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Circuito RL série em corrente alternada 6 O circuito RL série em corrente alternada Quando se aplica a um circuito série RL uma fonte de corrente alternada senoidal, a corrente circulante também assume a forma senoidal, como pode ser visto na Fig.1. L R I t Fig.1 Circuito RL série. Como em todo o circuito série, a corrente é única no circuito (IR = IL = I). Por esta razão, a corrente é tomada como referência para o estudo do circuito RL série. A circulação de corrente através do resistor dá origem a uma queda de tensão sobre o componente. Série de Eletrônica do SENAI 7 A queda de tensão no resistor (VR = I R) está em fase com a corrente, como ilustrado na Fig.2. VR I VI Rt Fig.2 Tensão em fase com a corrente no resistor. Essa mesma corrente ao circular no indutor dá origem a uma queda de tensão sobre o componente. Devido à auto-indutância, a queda de tensão no indutor (VL = I XL) está adiantada 90º em relação à corrente do circuito, como pode ser visto na Fig.3. I V V L R 90 t Fig.3 Tensão no indutor adiantada 90 em relação a corrente. A Fig.3 representa o gráfico senoidal e fasorial completo para o circuito RL série. V V L RI (90 adiantado) Circuito RL série em corrente alternada 8 Impedância e corrente no circuito RL série em corrente alternada O circuito RL série usado em corrente alternada apresenta uma oposição à circulação de corrente, denominada impedância. A fórmula para calcular esta impedância pode ser encontrada a partir da análise do gráfico fasorial do circuito mostrado na Fig.1. A Fig.4 mostra novamente este diagrama fasorial. V V L RI Fig.4 Gráfico fasorial para circuito RL. O fasor VL é dado por I XL e o fasor VR representa I R. Dividindo-se as intensidades dos fasores pela intensidade de I, o gráfico não se altera e assume a característica mostrada na Fig.5. X R L Fig.5 Diagrama fasorial XL versus R. Série de Eletrônica do SENAI 9 A resultante do sistema de fasores fornece a impedância do circuito RL série, e pode ser calculado pelo uso do Teorema de Pitágoras. 2 L 22 XRZ Isolando-se Z, tem-se: 2 L 2 XRZ (1) onde Z = impedância em ohms R = resistência em ohms XL = reatância em ohms. A partir dessa equação, podem ser isoladas as equações que determinam R e XL. 2 L 2 XZR 22 L RZX Exemplo 1 Um indutor de 200mH em série com um resistor de 1.800 é conectado a uma fonte CA de 1.200Hz . Determinar a impedância do circuito. Solução : XL =2 f L = 6,28 1.200 0,2 XL = 1.507,2 21.507,221.80022 L XRZ Z = 2.347,7 L 0,2 H 1.200 Hz R 1.800 Circuito RL série em corrente alternada 10 A partir do momento em que se dispõe da impedância de um circuito, pode-se calcular a corrente a partir da Lei de Ohm para circuitos de corrente alternada. Exemplo 2 Aproveitando o Exemplo 1, que corrente circulará no circuito se a fonte fornece 60V (eficazes) ao circuito? Solução : 2.347,7 60T Z V I I = 25,6 mA L 0,2 H 1.200 Hz 60V R 1.800 Série de Eletrônica do SENAI 11 As tensões no circuito RL série em corrente alternada No gráfico fasorial do circuito RL série a tensão no indutor VL está defasada 90º da tensão no resistor VR devido ao fenômeno de auto-indução. A tensão total VT é a resultante do sistema de fasores, e é calculada através do Teorema de Pitágoras, como ilustrado na Fig.6. VT V VL R 2 L 2 RT VVV (2) Fig.6 Cálculo da resultante VT. Cabe ressaltar que a tensão total não pode ser encontrada através de soma simples (VR + VL) porque estas tensões estão defasadas, entre si. A fórmula de VT pode ser desdobrada para isolar os valores de VR e VL. 2 L 2 TR VVV 2 R 2 TL VVV Os valores de VR e VL podem ser calculados separadamente, se a corrente é conhecida, através da Lei de Ohm. Circuito RL série em corrente alternada 12 A seguir são mostrados dois exemplos que ilustram a utilização das equações. Exemplo 3: Determinar as tensões sobre o resistor e o indutor do circuito da figura abaixo. Solução : 22 LXRZ XL = 2 f L = 6,28 90 1,2 XL = 678,2 555.77322,7862560 Z Z = 879 Z V I T 879 150 I I = 0,171 A VR = I R VR = 0,171 560 VR = 95,8 V VL = I XL VL = 0,171 678,2 VL = 115,9 V As tensões VR e VL podem ser conferidas, aplicando-se os seus valores na Eq.(2) de VT. 22 LRT VVV 2115,9295,8T V 22.610,45T V VT = 150,36 V A diferença de 0,36V deve-se as aproximações usadas. L 1,2 H 90 Hz 150V R 560 Série de Eletrônica do SENAI 13 Exemplo 4: Determinar a corrente que circula no circuito da figura abaixo. Solução : Com VR e R , pode-se determinar I : 330 A 50R R V I I = 0,152 A Com VT e VR , pode-se determinar VL : 222 R 2 TL 5070 VVV VL = 49 V Com VL e I, pode-se determinar XL : 0,152 49L L I V X XL = 322,4 Então, pode-se determinar L : XL = 2 f L 60 6,28 322,4 2 L f X L L = 0,86 H L 60 Hz 70V R 330 50V Circuito RL série em corrente alternada 14 Rede de defasagem RL O circuito RL série usado em corrente alternada permite que se obtenha uma tensão alternada defasada da tensão aplicada, como ilustrado na Fig.7. ~ Entrada Saída CA de saída CA de entrada 60 V V t t Fig.7 Rede de defasagem RL. A tensão aplicada à rede RL corresponde à tensão VT no gráfico fasorial e a tensão de saída ao fasor VL, uma vez que a saída é tomada sobre o indutor. Série de Eletrônica do SENAI 15 Pelo gráfico fasorial, verifica-se que a tensão VL (tensão de saída) está adiantada em relação a tensão VT (tensão de entrada). O ângulo entre os fasores VL e VT é o ângulo de defasagem entre entrada e saída, como pode ser visto na Fig. 8. 60 60 V V T T V VL VL R t Fig.8 Defasagem entre as tensões VL e VT. O ângulo de defasagem pode ser determinado a partir do gráfico fasorial da impedância ou das tensões, como mostrado na Fig.9. VZ T VR VX LL R Fig.9 Gráfico fasorial da impedância e das tensões. O ângulo entre VR e VT é o ângulo que pode ser encontrado através das seguintes relações do triângulo retângulo : T R ou V V cos Z R cos T R cos arc ou cos arc V V Z R Circuito RL série em corrente alternada 16 Tendo-se o ângulo (ângulo entre VR e VT), determina-se o ângulo (entre VT e VL). = 90- Quando o efeito resistivo no circuito é maior que o indutivo (R > XL), o ângulo é menor que 45º e o circuito é dito predominantemente resistivo. Se, por outro lado, o efeito indutivo é maior que o resistivo (XL > R), o ângulo é maior que 45º e o circuito é dito predominantemente indutivo. A seguir são mostrados dois exemplos de determinação do ângulo de defasagem provocado por um circuito RL série em corrente alternada. Exemplo 5: Determinar o ângulo de defasagem entre a saída e a entrada do circuito da figura abaixo. Solução : Z R cos Determinação de Z : 2 L 2 XR Z XL = 2 f L XL = 6,28 300 0,6 XL = 1.130 22 1.130680 Z 3007391 ..Z Z = 1.319 cos Z R 1.319 680 cos 0,515 cos L 600 mH saída 300 Hz R 680 Série de Eletrônica do SENAI 17 Consultando-seuma tabela de cossenos ou usando-se uma calculadora, tem-se que: = 59 (circuito predominantemente indutivo) Pode-se ainda construir o gráfico fasorial de R e Z : Z = 13 19 X R = 680 L 59 o O ângulo entre Z e XL pode ser determinado da seguinte forma: = 90- = 90- 59 = 31 Isto significa que a senóide de saída (VL) está 31º adiantada com relação à entrada, como ilustrado na figura abaixo. L 600 mH saída entrada 300 Hz R 680 31 V entrada saída T = =VL t Circuito RL série em corrente alternada 18 Exemplo 6: Determinar a defasagem entre a saída e a entrada na rede mostrada na figura abaixo. Solução : T R cos V V Determinação de VR : 2 L 2 RT VVV 2 L 2 TR VVV 22 R 55120 V 107VR V T R cos V V V 120 V 107 cos cos = 0,89 = 27 Como