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CASO CLÍNICO N° 9 - PLANEJAMENTO CIRÚRGICO
Apresentação do caso:
“Paciente M.S.P., do gênero feminino, leucoderma, 59 anos, compareceu a clínica de
odontologia tendo como queixa principal – “Tenho um caroço no céu da boca”. Na anamnese, a
paciente relatou que a lesão sempre esteve presente em seu seu palato, sem sintomatologia
dolorosa. Ao exame clínico, verificou-se um aumento de volume ósseo localizado na linha
média do palato duro, de comprimento ântero-posterior de aproximadamente 35mm, recoberto
por mucosa bucal normal. Paciente edêntula, quer colocar uma prótese total.
Exame físico sem sintomatologia e diz que não tem problema algum.
Hipótese diagnóstica:
Com base na descrição clínica e nas características da lesão apresentada pela paciente M.S.P.,
o diagnóstico mais provável para o aumento de volume ósseo localizado no palato duro é a
exostose ou também conhecida como Tórus Palatino.
O tórus palatino se caracteriza por um desenvolvimento ósseo não patológico, localizado e
circunscrito, situado ao longo da linha média, na superfície cortical óssea do palato duro.
Possui etiologia relacionada a fatores genéticos e ambientais, sendo a exostose mais comum
em cavidade oral (GARCÍA-GARCÍA et al., 2010; MORRISON; TAMIMI, 2013). O tratamento
cirúrgico só é necessário em casos específicos quando o tórus interfere nas funções do
sistema estomatognático ou na instalação de prótese total no palato (LIMONGELLI et al., 2018).
A ausência de sintomatologia e o fato de a lesão ter sempre estado presente corroboram essa
hipótese.
Exames complementares:
Com o objetivo de complementar o diagnóstico clínico das exostoses, é indicada a realização
de tomografia computadorizada dos maxilares do tipo Cone-Beam.
Após análise das imagens, observa-se o volume, contorno e densidade e se os mesmos
assemelham-se ao tecido cortical ósseo compatíveis com a hipótese diagnóstica de Torus
palatino.
Além disso, avalia-se a necessidade de tratamento multidisciplinar, e se é necessário avaliação
fonoaudiológica e se existem alterações no sistema estomatognático associadas às exostoses,
envolvendo aspectos da fala, miofunção e deglutição.
Complicações cirúrgicas:
As maiores complicações da remoção do tórus palatino envolvem a formação de
hematoma no pós-operatório, fratura ou perfuração do assoalho da cavidade nasal, deiscência
e necrose do retalho. Cuidados locais, incluindo irrigação vigorosa com soro fisiológico, boa
higiene e suporte com condicionadores de tecido em uma férula ou prótese, geralmente
promovem tratamento e prognóstico favoráveis (HUPP et al., 2021).
Adendo:
Esses crescimentos, geralmente, não geram complicações, sendo desaconselhada a remoção.
Entretanto, a remoção do tórus é indicada quando existem prejuízos de fonação, mastigação,
deglutição, lesões por trauma recorrente e dificuldades para adaptação de próteses (SINGH et
al., 2017; AROUCHE; AROUCHE, 2020). Dessa maneira, apenas uma avaliação completa e
criteriosa irá indicar a necessidade de remoção do torus palatino ou não. Neste caso da
paciente em referência, a remoção se faz necessária, caso a paciente opte por uma Prótese
Parcial Removível (PPR) para a correta adaptação da mesma. Geralmente quem realiza o
procedimento cirúrgico para a remoção do tórus é um cirurgião bucomaxilofacial.
Objetivo
O objetivo do presente caso clínico é relatar o planejamento da remoção cirúrgica de um tórus
palatino bem como o manejo da complicação pós-cirúrgica para melhorar as funções do
sistema estomatognático.
Avaliação Inicial:
Anamnese: Confirmar a ausência de sintomas e a história da lesão.
Exame Clínico: Avaliar o tamanho, localização e características do torus.
Anamnese paciente
Nome:M.S.P.
Idade: 59 anos
Queixa principal: Remoção torus palatino com objetivo protético
Faz uso de algum medicamento?: Não informado
Doença sistêmica ou condição: Relata “não ter problema algum” .
P.A (pressão arterial).:
Tax (temperatura corporal):
F.C.: (frequência cardíaca):
Dextro:
Peso (cálculo anestésico):
Preparação Pré-operatória
Consentimento Informado: Explicar o procedimento, riscos e benefícios para a paciente.
Exames Complementares: Avaliar Tomografia Cone Bean.
PLANEJAMENTO CIRÚRGICO
Diagnóstico: Torus palatino
Anamnese: Sem sintomatologia, relata não ter problemas de saúde
Exames Solicitados: Tomografia Cone Bean região do palato duro (cortes: axial, sagital e coronal)
Preparação da sala:
Áreas visivelmente sujas: Lavar com água, detergente e desinfetar com álcool 70%
Áreas não sujas: Aplicação de álcool 70% ou composto quaternário de amônia ou glicoproteína ou
hipoclorito de sódio a 1% (não deve ser utilizado em superfícies metálicas).
A desinfecção deve ser realizada pelo profissional paramentado, e as mãos devem estar protegidas
com luvas de polinitrila (luva de limpeza doméstica), começando das superfícies menos
contaminadas para as mais contaminadas.
Recepção do paciente:
Tomada e confirmação das informações citadas na anamnese.
Paramentação equipe e sala:
Máscara, óculos, gorro, lavagem das mãos com Rioex, secagem das mãos com toalha
estéril, avental cirúrgico, luvas cirúrgica, colocar protetores equipo, sugador cirúrgico, alta
rotação e peça reta.
Montagem da mesa cirúrgica:
Seguindo a ordem da esquerda para direita na montagem da mesa
Campo estéril, cuba inox clorexidina 2%, cuba inox clorexidina 0,12%, Anestésicos dentro da
cuba clorexidina 2%, Cuba com soro fisiológico 0,9%, Carpule, bisturi, lâmina n° 15, Descolador
de molt 2-4, Brocas de alta rotação tronco-cônica 702, seringa de irrigação, ponta da seringa de
irrigação, Brocas Max e minicut, Fio de seda 3-0, tesoura, gaze, alta rotação, motor e peça reta.
Paramentação paciente:
Óculos, campo cirúrgico, prender sugador no paciente com pinça Backhaus ou similar.
Antissepsia:
Extra Bucal clorexidina 2%
Intrabucal clorexidina 0,12%
Anestesia:
mepivacaína 2% (20 mg/ml) + epinefrina 1:100.000 (10,0 μg/mL). Observar o Max tubetes (não foi
calculado anteriormente pois não havia a informação de peso necessária do paciente)
Bloqueio dos nervos: nervo palatino maior, bilateralmente, nervo nasopalatino, e infiltrações locais
para maior hemostasia tecidual.
Diérese:
Incisão em duplo “Y” ao longo do corpo da lesão com lâmina 15, preservar estruturas nobres
adjacentes, Descolador de molt 2-4 fazer descolamento mucoperiostal em toda extensão da lesão.
Osteotomia e osteoplastia:
Confeccionar canaletas de orientação com brocas tronco-cônica 702 em alta rotação, com irrigação
abundante de soro fisiológico 0,9%, Atentar-se às medidas oferecidas pela TC, utilizá-las como guia
evitando perfuração do palato e comunicação.
Remoção seletiva com Max e minicut em peça reta com irrigação abundante de soro fisiológico 9%.
Aspecto da remoção da lesão após remoção: Palato liso, forma regular, sadio
Sutura:
Fio de seda 3-0, ponto contínuo festonado.
Orientação pós cirúrgica: (instruir verbalmente e entregar folha de recomendação, vide anexo)
01) Evitar: exposição ao sol, alimentos quentes e duros e esforços físicos, pelo menos até o
retorno para remoção dos pontos.
02) Dieta (alimentação) líquida ou pastosa e fria por, no mínimo, 48h (leite, suco, etc.).
03) Descansar e dormir com a cabeça mais elevada (ficar sentado(a) ao descansar e colocar
travesseiros sob a cabeça na hora de dormir), evitando abaixar.
04) Escovação normal dos dentes e língua, evitando as áreas da cirurgia.
05) Caso haja febre alta, edema e dificuldade de abrir a boca por mais de três dias, dor persistente
ou sangramento exagerado, entre imediatamente em contato.
09) Seguir rigorosamente os horários das medicações prescritas.
Informar novamente a paciente sobre a possibilidade de recidiva, embora seja rara.
Universidade nove de julho
Faculdade de odontologia
______________________________________
Orientação pós cirúrgica
01) Evitar: exposição ao sol, alimentos quentes e duros e esforços físicos, pelo menos até o
retorno para remoção dos pontos.
02) Dieta (alimentação) líquida ou pastosae fria por, no mínimo, 48h (leite, suco, etc.).
03) Descansar e dormir com a cabeça mais elevada (ficar sentado(a) ao descansar e colocar
travesseiros sob a cabeça na hora de dormir), evitando abaixar.
04) Escovação normal dos dentes e língua, evitando as áreas da cirurgia.
05) Caso haja febre alta, edema e dificuldade de abrir a boca por mais de três dias, dor persistente
ou sangramento exagerado, entre imediatamente em contato.
09) Seguir rigorosamente os horários das medicações prescritas.
Prescrição medicamentosa: (instruir verbalmente e entregar receituário, vide anexo)
Receita de controle especial ( tipo C branca) - 2 vias:
Amoxicilina 500mg - 8/8h por 5 dias
Receituário comum - uma via
Nimesulida 100mg 12/12h por 3 dias
Dipirona sodica 500mg 6/6h por 3 dias se houver dor.
Universidade nove de julho
Faculdade de odontologia
______________________________________
Receituário
Nome:M.S.P.
Idade: 59 anos
Uso interno - via oral
1. Nimesulida 100mg__________6 cp
Tomar 1 (um) comprimido a cada 12
(doze) horas por 3 (três) dias.
2. Dipirona sodica 500mg_____12 cp
Tomar 1 (um) comprimido a cada 6
(seis) horas por 3 (três) dias
se houver dor.
Universidade nove de julho
Faculdade de odontologia
______________________________________
C.D responsável:__________________________
CRO: __________UF:__________ n°___________
Endereço:_________________________________
Telefone _________________________________
Cidade:___________________________________
UF:__________
1° via farmácia
2° via paciente
Receituário de controle especial
Paciente:_____________________________________
Endereço ____________________________________
Uso interno - via oral
3. Amoxicilina 500 mg__________15 cp
Tomar 1 (um) comprimido a cada 8
(oito) horas por 5 (cinco) dias.
Identificação do comprador
Nome:________________________________
Ident.:_________________ Emissor:______
End:__________________________________
CIdade:____________________ UF:______
Telefone:____________________________
Inf. do fornecedor
Data ____/_____/_____
________________________
Ass. farmacêutico
Retorno:
Retornar em 7 dias.
Manejo Leucodermia
O paciente não é só uma cirurgia, precisamos olha-lo como um todo
Se na anamnese for confirmada a leucodermia sem diagnóstico, realizar biópsia e solicitar
avaliação anatomopatológica. Aguardar retorno e se necessário encaminhar a paciente para
especialidade equivalente.
Obs: Durante as pesquisas não foram encontradas informações sobre a relação da
leucodermia com o tórus maxilar. Mas não devemos ignorar que a leucodermia pode ser
sintoma de outras condições patológicas.
GRUPO 6
● Caio hatano da Costa - 421203679
● Gustavo Queiroz Mota - 421106495
● Jonatas Silva Gomes - 419118098
● Laura Aparecida da Silva - 422104972
●Mayara da Costa Andrade - 421203336
● Renato Bonuccelli - 422102170
● Stephanie Dias dos Anjos Teixeira - 422105029
● Andréya de Lima Alves - 422104327
● Nicoly Carolyne Santos da Cunha - 421203513
● João Manoel da Mata dos Santos - 422101497
● Victor Nogueira Zaniete - 421204724
● Arthur Beserra da Silva - 422102504
● Rafaella Rayane Melo Rodrigues - 418104494

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