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ASPECTOS TEÓRICOS DA ROTINA DE PESSOAL E ADMISSÃO ETAPA 1 EDIÇÃO: 2022 Curso de Rotinas de Pessoal na Prática Centro Universitário Leonardo da Vinci Organização Daniele de Lourdes Curto da Costa Martins Autora Estelamaris Reif Reitor da UNIASSELVI Prof. Hermínio Kloch Pró-Reitoria de Ensino de Graduação a Distância Prof.ª Francieli Stano Torres Pró-Reitor Operacional de Ensino de Graduação a Distância Prof. Hermínio Kloch Diagramação e Capa Renan Willian Pacheco Revisão Aline Fernanda Guse ASPECTOS TEÓRICOS DA ROTINA DE PESSOAL E ADMISSÃO ETAPA 1 OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM A partir desta etapa, você será capaz de: • entender os conceitos principais da rotina de pessoal; • aprender quais são os documentos necessários para admissão, preenchendo de fato a ficha registro de um funcionário e sua CTPS; • estudar sobre os contratos de trabalho permitidos pela legislação; • aprender sobre as jornadas de trabalho existentes, como se deve preencher a folha ponto e posteriormente calculá-la para lançá-la na folha. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Caro aluno! Esta etapa está dividida em quatro tópicos. No decorrer dela, você encontrará sugestões e dicas que visam potencializar os temas abordados, e ao final de cada um estão disponíveis resumos e autoatividades que visam fixar os temas estudados. TÓPICO 1 – CONCEITOS PRINCIPAIS DE ROTINAS DE PESSOAL TÓPICO 2 – PROCEDIMENTOS ADMISSIONAIS TÓPICO 3 – CONTRATO DE TRABALHO TÓPICO 4 – JORNADA DE TRABALHO CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA CONCEITOS PRINCIPAIS DE ROTINAS DE PESSOAL TÓPICO 1 1 INTRODUÇÃO Caro aluno, começamos parabenizando você pela ousadia de buscar se aperfeiçoar nos seus estudos. Estamos em um mundo em que parar não é uma opção, e sim uma desvantagem, principalmente quando tratamos de rotinas de pessoal. Para trabalhar nessa área e ser um profissional reconhecido, você vai precisar entender muito mais do que apenas matemática, vai precisar gostar de ler e estar em constante aperfeiçoamento. Ler, porque nesta área a legislação trabalhista está ligada diretamente a assuntos de rotina de pessoal; e o constante aperfeiçoamento, porque as leis mudam com frequência e você deve estar atento a isto. Tire o máximo de proveito deste curso e, ao final de cada etapa, pratique os exercícios quantas vezes for necessário, até que você não tenha mais dúvidas, pois quanto maior for o seu conhecimento, com certeza, maior será seu sucesso! Bons estudos! 2 CONCEITOS PRINCIPAIS DE ROTINAS DE PESSOAL Primeiro, vamos entender alguns conceitos primordiais que são utilizados no meio empresarial: EMPREGADOR: O art. 2º da CLT (BRASIL, 1943) define como empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço. CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA Nos seus parágrafos 1º e 2º, a CLT (BRASIL, 1943) aborda que se assemelham ao empregador, para fins de relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitam trabalhadores como empregados. E que, sempre que uma ou mais empresas, embora tenham personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente responsáveis à empresa principal e cada uma das subordinadas. EMPREGADO O art. 3º da CLT (BRASIL, 1943) define como empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual ao empregador, sob a dependência deste e mediante salário. Em seu parágrafo único, escreve que não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual. Para a caracterização do vínculo empregatício são necessários os seguintes requisitos (MACHADO; SANTOS, 2016, p. 26): a) prestação de serviço de forma não eventual, ou seja, habitual; b) subordinação – o empregador estabelece as regras/ordens ao empregado; c) pessoalidade – somente o empregado pode prestar o serviço; d) pagamento de salário – todo trabalho deve ser remunerado. AUTÔNOMO Trabalhador autônomo é quem exerce atividade por conta própria, com independência e sem subordinação. Podendo o trabalhador autônomo adotar livremente procedimentos disponíveis na execução do seu trabalho. Pode ser substituído por outro trabalhador na execução dos seus serviços (MACHADO; SANTOS, 2016). Vejamos como funciona esta hierarquia dentro de uma organização. FIGURA 1 – HIERARQUIA EMPREGADOR X EMPREGADO X AUTÔNOMO FONTE: A autora CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA Observa-se na Figura 1 que o empregador está ao lado do autônomo, ou seja, ele contrata os serviços de um terceiro, porém não cabe a ele ficar dando ordens e instruções de como fazer o serviço. Em seguida, temos o empregado, que responde diretamente ao empregador devido à subordinação. Entender esse tripé e a questão do vínculo empregatício é de extrema importância, pois muitos gestores ainda não compreendem esta diferenciação e por isso acabam recebendo tantas ações trabalhistas. Nesse sentido, cabe ao setor pessoal orientar o gestor sobre a legislação trabalhista e minimizar os riscos para futuros problemas. CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA PROCEDIMENTOS ADMISSIONAIS TÓPICO 2 1 INTRODUÇÃO Admitir um funcionário não está no simples fato de coletar documentos e preparar todos os formulários e requerimentos que a legislação exige. Procedimentos admissionais envolvem, além de organização, outras características, como pontualidade, comprometimento e, muitas vezes, rigidez. Você deve estar se perguntando, por quê? Bem, pelo simples fato de que ainda vivemos em uma cultura em que a maioria das pessoas não possui seus documentos em dia, muda-se muito de lugar e acaba extraviando os documentos, ou até mesmo não está acostumada a organizar a documentação antes mesmo de começar a trabalhar. Vivemos em uma era digital, hoje a legislação exige que, antes mesmo do funcionário começar a trabalhar, ele possua todos os seus documentos na empresa e esteja devidamente registrado. Com a vinda do E-Social muita coisa mudou, e você, como futuro colaborador do setor pessoal, precisa estar preparado mais do que nunca. E-Social – Escrituração Fiscal Digital Social É a unificação por meio eletrônico do envio de informações tra- balhistas, previdenciárias, tributárias e fiscais. O E-Social registra a vida laboral de todos os contribuintes, inclusive o doméstico (OLIVEIRA, 2015). Saiba mais em: https://bit.ly/3Iat5lB 2 PROCEDIMENTOS ADMISSIONAIS Para a admissão do empregado, é necessário que ele apresente a seguinte documentação obrigatória, conforme normas do Ministério do Trabalho (Art.13 da CLT, Portaria 41/2007, Norma Regulamentadora NR-7): CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA • CTPS – Carteira do Trabalho e Previdência Social (Física ou Digital). • Atestado médico admissional (expedido por médico do trabalho). • No mínimo uma foto 3x4 (que será anexada no livro ou ficha de registro de empregados). • Comprovante de residência – para fins de recebimento de vale-transporte. • Identidade. • CPF – Cadastro de Pessoa Física. • Cartão ou número do PIS. • Certidão de nascimento dos filhos menores de 14 anos. • Cartão de vacinação dos menores de sete anos. • Atestado de matrícula e frequência escolar semestral dos maiores de sete anos, para fins de recebimento do salário-família. • Certificado de reservista (para homens com mais de 18 anos). • Título eleitoral (para pessoas com mais de 16 anos). • Certidão de casamento ou nascimento (comprovação do estado civil). Agora, vejamos passo a passo como você deve organizar o recolhimento desses documentos. Lembrando: a legislação exige que todos os documentos do funcionário estejam em dia, com a empresa,antes dele começar a trabalhar. O que é de obrigação do funcionário providenciar: • CTPS Física ou Digital. • Foto 3x4. • Comprovante de residência. • Identidade e CPF. • Certidão de nascimento dos filhos menores de 14 anos (quando possuir). • Cartão de vacinação dos menores de sete anos. • Atestado de matrícula e frequência escolar semestral dos maiores de sete anos. • Certificado de reservista. • Título eleitoral. • Certidão de casamento ou nascimento. O que é obrigação da empresa providenciar: • Atestado médico admissional (expedido por médico do trabalho) (deve ser agendado com a empresa de medicina ocupacional com a qual a empresa Os documentos para registro não necessitam ser autenticados, podem ser cópia simples. CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA contratante possui convênio e informado ao empregado que compareça no local e hora marcados). FIGURA 2 – MODELO DE ASO – ATESTADO DE SAÚDE OCUPACIONAL FONTE: . Acesso em: 26 fev. 2017. Com relação ao cartão ou número do PIS: nas CTPS antigas, o PIS geralmente se encontra grampeado ao final na última página. Já no modelo novo de CTPS, o número do PIS vem impresso na primeira folha. Vejamos as imagens: Todos os exames laborais da empresa só podem ser feitos por um médico do trabalho. Este médico deve ser conveniado a empresa que elabora os laudos médicos exigidos por lei (PCMSO, PPRA e LTCAT). http://docplayer.com.br/11934171-Modulo-v-rotinas-praticas-trabalhistas CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA FIGURA 3 – CTPS NOVA (PIS NA FRENTE) FONTE: . Acesso em: 26 fev. 2017 FIGURA 4 – CTPS ANTIGA (PIS NO FINAL) FONTE: . Acesso em: 26 fev. 2017. Uma terceira opção é a utilização do aplicativo CARTEIRA DE TRA- BALHO DIGITAL, que pode ser baixado gratuitamente em qualquer celular smartphone. Porém, para a utilização desse aplicativo, o funcionário deve ter cadastro no “gov.br” http://www.caixa-pis.com/o-que-e-o-pis/ http://oreidoscabelosresposta.blogspot.com.br/2015/05/2- CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA 2.1 EFETUANDO O REGISTRO DO EMPREGADO Em posse de todos os documentos do empregado, você deve começar a fazer o registro dele. Inicia-se pelo registro no sistema contábil, posteriormente pelo registro na CTPS e em seguida pelo registro na ficha registro. A portaria MTE nº 41 (BRASIL, 2007) determina que o registro deve obrigatoriamente conter as seguintes informações: I- Nome do empregado, data de nascimento, filiação, nacionalidade e naturalidade. II- Número e série da Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS. III- Número de identificação do cadastro no Programa de Integração Social – PIS. IV- Data de admissão. V- Cargo e função. VI- Remuneração. VII- Jornada de trabalho. VIII- Férias. IX- Acidente do trabalho e doenças profissionais, quando houver. Os itens VIII e IX aparecerão no registro do funcionário com o decorrer do tempo, apenas os demais itens aparecerão no registro inicial. Registro no sistema contábil: cada empresa ou organização contábil trabalha com um sistema diferente, porém as informações essenciais para o funcionamento serão basicamente as mesmas. O que irá alterar são as telas de cadastro, tornando-se inviável abordarmos este tipo de registro no curso, visto a diversidade de sistemas que existem. Registro na CTPS: o registro na CTPS pode ser feito de forma manual (escrito), por meio de carimbo, ou ainda utilizando uma etiqueta. O gov.br é um projeto de unificação dos canais digitais do governo federal. Todavia, ele é, acima de tudo, um projeto sobre como a relação do cidadão com o Estado deve ser: simples e focada nas necessidades do usuário de serviços públicos. FONTE: . Acesso em: 2 fev. 2022. Importante: a partir de 23 de setembro de 2019, a CTPS em meio físico não é mais necessária para a contratação na grande maioria dos casos. Para o traba- lhador, basta informar o número do CPF no momento da contratação. Para o em- pregador, as informações prestadas no CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA Deverá conter as seguintes informações: • Dados da empresa: Razão Social, CNPJ, endereço. esp. do estabelecimento (comercial, industrial, serviço). • Dados do empregado: data de admissão, função e CBO* e salário. eSocial substituem as anotações antes realizadas no documento físico, conforme Portaria SEPRT Nº 1065 de 23 de setembro de 2019 e Portaria Nº 1.195, de 30 de outubro de 2019. O CBO é a Classificação Brasileira de Ocupação, que classifica cada função com um código. Você pode encontrar o CBO e sua respectiva função acessando o site do Ministério do Trabalho no link: http://www. mtecbo.gov.br/cbosite/pages/pesquisas/BuscaPorTituloA-Z.jsf. Vejamos o exemplo de um registro na CTPS Física. FIGURA 5 – CTPS FÍSICAPREENCHIDA FONTE: . Acesso em: 26 fev. 2017. http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/pesquisas/BuscaPorTituloA-Z.jsf http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/pesquisas/BuscaPorTituloA-Z.jsf http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/pesquisas/BuscaPorTituloA-Z.jsf http://docplayer.com.br/11934171-Modulo-v-rotinas- CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA Além da página do contrato de trabalho, você também deve efetuar o registro do contrato de experiência na página de anotações gerais. O contrato de experiência pode ser feito de três formas: 30 + 60 = 90 dias, 45 + 45 = 90 dias ou ainda 30 + 30 = 60 dias. Agora vejamos um da CTPS Digital: FIGURA 6 – TELA DO APLICATIVO DA CTPS DIGITAL Note que no exemplo de 30 + 30 dias não atingimos o máximo de vigência de contrato de experiência, mas, como é permitida somente uma prorrogação, o prazo máximo, neste caso, é de 60 dias. FONTE: A autora A opção da forma de contrato de experiência fica a critério da empresa, que deverá informar no ato da admissão qual a forma escolhida. Veremos mais sobre contrato de experiência no próximo tópico. No caso do registro em CTPS física, ele pode ser feito de forma manual (escrito) por meio de carimbo, ou ainda se utilizando uma etiqueta. Vejamos o exemplo: CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA FIGURA 7 – EXEMPLO DE ANOTAÇÃO DO CONTRATO DE EXPERIÊNCIA FONTE: . Acesso em: 26 fev. 2017. Registro na Ficha Registro: a Lei nº 10.243/2001 desobrigou a autenticação dos livros/ficha de registro dos funcionários pelos órgãos competentes, o que facilitou e agilizou o setor pessoal. Sendo assim, grande parte das organizações contábeis não preenche mais a ficha registro do funcionário de forma manual, pois uma vez inserido o registro no sistema, ele gera a ficha e basta imprimi-la. Porém, ainda existem os que preenchem as fichas de forma manual, por isso vamos aprender como preenchê-la corretamente. Vejamos o exemplo: FIGURA 8 – EXEMPLO DE FICHA REGISTRO DE EMPREGADO FONTE: . Acesso em: 26 fev. 2017. http://docplayer.com.br/11934171-Modulo-v- http://codefree.mxatec.com/2015/02/05/ficha-de-registro-de-empregado-re-registro-de-funcionarios-modelo-doc/ http://codefree.mxatec.com/2015/02/05/ficha-de-registro-de-empregado-re-registro-de-funcionarios-modelo-doc/ CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA Para seu preenchimento são utilizadas as mesmas informações que foram utilizadas para registro no sistema e na CTPS. 2.2 DOCUMENTOS REFERENTES AO REGISTRO Após efetuado o registro do funcionário, é necessário providenciar a documentação que ele deverá assinar: • Contrato de experiência (2 vias). • Termo de prorrogação de jornada de trabalho (2 vias). • Termo de compensação de jornada de trabalho (2 vias). • Comprovante de entrega da CTPS e comprovante de devolução da CTPS (1 via) – No caso de CTPS física. • Ficha registro do empregado (Quando Mecanizada – 2 Vias)*. • Opçãodo vale-transporte (caso haja opção – 1 via). • Autorização para desconto de vale-refeição (caso haja fornecimento – 1 via). • Declaração de dependentes para fins do Imposto de Renda. • Ficha de salário-família. • Termo de responsabilidade para concessão de salário-família. Os documentos impressos em duas vias deverão ter uma via entregue ao empregado. Demais documentos poderão ser gerados de acordo com as necessidades e especificidades de cada empresa. A ficha registro é o único documento que é impresso em duas vias e nenhuma é entregue ao funcionário. Uma via deve retornar ao setor pessoal e a outra deve ficar arquivada na empresa, conforme determina a Portaria 41 (MTE/2007). CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA CONTRATO DE TRABALHO TÓPICO 3 1 INTRODUÇÃO O Art. 442 da CLT (BRASIL,1943) apresenta o conceito de contrato de trabalho como sendo “Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego”. Em outras palavras, pode- se afirmar que é um ato jurídico firmado entre duas partes, que pode ser escrito ou verbal. Atenção ao acordo verbal! Apesar da CLT (BRASIL, 1943) em seu Art. 443 mencionar que “o contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito e por prazo determinado ou indeterminado”, o Art. 447 da mesma CLT (BRASIL, 1943), comenta sobre a falta de comprovação para este tipo de contrato: “na falta de acordo ou prova sobre condição essencial ao contrato verbal, esta se presume existente, como se a tivessem estatuído os interessados na conformidade dos preceitos jurídicos adequados à sua legitimidade”. Já existem várias discussões judiciais sobre essa questão, porém, para evitar problemas, recomenda-se que todo contrato de trabalho tenha seu registro na Carteira de Trabalho. 2 CONTRATO DE TRABALHO Conforme mencionado anteriormente, o Art. 443 da CLT aborda duas formas de contrato individual de trabalho: por prazo determinado ou indeterminado. Vamos entender a diferença entre cada um. 2.1 CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO O parágrafo 1º do Art. 443 da CLT (BRASIL, 1943) considera como de prazo determinado “o contrato de trabalho cuja vigência dependa de termo prefixado CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA ou da execução de serviços especificados ou ainda da realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada”. O parágrafo 2º complementa que esse tipo de contrato só será válido em se tratando das seguintes situações: a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo; b) de atividades empresariais de caráter transitório; e c) de contrato de experiência. Machado e Santos (2016) mencionam alguns exemplos para as situações descritas: QUADRO 1 – EXEMPLOS DE CONTRATOS POR PRAZO DETERMINADO a) De serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo. b) De atividades empresariais de caráter transitório. c) De contrato de experi- ência. Exemplos: Exemplos: Exemplos: Indústria de fogos de artifício contrata trabalhadores para vender os mencionados fo- gos por ocasião dos festejos juninos; ou fábricas de pane- tones contratam vendedores para vender o mencionado produto no final do ano. Contratação de intér- pretes para a realização anual de feira interna- cional; ou contrata- ção de demonstradoras para apresentação de produtos novos em supermercados. A finalidade do contrato de experiência é permitir mú- tuo conhecimento entre os contratantes. A empresa observa o desempenho do empregado e o emprega- do analisa as condições de trabalho oferecidas, bem como sua adaptação ao ambiente. FONTE: Adaptado de Machado e Santos (2016) Nas situações em que o contrato por prazo determinado for do tipo “a” ou “b”, é permitida uma prorrogação, desde que a soma dos dois não ultrapasse dois anos (MACHADO; SANTOS, 2016). Exemplo 1: Contrato inicial = ....................... 120 dias Prorrogação = ............................. 90 dias Total = .......................................... 210 dias Quanto ao contrato de experiência abordado no item “c”, admite-se também uma única prorrogação, porém neste caso a soma dos dois não poderá ultrapassar 90 dias (MACHADO; SANTOS, 2016). CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA Exemplo 2: Contrato de experiência = ........ 45 dias Prorrogação = ............................. 45 dias Total = .......................................... 90 dias Exemplo 3: Contrato de experiência = ........ 30 dias Prorrogação = ............................. 30 dias Total = .......................................... 60 dias No exemplo 2, atingiu-se o máximo de vigência de contrato de experiência, 90 dias, com uma prorrogação. Já no terceiro exemplo não se atingiu o máximo de vigência de contrato de experiência, porém, como é permitida somente uma prorrogação, o prazo máximo, neste caso, será de 60 dias (ROKEMBACH, 2009). Atingindo o prazo final do contrato por prazo determinado e nenhuma das partes se manifestar acerca do término do contrato, ele passa a vigorar por prazo indeterminado (MACHADO; SANTOS, 2016). Vejamos agora o exemplo de um contrato de trabalho por prazo determinado. CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA FIGURA 9 – EXEMPLO DE CONTRATO DE TRABALHO POR PRAZO DETERMINADO FONTE:: . Acesso em: 27 fev. 2017. CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA Observe que no modelo anterior o termo de prorrogação do contrato encontra-se logo abaixo do contrato e no mesmo documento. Essa forma é permitida por lei, desde que o empregado assine a prorrogação somente quando ela realmente ocorrer e não no ato da admissão. Existe também a opção de fazer o Termo de Prorrogação em um documento separado, isto vai depender do sistema que é utilizado e da necessidade da empresa. Recontratação/Readmissão de ex-empregado. O Art. 452 da CLT impede nova contratação por tempo determinado sem a observância do intervalo de seis meses. Havendo a suspensão temporária do contrato de trabalho (doença, acidente de trabalho), paralisa-se a contagem dos dias do contrato de experiência quando o colaborador passar a receber benefício previdenciário. Exemplo: primeiros 15 dias pagos pela empresa (entra para a contagem do contrato). A partir do 16º dia quem paga é o INSS, nesse caso, para a contagem dos dias do contrato de experiência (MACHADO; SANTOS, 2016). Enquadram-se neste item os empregados que já tenham trabalhado anteriormente na empresa e estejam sendo recontratados para a mesma função. Nesse caso, a CLT aborda que ele já comprovou sua experiência uma vez, não havendo necessidade de comprová-la novamente. 2.2 CONTRATO POR PRAZO INDETERMINADO Rokembach (2009, p. 15) define contrato por prazo determinado como “um contrato normal, em que não existe período de vigência preestabelecido”. O contrato por prazo indeterminado possui as mesmas características que o contrato por prazo determinado, bem como as mesmas obrigações por parte do empregado e do empregador. Porém, como já destacado, não possui data final para término. Vejamos um exemplo de contrato por prazo indeterminado. CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA FIGURA 10 – EXEMPLO DE CONTRATO DE TRABALHO POR PRAZO INDETERMINADO CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA FONTE: . Acesso em 27 fev. 2017. CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA No exemplo da figura anterior, o contrato de trabalho possui duas páginas, e é na 6ª cláusula que as partes escrevem sobre o prazo, comentando apenas a data de início de vigência. Não é necessária a autenticação em cartório, conforme mostra a figura. A rescisão pode ocorrer a qualquer momento, desde que uma das partes dê o aviso prévio. CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA CONTRATO DE TRABALHOTÓPICO 4 1 INTRODUÇÃO Jornada de trabalho nada mais é que a quantidade de tempo que o empregado, por força de contrato de trabalho firmado, está à disposição do seu empregador, seja trabalhando ou aguardando ordens. Na jornada de trabalho, o empregado não pode utilizar do tempo para benefício próprio (MACHADO; SANTOS, 2016). A legislação prevê várias formas de jornadas de trabalho, que vão desde o limite máximo de oito horas diárias, até jornadas reduzidas (específicas para cada caso), que veremos a seguir. 2 JORNADA DE TRABALHO A CLT (BRASIL, 1943) em sua seção II - Art. 58 escreve que a duração normal do trabalho, para os empregados de qualquer atividade privada, não deverá ultrapassar o limite de oito horas diárias, desde que não se tenha expressamente fixado outro limite. Os parágrafos 1º e 2º do Art. 58 da CLT (BRASIL, 1943) mencionam duas informações extremamente relevantes: Parágrafo 1º: Não serão descontadas nem computadas como jornada extraor- dinária as variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários”. Ou seja, até cinco minutos antes do horário de entrada e até cinco minutos após o horário de saída do funcionário, totalizando 10 minutos, a empresa não é obrigada a computar como horas extraordinárias. Parágrafo 2º: O tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte, não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução. Nesse caso, a legislação prevê o seguinte: CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA - Quando houver meio de transporte público: não poderá ser computado o tempo (casa-trabalho) para fins de jornada de trabalho. - Quando não houver meio de transporte público e a empresa fornecer condução: deverá ser computado o tempo (casa-trabalho) para fins de jornada de trabalho, e será denominado horas in itinere. Com relação à jornada reduzida prevista em Lei, conforme vimos no início deste tópico, é destinada a algumas profissões específicas. Machado e Santos (2016) elaboraram um quadro em seu livro resumindo as profissões que se enquadram em cada jornada. Vejamos: QUADRO 2 – PROFISSÕES X JORNADAS REDUZIDAS Jornada de 7 horas - Empregados sujeitos a horários variáveis das seções de técnica, telefones, revisão, expedição, entrega e balcão das empresas que exploram serviços de telefonia. - Músicos. - Operadores em serviços de telefonia, telegrafia submarina e subfluvial. - Radialistas. Jornada de 6 horas - Aeroviários. - Artistas (radiodifusão, fotografia, gravação, cinema, circo etc.). - Bancários. - Empregados de empresas de créditos, financiamento ou investimento. - Operadores em serviços de telefonia, telegrafia submarina e subfluvial. - Radialistas. - Telefonista de mesa. - Trabalhadores em minas no subsolo. Jornada de 5 horas - Noticiarista. - Repórter (cinematográfico, fotográfico e de setor). - Revisor (chefe de revisão). - Fisioterapeuta. - Músicos. - Jornalistas profissionais. - Editor. - Radialista (setores de autoria e locução). - Terapeuta ocupacional. Jornada de 4 horas - Técnico em radiologia (operador de raio X). CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA Jornadas especiais - Artistas e técnicos em espetáculos de diversão – teatro. - Músicos das empresas nacionais de navegação. - Professores. - Professores de cursos livres. FONTE: Adaptado de Machado e Santos (2016) Os autores escrevem que a relação mencionada no quadro é meramen- te exemplificativa, devendo sempre ser consultada a legislação pertinente a cada profissão. Além da jornada de trabalho, deve ser observado o intervalo destinado ao repouso ou alimentação. Machado e Santos (2016) escrevem que o inter- valo destinado a repouso/ alimentação é um período de suspensão da jorna- da, ou seja, não é computado. Esse tempo de intervalo concedido deve ser estabelecido de acordo com a quantidade de horas da jornada de trabalho, quando esta for superior a quatro horas, e é aconselhável que seja concedido na metade da jornada de trabalho. Os intervalos serão os seguintes: QUADRO 3 – INTERVALO PARA JORNADA DE TRABALHO Jornada de Trabalho Intervalo Jornada de até 4 horas Não há intervalo Jornada de 4 a 6 horas Intervalo obrigatório de 15 minutos Jornada superior a 6 horas Intervalo mínimo de 1 hora e máximo de 2 horas Fonte: Machado e Santos (2016) 2.1 HOR ÁRIO NOTURNO O Parágrafo 2º do Art. 73 da CLT (BRASIL, 1943) comenta que “consi- dera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado entre as 22 (vinte e duas) horas de um dia e as 5 (cinco) horas do dia seguinte”. Parágrafo 1º do Art. 73 da CLT determina que a hora do trabalho no- turno seja computada como de 52 minutos e 30 segundos e não 60 minutos, como uma hora diurna normal. Vejamos o exemplo: CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA FIGURA 11 – HORA NOTURNA X HORA DIURNA FONTE:= 7:20 3ª Semana = segunda a sexta-feira = 5 dias x 8 Horas = 40 h sábado = 1 dia x 4 Horas = 4 h domingo = 1 dia (descanso) = 7:20 4ª Semana = segunda a sexta-feira = 5 dias x 8 Horas = 40 h sábado = 1 dia x 4 Horas = 4 h domingo = 1 dia (descanso) = 7:20 5ª Semana = segunda a terça-feira = 2 dias x 7:20 Horas = 14:40 h Totalizando 44 horas semanais 220 horas mensais FONTE: Adaptado de Oliveira (2015) CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA No exemplo dado por Oliveira (2015), os dois últimos dias foram con- siderados como 7h20min, porém o empregado trabalhou de fato oito horas para compensar o sábado desta 5ª semana que aparecerá somente no mês seguinte. ACORDO DE COMPENSAÇÃO DE HORAS DE TRABALHO Para os mensalistas que trabalham oito horas diárias de segunda a sexta- -feira, e aos sábados quatro horas, existe a possibilidade deste acordo quando a empresa adotar este regime, ou seja, adotar o acordo de compensação de horas (MACHADO; SANTOS, 2016). Nesse caso, o empregado trabalhará mais durante a semana e não precisará trabalhar aos sábados. Exemplo: O empregado trabalha de segunda a sexta-feira, oito horas e 48 minutos por dia para compensar os sábados. Para isso, é necessário que ele e a empresa assinem o acordo de com- pensação de horas de trabalho, conforme modelo a seguir. FIGURA 12 – MODELO DE ACORDO DE COMPENSAÇÃO DE HORAS FONTE: . Acesso em: 28 fev. 2017. CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA O acordo deverá ser impresso em duas vias, sendo uma via de posse da empresa e outra do empregado. HORISTA As características do empregado horista são basicamente as mesmas que as do empregado mensalista, sua distinção acontece na hora do cálculo das horas trabalhadas. Para o horista, a diferença acontece quando o mês possui 28, 30 e 31 dias. Quando você for calcular a folha de um horista, deve ter sempre o calendário do mês em que está fechando a folha em mãos. Vamos aos exemplos: FIGURA 13 – CALENDÁRIO FONTE: . Acesso em: 18 jan. 2022. Cálculo de horas do mês de janeiro de 2022 (31 dias) 1ª Semana = sábado = Feriado Nacional 2ª Semana = segunda a sexta-feira = 5 dias x 8 Horas = 40h sábado = 1 dia x 4 Horas = 4h 3ª Semana = segunda a sexta-feira = 5 dias x 8 Horas = 40h sábado = 1 dia x 4 Horas = 4h 4ª Semana = segunda a sexta-feira = 5 dias x 8 Horas = 40h sábado = 1 dia x 4 Horas = 4h 5ª Semana = segunda a sexta-feira = 5 dias x 8 Horas = 40h sábado = 1 dia x 4 Horas = 4 6ª Semana = segunda = 1 dia x 8 Horas = 8 Total de horas trabalhadas = 184h Total de horas (DSR = Domingos e Feriados) = 6 x 7:20 = 45h Para o mês de 31 dias = 229h (No caso de Janeiro) CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA Cálculo de horas do mês de fevereiro de 2022 (28 dias) 1ª Semana = terça a sexta-feira-feira = 4 dias x 8 Horas = 32h sábado = 1 dia x 4 Horas = 4h 2ª Semana = segunda a sexta-feira = 5 dias x 8 Horas = 40h sábado = 1 dia x 4 Horas = 4h 3ª Semana = segunda a sexta-feira = 5 dias x 8 Horas = 40h sábado = 1 dia x 4 Horas = 4h 4ª Semana = segunda a sexta-feira = 5 dias x 8 Horas = 40h sábado = 1 dia x 4 Horas = 4h 5ª Semana = segunda = 1 dia x 8 Horas = 8h Total de horas trabalhadas = 176h Total de horas (DSR=Domingos e Feriados) = 4 x 7:20 = 30h Para o mês de 28 dias = 206 horas (No caso de Fevereiro) O DSR é o Descanso Semanal Remunerado assegurado por lei, como prevê o Art. 385 da CLT (BRASIL, 1943): “descanso semanal será de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas e coincidirá no todo ou em parte com o domingo, salvo motivo de conveniência pública ou necessidade imperiosa de serviço”. Salár io / Quantidades de horas mês x Quantidade de horas trabalhadas Agora, para calcularmos o salário do horista aplicamos a seguinte equação: Exemplo: João Romero da Silva – Salário 1.500,00 Salário de jan/2022 (31 dias = 7:20 x 31 = 227,00h) 1.500,00/227h x 229 horas trabalhadas = R$ 1.513,22. Este será o salário dele referente a janeiro/2022. Salário de fevereiro/2022 (28 dias = 7:20 x 205 horas) 1.500,00/205 horas x 206 horas trabalhadas = R$ 1.507,31. Este será o salário dele referente a fevereiro/2022. 4 REGISTRO PONTO Os estabelecimentos que possuam mais de dez empregados estão obrigados a manter controle de marcação de entrada e saída, podendo ser CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA manual, mecânico ou eletrônico. O período de repouso deve estar pré-assinalado (MACHADO; SANTOS, 2016). Vejamos alguns modelos de registro ponto: FIGURA 14 – MODELO DE CARTÃO PONTO FONTE: . Acesso em: 28 fev. 2017. Nesse modelo apresentado na figura anterior, o cartão ponto é comprado pronto na papelaria e os dados do cabeçalho e do descanso semanal devem ser preenchidos pelo setor pessoal. Posteriormente, o preenchimento do horário pode ser feito pelo uso do relógio ponto ou ainda de forma manual. No verso desse cartão ponto o funcionário deve assiná-lo. Nesse tipo de controle, as horas extras, faltas e atrasos devem ser checados de forma manual, bem como o seu cálculo também é feito dessa forma. %3chttp://www.navegarnainternet.com.br/ CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA FIGURA 15 – MODELO DE FOLHA PONTO FONTE: . Acesso em: 28 fev. 2017. O modelo apresentando na Figura 15 pode ser feito no computador (word/excel) ou retirado direto do sistema no qual a empresa gera a folha de pagamento, agilizando o procedimento de emissão de registro ponto. Observe que nesse modelo o funcionário assina ao lado de cada dia e não somente ao final do período. Esse tipo de controle também exige que as http://159.203.80.4/wp-content/uploads/2014/07/Folha-de-Ponto-Individual- CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA horas extras, faltas e atrasos sejam checados de forma manual, bem como o seu cálculo seja feito dessa forma. Por último, é apresentado o controle de ponto eletrônico, no qual basta o empregado colocar a sua digital na máquina e ela emitirá o comprovante com a hora da entrada ou saída automaticamente. FIGURA 16 – MÁQUINA DE PONTO ELETRÔNICO E SEU COMPROVANTE FONTE: . Acesso em: 28 fev. 2017. Ao final do mês, é gerado um relatório com todas as informações, o qual o funcionário deverá assinar dando ciência. Diferente do primeiro e do segundo modelo apresentados, o ponto eletrônico exporta todas as informações para o setor pessoal, facilitando o controle das horas extras, faltas e atrasos e agilizando o processo de fechamento da folha de pagamento. O artigo 58 da CLT (BRASIL, 1943) aborda: “não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários”. Exemplo: horário de trabalho 07h às 17h Bate o ponto às 06h55min e às 17h05min (estes 10 min não poderão ser considerados como horas extras). http://www.portaldenoticias.net/ponto- CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA RESUMO DA ETAPA 1 Nesta primeira etapa, aprendemos noções básica de rotinas de pessoal. No Tópico 1, vimos a diferença entre empregador, empregado e autônomo, sendo empregador a pessoa ou a empresa que assume o risco de uma atividade econômica e assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço; empregado é toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário; e, por fim, o autônomo é quem exerce atividade por conta própria, com independência e sem subordinação. Já no Tópico 2 aprendemos sobre os procedimentos admissionais. Para a admissão do empregado é necessário que este apresente uma série de documentos obrigatórios, conformeestabelece o Ministério do Trabalho. Em posse de todos os documentos do empregado, deve-se começar a fazer o registro. Iniciando-se pelo registro no sistema contábil. Após efetuado o registro do funcionário, é necessário providenciar a documentação que o funcionário deverá assinar. No Tópico 3, aprendemos sobre o contrato de trabalho e vimos que este é dividido entre contrato por prazo determinado e contrato por prazo indeterminado, sendo que o que difere um do outro é que no primeiro ele possui datas de início e fim pre-estabelecidas, enquanto que no segundo apenas a data de início é fixada. Ainda dentro do contrato de trabalho por prazo determinado, estudamos o contrato de experiência e suas regras. Por fim, no Tópico 4, tratamos sobre a jornada de trabalho e aprendemos que a CLT estabelece o limite de oito horas diárias, desde que não se tenha expressamente fixado outro limite, bem como a jornada reduzida existente para outras profissões específicas. No Tópico 4, também vimos a questão do intervalo para repouso/ alimentação e o horário noturno, que compreende o trabalho executado entre as 22 horas de um dia e 5 horas do dia seguinte, e deve ser pago com um adicional de no mínimo 20%, estabelecido pela CLT. Por fim, aprendemos sobre a diferença de um empregado mensalista x horista e as formas de controle da jornada de trabalho (cartão ponto/folha ponta/registro ponto). CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA AUTOATIVIDADE 1 A CLT define como empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assu- mindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço. Com base no exposto, assinale se é verdadeiro ou falso: a) (X) Verdadeiro. b) ( ) Falso. 2 Todos os empregadores e empregados devem conhecer os tipos de vínculo de trabalho que podem ser estabelecidos. De acordo com o porte e perfil de cada empresa, as condições de contratação podem variar, com o objetivo de atender às necessidades de cada corporação. De acordo com a CLT, quatro requisitos são necessários para a caracterização do vínculo empregatício. Sobre esses requisitos, associe os itens, utilizando o código a seguir: I- Prestação de serviço. II- Subordinação. III- Pessoalidade. IV- Pagamento de Salário. ( ) Recebe regras/ordens. ( ) De forma não eventual – habitual. ( ) Deve ser remunerado. ( ) O serviço não pode ser terceirizado. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) I - III – II - IV. b) (X) II – I - IV - III. c) ( ) IV - III - II - I. d) ( ) I – II - IV - III. 3 É a unificação por meio eletrônico do envio de informações trabalhistas, previdenciárias, tributárias e fiscais. Registra a vida laboral de todos os con- tribuintes, inclusive o doméstico. De qual obrigação fiscal digital estamos falando? a) ( ) EFD – Reinf. b) (X) E – Social. c) ( ) ECD – Fiscal. d) ( ) ECF – Contábil. 4 Eventualmente, Fernando trabalhou cinco horas no período noturno para recuperar algumas horas que havia faltado. O salário dele é de 1.300,00. Quanto ele ganhará de adicional noturno? a) ( ) 29,55. b) ( ) 5,91. c) ( ) 5,00. a) (X) 35,46. CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA REFERÊNCIAS BRASIL. Consolidação das leis do trabalho. Lei nº 10.243/2001, de 19 de junho de 2001. Acrescenta parágrafos ao art. 58 e dá nova redação ao § 2º do art. 458 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ leis/LEIS_2001/L10243.htm. Acesso em: 23 jan. 2022. BRASIL. Consolidação das leis do trabalho. Decreto-lei nº 5452, de 1º de maio de 1943. Aprova a consolidação das leis do trabalho. Disponível em: https://www. empregasaopaulo.sp.gov.br/IMO/aprendiz/pdf/CLT%20-%20 Consolidacao%20 das%20Leis%20Trabalhistas.pdf. Acesso em: 23 jan. 2022. DEPARTAMENTO PESSOAL ON-LINE. Módulo V: rotinas práticas trabalhistas. 2014. Disponível em: http://docplayer.com.br/11934171-Modulo-v-rotinas- praticas- trabalhistas.html. Acesso em: 23 jan. 2022. MACHADO, M. A. de O.; SANTOS, M. S. T. dos. Departamento de pessoal modelo. 6. ed. São Paulo: IOB, 2016. OLIVEIRA, A. de. Cálculos trabalhistas. 25. ed. São Paulo, Atlas, 2015. MTE. Portaria Ministro de Estado do Trabalho e Emprego n° 41/2007. MTE disciplina normas referentes ao Registro de Empregados e a anotação na Carteira do Trabalho. 2007. Disponível em: http://www.contabeis.com.br/legislacao/195595/portaria- mte-41-2007/. Acesso em: 23 jan. 2022. ROKEMBACH, R. Rotinas trabalhistas e previdenciárias para organizações contábeis. 2009. Disponível em: http://www.crcrs.org.br/arquivos/livros/livro_ rotinas.PDF. Acesso em: 23 jan. 2022. http://www.contabeis.com.br/legislacao/195595/portaria-mte-41-2007/ http://www.contabeis.com.br/legislacao/195595/portaria-mte-41-2007/