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GE - Direito Individual do Trabalho - Contrato de Trabalho_2

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Prévia do material em texto

UNIDADE II
DIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO - 
CONTRATO DE TRABALHO
2
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida ou transmitida de 
qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou 
qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, 
por escrito, do Grupo Ser Educacional.
Edição, revisão e diagramação: 
Equipe de Desenvolvimento de Material Didático EaD 
_____________________________________________________________________
Slusarenko, Natacha. 
Direito Individual do Trabalho - Contrato de Trabalho : Unidade 2 
Recife: Grupo Ser Educacional, 2019.
____________________________________________________________________
Grupo Ser Educacional
Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro
CEP: 50100-160, Recife - PE
PABX: (81) 3413-4611
3
SUMÁRIO
PARA INÍCIO DE CONVERSA ...................................................................................... 4
JORNADA DE TRABALHO ........................................................................................... 4
Tempo em que o empregado se coloca à disposição do empregador ............................ 5
Horas In Itinere .......................................................................................................................... 6
Trabalho em Sobrejornada ...................................................................................................... 9
Compensação de Jornada - Banco de Horas ..................................................................... 10
Intervalos Intrajornada e Interjornada ................................................................................. 12
Adicional Noturno .................................................................................................................... 14
Súmula nº 60 do TST ................................................................................................................ 15
Empregados Excluídos do Controle de Jornada .................................................................. 15
4
DIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO - CONTRATO DE TRABALHO
UNIDADE II
PARA INÍCIO DE CONVERSA
Olá, querido (a) aluno (a)! Tudo bem com você?
Seja bem-vindo (a), ao seu segundo guia de estudos da disciplina Direito Individual
do Trabalho II. No primeiro guia estudamos o assunto contrato de trabalho: conceitos,
alteração, interrupção e suspensão e extinção. Estudamos, também, as principais
alterações promovidas pela Lei 13.467/2017.
Neste segundo guia, trataremos da Jornada de Trabalho.
ORIENTAÇÕES DA DISCIPLINA
Lembrando mais uma vez que este material é um guia para auxiliar o estudo da
disciplina. Além dele, você terá o livro texto para estudo, disponível na plataforma
virtual. Também disponibilizaremos atividades e leituras adicionais. Sugiro que você
fique atento a todo o material disponível referente à disciplina Direito Individual do
Trabalho II.
Você deve fazer a leitura de todos os materiais textuais indicados neste guia de estudo,
assim como deve assistir aos vídeos sugeridos ao longo deste material.
Pronto (a)? Então, vamos lá! 
JORNADA DE TRABALHO
Jornada de Trabalho é o lapso de tempo diário em que o empregado se coloca à disposição do empregador
para lhe prestar serviços, em decorrência do contrato de trabalho entre eles firmado. Em regra, a 
Constituição Federal, em seu artigo 7º, limitou a jornada de trabalho em 8 horas diárias e 44 horas 
semanais.
Art. 7º, XXIII, CF/88 - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro 
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção
coletiva de trabalho.
5
Porém, em algumas profissões, tais como a dos artistas, motoristas, petroleiros, são estabelecidos limites
diferenciados de jornada de trabalho.
O assunto está previsto, também, no artigo 58 e seguintes da CLT, e, o artigo 611-A deste mesmo
dispositivo, que foi acrescido pela Reforma Trabalhista, possibilita que as partes negociem livremente
sobre a jornada, desde que observados os limites constitucionais.
Vamos aos artigos:
Art. 58-CLT - A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não 
excederá de 8 horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite.
Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre 
outros, dispuserem sobre: (Incluído pela lei 13.467, de 2017) (...) Pacto quanto à jornada de trabalho,
observados os limites constitucionais; 
Tempo em que o empregado se coloca à disposição do empregador
Um assunto que sofreu alteração com a Reforma Trabalhista foi o tempo à disposição do empregador, 
previsto no artigo 4º da CLT. Antes da mudança, o empregado que ficava na empresa após o horário, mesmo 
que realizando atividades de cunho pessoal, como, por exemplo, estudo, atividades de relacionamento 
social, higiene pessoal, dentre outras, recebia horas extras. 
Veja: Não importava o tipo de atividade, mas o mero fato de o empregado estar à disposição da empresa.
Com a Reforma Trabalhista, se o empregado estiver realizando atividades pessoais, não será considerado
como à disposição do empregador, ou seja, não receberá horas extras.
Analise o Artigo:
Art. 4º - Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja à disposição do 
empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial expressamente consignada.
§ 1º Computar-se-ão, na contagem de tempo de serviço, para efeito de indenização e estabilidade, os 
períodos em que o empregado estiver afastado do trabalho prestando serviço militar e por motivo de 
acidente do trabalho.
§ 2º. Por não se considerar tempo à disposição do empregador, não será computado como período 
extraordinário o que exceder a jornada normal, ainda que ultrapasse o limite de cinco minutos previsto no
§ 1o do art. 58 desta Consolidação, quando o empregado, por escolha própria, buscar proteção pessoal, em 
caso de insegurança nas vias públicas ou más condições climáticas, bem como adentrar ou permanecer
nas dependências da empresa para exercer atividades particulares, entre outras: 
I - práticas religiosas; 
II - descanso; 
III - lazer; 
6
IV - estudo; 
V - alimentação; 
VI - atividades de relacionamento social;
VII - higiene pessoal; 
VIII - troca de roupa ou uniforme, quando não houver obrigatoriedade de realizar a troca na empresa.
Mas, não se confunda, caro (a) estudante: se o empregado estiver na empresa efetivamente à disposição
para o trabalho, fará jus a horas extras.
Entendido?
Horas In Itinere
“Itinere” vem da palavra itinerário. Antes da Reforma trabalhista, o tempo despendido pelo empregado 
até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte, via de regra, não era 
computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso ou não servido por
transporte público, o empregador fornecesse a condução.
Isso ignifica dizer que, preenchidos alguns requisitos, o funcionário recebia da empresa as horas gastas 
com o seu deslocamento, ou seja, as horas “in itinere” eram consideradas como “tempo à disposição do
empregador”. O assunto era tratado na Súmula 90 do Tribunal Superior do Trabalho.
Porém, vocês devem ter notado que eu estou tratando das horas “in itinere” no passado, certo? Sim! Isso
porque a Reforma Trabalhista revogou o referido instituto, ou seja, não há mais pagamento pelas horas 
de deslocamento do empregado, mesmo se esse residir em local de difícil acesso ou não servido por 
transporte público.
Veja como ficou a nova redação do artigo 58 § 2º da CLT:
Art. 58 - A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá
de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite.
§ 2º O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação do posto de 
trabalho e para o seu retorno,caminhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo
empregador, não será computado na jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador.
LEITURA COMPLEMENTAR
O artigo do site migalhas de peso publicou um artigo bastante 
esclarecedor acerca das horas in itinere.
Acesse o link e faça a leitura para complementar os estudos, 
ok?
https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI281608,61044-
Horas+in+itinere+e+a+reforma+trabalhista
7
Sobreaviso e Prontidão
Quando se estuda jornada de trabalho é preciso diferenciar dois institutos que é o sobreaviso e a prontidão:
• Sobreaviso
Ocorre sobreaviso quando um funcionário permanece em casa aguardando ordens para ser chamado para
o serviço. A duração máxima do tempo de sobreaviso é de 24 horas e ele deve ser remunerado à razão de
1/3 (um terço) da hora normal de trabalho (art. 244, § 2º, da CLT). Assim, por exemplo, se um empregado
recebe R$6,00 por hora trabalhada, receberá R$2,00 por hora em que se mantenha de sobreaviso. Vejam:
O funcionário permanece em casa, confortavelmente instalado e aguardando o chamado patrona, por 
isso, não faria sentido que recebesse pelo valor total da hora de trabalho.
• Prontidão
Ocorre prontidão quando o funcionário permanece nas dependências da empresa aguardando ordens. 
Nesta hipótese, a escala de prontidão será de, no máximo, doze horas, e a hora de prontidão será 
remunerada à razão de 2/3 do valor da hora normal de trabalho. Vejam: Esses empregados recebem mais
do que aqueles que trabalham no regime de sobreaviso, pois aguardam as ordens do empregador na 
própria empresa, e não em casa.
EXEMPLO
Ao falar de sobreaviso e prontidão, daremos o exemplo do piloto de avião. As empresas 
aéreas não podem contar somente com um piloto, certo?
Imaginem só se ele tem um problema de saúde e precisa faltar. O que fazer com os 
passageiros?
Por isso, as empresas geralmente mantêm um piloto em prontidão (nas dependências 
do aeroporto), pagando-lhe 2/3 do salário.
Mas, e se esse piloto também passar mal? 
Em razão disso, a empresa mantém também um em sobreaviso, aguardando ordens em
casa e paga-lhe o valor de 1/3 do salário.
Tabela 1
Fonte: Criação do (a) professor (a)
8
Uso do Celular – Gera pagamento de sobreaviso? 
Hoje em dia, muitos trabalhadores vivem para lá e para cá com o celular da empresa, e, muitas vezes, 
atendem ligações de trabalho após o horário. Isso gerou inúmeros processos de trabalhadores pedindo 
adicional de sobreaviso, sob alegação de que, com o celular, estariam o tempo todo aguardando ordens 
da empresa. 
A Súmula 428 do TST, no entanto, deixa claro que: 
“O uso de instrumentos telemáticos ou informatizados fornecidos pela empresa ao empregado, por si só, 
não caracteriza o regime de sobreaviso”.
Isso porque, o adicional de sobreaviso é devido nas situações em que o empregado permanece fixo em 
um local - normalmente em sua residência - à disposição do empregador, aguardando chamado de serviço 
e tolhido, portanto, em seu direito de ir e vir. O empregado que está com o celular tem liberdade para ir e 
vir, e, portanto, não tem direito a esse pagamento. 
PRATICANDO
Veja o trecho de um acórdão proferido nos autos do PROCESSO 0288400-
37.2009.5.02.0025, RECURSO ORDINÁRIO DA 25ª V.T. DE SÃO PAULO, em que os 
desembargadores julgam uma situação de pedido de sobreaviso em razão do uso de 
celular. No caso, recorrente é a Empresa, ok? 
RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMADA 
Sobreaviso e reflexos
Argumenta a recorrente que o simples uso de aparelho celular não caracteriza o 
sobreaviso, não ficando o reclamante tolhido em sua liberdade de locomoção, podendo 
viajar, sair e assumir compromissos pessoais, já que apenas poderia ser acionado por 
telefone para prestar algum esclarecimento.
Com razão.
De efeito, o adicional de sobreaviso somente será devido quando o trabalhador tiver 
restringido seu direito de ir e vir. O porte de aparelho celular, ainda que fornecido 
pelo empregador, não implica incidência do art. 244, § 2º, da CLT, vez que a condição 
determinante do sobreaviso é a restrição imposta pelo empregador, impossibilitando o 
empregado de desfrutar seus descansos de acordo com sua conveniência, situação que 
não ocorre quando o contato é apenas por meio de telefone móvel. 
In casu, o próprio reclamante, em seu depoimento pessoal esclareceu que “apenas em 
São Paulo ficava com o Nextel ligado, fornecido pela empresa; que isso ocorria a partir 
9
das 20h; que em média era convocado pelo telefone após as 20h, todos os dias da 
semana, 3 vezes ao menos, cada uma com duração de 30 minutos, em média; que em 
regra solucionava o problema via telefone, mas ficava à disposição caso precisasse”
A 1ª testemunha trazida pelo autor afirmou que “a equipe de safety car consultava o 
Autor, após as 20h, em caso de dúvidas em relação ao atendimento a ser prestado, 
ligando para o Nextel que permanecia com o Autor; que em não localizando o Autor, no 
aparelho Nextel existia uma lista de pessoas a serem consultadas” 
No mesmo sentido os depoimentos da 2ª testemunha obreira e da testemunha patronal, 
revelando que o acionamento do reclamante era feito exclusivamente para sanear 
dúvidas pelo próprio telefone, inexistindo uma única informação sobre a necessidade 
de comparecimento pessoal do autor em qualquer lugar diverso. 
Destarte, a instrução oral revelou que o reclamante apenas recebia ligações por 
telefone para resolver dúvidas, não havendo qualquer restrição ao direito de locomoção 
do trabalhador. Indevido, pois, o adicional de sobreaviso, nos termos da Súmula nº 428, 
I, do C. TST, que disciplina que “O uso de instrumentos telemáticos ou informatizados 
fornecidos pela empresa ao empregado, por si só, não caracteriza o regime de 
sobreaviso”.
Repriso, o adicional de sobreaviso é devido nas situações em que o empregado 
permanece fixo em um local - normalmente em sua residência - à disposição do 
empregador, aguardando chamado de serviço e tolhido, portanto, em seu direito de ir e 
vir, o que não se demonstrou na hipótese dos autos.
Você pode consultar essas e outras decisões na íntegra e aprender muito sobre Direito 
do Trabalho na prática. Basta acessar o site do Tribunal Regional do Trabalho e procurar 
o tópico “pesquisa de jurisprudência”. 
Fonte: https://ww2.trtsp.jus.br/bases-juridicas/jurisprudencia/pesquisa-jurisprudencial/
(TRT de São Paulo) 
Trabalho em Sobrejornada
Começaremos com a seguinte pergunta: as pessoas podem fazer horas extras? 
Bem, de acordo com o artigo 59 da CLT, “a duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas 
suplementares, em número não excedente de duas, mediante acordo escrito entre empregador e 
empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho. Portanto, é lícita, como regra geral, atendidas as 
hipóteses legais, a realização de até duas horas extras diárias.
10
Muito bem ressalta o professor Ricardo Resende que: 
“Importante ressaltar, neste diapasão, que não são permitidas “até dez horas de trabalho diário”, como é 
praxe ouvirmos no cotidiano trabalhista, e sim “até duas horas além da jornada normal”. Imagine-se, por 
exemplo, o caso do bancário enquadrado no art. 224, caput, da CLT. Como sua jornada é de seis horas, 
somente poderá ser submetido à jornada de até oito horas, de forma a respeitar o limite máximo de 
prorrogação (duas horas).
Anote-se ainda, por oportuno, que, em relação a categorias específicas, que possuem regulamentação 
própria, podem ser fixados outros limites. A título de exemplo, mencione-se que o art. 235-C, caput, da 
CLT, com a redação dada pela Lei nº 13.103/2015, prevê que a jornada normal do motorista profissional 
é de oito horas, podendo ser prorrogada por até duas horas ou, mediante convenção ou acordo coletivo, 
por até quatro horas. 
Compensação de Jornada - Banco de Horas 
Outro assunto bastante conhecido e pertinente é o banco de horas que nada mais é que uma espécie de 
estoque de horas extras para fins de compensação futura. Isso quer dizer que se o empregadotrabalhar após 
o horário, este tempo de sobrejornada é lançado como horas positivas, as quais deverão ser compensadas 
por diminuição futura; porém se trabalhar aquém do horário, o tempo respectivo é lançado como horas 
negativas, abatendo créditos anteriores ou compensando futuramente com trabalho suplementar.
Em outras palavras, banco de horas se dá quando o empregado realiza horas além de sua jornada, porém, 
não as recebe com adicional, pois estas serão compensadas dentro de determinado prazo. A possibilidade 
de realização de banco de horas está regulamentada a partir do artigo 59, Parágrafo 2º da CLT, senão 
vejamos: 
§ 2o -  Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou convenção coletiva de 
trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente diminuição em outro dia, 
de maneira que não exceda, no período máximo de um ano, à soma das jornadas semanais de trabalho 
previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias.  
Este primeiro caso prevê o banco de horas anual, que só pode ser formalizado mediante acordo e convenção 
coletiva de trabalho. Neste caso, o empregado poderá compensar as horas no período máximo de 1 ano, 
caso contrário estas deverão ser pagas como extras. 
Com a reforma Trabalhista, o legislador passou a prever, também, a possibilidade de realização de banco 
de horas para compensação semestral, que, neste caso, pode ser feito por meio de acordo individual 
escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. 
§ 5º O banco de horas de que trata o § 2º. Deste artigo poderá ser pactuado por acordo individual escrito, 
desde que a compensação ocorra no período máximo de seis meses.
Há, ainda, a possibilidade de o funcionário trabalhar além de sua jornada e compensar naquele mesmo 
mês. Neste caso, não há necessidade de acordo individual escrito, nem acordo ou convenção coletiva, 
11
podendo a pactuação entre empregado e empregador se dar de forma tácita. 
Veja a tabela a seguir: 
Assim, depois da Reforma, de quais formas será possível a compensação de jornada? 
Tabela 2
Fonte: Criação do (a) professor (a)
Nas palavras do professor Ricardo Resende:
 “Embora seja o mecanismo mais indicado no caso de determinadas atividades econômicas, as quais 
apresentam grande sazonalidade e variação da demanda, de uma forma geral o banco de horas traz 
prejuízo ao empregado, pois praticamente só atende aos interesses do empregador. Com efeito, é 
muito comum o empregador deixar que se acumule grande quantidade de horas positivas na “conta” do 
empregado, e então dar várias folgas compensatórias em época pouco interessante para o trabalhador (e, 
obviamente, interessante para o empregador), bem como a prática de simplesmente liberar o empregado 
mais cedo, avisando-o no dia, a fim de abater algumas horas do banco, de forma que o trabalhador não 
disponha daquele tempo de maneira adequada e planejada, e, a rigor, não saiba quantas horas trabalhará 
a cada dia. 
E você, prezado (a) estudante, o que acha? Reflita sobre a questão!
LEITURA COMPLEMENTAR
O site migalhas de peso publicou um artigo bastante 
esclarecedor acerca da compensação de jornada horas in 
itinere. 
Acesse o link e faça a leitura para complementar os estudos, 
ok? 
https://blog.ipog.edu.br/direito/reforma-trabalhista-acaba-com-o-paga-
mento-de-horas-in-itinere/
12
Intervalos Intrajornada e Interjornada 
Os intervalos são lapsos de tempo que visam à recuperação da energia do empregado, e, consequentemente, 
evitam que eles sejam acometidos por doenças ocupacionais e acidentes de trabalho. São intervalos os 
períodos destinados ao repouso ou alimentação ao longo da jornada de trabalho, também conhecidos como 
intervalos intrajornada, bem como os lapsos de tempo consecutivos de descanso entre duas jornadas de 
trabalho consecutivas, também chamados de intervalos interjornadas.
O intervalo intrajornada está previsto no artigo 71 da CLT. 
Vamos a ele: 
Art. 71. Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão 
de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo 
escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas. 
§ 1º Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um intervalo de 15 (quinze) 
minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas.
Portanto, a regra geral é o intervalo intrajornada (para descanso e alimentação) de, no mínimo, uma 
hora, e, no máximo, duas horas, para todo trabalho cuja jornada seja superior a seis horas. Para jornadas 
superiores a quatro horas e inferiores ou iguais a seis horas, o intervalo intrajornada comum é de 15 
minutos. E, quem trabalha até 4 horas diárias não tem direito ao intervalo intrajornada. 
A Reforma trabalhista, no artigo 611 A da CLT possibilita a redução do intervalo intrajornada de 1 hora 
para 30 minutos - em havendo acordo ou convenção coletiva – para aqueles que trabalham mais de seis 
horas. 
“Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, 
entre outros, dispuserem sobre: (Incluído pela lei 13.467, de 2017)
(...)
III - intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superior a seis 
horas”
13
GUARDE ESSA IDEIA!
Entendam melhor: A nova norma, instituindo a prevalência do negociado sobre o 
legislado no seu artigo 611-A, retirou a obrigatoriedade da concessão do intervalo 
mínimo de 1 hora de que trata o artigo 71 da CLT, possibilitando sua redução para até 30 
minutos com uma única condição, qual seja: previsão em convenção coletiva (firmada 
entre sindicados patronais de um lado e sindicato dos empregados de outro) ou acordo 
coletivo (firmado entre empresa de um lado e sindicato dos empregados de outro).
Grave o esquema:
Tabela 3
Fonte: Criação do (a) professor (a)
LEITURA COMPLEMENTAR
O site migalhas de peso publicou um artigo bastante 
esclarecedor acerca do intervalo intrajornada. 
Acesse o link e faça a leitura complementar de mais um artigo. 
Vale a pena!
 
https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI269612,41046-
O+intervalo+intrajornada+e+a+reforma+trabalhista
Continuando...
14
Enfim...os intervalos interjornadas são períodos de tempo em que o empregado deve descansar entre 
duas jornadas de trabalho consecutiva, cujo objetivo consiste em garantir a higidez física e mental do 
empregado através da reposição de suas energias, e, também, garantir ao trabalhador um mínimo de 
convívio familiar e social fora do tempo em que se dedica ao trabalho. 
A regra geral (intervalo interjornadas comum) é de 11 horas consecutivas, conforme dispõe o art. 66 da 
CLT:
Art. 66. Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 (onze) horas consecutivas 
para descanso. 
Há ainda os intervalos interjornadas especiais, os quais alcançam não só categorias especiais de 
trabalhadores, tais como os vinculados a serviços de telefonia, telegrafia submarina e subfluvial, 
radiotelegrafia e radiotelefonia (art. 229 da CLT), como também empregados em regime de compensação 
de jornada, nos denominados regimes de plantão (12x36 ou 24x72).
Passaremos, a partir de agora, para outro assunto bastante conhecido na esfera trabalhista – o Adicional 
Noturno.
Adicional Noturno 
Os funcionários que trabalham a noite, tem, também, direito ao adicional noturno. Observe a tabela 
abaixo que relaciona o tipo de trabalhador, o horário e o valor do adicional, respectivamente. 
Perceba, também, que, no caso dos trabalhadores urbanos, estes têm uma carga horária reduzida. (a 
cada 52 minutos e 30 segundos de trabalho, computam-se 60 minutos). 
Tabela 4
Fonte: Criação do (a) professor (a)
Uma Súmula de muito destaque quando o assunto é adicional noturno, é a súmula 60 do TST:
15
Súmula nº 60 do TST 
ADICIONAL NOTURNO. INTEGRAÇÃO NO SALÁRIO E PRORROGAÇÃO EM HORÁRIO DIURNO 
I - O adicional noturno, pago com habitualidade, integrao salário do empregado para todos os efeitos. 
II - Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada esta, devido é também o adicional 
quanto às horas prorrogadas
Isto quer dizer que:
O item I significa que o adicional noturno integra o salário - vamos entender melhor o conceito de salário 
no próximo guia de estudos, mas, de uma forma bem simples, consiste em dizer que todas as verbas do 
trabalhador (exemplo: férias, 13º, aviso prévio), serão pagas considerando-se o adicional noturno. 
Já o Item II significa que, se o funcionário trabalhar a noite e prorrogar as horas pela manhã, essas 
horas prorrogadas também serão pagas com adicional noturno. 
Empregados Excluídos do Controle de Jornada
O artigo 62 da CLT relaciona alguns empregados excluídos do controle de jornada: São eles: exercentes de 
cargo de confiança, desde que recebam um adicional de pelo menos 40% do salário efetivo; trabalhadores 
externos que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário de trabalho, e, a novidade 
trazida pela Lei 13.467, são os trabalhadores em regime de teletrabalho (que trabalham em casa). Vejamos 
o artigo: 
Art. 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo:
I - os empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário de trabalho, 
devendo tal condição ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social e no registro de empregados; 
II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos quais se equiparam, para 
efeito do disposto neste artigo, os diretores e chefes de departamento ou filial. 
III - os empregados em regime de teletrabalho. 
Parágrafo único - O regime previsto neste capítulo será aplicável aos empregados mencionados no inciso 
II deste artigo, quando o salário do cargo de confiança, compreendendo a gratificação de função, se 
houver, for inferior ao valor do respectivo salário efetivo acrescido de 40% (quarenta por cento). 
16
PALAVRAS FINAIS DO PROFESSOR
Concluído mais um guia de estudo! 
Agora você já domina o assunto jornada de trabalho, que envolve várias questões como 
horas extras, intervalos, adicional noturno, banco de horas, dentre outras. Na próxima 
aula, trataremos de salário e remuneração. 
Faça as leituras complementares!! 
Até a próxima unidade! 
ACESSE O AMBIENTE VIRTUAL
Lembre-se de acessar o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e responder as 
atividades avaliativas, pois elas são essenciais para fortalecer o seu aprendizado. 
Em caso de dúvidas, consulte o seu tutor. Ele está à disposição para ajudá-lo (a) no que 
for necessário. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CASSAR. Volia Bonfim. Direito do Trabalho de acordo com a Reforma Trabalhista. Ed. 
Método., 16ª Ed., 2018. 
DELGADO. Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo. LTr. 17ª Ed., 
2018. 
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo. Saraiva, 10ª 
Ed., 2018. 
RESENDE. Ricardo. Curso de Direito do Trabalho. Editora Método. 7ª Ed. 2017. 
SOUTO, Rafael Tonassi; LINHARES, Aryanna; SARAIVA, Renato. CLT comentada. 22ª Ed. 
Juspodium, atualizada até 21.06.2018.

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