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UNAMA FACULDADE DA AMAZÔNIA DE PORTO VELHO BIOMEDICINA LILIAN CRISTINA DE SOUZA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO RECONSTRUÇÃO COM MICROPIGMENTAÇÃO DA ARÉOLA: PARAMÉDICA MAMÁRIA PARA RESTAURAR A MAMA APÓS MASTECTOMIA Porto Velho 2022 LILIAN CRISTINA DE SOUZA RECONSTRUÇÃO COM MICROPIGMENTAÇÃO DA ARÉOLA: PARAMÉDICA MAMÁRIA PARA RESTAURAR A MAMA APÓS MASTECTOMIA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para conclusão do curso de BIOMEDICINA da UNAMA FACULDADE DA AMAZÔNIA DE PORTO VELHO Porto Velho 2022 Ficha catalográfica gerada pelo Sistema de Bibliotecas do REPOSITORIVM do Grupo SER EDUCACIONAL S729r Souza, Lilian Cristina de. Reconstrução Com Micropigmentação da Aréola: Paramédica Mamária Para Restaurar a Mama Após Mastectomia / Lilian Cristina de Souza. - UNAMA: Porto Velho - 2022 23 f. : il TCC (Curso de Biomedicina) - Unama Faculdade da Amazônia de Porto Velho - Orientador(es): M.sc. Marlei Novaes de Sousa 1. Autoestima. 2. Câncer. 3. Mastectomia. 4. Micropigmentação. 5. Reconstrução Mamária. 6. Breast Reconstruction. 7. Cancer. 8. Mastectomy. 9. Micropigmentation And Selfesteem. 10. Self Esteem. I.Título II.M.sc. Marlei Novaes de Sousa UNAMA - POR CDU - 577 LILIAN CRISTINA DE SOUZA AZEVEDO RECONSTRUÇÃO COM MICROPIGMENTAÇÃO DA ARÉOLA: Paramédica mamária para restaurar a mama após mastectomia Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção de notas do curso de graduação de Biomedicina, da Faculdade UNAMA Porto Velho. Orientação: Prof. Biomédica. Marlei Novaes de Sousa. _____________________________ Orientadora Profª. Me. Marlei Novais Banca Examinadora 1: Profª: Maricelia Catanhêde Banca Examinadora 2: Profº. Ms. Valdison Reis Dedicatória Aos meus, filhos, familiares e amigos Agradecimentos Agradeço a Deus em primeiro lugar, à minha família em segundo plano porque teve a paciência e compreensão para comigo, em momentos em que enfrentamos além de todas as dificuldades do cotidiano essa pandemia que muitos de nós não ativemos tempo de ver e dizer um adeus. Agradeço aos amigos que de uma forma direta e outros indiretamente me deram apoio e forças nas horas que muitas vezes pensei em desistir por motivos pessoais, aos professores por estarem sempre presentes com suas palavras de incentivo. Epígrafe “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas” (O Pequeno Príncipe – Antoine Saint-Exupéry) RESUMO O câncer de mama é constituído por aglomeração celular que se multiplica de uma forma rápida e desorganizada, fazendo com que os tecidos da mama tenham um crescimento anormal e descontrolado, decorrido por mutações no material genetico no tecido mamário. De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, relatando que entre os anos de 2008 a 2015, cerca de 92,5 mil mulheres em processo de tratamento do câncer de mama, passaram por cirurgia de remoção da mama no Brasil. Nesse contexto a mastectomia radical é considerada uma das intervenções invasivas mais utilizadas para o tratamento de câncer de mama em mulheres, e acaba gerando uma sequela irreversível, responsável por danos emocionais e estéticos. Com isso, a realização desse estudo se justifica na necessidade de mostrar os impactos negativos gerados pela mastectomia total na qualidade de vida de mulheres vitimas de câncer de mama e os benéficios obtidos com recontrução por meio da micropigmentação areolar. Para isso o objetivo geral desse estudo é conxtetualizar a importância da técnica de reconstrução com micropigmentação da aréola em mulheres vitimas de mastectomia para melhoria da qualidade de vida, por meio de uma revisão integrativa de literatura. No decorrer desse estudo mostramos os possíveis impactos negativos causados pela mastectomia, na vida das pacientes envolvidos e os benefícios da micropigmentação para a autoestima e melhoria na qualidade de vida dessas mulheres. PALAVRAS-CHAVES: Câncer, Mastectomia, Reconstrução Mamária, Micropigmentação e autoestima. ABSTRACT Breast cancer is constituted by cell agglomeration that multiplies in a fast and disorganized way, causing the breast tissues to have an abnormal and uncontrolled growth, elapsed by waiting on the genetic material in the breast tissue. According to the Brazilian Society of Mastology, reporting that between 2008 and 2015, about 92.5 million women undergoing breast cancer treatment underwent breast removal surgery in Brazil. In this context, radical mastectomy is considered one of the most used invasive interventions for the treatment of breast cancer in women, and ends up generating an irreversible sequel, responsible for emotional and aesthetic damage. Thus, this study is justified by the need to show the negative effects generated by total mastectomy on the quality of life of women victims of breast cancer and the benefits obtained with reconstruction through areolar micropigmentation. For this, the general objective of this study is to contextualize the importance of the reconstruction technique with micropigmentation of the areola in women victims of mastectomy to improve the quality of life, through an integrative literature review. In the course of this study, we show the possible negative effects caused by the mastectomy in the lives of the patients involved and the benefits of micropigmentation for the self-esteem and improvement in the quality of life of these women. KEYWORDS: Cancer, Mastectomy, Breast Reconstruction, Micropigmentation and self- esteem. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Aparelhos para a realização da micropgmentação paramédica....................................................................................................................17 Figura 2: Reconstrução Mamária por micropgmentação paramédica: antes e depois............................................................................................................................18 Figura 3: Reconstrução Mamária por micropgmentação paramédica: antes e depois............................................................................................................................20 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO..........................................................................................................11 2. OBJETIVOS...............................................................................................................13 2.1 Objetivo Geral..........................................................................................................13 3. METODOLOGIA........................................................................................................13 4. RESULTADO E DISCUSSÃO...................................................................................14 4.2 CÂNCER DE MAMA................................................................................................14 4.2 A EPIDEMIOLOGIA DO CÂNCER DE MAMA NO BRASIL....................................15 4.3 MASTECTOMIA E SEU IMPACTO NA QUALIDADE DE VIDA EM SUAS VÍTIMAS.........................................................................................................................15 4.4 MICROPIGMENTAÇÃO PARAMÉDICA E SEU IMPACTO NA QUALIDADEDE VIDA DE MULHRES MASTECTOMIZADAS................................................................ 17 4.5 RISCOS E BENEFÍCIOS DA MICROPIGMENTAÇÃO PARAMÉDICA..................21 5. CONCLUSÃO...........................................................................................................22 6.REFERÊNCIAS..........................................................................................................23 11 1.INTRODUÇÃO O câncer de mama é constituído por aglomeração celular que se multiplica de uma forma rápida e desorganizada. Essas células têm alterações genéticas, fazendo com que os tecidos da mama tenham um crescimento anormal e descontrolado, decorrido por mutações no material genetico no tecido mamário. Tais células, resultantes dessas divisões desordenadas tem a capacidade de invadir tecidos e estruturas regionais a distância, essa característica é conhecida como metástases (BERNARDES et al., 2019). O risco de surgimento dessa doença aumenta consideravelmente de acordo com a idade, sendo que 80% dos tumores são diagnosticados a partir de 50 anos e, a principal causa está relacionada aos fatores endócrinos, envolvendo diretamente o estrogênio. Nisso, outros fatores de riscos também estão envolvidos no surgimento desses tumores, como: fatores: exógenos e endógenos, nos quais podem ser fortes indicadores, e estão associados a alimentação, raça, hereditariedade, menarca precoce entre outros (SILVA et al., 2019). De acordo com o Instituto Nacional do Cancêr (INCA) do Ministerio da Saúde (MS), o cancêr de mama é considerado é o principal tipo de cancêr que mais mata a população feminina em todas as regiões do Brasil. Representanto números assustadores de 11,84/100.000 mulheres somente no ano de 2020 (INCA, 2022). Associado a esses dados, estão outros da Sociedade Brasileira de Mastologia, relatando que entre os anos de 2008 a 2015, cerca de 92,5 mil mulheres em processo de tratamento do câncer de mama, passaram por cirurgia de remoção da mama no Brasil (SOCIEDADE BRASILEIRA DE MASTOLOGIA, 2022). Nisso a mastectomia radical, conhecida pela ação cirúrgica onde ocorre a retirada total da mama, é considerada uma das intervenções invasivas mais utilizadas para o tratamento de câncer de mama em mulheres, desde o século XIX (CAVALVANTE et al., 2020). Essa forma radical de tratamento realizado praticamente no mundo todo, acaba gerando uma sequela irreversível, responsável por danos emocionais e estéticos que acaba gerando um declínio na qualidade de vida dessas mulheres. 12 A respeito disso, Pereira e colaboradores (2019), demonstraram que a mastectomia total pode impactar de maneira substâncial a qualidade de vida dessas pacientes, influênciando negativamente em diversos aspectos psiquimistas, gerando possíveis retardos sociais associados com dificuldade de ajustamento piscossocial. Esses autores relatam diversas modificações no comportamento dessas mulheres, como: dificuldade em usar banheiros compartilhados com outras pessoas, mudança radical em suas roupas, como forma de disfarçar a ausência da mama, opção por não abraçar outras pessoas, confronto com o nu e, até mesmo uma retração no ato sexual, devido a falta da mama. Todos esses fatores evidenciam uma mudança repentina de comportamento, gerando enormes perdas emocionais, causando ansiedade e depressão, impactando fortemente a qualidade de vida de todas envolvidas. Como forma de amenizar tais prejuizos emocionais, a ciência, a pesquisa e a medicina, oferecem diversas formas de tratamento corretivos, que tendem a minimizar esses danos, devolvendo à essas mulheres mais dignidade e normalidade em suas atividades diárias. Uma importante abordagem adotada neste contexto é a recontrução com a micropigmentação da aréola, que oferece um modo de resgatar a estética corporal, melhorando a autoimagem da paciente e impactando diretamente na renovação da sua auto-estima e qualidade de vida. Diante de todo esse exposto, a realização desse estudo se justifica na necessidade de mostrar a partir dos dados epidemiológicos do Ministério da Sáude e do INCA (acima citados), a importância de estudos que demonstrem os impactos negativos gerados pela mastectomia total na qualidade de vida de mulheres vitimas de câncer de mama e os benéficios obtidos com recontrução por meio da micropigmentação areolar, como forma de promover o aumento da qualidade de vida dessas mulheres mastectomizadas. 13 2.OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral Conxtetualizar a importância da técnica de reconstrução com micropigmentação da aréola em mulheres vitimas de mastectomia para melhoria da qualidade de vida. 2.2 Objetivos Específicos ✓ Demonstrar os impactos negativos ocasionados pela mastectomia em mulhres após a retirada da mama; ✓ Contextualizar a funcionalidade da técnica de reconstrução com a micropigmentação areolar; ✓ Demonstrar os principais impactos dessa técnica na reconstrução do complexo areolar para melhora da autoestima em mulheres mastectomizadas; ✓ Demonstrar os possíveis riscos e benefícios desta técnica. 3. METODOLOGIA O presente trabalho consiste numa revisão bibliográfica, tendo o cunho de revisão integrativa da literatura. Os materiais utilizados para a pesquisa foram estudos publicados, livros físicos e virtuais. Quanto aos livros foram utilizados livros do acervo pessoal da acadêmica ou oferecidos pela instituição de ensino em questão. Os artigos foram selecionados nas plataformas de bases de dados como Scientific Electronic Library Online (SCIELO), PUBMED, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Google acadêmico. Buscando compreender e descrever o tema proposto de forma mais eficaz. Os descritores utilizados foram: câncer de mama, mastectomia, reconstrução mamária, micropigmentação e autoestima. Os critérios de inclusão dos materiais encontrados, foram os que versam sobre os decritores acima, nos idiomas português, espanhol e inglês, com no máximo 10 anos de publição; e os critérios de exclusão, foram os conteúdos encontrados nos três idiomas propostos, os estudos fora desse contexto, assim como estudos com mais de 10 anos de publicação. 14 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 CANCÊR DE MAMA De acordo com Motta e Silva (2017) o câncer de mama é uma doença onde ocorre uma grande multiplicação de célula anormal, conheceida como hiperplasia levando a uma formação de tumores malignos. Essa neoplasia é uma das mais comum do mundo todo, e seu diagnóstico precose garante grande chance de um tratamento com resultado positivo, podendo assim reduzir o perigo de óbito. Esse possível atraso no diagnótico e consequentemente no tratamento, além de aumentar a probabilidade de morte aumenta também aumenta a ansiedade nessas mulheres, dificultando assim os tratamentos curativos, reduzindo a taxa de sobrevivência (SARTORI; BASSO, 2019). Com isso, atuamente existem três estratégias para o rastreamento precose do câncer de mama: mamagrafia, exame clínico das mamas e o autoexame das mamas. Mamografia é um métado que nos dá uma qualidade de alto definição pode diagnósticar o câncer em estado de cura com 2 anos de antecedência da doença, por conter uma imagem muito bem defina na estrutura do tecido afetado, diagnóstico esta em 85% á 90% da qualidade de imagem. Por sua vez, o exame clínico é realizado por um profissonal treinado da saúde, que pode ser o médico ginecologista, enfermeiro, e o mastologista. Onde por meio de possíveis ratreios tatéis, esses profissionais conseguirão, diagnóticar um nódulo de até mais ou menos 1cm, quando for a exposição superficial. Nisso, o autoexame, é realizado pela paciente de preferência após uma semana da ultima menstruação e, as pacientes que já não mais menstruam, podem escolher um dia do mês para a realização do auto-exame. Esse autoexamedeve ser realizado em pé em frente ao espelho ou na posição deitada, sempre observando a existência de alguma diferença ou aparencia dos seios, como surgimento de caroços, relevos, etc. Esse simple gesto, aumenta a chance de detectar possíveis surgimento de nódulos, em seus estágios iniciais, aumentando fortemente a possibilidade de sucesso no seu tratamento. Por fim, os estudos de Oliveira e colaboradores (2019) demonstram que o câncer de mama advén de alguns fatores de riscos importantes, como: idade avançada, características reprodutivas, fatores genéticos e ambientais. Esses 15 fatores predispoem a população feminina há uma maior frequência desse tipo de câncer, representando dados alarmantes, que serão demostrados a seguir. 4.2 A EPIDEMIOLOGIA DO CÂNCER DE MAMA NO BRASIL Segundo o INCA, foram notificados 66.280 casos de câncer de mama no Brasil no ano de 2020, esse mesmo instituto relata que apesar de algumas décadas de políticas públicas para a prevenção e tratamento desse tipo de câncer, a taxa de mortalidade está aumentando no Brasil. Isso pode ser explicado porque essa doença infelizmente ainda é diagnósticada em estágio avançado (TEIXEIRA; NETO, 2020). Esses preocupantes dados nacionais se destacam em um índice elevado nas regiões sul e sudeste, onde no ano de 2021 essas duas regiões concentram-se os maiores números de incidência do câncer de mama. O estado do Rio de Janeiro é o líder dessa incidência, seguido pelo estado do Rio Grande do sul e em terceiro lugar está o estado de São Paulo, com a probabilidade de 71,77 dos casos para cada 100 mil mulheres. Diferente da região norte que a grande maioria das mulheres são acometidas por outro tipo de câncer o de colo de útero esta em primeiro lugar (INCA, 2020). Essa problemática se torna ainda mais preocupante quando levamos em consideração as projeções da Organizaçoes das Nacões Unidas (ONU), que anunciam o surgimento de 100 mil novos casos diagnóticado de câncer de mama no mundo. Essas projeções remete um alerta para um incentivo de novas polílticas públicas, como objetivo de diminuir tais projeções assim como concientizar sobre a importância do diagnóstico precose. Sobre isso, os dados atuais da SBM indicam que 70% dos casos de câncer de mama diagnosticado no país, a mastectomia é a principal intervenção adotada, nesse contexto, abordaremos a seguir, um pouco sobre a masctetomia. 4.3 MASTECTOMIA E SEU IMPACTO NA QUALIDADE DE VIDA EM SUAS VÍTIMAS Diante dos dados anteriormente apresentados, surge a possibilidade de 16 numerosos avanços no tratamento do câncer de mama, aumentando consequentemente a sobrevida dessas pacientes, quando detectado nos períodos iniciais de sua formação. Entretanto, a maioria desses avanços que garante essa sobrevida, está relacionada a realização da mastectomia (TAIT, et al., 2018). Mastectomia é um tratamento cirúrgico, utilizado nos casos de câncer de mama, onde visa a retirada por total da glândula mamária, com o esvaziamento axilar. Essa técnica consiste na retirada de toda região afetada pelo câncer, sendo considerado um precedimento extremamente agressivo e invasivo (COUTINHO; DUARTE, 2020). Nisso, a literatura descreve vários tipos de mastectomia, dentre elas a mastectomia simples, dupla ou bilateral, polpadora de pele, de mamilo, radical modificada e radical. Sendo essa primeira o tipo mais comum, onde é removido toda mama, incluindo o mamilo, entretanto, outros tecidos são preservados, como os linfonodos axilares e o tecido sob a mama. Por sua vez, a mastectomia radical, como o próprio nome sugere é uma técnica mais global, onde remove-se toda a mama, linfonodos axilares, e os músculos do tórax, peitoral maior e menor (PEREIRA et al., 2019). Esse procedimento é responsável por atingir o psicológico da paciente, uma vez que mexe com o físico também, trazendo muito sofrimento por conta das mudanças que sofre o corpo das mulheres. De acordo com Severiano (2022) isso pode desencadear um transtorno psicológico grave e acaba afetando a todos os que estão ao redor, e em consequência da falta de qualidade de vida, essa paciente pode, inclusive, chegar a sofrer uma depressão irreversível. A literatura apresentam diversos estudos, demonstrando o sério impacto da mastectomia na qualidade de vida em mulheres submetidas ao tratamento cirúrgico para câncer de mama (KALTER et al., 2015; LANGFORD et al., 2015; BEYAZ et al., 2016). Dentre as principais queixas relacionadas a esse declinio na qualidade de vida, as pacientes relatam dores físicas e mental, perca da funcionalidade do ombro após a masctectomia radical e principalmente queixas relacionada ao prejuízo estéticos que a retirada da mama, causa nessas mulheres (TAIT, et al., 2018). A respeito disso, Martins e colaboradores (2019) demonstram que essas mulheres diagnosticada como câncer de mama, passam por três etapas complexas e diferentes, onde a primeira etapa é iniciada com o diagnóstico e está associada a 17 sensão de morte repentina e sentimentos negativos por toda sociedade, a segunda etapa, é a certeza de um tratamento longo e agressivo, que pode desencadear lesões físicas inrreversíveis, e a terceira etapa está relacionada a obrigatoriedade de aceitação de um corpo mutilado. A abordagem realizada no docerrer dessas etapas, desencadeará consequências que influenciará como será suas vidas futuras. Para De Menezes e colaboradores (2019), os seios são considerados símbolos da condição feminina e essas pacientes submetidas à ressecção axilar, com a formação das cicatrizes, desencadea mudanças no formato e na sensibilidade da mama, gerando um impacto negativo na autoimagem e na autoestima das mesmas. Sobre isso, a ciência evoluiu permitindo diversas abordagens diferentes, para oferecer para tais mulheres a possibilidade de uma vida mais perto da normalidade, sem muitas perdas. A exemplo disso, a micropigmentação é um importante procedimento usado na reconstrução das formas originais dos mamilos, oferecendo para essas pacientes mastectomizadas uma importante ajuda na melhoria da sua aparência, e sobre isso abordaremos a seguir. 4.4 MICROPIGMENTAÇÃO PARAMÉDICA E SEU IMPACTO NA QUALIDADE DE VIDA DE MULHRES MASTECTOMIZADAS A micropigmentação paramédica é uma técnica de aplicação de pigmento, realizado sobre um desenho desenvolvido de acordo com os padrões e necessidades de cada paciente, dando assim, uma melhora no aspecto das mamas e trazendo uma sensação de bem estar. Essa técnica também pode ser realizada sobre as sobrancelhas, cicatrizes de estrias, na mastectomia, na linha d’água dos olhos, pálpebra, em camuflagem de vitiligo e nos lábios. Oferecendo um aspecto melhorado nesses tecidos que foram prejudicados de alguma forma, gerando excelentes impactos na estéticas desses indivíduos (MA et al., 2022). Portanto a micropigmentação é uma simples técnica de correção, que trás o conceito similar ao da tatuagem, que tem a finalidade de introduzir tintas de acordo com a cor estudada, buscando-se a tonalidade da pele. Sendo um procedimento realizado somente para fins estéticos, com oobjetivo de melhorar a autoestima da cliente, proporcionado uma súbita melhora visual e natural da mama 18 que foi retirada (MARTINS; AGUIAR, 2021). Por meio da dermopigmentação é realizada a camuflagem da cicatriz e a simulação da coloração natural das aréolas retirada, onde sobrepoem-se com um desenho no mesmo local. Essa técnica é considerada ouro pelos cirurgiões devido à ausência de dores e por ser um procedimento minimamente invasivo, com a utilização de uma pigmentação exógena introduzida na camada dérmica da pele. Seus resultados são obtidos por meio de um dermógrafo constituído por uma agulha para a realização e a implementação de pigmentos específicos e hipoalergênicos soba pele (SOUZA, 2019; MA et al., 2022). Esse procedimento poderá ser realizado, apenas com a recuperação total da paciente pós-mastectomia e com laudo do médico autorizando, segundo Souza (2019) essa técnica poder ser realizada com dois tipos de aparelhos (Figura 1), o dermografo que é elétrico e o tebore que é o indutor manual com tintas próprias para micropigmentação, ambos irão trazer a suavidade e naturalidade para a paciente, melhorando substancialmente o aspecto visual dessa região. Figura 1: Aparelhos para a realização da micropgmentação paramédica Dermográfo Tebori Fonte: Souza (2019). A micropigmentação paramédica é uma técnica que apesar de similar, se diferencia de uma tatuagem, pois enquanto na tatuagem trabalha-se em uma camada mais profunda, hipoderme, na reconstrução mamária pelo método de micropigmentação paramédica trabalha-se apenas na subderme, que é uma camada superficial (MARTINS; AGUIAR, 2021). Desse modo, é possível trazer a naturalidade, de acordo com a anatomia das aréolas e assim reconstruir os 19 complexos mamários, com um desenho perfeito, mais próximo da realidade. De acordo com Souza (2015), a técnica é realizada com o uso de um demófrago (Figura1) que permite depositar os diversos pigmentos na pele da paciente. Por meio das agulhas circulares com três pontas centrais, se obtém o preenchimento degradê e as agulha com cinco pontas para a coloração da aréola, preenchendo sempre na posição de 45º e com movimentos rápidos até a borda externa, sempre criando ilusões de projeção em três dimenssões (COUTINHO, DUARTE, 2020). Figura 2: Reconstrução Mamária por micropgmentação paramédica: antes e depois. Fonte: https://www.google.com.br/search?q=fotos+de+micropigmenta De acordo com a foto acima evidenciando a técnica da micropgmentação paramédica, notamos um cuidado adotado pelo profissional em fazer uma reconstrução muito bem executada e acompanhada pela paciente, manifestando seu interesse e estando acordo com a expectativa da paciente, uma vez que a utilização desse sistema é semi-definitivo. Porém, esse processo deve ser realizado por um profissional qualificado e certificado nessa técnica, pois mesmo que não seja muito invasiva, ela requer um cuidado todo especial com a biossegurança, para evitar o risco de infecção, por vírus ou bactérias (SEVERIANO, 2022). 20 Nesse contexto Souza (2019), afirma que micropigmentação se tornou uma importante abordagem estética, pois os seus resultados estão ligado ao bem-estar e a autoestima dos clientes, develvendo para essas mulheres dignidade e confiança, reforçando uma melhora psíquica contínua, minimizando os danos causados pelo trauma de mutilação, exemplo a mastectomia (LEITE et al., 2014; OLIVEIRA et al., 2020). Sobre isso, Santana e Ferreira (2018) relatam que pacientes com a autoestima elevada, conseguem seguir o tratamento com uma maior tranquilidade e segurança, elevando a probabilidade de um sucesso nesse período. Essa auto estima também é importante para a retomada de sua vida, com a finalização do câncer. Diante dessa afirmação importante, os autores considera de suma importância, a utilização de procedimento estéticos que oferecem a volta dessa autoestima para as pacientes mastectomizada, a exemplo da micropigmentação. Para Martins e colaboradores (2019) a ausência de qualquer parte do corpo pode causar uma falha na indentidade pessoal da mulher, fazendo com que a mesma não aceite o que está sendo refletido no espelho, desencadeando severos danos ao psicológico e formando possíveis traumas irreparáveis. Nisso a micropigmentação paramédica (Figura 3) devolve essa aparência estética perdida, devolvendo confiança, reconstruindo a imagem perdida dessa mulher mastectomizada, e oferece subsídios emocionais suficientes para ser inclusa novamente na sociedade, que outrora pertencia. Figura 3: Reconstrução Mamária por micropgmentação paramédica: antes e depois. Fonte: 21 https://www.google.com.br/search?q=fotos+de+micropigmenta Por fim, Souza e Medeiros (2019) realizam um estudo com mulheres mastectomizadas em decorrência do câncer de mama e, demonstraram que a maioria das mulheres envolvidas em seus estudos, relataram que tiveram importantes prejuízos em sua autoestima e qualidade de vida, após o tratamento, implicando em diversos distúrbios frente ao confronto de suas imagens. Sentimentos como, vergonha, tristeza, necessidade de isolamento e receio de possíveis preconceitos, dominavam essas mulheres após a realização da mastectomia, gerando isolamento social. Nesse mesmo estudo, os autores demonstram o impacto positivo que algumas abordagens estéticas, causavam na vidas dessas mulheres, sendo considerada a técnica de micropigmentação paramédica, uma importante intervenção estética, capaz de gerar impactos positivos, elevando sua autoestima, facilitando essas mulheres inclusive, à volta das atividades sexuais, anteriormente cessadas, impactando assim, melhorias em sua qualidade de vida. 4.5 RISCOS E BENEFÍCIOS DA MICROPIGMENTAÇÃO PARAMÉDICA Conforme citado por Amorim (2018) a técnica de micropigmentação pós mastectomia é muito seguro e seus riscos são praticamente nulos, podendo não haver qualquer intercorrência pós micropigmentação e muito menos qualquer desconforto como dor , como ele cita que alguns médicos chegam a indicar esse procedimento após o término do tratamento de câncer na mama. Os estudos de Souza e Medeiros (2019), também reforçam essa idéia dos riscos nulos a cerca da micropigmentação paramédica, onde as autores reforçam a importância dos benéficios dessa técnica, que é utilizada através da camuflagem da cicatriz, simulando pela coloração natural das aréolas danificadas pela mastectomia. Permitindo a criação dessa nova aréola e recobrindo as cicatrizes indesejavéis. Essas autoras também afirmam os ganhos obtidos por essa técnica, que influenciam na autoestima e confianças das mulheres mastectomizadas. Por fim, os estudo de Quint (2019), também demonstra riscos mínimos ou nulos, em contrapartida, evidenciam os inúmeros benefícios dessa técnica para a melhoria da qualidade de vida dessas pacientes, relatando a ausêndia de qualquer desconforto ou dor, pós procedimento, e enfatizam as vantagens descritas por essas 22 mulheres, como o fato do procedimento ser bem mais acessível, quando comparado aos outros procedimentos estéticos oferecido para esses mesmos fins. Entretanto, esse mesmo autor, enfatiza sobre a importância dessa técnica ser realizada por profissional autorizado e capacitados, para esses riscos continuarem sendo nulos. 5. CONCLUSÃO De acordo com a realização desse estudos, entendemos que os dados epidemiológicos no Brasil, acerca do câncer de mama indica um crescimento contínuo, sendo responsável por intensa preocupação na saúde pública brasileira. Nisso milhares de mulheres são acomentidas anualmente, e a importância de um diagnóstico precose ainda é uma necessidade, na falta desse diagnóstico precose, tais mulheres se deparam com a necessidade de realizar as mais diversas formas de tratamento, sendo a mastectomia radical um modo de tratamento extremamente invasivo e complexo, que oferece prejuízos inrreparáveis. Nesse contexo, a micropigmentação paramédica serve como uma importante interverção capaz de reparar e minimizar esses danos, devolvendo auto estima e confianças para essas mulheres, influenciando na melhoria da qualidade de vida das mesmas, oferecendo diversas vantagens. Oferencendo uma nova oportunidade de continuarem suas vidas com as mínimas sequelas físicas posssíveis. 23 REFERÊNCIAS AMARAL, Pedro et al. Distribuição espacial de equipamentos de mamografia no Brasil. RevistaBrasileira de Estudos Urbanos e Regionais (RBEUR), v. 19, n. 2, p. 326-341, 2017. 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