Prévia do material em texto
Johny Henrique Magalhães Casado Cartografia e Geoprocessamento Unidade 2 Unidade 2| Introdução Fonte: Pixabay Neste capítulo, abordaremos as principais características de um SIG, bem como os componentes que o sistema utiliza. Também serão estudadas as principais técnicas de coleta de dados via noções de Sensoriamento Remoto e Integração com o SIG. Por fim, serão expostos estudos sobre a produção cartográfica. Unidade 2| Competências 1. Conceituar georreferenciamento de dados. 2. Visualizar a estrutura de dados em um SIG. 3. Entender a análise espacial em um ambiente SIG. 4. Compreender as noções de sensoriamento remoto e integração com o SIG. 1. Bases históricas do Georreferenciamento de Dados O homem faz tais registros há mais de 2500 anos a. C., mas, com a modernização dos computadores, sistemas de posicionamento global, como os GPSs, e com a crescente necessidade de se produzir mapas com mais informações, surge a Cartografia. Fonte: Pixabay Da Cartografia, surge seu braço mais tecnológico: o georreferenciamento que nada mais é do que a utilização de modelos matemáticos e computação para que sejam construídos conjuntos de informações espaciais georreferenciadas. O georreferenciamento está em uso há muitos anos e hoje abusa do que existe de mais moderno na tecnologia com a utilização de processos automatizados, inteligência artificial e machine learning (aprendizado de máquina) para processar os dados que coleta de forma a produzir ainda mais informações úteis. A base da Cartografia, assim como do georreferenciamento, são os modelos de cálculos matemáticos, que com apoio da tecnologia, deixaram de ser limitados em questão de volume de dados. Agora, com os avanços até mesmo em computação quântica, os cálculos de georreferenciamento podem englobar volumes cada vez maiores de dados, com destaque aos dados espaciais. O CGIS representa um enorme avanço ao uso das tecnologias modernas em prol do desenvolvimento da cartografia, do georreferenciamento. Nos anos 1970, mais recursos foram sendo desenvolvidos, hardware mais barato foi sendo disponibilizado e com isso, ao mesmo tempo, surgem os primeiros CAD (Computer Aided Design) que rapidamente passam a ser utilizados como base dos sistemas cartográficos automatizados e do qual nasce a expressão Geographic Information System, ou seja, Sistema de informação geográfica (ZAIDAN, 2017). 1.1. O que é georreferenciamento de dados Por georreferenciamento, podemos conceituar como sendo a ciência que usa um conjunto de tecnologias para coletar, armazenar, editar, processar, analisar e disponibilizar dados e informações que contenham referências espaciais precisas e que façam parte de um ecossistema de hardware, software e diversos profissionais. Portanto, temos no geoprocessamento um conjunto de métodos teóricos, modelos matemáticos, que produzem informações espaciais (georreferenciadas), oriundas do processamento de dados que foram coletados, seguindo tais modelos, técnicas e teorias. De acordo com Martins (2009), o geoprocessamento é utilizado por diversas áreas como cartografia, planejamento urbano, análise de recursos naturais etc. Ele é composto pelas chamadas geotecnologias, que dizem respeito à topografia, banco de dados geográficos, sistema de informação geográfica, sensoriamento remoto e outras técnicas de referenciamento espacial. 2. Condeito de SIG Atualmente n,ão existe empresa ou ramo de atuação comercial e científica que não use algum sistema de informação, seja na construção de informações para tomada de decisão ou para a pesquisa científica. A geografia, pela cartografia, usa seu sistema, o SIG, e vale ressaltar que não se trata de outra coisa ,além de um sistema cujas informações tratadas são de cunho geográfico. Fonte: LISBOA FILHO (2020) De acordo com Zaidan (2017), são diversas as definições de SIG e podemos citar que uma: SIG pode ser definido como um conjunto de técnicas empregadas na integração e análise dos dados que foram coletados de diversas origens, como imagens de satélites, mapas, cartas climatológicas, censos e que são processadas em computadores de forma a exibir dados geográficos. Um SIG deve conter como componentes a interface de usuário, uma forma de entrada, sua integração de dados, seus mecanismos de consulta, análise espacial e processamento de imagem, armazenamento e recuperação de dados (banco de dados geográficos) (ASSAD; SANO, 1998). A estrutura básica dos SIG pode ser representada por seus equipamentos, o hardware, seus aplicativos, o software, profissionais especializados, também nomeados peopleware e seu banco de dados, sua dataware. Sua lógica de funcionamento deve permitir a entrada de dados, seu armazenamento, processamento e, por fim, sua saída geoprocessada. Um componente bastante importante do ponto de vista da informatização e automação, proporcionada pelos SIGs, está em seu banco de dados. Há algumas décadas, com o surgimento dos primeiros computadores, empresas e cientistas passaram a enxergar a necessidade de armazenar uma quantidade de dados que sempre crescia. No georreferenciamento, a lapidação das informações tem seu destaque, mas antes é preciso estabelecer a complexidade que os dados, deste ramo do conhecimento, apresentam para a captação e utilização nos SIGs. Assim, Lisboa Filho (2000, pg. 10) afirma que esta obtenção de dados é muito mais complexa que em outros ramos de atividade e sua complexidade nasce do fato de que a entrada de dados não se limita a simples operações de inserção. 2.1. Componentes de um SIG De forma geral, os SIGs são construídos, contendo formatos e dispositivos de entrada de dados, dispositivos de armazenamento e recuperação, estrutura lógica de manipulação e edição destes dados, além de análise dos dados espaciais e, por fim, as saídas deste processamento. Fonte: Barros (2018) De acordo com Lisboa Filho (2000, p. 9), os SIGs são compostos por sistemas de armazenamento de dados, funções de processamento, visualização e plotagem, armazenamento e recuperação do banco de dados geográficos. Portanto, a arquitetura de um SIG tem três tipos de interfaces: a linguagem de comandos, os menus hierárquicos e os sistemas de janelas. 3. Conceitos e tipos de análise espacial Os Sistemas de informações Geográficas, os SIGs são constituídos por diversos componentes como softwares, hardwares e são capazes de representar informações sobre o espaço geográfico, na forma de mapas temáticos, cartas topográficas, tabelas, gráficos e muito mais. Fonte: CÂMARA (2003) Sobre a autocorrelação espacial, outro componente da análise dos SIGs , Câmara (2003, pg. 11) afirma que se trata de: “expressão computacional do conceito de dependência espacial é a autocorrelação espacial.” Este termo foi derivado do conceito estatístico de correlação, utilizado para mensurar o relacionamento entre duas variáveis aleatórias. O prefixo “auto” indica que a medida de correlação é realizada com a mesma variável aleatória, medida em locais distintos do espaço. Conforme apresenta Câmara (2003), o índice obtido pela aplicação da fórmula expressa uma direta relação entre diversas e aleatórias variáveis, tal como um produto de duas matrizes. A título de exemplo, se forem informados dados de distância d, a matriz w3 vai oferecer o valor da medida de contiguidade espacial entre as variáveis aleatórias. A questão da distribuição espacial é interdisciplinar, sua compreensão contribui para os temas vitais de outras áreas do conhecimento como a saúde, questões ambientais, agronômicas etc. De acordo com Câmara (2003, pg. 1), “tais estudos vem se tornando cada vez mais comuns, devido à disponibilidade de sistemas de informação geográfica (SIG) de baixo custo e com interfaces amigáveis.” 3.1. Tipos de dados em análise espacial De acordo com Câmara (2003), os problemas de análise espacial utilizam dados ambientais e socioeconômicos. Em ambos os casos, a análise espacial é composta por um conjunto de procedimentos encadeados, cuja finalidade é a escolha de um modeloinferencial que considere explicitamente os relacionamentos espaciais presentes no fenômeno. Fonte: Câmara (2003) Distribuição de perfis e amostras de solo Em geral, o processo de modelagem é precedido de uma fase de análise exploratória, associada à apresentação visual dos dados sob forma de gráficos e mapas e a identificação de padrões de dependência espacial no fenômeno em estudo (CÂMARA, 2003, p. 3). Assim, temos os seguintes tipos de dados, que a taxonomia mais utilizada na caracterização dos problemas de análise espacial, propõe: eventos ou padrões pontuais, superfícies contínuas e áreas com contagens e taxas agregadas. Como dados ambientais são resultantes de fenômenos naturais de longa e média duração (como os processos geológicos), a hipótese de estacionariedade é decorrente da relativa estabilidade destes processos. Na prática, isto implica que a estacionariedade está presente num grande número de situações. Deve ser observado que ela é uma hipótese de trabalho não restritiva na abordagem de problemas não estacionários. Com a análise espacial, podemos compreender os avanços promovidos com os SIGs e também a relevância dos conceitos como o de dependência espacial, que demonstra muito bem a distribuição no espaço dos fatores, que estão sendo analisados e sua relação com as distâncias medidas. Dentro dos SIGs, a análise espacial é aprimorada na forma da autocorrelação espacial, um conceito estatístico que analisa a relação entre variáveis aleatórias. Podemos conceituar o sensoriamento remoto como a obtenção de informações de algo que está localizado na Terra, na superfície terrestre, mas tal processo ocorre sem qualquer contato entre o sensor e o objeto. Com esta perspectiva da varredura sem contato, podemos conceber que o processo ocorre com o uso de sensores passivos, que usam radiação eletromagnética de fonte natural, ou sensores ativos como os radares. 4. Produção cartográfica, projeções e sensoriamento remoto Podemos conceituar o sensoriamento remoto como a obtenção de informações de algo que está localizado na Terra, na superfície terrestre, mas tal processo ocorre sem qualquer contato entre o sensor e o objeto. Com esta perspectiva da varredura, sem contato, podemos conceber que o processo ocorre com o uso de sensores passivos, que usam radiação eletromagnética de fonte natural ou sensores ativos como os radares. Espectro eletromagnético Fonte: Lisboa Filho (2000). O resultado deste sensoriamento são imagens geralmente captadas por sensores óticos como os que equipam os satélites em órbita ao redor de nosso planeta azul. Estes satélites captam a energia eletromagnética que o planeta reflete, gerando imagens usadas em mapeamento, atualização da cartografia, dados meteorológicos e até pesquisa de impacto ambiental. Portanto, compreender a dinâmica do sensoriamento remoto também ajuda compreender até mesmo alguns conceitos básicos da cartografia, como o mapa. Lisboa Filho (2000, p. 5) conceitua um mapa como sendo “uma representação, em escala e sobre uma superfície plana, de uma seleção de características sobre ou em relação à superfície da terra. Tradicionalmente, os mapas têm sido a principal fonte de dados para os SIGs.” Uma peculiaridade dos mapas está no fato de que representam um objeto celeste de superfície curva, nosso planeta, e para que tal representação tenha o máximo de precisão e evite distorções ao ser representada em algo plano como o papel, usam- se de métodos matemáticos nomeados de projeção cartográfica. 4.1. Produção cartográfica -projeções O planeta terra tem uma superfície curva, mas para os casos nos quais é preciso estudar tal superfície em maior detalhe, utilizamos os mapas que são representações planas de nosso planeta. Fonte: Lisboa Filho (2000) Toda projeção apresenta deformações, pois algumas características existentes no mapa precisam estar distorcidas para que outras sejam exibidas corretamente. Entre as deformações, temos variações de distâncias, ângulos, áreas e sua localização costuma ser nas regiões polares, equatoriais. Existem estudos e análises que não podem ser feitos com algo plano como um mapa tradicional e com isso temos o sensoriamento remoto que consiste na obtenção de informações diversas sobre localizações, fenômenos, objetos com a utilização de sensores diversos, ou seja, sem contato com o objeto de estudo. O funcionamento dos sensores, utilizados pelo sensoriamento remoto, depende de uma reação física, depende da capacidade dos objetos que estão no solo terrestre de refletirem radiação eletromagnética. Via de regra este eletromagnetismo e origina-se, naturalmente, de fontes como o sol ou, artificialmente, como o que se origina de lâmpadas e é captado pelos sensores. O sensoriamento remoto só é possível, pois utiliza o eletromagnetismo natural dos objetos ou produzido pelo seu sensor (como feito pelos radares). Acesse o artigo a seguir e saiba mais sobre radiação, luz, cor e comprimento de onda e como são utilizados no sensoriamento remoto. Os sensores podem ser classificados como passivos, como as fotografias, cuja atuação se dá por medir a energia eletromagnética do ambiente, e os sensores ativos, como os radares que emitem sua energia e analisam os resultados. Sobre os radares, Lisboa Filho (2000, p. 7) afirma que “[...] emitem energia na região de micro-ondas do espectro eletromagnético e captam a energia refletida pelos materiais que estão sobre a superfície terrestre.” Podemos concluir que o sensoriamento remoto contribui para o georreferenciamento ao promover varreduras do que estiver localizado na superfície da Terra e sua aplicação é extremamente vasta . Exemplo são os estudos da temperatura atmosférica, das precipitações, estudos topográficos, uso do solo e os tipos de vegetação. � �Cartografia e Geoprocessamento Unidade 2| Introdução Unidade 2| Competências 1. Bases históricas do Georreferenciamento de Dados Número do slide 5 Número do slide 6 1.1. O que é georreferenciamento de dados� Número do slide 8 2. Condeito de SIG � Número do slide 10 Número do slide 11 2.1. Componentes de um SIG 3. Conceitos e tipos de análise espacial� Número do slide 14 Número do slide 15 3.1. Tipos de dados em análise espacial Número do slide 17 Número do slide 18 4. Produção cartográfica, projeções e sensoriamento remoto Número do slide 20 4.1. Produção cartográfica -projeções Número do slide 22 Número do slide 23