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DEFINIÇÃO
Marx e Engels e a formulação do Materialismo Histórico; a herança marxista a partir de pensadores que desdobraram seu pensamento; as
novas fases do marxismo a partir das influências da Escola de Frankfurt.
PROPÓSITO
Explicar, de forma fundamentada, as bases e a permanência do pensamento de Marx e os continuadores de suas teorias – marxianos e
marxistas. Trata-se de uma das principais influências para o pensamento filosófico da contemporaneidade.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Compreender o desenvolvimento do marxismo e o surgimento do Materialismo Histórico
MÓDULO 2
Identificar aspectos do pensamento marxiano e sua apropriação pelos marxistas clássicos
MÓDULO 3
Relacionar a Escola de Frankfurt e o marxismo
INTRODUÇÃO
Depois de proclamada por tantas vezes a morte de Marx e iguais vezes evocada a sua ressurreição na história do pensamento contemporâneo,
a pergunta que fica se refere à tentativa de compreender a importância do legado desse autor, que é amado por uns e odiado por outros
tantos.
Para responder a essa questão, antes de discutir quem o aprecia e
quem são aqueles que se reivindicam como marxistas ou marxianos, é
preciso partir do pressuposto de um dos seus críticos (um
adversário?), Jacques Derrida, que um dia proclamou que não há
futuro sem Marx e afirmou que é possível estar “para, contra, com,
mas não sem Marx” (BENSAÏD, 2013, p. 168).
JACQUES DERRIDA (1930-2004)
Filósofo franco-argelino, um dos mais influentes autores das correntes chamadas do “pós-modernismo”. Derrida critica a tradição
estruturalista proposta por Marx, mas entende que as ciências humanas precisam passar pelas teorias do autor.
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CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA
CONHECENDO MARX
Nascido em Trier, capital da província alemã do Reno, no alvorecer do
século XIX, momento em que a humanidade atravessava sua primeira
Revolução Industrial, que começava pela Inglaterra, mas levaria
algumas décadas para atingir o restante da Europa, Karl Heinrich
Marx (1818-1883) teve origem em uma ampla família judaica de
classe média. Desde muito jovem, esteve envolvido com movimentos
intelectuais, mas foi a partir de sua transferência para a Universidade
de Berlim e do encontro com jovens intelectuais e discípulos do
professor e filósofo Georg Wilhelm Friedrich Hegel que o jovem
Marx descobriu sua paixão pela Filosofia e encontrou o que parecia
ser sua vocação.
A partir do encontro com os chamados jovens hegelianos (também conhecidos como hegelianos de esquerda), Marx deu os primeiros passos
no desenvolvimento do que viria a ser uma das mais profícuas e controversas obras da humanidade. Estamos nos referindo ao conjunto dos
estudos que acabou por influenciar a Política, Sociologia, História, Economia e Filosofia. Apesar de ser teoricamente uma obra vital, cai em
segundo plano ou em negação muitas vezes em virtude das controvérsias políticas que ensejou, e isso, às vezes, impede uma apreciação
correta da sua dimensão.
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MOVIMENTOS INTELECTUAIS
Marx envolveu-se com o movimento literário romântico, sonhou ser poeta, rabiscou alguns versos e frequentou o Clube de Poetas, quando
passou a frequentar o curso de Direito na Universidade de Bonn.
GEORG WILHELM FRIEDRICH
HEGEL (1770-1831)
É considerado por muitos o pai do Materialismo Histórico, em
especial no que tange a seu modelo de uma sociedade em um
equilíbrio instável entre Síntese, Antítese e Tese em forma de um
constante ciclo. Porém, para Hegel – isto é uma tremenda
simplificação –, o sentido era a estabilização, a busca do homem de
manter o equilíbrio. Daí a ideia de que o pensamento hegeliano era
conservador em certo sentido, ainda que um grupo de alunos o
reinterpretassem como uma maneira da sociedade ser transformada,
gerando a alcunha de hegelianos de esquerda.
TRABALHOS INICIAIS DE MARX: RELAÇÕES DE PROPRIEDADE
RELAÇÕES DE PROPRIEDADE
Inicialmente, os trabalhos de Marx estudaram as relações de
propriedade pela ótica da transformação do direito público e as formas
assumidas na História pela propriedade privada.
Marx começou pelas disputas pela lenha, um produto essencial para
aquecer as casas durante o inverno em regiões temperadas. Tais
disputas foram percebidas a partir de sua conversão em crime, já que
buscar a lenha em florestas que tinham se tornado propriedade privada
passou a ser considerado roubo.
Como futuro pensador e militante socialista, Marx percebeu que o
resultado da transfiguração do simples ato de recolher lenha na
floresta em roubo provinha das transformações da sociedade que
impunham às populações acostumadas a recolher a lenha a condição
de párias e criminosas.
Estava aberto o caminho para uma primeira crítica da sociedade de
classes e transformar Marx, digamos, num marxista. Não obstante,
essa crítica ainda se dava no terreno das ideias e da filosofia, porque
foi feita muito antes de Marx descobrir as classes, a luta de classes e a
sociedade burguesa (ou o modo de produção capitalista).
MARX E AS BASES DA FILOSOFIA MARXISTA
OS FILÓSOFOS SÓ INTERPRETARAM O MUNDO DE DIFERENTES
MANEIRAS; DO QUE TRATA É DE TRANSFORMÁ-LO”.
(MARX; ENGELS, 1989, p. 97)
Muito antes de formular essa famosa décima primeira tese sobre Feuerbach, que escreveu a partir do contato com seu grande amigo,
parceiro e colaborador intelectual Friedrich Engels, Marx procurou construir uma carreira acadêmica discutindo a filosofia clássica e
também o pensamento do seu mestre (e mestre de quase todos os jovens filósofos alemães da época), Hegel.
LUDWIG FEUERBACH (1804-1872)
Discípulo de Hegel e famoso pela crítica ao pensamento religioso, ou à proposição de uma Teologia Humanista.
São dessa época as obras A diferença entre as filosofias de Demócrito
e Epicuro (1841), que se originou de uma tese de doutorado defendida
em Jena, quando tinha apenas 23 anos, e seus primeiros textos, que
sugerem uma preocupação incipiente com os temas da política e da
transformação do mundo – isso o acompanharia por toda a vida –,
além dos efeitos de uma intensa atividade jornalística desenvolvida
em veículos de imprensa de jovens hegelianos.
Como produtos literários dessa primeira fase de atividade intelectual,
temos:
Introdução à crítica da filosofia do Direito de Hegel;
A questão judaica;
Os manuscritos econômico-filosóficos.
Todas essas obras foram escritas em 1844. Algumas delas, sem terem
sido publicados, ficaram inéditas até o século XX.
Após se encontrar com Engels – que havia ido a Londres para administrar as indústrias do pai, mas passou a frequentar os ambientes da
classe trabalhadora, o que o fez produzir A situação das classes trabalhadora na Inglaterra (1845) –, Marx extrai algumas das ideias para
compor sua primeira obra escrita em parceria com o jovem Friedrich Engels.
O resultado dessa colaboração é o esboço de uma concepção de mundo que, posteriormente, constituiria as bases filosóficas de tudo aquilo
que se chama filosofia marxista.
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 IMPORTANTE
A obra A sagrada família ou A crítica da Crítica crítica: contra Bruno Bauer e consortes (1845) assinala o início da ruptura com os jovens
hegelianos e a primeira formulação de uma concepção que se poderia dizer efetivamente “marxista” da História, chamada também de
Materialismo Histórico.
RUPTURA COM OS JOVENS HEGELIANOS
É controverso se há efetivamente ou não uma ruptura do pensamento de Marx a partir do encontro com Engels. De forma pragmática, essa é
uma leitura de que ele deixa de ser um defensor das ideias de Hegel para tornar-se um teórico, criando lentamente uma nova dinâmica do
Materialismo Histórico, em que o caminho da História, o motor da História, é o conflito, e não a síntese – como sugerido por Hegel.
MATERIALISMO HISTÓRICO
Concepção de que a história se transforma pelas ações dos homens, em especial suas lutas contra aqueles que dominam.
RUPTURA COM HEGELIANOS
O encontro dos jovens intelectuais, que deu início a uma parceria que duraria por todaa vida, foi marcado pela ruptura com os jovens
hegelianos, os quais eram percebidos como imersos no interior da filosofia metafísica de Hegel.
O QUE MARX E ENGELS PRETENDIAM?
Para Marx e Engels, a tarefa a ser cumprida não era superar Hegel no terreno da filosofia e do idealismo através da crítica à religião e ao
cristianismo, mas presumir que, para que a crítica fosse eficaz, seria preciso transformar o mundo no qual os homens eram levados a
acreditar em Deus e a construir religiões. Portanto, se havia um lugar onde essa luta se daria, não era no plano da crítica da religião ou da
ideia de Deus, mas dentro da História real.
COMO?
Superar a visão hegeliana através de um embate exclusivamente no plano metafísico ou das ideias.
Leia uma passagem escrita por Engels para A sagrada família:
Uma vez reconhecido o homem como essência, como a base de todas
as atividades e dos estados humanos, apenas a “Crítica” pode inventar
novas categorias e transformar de novo o próprio homem, conforme o
faz agora, numa categoria e no princípio de toda uma série de
categorias, atitude com a qual a humanidade teológica atemorizada e
perseguida abraça, por certo, o último caminho de salvação que ainda
lhe restava livre. A História não faz nada, “não possui nenhuma
riqueza imensa”, “não luta nenhum tipo de luta”! Quem faz tudo isso,
quem possui e luta é, muito antes, o homem, o homem real, que vive;
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não é, por certo, a “História” que utiliza o homem como meio para
alcançar seus fins – como se se tratasse de uma pessoa à parte –, pois
a História não é senão a atividade do homem que persegue seus
objetivos. (MARX & ENGELS: 2003, p. 111)
DIZER QUE A “HISTÓRIA NÃO FAZ NADA” SIGNIFICA QUE,
DIFERENTEMENTE DO QUE PRETENDIA HEGEL E SEUS
DISCÍPULOS – QUE ACREDITAVAM NA HISTÓRIA COMO UMA
ABSTRAÇÃO, NA QUAL AS VONTADES DO TEMPO OU DE DEUS
ERAM REALIZADAS A PARTIR DA EVOLUÇÃO DAS IDEIAS (DO
ESPÍRITO) – SÃO OS HOMENS REAIS QUE IMPORTAM, SÃO
ELES QUE CONTAM PORQUE LUTAM E PERSEGUEM SEUS
OBJETIVOS, DANDO FORMA AO MUNDO REAL.
O objetivo dessa crítica, que ilustra bem o espírito que move os dois amigos ao colaborarem pela primeira vez, é superar a Filosofia da
História de Hegel e dos jovens hegelianos. Essa visão pressupunha que havia um sentido inscrito na transformação do mundo e no caminho
da realização da razão universal e do espírito absoluto que passava por fora da existência real dos homens.
A IDEOLOGIA ALEMÃ
A tentativa de se opor no campo das ideias ao pensamento hegeliano
não foi muito bem-aceita no meio acadêmico. Assim, outro trabalho
de Marx e Engels tentou definir o conceito de Materialismo
Histórico.
A obra A ideologia alemã (1845) estabelece uma concepção original
da História que põe o homem, em sua relação com a natureza e com
os outros homens, no centro de toda a trama histórica. Por
conseguinte, não por acaso, em passagem riscada do manuscrito, que
sobreviveu para ilustrar em grande medida a concepção filosófica de
Marx e Engels, eles declaram que conhecem “uma única ciência, a
ciência da História” (MARX; ENGELS, 2007, p. 40)
O significado disso é:
PARA O MARXISMO, É NO MUNDO REAL, FORMADO POR HOMENS REAIS, QUE SE
DÃO AS LUTAS E SE ESTABELECEM AS RELAÇÕES SOCIAIS, OU SEJA, QUE SE
DESENVOLVE A HISTÓRIA.
HISTÓRIA
A História nada mais é do que o suceder-se de gerações distintas, em que cada uma delas explora os materiais, os capitais e as forças de
produção a ela transmitidas pelas gerações anteriores; portanto, por um lado, ela continua a atividade anterior sob condições totalmente
alteradas e, por outro, modifica, com uma atividade completamente diferente, as antigas condições, o que então pode ser especulativamente
distorcido, ao converter-se a história posterior na finalidade anterior, como, por exemplo, quando se atribui à descoberta da América a
finalidade de facilitar a irrupção da Revolução Francesa, com o que a história ganha finalidades à parte e torna-se uma “pessoa ao lado de
outras pessoas”. (MARX; ENGELS, 2007, p. 86)
IDEOLOGIA ALEMÃ
O conceito de ideologia é um problema aplicado na Língua Alemã com debates sobre Gestiche e Kultur – conhecimento e cultura –, que não
são palavras destituídas de sentido intenso do que representam para este novo conjunto recém-criado e conhecido como alemão. Lembre que
a unificação da Alemanha só aconteceu em 1871, embora a identidade que os aproximava fosse remetida à Antiguidade. Então, não devemos
entender ideologia como um conjunto de ideias, mas como um conceito complexo de autoconhecimento das dinâmicas que compõem a
complexa identidade do grupo.
LOUIS ALTHUSSER
Na teoria de Althusser, o pensamento de Marx deveria ser dividido em Jovem Marx, com questões pouco relacionadas à base do seu
pensamento, com bons arcabouços, mas distantes da análise de sua teoria, inaugurada com a Ideologia Alemã, e a fase chamada de Velho
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Marx, o Marx que usa a teoria para fortalecer e refletir sobre a prática.
A importância desse trabalho é tão grande que os estudiosos atribuem à obra A ideologia alemã um ponto de inflexão na formulação do
pensamento marxista, saindo de um ponto de vista ainda demasiadamente influenciado pelo idealismo para uma perspectiva essencialmente
materialista. O filósofo francês Louis Althusser (1918-1990), um dos mais importantes autores marxistas da corrente do estruturalismo,
considera que Marx teria se tornado “ele mesmo” apenas depois de 1845 (ALTHUSSER, 2015, p. 61).
O resultado dessa transformação ensejou a seguinte conversão:
Por conta disso, Marx e Engels ingressaram na Liga dos Justos, uma organização política prestes a assumir sua condição de comunista,
para encontrar os homens de carne e osso que falavam em desvelar o proletariado como sujeito da revolução. Desse encontro com militantes
empenhados em lutar pela transformação do mundo, foi delegada a eles a tarefa de redação de um manifesto que anunciaria a Liga dos
Comunistas.
MANIFESTO COMUNISTA
Depois de postergarem o compromisso que assumiram até o limite do tolerável, sem que Engels obtivesse uma resposta do seu companheiro,
ele entregou a Marx um material que havia redigido e poderia servir como ponto de partida para a redação do manifesto: Princípios do
comunismo (1847). A redação dessa obra e o trabalho em dupla para a elaboração do texto do manifesto da Liga dos Comunistas
contribuíram para o surgimento de um dos mais significativos livros do marxismo e da História: o Manifesto do Partido Comunista (1848).
Uma das frases da abertura do libelo que se tornou uma das obras mais editadas e traduzidas em todo o mundo, representa uma perfeita
síntese da concepção de História surgida da transformação da filosofia idealista em filosofia marxista, melhor dizendo, em Materialismo
Histórico:
“A HISTÓRIA DE TODAS AS SOCIEDADES ATÉ HOJE EXISTENTES É A
HISTÓRIA DA LUTA DE CLASSES”.
(MARX; ENGELS, 1998)
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LIBELO
Peça acusatória. Na justiça, é o material produzido com o objetivo de apontar a fundamentação legal.
Publicado em fevereiro de 1848, quando eclodia na França a primeira revolução que inauguraria a Primavera dos Povos na Europa, o
Manifesto do Partido Comunista é a melhor e mais acabada síntese do marxismo. Há no texto uma linguagem que exalta as realizações da
burguesia, aponta suas limitações e localiza a sociedade burguesa e a produção capitalista como ponto de passagem da História, e não como
sua chegada.
Da antecipação das crises cíclicas do capitalismo, causadas pela ascensão da sociedade burguesa, à exaltação do proletariado, o Manifesto
conjuga um estilo preciso e sofisticado com uma competente síntese do desenvolvimento histórico.
DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO
Trecho do Manifesto comunista como comprovação do que a atividade humana é capaz de realizar: A burguesia não pode existir sem
revolucionar incessantemente os instrumentos de produção e, por conseguinte, as relações de produçãoe, com isso, todas as relações sociais.
A conservação inalterada do antigo modo de produção era, pelo contrário, a primeira condição de existência de todas as classes industriais
anteriores. Essa subversão contínua da produção, esse abalo constante de todo o sistema social, essa agitação permanente e essa falta de
segurança distinguem a época burguesa de todas as precedentes. Dissolvem-se todas as relações sociais antigas e cristalizadas, com seu
cortejo de concepções e ideias secularmente veneradas; as relações que as substituem tornam-se antiquadas antes de se consolidarem. Tudo o
que era sólido e estável se desmancha no ar, tudo o que era sagrado é profanado, e os homens são obrigados finalmente a encarar sem ilusões
a sua posição social e as suas relações com os outros homens. (MARX; ENGELS, 1998, p. 43)
 SAIBA MAIS
Para o filósofo estadunidense Marshal Berman (1940-2013), que vê em Marx um dos arautos da modernidade, os paradoxos presentes na
linguagem dialética do Manifesto dão a impressão de que Marx, em vez de pretender enterrar a burguesia de uma vez, parece empenhado em
exaltá-la (1992, p. 91). Segundo este autor, isso ocorre porque, pela ótica do livro, a sociedade burguesa, quanto mais exorta os homens a
crescer, mais faz com que estes se voltem violentamente contra ela “como uma draga impetuosa (...) em nome de uma nova vida que ela
própria os forçou a buscar” (1992, p. 95).
Não podem restar dúvidas de que o Manifesto comunista (ou Manifesto do Partido Comunista) ocupa um lugar importante no conjunto da
obra de Marx e Engels pelo vigor estilístico, pela abordagem clara e pelo seu formato simples, direto e acessível aos trabalhadores. Em vista
disso, não é possível se aventurar pela descoberta do marxismo sem conhecer esse texto, quando não, sem iniciar o percurso por ele.
É COM O MANIFESTO COMUNISTA QUE MARX EXPLICITA A LUTA NECESSÁRIA EM
RELAÇÃO AO CONTROLE DOS MEIOS DE PRODUÇÃO.
MARX E
ENGELS:
Nesses escritos, a análise marxista mostrou-
se bastante eficaz, pois sobreviveu ao
julgamento do tempo, guardando a
importância para muito além do que se
atribui aos clássicos, posto ser capaz de
articular, como nenhum outro autor, as
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A
HISTÓRIA
O pensamento marxiano
e engelsiano, pela sua
complexidade, é
composto de muitas
outras obras. Marx
analisa a história em
processo, como nos
escritos que deram
origem às obras A luta
de classes na França
(1850), O 18 de
Brumário de Luís
Bonaparte (1852) e,
posteriormente, A guerra
civil na França (1871). A
aplicação do
Materialismo Histórico
se mostra mais eficaz
para fins de
compreensão da
realidade da luta de
classes nos tumultuados
contextos das revoluções
de 1848 e do golpe de
Luís Bonaparte, em
1851, e, muito depois,
com a experiência da
Comuna de Paris, em
1871.
dimensões da estrutura e do processo na
transformação histórica, como podemos ver
em passagem do 18 de Brumário de Luís
Bonaparte:
OS HOMENS FAZEM SUA PRÓPRIA HISTÓRIA, MAS NÃO A FAZEM COMO
QUEREM; NÃO A FAZEM SOB CIRCUNSTÂNCIAS DE SUA ESCOLHA, E
SIM SOB AQUELAS COM QUE SE DEFRONTAM DIRETAMENTE,
LEGADAS E TRANSMITIDAS PELO PASSADO”.
(MARX: 1997, p. 21)
No século XIX, a burguesia de muitos países ainda não tinha varrido
da cena histórica o que Marx considerava como os resquícios da
sociedade feudal (aristocracias, reis, súditos, relações de suserania,
servidão e vassalagem). Então, por entender que a moderna classe
burguesa ainda cumpria um papel progressista na História, Marx e
Engels admitiam que o mundo, antes de reunir todas as condições para
a transição para o socialismo e o comunismo, precisaria passar pelo
desenvolvimento pleno do capitalismo, de suas forças produtivas e
de suas principais classes antagônicas: burguesia e proletariado.
Porém, o que eram exatamente essas duas classes?
Como estabeleciam a relação entre elas nessa fase de desenvolvimento histórico?
 Como se daria a relação de exploração?
De onde vinha a riqueza que permitia a transformação de países de território restrito e pouca presença colonial em grandes potências?
A partir de questões como essas e de muitas outras que inquietavam Marx e Engels, principalmente Marx, eles partiram para estudar as
relações econômicas e o desenvolvimento do capitalismo em bases históricas assentadas.
Engels, que vivera na Inglaterra, berço da Revolução Industrial e bastante mais desenvolvido industrialmente que o restante da Europa, deu
informações a Marx sobre os economistas clássicos que analisavam as transformações na sociedade e na economia engendradas pela
industrialização.
 ATENÇÃO
Precisamos lembrar que estamos em um campo filosófico de compreensão, pelo qual os autores se influenciavam. Assim, os estudos de
Economia Política geravam fundamentações para o trabalho argumentativo e pragmático proposto por Marx e Engels.

1844
Marx inaugurou um novo momento de sua teoria no terreno econômico a partir dos Manuscritos econômico-filosóficos (1844), quando ainda
estava sob influência direta de Hegel.
1847
Em Miséria da filosofia (1847) e com o texto Trabalho assalariado e capital (1847), partiu para defenestrar a obra de Joseph Proudhon
(1809-1865), sem, no entanto, possuir as ferramentas conceituais que lhe permitiram em seguida analisar o capitalismo.

Além disso, o encontro com o socialismo francês já havia proporcionado o substrato fundamental para compreender a luta de classes em
perspectiva histórica. Sob o aspecto econômico, a reflexão marxiana apenas engatinhava, mas ainda faltava a obra definitiva em relação a
esse prisma, faltava O capital.
O CAPITAL
A partir dos anos 1850, Marx intensificou seus estudos sobre
economia. Em 1859, elaborou sua primeira obra mais diretamente
empenhada em discutir a economia burguesa e seus fundamentos,
Contribuição à crítica da economia política. Nessa obra, ele apresenta
temas que deram base à obra que representa a maturidade de Marx, O
capital (1867).
Vejamos alguns pontos que permeiam autor e obra:
TEMAS DO MUNDO REAL TRANSFORMADOS EM CONCEITOS
Mercadoria, capital, circulação, produção e dinheiro são temas tomados do mundo real e transformados em conceitos, num procedimento
investigativo que pressupunha a passagem do concreto ao abstrato e, depois, um novo retorno ao concreto. No famoso prefácio dessa obra,
Marx sintetiza uma concepção que vinha amadurecendo ao longo dos anos, mas que foi tomada muitas vezes fora de contexto e
desconectada do conjunto da obra marxiana, como se fosse a última explicação da compreensão de Marx sobre a transformação histórica.
Com O capital, Marx forneceu as bases para que muitos críticos lhe imputassem a pecha de economicista.
ASPECTO FILOSÓFICO E HISTÓRICO
Como apontam alguns dos melhores estudiosos da obra marxiana, por ser filho do seu tempo e sofrer influências de correntes que se
desenvolveram em pleno século XIX, como o cientificismo, o evolucionismo e a própria economia política, um olhar sobre o conjunto da
obra de Marx não recomenda que o identifiquemos como economicista. Isso porque, para muito além dessas tensões que aparecem aqui e ali
–, que por vezes eram utilizadas com ênfase para redarguir um contraditor visível ou oculto –, a compreensão que Marx (e também Engels)
tem da História, que se conforma no que pode ser chamado de filosofia marxista ou Materialismo Histórico, é muito distinta do que nos faz
crer a leitura de certos fragmentos que precisam ser vistos nos seus contextos e dentro de certos enquadramentos mais amplos.
DEDICAÇÃO AOS ESTUDOS SOBRE RELAÇÕES ECONÔMICAS E
CAPITALISMO
Tendo elaborado um vasto projeto de estudos sobre a economia política, passando muitas horas de sua vida na biblioteca do Museu
Britânico, Marx sobrevive elaborando pequenos artigos para periódicos da Europa e dos Estados Unidos, além de contar com a valiosa
contribuição financeira que Engels lhe oferecia.
Os vários esboços para a redação de O capital, como a própria Contribuição à crítica da economia política (tambémdas condições para o desenvolvimento eficaz do marxismo no seio do proletariado
europeu ainda não havia sido dada.
Depois da morte de Marx, em 1883, coube a Engels difundir seu legado. Marx possuía imensa dificuldade de popularizar suas ideias entre os
membros do movimento operário, que seguiam orientações das mais diversas, e, muitas vezes, chegou a recusar o epíteto de “marxista” que
seus adversários lhe imputavam. Por não concordar com muitos dos seus seguidores, foi apenas em fins do século XIX que tais ideias
começaram a se popularizar.
SOCIALISMO
Antes de atingir uma sociedade comunista, seria necessário entender que uma luta contra a burguesia precisava ser liderada. Esses líderes
formariam um conjunto, ou um partido, que exerceria uma ditadura do proletariado para implementar um socialismo – todas as classes
sociais com a mesma condição de desenvolvimento e acesso aos meios de produção – para, a partir daí, chegar ao comunismo.
ALIENAÇÃO
Toda e qualquer sociedade é marcada pela ação de dominantes em relação aos dominados. Dominantes desejam manter seus privilégios e
bens e, para tal, utilizam a alienação. Alienação, portanto, é o conjunto de ações práticas – culturais, sociais, econômicas – utilizadas pelos
dominantes para tirar a condição de luta dos dominados.
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MARXISTA
Seguidor de Marx, marcado pela luta que ele representa.
Em 1889, Engels foi um dos principais participantes da fundação da Segunda Internacional, organização política que tinha por objetivo
congregar partidos operários, muitos deles cada vez mais identificados com o marxismo. No interior da nova internacional, o Partido Social
Democrata Alemão (Sozialdemokratische Partei Deutschlands) era o mais importante.
Em seguida, houve também o chamado marxismo vulgar, que reduziu o escopo do Materialismo Histórico a um empobrecido esquema de
sucessão linear da História por meio de etapas que partiriam do comunismo primitivo, passariam pelo modo de produção escravista e depois
feudal, até alcançarem o capitalismo, que aparecia, nessa explicação reducionista, como último momento da sociedade de classes anterior ao
comunismo. Obviamente, nem o pensamento marxiano nem o marxismo, pela sua amplitude e diversidade, podem ser reduzidos a isso.
Em vida, Marx publicou apenas o primeiro livro de O capital, mas seu projeto era mais ambicioso. Seus escritos permitiram a Engels
publicar os Livros II e III, em 1885 e 1894, respectivamente, e a Karl Kautsky (1854-1938), discípulo de Marx e um dos membros mais
importantes do SPD, coube publicar os escritos marxianos sobre as doutrinas econômicas, que comporiam o Livro IV de O capital,
somente editado entre 1905 e 1910, sob o título de Teorias da mais-valia.
É, portanto, como e pelo compromisso militante que o marxismo tem uma primeira onda de expansão, encontrando as circunstâncias
históricas necessárias que não existiam no tempo de Marx. Alcançando as organizações operárias e disputando com outras correntes, o
marxismo se expandiu como doutrina política, penetrando em diversos países, inclusive na Rússia.
SOZIALDEMOKRATISCHE PARTEI DEUTSCHLANDS
Surgido em 1875, a partir de uma fusão da corrente liderada pelo militante socialista e brilhante orador Ferdinand de Lassalle (1825-1864)
com a corrente marxista dirigida por August Bebel (1840-1913) e Wilhelm Liebknecht (1826-1900), o SPD alcançaria, em fins do século
XIX e início do século XX, um grande prestígio, elegendo diversos deputados ao parlamento da Alemanha e projetando intelectuais
destacados, o que garantiu ao marxismo uma base sólida para sua difusão em solo europeu, local onde eram travadas partes importantes das
lutas da classe operária no mundo.
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RÚSSIA
A Rússia foi o segundo país do mundo a ter O capital traduzido, em 1872, a partir das controvérsias desencadeadas sobre as condições de
desenvolvimento russo. A Rússia havia se libertado da servidão apenas em 1861 e possuía um dos sistemas políticos mais brutais da face da
Terra: a autocracia czarista. As reais possibilidades de uma transição ao socialismo surgiram com os chamados narodniks (também
conhecidos como “populistas”), com as primeiras organizações marxistas no país.
REVOLUÇÃO RUSSA
Levante da burguesia urbana e de pequenos proprietários, que lutaram contra as tradições czaristas. A continuidade das disputas que levaram
à Guerra Civil entre Mencheviques (identificados com a burguesia) e Bolcheviques (identificados com o proletário) sinalizariam um
laboratório mais intenso na Rússia.
REVOLUÇÃO RUSSA E O PENSAMENTO DE MARX
Entender um pouco dessa discussão em solo russo é fundamental para compreender o salto dado pelo pensamento marxiano até o marxismo
russo, pois foi com a Revolução Russa, de 1917, que o marxismo se popularizou no mundo.
Vamos nos ater ao percurso histórico da Rússia que se relaciona com as ideias de Marx.
INTERESSE DE MARX E ENGELS POR
QUESTÕES TRABALHISTAS NA RÚSSIA
Até o início do século XX, ninguém diria que seria a Rússia a
primeira nação a abrigar uma revolução inspirada nas ideias de Marx
e Engels, já que este país era um dos mais atrasados da Europa. Por
conta disso, os fundadores do Materialismo Histórico tinham muitas
reservas em relação ao papel desempenhado pela Rússia no que diz
respeito à expansão das revoluções burguesas. A partir dos anos 1870,
Marx e Engels passam a se interessar pelas questões russas,
inicialmente em função dos debates com o anarquista Bakunin, um
membro russo que militava na Associação Internacional dos
Trabalhadores e, em seguida, pelo contato que vinham travando com
vários revolucionários emigrados.
INFLUÊNCIAS DE O CAPITAL
Foi, entretanto, a partir das questões apresentadas a Marx e Engels por
narodiniks, os quais haviam tido contato com a obra O capital, que as
relações começaram a se estreitar. O que muitos queriam saber era em
que medida a frase contida no prefácio à primeira edição de O capital,
que dizia que o “país industrialmente mais desenvolvido não faz mais
do que mostrar ao menos desenvolvido a imagem do seu próprio
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futuro” (MARX, 2013, p. 78), podia ser entendida pelo movimento
revolucionário de país atrasado, que pretendia superar a autocracia
czarista, sem necessariamente criar as condições para a exploração
capitalista, como uma determinação absoluta. Seria possível pular a
etapa capitalista e passar diretamente ao socialismo na Rússia?
As respostas, como se supõe, não eram fáceis, mas, ao tentar oferecê-
las – provocados pelas informações sobre a movimentação política
que vinha da Rússia e, em seguida, do primeiro agrupamento de
militantes que neste país reivindicou o marxismo –, podemos, mais
uma vez, entender o método marxiano de análise da História.
ANÁLISE DE MARX DA REALIDADE
RUSSA E DO APONTAMENTO PARA A
NECESSIDADE DE UMA REVOLUÇÃO
Depois de receber, em 1881, uma carta da militante Vera Zasulitch,
que pertencia a um grupo narodnik chamado Partilha Negra, Marx
esboçou uma importante análise da realidade russa, pressupondo que a
História avançava nos termos da “Lei do desenvolvimento desigual e
combinado”. Isso significava que a Rússia poderia se beneficiar do
fato de que as formas de propriedade até então existentes permitiriam
“assim se aproveitar dos frutos sem se sujeitar ao seu modus
operandi”. Marx dizia que a comuna rural russa (mir) podia
“tornar-se o ponto de partida direto do sistema econômico para o qual
tende a sociedade moderna e trocar de pele sem ter de cometer
suicídio”. Porém, para que isso se tornasse possível, seria necessária
uma revolução na Rússia e evitar que a comuna fosse destruída pelas
formas de produção capitalista que inexoravelmente avançavam
(MARX; ENGELS, 2013, p. 100).
POPULARIZAÇÃO DO MARXISMO PELOS
GRUPOS REVOLUCIONÁRIOS E POR
LÊNIN
Em todo caso, foi a partir do desenvolvimento dos grupos
revolucionários russos que o marxismo se popularizou para além das
formasreformistas que tinha adquirido a partir do sucesso parlamentar
do SPD alemão. Com efeito, o mais importante discípulo de Marx na
Rússia foi Vladmir Ilych Ulianov, mais conhecido como Lênin (1870-
1924). Foi Lênin quem adicionou pedras fundamentais no edifício
teórico do marxismo. Foram tantas as suas contribuições que, não
raro, alguns confundem o marxismo de Lênin com o pensamento
marxiano ou o marxismo como um todo.
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NARODINIKS
Membros da Naródnaia Volia (A Vontade do Povo), organização política secreta de populistas terroristas, surgida em agosto de 1879.
COMUNA RURAL RUSSA (MIR)
Durante a Revolução Russa, o levante oriundo do campo, formado por pequenos proprietários ou pessoas ainda sobre uma relação feudal, ao
se unirem em uma “marcha”, foram chamados de mir.
LÊNIN (1870-1924)
Político revolucionário, principal líder da Revolução Russa de 1917 e primeiro presidente da Rússia socialista.
Lênin
Lênin não foi só um militante revolucionário, organizador da corrente
bolchevique do Partido Operário Socialdemocrata Russo (POSDR),
que pavimentou o caminho da tomada do poder em 1917. Foi também
um vigoroso intelectual e teórico que formulou a teoria do partido,
expressa na obra Que fazer? (1902) e também a teoria do
imperialismo, que aparece no livro Imperialismo, fase superior do
capitalismo (1916).
Lênin não se limitou a escrever textos diretamente políticos. Seus escritos permanecem inspirando gerações de militantes ou, no mínimo,
servindo como material de estudo para se pensar as condições de transformação do capitalismo e também os debates que permearam a
crise e dissolução da Segunda Internacional e os impasses da revolução mundial.
Trótski
Da Rússia, além de Lênin, Trótski, cujo nome verdadeiro era Lev
Davidovich Bronstein, também é fundamental para se compreender
os caminhos tomados pelo marxismo. Ele foi considerado o arquiteto
da revolução. De Trótski, o marxismo conheceu a Teoria da
Revolução Permanente, elaborada em 1906, na obra Balanços e
perspectivas, depois retomada pelo seu autor, que partiu de uma
formulação marxiana para criar uma das mais importantes
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intepretações do marxismo aplicadas às sociedades atrasadas a partir
do uso da “Lei do desenvolvimento desigual e combinado”.
A vigorosa crítica sociológica ao estamento burocrático, que teria posto fim ao sonho do socialismo na União Soviética sob o stalinismo,
inspiração do livro A revolução traída (1937), constitui-se como uma das mais importantes contribuições de Trótski ao marxismo.
Além das obras citadas, a História da Revolução Russa, publicada em 1930, sobre seu exílio nas ilhas de Prinkipo (ilhas do Príncipe), na
Turquia, pode ser apontada como uma contribuição fundamental de Trótski ao pensamento marxista, pois nenhum autor se igualou em
precisão, estilo e vigor ao escrever sobre a saga dos revolucionários que tomaram o poder na Rússia, em 1917.
LEV DAVIDOVICH BRONSTEIN
Um dos principais líderes da Revolução Russa, mas rompe a partir da ascensão e do modelo empreendido por Stalin. Foi assassinado no
México, provavelmente por ordem de seu adversário político.
TEORIA DA REVOLUÇÃO PERMANENTE
A Revolução não tem fim, não tem uma forma única, pela proeminência de um Partido único, é local, com as relações locais e deve ser
constantemente cuidada para que não voltem a existir dominantes e dominados. Assim, para ele, líderes como Stalin eram deturpações do
princípio da Revolução Socialista.
VIGOROSO INTELECTUAL
Ele deixou uma importante contribuição no campo da análise econômica da história russa com o livro O desenvolvimento do capitalismo
na Rússia (1899), além de reflexões filosóficas que articulam preocupações reportadas à dialética como fundamento da transformação
social, algo que aparece nas obras Materialismo e empiriocriticismo (1909) e na publicação póstuma Cadernos filosóficos (1929).
 SAIBA MAIS
Saiba mais sobre a relevância de Trótski para o pensamento marxista por intermédio do historiador Isaac Deutscher (1907-1967), autor
da mais importante biografia de Trótski.
SAIBA MAIS SOBRE A RELEVÂNCIA DE TRÓTSKI PARA O
PENSAMENTO MARXISTA
“Sua obra histórica é dialética, a um ponto não atingido por nenhum outro trabalho semelhante produzido pela escola marxista desde Marx,
em cujo método e estilo se baseou. A História, de Trotsky, guarda, para com os trabalhos históricos de Marx (A luta de classes na França, O
Dezoito de Brumário de Luís Bonaparte e A guerra civil na França) a mesma relação que há entre as grandes pinturas murais e as miniaturas.
Enquanto Marx se sobrepõe ao discípulo no poder do pensamento abstrato e da imaginação gótica, o discípulo é superior como artista épico,
especialmente como mestre da representação gráfica das massas e dos homens em ação. Sua análise sociopolítica e sua visão artística estão
em tal acordo que não há vestígios de nenhuma divergência. Seu pensamento e sua imaginação voam juntos. Expõe sua teoria da revolução
com a tensão e o entusiasmo da narrativa e esta ganha profundidade com suas ideias. Suas cenas, seus retratos e diálogos, diretos em sua
realidade, são interiormente iluminados pela sua concepção do processo histórico. Muitos críticos não marxistas impressionaram-se com essa
característica de sua obra. (1984, p. 229)
 COMENTÁRIO
A obra de Trótski, que viveu bem mais que Lênin e passou importante parte da vida perseguido pelo stalinismo, terminou por se abrir a
diversas outras fronteiras, pois o revolucionário russo, que aderiu ao bolchevismo tardiamente (em agosto de 1917), enfrentou desafios
inimagináveis para muitos dos seus companheiros, que sucumbiram no período da Guerra Civil na Rússia (1918-1921) ou nos primeiros
anos da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
ANTONIO GRAMSCI: UM MARXISTA BEM MARXIANO
Outro intelectual de grande importância no século XX, que desperta
até hoje a curiosidade de simpatizantes e adversários do marxismo, o
italiano Antonio Gramsci (1891-1937) é detentor de vasta obra, parte
substancial dela publicada depois de sua morte.
Como militante do Partido Socialista Italiano, Gramsci escreveu
diversos artigos para periódicos numa conjuntura extremamente
conturbada. Era o momento da ascensão do movimento operário no
Norte do país, que conformou o chamado biennio rosso (biênio
vermelho) entre 1919 e 1921, com círculos operários que sugeriam
que uma revolução poderia estar a caminho. Esse movimento foi
derrotado em 1922, mesmo ano da ascensão de Benito Mussolini.
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Dessa atividade jornalística, um importante conjunto de escritos
permite entrever um marxismo rico, inspirado no que havia de melhor
da tradição socialista italiana, muito embora ainda bastante vinculado
à tradição idealista.
Eleito deputado em 1924 pelo Partido Comunista italiano, que havia
sido fundado em 1921, Gramsci foi preso em 1926. Do cárcere,
escreveu um projeto que pretendia ser um estudo aprofundado de
diversos temas da história italiana, diferentemente dos escritos
jornalísticos, os quais considerava que estavam destinados a morrer ao
fim do dia.
ANTONIO GRAMSCI
Nascido em Ales, na região da Sardenha, Sul da Itália, Gramsci se ocupou desde muito cedo em refletir sobre a pobreza meridional italiana,
o que criaria um país desigual para camponeses do Sul, essencialmente rural, e operários do Norte, industrializado.
Da consecução de seu projeto, que Gramsci chamou de für ewig (do alemão “para sempre”), surgiu um conjunto de 33 cadernos que, depois
de publicados, revelaram uma análise marxista original e bastante competente de um intelectual e militante pouco ortodoxo, mas
comprometido com a revolução.
A partir da obra gramsciana podemos identificar estudos sobre temas como hegemonia, revolução passiva, bloco histórico, guerra de
movimento/guerra de posição, americanismo e fordismo entre muitosoutros assuntos, formando um imenso mosaico que enriqueceu
ainda mais o marxismo.
 SAIBA MAIS
Apesar do esforço dos marxistas que dedicaram a vida à revolução, o advento do stalinismo, que dominou a União Soviética desde a derrota
da Oposição de Esquerda, em fins dos anos 1920, provocou profundos abalos, cisões e incertezas. Sob a influência dessa corrente, de onde
derivou uma doutrina chamada de marxismo-leninismo, adotada oficialmente na URSS e importada por quase todos os partidos comunistas
organizados em diversos países do mundo, outra espécie de marxismo emergiu. Com efeito, três anos depois da morte de Josef Stalin (1878-
1953), a revelação dos seus crimes através dos famosos relatórios secretos de Nikita Krushev (1894-1971) provocou uma profunda crise no
movimento comunista internacional e nos meios marxistas de todo o planeta, determinando a ruptura de militantes, intelectuais e
personalidades públicas, muitos dos quais se tornaram, em seguida, adversários ferozes do marxismo.
Para muito além dos personagens relacionados acima, o marxismo da geração que se seguiu a Marx e Engels ainda contaria com nomes de
vulto, que deram importantes contribuições teóricas ao pensamento marxista, como Antonio Labriola (1843-1904), Franz Mehring (1846-
1919), Plekhanov (1856-1918), Rosa Luxemburgo (1871-1919), Görgy Lukács (1885-1971), entre muitos outros. A característica essencial
dessa geração de marxistas é a de que todos, à maneira dos seus mestres, foram, além de importantes intelectuais, militantes engajados,
alguns dos quais dirigiram partidos políticos e morreram lutando pela revolução.
O PENSAMENTO GRAMSCINIANO É UM DIÁLOGO ENTRE A
TRADIÇÃO DO QUE ACONTECIA NA RÚSSIA E SUAS
INFLUÊNCIAS OCIDENTAIS. GRAMSCI DIZ QUE O
PENSAMENTO DEVE SER TRABALHADO E ADAPTADO ÀS
CONCEPÇÕES PRESENTES – POR ISSO, MARXISTA –, UMA VEZ
QUE DEFENDIA QUE OS INTELECTUAIS ORGÂNICOS, AQUELES
QUE PERMITIAM E ESTRUTURAVAM O PENSAMENTO
REPRODUZIDO PELO COLETIVO, SURGIAM NOS PARTIDOS
POLÍTICOS.
Uma vez conscientes, seria possível o rompimento, pois ambos os lados possuíam seus intelectuais orgânicos, e a luta geraria uma
manutenção das estruturas sociais, o que era de interesse dos dominantes. A transformação pode ser feita por uma educação integral,
rompendo fundamentos moralistas e religiosos, para a ruptura da alienação com sua vinculação ao todo e ao governo.
MARXISTA OU MARXIANO?
Gramsci representa os aspectos políticos e argumentativos marxistas, mas, ao adaptar essas discussões, retoma conceitos e adaptações que o
aproximam de uma perspectiva marxiana.
MARXISMO PARA ALÉM DO MOVIMENTO MILITANTE
O marxismo não se resumiu apenas ao universo de militantes que animaram partidos e travaram intensos debates por todo o século XX.
Como corrente de pensamento, mesmo tendo sido popularizado por partidários de uma causa que era, acima de tudo, político-prática,
principalmente revolucionária, mas também reformista, o marxismo atravessou as fronteiras do que era essencialmente a luta por interpretar
e transformar o mundo, alcançando com vigor a intelectualidade universitária.
Portanto, é impossível compreender o século XX negligenciando a força dos debates e das controvérsias que moveram a Filosofia e as
Ciências Humanas, influenciadas pelo marxismo, por correntes teóricas que lhe eram hostis, ou também por propostas que promoveram a
simbiose da filosofia marxiana com outras filosofias, variadas sociologias e, até mesmo, com a Psicologia e a Psicanálise.
A propósito do assunto, é impossível ignorar as vastas polêmicas que atravessaram o marxismo do século XX, algo que se deu para muito
além dos espaços partidários e diretamente vinculados à luta política. O inquestionável predomínio de certa leitura do marxismo feita pela
corrente estruturalista no pós-Segunda Guerra Mundial, muito especialmente pelo filósofo Louis Althusser, só foi confrontada quando o
estruturalismo perdeu força e estudiosos, como o historiador Edward Palmer Thompson (1924-1996), defenestraram abordagens que lhe
pareciam empobrecedoras e dogmáticas, como as que, segundo este autor, estariam presentes em obras como Ler o capital (1965) e Por
Marx, de Althusser (1965).
Com efeito, A miséria da teoria ou um planetário de erros: uma crítica ao pensamento de Althusser (1978), obra de Thompson, foi
avassaladora no que diz respeito à abordagem estruturalista e althusseriana do marxismo, como alguns anos antes foram as denúncias de
Krushev sobre os crimes de Stalin. Essas denúncias levaram Thompson a romper com o Partido Comunista da Grã-Bretanha (PCGB), em
1956, sem necessariamente abandonar o marxismo, junto a outros grandes intelectuais que formavam a corrente de historiadores marxistas
britânicos.
Da polêmica que surgiu com a obra de Thompson, que nunca teve uma resposta de Althusser, o também historiador britânico Perry
Anderson, na direção de uma das mais importantes revistas marxistas de nosso tempo, a New Left Review, publicou Teoria, política e
história: um debate com E. P. Thompson (título da edição brasileira para Arguments within English marxism), em 1980. Anos depois, Ellen
Meiksins Wood (1942-2016) dedicou um capítulo do seu livro Democracia contra capitalismo (1995) para apontar o mal-entendido da
polêmica e os exageros da recepção da obra de Thompson, que terminaram obscurecendo o lugar de Althusser no interior do marxismo
(WOOD, 2011).
O resultado desse debate e de tantos outros que foram travados contra o marxismo ou no interior desta corrente é prova definitiva de que o
Materialismo Histórico continua vivo e influente nos meios intelectuais de todo o mundo.
POR TUDO ISSO, SEM QUE SE DIGA QUE AS UNIVERSIDADES
SÃO “ANTROS DE MARXISTAS”, ALGO QUE ESTÁ LONGE DE
CORRESPONDER À VERDADE, É IMPOSSÍVEL NÃO ENXERGAR
COMO ESSA CORRENTE INTELECTUAL INFLUENCIOU E SEGUE
INFLUENCIANDO OS DEBATES E O DESENVOLVIMENTO
CIENTÍFICO DE FILÓSOFOS, HISTORIADORES, SOCIÓLOGOS,
ANTROPÓLOGOS, POLITÓLOGOS, PSICÓLOGOS E ESTUDIOSOS
DE MUITAS OUTRAS ÁREAS PELO MUNDO AFORA.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
ESCOLA DE FRANKFURT
Entre as correntes intelectuais mais importantes relacionadas ao marxismo no mundo, a Escola de Frankfurt se destaca por ter oferecido uma
crítica consistente da sociedade de consumo, da indústria cultural e das formas assumidas pela modernidade, que ensejaram os
mecanismos de dominação social, política e ideológica.
A Escola de Frankfurt, que teve como berço o Instituto de Pesquisas Sociais de Frankfurt, dirigido inicialmente por Carl Grümberg (1861-
1940), onde se editava a Revista de Pesquisa Social, cujos colaboradores eram os filósofos Theodor Adorno (1903-1969), Max Horkheimer
(1895-1973) e Hebert Marcuse (1898-1979) não chega a ser uma “escola” no sentido literal do termo. Mesmo assim, ela logo se tornou um
centro de convergência de intelectuais e teóricos críticos, que usavam o marxismo como um instrumento de intepretação do mundo, de
interpretação da cultura e de compreensão.
Em seu contexto, a Escola de Frankfurt, que data de 1924, pode ser entendida como um amplo empreendimento intelectual que, baseado do
marxismo, pressupunha uma leitura do mundo sob a ótica da Filosofia, da Sociologia e da Psicanálise, livre das amarras, das ortodoxias e
dos compromissos políticos estreitos com os fundadores do Materialismo Histórico e com os personagens políticos, regimes de Estado e
partidos que dominavam o movimento comunista internacional.
O MOVIMENTO INTELECTUAL DOS FRANKFURTINIANOS
Os intelectuais frankfurtinianos despontaram para o universo intelectual no momento de derrota da Revolução Alemã (1919, 1921, 1923), da
emergência e consolidação do stalinismo na URSS, da ascensão do fascismo na Itália (1922) e do nazismo na Alemanha (1933). Em sua
relação com o marxismo, tais fatos foram determinantes para os caminhos que foram seguidos e que implicaram numa adesão repleta de
incongruências e idiossincrasias.
O INSTITUTO E SEU PAPEL
Tendo surgido na Alemanha sob a influência dos tumultuados anos seguintesà Primeira Guerra, com a ascensão de Hitler, o Instituto de
Pesquisas Sociais de Frankfurt teve de se transferir para Genebra, depois para Paris e, finalmente, para Nova Iorque, nos Estados Unidos,
onde a revista original passou a ser publicada com o nome de Estudos de Filosofia e Ciências Sociais. Tal percurso não deixou de influenciar
os pensadores a ela vinculados. Ao fim da Segunda Guerra Mundial, o Instituto de Pesquisa Social retornou a Frankfurt, com boa parte dos
membros da revista que prosseguiram nos seus trabalhos de investigação da Filosofia, da Estética, da cultura e da ideologia, temas que eram
pensados a partir da ótica marxiana em diálogo com muitas outras correntes.
ENGAJAMENTO X ACADEMICISMO
Alguns traços presentes nas tradições das correntes marxistas, particularmente importantes para a disseminação e popularização dessa teoria
pelo mundo – muito especialmente sob o aspecto do engajamento político de intelectuais em partidos e, a certa altura, da defesa quase que
irrestrita da doutrina exarada da União Soviética stalinista entre os membros identificados com a Escola de Frankfurt –, não são observados
nessa mesma medida e intensidade. Pelo fato de ter havido entre os frankfurtinianos uma relação de aberta recusa de tais compromissos
políticos, esses autores eram frequentemente acusados pelos comunistas de não serem marxistas ou de serem intelectuais pequeno-burgueses
interessados em suas carreiras acadêmicas.
A seguir, vamos assistir ao vídeo sobre a Escola de Frankfurt e a ideologia de Marx, abordando principalmente os teóricos: Theodor Adorno,
Max Horkheimer e Herbert Marcuse.
MARXISMO OCIDENTAL
De acordo com o historiador Perry Anderson, que compreende a teoria crítica dos frankfurtinianos como parte do que chama de “marxismo
ocidental”, “a perda de qualquer contato dinâmico com a prática da classe operária” teria aproximado esses marxistas “de sistemas de
pensamentos não marxistas e idealistas contemporâneos, com os quais aquela [teoria] agora evoluía em estreita, ainda que contraditória,
simbiose”.
Segundo este autor, a concentração de intelectuais no campo da filosofia profissional, combinada à descoberta e à edição de escritos
marxianos até então desconhecidos – parte deles dos primeiros anos de formação do jovem Marx, estreitamente vinculados ao pensamento
hegeliano –, teriam contribuído para uma reinterpretação do Materialismo Histórico com “acentuada predominância do trabalho
epistemológico”.
Tal reinterpretação tinha como foco essencial os problemas do método, vinculados a um “campo substantivo” de aplicação do método
voltado para a análise da estética e, finalmente, constatando a introdução de novos temas, até então ausentes do marxismo clássico, que
revelavam “um constante pessimismo”, ou seja, o “método como impotência, a arte como consolação, o pessimismo como imobilidade”
(1989, p. 127-128).
A predominância entre os frankfurtinianos de uma separação entre teoria e prática contribuiu para que esses teóricos fossem vistos com
desconfiança por militantes dos partidos comunistas e por intelectuais vinculados a essas organizações.
Esse fato tornou a Escola de Frankfurt impermeável à influência do dogmatismo e do marxismo vulgar. Sob o impacto da experiência
traumática da Segunda Guerra Mundial e do holocausto – num contexto de emergência da Guerra Fria e das teorias críticas do totalitarismo,
que igualavam as experiências do nazismo e do stalinismo, muito a propósito dos interesses do Departamento de Estado norte-americano –, a
alternativa oferecida pelos teóricos de Frankfurt, com sua crítica visceral do capitalismo, da modernidade, do cientificismo, do poder, das
ideologias e da indústria cultural, ainda nos marcos de um marxismo que se poderia dizer heterodoxo, correspondeu a um ponto de fuga de
doutrinas herméticas que tinham sido testadas por longas décadas e pareciam naufragar sem oferecer alternativas ao capitalismo e às
ditaduras da URSS e dos países do Leste Europeu.
WALTER BENJAMIN
Nesse contexto, a obra de Walter Benjamin (1892-1940), filósofo considerado o membro externo da Escola de Frankfurt, é ilustrativa desse
movimento de relação instável e tumultuada com a política, posto que pelo estético, pela cultura e pela crítica da ortodoxia, o autor compôs
uma obra rica de nuances e imensas possibilidades. Ao estabelecer seu contato com o marxismo, que era assumido de uma perspectiva
judaico-messiânica e também melancólica, Benjamin, que teve um destino trágico ao tentar fugir dos nazistas em 1940, vai ao encontro de
uma rica concepção de história, em que o passado não é nunca um dado morto, mas algo que sobrevive nas reminiscências e num
permanente refazer-se da memória através de um constante combate dos vencidos pelo direito à voz.
A obra benjaminiana forma um rico mosaico de temas e escritos que, pela característica fragmentária, depois de se coligir peça a peça,
permite entrever quão rica era a sua abordagem, colada a um tempo que viu ascender o nazismo e o stalinismo, mas um tempo que
permaneceu prenhe de futuro, como seu anjo descrito no célebre artigo Sobre o conceito de história (1940).
ADORNO E HORKHEIMER: DIALÉTICA DO
ESCLARECIMENTO
Em A dialética do Esclarecimento (1947) (também traduzida como Dialética do Iluminismo), Adorno e Horkheimer ratificam os anseios
inscritos nos primeiros estudos do Instituto de Pesquisas Sociais, na década de 1930, mas, ao mesmo tempo, ajustam o programa a uma
temporalidade pós-traumática, na qual a ingênua ideia de progresso – subsumida a “um absoluto do resultado sabido do processo total da
negação”, o que implicava saber de antemão a “totalidade no sistema e na História” – não seria mais possível (2006, p. 32).
Foi justamente em relação a essa compreensão de processo e da
História que Marx e Engels se desvincularam quando acertaram as
contas com a herança hegeliana cem anos antes. Adorno e
Horkheimer esperavam reinstituir a crítica radical do culto do
progressismo, presente na filosofia hegeliana e no que chamavam de
Esclarecimento, que nada mais era do que as formas de iluminismo e
racionalismo da ciência, que, de alguma forma, eram parte de um
mundo que sucumbiu a uma guerra que quase destruiu a humanidade.
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A DIALÉTICA DO ESCLARECIMENTO
Uma das mais importantes obras da Escola de Frankfurt, que poderia ser tomada como uma espécie de manifesto, em que podemos encontrar
o espírito do pensamento frankfurtiano.
Para Adorno e Horkheimer, contudo, isso não teria ocorrido apenas com sua filosofia como apoteose do pensamento em progresso, mas com
o próprio Esclarecimento, entendido como a sobriedade pela qual este acredita distinguir-se de Hegel e da metafísica em geral. O
Esclarecimento é totalitário como qualquer outro sistema. Sua inverdade não está naquilo que seus inimigos românticos sempre censuraram:
o método analítico, o retorno aos elementos, a decomposição pela reflexão, mas no fato de que, para ele, o processo está decidido de
antemão. (2006, p. 32)
A dialética do esclarecimento não chega a ser uma obra fácil de atravessar. Sua leitura, entretanto, oferece um texto que é essencialmente
filosófico e cheio de referências ocultas, o que representa a exata medida de parte do programa que seria incorporado como marcas
fundamentais das teorias dos frankfurtinianos, muito especialmente a discussão sobre a indústria cultural, em alternativa crítica ao termo
“cultura de massa”, que dava a entender que alguma forma de cultura poderia ser produzida autonomamente pelas massas, e também a
crítica ao antissemitismo.
No que tange aos desdobramentos desses estudos, enquanto Horkheimer permaneceu empenhado em deslindar de um ponto de vista
filosófico em o Eclipse da razão (1947), Adorno enveredou pela teoria psicanalítica, muito especialmente por Freud, para entender as razões
do antissemitismo e do fascismo que, inclusive, teriam sobrevivido à Segunda Guerra, reaparecendo em sociedades democráticas. Dos
estudos desenvolvidos atravésde um programa coletivo de investigações que tomava o comportamento de cidadãos estadunidenses como
foco da análise, surgiu Estudos sobre a personalidade autoritária (1950), obra em que é desenvolvida a “Escala F” (F de Fascismo), que
tinha por objetivo “mensurar a personalidade potencialmente antidemocrática” em países tidos por democráticos e modelos civilizacionais.
(ADORNO, 2019, p. 135)
HERBERT MARCUSE
Ao lado dos estudos desenvolvidos por Adorno e Horkheimer, Eros e
civilização (1955) e O homem unidimensional (1964), de Herbert
Marcuse, além dos trabalhos de Erich Fromm, muito especialmente o
Conceito marxista de homem (1961), foram particularmente influentes
num contexto em que os movimentos de juventude, que inflexionaram
as formas de se perceber e atuar na política, tendo como ponto fulcral
o Maio de 1968 francês, buscaram alternativas no interior do
pensamento crítico, permanecendo no campo do marxismo.
Dessa forma, buscando recolocar o homem novamente em contato
com sua plenitude existencial – que incluía um resgate do erotismo e
uma reconciliação do indivíduo com a sua personalidade narcisista na
busca pelo prazer, além de aspectos vinculados à libertação sexual, à
contracultura e ao humanismo –os teóricos da Escola de Frankfurt
estiveram entre os mais influentes dos movimentos que explodiram
nas décadas de 1960 e 1970 pelo mundo.
MAIO DE 1968
Levante dos estudantes franceses nas ruas de Paris contra as fórmulas tradicionais de educação.
Por tudo isso, a teoria crítica de Frankfurt tornou-se referência importante para os jovens que sonhavam transformar o mundo, mas que não
pretendiam fazê-lo no mesmo sentido do que estava estabelecido na URSS e no Leste Europeu, onde burocracias comandadas por partidos,
na maioria das vezes gerontocráticos, eram incapazes de ouvir as vozes da juventude.
No lastro desses movimentos, teve início, por reivindicações pontuais em diversas partes do mundo, um profundo questionamento do poder
político, das instituições, das formas de controle da sexualidade e da cultura. Portanto, o que se apresentava nas lutas era algo daquilo que,
em parte, os teóricos da Escola de Frankfurt já vinham tratando.
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O caráter de rebeldia e de amplo questionamento do que estava posto influenciou levantes em países do Leste Europeu, como Hungria, em
1956, e da antiga Tchecoslováquia (Primavera de Praga), em 1968. Por causa desses movimentos esmagados pelas burocracias, surgiram
alternativas apresentadas pelas ruas, que reivindicavam a Revolução Chinesa e o maoísmo, o marxismo antiburocrático de Leon Trotsky,
assassinado no México por um agente stalinista em 1940, além da experiência da Revolução Cubana, da guerrilha e do foquismo.
Um dos principais símbolos desses movimentos foi a figura do guerrilheiro Che Guevara (1928-1967), morto nas selvas bolivianas pelas
forças de repressão daquele país, com o apoio dos Estados Unidos, que até hoje tem sua face estampada como símbolo de protesto.
DIFERENTEMENTE DOS MUITOS MARXISMOS QUE,
PETRIFICADOS NAS SUAS ORTODOXIAS E CERTEZAS, FORAM
PRATICAMENTE ESQUECIDOS POR UM MUNDO EM
PERMANENTE TRANSFORMAÇÃO, O MARXISMO DA ESCOLA
DE FRANKFURT, COMO ALGUNS OUTROS, PERMANECEU
OFERECENDO UM IMPORTANTE REFERENCIAL TEÓRICO PARA
QUEM ESTIVESSE DISPOSTO A PENSAR (E TRANSFORMAR) O
MUNDO.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho de Marx e Engels é tão importante em seu conjunto, que existe um projeto transnacional de publicação de suas obras completas
chamado Marx-Engels-Gesamtausgabe (MEGA), com diversas edições no Brasil, inclusive de livros que permaneciam inéditos ou que
haviam sido publicados apenas parcialmente.
No entanto, não é apenas da obra marxiana e engelsiana que vive o marxismo. Desde o fim da Ditadura Militar no Brasil – mas,
principalmente, a partir do século XXI, quando os efeitos da queda do Muro de Berlim já não eram mais capazes de produzir maiores abalos
no lastro teórico marxiano e marxista –, diversos autores desse campo vêm sendo valorizados e publicados entre nós. Destacamos o
renovado interesse pela obra de Antonio Gramsci, que propiciou a publicação dos Cadernos do cárcere, além dos escritos pré-carcerários e
de suas cartas da prisão, numa solução editorial inédita no país, além das edições de Lukács, Lênin, Trotsky, Rosa Luxemburgo e dos
teóricos da Escola de Frankfurt, entre outros importantes marxistas do século XX.
Revisitamos a construção da teoria, como ela se disseminou de forma partidária e política, mas também como ela foi revista e revisada por
autores que, entre outros aspectos, visavam mostrar que era preciso ter cuidado ao negar uma teoria simplesmente pela discordância política,
e que, por isso, é fundamental estudar a Escola de Frankfurt.
Considerando as palavras de Derrida, o presente, como o passado, e quem sabe o futuro, permanecerá sendo “para, contra, com, mas não
‘sem’” Marx. Então, fica aqui o convite para que possamos conhecer Marx e o marxismo e nos aprofundar neste assunto.
 PODCAST
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ADORNO, T. W.; HORKHEIMER, M. A dialética do Esclarecimento. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.
ADORNO, T. W. Estudos sobre a personalidade autoritária. São Paulo: Unesp, 2019.
ALTHUSSER, L. Por Marx. Campinas: Unicamp, 2015.
ALTHUSSER, L. Ler o capital. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1979.
ANDERSON, P. Teoria, política e história: um debate com E. P. Thompson. Campinas: Unicamp, 2018.
ANDERSON, P. Considerações sobre o marxismo ocidental. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
BENSAÏD, D. Marx, manual de instruções. São Paulo: Boitempo, 2013.
BERMAN, M. Tudo que é sólido desmancha no ar: a aventura da modernidade. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
DERRIDA, J. Espectros de Marx: o estado da dívida, o trabalho do luto e a nova Internacional. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1994.
DEUTSCHER, I. Trotski: o profeta banido. 1929-1940. 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1984.
DEUTSCHER, I; DEUTSCHER, T. Marxism, wars, and revolutions: essays from four decades. Verso, 1984.
LÊNIN, V. O desenvolvimento do capitalismo na Rússia: o processo de formação do mercado interno para a grande indústria. São Paulo:
Nova Cultural, 1985.
LÊNIN, V; GRUPPI, L. Materialismo ed empiriocriticismo. Ed. Riuniti, 1970.
MARCUSE, H. The essential Marcuse: Selected writings of philosopher and social critic Herbert Marcuse. Beacon Press, 2007.
MARX, K. Contribuição à crítica da economia política. São Paulo: Martins Fontes, 1983.
MARX, K. O capital. Livro I: o processo de produção do capital. São Paulo: Boitempo, 2013.
MARX, K. O 18 Brumário e Cartas a Kugelmann. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.
MARX, K. Grundrisse. São Paulo: Boitempo, Rio de Janeiro: UFRJ, 2011.
MARX, K; ENGELS, F. A ideologia alemã. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
MARX, K; ENGELS, F. A sagrada família. A crítica da Crítica crítica contra Bruno Bauer e consortes. São Paulo: Boitempo, 2003.
MARX, K; ENGELS, F. A ideologia alemã. Crítica mais recente da filosofia alemã em seus representantes Feuerbach, B. Bauer e Stirner e
do socialismo alemão em seus diferentes profetas. 1845-1846. São Paulo: Boitempo, 2007.
MARX, K; ENGELS, F. Manifesto comunista. São Paulo: Boitempo, 2007.
MARX, K; ENGELS, F. Lutas de classe na Rússia. São Paulo: Boitempo, 2013.
THOMPSON, E. P. A miséria da teoria ou um planetário de erros: uma crítica ao pensamento de Althusser. Rio de Janeiro: Zahar
Editores, 1981.
WOOD, E. M. Democracia contra capitalismo. A renovação do materialismo histórico. São Paulo: Boitempo, 2011.
EXPLORE+
Leia os seguintes livros:
Manifesto Comunista
A ideologia alemã
O 18 de Brumário de Luís Bonaparte
Pesquise sobre a obra póstuma de Lênin: Cadernos filosóficos (1929).
CONTEUDISTA
Carlos Zacarias de Sena Júnior
 CURRÍCULO LATTES
javascript:void(0);
javascript:void(0);de um programa coletivo de investigações que tomava o comportamento de cidadãos estadunidenses como
foco da análise, surgiu Estudos sobre a personalidade autoritária (1950), obra em que é desenvolvida a “Escala F” (F de Fascismo), que
tinha por objetivo “mensurar a personalidade potencialmente antidemocrática” em países tidos por democráticos e modelos civilizacionais.
(ADORNO, 2019, p. 135)
HERBERT MARCUSE
Ao lado dos estudos desenvolvidos por Adorno e Horkheimer, Eros e
civilização (1955) e O homem unidimensional (1964), de Herbert
Marcuse, além dos trabalhos de Erich Fromm, muito especialmente o
Conceito marxista de homem (1961), foram particularmente influentes
num contexto em que os movimentos de juventude, que inflexionaram
as formas de se perceber e atuar na política, tendo como ponto fulcral
o Maio de 1968 francês, buscaram alternativas no interior do
pensamento crítico, permanecendo no campo do marxismo.
Dessa forma, buscando recolocar o homem novamente em contato
com sua plenitude existencial – que incluía um resgate do erotismo e
uma reconciliação do indivíduo com a sua personalidade narcisista na
busca pelo prazer, além de aspectos vinculados à libertação sexual, à
contracultura e ao humanismo –os teóricos da Escola de Frankfurt
estiveram entre os mais influentes dos movimentos que explodiram
nas décadas de 1960 e 1970 pelo mundo.
MAIO DE 1968
Levante dos estudantes franceses nas ruas de Paris contra as fórmulas tradicionais de educação.
Por tudo isso, a teoria crítica de Frankfurt tornou-se referência importante para os jovens que sonhavam transformar o mundo, mas que não
pretendiam fazê-lo no mesmo sentido do que estava estabelecido na URSS e no Leste Europeu, onde burocracias comandadas por partidos,
na maioria das vezes gerontocráticos, eram incapazes de ouvir as vozes da juventude.
No lastro desses movimentos, teve início, por reivindicações pontuais em diversas partes do mundo, um profundo questionamento do poder
político, das instituições, das formas de controle da sexualidade e da cultura. Portanto, o que se apresentava nas lutas era algo daquilo que,
em parte, os teóricos da Escola de Frankfurt já vinham tratando.
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O caráter de rebeldia e de amplo questionamento do que estava posto influenciou levantes em países do Leste Europeu, como Hungria, em
1956, e da antiga Tchecoslováquia (Primavera de Praga), em 1968. Por causa desses movimentos esmagados pelas burocracias, surgiram
alternativas apresentadas pelas ruas, que reivindicavam a Revolução Chinesa e o maoísmo, o marxismo antiburocrático de Leon Trotsky,
assassinado no México por um agente stalinista em 1940, além da experiência da Revolução Cubana, da guerrilha e do foquismo.
Um dos principais símbolos desses movimentos foi a figura do guerrilheiro Che Guevara (1928-1967), morto nas selvas bolivianas pelas
forças de repressão daquele país, com o apoio dos Estados Unidos, que até hoje tem sua face estampada como símbolo de protesto.
DIFERENTEMENTE DOS MUITOS MARXISMOS QUE,
PETRIFICADOS NAS SUAS ORTODOXIAS E CERTEZAS, FORAM
PRATICAMENTE ESQUECIDOS POR UM MUNDO EM
PERMANENTE TRANSFORMAÇÃO, O MARXISMO DA ESCOLA
DE FRANKFURT, COMO ALGUNS OUTROS, PERMANECEU
OFERECENDO UM IMPORTANTE REFERENCIAL TEÓRICO PARA
QUEM ESTIVESSE DISPOSTO A PENSAR (E TRANSFORMAR) O
MUNDO.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho de Marx e Engels é tão importante em seu conjunto, que existe um projeto transnacional de publicação de suas obras completas
chamado Marx-Engels-Gesamtausgabe (MEGA), com diversas edições no Brasil, inclusive de livros que permaneciam inéditos ou que
haviam sido publicados apenas parcialmente.
No entanto, não é apenas da obra marxiana e engelsiana que vive o marxismo. Desde o fim da Ditadura Militar no Brasil – mas,
principalmente, a partir do século XXI, quando os efeitos da queda do Muro de Berlim já não eram mais capazes de produzir maiores abalos
no lastro teórico marxiano e marxista –, diversos autores desse campo vêm sendo valorizados e publicados entre nós. Destacamos o
renovado interesse pela obra de Antonio Gramsci, que propiciou a publicação dos Cadernos do cárcere, além dos escritos pré-carcerários e
de suas cartas da prisão, numa solução editorial inédita no país, além das edições de Lukács, Lênin, Trotsky, Rosa Luxemburgo e dos
teóricos da Escola de Frankfurt, entre outros importantes marxistas do século XX.
Revisitamos a construção da teoria, como ela se disseminou de forma partidária e política, mas também como ela foi revista e revisada por
autores que, entre outros aspectos, visavam mostrar que era preciso ter cuidado ao negar uma teoria simplesmente pela discordância política,
e que, por isso, é fundamental estudar a Escola de Frankfurt.
Considerando as palavras de Derrida, o presente, como o passado, e quem sabe o futuro, permanecerá sendo “para, contra, com, mas não
‘sem’” Marx. Então, fica aqui o convite para que possamos conhecer Marx e o marxismo e nos aprofundar neste assunto.
 PODCAST
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ADORNO, T. W.; HORKHEIMER, M. A dialética do Esclarecimento. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.
ADORNO, T. W. Estudos sobre a personalidade autoritária. São Paulo: Unesp, 2019.
ALTHUSSER, L. Por Marx. Campinas: Unicamp, 2015.
ALTHUSSER, L. Ler o capital. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1979.
ANDERSON, P. Teoria, política e história: um debate com E. P. Thompson. Campinas: Unicamp, 2018.
ANDERSON, P. Considerações sobre o marxismo ocidental. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
BENSAÏD, D. Marx, manual de instruções. São Paulo: Boitempo, 2013.
BERMAN, M. Tudo que é sólido desmancha no ar: a aventura da modernidade. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
DERRIDA, J. Espectros de Marx: o estado da dívida, o trabalho do luto e a nova Internacional. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1994.
DEUTSCHER, I. Trotski: o profeta banido. 1929-1940. 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1984.
DEUTSCHER, I; DEUTSCHER, T. Marxism, wars, and revolutions: essays from four decades. Verso, 1984.
LÊNIN, V. O desenvolvimento do capitalismo na Rússia: o processo de formação do mercado interno para a grande indústria. São Paulo:
Nova Cultural, 1985.
LÊNIN, V; GRUPPI, L. Materialismo ed empiriocriticismo. Ed. Riuniti, 1970.
MARCUSE, H. The essential Marcuse: Selected writings of philosopher and social critic Herbert Marcuse. Beacon Press, 2007.
MARX, K. Contribuição à crítica da economia política. São Paulo: Martins Fontes, 1983.
MARX, K. O capital. Livro I: o processo de produção do capital. São Paulo: Boitempo, 2013.
MARX, K. O 18 Brumário e Cartas a Kugelmann. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.
MARX, K. Grundrisse. São Paulo: Boitempo, Rio de Janeiro: UFRJ, 2011.
MARX, K; ENGELS, F. A ideologia alemã. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
MARX, K; ENGELS, F. A sagrada família. A crítica da Crítica crítica contra Bruno Bauer e consortes. São Paulo: Boitempo, 2003.
MARX, K; ENGELS, F. A ideologia alemã. Crítica mais recente da filosofia alemã em seus representantes Feuerbach, B. Bauer e Stirner e
do socialismo alemão em seus diferentes profetas. 1845-1846. São Paulo: Boitempo, 2007.
MARX, K; ENGELS, F. Manifesto comunista. São Paulo: Boitempo, 2007.
MARX, K; ENGELS, F. Lutas de classe na Rússia. São Paulo: Boitempo, 2013.
THOMPSON, E. P. A miséria da teoria ou um planetário de erros: uma crítica ao pensamento de Althusser. Rio de Janeiro: Zahar
Editores, 1981.
WOOD, E. M. Democracia contra capitalismo. A renovação do materialismo histórico. São Paulo: Boitempo, 2011.
EXPLORE+
Leia os seguintes livros:
Manifesto Comunista
A ideologia alemã
O 18 de Brumário de Luís Bonaparte
Pesquise sobre a obra póstuma de Lênin: Cadernos filosóficos (1929).
CONTEUDISTA
Carlos Zacarias de Sena Júnior
 CURRÍCULO LATTES
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