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Cirurgia-bucodental

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Prévia do material em texto

PÁGINA 1
AUTORES 
DAVI FELIPE NEVES COSTA
BIANE MARIA DE MELO COSTA
LUCAS ALEXANDRE DE MORAIS SANTOS
BRENDA FABRIZIA BURITE DANTAS FREITAS
ARIELLY DE SOUSA LEITÃO
RAFAEL GUEDES DE PAIVA
NATHALIA FARIAS DANTAS DE FIGUEIREDO
THAUANY VASCONCELOS SOARES DA SILVA
SÍLVIA SOARES LEMOS
JOSÉ JHENIKÁRTERY MAIA DE OLIVEIRA
LAIS GUIMARÃES PINTO
TARCIANE CARLA GOMES PEIXOTO
PRODUÇÃO EDITORIAL
NÚCLEO DE PUBLICAÇÕES INSTITUCIONAIS (NPI)
COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO
FILIPE CARVALHO DE ALMEIDA
DIAGRAMAÇÃO
RAIFF PIMENTEL FÉLIX ALMEIDA
COMO MELHOR UTILIZAR ESTE LIVRO:
Este e-book foi desenvolvido com intenção de facilitar o acesso à 
informação. Baixe o arquivo e visualize-o na tela do seu computador 
ou celular sempre que necessitar. Utilize as setas, as teclas Page Up 
e Page Down do teclado ou o Scroll do mouse para navegar pelo livro. 
Não desperdice papel, imprima somente se necessário.
Cirurgia bucodental | Coleção: Manuais Aplicativos em Clínica 
Odontológica | Organizado por Davi Felipe Neves Costa, Lucas 
Alexandre de Morais Santos, Marcos Aurélio Vasconcelos Lima Júnior 
| Unipê: João Pessoa, 2020 | 121 páginas | ISBN: 978-65-86735-10-9
 A Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial é uma especialidade odontológica que atende a pacientes que apresentem distúrbios na 
região bucal e facial. Seu campo de atuação envolve cirurgias bucodentais, traumas faciais, tratamento de cistos e tumores gnáticos, correção 
cirúrgica de deformidades dentofaciais, e tratamentos de patologias da Articulação temporomandibular.
 O ensino dessa especialidade na graduação tem como principal objetivo apresentar os princípios fundamentais dos procedimentos 
básicos da cirurgia bucodental, como por exemplo, exodontias de dentes erupcionados e restos radiculares. Para realização dessas cirurgias, o 
estudante deve desenvolver diversas competências, entre elas: realizar um correto pré-operatório, conhecer os princípios básicos de cirurgia 
e exodontia, escolher a terapêutica medicamentosa mais adequada e conhecer suas principais interações e reconhecer e tratar as possíveis 
complicações como alveolite e infecções odontogênicas.
 Infelizmente vivemos em um país onde a oferta de serviços odontológicos de excelência ainda é precária e muitos paciente só procura o 
atendimento quando não é mais possível a recuperação e manutenção do elemento dentário. Portanto, é papel do cirurgião-dentista generalista 
está apto a realizar exodontias de forma eficaz, ágil e segura.
 Esta obra faz parte da série de Manuais Aplicativos em Clínica Odontológica, desenvolvido pelo Curso de Graduação em Odontologia do 
Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ. O aluno irá encontrar uma descrição abrangente dos procedimentos básicos de cirurgia oral e 
servirá para nortear as práticas na clínica de cirurgia, consolidando as técnicas eleitas pela equipe docente.
Prof. Davi Felipe N. Costa
Professor do curso de Odontologia do Unipê
Mestre em Ciências Odontológicas
Especialista em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial
PREFACIO
PÁGINA 5
PRINCÍPIOS DE 
CIRURGIA BUCAL 
AVALIAÇÃO 
PRÉ-OPERATÓRIA
PRINCÍPIOS 
DE EXODONTIA
EXAMES 
HEMATOLÓGICOS
CIRURGIA DE 
DENTES INCLUSOS
TERAPÊUTICA 
MEDICAMENTOSA
EM CIRURGIAS 
BUCO DENTAIS
ANTISSEPSIA CIRÚRGICA
 E PARAMENTAÇÃO
INFECÇÕES 
ODONTOGÊNICAS 
PREVENÇÃO DE 
OSTEONECROSE
DOS MAXILARES
ACIDENTES E 
COMPLICAÇÕES 
BUCODENTAIS
37
06
55
21
67
10727
81
115
96
PÁGINA 6
AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA 
DAVI FELIPE NEVES COSTA | BIANE MARIA DE MELO COSTA
CAPÍTULO 1
 A avaliação pré-operatória é uma etapa do procedimento cirúrgico tão importante quanto a própria cirurgia. Muitos 
cirurgiões-dentistas não valorizam a consulta odontológica inicial, preocupando-se quase que exclusivamente, com avaliação 
da cavidade oral. A avaliação inicial vai ajudar a descobrir a presença ou o histórico de problemas médicos que possam interferir 
na segurança do tratamento. Em algumas situações são necessárias modificações específicas na abordagem cirúrgica para 
diminuir o risco de ocorrer complicações.
Anamnese é uma entrevista realizada com o paciente que visa coletar informações, que ajudem na determinação de 
hipóteses diagnósticas, planejamento e execução do tratamento (Figura 1). É recomendado realizar um questionário objetivo, 
com respostas simples. 
ETAPAS PRÉ-CIRÚRGICAS
ANAMNESE EXAME FÍSICO EXAMES COMPLEMENTARES
ANAMNESE
PÁGINA 7
PÁGINA 7
Esse questionário deve conter a queixa principal do paciente com o máximo de informações sobre história e evolução 
do problema (história da doença atual), estas informações devem auxiliar o cirurgião-dentista na definição das prioridades 
do plano de tratamento (Figura 2). O paciente deve, ainda, discorrer sobre seu estado de saúde, (história médica) incluindo 
doenças e tratamentos clínicos e cirúrgicos atuais ou anteriormente realizados, medicamentos em uso, alergias, vícios entre 
outros.
 É cada vez mais comum a procura por tratamento odontológico de pacientes com doenças sistêmicas, portanto, o 
cirurgião-dentista deve estar preparado para lidar com as principais doenças que acometem a população. As enfermidades 
sistêmicas mais frequentemente identificadas na primeira consulta são hipertensão arterial, diabetes mellitus, disfunção 
renal, doenças pulmonares, alergias e epilepsia.
Figura 1- A anamnese deve ser feita nas consultas inicias de qualquer paciente e não pode ser negligenciada. 
Através dela são colhidas informações importantes para o início do tratamento.
Fonte: Acervo pessoal
PÁGINA 8
Figura 2 – Modelo da ficha de anamnese usada na Clínica de Odontologia do curso de graduação do Unipê. 
 
Fonte: Acervo pessoal
PÁGINA 9
EXAME FÍSICO
As hipóteses de diagnóstico são obtidas por meio de uma completa anamnese e exame físico. Também chamado de exame 
objetivo, o exame físico revela a condição clínica atualizada do paciente e a sua realização explora os sentidos naturais do 
profissional, que os usam a procura de sinais presentes. As manobras clássicas são: inspeção (Figura 3), palpação (Figura 4), 
percussão (Figura 5) e auscultação. 
Figura 3 - A, Deve-se identificar quaisquer alterações da normalidade na cavidade bucal, e estas devem ser descritas no prontuário. B, Observa-se: lábios, 
gengiva, fundo de sulco, rebordo alveolar, mucosa jugal, língua, assoalho bucal, palato e porção visível da faringe. 
 
Fonte: Acervo pessoal (2018) 
 
A B
PÁGINA 10
Figura 4 - O exame fisico deve envolver todas as estruturas da face e pescoço. Através dela obtém-se informações quanto a consistência, textura, mobilidade 
e temperatura, por exemplo. A e B, Palpação dos linfonodos. C, Palpação das ATMs. D, Palpação extra oral. 
Fonte: Acervo pessoal 
A
C
B
D
PÁGINA 11
Figura 5 – A e B, Com o cabo do espelho dental realiza-se percussão contra a coroa de um dente, com o objetivo de identificar algum comprometimento 
endodôntico ou periodontal.
Fonte: Acervo pessoal 
SINAIS VITAIS
 Existem 4 (quatro) sinais básicos a serem verificados antes de qualquer manobra odontológica, são eles: pressão arterial, 
pulso (frequência cardíaca), temperatura e respiração. Muitas vezes eles são negligenciados pelo profissional, levando em 
conta o tempo que se gasta para a verificá-los. Porém, através deles, mostramos ao paciente que as mínimas precauções estão 
sendo tomadas para sua segurança criando uma relação de confiança do mesmo com o profissional.
PRESSÃO ARTERIAL: 
A pressão exercida pelo sangue contra as paredes das artérias é mensurada e utilizada como indicadora de saúde. Essa 
pressão é determinada pela quantidade de sangue bombeado pelo coração (pressão arterial sistólica ou máxima) e pela 
A B
PÁGINA 12
resistência ao fluxo sanguíneo (pressão diastólica ou mínima). Deve-se levar em conta que muitos procedimentos realizados 
na odontologia são estressantes para o paciente e isso pode levar há um aumento da pressão arterial. É de fundamental 
importância saber se o pacienteé ou não hipertenso, por isso a pressão arterial deve ser verificada antes de qualquer 
procedimento independente de ser hipertenso ou não (Figura 6). 
Figura 6 - A aferição da pressão arterial é importante para que o paciente seja tratado com segurança, sem risco de complicações locais e/ou sistêmicas
 
Fonte: Acervo pessoal
PÁGINA 13
O uso de anestésicos locais com adrenalina não é contraindicado em pacientes hipertensos controlados no entanto, 
deve ser usado com cautela, não deve exceder 0,04mg (cerca de dois tubetes odontológicos numa concentração 1:100.000) 
por consulta. Os anestésicos que possuam como vasoconstritores a norepinefrina e a levonordefrina devem ser evitados em 
pacientes hipertensos, pois tendem a causar aumento brusco da pressão arterial. Diante de um quadro de contraindicação do 
uso de vasoconstrictores adrenérgicos, devemos optar pelo uso de soluções anestésicas com felipressina ou mepivacaína 3% 
sem vasoconstritor.
IMPORTANTE!
Pacientes com hipertensão controlada situada nos limites de até 160/100 mmHg, podem ser submetidos a cirurgia de caráter eletivo, no entanto 
algumas alterações no plano de tratamento devem ser realizadas: Sessões curtas preferencialmente no período da manhã (entre as 10-12 h); usar 
com cautela anestésicos que contenham adrenalina; considerar o uso de um protocolo de controle de ansiedade.
Tabela 1 – Pressão Arterial
Classe Pressão sistólica (mmHg) Pressão diastólica (mmHg)
Normal < 120 < 80
Pre-hipertensão 120 a 139 80 a 89
Hipertensão arterial, estágio I 140 a 159 90 a 99
Hipertensão arterial, estágio II 160 a 179 100 a 109
Urgência hipertensiva > 180 > 110
Fonte: MILORO et al. (2016) 
PÁGINA 14
FREQUÊNCIA CARDÍACA: 
O pulso arterial é uma onda de distensão de uma artéria, dependente da ejeção do ventrículo cardíaco. A frequência 
cardíaca (FC), portanto, pode ser avaliada por meio da palpação de alguma artéria, geralmente a radial ou carótida (Figura 7). 
Os valores normais em razão da idade são vistos na Tabela 2. A frequência cardíaca abaixo do normal é denominada bradicardia, 
já um número aumentado de batimentos cardíaco é chamado de taquicardia, o termo arritmia é usado quando há ritmo cardíaco 
irregular.
Figura 7 – A) Com o dedo indicador e médio da mão direita palpa-se a artéria radial do pulso. Conta-se durante 1 minuto para determinar o número de 
batimentos por minuto (bpm). B) verifica-se também através do oxímetro que verifica a saturação de oxigênio e a FC.
Fonte: Acervo pessoal (2018)
A B
PÁGINA 15
Tabela 2 - Frequência cardíaca em repouso de acordo com a idade. 
Fonte: ANDRADE (2014)
FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA: 
 
Para aferir a frequência respiratória, o paciente não deverá ser avisado, pois pode influenciá-lo a alterar a 
respiração para mais lenta ou mais rápida. Assim, contamos o número de incursões respiratórias durante 1 minuto 
(Figura 8). Na Tabela 3, podemos observar os valores normais, em repouso, da frequência respiratória de acordo 
com a faixa etária. Caso a frequência respiratória seja menor do que o indicado na tabela teremos um quadro de 
bradipneia, já se for maior teremos um quadro de taquipneia. O termo dispneia é usado quando se tem dificuldade 
para respirar.
PÁGINA 16
Figura 8 – A frequência respiratória pode ser verificada observando a movimentação do tórax do paciente ou apoiando uma das mãos sobre o ombro do 
paciente durante uma conversa e contar de forma que ele não perceba. 
Fonte: Acervo pessoal
Tabela 3 - Frequência respiratória, em repouso, de acordo com a idade.
Fonte: ANDRADE (2014)
PÁGINA 17
TEMPERATURA: 
Diante de uma suspeita de doença sistêmica ou resposta sistêmica secundária à infecção dentária, deve-se 
verificar a temperatura do paciente. A temperatura normal é de 37°C, porém há uma variação de pessoa para pessoa. 
A maneira mais conveniente de saber a temperatura é usando um termômetro na axila ou na boca.
CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO DE SAÚDE
A classificação do estado de saúde é obtida por meio da avaliação médica, geralmente o sistema classificatório 
utilizado é da American Society of Anesthesiologists (ASA), esse sistema classifica desde o paciente saudável (ASA 
I) até o paciente com morte cerebral (ASA VI). Diante de uma situação onde não é possível determinar a significância 
clínica de uma ou mais anormalidades sistêmicas, devemos entrar em contato com o médico do paciente para troca 
de informações. No entanto, a decisão final de iniciar um tratamento odontológico ou adiar é de responsabilidade 
exclusiva do cirurgião-dentista, 
ASA I: Paciente sadio, 
De acordo com seu histórico médico não possui anormalidade, sendo assim capaz de tolerar o estresse causado pelo 
procedimento odontológico, com risco mínimo de complicações;
ASA II: Paciente com doença sistêmica leve ou moderada, sem limitação funcional, 
Exemplo: ansiedade, fumantes, hipertensão arterial controlada com medicação, diabetes tipo II controlada com dieta 
e/ou medicação, asma controlado pelo uso de bronco dilatador em aerossol e os primeiros dois trimestres da gestação. 
Nesses pacientes podem ser necessários modificações no plano de tratamento, de acordo com cada particularidade, 
como troca de informações com o médico responsável pelo paciente, diminuir o tempo de duração das consultas, ter 
cuidado com o posicionamento da cadeira odontológica, aplicar um menor volume de solução anestésica e usar um 
protocolo de sedação mínima;
PÁGINA 18
ASA III: Paciente com doença sistêmica severa, com limitação funcional. 
Nesse caso, é importante e necessária a troca de informações com o médico, pois geralmente há modificações no 
plano de tratamento. Pacientes ASA III possuem risco aumentado de complicações, porém o tratamento odontológico 
eletivo não é contraindicado totalmente. São exemplos: obesidade mórbida, último trimestre da gestação, diabético 
tipo I (que faz uso de insulina) e que tenha a doença controlada, hipertensão arterial na faixa de 160-194 a 95-99 
mmHg, insuficiência cardíaca congestiva, com inchaço dos tornozelos, história de infarto do miocárdio ocorrido há 
mais de 6 meses. 
ASA IV: paciente com doença sistêmica severa, potencialmente fatal
Esses pacientes possuem problemas médicos de grande importância. Deve-se adiar os procedimentos odontológicos 
eletivos até que sua condição médica se encaixe na categoria ASA III. Somente quadro de urgência como dor e infecção, 
devem ser tratados, de forma mais conservadora possível e realizada em ambiente hospitalar;
ASA V: Paciente em estado terminal, com perspectiva de óbito em 24
Diante desse quadro são contraindicados procedimentos odontológicos eletivos e nas urgências pode-se fazer o 
tratamento paliativo, apenas para o alívio da dor.
ASA VI: Paciente com morte cerebral, mantido em ventilação. 
Nesse caso é contraindicado qualquer intervenção odontológica.
PÁGINA 19
Tabela 9 – Classificação das condições físicas da American Society of Anesthesiologists.
 
Fonte: HUPP et al (2015).
EXAMES COMPLEMENTARES
Além da anamnese e o exame físico, algumas situações clínicas exigem a solicitação de exames complementares 
que podem ser exames de imagem e exames laboratoriais. 
Os exames de imagens devem ser recentes e de boa qualidade. Os exames mais solicitados antes de uma cirurgia 
odontológica são as radiografias periapicais, radiografias panorâmicas dos maxilares e a tomografia computadorizada 
Cone-Beam, 
Os exames laboratoriais pré-operatórios não precisam ser solicitados de rotina para todos pacientes, o excesso 
de exames causa ansiedade, atraso no tratamento e gastos desnecessários. As situações mais frequentes que 
necessitam de exames laboratoriais são: diabetes, distúrbios hematológicos, cirurgias de grande porte, pacientes 
acima de 40 anos, entre outros. Os principais exames solicitados são: Hemograma, Coagulograma e Glicemia em 
Jejum. Os exames hematológicos serão melhor discutido no próximo capítulo.
PÁGINA 20
REFERÊNCIAS
ANDRADE, EduardoDias de. Terapêutica medicamentosa em odontologia. 3. ed. São Paulo: Artes Médicas, 2014.
HUPP, J. R.; ELLIS III, E.; TUCKER, M. R. Cirurgia oral e maxilofacial contemporânea. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 
2015.
MALAMED, S. F. Manual de anestesia local. 6 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
MILORO, M. et al. Princípios de cirurgia bucomaxilofacial de Peterson. 3. ed. São Paulo: Santos, 2016. 
POGREL, M. A.; KAHNBERG, K. E.; ANDERSON, L. Cirurgia bucomaxilofacial. 1. ed. Rio de Janeiro: Santos, 2016.
PURICELLI, E. et al. Técnica Anestésica, Exodontia e Cirurgia Dentoalveolar. São Paulo: Artes Médicas, 2014. (Abeno).
WALLACH, J. Interpretação de exames laboratoriais. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
PÁGINA 21
EXAMES HEMATOLÓGICOS 
LUCAS ALEXANDRE DE MORAIS SANTOS | BRENDA FABRIZIA BURITE DANTAS FREITAS
CAPÍTULO 2
Pode-se definir os exames hematológicos como exames laboratoriais realizados por meio da coleta de amostras de 
sangue. No sangue, dentre alguns de seus constituintes, podemos encontrar: O plasma (55% do volume), composto de água, 
sais, proteínas e células do sangue (45%), sendo as principais células sanguíneas os eritrócitos, conhecidos como glóbulos 
vermelhos e responsáveis pelo transporte de oxigênio; Os leucócitos (glóbulos brancos), tendo como principal função a defesa 
dos tecidos do paciente e por fim, as plaquetas as quais promovem e auxiliam na hemostasia. Todas estas células são produzidas 
pela medula óssea de acordo com a necessidade do organismo.
Diante disso, o primeiro questionamento a surgir será: Quando devemos requisitar estes exames? 
Ao se observar a necessidade da requisição de exames hematológicos para avaliação diagnóstica e do risco cirúrgico 
frente aos procedimentos, devemos ter conhecimento de quais são os principais exames deste grupo para prática cirúrgica e 
odontológica. São eles: 
PÁGINA 22
1 - HEMOGRAMA: 
Destina-se à avaliação quantitativa e qualitativa das células do sangue (glóbulos vermelhos, glóbulos brancos, 
e plaquetas). Pode ser dividido em:
• Eritrograma: Primeira parte do hemograma, relacionado às características dos eritrócitos; 
• Leucograma: Avalia o número e a proporção de leucócitos, granulócitos e agranulócitos.
• Plaquetograma : Avalia o número de plaquetas circulantes no sangue do individuo. 
1.1 ERITROGRAMA
Avaliamos a série eritrocitária do sangue. Se encontrarmos valores superiores aos de referência nos deparamos 
com o quadro de eritrocitose ou policitemia e ao inferior, de eritropenia. No eritrograma obtemos parâmetros 
quantitativos e qualitativos, os quantitativos geralmente analisados em conjunto através da: 
• Contagem de eritrócitos – Representa a contagem total de hemácias, levando-se em consideração que após 
os 65 anos, o decréscimo na contagem de eritrócitos influenciam na resposta tecidual após procedimentos 
cirúrgicos;
• Dosagem de hemoglobina (Hb) - Consiste em uma proteína contida nos eritrócitos responsável pelo transporte 
de oxigênio 
• Hematócritos (Hct) – Observa a proporção de volume da amostra de sangue ocupado pela hemácia. A 
percentagem de massa de eritrócitos em relação ao volume de sangue é o hematrócito. 
 Já na avaliação qualitativa, verificamos os dados referentes ao tamanho e a forma das células vermelhas.
• Volume corpuscular médio (VCM) – Expressa o volume médio dos eritrócitos, ou seja o tamanho da célula. 
Usado para diagnóstico diferencial nos tipos de anemia.
• Hemoglobina corpuscular média (HbCM) – Indica a quantidade, ou seja,peso de hemoglobina média nas 
hemácias.
• Concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM) – Corresponde a concentração de hemoglobina no 
interior de cada eritrócito, em peso por volume.
PÁGINA 23
PARÂMETROS MASCULINO FEMININO
Eritrócitos ( 1012 /L) 4,5 a 6,0 4,0 a 4,55
Hemoglobina (g/dL) 14 a 18 12 a 16
Hematócrito (%) 40 a 54 37 a 54
VCM (fL) 80 a 100 80 a 100
HbCM (pg) 27 a 32 27 a 32
CHCM 32 a 36 32 a 36
Tabela com valores de referência do Eritrogama
IMPORTANTE!
Quanto as anormalidades no eritrograma, enfatizamos a ANEMIA, correspondente a redução na quantidade de eritrócitos ou 
concentração de hemoglobina no sangue, causando déficit no transporte de oxigênio do sangue para os tecidos. A forma mais comum 
de análise da anemia é baseada na hemoglobina (Hb), sendo considerada anemia leve entre 10-12 g/dl , moderada 7-10 g/dl e severa 
abaixo de 7 g/dl. Uma vez detectada anemia no pré-operatório, se faz necessário consulta com hematologista.
1.2 LEUCOGRAMA: 
Representa a contagem total de glóbulos brancos (leucócitos), avaliando-os tanto do ponto de vista quantitativo, 
qualitativo e morfológico. Sua principal função é participar da defesa imunológica quando necessário, saindo do 
sangue em direção aos tecidos, e seu valor de referência encontra-se entre: 5.000-10.000 por milímetro cúbico de 
sangue.
Quando estes valores estão abaixo de 5.000 temos um quadro de leucopenia e acima de 10.000 de leucocitose. Em 
casos de processos infecciosos, os leucócitos podem aumentar cerca de 20.000-30.000 células/mm³. O leucograma 
permitirá verificar a quantidade de cada tipo de leucócito circulante, como mostra a tabela abaixo.
PÁGINA 24
Célula VR Valor absoluto Função
Neutrófilos 55 a 65% 2.800-5.200/mm³ São os mais abundantes; Responsável pelo combate as bactérias, quando seu valor 
está elevado (neutrofilia), indica uma infecção bacteriana. Os neutrófilos maduros são 
chamados de segmentados. Sua diminuição (neutropenia) pode ser proveniente de 
hepatite, mononucleose, viroses e doenças autoimunes.
Bastonetes 3 a 5% 150-400/mm³ Bastões são neutrófilos jovens quando estão aumentados indicam uma infecção ativa 
(aguda) sendo este evento conhecido como “desvio à esquerda”. 
Linfócitos 20 a 35% 1.300-3400/mm³ Respondem a vírus ou contra o surgimento de tumores; Quando aumentados 
(linfocitose) podem indicar infecção viral, HIV, leucemia, ou rejeição de um orgão 
transplantado. Quando estão diminuídos denomina-se linfocitopenia
Eosinófilos 2 a 4% 60-320/mm³ Aumentados (eosinofilia) frente a casos de alergia, como em hipersensibilidade a 
drogas, ou infecção parasitária. Sua diminuição (eusinopenia) pode ocorrer através 
de estresse agudo, causado por traumas, cirurgias, infarto do miocárdio e inflamação 
aguda.
Monócitos 4 a 8% 160-640/mm³ Realiza a fagocitose de microoganismos ; Em ambiente extracelular é conhecido por 
macrófagos. Atuam contra vírus e bactérias.
Basófilos 0 a 1% 0-80 mm³ Células ativadas em casos de alergia prolongada, ou infecção parasitária. São 
aumentadas (basofilia) em caso de hipersensibilidade, assim como leucemia mielóide 
crônica e diminuídas (basopenia), em caso de estresse agudo.
 
1.3 PLAQUETAS: 
Essas células são responsáveis pelo início do processo de coagulação. Os valores de referência são 150.000 
– 400.000/µL Quando o número de plaquetas está acima do normal, denomina-se trombocitose e nesse caso pode 
haver a formação de coágulos e trombos sanguíneos. Quando está abaixo do valor de referência é denominado de 
trombocitopenia, nessa situação pode o risco de hemorragia durante o procedimento odontológico. Risco elevado de 
hemorragia < 50.000. Hemorragia espontânea/ transfusão < 20.000. 
PÁGINA 25
2 - COAGULOGRAMA:
Avalia a qualidade e a quantidade de plaquetas, ou seja, avalia o nível de coagulação do sangue e assim a chance 
de hemorragia durante ou após uma cirurgia. É composto de:
• TAP (Tempo de Ativação de Protrombina): por meio dele vamos saber o tempo que é levado para o plasma 
formar o coágulo. É um indicativo dos níveis normais do fator extrínseco da cascata de coagulação;
• TTPA (Tempo de Ativação Parcial da Tromboplastina): avalia a atividade de coagulação das vias intrínsecas;
• INR (Índice de Normalização Internacional): é um índice padronizado e adotado em todo o mundo. A medição 
do INR é indicada para pacientes que realizam tratamento com anticoagulante. 
PARÂMETRO VALORES DE REFERÊNCIA
TP 11 – 14 segundos
TTPA27 – 40 segundos
INR 1
IMPORTANTE!
Algumas drogas podem interferir no processo de coagulação, entre elas, o ácido acetil –salicílico (AAS) que inativa irreversivelmente 
a cicloxigenase plaquetária repercurtindo no tempo de sangramento e os antiinflamatórios não esteroidais (AINES). Em especial, a 
heparina e outros anticoagulantes que interferem significativamente na coagulação sanguínea. Se o valor do INR estiver ≤ 2,5, estes 
podem ser submetidos a cirurgia oral de rotina, no entanto é esperado um sangramento aumentado que deve ser controlado com 
medida adicionais de hemostasia como uso de esponja de fibrina. Caso o valor de INR esteja > 2,5, a cirurgia odontológica deve ser 
adiada e o médico deve consultado sobre a possibilidade de suspender a medicação.
PÁGINA 26
3- GLICEMIA EM JEJUM
É um exame de sangue que mede o nível de açúcar na corrente sanguínea. Ele serve para diagnosticar hipoglicemia 
ou hiperglicemia (avalia de forma momentânea a concentração de glicose), além do monitoramento do tratamento 
de diabéticos em conjunto com o exame de hemoglobina glicada. Para fazer esse exame, o paciente deve estar um 
período de jejum de 8 a 12 horas apenas consumindo água. VR: 70-100 mg/dl. Quando o valor obtido for menor que 60 
mg/dl constatamos o quadro de hipoglicemia, que pode ser uma emergência médica.
REFERÊNCIAS
MARCUCCI, G. et al Fundamentos de Odontologia: Estomatologia . Grupo Gen-Guanabara Koogan, 2000.
TOMMASI, A. F.; TOMMASI, M, H. Diagnóstico em patologia bucal. Elsevier Brasil, 2015.
WALLACH, J. B. et al. Wallach interpretação de exames laboratoriais. 2013.
COLEMAN, C.; NELSON, J. F. Princípios de diagnóstico bucal. In: Princípios de diagnóstico bucal. 1996.
DE ANDRADE, Eduardo Dias. Terapêutica medicamentosa em odontologia. Artes Médicas Editora, 2014.
TERRA, G.T.; GOULART, R. R.; BAVARESCO, C. S. O cuidado do paciente odontológico portador de diabetes mellitus tipo 
1 e 2 na Atenção Primária à Saúde. Revista APS v. 14 n. 2. 2011. 
IMPORTANTE!
Os níveis de glicemia de uma paciente diabético, são normalmente mais estáveis no período da manhã, assim é preferível que seu 
atendimento seja realizado durante esse turno. Devemos aconselhá-los para não alterar a ingestão de alimentos e que as doses de 
insulina, ou hipoglicemiante oral utilizado, sejam feitas como de rotina. As cirurgias odontológicas eletivas podem ser realizadas com 
segurança em paciente com valores de glicemia até 200mg/dl.
https://periodicos.ufjf.br/index.php/aps/issue/view/669
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ANTISSEPSIA CIRÚRGICA E PARAMENTAÇÃO 
RAFAEL GUEDES DE PAIVA | ARIELLY DE SOUSA LEITÃO
CAPÍTULO 3
Durante procedimentos cirúrgicos tornam necessárias para reduzir os riscos biológicos que ocorrem em pacientes e na 
equipe cirúrgica a anti-sepsia cirúrgica das mãos e a paramentação cirúrgica. 
ANTISSEPSIA CIRÚRGICA DAS MÃOS:
As mãos funcionam como um reservatório de microrganismos, sendo considerada a principal via de transmissão de 
patologias. Por isso, mesmo com a utilização de luvas, podem ocorrer microperfurações, além de contaminação das mãos 
durante a sua retirada. Sem dúvida, é imperiosa a instituição de medidas de controle, com o objetivo de prevenir a transmissão 
de doenças.
As substâncias químicas mais utilizadas para a desinfecção das mãos em odontologia são o polivinilpirrolidona-iodo 
(PVPI) a 10% e o digluconato de clorexidina a 2% degermante. Os compostos iodados são de grande tradição em cirurgias, por 
possuírem amplo espectro de ação e atuarem especialmente contra vírus, tendo, ainda, bom efeito residual. A clorexidina é o 
agente mais solúvel, de ação praticamente imediata, eficiente antimicrobiano, atuando, também, sobre os fungos e vírus da 
hepatite com boa ação residual, porém seu efeito é reduzido na presença de material orgânico, como pus e sangue. 
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SEQUÊNCIA DA ANTISEPSIA CIRÚRGICA DAS MÃOS:
1. Aplicar produto antimicrobiano em quantidade recomendada pelo fabricante,
suficiente para cobrir toda a superfície das mãos e antebraço.
2. Limpar as unhas, friccionando-as contra a palma da mão ou escova macia.
3. Utilizar escova macia para friccionar a pele (opcional).
4. Efetuar movimentos de fricção iniciando pela extremidade dos dedos, continuando pelos espaços interdigitais, 
faces das mãos, punhos e antebraços,
despendendo de dois a seis minutos.
5. Enxaguar as mãos em água corrente, deixando escorrer das pontas dos
dedos para o antebraço, até eliminar completamente o produto.
6. Secar as mãos com compressa estéril, com movimentos compressivos, partindo das pontas dos dedos e seguindo 
pelas mãos até chegar ao cotovelo.
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPIS
O uso de equipamentos de proteção individual (EPI) tem a finalidade de impedir que microrganismos provenientes 
de pacientes através de sangue, fluidos orgânicos, secreções e excreções de pacientes contaminem o profissional de 
saúde e sua equipe. Os EPI’s incluem luvas próprias para cada procedimento, avental impermeável, gorro, máscara e 
óculos de proteção. Este assunto está amplamente abordado no Manual de Biossegurança, por isso faremos apenas 
poucas considerações.
 
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I - GORRO
É uma barreira mecânica contra a possibilidade de contaminação 
além de prevenir a queda de cabelos nas áreas de procedimento. Deve 
ser preferencialmente descartável, cobrir todo o cabelo e as orelhas. 
Recomenda-se o uso pelo paciente em casos de procedimentos 
cirúrgicos.
II – ÓCULOS DE PROTEÇÃO
Protegem os olhos das secreções, aerossóis e produtos químicos 
utilizados durante os procedimentos odontológicos. Recomenda-se 
o uso também pelo paciente para evitar acidentes. Como alternativa 
para aumento da proteção dos profissionais, recomenda-se o uso de 
protetor facial para minimizar o risco de exposição.
III - MÁSCARA
As máscaras devem ser descartáveis, de filtro duplo e tamanho 
suficiente para
cobrir completamente a boca e o nariz. Devem ser descartadas após 
o atendimento a cada paciente ou quando ficarem umedecidas.
IV - LUVAS
Devem ser de boa qualidade e usadas em todos os procedimentos. 
Constituem uma barreira física eficaz que previne a infecção cruzada e 
a contaminação do profissional de saúde e reduz os riscos de acidentes. 
V - CALÇADOS
Devem ser fechados e com solado antiderrapante. Atuam na segurança 
para a proteção dos pés contra os mais variados acidentes.
Protetor Facial como alternativa de proteção 
durante a cirurgia:
Fonte: encurtador.com.br/oqDP2
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SEQUÊNCIA DE PARAMENTAÇÃO CIRÚRGICA
 
1- POSICIONAR O PACIENTE
 
Paciente posicionado em decúbito dorsal
2- VESTINDO O CAPOTE ESTÉRIL (CIRURGIÃO)
Antes da lavagem das mão a embalagem deve ser aberta 
sem que haja contaminação 
Após a lavagem das mãos o cirurgião deve secar as mãos com a compressa 
estéril e Retirar o capote estéril da embalagem 
 
 Fonte: Acervo pessoal 
1
1
2
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O cirurgião deve vestir o capote evitando contaminar as mangas e a 
superfície anterior. A parte posterior do capote é considerado contaminado. 
O auxiliar deve fazer a amarração do capote.
 
3 4
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3- COLOCAÇÃO DAS LUVAS CIRÚRGICAS
O Auxiliar deve abrir a luva para o cirurgião, que deve apoiar em superfície
 
Fonte: Acervo pessoal 
 
 
 
O cirurgião deve abri a embalagem sem tocar na parte externa da luva 
1
3
2
4
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Colocação das luvas cirugicas estéreis sem que haja contaminação da superfície externa
 
As luvas devem cobrir o capote cirúrgico 
 Fonte: Acervo pessoal 
5 6
7 8
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4- PREPARO DA MESA CIRÚRGICA
 
 
Os instrumentais cirúrgicos devem estar sobre um campo cirúrgicos estéril
5- ANTISSEPSIA INTRA-ORAL DO PACIENTE COM CLOREXIDINA A 0,12% FAZER BOCHECHO POR 1 MIN
Bochecho com Digluconato de clorexidina 0,12% pelo paciente
1
1
2
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6- ANTISSEPSIA EXTRA-ORAL DO PACIENTECOM CLOREXIDINA A 2%
Dobrar a gaze estéril Apreender a gaze com a pinça Pean
 
Embeber a gaze em solução antisseptica Aplicar de forma centrípeta
 
1 2
3 4
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7- POSICIONAR O CAMPO FENESTRADO SOBRE O PACIENTE
 
Colocar o campo protetor estéril, pedindo para o paciente não tocar no campo 
Fonte: Acervo pessoal
 
REFERÊNCIAS:
PHAROAH, White. Radiologia Oral: Fundamentos e interpretação. 5.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. 
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Serviços Odontológicos: Prevenção e Controle de Riscos. Brasília: 
Ministério da Saúde, 2006.
CARDOSO, J. A.O. Princípios de biossegurança em odontologia. Rev. Biociênc., Taubaté, v. 8, n. 1, p. 7-17, jan.-jun.2002..
1 2
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PRINCÍPIOS DE CIRURGIA BUCAL 
RAFAEL GUEDES DE PAIVA | NATHALIA FARIAS DANTAS DE FIGUEIREDO
CAPÍTULO 4 
Princípio pode ser definido como conhecimentos ou informações fundamentais que fundamentam uma seção de saberes. 
Princípios de Cirurgia, por definição são os elementos e fundamentos que servem de base para realização de procedimentos 
operatórios. Todo procedimento cirúrgico constitui-se em uma combinação de procedimentos técnicos executados de forma 
precisa e com instrumentais apropriados. Estes procedimentos são denominados como manobras cirúrgicas fundamentais, 
sendo classificados em diérese, exérese, hemostasia e síntese. Torna-se importante o conhecimento desses princípios para 
realização de adequada técnica cirúrgica. 
NECESSIDADES BÁSICAS PARA CIRURGIA BUCAL
VISIBILIDADE ADEQUADA
Apesar de óbvia, às vezes essa necessidade é negligenciada por muitos profissionais. A abertura de boca do 
paciente deve ser a mais ampla possível, para permitir uma boa Iluminação. Por ser uma área de cavidade escura, a 
cavidade bucal deve ser bem iluminada. Além disso, o campo cirúrgico deve estar livre de excesso de sangue e saliva. 
AUXÍLIO EFICIENTE
O desempenho de uma boa cirurgia é extremamente difícil sem auxílio ou com um auxílio deficiente. O auxiliar 
deve estar devidamente treinado, familiarizado com os procedimentos e em sincronia com operador, para que o 
procedimento cirúrgico possa transcorrer com excelência. 
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MANOBRAS CIRÚRGICAS FUNDAMENTAIS
São 4 (quatro) as manobras cirúrgicas fundamentais: Diérese, Exérese, Síntese e Hemostasia.
1 - DIÉRESE
Refere-se a separação dos tecidos. São exemplos de Diérese: Incisão, Divulsão, Punção e Descolamento. 
1.1 INCISÃO
A incisão é o procedimento de separação de tecidos por meio de um instrumento cortante. 
Incisão em mucosa alveolar.
 
Fonte: https://bit.ly/39vcOX1
As incisões são feitas com bisturi cirúrgico, em cirurgias bucodentais, a lâmina 15 com cabo de bisturi número 3 
são os mais utilizados, embora outras lâminas possam ser usadas. As incisões na mucosa bucal geralmente são de 
espessura total pois estendem-se profundamente até o osso. 
https://bit.ly/39vcOX1
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Tipos de lâminas de bisturi. 
Fonte: https://bit.ly/39vcOX1
PRINCÍPIOS DAS INCISÕES:
• Devem ser realizadas com lâminas afiadas e com tamanho apropriado;
• Deve-se imprimir um corte firme e contínuo;
• Evitar seccionar estruturas vitais como vasos e nervos;
• Devem ser feitas com o bisturi na posição perpendicular à superfície epitelial com ângulo de 45 graus.
Incisões firme e contínua iniciando no ângulo de 45°. 
Fonte: https://bit.ly/3bA0WV2
https://bit.ly/39vcOX1
https://bit.ly/3bA0WV2
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RETALHOS
Retalhos cirúrgicos são feitos através e incisões e descolamento para ganhar acesso a uma área ou para mover 
tecidos de uma região para outra, devendo ser devidamente planejados. 
PREVENÇÃO DE NECROSE DO RETALHO
• O ápice do retalho nunca deve ser mais largo do que a base;
• O comprimento do retalho não deve exceder o dobro da largura da base;
• O suprimento sanguíneo axial deve ser incluído na base do retalho;
• O retalho não deve ser excessivamente torcido ou esticada para não danificar vasos.
A base do retalho deve ser maior que o ápice evitando o 
comprometimento do suprimento sanguíneo. O retalho 
 deve ser feito de forma divergente. O valor de y não deve ser o dobro do valor de x. 
Fonte: https://bit.ly/3bA0WV2 Fonte: Hupp et al, 2015
https://bit.ly/3bA0WV2
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PREVENÇÃO DA DEISCÊNCIA DO RETALHO 
Deiscência é a abertura espontânea dos pontos cirúrgicos ou da cicatriz ao longo de sua linha de incisão cirúrgica 
que expõe o osso subjacente, produz dor, perda óssea e fibrose excessiva. A deiscência é prevenida pela aproximação 
das bordas do retalho suavemente sobre o osso saudável. 
PREVENÇÃO DA DILACERAÇÃO DO RETALHO 
 
A dilaceração do retalho é uma complicação cirúrgica comumente causada por um retalho que proporciona um 
acesso insuficiente. Para evitar a laceração do tecido por meio de um acesso inadequado é necessário planejá-lo no 
início da cirurgia para que seja amplo o suficiente, a fim de evitar a sua dilaceração ou a interrupção da cirurgia para 
aumentá-lo.
 
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TIPOS DE RETALHOS INTRABUCAIS
ENVELOPE: Incisão intrapapilar horizontal única 
utilizada para criar um retalho de um lado. TRIANGULAR: Incisão intrasulcular com 1 relaxante. 
Fonte: https://bit.ly/2QZgkT8 Fonte: https://bit.ly/2JmkcJH
TRAPEZOIDAL Incisão intrasulcular com 2 relaxantes. WASMUND: Incisão na margem gengival inserida 
e livre com relaxante em casa extremidade.
FONTE: -https://bit.ly/39sN9hu Fonte: Freitas, 2006
PARTSCH: Incisão com a concavidade voltada para apical. INCISÃO EM Y: Utilizada no palato para a remoção de Torus palatino.
Fonte: https://bit.ly/2WT5IZD Fonte: https://bit.ly/2UJQp2I
https://bit.ly/2QZgkT8
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1.2 DIVULSÃO
Refere-se a separação dos tecidos sem seccioná-los através de instrumentos não cortantes de ponta romba. As 
pinças hemostáticas e tesoura de metzenbaum são os mais utilizados
Divulsão do tecido mucoso com uma pinça hemostática.
Fonte: https://bit.ly/33UpIfU
1.3 DESCOLAMENTO
A sindesmotomia é o ato de desinserir as fibras gengivais e periósteo, o instrumental mais utilizado para esse 
procedimento é o descolador de Molt Nº9. 
https://bit.ly/33UpIfU
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Descolamento mucoperiosteal para confecção de retalho. Descolador de Molt: Instrumento mais utilizado para 
realizar descolamento das mucosas orais
Fonte: Arquivo pessoal do autor
1.4 PUNÇÃO
Realizada através da introdução de uma agulha nos tecidos, sem, contudo, seccioná-los. É comum realizar a 
punção em cisto para avaliar seu conteúdo ou para coleta de tecido citológico para avaliação microscópica.
Punção aspirativa de um cisto para avaliar seu conteúdo. 
 
Fonte: Freitas, 2006
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2- EXÉRESE
Compõe a manobra cirúrgica pela qual é retirada parte ou todo órgão ou tecido. Podemos citar como exemplos 
as exodontias, curetagem, osteotomia e odontosecção.
2.1 EXODONTIAS
É a remoção de um elemento dentário do seu alvéolo. É o procedimento de exérese mais comum na odontologia. 
Remoção do 3° molar inferior. 
 
Fonte: https://bit.ly/39h3VjF
2.2 CURETAGEM
É a remoção de tecido patológico na cavidade oral, por meio de uma cureta. O exemplo mais comum na odontologia 
é a curetagem de cistos odontogênicos com a cureta de Lucas em maxila ou mandíbula. 
https://bit.ly/39h3VjF
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Curetagem de lesão cística em maxila.
Fonte: Hupp et al, 2015
2.3 OSTEOTOMIA 
É definido como desgaste ósseo. Esse procedimento é realizado com frequência no álveolo dentário para 
realização de exodontia de elementos dentários impactados e anquilosados. 
Realização de osteotomia durante uma exodontia.
Fonte: Arquivo pessoal do autor
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2.4 ODONTOSECÇÃO 
É o ato de dividir um dente em duas porções com broca troco-cônica. Exemplo dessa técnica é separação da raiz 
vestibular da palatina no sentido mésio-distal de um pré-molar superior. 
Odontosecção do primeiro molar no sentido vestibulodistal. 
 
Fonte: Freitas, 2006
3 - HEMOSTASIA
A hemostasia é um método que visa manter o sangue dentrodos vasos, a fim de evitar o extravasamento 
sanguíneo. Para isso, alguns procedimentos serão descrito abaixo.
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MEIOS DE PROMOVER A HEMOSTASIA NA FERIDA 
COMPRESSÃO
Este é o procedimento mais realizado na odontologia. Geralmente utiliza-se uma gaze para comprimir o alvéolo após 
exérese dental por cerca de 2 a 3 minutos. Esta manobra resolve cerca de 90% dos sangramentos pós exodontias;
PINÇAMENTO E LIGADURA DE VASO 
Com uma pinça hemostática dissecar o vaso sanguíneo e depois é realizado a oclusão deste por meio de sutura 
não-reabsorvível ao redor do vaso. Este procedimento é pouco utilizado durante as exodontias por não haver vasos 
calibrosos o suficiente que necessitem deste tipo de intervenção.
COAGULAÇÃO TÉRMICA 
Quando a corrente elétrica encontra a resistência do tecido biológico, ela se transforma em calor que promove 
oclusão dos vasos. Este procedimento é realizado geralmente através de um bisturi elétrico.
4- SÍNTESE
Consiste no ato cirúrgico fundamental que visa restituir a integridade tecidual orgânica através da coaptação 
dos tecidos, promovendo o processo de cicatrização. Os instrumentos para esse propósito são o porta-agulha, a 
pinça e as tesouras. 
IMPORTANTE!
Em algumas situações pode-se lançar mão de medidas especiais de controle da hemorragia como por exemplo o Gelfoam (gelatina 
absorvível), uma esponja hemostática que produz uma matriz mecânica auxiliando na coagulação; 
PÁGINA 49
PORTA AGULHA – MAYO HEGAR: Utilizada para a apreensão 
da agulha do fio de sutura e para a realização da sutura
EMPUNHADURA CORRETA DO PORTA AGULHA MAYO HEGAR: 
É empunhada pelas falanges distais dos dedos anular e polegar nas 
argolas. O dedo indicador proporciona precisão ao movimento e o dedo 
médio dá estabilidade à mão.
Fonte: https://bit.ly/2UvB0D4 Fonte: https://bit.ly/2xshz67
PINÇA ADSON: Utilizado para apreender 
tecidos moles no momento da sutura. Empunhadura correta da Pinça. 
Fonte: https://bit.ly/2Jha3O4 Fonte: https://bit.ly/39kocom
https://bit.ly/2UvB0D4
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TESOURA IRIS: utilizada para procedimentos cirúrgico no geral, 
proporcionando segurança para cortar fios cirúrgicos. 
Empunhadura correta da tesoura: As tesouras são empunhadas pelas 
falanges distais dos dedos anular e polegar nas argolas. O dedo indicador 
proporciona precisão ao movimento e o dedo médio dá estabilidade à mão. 
Fonte: https://bit.ly/3dLbUZN Fonte: https://bit.ly/2xrcGu0
IMPORTANTE: 
Princípios básicos de uma boa sutura
• Evitar suturar com tensão dos tecidos; 
• Passar o fio da parte móvel para a fixa;
• A distância que o fio passa nas bordas da feridas devem ser equivalente;
• O nó deve ficar lateral a linha de incisão;
• Evitar números de nós excessivos; 
• Em incisões lineares, o primeiro ponto deve ser dado no meio da ferida; 
• Pegar quantidade suficiente de tecido, para evitar lacerações.
PÁGINA 51
FIO DE SUTURA
O fio ideal é aquele que pode ser utilizada em qualquer intervenção, é maleável e flexível para facilitar o 
seu manuseamento, permite dar nós seguros, causa pouca reação tecidual, tem características uniformes e 
comportamento previsível. 
CLASSIFICAÇÃO DOS FIOS DE SUTURA 
FIOS DE SUTURA NÃO ABSORVÍVEIS
São aquelas que ficam permanentemente no organismo, mesmo sofrendo ação dos elementos de defesa orgânica 
não se rompem. Pode ser de origem animal, vegetal e sintética. Alguns exemplos são os fios de Seda, Nylon, Algodão 
e polipropileno. Os mais usados na odontologia são os fios de Seda e Nylon.
SEDA - Produto natural produzido a partir do bicho-da –seda, preferida em razão de suas qualidades superiores de 
manipulação, no entanto permite excesso de acúmulo de biofilme que pode aumentar a inflamação.
NYLON - Revestido com um lubrificante, que melhora a passagem do fio através do tecido e facilita a amarração do 
nó além de ser biologicamente inerte. O fio possui memória elástica devido a sua lisura que dificulta um pouco a 
realização do nós.
FIOS DE SUTURA ABSORVÍVEIS 
São aquelas que decorrido algum tempo após a implantação são absorvidas. Podem ser de origem animal ou 
sintéticas. Sua principal vantagem na odontologia é a não obrigatoriedade da remoção da sutura, muito útil em 
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paciente de difícil manejo como crianças e pacientes especiais. Os mais utilizados em cirurgias bucodentais são o 
Categute e o Ácido Poliglicóico, outros exemplos são a Polidioxanona e Poliglecaprone 25.
CATGUT: Possui origem animal, podendo ter revestimento cromado que diminui a velocidade de absorção. São 
digeridas por enzimas orgânicas e geralmente reabsorve entre 3 e 10 dias.
ÁCIDO POLIGLICÓLICO (VICRYL®): Possui origem sintética e sua absorção se dá entre 21 a 28 dias intra-oralmente. É 
de fácil manuseio pois permite dar nós seguros e de fácil execução
TIPOS DE SUTURAS MAIS UTILIZADAS NAS CIRURGIAS BUCODENTAL
PONTOS INTERROMPIDOS- É utilizada quando os retalhos vestibulares e linguais foram elevados, e é a técnica de 
sutura mais comumente usada em odontologia.
A- Passagem da agulha sob o ponto de contato. B- Passagem da agulha pela superfície interna do retalho lingual.
 
 
 
 
\
 
Fonte: https://bit.ly/3bh5OOK
A B
https://bit.ly/3bh5OOK
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PONTO EM “X” É muito útil em extração e em procedimentos de preservação de alvéolo. Impede o deslocamento do 
coágulo quando é formado dentro do álveolo.
A- Penetração inicial da agulha através do retalho vestibular. 
 B) Amarrando o nó de sutura na face vestibular, formando um x sobre o retalho. 
Fonte: https://bit.ly/3duejba
SUTURA CONTÍNUA – Usada em retalhos de uma área de vários centímetros após exodontia múltiplas por exemplo. 
São indicadas extensas áreas edêntulas, tuberosidades ou áreas retromolares. A principal vantagem é minimizar a 
quantidade de nós e a principal desvantagem o risco de deiscência total da sutura se um único nó se soltar
A- Sutura continua simples. B- Sutura contínua Festonada.
Fonte: https://bit.ly/2UCpTrR
A B
A B
https://bit.ly/3duejba
https://bit.ly/2UCpTrR
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REFERÊNCIAS
BARROS, Mónica et al. PRINCÍPIOS BÁSICOS EM CIRURGIA: Fios de Sutura. Acta Med Por, Portugal, v. 24, n. 4, p.1051-
1065, 2011.
HUPP, J. R.; ELLIS, E. TUCKER, M. R. et al. Cirurgia Oral e Maxilofacial Contemporânea. Elsevier, 6ed. 2015.
MILORO, M.; GHALI, G. E.; LARSE, P. E.; WAITE, P. D. Princípios de Cirurgia Bucomaxilofacial de Peterson. Santos, 3ed. 
2016.
BAGHERI, S. C.; BELL, R. B.; KHAN, H. A.Terapias Atuais em Cirurgia Bucomaxilofacial. Elsevier, 1ed. 2013.
SILVERSTEIN, Lee H et al. Princípios de Sutura em Oodntologia: Guia Completo para Fechamento Cirúrgico. São Paulo: 
Santos, 2003. 78 p.
TERRA, Guilherme T. C. Princípios Cirúrgicos e Manobras Fundamentais: Ibirapuera: Sonoro- Vídeo, 2013. Color. 
Disponível em: <https://pt.slideshare.net/profguilhermeterra/princpios-cirrgicos-e-manobras-fundamentais>. 
Acesso em: 20 fev. 2020.
FREITAS, R. Tratado de Cirurgia Bucomaxilofacial. 1° edição. Editora Santos, 2006.
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PRINCÍPIOS DE EXODONTIA 
LUCAS ALEXANDRE DE MORAIS SANTOS | BRENDA FABRIZIA BURITE DANTAS FREITAS | THAUANY VASCONCELOS 
SOARES DA SILVA
CAPÍTULO 5 
A exodontia é um procedimento utilizado uma vez que outros procedimentos reabilitadores do elemento dentário não 
podem ser empregados. A remoção de um dente exige conhecimentos de física e mecânica e não requer força excessiva, este 
deverá ser elevado delicadamente do seu processo alveolar, sem causar danos à estruturas adjacentes.
Tabela 1: Indicações para exodontia.
PÁGINA 56
Tabela 2: Contraindicações para exodontia.
EXAME CLÍNICO
Deve ser feita a análise criteriosa do dente a ser removido com a finalidade de avaliar o grau de dificuldade da 
extração. Deve-se observar a abertura bucal e o acesso ao dente, a mobilidade dentária e a condição da coroa.
EXAME RADIOGRÁFICO
É obrigatório que se tenham radiografias do dente a ser removido para nortear o procedimento cirúrgico. É salutar 
observar: relação com estruturasnobres, como nervo alveolar e seio maxilar, configuração das raízes, condição 
do osso circundante. Radiografias periapicais ou panorâmicas geralmente são suficientes para o planejamento. Em 
casos de proximidades com estruturas nobres podem ser solicitadas tomografias computadorizadas para avaliar a 
situação clínica com maior precisão. 
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POSICIONAMENTO ADEQUADO
A adequada posição do paciente e do cirurgião são indispensáveis, para realização da exodontia com tranquilidade 
e segurança bem como a iluminação do campo cirúrgico e a seleção adequada do material utilizado. 
Figura 1- Posicionamento adequado do paciente durante exodontia. (A) Para exodontia em maxila: Cadeira mais elevada, 60º com o solo. 
(B) Para exodontia em mandíbula: Cadeira mais baixa, plano oclusal paralelo ao solo.
Fonte: (PRADO; SALIM, 2018)
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Figura 2 –Duas maneiras possíveis de segurar o fórceps. Notar que a boca do paciente deve estar na altura dos cotovelos. 
Fonte: (HUPP et al, 2015).
INSTRUMENTAIS
São utilizados diversos instrumentais durante o procedimento de exodontia com intuito de: Realizar a ruptura 
ligamento periodontal, luxação e expansão óssea e exérese dental. Devem estar posicionados da esquerda para a 
direita seguindo sua ordem lógica de uso.
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PRINCÍPIOS MECÂNICOS DOS ELEVADORES
Abaixo iremos descrever os movimentos que podem ser utilizados durante o emprego dos elevadores. Os 
movimentos descritos podem ser utilizados simultaneamente quando necessário.
ALAVANCA
O mecanismo de alavanca possibilita transmitir uma força modesta aplicando um pequeno movimento contra 
uma grande resistência. O instrumento é inserido em um ponto do dente a fim de elevar o mesmo.
Figura 3-Movimento de alavanca. 
 
Fonte: (PRADO; SALIM, 2018)
PÁGINA 60
CUNHA
A cunha se torna útil em diferentes formas 
para exodontia. A técnica é baseada na colocação da 
parte ativa da alavanca entre a raiz do dente e o osso 
exercendo força no sentido apical.
Figura 4-Movimento de cunha.
Fonte: (HUPP et al, 2015).
RODA E EIXO
Os elevadores podem ser posicionados e girados 
levantando a raiz do dente para fora do alvéolo.
Figura 5 - Movimento de roda e eixo.
Fonte: (HUPP et al, 2015). 
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PRINCÍPIOS MECÂNICOS DOS FÓRCEPS:
O fórceps é adaptado no colo anatômico do dente, invadindo o sulco gengival após sindesmotomia. Primeiro se 
adapta o fórceps na lingual ou palatina, e em seguida na vestibular.
Movimento apical: O primeiro movimento a ser realizado é o apical. O forcéps deve ser posicionado no longo eixo do 
dente e exercido uma pressão apical. Quanto mais apical o eixo de rotação menor o risco de fratura.
Movimento vestibular e lingual (lateralidade): Permite o rompimento das fibras do ligamento periodontal promovendo 
a luxação. Com exceção dos molares inferiores, deve ser aplicada mais força na tábua óssea vestibular, pois a cortical 
óssea vestibular é mais delgada.
Movimento de rotação: Consiste em rotacionar o elemento em seu longo eixo. Este movimento só pode ser realizado 
em dentes unirradiculares sem dilacerações.
Movimento de tração: Consiste na remoção do dente do alvéolo por meio da tração dental. O movimento deve ser leve 
e delicado.
Figura 6 - Movimentos do fórceps. (A)Apical; (B) Lateralidade; (C)Rotação; (D)Tração.
Fonte: (PRADO; SALIM, 2018).
PÁGINA 62
PRINCIPAIS FÓRCEPS E SUAS INDICAÇÕES
Maxila : 
Incisivos : Fórceps 1 ou 150
Caninos e pré molares: Fórceps 150 
Molares: Fórceps 18 L (lado esquerdo) 18 R (lado direito)
Mandíbula:
Incisivos, caninos e pré molares: Fórceps 151
Molares: Fórceps 16 ou 17
Resto radiculares: superior e inferior: Fórceps 69 
 
TÉCNICAS PARA EXODONTIA DE DENTES ERUPCIONADOS
Existem duas técnicas principais para exodontia de dentes erupcionados: Técnica fechada também conhecida 
como técnica de rotina, e a técnica aberta, conhecida também como técnica cirúrgica ou de retalho.
A técnica fechada é a mais utilizada, porém, quando o profissional percebe que existem fatores que podem 
levar a força excessiva para remover o dente, deve ser adotada a técnica fechada, evitando que o procedimento seja 
traumático e longo. Nesta última são necessários confecções de retalhos para melhor adaptação dos elevadores e 
fórceps e se necessário osteotomia e odontosecção.
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Quando devo utilizar a técnica aberta? 
• Destruição coronária extensa;
• Dente coberto;
• Acesso a raiz difícil;
• Falha da técnica fechada;
• Osso denso (idoso, bruxismo);
• Raízes divergentes
Figura 7 - Protocolo de exodontia utilizado a técnica fechada. (A) Liberação do tecidos moles através de incisão e descolamento; 
(B) Luxação óssea com elevadores; (C) Adaptação, luxação e exérese dental com fórceps.
Fonte: própria, 2020.
(A) (B) (C)
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DENTES UNIRRADICULARES
Figura 8 - Remoção de tecido ósseo circundante, osteotomia, para facilitar luxação e remoção dos dentes.
Fonte: (HUPP et al, 2015).
DENTES MULTIRRADICULARES
Figura 9 - A odontossecção é utilizado a fim separar as raízes dentárias e de diminuir as forças administradas no procedimento cirúrgico. 
(A) Odontossecção raízes com broca (B) remoção da raíz com alavanca. (C) remoção da raíz apoiando alavanca no alvéolo vazio.
Fonte: (HUPP et al, 2015).
(A) (B) (C)
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CUIDADOS FINAIS E SUTURA
É importante inspecionar cuidadosamente a ferida antes da síntese. Atenção especial deve ser dada a presença 
de bordas afiadas que podem causar desconforto pós-operatório. O desgaste ósseo dessas bordas é feito com lima 
para osso. E, então, irrigação abundante com soro fisiológico estéril para retirar resíduos ósseos ou de dentes da 
ferida. Quanto mais irrigado, diminui o risco de complicações pós-operatórios como a alveolite. E por fim, o retalho 
deve ser colocado em sua posição original por meio da sutura. Geralmente realiza-se sutura simples utilizando os 
fios de seda ou de Nylon 3-0 ou 4-0 permanecendo em torno de 7 dias.
Orientações e cuidados pós operatórios:
• O paciente dever orientado a permanecer com uma gaze compressiva na ferida por pelo menos 30 minutos para 
prevenir sangramentos. Deve-se também evitar bochechos vigorosos nas primeiras 24 horas.É comum um pouco 
de sangramento nas primeiras horas, no entanto, em casos de sangramento importante o cirurgião-dentista deve 
ser comunicado
• A dieta deve ser líquida ou pastosa, deve-se evitar esforços mastigatórios, e optar nas primeiras 24 a 48 horas por 
alimentos gelados para ajudar na hemostasia e no conforto do paciente.
• A higiene oral não pode ser descartada durante o pós-operatório. A escovação deve ser feita com escovas de 
cerdas macias, e bochechos com solução de clorexidina a 0,12% também podem ser utilizados duas vezes ao dia 
por sete dias a quinze dias.
• O paciente pode ser orientando a realizar crioterapia com bolsas de gelo nas primeiras 48 horas várias vezes ao 
dia. No entanto é importante alertar para evitar o contato direto com gelo na pele e não permanecer por mais de 
20 minutos ininterruptos. 
• Outras orientações: Evitar se abaixar e realizar esforços físicos intensos por 7 dias. Dormir com a cabeça 
mais elevada. Seguir à risca as orientações quanto a medicação prescrita. Não fumar durante todo período de 
cicatrização
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REFERÊNCIAS
HUPP, J. R.; ELLIS, E. TUCKER, M. R. et al. Cirurgia Oral e Maxilofacial Contemporânea. Elsevier, 6ed. 2015.
PRADO, R. SALIM, M. A. A.;Cirurgia Bucomaxilofacial diagnóstico e tratamento. Guanabara koogan, 2ed. 2018.
FREITAS R.; Tratado de cirurgia bucomaxilofacial. Santos, 1ed. 2006.
FONSECA, R.J.;OralandMaxillofacialSurgery. Elsevier, 1 ed. 2018.
BAGHERI, S. C.; BELL, R. B.; KHAN, H. A.Terapias Atuais em Cirurgia Bucomaxilofacial. Elsevier, 1ed. 2013.
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CIRURGIA DE DENTES INCLUSOS 
DAVI FELIPE NEVES COSTA | THAUANY VASCONCELOS SOARES DA SILVA
CAPÍTULO 6
INTRODUÇÃO
Dentes inclusos são aqueles que, por algum motivo, não irromperam na cavidade oral dentro do tempoesperado, devido a fatores que impedem a formação e migração do dente a sua posição fisiológica na arcada dentária, 
permanecendo intra-ósseos ou submucosos. As causas dessa impactação podem ser devido a dentes adjacentes, 
osso de recobrimento denso, tecido mole excessivo, presença de cistos e tumores entre outros. As inclusões mais 
frequentes são as de elementos dentários que fazem erupção tardia e acabam tendo comprometimento na inrupção 
pela falta de espaço no arco dentário.
Os dentes que mais sofrem impactação são os terceiros molares maxilares e mandibulares, em seguida os caninos 
superiores e os primeiros pré-molares inferiores. Vale salientar que a idade estimada para a erupção completa é em 
torno de 20 anos, podendo se estender até os 25 anos de idade.
TODOS OS DENTES INCLUSOS DEVEM SER REMOVIDOS?
Existem controvérsias quanto à remoção dos dentes inclusos. Deve-se mensurar os riscos e benefícios. Como 
regra geral, estes devem ser removidos para prevenir problemas futuros. No entanto, algumas situações contra 
indicam sua remoção. Por exemplo, a cirurgia de dentes inclusos em pacientes acima de 35 anos, sem histórico de 
problemas, pois a remoção tardia nesses casos aumenta consideravelmente a morbidade pós-operatória e riscos 
de complicações. Outra situação que não está indicada é a remoção preventiva de dentes inclusos, é quando há 
possibilidade de possíveis prejuízos as estruturas nobres adjacentes.
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Tabela 1: Indicações para remoção cirúrgica de dentes inclusos.
 
Tabela 2: Contraindicações para remoção cirúrgica de dentes inclusos.
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QUAL RAIO-X SOLICITAR?
Os exames de imagem norteiam o planejamento cirúrgico permitindo avaliar a relação do dente impactado com 
os dentes vizinhos e estruturas nobres, a posição em que o dente se encontra e os possíveis processos patológicos 
associados. As radiografias panorâmicas são comumente utilizadas para o planejamento operatório na remoção de 
terceiros molares pois permitem a avaliação das arcadas dentárias e estruturas adjacentes.
Em alguns casos, seletos onde os exames convencionais são insuficientes, as tomografias computadorizadas de 
feixe cônico podem ser utilizadas. Como exemplo, quando se suspeita da relação do elemento dentário com o canal 
mandibular e, por isso, se requer a localização e relação exata dos dentes inclusos para um planejamento cirúrgico 
adequado. Deve sempre ser avaliado o custo-benefício.
Figura 1 - Radiografia panorâmica para avaliação de terceiros molares inclusos. O dente 38 apresenta relação íntima com o canal mandibular.
 
Fonte: SILVA et al, 2018.
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Figura 2 -Tomografia computadorizada de feixe cônico nos cortes axial e coronal para avaliar relação do dente 38 com o canal mandibular. A imagem 
mostrao trajeto do canal mandibular passando por vestibular das raízes.
Fonte: SILVA et al, 2018.
A CIRURGIA DE DENTES INCLUSOS É DIFÍCIL? 
Remoção de dentes impactados pode ser relativamente fácil ou extremamente desafiador, mesmo para 
cirurgiões-dentistas especialista em cirurgia. É possível determinar o grau de dificuldade pré-operatória, por meio 
da avaliação clínica e radiográfica. Nesse sentido, alguns autores criaram classificações para facilitar essa avaliação.
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Classificação de Winter: 
Avalia o posicionamento do terceiro molar em relação ao longo eixo fisiológico do segundo molar inferior.
Figura 3 -Classificação de Winter. (A) Mesioangular: O dente está voltado para a mesial, indo de encontro com o segundo molar. Acomete aproximadamente 
43% dos terceiros molares inferiores, é considerado a posição mais fácil de ser removida.(B) Disto-Angular:Posição mais incomum, cerca de 6%, o dente está 
voltado para a distal. É considerada a que apresenta maior dificuldade deremoção.(C) Vertical:O molar incluso está paralelo ao longo eixo do segundo molar. 
Ocorre em 38% dos casos. A remoção é considerado difícil, no entanto é mais fácil que o disto angular.(D) horizontal:A superfície oclusal do terceiro molar em 
geral está imediatamente adjacente à raiz do segundo molar. Em relação aos mesioangulares, apresenta maior grau de dificuldade. Ocorre em cerca de 3% 
dos casos.
Fonte: MEDEIROS et al, 2003. 
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Classificação de Pell& Gregory: 
Avalia posicionamento do elemento no sentido ocluso-apical e entre a distal do segundo molar e o ramo mandibular.
O grau de dificuldade dessa classificação é dado pela profundidade do dente impactado. Quanto maior a 
profundidade mais complexa é a remoção, já que vai necessitar mais osteotomia e apresenta uma maior relação com 
o canal mandibular.
Figura 4- Classificação Pell e Gregory da posição do dente em relação ao ramo mandibular. (A) Classe I: posicionamento completamente fora do ramo 
mandibular.(B) Classe II: Metade dentro do ramo mandibular.(C) Classe III: Completamente dentro do ramo mandibular.
Fonte: HUPP et al, 2015.
 
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Figura 5-Classificação Pell e Gregory em relação ao posicionamento do dente no sentido ocluso-apical. (A) Classe A: O plano oclusal do dente incluso está 
mais alto (extruído) ou no mesmo nível que o plano oclusal do segundo molar.(B) Classe B: O plano oclusal do dente incluso está entre a oclusal e a cervical do 
segundo molar.(C) Classe C: O plano oclusal do dente incluso está abaixo da cervical do segundo molar.
Fonte: HUPP et al, 2015.
ROTEIRO DE CIRURGIA PARA REMOÇÃO DE DENTE INCLUSO
1 - ANTISSEPSIA E APOSIÇÃO DOS CAMPOS CIRÚRGICOS:
Técnica de assepsia deve ser respeitada durante o procedimento
• Fazer a assepsia extra-oral com clorexidina 2%, e a intra-oral com clorexidina 0,12% o que previne os 
riscos de infecção pós-operatória.
• Antes do ato cirúrgico é importante realizar a aposição dos campos estéreis sobre o paciente, sobre a 
bancada cirúrgica. O operador e o auxiliar também devem estar paramentados com capote estéreis. 
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Figura 6 - Campos cirúrgicos. O operador, o auxiliar, e o paciente com os campos cirúrgicos apostos.
Fonte: Própria, 2020.
2 - ANESTESIA:
• Para remoção de 3° molares inclusos está o indicado o uso de anestésicos locais com vasoconstritor 
adrenérgico (preferencialmente adrenalina 1:100.000) para promover vasoconstrição e, consequentemente, 
menos sangramento intra-operatório.
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3 – INCISÃO ECONFECÇÃO DE RETALHO:
Realizar acesso cirúrgico adequado por meio de um retalho mucoperiosteal é uma das etapas mais importantes. 
O descolamento nessa região costuma ser difícil para cirurgiões inexperientes. Para remoção de terceiros molares, 
comumente são feitos retalhos do tipo envelope com ou sem uma incisão relaxante. 
Figura 7-Incisões recomendadas para terceiros molares impactados. (A) Incisão envelope ou Maurel: Se estende da papila mesial do primeiro molar 
mandibular, ao redor dos colos dos dentes até a face distal do segundo molar, e depois posteriormente e lateralmente para cima na borda do ramo 
mandibular. (B) Incisão triangular ou Mead: Quando a impactação for muito profunda, poderá ser feita com uma relaxante na face mesial do primeiro molar 
melhorando a visibilidade. A principal desvantagem desse acesso é a dificuldade de sutura da incisão vertical.
Fonte: HUPP et al, 2015.
4 - OSTEOTOMIA:
Após o acesso cirúrgico adequado, deve-se avaliar quantidade óssea a ser removida, na maioria dos casos 
alguma remoção é necessária
Remove-se osso na face oclusal, vestibular, distal e parte da porção mesial aproximadamente até a junção 
amelo-cementária. Não se deve remover osso na face lingual para evitar lesões ao nervo lingual. As brocas utilizadas 
com alta rotação podem ser as fresas cirúrgicas laminadas esféricas ou brocas tronco cônicas. A broca mais indicada 
é a tronco cônica 702.
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Para os dentes superiores, a remoção óssea é feita inicialmente na área lateral do dente, abaixo da linha cervical 
para expor a coroa clínica inteira. Com frequência, o osso vestibular é fino o suficiente para que possa ser removido 
com um elevador de periósteoou por um cinzel fazendo pressão com os dedos.
Figura 8- Osteotomia. (A) Remoção do osso que reveste a superfície oclusal do dente. 
(B) Remoção do osso das regiões mesial, vestibular e distal.
Fonte: MILORO et al, 2016.
5 – ODONTOSECÇÃO E EXÉRESE: 
Após a osteotomia finalizada, deve-se avaliar a necessidade de seccionar o dente. A direção na qual o dente 
impactado deve ser separado depende principalmente da angulação do dente e da curvatura da raiz.
Esta etapa pode ser realizada com alta rotação e fresas cirúrgicas laminadas esféricas (Nº6 ou 8) ou brocas tronco 
cônicas (702 ou 703) ou ainda uma broca específica para essa finalidade, a Zecrya. Em alguns casos, principalmente 
terceiros molares horizontais, pode ser necessário o uso de peça reta em micro motor com brocas 702 para baixa rotação.
Os terceiros molares superiores são raramente seccionados, pois o osso que recobre o dente é geralmente muito fino.
As imagens abaixo mostram como deve ser feita a remoção de acordo com a angulação das impactações, e a 
devida odontosecção quando necessária. Note que os dentes são removidos sem auxílio de fórceps, apenas com uso 
de elevadores. Ao final do procedimento, deve ser observado presença de qualquer remanescente de folículo dental, 
este deve ser removido com auxilio de pinça hemostárica para evitar a possibilidade de degeneração cística
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Figura 9 - Remoção de um terceiro molar em impactação vertical: (A)Odontosecção separando as raízes mesial e distal. 
(B) Remoção da raiz distal(C) Remoção da raiz mesial.
Fonte: MILORO et al, 2016.
Figura 10 - Remoção de um terceiro molar em impactação mesioangular: (A)Odontosecção da porção distal da coroa. 
(B) Remoção com elevador reto inserido na mesial com movimento rotacional.
Fonte: MILORO et al, 2016.
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Figura 11 - Remoção de um terceiro molar em impactação horizontal: (A)Odontossecção para separar coroa das raízes. (B) Remoção da raízes por meio de 
elevadores, que algumas situações também precisam ser separadas.
Fonte: MILORO et al, 2016.
TRACIONAMENTO ORTODÔNTICO DE DENTES INCLUSOS 
Os caninos são os dentes que sofrem maior impactação depois dos terceiros molares, e estes devem ser 
preservados quando possível, tendo em vista sua importância estética e funcional. O planejamento cirúrgico deve 
ser feito de acordo com o posicionamento do dente. Geralmente estão posicionados na face palatina. Dessa forma, 
durante a incisão o retalho é desenvolvido a partir de uma incisão sulcular que se estende do pré-molar ou molar até 
a linha média. Deve ser retirado todo o osso de recobrimento, até que a coroa do dente seja exposta e, então, é colado 
um dispositivo de tracionamento e em seguida é guiado de forma ortodôntica para a posição desejada.
 
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Figura 12- (A): Canino superior impactado. (B): Retalho mucoperiosteal confeccionado. (C): Colocação do braquete para tracionamento ortodôntico. 
(D): Após tracionamento, o dente se encontra na posição ideal.
Fonte: HUPP et al, 2015.
REFERÊNCIAS:
HUPP, J. R.; ELLIS, E. TUCKER, M. R. et al. Cirurgia Oral e Maxilofacial Contemporânea. Elsevier, 6ed. 2015.
MILORO, M.; GHALI, G. E.; LARSE, P. E.; WAITE, P. D. Princípios de Cirurgia Bucomaxilofacial de Peterson. 
Santos, 3ed. 2016.
FREITAS R.; Tratado de cirurgia bucomaxilofacial. Santos, 1ed. 2006.
PÁGINA 80
FONSECA, R.J.;OralandMaxillofacialSurgery. Elsevier, 1 ed. 2018.
MEDEIROS, P. J.; MIRANDA.; M. S de.; RIBEIRO, D. O. B. et. al. Cirurgia dos Dentes Inclusos Extração e 
aproveitamento. Santos, 1ed. 2003.
PRADO, R.; SALIM, M. CIRURGIA BUCOMAXILOFACIAL: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO. - 2. ED. - RIO DE 
JANEIRO : GUANABARA KOOGAN, 2018.
BAGHERI, S. C.; BELL, R. B.; KHAN, H. A.Terapias Atuais em Cirurgia Bucomaxilofacial. Elsevier, 1ed. 2013.
SILVA, D. F. B.; et al. Tomografia computadorizada de feixe cônico como exame complementar norteador em 
exodontia de terceiro molar semi-incluso e impactado próximo ao canal mandibular: relato de caso. Arch Health 
Invest., v.7, n.6. p. :217-219. 2018.
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INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS 
SÍLVIA SOARES LEMOS | JOSÉ JHENIKÁRTERY MAIA DE OLIVEIRA
CAPÍTULO 7
As infecções odontogênicas são situações comuns na clínica odontológica, geralmente são bem localizadas, de 
baixa intensidade, brandas e facilmente tratadas com drenagem e remoção da causa da infecção. No entanto algumas 
infecções são graves e se disseminam pelos espaços faciais, atingindo áreas distantes do foco original.
MICROBIOLOGIA DAS INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS
 As bactérias responsáveis pelas infecções de origem odontogênica são habitantes da microbiota natural do 
ambiente bucal, que em condições normais vivem em equilíbrio sem causar doença. 
 São compostas, principalmente, por cocos aeróbios Gram-positivos, cocos anaeróbios e bastonetes anaeróbios 
Gram-negativos, sendo estas bactérias as mesmas que causam doenças comuns na cavidade bucal, como cárie e 
doença periodontal. 
 Quando as bactérias têm acesso aos tecidos subjacentes mais profundos, por meio de polpa necrosada ou 
bolsas periodontais profundas, causam infecções odontogênicas com maior grau de patogenicidade.
ETIOLOGIA DAS INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS:
 Podem ter origem periapical, (figura 1) decorrentes de cárie dentária causando necrose pulpar disseminando 
para os tecidos periapicais; ou possuir origem periodontal (figura 2) decorrentes de bolsas periodontais profundas 
ou de um saco pericoronário de um dente parcialmente irrompido, isso acontece principalmente com os terceiros 
molares.
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Figura 1 – A- Alteração de volume na região do dente 36. B- Radiografia periapical evidenciando lesão de furca e destruição extensa por cárie. 
Fonte: MARIANO et al. (2007).
Figura 2 – Edema e eritema na região do dente 48, resultado de uma pericoronarite.
Fonte: HUPP et al, 2015.
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ESTÁGIOS DAS INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS
INOCULAÇÃO
 Ocorre nos primeiros três dias, consiste em um edema amolecido, levemente sensível, as bactérias estão 
começando a colonizar o hospedeiro.
CELULITE
 Após os 3 primeiros dias, ocorre uma disseminação rápida da infecção para os tecidos adjacentes. Nesta etapa 
a infecção ultrapassa as barreiras ósseas corticais e difunde-se aos tecidos circunvizinhos, causando uma intensa 
resposta inflamatória reacional (figura 3). Clinicamente observa-se um aumento de volume intenso, difuso, mais 
endurecida, avermelhada e agudamente dolorosa
Figura 3 – Celulite facial com envolvimento dos espaços faciais primários bucal do lado esquerdo.
Fonte: Prado & Salim, 2018
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Figura 4 – Abscesso em espaço bucal do lado direito.
Fonte: Prado & Salim, 2018
ABSCESSO
Representa o estágio de cronificação do processo infeccioso, apresentando-se de forma localizada, bem 
delimitada e circunscrita, com presença de exsudato purulento. Comparado à celulite, o abscesso é tipicamente 
menos perigoso, tendo em vista que representa um processo localizado e circunscrito (figura 4).
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Quadro 1 – Diferença entre os estágios da infecção.
Comparação do Edema, Celulite e Abscesso
Características Edema (Inoculação) Celulite Abscesso
Duração 0 a 3 dias 1 a 5 dias 4 a 10 dias
Dor, bordas Média, difusa Difusa Localizada
Tamanho Variável Grande Pequeno
Cor Normal Vermelho Centro brilhante
Consistência Gelatinosa Endurecida Centro amolecido
Progressão Crescente Crescente Decrescente
Pus Ausente Ausente Presente
Bactéria Aeróbica Mista Anaeróbica
Gravidade Baixa Alta Pequena (muito baixa)
Fonte: HUPP et al, 2015. 
PROGRESSÃO DA INFECÇÃO ODONTOGÊNICA
A localização da infecção é estabelecida por dois fatores principais: a espessura do osso na região do ápice do 
dente e a relação com as inserções musculares. 
A relação do ápice dentário com o osso suprajacente determinará se ponto de drenagem do abscesso será na 
região vestibular ou na região lingual/palatina (figura 5). O processo infeccioso se disseminará para região do osso 
mais delgado. A maioria dos dentes superiorespossui o ápice dentário mais próximo da região vestibular (figura 
6), ocasionalmente, um abscesso palatino surge do ápice de um incisivo lateral (figura 7) ou da raiz palatina de um 
1° molar ou pré-molar superior. Na mandíbula, os incisivos, caninos e pré-molares costumam drenar para região 
vestibular. No entanto, os molares drenarão pela cortical lingual com mais frequência.
Uma vez que a infecção tenha perfurado o osso, a sua localização exata no tecido mole ou seja, intra ou extra 
oral, será determinada pelas inserções musculares (figura 8). Por exemplo, na maxila a infecção que perfura o osso 
superior à inserção muscular manifestará na região extra oral, se perfurar o osso abaixo do músculo a infecção será 
a região intra-oral. O inverso ocorre com os dentes mandibulares.
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Figura 5 – A- O ápice do dente está mais próximo da cortical vestibular com a infecção progredindo pela vestibular. 
B- O ápice está próximo à tábua óssea palatina, de modo que região palatina será acometida.
Fonte: Prado & Salim, 2018.
Figura 6 - Abscesso no espaço vestibular do dente 23. 
Fonte: Prado & Salim, 2018.
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Figura 7 – Espaço subperiosteal no palato comprometido.
Fonte: Acervo fotográfico dos autores.
Figura 8 – A- Quando o ápice de um dente superior estiver abaixo da inserção muscular, resultará em abscesso intra oral. B- Quando o ápice de um dente 
superior estiver acima da inserção muscular, um espaço facial extra oral será envolvido.
Fonte: PRADO; SALIM, 2018.
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ESPAÇOS FACIAIS
Os espaços fasciais são compartimentos teciduais revestidos por fáscias, preenchidos por tecido conjuntivo 
frouxo, que se inflamam quando invadidos por micro-organismos. Servem como coxim para músculos, vasos, nervos, 
glândulas e outras estruturas que estes envolvem.
As infecções oriundas dos dentes superiores podem disseminar-se dentro dos espaços primários bucal, 
infraorbitário, infratemporal ou para outros espaços como o Temporal profundo e superficial e para o seio maxilar. 
As infecções dos dentes inferiores tendem a disseminar-se para os espaços bucal submandibular, sublingual e 
submentual e podem também disseminar-se além desses espaços, considerados primários, para os espaços fasciais 
secundários, como os espaços massetéricos e pterigomandibular e para os espaços cervicais, (espaços faríngeo 
lateral, retrofaríngeo e pré-vertebral).
Tabela 1 – Relação entre os espaços faciais da cabeça e pescoço e as possíveis causas.
Espaço facial Causas possíveis
Bucal Pré-molares e molares superiores e pré-molares inferiores.
Infraorbitário Canino superior.
Submandibular Molares inferiores e extrabucal.
Submentual Dentes anteriores inferiores e fratura sinfisária.
Sublingual Pré-molares e molares inferiores e trauma direto.
Pterigomandibular Terceiros molares inferiores e fratura do ângulo da mandíbula.
Massetérico Terceiros molares inferiores e fratura do ângulo da mandíbula.
Infratemporal e temporal profundo Molares superiores.
Temporal superficial Molares superiores e inferiores.
Faríngeo lateral Terceiro molares inferiores, tonsilas e infecção dos espaços vizinhos.
Fonte: Adaptado do HUPP et al (2015).
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Figura 9 – Comprometimento do espaço bucal.
Figura 10 – Paciente com comprometimento do espaço 
canino (observar o desaparecimento do sulco nasolabial).
Fonte: HUPP et al (2015). Fonte: Acervo fotográfico dos autores.
Figuras 11 e 12 – A- Espaço sublingual comprometido. B- Espaço submandibular comprometido.
 
Fonte: Acervo fotográfico dos autores.
A B
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JÁ OUVIU FALAR EM ANGINA DE LUDWIG?
É considerada uma das complicações mais graves das infecções odontogênicas. Quando os espaços 
perimandibulares, submandibular, sublingual e submentoniano são envolvidos bilateralmente, chamamos de Angina 
de Ludwig. O paciente pode apresentar aumento de volume importante, bilateralmente, trismo, sialorréia, dificuldade 
de deglutição (disfagia) e respiração. É uma celulite de evolução rápida que pode deslocar a língua e obstruir as vias 
aéreas além de disseminar-se para os espaços faciais profundos do pescoço.
Figura 13 – Quadro clínico de Angina de Ludwig com comprometimentos dos espaços perimandibulares bilateralmente. 
Fonte: encurtador.com.br/buK27
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AVALIAÇÃO DO PACIENTE COM INFECÇÃO ODONTOGÊNICA
 É iniciada com a coleta de informações obtidas na anamnese e exame físico. Estes dados determinarão a 
gravidade da infecção. Para adequado exame deve-se observar atentamente alguns pontos: 1 - A história médica 
do paciente, pois irá estimar a capacidade de defesa do hospedeiro; 2 - A história clínica, evolução e gravidade 
da infecção, para então definir a melhor terapêutica; 3 - Se há sinais de envolvimento sistêmico, que indica que o 
organismo não está conseguindo controlar a infecção sozinho. 
Após as etapas supracitadas, faz-se necessário a obtenção de exames de imagens, sejam eles os intrabucais 
que consiste em radiografias periapicais, e, a depender do caso, os extrabucais também serão indicadas, tal como 
radiografia panorâmica e tomografia computadorizada, pois são necessárias para pacientes com infecções em 
estágios mais avançados, podendo apresentar abertura limitada da boca ou outras circunstâncias atenuantes 
encontradas, impossibilitando as radiografias intrabucais.
Além disso, para condições médicas que possam resultar na diminuição da defesa do hospedeiro é importante a 
solicitação de exames laboratoriais, pois irá fornecer informações que podem ser utilizadas para fins de diagnóstico, 
prognóstico e estabelecimento de riscos para inúmeras doenças, bem como traçar um tratamento personalizado, 
evitando a necessidade de procedimentos complementares mais complexos.
TRATAMENTO DA INFECÇÃO ODONTOGÊNICA
 Os princípios básicos para o tratamento das infecções odontogênicas são a remoção da causa e a drenagem 
cirúrgica. Geralmente uma pequena incisão é suficiente para conseguir a drenagem do conteúdo purulento, mas pode 
variar de uma abertura coronária e drenagem via canal a drenagens complexas com múltiplas incisões e colocações 
de drenos.
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Figura 14 – A- Infecção periapical do pré-molar inferior com presença de abscesso vestibular. B- Abscesso incisado com uma lâmina 11. C- As pontas da pinça 
hemostática são inseridas através da incisão e abertas de forma para eliminação do pus. D- Pequeno dreno inserido na profundidade do abscesso com a pinça 
hemostática. E- Dreno suturado no local com sutura simples. 
Fonte: HUPP et al, 2015.
Quando existir possibilidade, deve-se tentar preservar o dente causador da infecção, realizando tratamento 
endodôntico ou periodontal. Caso o dente não possa ser recuperado o tratamento de escolha é a exodontia. A extração 
do dente proporciona a remoção da causa, drenagem de exsudato purulento e eliminação de resíduos acumulados.
IMPORTANTE!
A escolha do antibiótico apropriado para o tratamento das infecções odontogênicas deve ser avaliada cuidadosamente. Um erro comum 
é pensar que todos os casos de infecções necessitam do uso de antibiótico. Portanto, deve-se analisar alguns fatores como gravidade 
da infecção, se a remoção da causa poderá ser obtida prontamente e o estado de defesa do paciente. De forma geral, os antibióticos 
devem ser utilizados quando há evidência clara de invasão bacteriana nos tecidos subjacentes que excede a capacidade de defesa do 
hospedeiro, tornando provável a disseminação da infecção.
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Situações em que é necessário o uso de antibióticos:
• Infecções agudas e de progressão rápida;
• Infecção difusa e não circunscrita;
• Pacientes com doenças sistêmicas;
• Comprometimento das defesas do hospedeiro;
• Envolvimento dos espaços faciais;
• Periocoronarite grave;
• Osteomielite.
Situações em que não é necessário o uso de antibióticos:
• Abscessos crônicos e bem localizados;
• Abscessos localizados em fundo de vestíbulo, sem tumefação facial;
• Ausência de toxemia;
• Pericoronarite branda;
• Alveolite

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