gastos militares globais rondam US$ 2 trilhões por ano. Publicado em 09/11/2021“ De um ponto de vista puramente econômico, o militarismo é para o capital um meio privilegiado de realizar a mais-valia; em outras palavras, é um campo de acumulação. O militarismo possui uma demanda concentrada e homogênea do Estado. O poder de compra da grande massa de consumidores, concentrado sob a forma de pedidos de material de guerra feitos pelo Estado, não corre o risco das arbitrariedades, das oscilações subje�vas do consumo individual; a indústria de armamentos possui, sem dúvida, uma regularidade quase automá�ca, de um crescimento con�nuo. É o próprio capital que controla esse movimento automá�co e rítmico da produção para o militarismo, graças ao aparelho legisla�vo parlamentar e à imprensa que se encarrega de criar a chamada opinião pública”. LUXEMBURGO, R. A acumulação do capital, capítulo XXXII. Trad. bras. Moniz Bandeira. Rio de Janeiro: Zahar Editora, 1970. – Adaptado. Conforme Rosa Luxemburgo, teórica marxista, os gastos militares correspondem a uma necessidade econômica da acumulação de capital. Essa necessidade é sa�sfeita pelo Estado, que compra esses armamentos produzidos, a) devido à pressão da opinião pública e dos órgãos internacionais por desenvolvimento econômico e inclusão social. b) porque o capital pode contar com o apoio dos órgãos estatais, como o parlamento, e privados, como a imprensa. c) com os impostos recolhidos das próprias empresas capitalistas, preocupadas em criar empregos e aumentar salários. d) mas esses gastos públicos são sempre oscilantes, dada a flutuação da opinião públicae das maiorias parlamentares. FIL0574 - (Uece) “Não há como usar meias-palavras: o Marco Temporal é tese etnocidária, talvez até mesmo genocida. Ela refuta 2@professorferretto @prof_ferretto que grupos indígenas tenham direito de posse e usufruto permanente, exclusivo, inalienável, indisponível e imprescri�vel das Terras Indígenas que eles não ocupassem efe�vamente em 05 de outubro de 1988, data de vigência da Cons�tuição Federal. [...] O genocídio e o etnocídio fazem parte da história do Brasil, e o Marco Temporal confirma essa regra. Aparentemente, já não há derramamento de sangue, mas, como dizemos indígenas: ‘Antes nos matavam com epidemias, depois com armas de fogo, hoje os brancos estão nos matando com canetas.’” SOUSA, J. O. C.; GUARDIOLA, C. L. T. Marco Temporal e paisagens indígenas destruídas. Jornal da Universidade Federal do Rio Grande do Sul,05-8- 2021. Disponível em: h�ps://www.ufrgs.br/jornal/marco-temporal-e- paisagens- indigenas-destruidas/. Acessado em 18/10/2021. Conforme os autores desse ar�go citado, a proposta do Marco Temporal a) reafirma a tese jusnaturalista da inviolabilidade do direito de propriedade e de seu usufruto pelos povos indígenas. b) reconhece que a colonização estabeleceu disposi�vos de controle e genocídio dos povos indígenas. c) mantém a histórica violência contra as nações indígenas e nega-lhes os direitos humanos à história e à cultura. d) manifesta uma alterna�va não violenta de re�rada dos povos indígenas de suas terras, sem derramar sangue. FIL0569 - (Uece) Neste ano, comemoramos o centenário de nascimento do Patrono da Educação Brasileira, o Professor Paulo Freire (1921-1997). Atente para a seguinte passagem de sua autoria: “[...] a educação é uma forma de intervenção no mundo [...], que além do conhecimento dos conteúdos bem ou mal ensinados e/ou aprendidos implica tanto o esforço de reprodução da ideologia dominante quanto seu desmascaramento. [...] não poderia ser a educação só uma ou só outra dessas coisas. [...] É um erro decretá-la como tarefa apenas reprodutora da ideologia dominante como erro tomá-la como uma força de desocultação da realidade, a atuar livremente, sem obstáculos e duras dificuldades”. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prá�ca educa�va. São Paulo: Paz e Terra, 1996, p. 98-99. – Adaptado. No texto acima, o fato de a educação ser concebida como uma prá�ca que une em si reprodução e desmascaramento da ideologia dominante, filosoficamente, manifesta uma a) incoerência, que desobedece ao princípio lógico de não contradição. b) posição dialé�ca, que concebe os processos sociais como contraditórios. c) concepção mecanicista, em que forças exteriores se opõem e se chocam. d) ideação moral subje�va, que atua no sen�do contrário à realidade dada. FIL0539 - (Unesp) Texto 1 Com que frequência você u�liza os seguintes meios como fonte de informação? Texto 2 O WhatsApp, aplica�vo de mensagens por celular extremamente disseminado no Brasil, é visto como uma das redes mais propícias para a difusão de no�cias falsas. Como é um aplica�vo de mensagens privadas e não tem caráter público, é di�cil rastrear as fake news espalhadas ali e avaliar seu alcance, o que preocupa pesquisadores. (Juliana Gragnani. “Pesquisa inédita iden�fica grupos de família como principal vetor de no�cias falsas no WhatsApp”. www.bbc.com, 20.04.2018. Adaptado.) A leitura dos textos permite considerações filosóficas sobre a 3@professorferretto @prof_ferretto a) compreensão da aceitação da indústria cultural no co�diano. b) recusa do uso de disposi�vos tecnológicos na imprensa. c) construção da autonomia humana por meio das redes sociais. d) importância do es�mulo ao exercício da a�vidade reflexiva. e) consequência da vigilância e da punição nos meios de comunicação. FIL0567 - (Uece) Entre 16 e 18 de setembro de 1982, ocorreu um massacre de pales�nos e libaneses em dois campos de refugiados situados a Oeste de Beirute (capital do Líbano), chamados Sabra e Cha�la. Na época, o Líbano estava sob ocupação israelense. Em 22 de setembro do mesmo ano, o filósofo judeu brasileiro Maurício Tragtenberg (1929-1998) publicou um ar�go de opinião em que afirma: “Deu-se o massacre dos pales�nos dos campos de Sabra e Cha�la por obra dos assassinos chefiados por Cel. Haddad, com conivência e par�cipação [do Exército de Israel], isso após a morte do traficante de haxixe [Bashir] Gemayel, novo ‘Quisling’ [traidor] imposto pelas tropas de ocupação. Por tudo isso, ser fiel à tradição judaica é condenar mais este genocídio pra�cado contra o povo pales�no. É necessário acabar de vez com o etnocentrismo que toma a forma de judeu-centrismo, onde o massacre de judeus brancos por brancos europeus tem um statusdiferente do massacre dos armênios pelos turcos, dos negros africanos pelos traficantes de escravos, dos chineses na Indonésia. Assim, Auschwitz é elevado a potência meta�sica. Sou um dos úl�mos a minimizar as atrocidades come�das em Auschwitz, porém, as lágrimas de outros povos não contam?” TRAGTENBERG, M. Menachem Begin visto por Einstein, H. Arendt e N. Goldman. Folha de São Paulo, 22/09/1982. Acerca do conceito moderno dos direitos humanos, é implícito à concepção de M. Tragtenberg que a) há uma universalidade nos direitos humanos, independentemente de etnia e cultura. b) o massacre de brancos europeus tem um status diferente de outros massacres. c) a tradição judaica tem uma concepção etnocêntrica sobre os direitos humanos. d) o genocídio de judeus pelos nazistas em Auschwitz tem um significado meta�sico. FIL0572 - (Uece) Leia com atenção os dois textos abaixo. “Os números da fome no Brasil aumentaram durante a pandemia. Atualmente, 27 milhões de brasileiros estão vivendo abaixo da linha da pobreza – quatro milhões a mais que antes de março de 2020. Além disso, 1,2 milhão estão na fila para conseguir receber o Bolsa Família, que termina no final deste ano. ” G1. GLOBONEWS. Fome: 27 milhões de brasileiros estão abaixo da linha da pobreza. Disponível em: h�ps://g1.globo.com/globonews/jornal-globonews- edicao-das-16. Acessado em 16/10/2021. “O Direito, no sen�do de efe�vação da liberdade, ultrapassa o sen�do estrito do jurídico e designa a forma eficiente do justo, que habita todo domínio da vida humana; há, assim, um direito de propriedade, um direito de consciência, um direito de família, um direito do Estado e um direito do espírito do mundo. A primeira forma de liberdade se refere às coisas: meu. Ela precisa das coisas. O homem, nesse aspecto, é sensível, perpassado por desejos, arbítrios, tensões. Para subsis�r, ele tem necessidade de possuir coisas singulares, tornar- se proprietário delas. É exatamente nas coisas, na propriedade da coisa, que o querer livre encontra sua primeira forma de realização. ” SOARES, M. C. O direito de ter para ser livre. In: Conjectura: filosofia e educação, Caxias do Sul, v. 16, n. 1, jan./abr. 2011, p. 46-68 – Adaptado. Com base nos textos acima apresentados, assinale a proposição verdadeira. a) O desemprego, a fome, a miséria material são a negação de uma forma primária e pouco importante de um sen�do mais amplo da liberdade. b) A sa�sfação das carências fundamentais, que na sociedade moderna se realizam pela propriedade, é uma base necessária da vida livre. c) A liberdade, em seu sen�do moderno, se realiza completamente na propriedade e na sa�sfação das carências �sico-biológicas do homem. d) Embora não seja a única forma de realização da liberdade, o direito de propriedade é o mais importante em um sistema é�co. FIL0537 - (Unesp) As certezas do homem comum, as verdades comuns da experiência co�diana, os filósofos vivem-nas, por certo, e não as negam, enquanto homens. Mas, enquanto filósofos, não as assumem. Nesse sen�do em que as desqualificam, pode-se dizer que as recusam. Desqualificação teórica, recusa filosófica, empreendidas 4@professorferretto @prof_ferretto em nome da racionalidadeque postulam para a filosofia. Assim é que boa parte das filosofias opta por esquecer “metodologicamente” a visão comum do Mundo, recusando-se a integrá-la ao seu saber racional e teórico. Não podendo furtar-se, enquanto homens, à experiência do Mundo, não o reconhecem como filósofos. O Mundo não é, para eles, o universo reconhecido de seus discursos. Desconsiderando filosoficamente as verdades co�dianas, o bom senso, o senso comum, instauram de fato o dualismo do prá�co e do teórico, da vida e da razão filosófica. Instauram, consciente e propositadamente, o divórcio entre o homem comum que são e o filósofo que querem ser. (Oswaldo Porchat Pereira. Rumo ao ce�cismo, 2007. Adaptado.) O “divórcio” entre o homem comum e o filósofo, segundo o autor, ocorre em função da a) negação do homem comum em entender a realidade. b) restrição do saber comum no fazer filosófico. c) diferença de mundos que buscam compreender. d) falta de correspondência factual do saber comum. e) proposição de respostas necessariamente divergentes. FIL0648 - (Uece) Atente para o seguinte enunciado do líder indígena, ambientalista, filósofo e escritor brasileiro Ailton Krenak: “Temos que encher a barriga da cidade, a cidade precisa [das hidrelétricas] de Belo Monte, de Itacaraí. A cidade precisa de energia eólica, a cidade precisa de energia metabólica, a cidade precisa de comida. A cidade é um monstro insaciável do qual os humanos enchem a pança. Na sua borda, no seu entorno, no seu perímetro, na sua periferia estão os lugares onde o trabalho é imenso, onde se localiza a produção de energia, de suprimentos, de roupas, de comida, de equipamentos e acessórios para essa cidade encher a pança. [...] O horizonte da vida em cidade é o colapso.” KRENAK, A. Saiam desse pesadelo de concreto! In: MOULIN, G. et al. Habitar o antropoceno. Belo Horizonte: BDMG Cultural / Cosmópolis, 2022. – Adaptado. Considerando o problema para o qual Ailton Krenak quer chamar atenção no enunciado acima, assinale a proposição verdadeira. a) Se a atual forma de vida social con�nuar, os bens naturais se esgotarão. b) A vida conjunta dos homens em comunidade destrói a natureza. c) Precisa-se renunciar a toda relação de dependência no que diz respeito à natureza. d) É inevitável o colapso das cidades modernas por causas naturais. FIL0663 - (Uece) O legislador, estratego e poeta Sólon (século VI a.C.) foi o primeiro grande reformador democrá�co de Atenas. No fragmento a seguir, pode-se observar a cisão que Sólon estabelece entre a pólis e a monarquia. Leia-o com atenção. [...] por homens potentes a cidade perece, e do monarca o povo, por ignorância, na escravidão cai. Mui alçado, não é fácil depois trazê-lo ao chão [...] (SÓLON, fr. 9, in: RAGUSA, Giuliana; BRUNHARA, Rafael. Elegia grega arcaica. Araçoiaba da Serra: Editora Mnema, 2021). Com base no texto, analise as asser�vas a seguir e marque V para as verdadeiras e F para as falsas. (__) A pólis se sustenta na ignorância do povo. (__) O poder de um só produz a ignorância. (__) A ignorância causa a escravidão do povo. (__) A pólis não pode apoiar-se na ignorância. A sequência correta, de cima para baixo, é a) F, F, V, V. b) V, F, F, V. c) V, F, F, F. d) F, V, V, V. FIL0669 - (Uece) “A pandemia em si é a expressão da guerra contra a natureza. Doenças migrando de animais selvagens para a esfera humana porque estamos invadindo a natureza, mais e mais. Estamos vendo isso de todas as formas... Nós já sabemos que essa doença prejudica quem está com o sistema imunológico fraco, já sabemos disso, sabemos o que o vírus faz. No entanto, se olharmos de fora, o que vemos é o sistema econômico. Ele é tão inconsequente que é construído sobre essa disposição de sacrificar vidas em nome do lucro – sempre foi assim, desde o tráfico de escravos no Atlân�co até a crise climá�ca contra a natureza”. 5@professorferretto @prof_ferretto KLEIN, Naomi. Entrevista. In: DAVIS Angela; KLEIN Naomi. Construindo movimentos [recurso eletrônico]: uma conversa em tempos de pandemia. –1ª ed. São Paulo: Boitempo, 2020, p. 9. Na passagem anterior, a pensadora canadense Naomi Klein relaciona a pandemia da Covid-19 à emergência climá�ca, ligando esses fenômenos à economia nos seguintes termos: a) Embora não subme�do à economia, o homem sofre as consequências da dominação econômica sobre a natureza. b) São diferentes a dominação sobre a natureza e a sobre os homens, pois só a primeira é movida pela busca do lucro. c) Não é correto falar em dominação da economia sobre a natureza, pois a dominação econômica é sobre homens. d) A economia voltada para o lucro submete a si tanto os homens, explorando-os, quanto a natureza, danificando-a. FIL0670 - (Uece) “As diferenças biológicas que existem entre os membros de diversos grupos étnicos não afetam de maneira nenhuma a organização polí�ca ou social, a vida moral ou as relações sociais. As pesquisas biológicas ancoram a é�ca da fraternidade universal; elas estão dizendo que o homem é, por tendência inata, levado à cooperação e, se este ins�nto não encontra em que se sa�sfazer, indivíduos e nações padecem igualmente por isso. O homem é por natureza um ser social, que só chega ao pleno desenvolvimento de sua personalidade se relacionando com os seus semelhantes”. MOURA, Clóvis. O racismo como arma ideológica de dominação. Princípios: Revista Teórica, Polí�ca e de Informação, 34, ago/set/out, 1994, p. 28-3. Com base no texto anterior, podemos concluir que, para o filósofo brasileiro Clóvis Moura, a) as desigualdades sociais, polí�cas e econômicas são produtos das diferenças biológicas. b) a natureza tende a eliminar as diferenças étnico-raciais entre os grupos humanos. c) a diversidade étnica é natural à humanidade, que tende naturalmente à cooperação. d) a fraternidade universal é natural, mas só dirigida a indivíduos biologicamente iguais. FIL0671 - (Uece) “A lógica bélica da ‘guerra às drogas’ se impôs globalmente às sociedades. Se os sistemas polí�cos dos Estados nacionais fizeram um grande esforço, na segunda metade do século XX, para controlar suas Forças Armadas, para pô-las sob o domínio da polí�ca civil (e democrá�ca), o aumento exponencial das forças policiais tornou-se hoje talvez a grande fonte de instabilidade e de risco para a ordem democrá�ca.” NOBRE, Marcos. Limites da democracia: de junho de 2013 ao governo Bolsonaro. São Paulo: Todavia, 2022., p. 226-227 (Texto adaptado). Com base no texto anterior, do filósofo Marcos Nobre, é correto afirmar que a) a con�nuidade da guerra às drogas é valor essencial para sustentar as democracias modernas, em todo o mundo. b) o belicismo em que hoje se baseia a guerra às drogas produz uma instabilidade que ameaça a própria democracia. c) as Forças Armadas estabeleceram um conjunto de procedimentos para limitar seu poder e consolidar a democracia. d) o combate ao tráfico de drogas é contraditório com o sistema democrá�co vigente e com as liberdades individuais. FIL0672 - (Uece) “É estranha a abstração que se faz do papel do Estado na própria criação do mercado. [...] Este ‘mercado livre’, abstrato, em que o Estado não interfere, tomado de emprés�mo da ideologia do liberalismo econômico, certamente não é um mercado capitalista, pois precisamente o papel do Estado no capitalismo é ‘ins�tucionalizar’ as regras do jogo”. OLIVEIRA, Francisco de. Crí�ca da razão dualista. São Paulo: Boitempo, 2003, p. 37. O pensador brasileiro Francisco de Oliveira, no texto anterior, expressa uma concepção, segundo a qual o Estado a) é uma ins�tuição burocrá�ca, acima dos interesses econômicos de classe. b) tem uma função econômica no mercado, em favor da acumulação de capital. c) antecede o mercado, de modo que cria sozinho as relações econômicas. d) é passivo diante do mercado capitalista, tendo apenas a função norma�va. FIL0684 - (Ufpr) 6@professorferretto @prof_ferretto [As] experiências comuns resultantes do lugar socialque ocupam impedem que a população negra acesse certos espaços. […] Quando falamos de direito à existência digna, à voz, estamos falando de locus [lugar] social, de como este lugar imposto dificulta a possibilidade de transcendência. Absolutamente não tem a ver com uma visão essencialista de que somente o negro pode falar de racismo, por exemplo. (RIBEIRO, Djamila. O que é lugar de fala? Belo Horizonte: Editora Letramento, 2017. p. 64.) De acordo com a passagem acima e com a obra de que foi re�rada, locus social é o lugar: a) escolhido voluntariamente por um determinado grupo social como seu lugar de fala. b) que define quem tem o direito de falar sobre determinados assuntos. c) que determina a essência de cada grupo social. d) em que se abrem ou se restringem oportunidades a determinados grupos sociais. e) que assegura a todo grupo social uma existência digna. FIL0692 - (Ufu) Especismo é a opinião que humanos �picamente têm. É uma a�tude de preconceito ou de pré-julgamento contra seres que não são membros de sua espécie, e há uma tendência a ignorá-los ou a não se interessar por eles. Obviamente o termo foi cunhado para fazer um paralelo com sexismo e racismo. Em todos os casos, existe sempre um grupo especial que se autoin�tula possuidor de um status especial e discrimina quem não é desse grupo. Diz também que temos direito de explorar e de usar quem é de fora porque eles não têm o status moral ou os valores morais que nós temos. Isso é comum com o racismo e com o sexismo. SINGER, Peter. entrevista concedida à Ana Carolina da Costa e Fonseca, no site Fronteiras do Pensamento. Disponível em: . Acesso em: 13 set. 2022. (Adaptado) Assinale a alterna�va cuja afirmação NÃO está de acordo com a noção de especismo, tal como definida pelo filósofo Peter Singer: a) Especismo é a tendência dos seres humanos em ignorar os outros animais. b) Especismo é uma a�tude que tem algo em comum com o racismo e com a discriminação sexual. c) Especismo é uma sensação de superioridade moral da espécie humana em relação a outros animais. d) Especismo é a consideração de que todas as espécies de animais são iguais. FIL0694 - (Enem PPL) Uma criança com deficiência mental deve ser man�da em casa ou mandada a uma ins�tuição? Um parente mais velho que costuma causar problemas deve ser cuidado ou podemos pedir que vá embora? Um casamento infeliz deve ser prolongado pelo bem das crianças? MURDOCH, I. A soberania do bem. São Paulo: Unesp, 2013. Os ques�onamentos apresentados no texto possuem uma relevância filosófica à medida que problema�zam conflitos que estão nos domínios da a) polí�ca e da esfera pública. b) teologia e dos valores religiosos. c) lógica e da validade dos raciocínios. d) é�ca e dos padrões de comportamento. e) epistemologia e dos limites do conhecimento. FIL0696 - (Enem PPL) Uma parte da nossa formação cien�fica confunde-se com a a�vidade de uma polícia de fronteiras, revistando os pensamentos de contrabando que viajam na mala de outras sabedorias. Apenas passam os pensamentos de carimbada cien�ficidade. A biologia, por exemplo, é um modo maravilhoso de emigrarmos de nós, de transitarmos para lógicas de outros seres, de nos descentrarmos. Aprendemos que não somos o centro da vida nem o topo da evolução. COUTO, M. Interinvenções. Portugal: Caminho, 2009 (adaptado). No trecho, expressa-se uma visão poé�ca da epistemologia cien�fica, caracterizada pela 7@professorferretto @prof_ferretto a) implementação de uma viragem linguís�ca com base no formalismo. b) fundamentação de uma abordagem híbrida com base no rela�vismo. c) interpretação da natureza eclé�ca das coisas com base no an�academicismo. d) definição de uma metodologia transversal com base em um panorama cé�co. e) compreensão da realidade com base em uma perspec�va não antropocêntrica. FIL0698 - (Enem PPL) Tu é um termo que não figura muito bem nos desenvolvimentos modernos e contemporâneos da é�ca e da polí�ca. Com efeito, muitos movimentos revolucionários (que variam do comunismo tradicional ao feminismo da irmandade) parecem compar�lhar de um código linguís�co curioso baseado na moral intrínseca dos pronomes. O nós é sempre posi�vo, o vós é um aliado possível, o eles tem o rosto de um antagonista, o eu é impróprio, e o tu é, obviamente, supérfluo. CAVARERO, A. Rela�ng Narra�ves apud BUTLER, J. Relatar a si mesmo. Belo Horizonte: Autên�ca, 2015 (adaptado). Um dos principais problemas morais da contemporaneidade, conforme mencionado no texto, reside na dificuldade em a) construir o diálogo cole�vo. b) demarcar a presença do ego. c) viabilizar a afe�vidade pessoal. d) reconhecer a alteridade singular. e) ultrapassar a experiência intersubje�va. FIL0702 - (Enem PPL) Foi o caso que um homenzinho, recém-aparecido na cidade, veio à casa do Meu Amigo, por questão de vida e morte, pedir providências. Meu Amigo sendo de vasto saber e pensar, poeta, professor, ex-sargento de cavalaria e delegado de polícia. Por tudo, talvez, costumava afirmar: — “A vida de um ser humano, entre outros seres humanos, é impossível. O que vemos é apenas milagre; salvo melhor raciocínio.” Meu Amigo sendo fatalista. Na data e hora, estava-se em seu fundo de quintal, exercitando ao alvo, com carabinas e revólveres, revezadamente. Meu Amigo, a bom seguro que, no mundo, ninguém, jamais, a�rou quanto ele tão bem — no agudo da pontaria e rapidez em sacar arma; gastava nisso, por dia, caixas de balas. Estava justamente especulando: — “Só quem entendia de tudo eram os gregos. A vida tem poucas possibilidades”. Fatalista como uma louça, o Meu Amigo. Sucedeu nesse comenos que o vieram chamar, que o homenzinho o procurava. ROSA, J. G. Primeiras estórias. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1967. Os procedimentos de construção conferem originalidade ao es�lo do autor e produzem, no fragmento, efeito de sen�do apoiado na a) reflexão filosófica em torno da brevidade da vida. b) tensão progressiva ante a chegada do estranho. c) nota irônica do perfil intelectual do personagem. d) curiosidade natural despertada pelo anonimato. e) erudição su�l da alusão ao pensamento grego. FIL0707 - (Unesp) O homem que não tem a menor noção da filosofia caminha pela vida afora preso a preconceitos derivados do senso comum, das crenças habituais da sua época e do seu país, e das convicções que cresceram na sua mente sem a cooperação ou o consen�mento deliberado de sua razão. Para tal homem, o mundo tende a tornar-se finito, definido, óbvio. Ao contrário, quando começamos a filosofar, imediatamente nos damos conta de que mesmo as coisas mais vulgares levantam problemas para os quais só podemos dar respostas muito incompletas. A filosofia livra-nos da �rania do hábito. (Bertrand Russell. Os problemas da filosofia, 1972. Adaptado.) De acordo com o filósofo Bertrand Russell nesse excerto, o enfrentamento da “�rania do hábito” pela filosofia contribui para a) o descarte dos fundamentos da cosmogonia. b) o estabelecimento do ce�cismo absoluto. c) a rejeição dos saberes tradicionais. d) a expansão das bases do conhecimento. e) a reprodução do discurso cien�fico. FIL0708 - (Unesp) A necessária redução do tempo é melhor alcançada se os consumidores não puderem prestar atenção ou concentrar o desejo por muito tempo em qualquer objeto; isto é, se forem impacientes, impetuosos, indóceis e, acima de tudo, facilmente ins�gáveis e também se facilmente perderem o interesse. […] A relação tradicional entre necessidades e sua sa�sfação é rever�da: a promessa e a esperança de sa�sfação precedem a necessidade que se promete sa�sfazer e serão sempre mais intensas e atraentes que as necessidades efe�vas. (Zygmunt Bauman. Globalização, 2021.) 8@professorferretto @prof_ferretto A argumentação apresentada no excerto sobre o tempo do consumo expressa ações caracterís�cas a) dos Estados e das empresas transnacionais, organizações interessadas em acordos supranacionaispró-economia. b) da publicidade e do marke�ng, estratégias corpora�vas que influenciam a nossa organização social. c) das ins�tuições financeiras e das ONGs, agentes corpora�vos pautados pela socialização de capitais. d) da didá�ca e da neurociência, elementos empregados pelas empresas para criação de novos produtos. e) da ciência e da tecnologia, campos de estudo dedicados à erradicação das diferenças socioeconômicas. FIL0709 - (Unesp) Leia o trecho da canção “O resto do mundo”, de Gabriel O Pensador. Eu tô com fome tenho que me alimentar Eu posso não ter nome, mas o estômago tá lá Por isso eu tenho que ser cara de pau Ou eu peço dinheiro ou fico aqui passando mal Tenho que me rebaixar a esse ponto porque a necessidade é maior do que a moral. (Gabriel O Pensador, 2000.) No trecho, a fome tem como consequência é�ca a a) anulação da subje�vidade. b) desobediência ao código civil. c) afirmação dos princípios morais. d) proibição do convívio em sociedade. e) superação da invisibilidade social. FIL0711 - (Unesp) Texto 1 Texto 2 A concepção de real e virtual pensados como um con�nuo se vê reforçada pela percepção de que um registro afeta o outro. Tal ideia é sustentada por autores que concebem a internet como uma ferramenta para veicular as subje�vidades de nossa época, mas não só. […] Segundo Viganò, “o advento da internet contribui potencialmente para fazer da assim dita realidade virtual um elemento cons�tu�vo da realidade social. (Flávia Hasky e Isabel Fortes. “Desconstruindo polarizações acerca da internet: entrelaçamentos entre os universos on-line e off-line”.Psicologia em Pesquisa, 2022.) O contraste entre esses textos permite retomar, na atualidade, uma clássica questão filosófica, “o que é real?”, pois a a) análise das relações virtuais ocorre dissociada das relações presenciais. b) ação individual segue inalterada ao longo do tempo. c) invenção de novas tecnologias reformula o conceito de realidade. d) disponibilidade de conexão à internet amplia o conhecimento humano. e) criação de mídias digitais es�mula a imaginação. FIL0712 - (Unesp) 9@professorferretto @prof_ferretto O lugar que ocupamos socialmente nos faz ter experiências dis�ntas e outras perspec�vas. A teoria do ponto de vista feminista e lugar de fala nos faz refutar uma visão universal de mulher e de negritude, e outras iden�dades, assim como faz com que homens brancos, que se pensam universais, se racializem, entendam o que significa ser branco como metáfora do poder. (Djamila Ribeiro. O que é: lugar de fala?, 2017. Adaptado.) O excerto aborda um conceito que propõe uma nova perspec�va de análise filosófica, sobretudo em relação a) ao estabelecimento de uma é�ca pluralista. b) à recusa de ins�tuições polí�cas. c) ao reconhecimento de um eurocentrismo epistêmico. d) à negação de hierarquias sociais. e) à reconstrução de discursos representa�vos. FIL0713 - (Unesp) A ciência avançou tanto que as pessoas acham que não precisam mais morrer. Con�nuamos usando todos os ar��cios da tecnologia, da ciência, para endossar a fantasia de que todo mundo vai ter comida, todo mundo vai ter geladeira, todo mundo vai ter leito hospitalar e todo mundo vai morrer mais tarde. Isso é uma falsificação da vida. A ciência e a tecnologia acham que a humanidade não só pode incidir impunemente sobre o planeta como será a úl�ma espécie sobrevivente e a única a decolar daqui quando tudo for pelo ralo. (Ailton Krenak. A vida não é ú�l, 2020. Adaptado.) A situação cri�cada pelo filósofo e líder indígena Ailton Krenak é fruto de uma visão de mundo decorrente do pensamento moderno, qual seja, a) o mecanicismo cartesiano. b) o idealismo hegeliano. c) o transcendentalismo kan�ano. d) o jusnaturalismo lockiano. e) o existencialismo sartriano. FIL0714 - (Unesp) Leia o trecho da entrevista com Frank B. Wilderson, professor de estudos afro-americanos na Universidade da Califórnia. — O que é o afropessimismo? — É uma lente de interpretação ou uma forma de teoria crí�ca. A maioria dos estudos raciais faz uma intervenção que eu chamo de reformista, que é dizer: como as pessoas na Bahia, por exemplo, podem conseguir casas melhores? Estou muito preocupado com essas perguntas. Mas, como um filósofo, um teórico crí�co, não é nisso que emprego minha energia. Minha energia está baseada no trabalho do psiquiatra mar�nicano Frantz Fanon (1925-1961) e diz que, não importa aonde você vá, a negritude gera uma ansiedade para todos. Essa ansiedade é performada e negociada, e vai ser diferente em Nova Iorque e em Havana. Nós sugerimos que a escravidão é uma dinâmica racial que não terminou. Não importa o que digam no discurso consciente, no inconsciente o corpo negro não é considerado um ser humano, mas um recurso para as pessoas. (Ana Luiza Albuquerque. “Negros não são vistos como humanos, mas objetos, diz autor de ‘Afropessimismo’”. www.folha.uol.com.br, 20.06.2021. Adaptado.) Nesse texto, o conceito de afropessimismo, elaborado por Wilderson, expressa a a) relevância dos estudos cogni�vos. b) dificuldade de ascensão econômica. c) retomada da tradição clássica. d) expansão das relações globais. e) realização de renovação social. FIL0723 - (Enem) TEXTO I Como é horrível ver um filho comer e perguntar: “Tem mais?” Esta palavra “tem mais” fica oscilando dentro do cerebro de uma mãe que olha as panela e não tem mais. JESUS, C. M. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: á�ca, 2014. TEXTO II A experiência de ver os filhos com fome na década de 1950, descrita por Carolina, é vivida no Brasil de 2021 por uma moradora de Petrolândia, em Pernambuco. “Eu trabalhava de ajudante de cabeleireira, mas a moça que �nha o salão fechou. Eu vinha me sustentando com o auxílio que �nha, mas agora eu não fui contemplada. Às vezes as pessoas me ajudam com alimentos para os meus filhos. De vez em quando, eu acho algum bico para fazer, mas é muito raro. Tem dias que não tenho nem o leite da minha bebê.” CARRANÇA, T. “Até o feijão nos esqueceu”: o livro de 1960 que poderia ter sido escrito nas favelas de 2021. Disponível em: www.bbc.com. Acesso em: 6 out. 2021 (adaptado). Considerando a realidade brasileira, os textos se aproximam ao apresentarem uma reflexão sobre o(a) 10@professorferretto @prof_ferretto a) recorrência da miséria. b) planejamento da saúde. c) superação da escassez. d) constância da economia. e) roman�zação da carência. FIL0721 - (Enem) A charge ilustra um anseio presente na sociedade contemporânea, que se caracteriza pela a) situação de revolta individual. b) sa�sfação de desejos pessoais. c) par�cipação em ações decisórias. d) permanência em passividade social. e) convivência em interesses par�dários. FIL0700 - (Enem PPL) Queremos tratar da �rania de animais humanos sobre animais não humanos. Essa �rania causou e ainda causa dor e sofrimento apenas comparáveis aos que resultaram de séculos de violência de seres humanos brancos sobre seres humanos negros. A luta contra ela é tão importante quanto outras disputas morais e sociais. SINGER, P. Libertação animal. São Paulo: Mar�ns Fontes, 2013. O trecho apresenta caracterís�cas de uma importante corrente da é�ca contemporânea que se designa: a) Ecoé�ca – visão superior da natureza. b) Bioé�ca – implicação biológica das ações. c) An�especismo – definição igualitária das espécies. d) Existencialismo – valorização crescente da subje�vidade. e) Rela�vismo – compreensão diferenciada das alteridades. FIL0740 - (Enem PPL) TEXTO I A sociedade cul�va a violência, inculcando-a nos indivíduos como virtude do homem forte, do homem corajoso, do homem honrado, que se arrisca a morrer para defender os “valores” que dão sen�do à sua vida. MULLER, J. M. O princípio da não violência: uma trajetória filosófica. São Paulo: Palas Athena, 2007. TEXTO II A ideia de a humanidade tomar seu des�no nas próprias mãos somente faz sen�do se atribuirmos consciência e propósito à espécie; as espécies são apenas correntes naflutuação aleatória dos genes. GRAY, J. Cachorros de palha: reflexões sobre humanos e outros animais. São Paulo: Record, 2002. Os textos ar�culam argumentos em torno de dois modelos explica�vos da condição humana. Esses dois modelos caracterizam-se, respec�vamente, por valorizar como determinantes dessa condição elementos a) esté�cos e é�cos. b) mís�cos e cien�ficos. c) culturais e biológicos. d) emocionais e racionais. e) voluntaristas e possibilistas. FIL0777 - (Enem PPL) Tendo se livrado do entulho do maquinário volumoso e das enormes equipes de fábrica, o capital viaja leve, apenas com a bagagem de mão, pasta, computador portá�l e telefone celular. O novo atributo da vola�lidade fez de todo compromisso, especialmente do compromisso estável, algo ao mesmo tempo redundante e pouco inteligente: seu estabelecimento paralisaria o movimento e fugiria da desejada compe��vidade, reduzindo a priori as opções que poderiam levar ao aumento da produ�vidade. BAUMAN, Z. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2001. No texto, faz-se referência a um processo de transformação do mundo produ�vo cuja consequência é o(a) a) regulamentação de leis trabalhistas mais rígidas. b) fragilização das relações hierárquicas de trabalho. c) decréscimo do número de funcionários das empresas. d) incen�vo ao inves�mento de longos planos de carreiras. e) desvalorização dos postos de gerenciamento corpora�vo. FIL0779 - (Enem PPL) 11@professorferretto @prof_ferretto Quando refle�mos sobre a questão da jus�ça, algumas associações são feitas quase intui�vamente, tais como a de equilíbrio entre as partes, princípio de igualdade, distribuição equita�va, mas logo as dificuldades se mostram. Isso porque a nossa sociedade, sendo bastante diversificada, apresenta uma heterogeneidade tanto em termos das diversas culturas que coexistem em um mundo interligado como em relação aos modos de vida e aos valores que surgem no interior de uma mesma sociedade. CHEDIAK, K. A pluralidade como ideia reguladora: a noção de jus�ça a par�r da filosofia de Lyotard. Trans/Form/Ação, n. 1, 2001 (adaptado). A relação entre jus�ça e pluralidade, apresentada pela autora, está indicada em: a) A complexidade da sociedade limita o exercício da jus�ça e a impede de atuar a favor da diversidade cultural. b) A diversidade cultural e de valores torna a jus�ça mais complexa e distante de um parâmetro geral orientador. c) O papel da jus�ça refere-se à manutenção de princípios fixos e incondicionais em função da diversidade cultural e de valores. d) O pressuposto da jus�ça é fomentar o critério de igualdade a fim de que esse valor torne-se absoluto em todas as sociedades. e) e) O aspecto fundamental da jus�ça é o exercício de dominação e controle, evitando a desintegração de uma sociedade diversificada. FIL0782 - (Enem PPL) A �rinha compara dois veículos de comunicação, atribuindo destaque à a) resistência do campo virtual à adulteração de dados. b) intera�vidade dos programas de entretenimento abertos. c) confiança do telespectador nas no�cias veiculadas. d) credibilidade das fontes na esfera computacional. e) autonomia do internauta na busca de informações. FIL0771 - (Enem PPL) O rapaz que pretende se casar não nasceu com esse impera�vo. Ele foi insuflado pela sociedade, reforçado pelas incontáveis pressões de histórias de família, educação, moral, religião, dos meios de comunicação e da publicidade. Em outras palavras, o casamento não é um ins�nto, e sim uma ins�tuição. BERGER, P. Perspec�vas sociológicas: uma visão humanís�ca. Petrópolis: Vozes, 1986 (adaptado). O casamento, conforme é tratado no texto, possui como caracterís�ca o(a) a) consolidação da igualdade sexual. b) ordenamento das relações sociais. c) conservação dos direitos naturais. d) superação das tradições culturais. e) ques�onamento dos valores cristãos. FIL0766 - (Enem PPL) Temos vivido, como nação, atormentados pelos males modernos e pelos males do passado, pelo velho e pelo novo, sem termos podido conhecer uma história de rupturas revolucionárias. Não que não tenhamos nos modernizado e chegado ao desenvolvimento. Mas não eliminamos relações, estruturas e procedimentos contrários ao espírito do tempo. Nossa modernização tem sido conservadora. NOGUEIRA, M. As possibilidades da polí�ca: ideias para a reforma democrá�ca do Estado. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998. O texto apresenta uma análise recorrente sobre o processo de modernização do Brasil na segunda metade do século XX. De acordo com a análise, uma caracterís�ca desse processo reside na(s) a) uniformização técnica dos espaços de produção. b) construção municipalista do regime representa�vo. c) organização estadual das agremiações par�dárias. d) limitações polí�cas no estabelecimento de reformas sociais. e) restrições financeiras no encaminhamento das demandas ruralistas. FIL0767 - (Enem PPL) Queremos saber o que vão fazer Com as novas invenções Queremos no�cia mais séria Sobre a descoberta da an�matéria E suas implicações Na emancipação do homem 12@professorferretto @prof_ferretto Das grandes populações Homens pobres das cidades Das estepes, dos sertões. GILBERTO GIL. Queremos saber. O viramundo. São Paulo: Universal Music, 1976 (fragmento). A letra da canção relaciona dois aspectos da contemporaneidade com reflexos na sociedade brasileira: a) A elevação da escolaridade e o aumento do desemprego. b) O inves�mento em pesquisa e a ascensão do autoritarismo. c) O crescimento demográfico e a redução da produção de alimentos. d) O avanço da tecnologia e a permanência das desigualdades sociais. e) A acumulação de conhecimento e o isolamento das comunidades tradicionais. FIL0768 - (Enem PPL) De certo modo o toxicômano diz a verdade sobre nossa condição social atual, quer dizer, temos a tendência de tornarmo-nos todos adictos em relação a determinados objetos, cuja presença se tornou para nós indispensável. Todas as nossas referências é�cas ou morais não têm nada de sério diante do toxicômano, porque fundamentalmente somos viciados como ele. MELMAN, C. Novas formas clínicas no início do terceiro milênio. Porto Alegre: CMC, 2003. No trecho, o autor propõe uma analogia entre o vício individual e as prá�cas de consumo sustentada no argumento da a) exposição da vida privada. b) reinvenção dos valores tradicionais. c) dependência das novas tecnologias. d) recorrência de transtornos mentais. e) banalização de substâncias psicotrópicas. FIL0769 - (Enem PPL) Apesar da grande distância geográfica em relação ao território japonês, os otakus (jovens aficionados em cultura pop japonesa) brasileiros vinculam-se socialmente hoje em eventos e a par�r de uma circulação intensa de mangás, animes, games, fanzines, j-music (música pop japonesa). O consumo em escala mundial dos produtos da cultura pop – enfa�camente midiá�ca – produzida no Japão cons�tui um momento histórico em que se aponta a ambivalência sobre o que significa a produção midiá�ca e cultural quando percebida no próprio país e como a percepção de tal produção se transforma radicalmente nos olhares de consumidores estrangeiros. GUSHIKEN, Y.; HIRATA, T. Processos de consumo cultural e midiá�co: imagens dos otakus, do Japão ao mundo. Intercom – RBCC, n. 2, jul.-dez. 2014 (adaptado). Considerando a relação entre meios de comunicação e formação de iden�dades tal como é abordada no texto, a noção que explica este fenômeno na atualidade é a de a) tribalismo das culturas juvenis. b) alienação das novas gerações. c) hierarquização das matrizes culturais. d) passividade das relações de consumo. e) deterioração das referências nacionais. FIL0770 - (Enem PPL) O representante das associações de moradores (integrante de um conselho de saúde) fez várias ponderações: “As prestações de contas, de modo geral, �veram uma transparência razoável. Eu acho isso bom porque, no passado, não sabia quanto se gastava, e hoje, a gente já tem conhecimento. Acompanho permanentemente o desenvolvimento do que entra e do que é gasto”. CORREIA,M. V. C. Que controle social?: os conselhos de saúde como instrumento. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2000 (adaptado). A forma de atuação polí�ca indicada caracteriza uma prá�ca associada ao(à) a) poder disciplinar. b) gestão par�cipa�va. c) processo burocrá�co. d) autoridade carismá�ca. e) deliberação autocrá�ca. FIL0755 - (Enem PPL) A linguagem é uma grande força de socialização, provavelmente a maior que existe. Com isso não queremos dizer apenas o fato mais ou menos óbvio de que a interação social dotada de significado é pra�camente impossível sem a linguagem, mas que o mero fato de haver uma fala comum serve como um símbolo peculiarmente poderoso da solidariedade social entre aqueles que falam aquela língua. SAPIR, E. A linguagem. São Paulo: Perspec�va, 1980. 13@professorferretto @prof_ferretto O texto destaca o entendimento segundo o qual a linguagem, como elemento do processo de socialização, cons�tui-se a par�r de uma a) necessidade de ligação com o transcendente. b) relação de interdependência com a cultura. c) estruturação da racionalidade cien�fica. d) imposição de caráter econômico. e) herança de natureza biológica. FIL0757 - (Enem PPL) As crianças devem saudar as pessoas dis�ntas, os professores e senhoras conhecidas que encontrarem, que elas não se negarão a corresponder. Não devem empurrar ninguém nem cortar o passo dos transeuntes. Não escrever nas paredes e portas coisa alguma. Nunca a�rar pedras. Não a�rar cascas de frutas no chão, o que pode ser mo�vo de desastres gravíssimos. Nunca fitar de propósito os olhos sobre pessoas aleijadas ou rir-se de algum defeito �sico do próximo. A Imprensa, n. 67, 27 abr. 1914. O discurso sobre a infância, veiculado pelo jornal no início do século XX, visava a promoção de a) formas litúrgicas de interação. b) valores abstratos de cidadania. c) normas sociomorais de civilidade. d) concepções arcaicas de disciplina. e) conceitos importados de pedagogia. FIL0758 - (Enem PPL) O feminismo teve uma relação direta com o descentramento conceitual do sujeito cartesiano e sociológico. Ele ques�onou a clássica dis�nção entre o “dentro” e o “fora”, o “privado” e o “público”. O slogan do feminismo era: “o pessoal é polí�co”. Ele abriu, portanto, para a contestação polí�ca, arenas inteiramente novas: a família, a sexualidade, a divisão domés�ca do trabalho etc. HALL, S. A iden�dade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2011 (adaptado). O movimento descrito no texto contribui para o processo de transformação das relações humanas, na medida em que sua atuação a) subverte os direitos de determinadas parcelas da sociedade. b) abala a relação da classe dominante com o Estado. c) constrói a segregação dos segmentos populares. d) limita os mecanismos de inclusão das minorias. e) redefine a dinâmica das ins�tuições sociais. FIL0762 - (Enem PPL) A esté�ca rela�vamente estável do modernismo fordista cedeu lugar a todo o fermento, instabilidade e qualidades fugidias de uma esté�ca pós-moderna que celebra a diferença, a efemeridade, o espetáculo, a moda e a mercadificação de formas culturais. HARVEY, D. Condição pós-moderna: uma pesquisa sobre as origens da mudança cultural. São Paulo: Loyola, 2009. No contexto descrito, as transformações esté�cas impactam a produção de bens por meio da a) promoção de empregos fabris, integrada às linhas de montagem. b) ampliação dos custos de fabricação, impulsionada pelo consumo. c) redução do tempo de vida dos produtos, acompanhada da crescente inovação. d) diminuição da importância da organização logís�ca, u�lizada pelos fornecedores. e) expansão de mercadorias estocadas, aliada a maiores custos de armazenamento. FIL0763 - (Enem PPL) Quanto mais a vida social se torna mediada pelo mercado global de es�los, lugares e imagens, pelas viagens internacionais, pelas imagens da mídia e pelos sistemas de comunicação interligados, mais as iden�dades se tornam desvinculadas — desalojadas — de tempos, lugares, histórias e tradições específicos e parecem “flutuar livremente”. Somos confrontados por uma gama de diferentes iden�dades (cada qual nos fazendo apelos, ou melhor, fazendo apelos a diferentes partes de nós), dentre as quais parece possível fazer uma escolha. HALL, S. A iden�dade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2006. Do ponto de vista conceitual, a transformação iden�tária descrita resulta na cons�tuição de um sujeito 14@professorferretto @prof_ferretto a) altruísta. b) dependente. c) nacionalista. d) mul�facetado. e) territorializado. FIL0764 - (Enem PPL) A importância do conhecimento está em seu uso, em nosso domínio a�vo sobre ele, quero dizer, reside na sabedoria. É convencional falar em mero conhecimento, separado da sabedoria, como capaz de incu�r uma dignidade peculiar a seu possuidor. Não compar�lho dessa reverência pelo conhecimento como tal. Tudo depende de quem possui o conhecimento e do uso que faz dele. WHITHEHEAD, A. N. Os fins da educação e outros ensaios. São Paulo: Edusp, 1969. No trecho, o autor considera que o conhecimento traz possibilidades de progresso material e moral quando a) prioriza o rigor conceitual. b) valoriza os seus dogmas. c) avalia a sua aplicabilidade. d) busca a inovação tecnológica. e) instaura uma perspec�va cien�fica. FIL0746 - (Enem PPL) Tu é um termo que não figura muito bem nos desenvolvimentos modernos e contemporâneos da é�ca e da polí�ca. Com efeito, muitos movimentos revolucionários (que variam do comunismo tradicional ao feminismo da irmandade) parecem compar�lhar de um código linguís�co curioso baseado na moral intrínseca dos pronomes. O nós é sempre posi�vo, o vós é um aliado possível, o eles tem o rosto de um antagonista, o eu é impróprio, e o tu é, obviamente, supérfluo. CAVARERO, A. Rela�ng Narra�ves apud BUTLER, J. Relatar a si mesmo. Belo Horizonte: Autên�ca, 2015 (adaptado). Um dos principais problemas morais da contemporaneidade, conforme mencionado no texto, reside na dificuldade em a) construir o diálogo cole�vo. b) demarcar a presença do ego. c) viabilizar a afe�vidade pessoal. d) reconhecer a alteridade singular. e) ultrapassar a experiência intersubje�va. FIL0745 - (Enem PPL) TEXTO I Nunca se soube tanto da vida e aparência dos outros, graças à postagem e ao compar�lhamento de imagens. Uma comissão parlamentar britânica constatou que meninas de até cinco anos de idade já se preocupam com peso e aparência. Outro sintoma do problema, segundo um relatório da comissão, foi o aumento das taxas de cirurgia plás�ca no país, de cerca de 20% desde 2008. ROXBY, P. Disponível em: www.bbc.com. Acesso em: 9 dez. 2018. TEXTO II Toda a vida das sociedades nas quais reinam as condições modernas de produção se anuncia como uma imensa acumulação de espetáculos. Tudo o que era diretamente vivido se esvai na fumaça da representação. DEBORD, G. A sociedade do espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 2017. Os textos apontam a centralidade da circulação imagé�ca na sociedade contemporânea, uma vez que realçam a a) fragilização de vínculos afe�vos. b) fe�chização da experiência vivida. c) monopolização do mercado esté�co. d) diferenciação dos modelos corporais. e) personalização das dimensões ín�mas. 15@professorferretto @prof_ferretto