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AULA 2 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS APLICADAS AO SETOR PÚBLICO Profª Bruna dos Santos 2 INTRODUÇÃO Nesta aula, vamos iniciar os assuntos relacionados às informações financeiras e contábeis da área pública e conhecer algumas Demonstrações Contábeis aplicadas ao setor público. Os temas tratados serão: • Características das informações contábeis na área pública. • Informação financeira governamental e para levantamento de balanços. • Balanço Orçamentário no setor público. • Balanço Financeiro no setor público. • Balanço Patrimonial no setor público. TEMA 1 – CARACTERÍSTICAS DAS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS NA ÁREA PÚBLICA O objetivo de gerar informações contábeis na área pública é prestar contas à sociedade e demais interessados e auxiliar na tomada de decisão. O objetivo será atingido se a informação for útil. Para isso, deve ter determinadas características que são chamadas de características qualitativas. 1.1 Características qualitativas As características qualitativas da informação contábil são seis: relevância; representação fidedigna; compreensibilidade; tempestividade; comparabilidade e verificabilidade. São consideradas características qualitativas fundamentais à relevância e à representação fidedigna. A relevância está relacionada ao fato de a informação gerada influenciar na tomada de decisão, ou seja, se ela possibilita que os gestores façam análises, previsões de determinados fatos, e tomem a decisão mais adequadas, ela é considerada relevante. A informação deve ser transmitida de forma completa, neutra e livre de erros. Desse modo, a representação fidedigna deve estar presente nas demonstrações e relatórios contábeis. A Compreensibilidade é a qualidade que oportuniza que o usuário da informação entenda o que está sendo transmitido. Muitas vezes, as informações não são muito claras para a maioria dos cidadãos que não têm conhecimento específico na área de finanças e afins, porém, as demonstrações devem ficar o 3 mais próximas possível do entendimento de qualquer tipo de usuário da informação. A informação deve ser disponibilizada ao usuário antes que ela não seja mais importante para a tomada de decisão ou análise. Um fato contábil deve ser registrado logo após ocorra para que ao gerar-se um demonstrativo ele esteja afetando esse demonstrativo no período correto. Isso é a Tempestividade. De nada adianta uma informação correta e interessante ser divulgada meses após sua ocorrência. A comparabilidade é a possibilidade de fazer comparações entre as informações de um ente em períodos diferentes e ainda compara um ente com outro. Entre os períodos, é relevante para verificar a evolução do ente. O confronto com outra entidade de porte e características semelhantes é pertinente para constatar se os valores de um estão alinhados com o outro, por exemplo, se as despesas com material de consumo de um são parecidas com as do outro. Se não, é preciso fazer um plano para identificar o que deve estar ocorrendo para ter uma diferença significante. Por fim, a verificabilidade assegura que a informação contida nas demonstrações represente realmente o fenômeno que se propõe a representar. Essas quatro características são definidas como as características qualitativas de melhoria. Saiba mais Para melhor entendimento, assista ao vídeo: . Acesso em: 16 set. 2021. Agora, para fixação, resolva as questões1. 1. (VUNESP - 2019 - TJ-SP - Contador Judiciário) São três características qualitativas da informação contábil, conforme o MCASP: a) compreensibilidade, comparabilidade e verificabilidade. b) tempestividade, relevância e verdade. c) relevância, compreensibilidade e custo como base de valor. d) representação fidedigna, prudência e custo como base de valor. e) relevância, representação fidedigna e custo como base de valor. 1 As respostas para este exercício e para os próximos desta aula podem ser encontradas no gabarito ao final deste material, após as referências. 4 2. (VUNESP - 2017 - Câmara de Cotia - SP - Contador) Segundo a estrutura conceitual contábil, as características qualitativas de melhoria da informação contábil-financeira útil são: a) relevância, representação fidedigna, veracidade e tempestividade. b) conversibilidade, comparabilidade, concordância e uniformidade. c) publicidade, equidade, acuracidade e fidedignidade. d) comparabilidade, verificabilidade, tempestividade e compreensibilidade. e) equidade, comparabilidade, veracidade e materialidade. TEMA 2 – INFORMAÇÃO FINANCEIRA GOVERNAMENTAL E PARA LEVANTAMENTO DE BALANÇOS Com as informações financeiras e as para levantamento de balanços, pode-se analisar a situação financeira e patrimonial do ente, satisfazendo as necessidades dos mais variados usuários da informação na área pública. Para que essa informação seja útil, é necessária uma boa organização desses dados. A informação financeira tem o objetivo de proporcionar a avaliação da condição financeira do ente público. Segundo Anthony (1978), por meio dessas informações é possível verificar: a capacidade de fornecimento contínuo dos serviços públicos, ou seja, se o fluxo de caixa é positivo e permite o pagamento de fornecedores; se o ente está aplicando corretamente, os recursos nos gastos que foram aprovados nas leis orçamentárias; a eficiência e equidade nas despesas públicas; e o custo dos serviços prestados à população em cada função, permitindo comparações entre as funções (saúde, educação, segurança, e as outras, definidas pela portaria n. 42/1999 do Ministério de Estado do Orçamento e Gestão). Além do já citado, com as informações financeiras pode-se avaliar a efetivação das ações de governo definidas no orçamento, criar ou melhorar políticas públicas, e facilitar a tomada de decisão e julgamento dos usuários da informação sobre a situação governamental. 2.1 Usuários da informação Os usuários mais comuns da informação governamental são os administradores e os órgãos de controle externo, devido à exigência de prestação de contas. 5 No entanto, pode-se destacar outros usuários com necessidades específicas. Os cidadãos (eleitores, contribuintes, trabalhadores, imprensa e outros) seriam o principal grupo a que se deve informar. Eles têm necessidade em saber, por exemplo, sobre a evolução das receitas e despesas públicas e as ações desenvolvidas para a população. Investidores e credores, que são aqueles que têm recursos a receber do governo (fornecedores, pessoas que compram títulos da dívida do governo, instituições financeiras e outros), também precisam da informação dos entes públicos. Esse tipo de usuário utiliza informações sobre as condições financeiras do governo como os recursos disponíveis, a capacidade de pagamento e endividamento. As autoridades legislativas e de controle são incumbidos de representar os cidadãos, fiscalizar externamente as ações de governo, elaborar leis e, para isso, acessam as informações governamentais. Entre as necessidades informacionais estão: conhecer a situação financeira para sugerir novos programas e ações, saber os projetos desenvolvidos para verificar a coerência com a Lei Orçamentária Anual, e outras. Sobre os gestores, podemos dividir em agentes políticos e operacionais. Os políticos precisam de informações financeiras para dar suporte à melhoria e criação de políticas públicas e os operacionais para decisões do cotidiano. 2.2 Sistemas O principal objetivo dos sistemas contábeis na área pública é gerar informações sobre o patrimônio público. Esse sistema é subdividido em quatro subsistemas: orçamentário, patrimonial, compensação e custos. O orçamentário registra, processa e evidencia os atos e fatos relacionados ao planejamento e à execução orçamentária. São exemplos de registros feitos nesse subsistema: aprovaçãodo orçamento, inscrição de restos a pagar, arrecadação de receita orçamentária, pagamento de despesa orçamentária. O subsistema patrimonial registra, processa e evidencia os fatos financeiros e não financeiros relacionados com as variações qualitativas e quantitativas do patrimônio público. O de compensação (ou controle) registra, processa e evidencia os atos de gestão cujos efeitos possam produzir modificações no patrimônio da entidade, como a assinatura de um contrato ou convênio, bem como aqueles com funções 6 específicas de controle, como o de disponibilidade de recursos, que recebe lançamentos quando ocorre, por exemplo, arrecadação de receita ou pagamento de despesa. Por fim, o subsistema de custos registra, processa e evidencia os custos dos bens e serviços, produzidos e ofertados à sociedade pela entidade pública, por exemplo, o custo para manter um aluno na escola, ou o custo de um doente em um hospital. Vale ressaltar que até o final do ano de 2009 existia ainda o subsistema financeiro, que foi incluído no Patrimonial a partir de 2010. É importante saber que não se pode fazer registros contábeis debitando um subsistema e creditando outro. Os lançamentos devem ser sempre debitando e creditando o mesmo subsistema. Além disso, um fato ou ato pode gerar lançamentos em um ou mais subsistemas. A arrecadação de receita, por exemplo, alimenta os subsistemas patrimonial, orçamentário e de compensação, como segue, para melhor entendimento: • Subsistema patrimonial o Débito – caixa (conta patrimonial). o Crédito – variação patrimonial aumentativa (de resultado). • Subsistema orçamentário o Débito – receita a realizar. o Crédito – receita realizada. • Subsistema de compensação o Débito – controle da disponibilidade de recursos. o Crédito – disponibilidade por destinação de recursos a realizar. O sistema utilizado pelo órgão público é parametrizado para fazer os débitos e créditos nos subsistemas. O ente registra a Lei Orçamentária Anual, a Arrecadação de Receita, o Empenho, a Liquidação, o Pagamento e os outros atos/fatos, e os débitos e créditos acontecem automaticamente. 7 Para fixação, responda as questões a seguir: 1. (CFC - 2017 - CFC - Bacharel em Ciências Contábeis - 1º Exame) Um Município brasileiro utiliza o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público – PCASP. Em 2 de janeiro de 2017, o Município efetuou o lançamento de ofício do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana – IPTU, e o registrou em sua contabilidade de acordo com o Regime de Competência. No dia de março de 2017, esse Município arrecadou R$40.000,00 relAtivos ao IPTU. Considerando-se o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público – PCASP e o caso apresentado, os lançamentos contábeis que representam a contabilização do fato ocorrido em 2.3.2017 envolverão apenas contas de natureza: a) De Controle, Financeira e Patrimonial b) Orçamentária, Patrimonial e Financeira c) Financeira, Orçamentária e de Controle d) Patrimonial, Orçamentária e de Controle 2. (CPCON - 2019 - Câmara de Pau dos Ferros - RN - Contador) A Contabilidade Pública é um dos ramos mais complexos da ciência contábil e tem por objetivo captar, registrar, acumular, resumir e interpretar os fenômenos que afetam as situações orçamentárias, financeiras e patrimoniais das entidades de direito público interno, ou seja, a União, Estados, Distrito Federal e Municípios, através de metodologia especialmente concebida para tal, que se utiliza de contas escrituradas segundo normas específicas que constituem o Sistema Contábil Público. Considerando-se o sistema contábil público e seus subsistemas, relacione as terminologias evidenciadas na primeira coluna com a sua respectiva descrição na segunda coluna. I. Subsistema de Informações Orçamentárias. II. Subsistema de Informações Patrimoniais. III. Subsistema de Compensação. IV. Sistema Contábil. ( ) É a estrutura de informações para identificação, mensuração, avaliação, registro, controle e evidenciação dos atos e dos fatos da gestão do 8 patrimônio público, com o objetivo de orientar o processo de decisão, a prestação de contas e a instrumentalização do controle social. ( ) Registra, processa e evidencia os fatos financeiros e não financeiros relacionados com as variações do patrimônio público, subsidiando a administração com informações, como: alterações nos elementos patrimoniais, resultado econômico e resultado nominal. ( ) Registra, processa e evidencia os atos e os fatos relacionados ao planejamento e à execução orçamentária, como: orçamento, programação e execução orçamentária, alterações orçamentárias e resultado orçamentário. ( ) Registra, processa e evidencia os atos de gestão cujos efeitos possam produzir modificações no patrimônio da entidade do setor público, bem como aqueles com funções específicas de controle, subsidiando a administração com informações, como: alterações potenciais nos elementos patrimoniais e acordos, garantias e responsabilidades. Marque a alternativa que apresenta a sequência correta. a) 3, 4, 2 e 1. b) 4, 2, 1 e 3. c) 4, 2, 3 e 1. d) 2, 4, 1 e 3. e) 3, 1, 2 e 4. 2.3 Fontes de informação Os orçamentos, as demonstrações contábeis e outros relatórios (RREO – Relatórios Resumidos de Execução Orçamentária, e RGF – Relatórios de gestão Fiscal) são as principais fontes de informação na área pública. São diversos relatórios que devem ser disponibilizados aos usuários, conforme o quadro a seguir. Quadro 1 – Relatórios Orçamentos Plano Plurianual (PPA) Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) Lei Orçamentaria Anual (LOA) Demonstrações contábeis Balanço Orçamentário Balanço Financeiro 9 Balanço Patrimonial Demonstração das Variações Patrimoniais Demonstração dos Fluxos de Caixa Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido Notas Explicativas RREO Balanço Orçamentário Demonstrativo da Execução das Despesas por Função/Subfunção Demonstrativo da Receita Corrente Líquida Demonstrativo das Receitas e Despesas Previdenciárias do RPPS Demonstrativo dos Resultados Primário e Nominal Demonstrativo dos Restos a Pagar por Poder e Órgão Receitas de Operações de Crédito e Despesas de Capital Projeção Atuarial do Regime Próprio de Previdência dos Servidores Receita de Alienação de Ativos e Aplicação dos Recursos Receitas e Despesas com Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Receitas e Despesas com Ações e Serviços Públicos de Saúde Demonstrativo das Parcerias Público-Privadas Demonstrativo Simplificado do RREO RGF Demonstrativo da Despesa com Pessoal do Poder Executivo Demonstrativo da Dívida Consolidada Líquida Demonstrativo das Garantias e Contragarantias de Valores Demonstrativo das Operações de Crédito Demonstrativo Simplificado do RGF do Poder Executivo Disponibilidade de Caixa e Restos a Pagar do Poder Executivo Vamos conhecer de forma mais aprofundada alguns deles, iniciando pelo Balanço Orçamentário. TEMA 3 – BALANÇO ORÇAMENTÁRIO NO SETOR PÚBLICO (BO) O Balanço Orçamentário demonstra a receita prevista e a realizada e a despesa fixada e realizada. Ele é composto por um quadro principal e mais dois quadros de restos a pagar: um evidenciando restos a pagar processados e outro, os restos a pagar não processados. 10 Quadro 2 – Balanço orçamentário: quadro principal BALANÇO ORÇAMENTÁRIO – Quadro principal Exercício: 20XX RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS Previsão Inicial Previsão Atualizada Receitas Realizadas Saldo (a) (b) (c) (d) =(c-b) Receitas Correntes (I) Receita Tributária Receita de Contribuições Receita Patrimonial Receita Agropecuária Receita Industrial Receita de Serviços Transferências Correntes Outras Receitas Correntes Receitas de Capital (II) Operações de Crédito Alienação deBens Amortizações de Empréstimos Transferências de Capital Outras Receitas de Capital SUBTOTAL DAS RECEITAS (III) = (I + II) Operações de Crédito / Refinanciamento (IV) Operações de Crédito Internas Mobiliária Contratual Operações de Crédito Externas Mobiliária Contratual SUBTOTAL COM REFINANCIAMENTO (V) = (III+IV) Déficit (VI) TOTAL (VII) = (V + VI) Saldos de Exercícios Anteriores Recursos Arrecadados em Exercícios Anteriores Superávit Financeiro Reabertura de Créditos Adicionais DESPESAS ORÇAMENTÁRIAS Dotação Dotação Despesas Despesas Despesas Saldo da Inicial Atualizada Empenhadas Liquidadas Pagas Dotação (e) (f) (g) (h) (i) (j) = (f-g) Despesas Correntes (VIII) Pessoal e Encargos Sociais Juros e Encargos da Dívida Outras Despesas Correntes Despesas de Capital (IX) Investimentos Inversões Financeiras Amortização da Dívida Reserva de Contingência (X) SUBTOTAL DAS DESPESAS (XI) = (VIII + IX + X) Amortização da Dívida/ Refinanciamento (XII) Amortização da Dívida Interna Dívida mobiliária Outras Dívidas Amortização da Dívida Externa Dívida Mobiliária Outras Dívidas SUBTOTAL COM REFINANCIAMENTO (XII) = (XI + XII) Superávit (XIII) TOTAL (XIV) = (XII + XIII) Reserva do RPPS O quadro principal é ainda dividido em uma parte que demonstra a receita e outra a despesa. 11 Na parte da receita, temos quatro colunas: previsão inicial, previsão atualizada, receitas realizadas e o saldo, conforme demonstrado a seguir. A previsão inicial é a receita que foi estimada na Lei Orçamentária Anual (LOA). A previsão atualizada mostra as alterações ocorridas no orçamento por excesso de arrecadação, por exemplo, determinado município não havia previsto na LOA a possibilidade de firmar um convênio com o Estado, e esse recurso foi aprovado. Para que ele possa utilizar, terá que fazer uma mudança na LOA e a fonte de recurso será um excesso de arrecadação. Pode ocorrer também de ser feita uma estimativa para determinado imposto e, ao acompanhar sua arrecadação, percebe-se que ela está ocorrendo a maior, assim, também é preciso atualizar a LOA, aumentando a receita prevista. Tudo isso é demonstrado nessa coluna do BO. As receitas realizadas são as que efetivamente entraram nos cofres públicas, ou seja, receita recebida. E o saldo é a diferença entre a previsão atualizada e as receitas realizadas. As receitas devem ser detalhadas por categoria economia (corrente e de capital) e origem: • Receitas correntes (I) – receita tributária; receita de contribuições; receita patrimonial; receita agropecuária; receita industrial; receita de serviços; transferências correntes; outras receitas correntes. • Receitas de capital (II) – operações de crédito; alienação de bens; amortizações de empréstimos; transferências de capital; outras receitas de capital. Já a parte que trata da despesa tem seis colunas: dotação inicial; dotação atualizada; despesa empenhadas; despesas liquidadas; despesas pagas e saldo da dotação. A dotação inicial é a despesa fixada na LOA. A dotação atualizada é a com as alterações orçamentárias, assim como explicado na receita atualizada. empenho, liquidação e pagamento são as três fases da execução da despesa orçamentária. O empenho é o momento em que se faz a reserva de parte do orçamento para determinada despesa e se compromete e pagar um fornecedor, A liquidação é quando ocorre o fato gerador da despesa, ou seja, acontece a prestação de serviço ou entrega do material e, consequentemente, gera-se uma nota fiscal para pagamento. E, por fim, o pagamento é a saída financeira. Na 12 última coluna, saldo da dotação, tem-se a diferença da dotação atualizada e a despesa empenhada. As despesas devem ser detalhadas em categoria econômica (corrente e capital) e grupo de natureza de despesa. • Despesas correntes (VIII) – pessoal e encargos sociais; juros e encargos da dívida; outras despesas correntes. • Despesas de capital (IX) – investimentos; inversões financeiras; amortização da dívida. • Reserva de contingência (X). O Restos a Pagar (RAP) é a despesa empenhada em um determinado exercício que não foi paga nesse mesmo exercício. Ele é classificado em restos a pagar não processado e restos a pagar processados. O RAP não processado é quando a despesa apenas passou pela fase de empenho naquele exercício. Já o RAP processado é quando a despesa passou pelo empenho e pela liquidação, faltando apenas o pagamento a ser realizado naquele ano. Por isso, tem-se dois quadros dentro do Balanço Orçamentário para evidenciar o RAP. O quadro de restos a pagar não processados tem seis colunas: inscritos em exercícios anteriores, inscrito em 31 de dezembro do exercício anterior, liquidados, pagos, cancelados e saldo a pagar. Quadro 3 – Execução de restos a pagar não processados EXECUÇÃO DE RESTOS A PAGAR NÃO PROCESSADOS Exercício: 20XX Inscritos Em Exercícios Em 31 de Liquidados Pagos Cancelados Saldo Anteriores Dezembro do a pagar Exercício Anterior (a) (b) (c) (d) (e) (f)=(a+b-d-e) Despesas Correntes Pessoal e Encargos Sociais Juros e Encargos da Dívida Outras Despesas Correntes Despesas de Capital Investimentos Inversões Financeiras Amortização da Dívida TOTAL Se o Balanço Orçamentário que estamos analisando é do ano de 2020, na coluna Inscrito em Exercícios Anteriores estarão os empenhos feitos em 2018 ou antes que ainda não foram liquidados e pagos. Na coluna Inscritos em 31 de 13 dezembro do exercício anterior, os empenhos feitos em 2019 e não liquidados e pagos. Daí tem as colunas que demonstram o que foi liquidado e pago em 2020, e os empenhos que foram cancelados. Cancelados são os empenhos que eram RAP, mas que foi identificado que, por algum motivo, não precisam ser pagos. Desta forma, são apenas estornados/cancelados. No Saldo a Pagar, soma-se a coluna Inscrito em Exercícios Anteriores e a Inscritos em 31 de dezembro do exercício anterior e diminui-se os valores liquidados e os cancelados. Já o quadro de restos a pagar processados tem apenas cinco colunas: inscritos em exercícios anteriores; inscrito em 31 de dezembro do exercício anterior; pagos; cancelados e saldo a pagar. A única diferença é que não há a coluna Liquidados, uma vez que restos a pagar processados são empenhos liquidados e não pagos no exercício. Com o Balanço Orçamentário, é possível se realizar várias análises para identificar se o ente público cumpriu o disposto na Lei Orçamentária Anual. Essas análises serão tratadas em outra aula. Nesse momento, é preciso entender apenas o que cada demonstração proporciona. Para fixação, na sequência, responda as questões. 1. (CESPE/MEC/UNIPAMPA/2009) O Balanço Orçamentário demonstra as receitas e as despesas previstas em confronto com as receitas e as despesas realizadas em determinado exercício. ( ) Certo. ( ) Errado. 2. (MPU/2010/Analista de Orçamento) O Balanço Orçamentário visa comparar o realizado e o orçado no exercício. ( ) Certo. ( ) Errado. TEMA 4 – BALANÇO FINANCEIRO NO SETOR PÚBLICO (BF) O Balanço Financeiro demonstra as receitas e despesas orçamentárias, osrecebimentos e pagamentos extraorçamentários, e o saldo de caixa do exercício anterior e o que será transferido para o exercício seguinte, que pode ser entendido como o saldo inicial do próximo ano. Esses saldos de caixa devem ser iguais a disponibilidades do Balanço Patrimonial. Perceba que no Balanço Orçamentário não se trata de recebimento e pagamento extraorçamentário. 14 Com essa demonstração, é possível apurar o resultado financeiro do exercício. O jeito mais prático de apurar esse resultado é verificando a diferença do saldo em espécie para o exercício seguinte e o saldo em espécie do exercício anterior, ou seja, a variação das disponibilidades de um ano para o outro. O outro modo é somando as receitas orçamentárias, as transferências financeiras recebidas e os recebimentos extraorçamentários e diminuindo as despesas orçamentárias, as transferências financeiras concedidas e os pagamentos extraorçamentários. Não se deve confundir o resultado financeiro com déficit ou superávit financeiro. Para cálculo de déficit e superávit financeiro, são descontados os empenhos que não foram pagos no exercício. A estrutura do Balanço Financeiro é composta por apenas um quadro, conforme demonstrado a seguir. Quadro 3 – Estrutura do Balanço Financeiro INGRESSOS Receita Orçamentária (I) Ordinária Vinculada Recursos Vinculados à Educação Recursos Vinculados à Saúde Recursos Vinculados à Previdência Social RPPS Recursos Vinculados à Previdência Social RGPS Recursos Vinculados à Assistência Social (…) Outras Destinações de Recursos Transferências Financeiras Recebidas (II) Transferências Recebidas para a Execução Orçamentária Transferências Recebidas Independentes de Execução Orçamentária Transferências Recebidas para Aportes de recursos para o RPPS Transferências Recebidas para Aportes de recursos para o RGPS Recebimentos Extraorçamentários (III) Inscrição de Restos a Pagar Não Processados Inscrição de Restos a Pagar Processados Depósitos Restituíveis e Valores Vinculados Outros Recebimentos Extraorçamentários Saldo do Exercício Anterior (IV) Caixa e Equivalentes de Caixa Depósitos Restituíveis e Valores Vinculados TOTAL (V) = (I + II + III + IV) DISPÊNDIOS Despesa Orçamentária (VI) Ordinária Vinculada Recursos Destinados à Educação Recursos Destinados à Saúde Recursos Destinados à Previdência Social – RPPS Recursos Destinados à Previdência Social – RGPS Recursos Destinados à Assistência Social (…) Outras Destinações de Recursos Transferências Financeiras Concedidas (VII) Transferências Concedidas para a Execução Orçamentária Transferências Concedidas Independentes de Execução Orçamentária Transferências Concedidas para Aportes de recursos para o RPPS Transferências Concedidas para Aportes de recursos para o RGPS Pagamentos Extraorçamentários (VIII) Pagamentos de Restos a Pagar Não Processados Pagamentos de Restos a Pagar Processados Depósitos Restituíveis e Valores Vinculados Outros Pagamentos Extraorçamentários Saldo para o Exercício Seguinte (IX) Caixa e Equivalentes de Caixa Depósitos Restituíveis e Valores Vinculados TOTAL (X) = (VI + VII + VIII + IX) O Balanço Financeiro, além de evidenciar o saldo financeiro do exercício, deve demonstrar as despesas realizadas. O problema é que despesa realizada não é igual a despesa paga, e sim de despesa empenhada e que já se sabe que será liquidada em breve ou a despesa que já está liquidada. 15 Assim para que fosse possível o saldo do caixa ficar correto foi definido que o efeito dos empenhos não pagos do exercício seria anulado por um registro de recebimento extraorçamentário. Por isso, na estrutura do BF em recebimentos extraorçamentários (III) há inscrição de restos a pagar não processados e inscrição de restos a pagar processados, para fazer o balanceamento. Para melhor visualização desse “ajuste” do Balanço Financeiro, analise a demonstração de modo simplificado a seguir. Quadro 4 – Balanço financeiro: modo simplificado Ingressos Dispêndios Receita Orçamentária – 20.000,00 Despesa Orçamentária – 15.000,00 Empenhadas e não liquidadas no exercício – 2.000,00 Empenhadas, liquidadas e não pagas no exercício – 3.000,00 Empenhadas, liquidadas e pagas no exercício – 10.000,00 Recebimentos Extraorçamentários Inscrição de RAP Não Processados – 2.000,00 Inscrição de RAP Processados – 3.000,00 Pagamentos Extraorçamentários Pagamentos de RAP Não Processados – 0,00 Pagamentos de RAP Processados – 0,00 Saldo do Exercício Anterior – 10.000,00 Saldo para o exercício seguinte – 20.000,00 Em destaque estão os empenhos não pagos dentro do exercício que tiveram que ser incluídos como recebimento extraorçamentário. Pode ser feito com esse exemplo o cálculo do resultado financeiro. No modo mais simplificado, ficaria assim: Saldo para o exercício seguinte – 20.000,00 (-) Saldo do Exercício Anterior – 10.000,00 = Resultado financeiro do exercício – 10.000,00 Para cálculo do jeito mais elaborado, tem-se: Receita Orçamentária – 20.000,00 (+) Transferência Financeira Recebida – 0,00 (+) Recebimento Extraorçamentários – 5.000,00 (-) Despesa Orçamentária – 15.000,00 (-) Transferências Financeiras Concedidas – 0,00 (-) Pagamentos Extraorçamentários – 0,00 = Resultado financeiro do exercício – 10.000,00 16 Para fixação, na sequência, responda as questões. 1. (CESPE/TCE-AC/2008/ACE) O Balanço Orçamentário evidenciará a receita e a despesa orçamentárias bem como os recebimentos e os pagamentos de natureza extraorçamentárias, conjugados com os saldos em espécie provenientes do exercício anterior, e os que devem ser transferidos ao próximo exercício. ( ) Certo. ( ) Errado. 2. (FEPESE - 2014 - MPE-SC - Analista de Contas Públicas - Contabilidade) Quanto às demonstrações contábeis públicas, de acordo com a Lei 4.320 de 1964 e alterações posteriores, é correto afirmar: a) O Balanço Financeiro demonstrará as receitas e despesas previstas em confronto com as empenhadas. b) O Balanço Financeiro demonstrará o Ativo Financeiro, o Ativo Permanente, o Passivo Financeiro, o Passivo Permanente e as contas de compensação. c) O Balanço Patrimonial evidenciará as alterações verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução orçamentária e indicará o resultado patrimonial do exercício. d) O Balanço Financeiro demonstrará a receita e a despesa orçamentárias bem como os recebimentos e os pagamentos de natureza extraorçamentária, conjugados com os saldos em espécie provenientes do exercício anterior e os que se transferem para o exercício seguinte. e) O Balanço Orçamentário demonstrará a receita e a despesa orçamentárias bem como os recebimentos e os pagamentos de natureza extraorçamentária, conjugados com os saldos em espécie provenientes do exercício anterior, e os que se transferem para o exercício seguinte. Os Restos a Pagar do exercício serão computados na receita extraorçamentária para compensar sua inclusão na despesa orçamentária. 17 3. (TCU/2008/ACE) O Balanço Financeiro da União, integrante do relatório resumido da execução orçamentária de 31 de dezembro de 2007, apresentava, antes de seu fechamento, os seguintes saldos (em R$ bilhões): - Ingressos orçamentários - 1.252 - Ingressos extraorçamentários - 452 - Dispêndios orçamentários - 1.224 - Dispêndios extraorçamentários - 423 Com base nesses dados, é correto concluir que o saldo das disponibilidades para o exercício seguinte estará acrescido de R$ 28 bilhões em relação ao saldo transferido do exercício anterior. ( ) Certo. ( ) Errado. TEMA 5 – BALANÇO PATRIMONIAL NO SETOR PÚBLICO (BP) O Balanço Patrimonial da área pública é composto por quatro quadros, o que o diferencia do Balanço Patrimonial da área privada, que estamos mais habituados e tem apenas uma dessas partes. Esses quadrossão: • Principal; • Ativos e Passivos financeiros e permanentes; • Contas de compensação (controle); • Superávit/déficit financeiro. O quadro principal, e as regras para sua elaboração, são iguais ao Balanço Patrimonial da área privada. Tem-se Ativo (circulante e não circulante), Passivo (circulante e não circulante) e patrimônio líquido, conforme exemplo a seguir. Quadro 5 – Balanço patrimonial BALANÇO PATRIMONIAL Exercício: 20XX ATIVO Nota Exerc. Atual Exerc. Anterior Ativo Circulante Caixa e Equivalentes de Caixa Créditos a Curto Prazo Investimentos e Aplicações Temporárias a Curto Prazo Estoques Ativo Não Circulante Mantido para Venda VPD Pagas Antecipadamente Total do Ativo Circulante Ativo Não Circulante 18 Realizável a Longo Prazo Investimentos Imobilizado Intangível Total do Ativo Não Circulante TOTAL DO ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO Passivo Circulante Obrigações Trab., Prev. e Assistenciais a Pagar a Curto Prazo Empréstimos e Financiamentos a Curto Prazo Fornecedores e Contas a Pagar a Curto Prazo Obrigações Fiscais a Curto Prazo Obrigações de Repartições a Outros Entes Provisões a Curto Prazo Demais Obrigações a Curto Prazo Total do Passivo Circulante Passivo Não Circulante Obrigações Trab., Prev. e Assistenciais a Pagar a Longo Prazo Empréstimos e Financiamentos a Longo Prazo Fornecedores e Contas a Pagar a Longo Prazo Obrigações Fiscais a Longo Prazo Provisões a Longo Prazo Demais Obrigações a Longo Prazo Resultado Diferido Total do Passivo Não Circulante Patrimônio Líquido Patrimônio Social e Capital Social Adiantamento Para Futuro Aumento de Capital Reservas de Capital Ajustes de Avaliação Patrimonial Reservas de Lucros Demais Reservas Resultados Acumulados (-) Ações / Cotas em Tesouraria Total do Patrimônio Líquido TOTAL DO PASSIVO E DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO O segundo quadro evidencia Ativo Financeiro, Passivo Financeiro, Ativo Permanente e Passivo Permanente. É uma parte muito simples da demonstração, como percebe-se na sequência. Quadro 6 – Quadro dos Ativos e Passivos financeiros e permanentes QUADRO DOS ATIVOS E PASSIVOS FINANCEIROS E PERMANENTES Exercício: 20XX Exercício Atual Exercício Anterior Ativo (I) Ativo Financeiro Ativo Permanente Total do Ativo Passivo (II) Passivo Financeiro Passivo Permanente Total do Passivo Saldo Patrimonial (III) = (I – II) 19 A Lei n. 4320/1964, em seu art. 105, define esses elementos da seguinte forma: • O Ativo Financeiro compreenderá os créditos e valores realizáveis independentemente de autorização orçamentária e os valores numerários. • O Ativo Permanente compreenderá os bens, créditos e valores, cuja mobilização ou alienação dependa de autorização legislativa. • O Passivo Financeiro compreenderá as dívidas fundadas e outro pagamento que independa de autorização orçamentária. • O Passivo Permanente compreenderá as dívidas fundadas e outras que dependam de autorização legislativa para amortização ou resgate. No entanto, esses conceitos são difíceis de compreender. Pode-se considerar o Ativo Financeiro como as disponibilidades do Balanço Patrimonial. O Ativo Permanente como todo o restante do valor que está no Ativo. O Passivo Financeiro, como as dívidas de curto prazo, e o Passivo Permanente, como as dívidas de longo prazo. O Quadro das Contas de Compensação (controle) evidencia atos potenciais Ativos e Passivos que possam vir a afetar o patrimônio do ente. Um exemplo é o registro de um contrato, que ainda não foi empenhado nem liquidado, mas consta nessa parte da demonstração, porque pode afetar futuramente o patrimônio. Também é um quadro bem simplificado. Quadro 7 – Quadro das Contas de Compensação QUADRO DAS CONTAS DE COMPENSAÇÃO Exercício: 20XX Exercício Atual Exercício Anterior Atos Potenciais Ativos Garantias e Contragarantias recebidas Direitos Conveniados e outros instrumentos congêneres Direitos Contratuais Outros atos potenciais Ativos Total dos Atos Potenciais Ativos Atos Potenciais Passivos Garantias e Contragarantias concedidas Obrigações conveniadas e outros instrumentos congêneres Obrigações contratuais Outros atos potenciais Passivos Total dos Atos Potenciais Passivos O último quadro demonstra o superávit/déficit financeiro apurado no final do exercício. O superávit e déficit é o resultado do valor que consta financeiramente menos a valor empenhado, pois o empenho é um 20 comprometimento com o fornecedor e devemos deixar recurso reservado para cumprir essa obrigação. A seguir está um exemplo simplificado para melhor compreensão. Saldo financeiro na fonte livre em 2019 – 200.000,00 Receita arrecadada na fonte livre em 2020 – 500.000,00 Empenho, liquidação e pagamentos feitos na fonte livre em 2020 – 550.000,00 Saldo financeiro na fonte livre em 2020 – 150.000,00 (200.000,00 + 500.000,00 (-) 550.000) Empenhos feitos em 2020 na fonte livre e que não foram liquidados e pagos – 80.000,00 Superávit Financeiro – 70.000,00 (200.000,00 + 500.000,00 (-) 550.000,00 (-) 80.000,00) O superávit/déficit financeiro é, ainda, detalhado por fonte de recurso, conforme exemplo simplificado a seguir. Quadro 8 – Demonstrativo do Superávit/Déficit Financeiro DEMONSTRATIVO DO SUPERÁVIT/DÉFICIT FINANCEIRO FONTES DE RECURSO Exercício Atual Exercício Anterior 0 - Recursos Ordinários (Livres) 4.913.980,00 4.586.489,14 102 - Fundeb 40% 20.808,86 51.432,11 303 - Saúde - Receitas Vinculadas (E.C. 29/00 - 15%) 1.852.427,24 788.727,37 Para fixação das três demonstrações estudadas nessa aula, responda à questão. 1. (IBADE - 2019 - IF-RO - Tecnólogo em Gestão Pública) Analise as afirmativas a seguir. i. O Balanço Orçamentário demonstrará as receitas e despesas previstas em confronto com as realizadas. ii. O Balanço Financeiro demonstrará a receita e a despesa orçamentárias bem como os recebimentos e os pagamentos de natureza extraorçamentária. iii. O Balanço Patrimonial demonstrará, entre outros, o Ativo Financeiro; o Ativo Permanente; o Passivo Financeiro, o Passivo Permanente. Está correto o que se afirma em: a) I e III, somente. 21 b) I, II e III. c) I e II, somente. d) II e III, somente. e) I, somente. 22 REFERÊNCIAS ANTHONY, R. N. Financial accounting in nonbusiness organizaniztions: an exploratory study of conceptual issues. Stamford: Financial Accounting Standards Board (FASB), 1978. BRASIL. Lei n. 4320, de 17 de março 1964. Disponível em: . Acesso em: 19 jul. 2021. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. DF: Senado Federal, 1988. BRASIL. Lei Complementar n. 101, de 04 de maio de 2000. Disponível em: . Acesso em: 19 jul. 2021. MANUAL de Contabilidade Aplicada ao Setor Público. 7. ed. 2017. 23 GABARITO Tema 1 1. A. 2. D. Tema 2 1. D. 2. D. Tema 3 1. Certo. 2. Certo. Tema 4 1. Errado. 2. D. 3. Errado (57 bi). Tema 5 1. B.