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Édipo e Dom Quixote

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Universidade Federal Rural de Pernambuco
Alunos: Lucas de Carvalho e Mchelly Ellen
Professora: Érica Tavares
Período: 3° de Letras	
Diferenças entre Dom Quixote e Édipo Rei
A literatura vem, por muito tempo, tentando recriar a idéia do Mundo através de suas obras. Muitos autores e gêneros literários participaram e participam desse processo, porém algumas obras se destacaram em seus respectivos tempo é o caso de Dom Quixote de La Mancha, Miguel de Cervantes e Édipo Rei, Sófocles. Ambas as obras foram inovadores à sua época, e isso as destacaram no cenário mundial, tanto que hoje ainda as estudamos para tentar entender, em um estudo sincrônico, seus respectivos contextos de criação.
	Apesar das obras escritas por Cervantes e Sófocles serem ainda importantes nos dias atuais, as estórias foram escritas em contextos diferentes e de formas diferentes. Uma foi escrita em versos (Édipo Rei), classificando-se como gênero Dramático, já a outra foi escrita em terceira pessoa e narrada (Dom Quixote) sendo assim participante do gênero Épico-narrativo. 
	Isso pode fazer o leitor mais desatento pensar que as obras em nada se assemelham, pelo contrário, o mundo é recriado pela literatura, mas esta é fonte de estudo e criação do ser humano e esse sim, apesar de viver em constante evolução, ainda tem sentimentos e dúvidas que ainda não foram esclarecidos e por isso alguns pensamentos perduram desde a época de Sófocles, passando por Miguel de Cervantes até os dias atuais.
	Ambas as obras possuem um herói, enredo, personagens, tempo e espaço, é claro que cada elemento difere-se em cada obra, mas a essência está contida nos dois textos. Vale destacar também que em ambos há traços líricos, é o caso dos sonetos em Dom Quixote e o coro em Édipo Rei, são características, que apesar de estarem em gêneros literários diferentes, se assemelham e isso em tudo tem a ver com o homem, seu criador. No entanto as obras diferem entre si mais do que se assemelham, isso também por que os gêneros: Dramático e Épico se diferem em suas constituições. 
	Na obra dramática (Édipo Rei) o personagem principal vê se mundo mudar totalmente ao saber que tudo o que vivera até então está prestes desabar. Édipo por ser o atual rei e herói da cidade, tem por obrigação dar um desfecho a o problema que se encontra na trama da estória, mesmo que isso venha a prejudicá-lo posteriormente. Sua vida, desde o ventre de sua mãe, já estava traçado pelos Deuses, suas escolhas em nada poderiam tirá-lo de seu destino. A maldição enraizada na vida de Édipo só teria fim quando seu ultimo descendente estivesse morte e essa era a sina do personagem. O tempo que a história acontece se organiza em apenas um dia, ou seja, em um dia toda a problemática veio à tona e nesse mesmo dia seu desfecho teve uma solução. O espaço onde tudo acontece são nas escadarias do palácio, onde toda a população da cidade, Tebas, está presenciando os acontecimentos. Vale salientar que o enredo é contado pelos próprios personagens, onde a problemática (nó) é o centro do conflito e também da solução do problema da obra, e é isso que mais define uma obra dramática.
	Já na obra épica (Dom Quixote) o personagem principal é um cancioneiro-viajante, onde suas preocupações estão atreladas a resolver problemas que são criados ao acaso. Por ser um herói moderno, em pouco se assemelham suas atitudes com as do herói grego. Aquele é um viajante que vive de nação em nação sem criar um laço de afetividade grande pelos locais que passa, na verdade seu maior objetivo lutar para que o ideal de cavalaria vigente em outrora, dos tempos que remetem a Lancelot do Lago e Amadis de Gaula, ressurja. O tempo é anacrônico, não se sabe ao certo quanto tempo dura a história de Dom Quixote, pois nelas há muitas idas e vindas, são as chamadas anacronias, que causam esse fenômeno na obra. O espaço é identificado em bosques e florestas onde, em seus devaneios, o cavaleiro luta contra bruxas e vampiros, aliás, essa é mais uma característica do Romance de Cavalaria, o místico aparece com freqüência.
	Outra diferença, que apesar de existir entre os dois tipos de textos, são lembradas com pouca freqüência é a independência que o personagem do Romance de Cavalaria tem em relação à obra, esse pode, também, ser mencionado ou até mesmo fazer parte de outra história, inclusive sendo personagem principal novamente. Já o herói grego está preso àquela obra, pelo fato de esse se identificar com o local onde a história é contada, ele cria raízes e também se identifica com toda a situação criada entorno do enredo, ficando preso a essa única história.

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