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07/02/2023 23:43 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1/4
Módulo zero
Direito Penal: Causas da extinção da punibilidade
Caro Aluno
 
 
Seja bem vindo.
 
 
Nesta nossa disciplina trataremos de assuntos relacionados aos casos onde o
Estado não tem mais o interesse de punir seus criminosos, com o objetivo
principal de estudarmos, portanto, as causas de extinção de punibilidade. É nossa
expectativa que você aprenda bastante.
 
Considerando-se que será você quem administrará seu próprio tempo, nossa
sugestão é que você dedique ao menos 2 horas por semana para esta disciplina,
estudando os textos sugeridos e realizando os exercícios de auto-avaliação. Uma
boa forma de fazer isso é já ir planejando o que estudar, semana a semana.
 
Para facilitar seu trabalho, apresentamos na tabela abaixo, os assuntos que
deverão ser estudados e, para cada assunto, a leitura fundamental exigida e a
leitura complementar sugerida. No mínimo você deverá buscar entender bastante
bem o conteúdo da leitura fundamental, só que essa compreensão será maior, se
você acompanhar, também, a leitura complementar. Você mesmo perceberá isso,
ao longo dos estudos.
 
 
a – Conteúdos (assuntos) e leituras sugeridas
 
Assuntos/módulos
Leituras Sugeridas
FundamentalComplementar
07/02/2023 23:43 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 2/4
1- Reabilitação criminal Livro texto.
Cap. XXXVIII
Mirabette, Manual de D
Penal. v. 1, 30 ed. São
Paulo: Atlas, 2013, cap 9
2 – Medida de
Segurança
Livro texto.
Cap. XXXIX
Mirabette, Manual de D
Penal. v. 1, 30 ed. São
Paulo: Atlas, 2013, cap 10
3 – Ação Penal Livro texto.
Cap. XL
Mirabette, Manual de D
Penal. v. 1, 30 ed. São
Paulo: Atlas, 2013, cap 11
4 – EXTINÇÃO DA
PUNIBILIDADE:
MORTE DO AGENTE;
ANISTIA, GRAÇA E
INDULTO; ABOLITIO
CRIMINIS;
DECADÊNCIA E
PEREMPÇÃO;
RENÚNCIA E
PERDÃO DO
OFENDIDO
Livro texto.
Cap. XLI
Mirabette, Manual de D
Penal. v. 1, 30 ed. São
Paulo: Atlas, 2013, cap 12
5 – PERDÃO JUDICIAL;
RETRATAÇÃO
Livro texto.
Cap. XLI – 2.6
e 2.9
Mirabette, Manual de D
Penal. v. 1, 30 ed. São
Paulo: Atlas, 2013, cap 12
6 – PRESCRIÇÃO
PUNITIVA;
PRESCRIÇÃO
ABSTRATA
Livro texto.
Cap. XLII
Mirabette, Manual de D
Penal. v. 1, 30 ed. São
Paulo: Atlas, 2013, cap 12
7 - PRESCRIÇÃO DA
PRETENSÃO
PUNITIVA
RETROATIVA;
PRESCRIÇÃO
RETROATIVA
ANTECIPADA;
PRESCRIÇÃO DA
PRETENSÃO
PUNITIVA
INTERCORRENTE OU
SUBSEQÜENTE;
PRESCRIÇÃO DA
PRETENSÃO
EXECUTÓRIA;
Livro texto.
Cap. XLII
Mirabette, Manual de D
Penal. v. 1, 30 ed. São
Paulo: Atlas, 2013, cap 12
07/02/2023 23:43 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 3/4
SUSPENSÃO DO
PRAZO
PRESCRICIONAL;
NOVAS CAUSAS
SUSPENSIVAS DA
PRESCRIÇÃO;
8 - Interrupção do
prazo prescricional;
Causas redutoras do
prazo prescricional;
Prescrição da pena
de multa; A
COMUNICABILIDADE,
CONEXÃO E A
EXTINÇÃO DE
PUNIBILIDADE; Uma
análise do instituto
pelo Professor
Doutor Gianpaolo
Poggio Smanio 
61
Livro texto.
Cap. XLII
 
Gianpaolo
Poggio
Smanio,
processso
penal. Atlas,
1999.
Mirabette, Manual de D
Penal. v. 1, 30 ed. São
Paulo: Atlas, 2013, cap 12
 
http://jusvi.com/autores/331
 
 
Nota: ver as referências bibliográficas, para maior detalhamento das fontes de
consulta indicadas
 
b – Avaliações
 
Como é de seu conhecimento, você estará obrigado a realizar uma série de
avaliações, cabendo a você tomar conhecimento do calendário dessas avaliações e
da marcação das datas das suas provas, dentro dos períodos especificados.
 
Por outro lado, é importante destacar que uma das formas de você se preparar
para as avaliações é realizando os exercícios de auto-avaliação, disponibilizados
para você neste sistema de disciplinas on line. O que tem que ficar claro,
entretanto, é que os exercícios que são requeridos em cada avaliação não são a
repetições dos exercícios da auto-avaliação.
 
Para sua orientação, informamos na tabela a seguir, os assuntos que serão
requeridos em cada uma das avaliações às quais você estará sujeito:
 
http://br.gojaba.com/search/qau/GIANPAOLO+POGGIO+SMANIO
07/02/2023 23:43 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 4/4
 
Conteúdos a serem exigidos nas avaliações
 
AvaliaçõesAssuntos Exercícios de auto-
avaliação relacionados
NP1 Do assunto 1 até o assunto4 Exercícios de n.o 1 a 4
NP2 Do assunto 5 até o assunto 8 Exercícios de n.o 5 a 8
SubstitutivaToda a matéria Todos os exercícios
Exame Toda a matéria Todos os exercícios
 
 
C – Referências bibliográficas
 
Livro texto
 
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito penal. Parte geral 1. 17 ed. São
Paulo: Saraiva, 2012.
 
Outras referências
 
JESUS, Damásio E. Direito penal, v1
MIRABETE, Júlio F. Manual de direito penal, v 1. Parte Geral. Ed. 30. São Paulo:
Atlas, 2013.
NORONHA, Edgard Magalhães. Direito penal, v1
07/02/2023 23:43 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1/8
Módulo 1
 Reabilitação
 
Legislação
Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença
definitiva, assegurando ao condenado o sigilo dos registros sobre o seu
processo e condenação.
Parágrafo único - A reabilitação poderá, também, atingir os efeitos da
condenação, previstos no art. 92 deste Código, vedada reintegração na
situação anterior, nos casos dos incisos I e II do mesmo artigo.
Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do dia
em que for extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução,
computando-se o período de prova da suspensão e o do livramento
condicional, se não sobrevier revogação, desde que o condenado:
I - tenha tido domicílio no País no prazo acima referido;
II - tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e constante de
bom comportamento público e privado;
III - tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre a absoluta
impossibilidade de o fazer, até o dia do pedido, ou exiba documento que
comprove a renúncia da vítima ou novação da dívida.
Parágrafo único - Negada a reabilitação, poderá ser requerida, a qualquer
tempo, desde que o pedido seja instruído com novos elementos
comprobatórios dos requisitos necessários.
Art. 95 - A reabilitação será revogada, de ofício ou a requerimento do
Ministério Público, se o reabilitado for condenado, como reincidente, por
decisão definitiva, a pena que não seja de multa.
Conceito
Medida declaratória de competência do juízo da condenação, que visa promover o
sigilo dos registros criminais e a recuperação de prerrogativas cuja perda,
incapacidade ou inabilitação fora decretada como efeito secundário da condenação.
Consiste em “declaração judicial de que estão cumpridas ou extintas as penas
impostas ao sentenciado, que assegura o sigilo dos registros sobre o processo e
atinge outros efeitos da condenação” (MIRABETE).
Objetivo
07/02/2023 23:43 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 2/8
Estimular o condenado a regenerar-se permitindo sua reinserção no meio social de
maneira integral e completa, mediante:
o sigilo dos registros criminais contra si;
 
recuperar o gozo e o exercício dos direitos cassados por força dos efeitos da
condenação (Ex.: incapacidade para exercer o poder familiar, a tutela ou
curatela; exercer cargo público, mandato eletivo; ou a reabilitação para conduzir
veículos automotores).
 
Cabimento
Somente em decorrência de sentença condenatória com trânsito em julgado, cuja
pena tenha sido cumprida ou extinta.
Assim, não cabe reabilitação criminal em face de mero inquérito policial.(art. 84, XII, CF).
Como já mencionado, esta atribução é delegável a Ministro de Estado, ao Procurador
Geral da República; e ao Advoga-Geral da União (art. 84, parágrafo único, CF).
A graça ou indulto individual é concedido individualmente, a partir de requerimento
do interessado, do Ministério Público, do Conselho Penitenciário ou de autoridade
administrativa do estabelecimento prisional (art. 188 LEP).
Na prática, a petição é encaminhada ao Conselho, para parecer. Após segue ao
Ministro da Justiça e, enfim, ao Presidente da República ou à autoridade porventura
delegada.
Uma vez concedido, o magistrado determinada a juntada do decreto e determina a
manifestação do Ministério Público e da Defesa. Por fim, decreta extinta a punibilidade
ou promove a redução de pena (art. 112, § 2º, LEP).
 Como modalidades, a graça pode ser plena ou parcial.
A graça plena implica extinção da pena imposta ao condenado.
A graça parcial implica diminuição da pena imposta ao condenado ou sua comutação -
substituição por outra de menor gravidade.
 
Indulto ou Indulto coletivo – (art. 107, II, CP)
 
Trata-se de modalidade de clemência concedida espontaneamente pelo Presidente da
República a todo o grupo de condenados que preencherem os requisitos apontados
pelo decreto.
Não é necessário o trânsito em julgado da sentença condenatória para a sua eventual
concessão.
Como forma de concessão, o indulto é promovido com abrangência geral,
independendo de requerimento.
Os requisites comuns são divididos em subjetivos, podendo tratar da primariedade
ou bons antecedentes; e objetivos, que podem lidar com o cumprimento de pena
parcial ou crimes cometidos sem violência ou grave ameaça, por exemplo.
Na prática, o magistrado, de ofício ou a requerimento do interessado, do Ministério
Público, do Conselho Penitenciário ou da autoridade administrativa (art. 193 LEP).
Em seguida, deve ser juntado o decreto de indulto; são ouvidos o Ministério Público e
a Defesa (art. 112, § 2º, LEP). Por fim, o juiz declara extinta a punibilidade.
07/02/2023 23:44 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 9/12
Em caso de comutação parcial, eventual cometimento de falta grave não interrompe
contagem, conforme Súmula 535 do STJ.
 
ABOLITIO CRIMINIS – (art. 107, III, CP)
 
Perfaz-se a “abolito criminis” quando lei posterior não mais tipifica como delito fato
anteriormente previsto como ilícito penal. Ou seja, com o advento da lei nova a
conduta perde sua característica de ilicitude penal, extinguindo-se a punibilidade (art.
107, III, CP).
A lei posterior mais benigna (“lex mitior”) retroage para alcançar inclusive fatos
definitivamente julgados (art. 2º CP). Assim, são afastados por completos os efeitos
penais da condenação, persistindo unicamente os efeitos civis.
Toda lei nova que descriminaliza fato praticado pelo agente extingue o próprio crime
e, consequentemente, se iniciado o processo, este não prossegue; se condenado o
réu, rescinde a sentença, não subsistindo nenhum efeito penal, nem mesmo a
reincidência.
 Exemplos: adultério; rapto consensual; e sedução.
 
DECADÊNCIA E PEREMPÇÃO – (art. 107, IV, CP)
 
 
DECADÊNCIA
 
Decadência é a perda do direito de ação privada ou do direito de representação, em
razão de não ter sido exercido dentro do prazo legalmente previsto. A decadência
fulmina o direito de agir, atinge diretamente o “jus persequendi”.
Com efeito, inadmissível seria que o direito de queixa ou de representação subsistisse
indefinidamente. Estipula-se, de conseguinte, determinado prazo decadencial – fatal e
improrrogável – e, com o seu término, há a extinção da punibilidade (art. 107, IV,
CP).
De acordo com o art. 103 CP, o ofendido ou o seu representante legal decai do direito
de queixa ou de representação, salvo disposição em sentido contrário, se não o
exerce dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que veio, a saber, quem é o
autor do crime, ou na hipótese de ação privada subsidiária da pública (art. 100, § 3º,
CP) di dia em que se esgota o prazo para o oferecimento da denúncia (art. 38 CPP).
07/02/2023 23:44 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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Todavia, sendo a vítima menor de dezoito anos o oferecimento de
queixa/representação caberá ao seu representante legal; se maior de 18 anos a
vítima, porém, o oferecimento de queixa ou representação lhe compete de modo
exclusivo na hipótese
Na hipótese de delito praticado em coautoria, o prazo decadencial tem início a partir
do conhecimento do primeiro autor.
Em se tratando de crime continuado, o prazo decadencial é contado separadamente
para cada fato delituoso em caso de crime habitual, inicia-se a contagem do prazo a
partir do último ato praticado conhecido pelo ofendido; por fim, na hipótese de cr4ime
permanente da decadência atinge tão-somente os fatos perpetrados antes do prazo
de seis meses.
 
Perempção
A Perempção consiste na perda do direito de ação pela inércia a do querelante. Assim,
após o início da ação penal privada a inatividade do querelante presume a desistência
quanto ao seu prosseguimento. O âmbito de aplicação dessa causa extintiva de
punibilidade circunscreve-se à ação penal exclusivamente privada (art. 107, IV, CP),
já que na ação penal privada subsidiária da pública conferem-se ao Ministério Pública
possibilidade de, a qualquer tempo, retomá-la como parte principal, no caso de
negligência do querelante (art. 29 CPP).
As hipóteses de perempção da ação estão dispostas no art. 60 do CPP:
quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do
processo durante trinta dias seguidos (inc. I);
quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não
comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de sessenta
dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo (cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão – art. 31 CPP), ressalvado o disposto no art. 36 (inc. II);
quando o querelante deixar de formular o pedido de condenação nas alegações
finais (art. 539, § 3º, CPP), ou deixar de comparecer, sem motivo justificado, a
qualquer ato do processo a que deva estar presente (inc. III);
quando, sendo o querelante pessoa jurídica (art. 37 CPP), esta se extinguir sem
deixar sucessor (inc. IV).
De semelhante, também será considerada perempta a ação penal com a morte do
querelante nas hipóteses da ação penal com a morte do querelante na hipótese de
ação penal privada personalíssima - art. 236 CP.
 
 
RENÚNCIA e PERDÃO – (art. 107, V, do CP)
 
07/02/2023 23:44 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 11/12
RENÚNCIA
 
Se antes de iniciada a ação penal privada, o ofendido manifesta sua vontade de não
exercer o direito de queixa, extingue-se a punibilidade pela renúncia (art. 107, V, CP).
Trata-se de ato unilateral, cujos efeitos alcançam a todos os coautores do delito -
critério extensivo art. 49 CPP).
O direito de queixa não pode ser exercido quando renunciado expressa ou
tacitamente (art. 104 CP). Importa renúncia tácita ao direito de queixa, a teor do
parágrafo único do citado dispositivo, a prática de ato incompatível com a vontade de
exercê-lo.
Todavia, não implica renúncia – ainda que implícita – o fato de receber o ofendido a
indenização do dano causado pelo crime. A renúncia, quando tácita, admite todos os
meios de prova já a renúncia expressa – obrigatoriamente clara e inequívoca –
constará de declaração assinada pelo ofendido, por seu representante legal o
procurador com poderes especiais (art. 50 CPP).
É perfeitamente cabível a renúncia em se tratando de ação penal privada subsidiária,
não obstante, poderá o Ministério Público oferecer denúncia, desde que outra causa
extintiva da punibilidade não tenha ocorrido.
Na hipótese de dupla titularidade, a renúncia do representante legaldo menor que
houver completado dezoito anos não privará esta do direito de queixa, nem a
renúncia do último excluirá o direito do primeiro (art. 50, parágrafo único, CPP).
De forma similar, tampouco a renúncia ao exercício do direito de queixa por um dos
ofendidos obsta a propositura da ação penal pelos demais.
 
Perdão do Ofendido
 
É facultado ao querelante, no curso da ação penal privada, perdoar o querelado,
extinguindo-se assim a punibilidade do delito (art. 107, V, CP). De conseguinte, o
perdão do ofendido, nos crimes em que somente se procede mediante queixa, obsta o
prosseguimento da ação (art. 105 CP).
Cinge-se o perdão do ofendido aos delitos persequíveis através de ação penal
exclusivamente privada, já que nos casos de ação penal privada subsidiária incumbirá
ao Ministério Público retomar a ação penal como parte principal.
O perdão do ofendido não se confunde com a renúncia daquela ao exercício do direito
de queixa. Isso porque o perdão opera na fase processual, enquanto a renúncia
limita-se à fase pré-processual.
Demais disso, o perdão é ato bilateral, somente produzindo efeitos se aceito –
expressa ou tacitamente – pelo querelado (ou por procurador com poderes especiais
07/02/2023 23:44 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 12/12
– art. 55CPP). Logo, se o querelado o recusa, não produz efeito algum (art. 106, III,
CP).
Poderão aceitar o perdão o próprio querelado ou o seu represente legal, sendo aquele
maior de dezoito e menor de vinte de um anos, mas o perdão aceito por um, havendo
oposição do outro, não produzirá efeito (arts. 52 e 54, CPP).
O mesmo se aplica à concessão do perdão, na hipótese de querelante entre dezoito e
vinte e um anos de idade. Cumpre salientar, no entanto, que diante da equiparação
do marco etário (18 anos) da responsabilidade civil á penal, não há mais razão para a
representação no que tange ao menor de vinte e um anos de idade quanto ao aceite
(querelado), como na concessão (querelante) do perdão. De outro lado, se o
querelado for mentalmente enfermo ou retardado mental e não tiver represente legal,
ou colidirem os interesses deste com os do querelado, a aceitação do perdão caberá
ao curador que o juiz lhe nomear. (art. 53 CPP).
O perdão do ofendido poderá ser processual – quando concedido em juízo –
ou extraprocessual – se concedido fora dos autos do processo, em declaração
assinada pelo ofendido, por ser representante legal ou procurador com poderes
especiais (arts. 50 e 56 CPP); expresso ou tácito – resultante da prática de ato
incompatível com a vontade de prosseguir na ação (art. 106, § 1º, CP; e art. 57,
CPP).
A aceitação do perdão fora do processo constará de declaração assinada pelo
querelado, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais (art. 59
CPP). Aceito o perdão, o juiz julgará extinta a punibilidade (art. 58, parágrafo único,
CPP).
Por fim, convém consignar que o perdão, processual ou extraprocessual, expresso ou
tácito, quando concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita e se concedido
por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros (art. 106, I e II, CP). É
possível a concessão do perdão pelo ofendido a qualquer tempo, dede que não haja
sentença condenatória transitada em julgado (art. 106, § 2º, CP). 
 
07/02/2023 23:45 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1/6
Módulo 5
 
PERDÃO JUDICIAL
 
Embora perfeito o delito em todos os seus elementos constitutivos – ação ou omissa
típica e ilícita - é possível que o magistrado, diante de determinadas circunstâncias
legalmente previstas, deixe de aplicar a sanção penal correspondente, outorgando o
perdão judicial. Trata-se de faculdade judicial, apreciável caso a caso.
O perdão judicial é causa extintiva da punibilidade (art. 107, IX, CP) que independe
de aceitação do agente, sendo concedido na própria sentença ou acórdão.
Não é pacífica a natureza jurídica do perdão judicial. De acordo com o STF, trata-se
de sentença condenatória, extinguindo tão somente o efeito principal da condenação,
ou seja, a pena, subsistindo eventuais efeitos secundários. Entretanto, prevalece
entendimento contrário, esposado pelo STJ, inclusive com arrimo em sua súmula 18,
cujo teor prescreve: “A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da
extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório”.
Nesse diapasão, o artigo 120 CP destaca que a sentença que conceder perdão judicial
não será considerada para efeitos de reincidência.
Segundo o art. 13 da Lei 9.807/99 (Lei de proteção a vítimas e testemunhas
ameaçadas e a acusados ou condenados que tenham voluntariamente prestado
efetiva colaboração em investigação policial ou processo criminal):
Poderá o juiz, de ofício ou a requerimento das partes, conceder o perdão
judicial e a consequente extinção da punibilidade ao acusado que, sendo
primário, tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e o
processo criminal, desde que dessa colaboração tenha resultado:
 
I – a identificação dos demais co-autores ou partícipes da ação criminosa;
 
II – a localização da vítima com a sua integridade física preservada;
 
III – a recuperação total ou parcial do produto do crime.
 
Parágrafo único. A concessão do perdão judicial levará em conta a
personalidade do beneficiado e a natureza, circunstâncias, gravidade e
07/02/2023 23:45 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 2/6
repercussão social do fato criminoso.
 
Trata-se de circunstância pessoal, incomunicável aos demais coautores ou partícipes
que não preencherem os requisitos autorizadores da concessão da medida (art. 30,
CP).
 
São, portanto, condições objetivas para a concessão do perdão judicial:
 
a) a colaboração efetiva coma investigação e processo criminal (art. 13, caput);
 
b) a identificação dos demais coautores ou partícipes da ação criminosa (art. 13, I);
 
c) a localização da vítima com a sua integridade física preservada (art. 13, II;
 
d) a recuperação total ou parcial do produto do crime (art. 13, III);
 
e) natureza, circunstâncias, gravidade e repercussão social do fato criminoso
indicativas da concessão do perdão judicial (art. 13, parágrafo único).
 
É suficiente o atendimento de uma das três circunstâncias indicadas. Com efeito, um
posicionamento diverso significaria que dificilmente algum réu poderia se beneficiar
do perdão judicial.
 
Afinal, é remota a hipótese de, simultaneamente, alguém identificar seus comparsas
e, em razão de tal colaboração, alcançar a localização da vítima com sua integridade
física preservada, além da recuperação total ou parcial do produto do crime.
 
Demais disso, a tese da coexistência dos requisitos restringe a aplicação da dispensa
da pena ao crime de extorsão mediante sequestro (art. 159, CP), único que, em face
de sua descrição típica, permite exigência conjunta da localização da vítima com a
sua integridade física preservada e a recuperação total ou parcial do produto do
crime.
 
De outro lado, figuram como condições subjetivas: 
07/02/2023 23:45 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 3/6
 
a) voluntariedade da colaboração (art. 13, caput);
 
b) primariedade do acusado (art. 13, caput);
 
c) personalidade favorável do beneficiado (art. 13, parágrafo único).
 
Não obstante, embora ausente requisito objetivo ou subjetivo indispensável para a
concessão do perdão judicial é possível a aplicação da causa de diminuição de pena
prevista no art. 14 da Lei 9.807/98, que dispõe:
 
“O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o
processo criminal na identificação dos demais co-autores ou partícipesdo crime, na
localização da vítima com vida e na recuperação total ou parcial do produto do crime,
no caso de condenação, terá a pena reduzida de um a dois terços”.
 
Por fim, resta salientar que a concessão do perdão judicial é admissível tão-somente
nos casos expressamente previsto por lei. Não cabe ao julgador aplicar o referido
instituto como bem entender ou nos casos de clamor público.
 
Não se pode falar, nestes casos em analogia in bonam partem, pois deriva da lei penal
a restrição do perdão judicial às hipóteses por ela fixadas, afastando-se qualquer
outra interpretação, portanto.
 
O momento processual para concessão do perdão judicial é por ocasião da prolatação
da sentença, quando o juiz deverá primeiro considerar o réu culpado, para
posteriormente reconhecer o perdão, deixando de aplicar a pena.
 
Assim, extingue-se a punibilidade pelo perdão judicial, com arrimo no art. 107, IX, do
Código Penal, nas seguintes hipóteses:
Art. 121, § 5º (homicídio culposo),
Art. 129, § 8º (lesão corporal culposa),
Art. 140, § 1º, incisos I e II (injúria),
Art. 168-A, § 3º (apropriação indébita previdenciária),
Art. 176, parágrafo único (outras fraudes),
Art. 180, § 5º (receptação culposa),
Art. 242, parágrafo único (parto suposto, supressão ou alteração de direito
inerente ao estado civil de recém-nascido),
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Art. 337-A, § 2º (sonegação de contribuição previdenciária).
Além dos delitos previstos no Código Penal, o perdão judicial também poderá ser
concedido, como vimos, na Lei de Proteção à Testemunha (Lei nº 9.907, de 13 de
julho de 1.999), que dispõe sobre a concessão do perdão judicial ao réu que, sendo
primário, tenha colaborado efetiva e voluntariamente com as investigações e o
processo criminal, desde que dessa colaboração tenha resultado a identificação dos
demais coautores ou participes da ação criminosa, a localização da vítima com a sua
integridade física preservada e a recuperação total ou parcial do produto do crime,
devendo o juiz considerar a personalidade do beneficiário e a natureza,
circunstâncias, gravidade e repercussão social do fato criminoso (art. 13, caput, e
parágrafo único).
 
Também é possível a concessão do perdão judicial nos crimes de trânsito, de
homicídio culposo e lesão corporal culposa, previstos nos artigos 302 e 303 do Código
de Trânsito Brasileiro, por analogia às correspondentes hipóteses tratadas no Código
Penal.
 
 
RETRATAÇÃO
 
Retratação é o ato de desdizer-se, de retirar o que foi dito.
 
Trata-se de declaração formal de que o agente agiu de forma equivocada, voltando
atrás em seu comportamento.
 
Cuida-se de ato unilateral – independe de aceitação por parte do ofendido – que tem
por escopo buscar e resguardar a verdade – como interesse superior da Justiça.
 
É irrelevante a espontaneidade da declaração, bom como os motivos que fundara,
mas é imprescindível sua voluntariedade. Ou seja, a ideia em torno da retratação
pode ser resultado de influência por terceira pessoa (ex. pai, mãe, cônjuge,
companheira, amigo, mentor religioso, etc.).
 
De outro lado, por tratar-se de ato pessoal, a retratação feita por um dos querelados
não se aplica aos demais.
 
A retratação do agente só é cabível nos casos em que a lei prevê.
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Realizando-se uma análise desses casos percebe-se que só se admite a retratação até
a sentença de primeiro grau, ou seja, na fase da pretensão punitiva, que se estende
até a decisão de primeiro grau de jurisdição.
 
É indispensável que a retratação anteceda a decisão de primeira instância. Se feito
posteriormente (extemporânea), só terá efeito atenuante (art. 65, III, ‘b’, CP).
 
Assim, a retratação – cabal e irrestrita – “não há de apresentar-se como recurso do
agente para eximir-se da pena, mas como gesto voluntário inspirado no desejo de
sanar o dano que causou”.
 
Há hipóteses legais em que a retratação exime o réu de pena. Esses casos são os de
calúnia, difamação, falso testemunho e falsa perícia. Pela retratação o agente
reconsidera a afirmação anterior e, assim, procura impedir o dano que poderia
resultar da sua falsidade.
 
A injúria não admite retratação. Na injúria, como afirmava Aníbal Bruno:
 
“há só a ofensa da palavra ou do gesto, que ninguém pode retirar. Na calúnia e
difamação o dano resulta da arguição falsa de fatos criminosos ou não criminosos. Se
o acusador mesmo os nega, a vítima pode considerar-se desagravada e o seu crédito
social livre de perigo, e com isso a punibilidade de ação típica se extingue. O Direito
atende ao gesto do ofensor que procura reparar o dano desdizendo-se”.
 
Também na falsa perícia ou no falso testemunho a retratação ou a declaração da
verdade exclui a punibilidade. A declaração da verdade é o meio de corrigir o silencio
com que o agente a ocultou, (art. 342, § 3º, CP). Nessa hipótese, a retratação deve
ser completa e ocorrer antes a publicação da sentença no processo em que ocorreu a
falsidade. Ao contrário do que ocorre nos crimes contra a honra, nesse caos, a
retratação comunica-se aos demais participantes.
 
Cumpre observar uma impropriedade no termo destacado pelos operadores do direito
- “retratação do agente”, devendo-se encará-la como “retratação do suposto agente”,
pois antes de decisão condenatória transitada em julgado não se deve dizer que a
retratação foi do agente do fato típico tendo em vista o princípio da presunção de
inocência.
 
Por isso, diz-se que quem se retrata, se retrata de um fato e não de um crime.
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A retratação do agente só é possível, como mencionado, nos casos em que a lei a
admite, que são os seguintes:
 
art. 143 do CP (calúnia e difamação);
art. 342, § 2º, do CP (falso testemunho e falsa perícia).
 
Nos casos em que a retratação do suposto agente não extingue a punibilidade por
não existir previsão legal, ela pode funcionar, caso advenha condenação, como
circunstância atenuante (art. 65, III, b, do CP).
 
No concurso de pessoas, a retratação realizada somente por um dos agentes não se
comunica aos demais. A regra é a retratação ser pessoal (incomunicável).
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Módulo 6
 
DA PRESCRIÇÃO
 
Considerações introdutórias
 
Com a ocorrência de fato delituoso nasce para o Estado o jus puniendi. Esse direito,
que se denomina ‘pretensão punitiva’, não pode eternizar-se como uma espada de
Dámocles, pairando sobre a cabeça do indivíduo. Por isso, o Estado estabelece
critérios limitadores para o exercício do direito de punir e, levando em consideração a
gravidade da conduta delituosa e da sanção correspondente, fixa lapso temporal
dentro do qual o Estado estará legitimado a aplicar a sanção penal adequada.
 
Entretanto, encerrado o prazo que a própria lei estabelece, observadas suas causas
modificadoras, prescreve o direito estatal à punição do infrator.
 
Assim, pode-se definir prescrição como “a perda do direito de punir do Estado, pelo
decurso do tempo, em razão do seu não exercício, dentro do prazo previamente
fixado”.
 
Como natureza jurídica, a prescrição constitui causa extintiva da punibilidade (art.
107, IV, 1ª figura, do CP).
 
No entanto, contrariando a orientação contemporânea do moderno Direito Penal
liberal, que prega a prescritibilidade de todos os ilícitos penais, a Constituição
brasileira de 1988 declara que são imprescritíveis “a prática do racismo” e “a ação de
grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado
Democrático” (art.5º, XLII e XLIV).
 
Para alguns autores, a prescrição é instituto de direito material; para outros, é direito
processual. Para o ordenamento jurídico brasileiro, contudo, é instituto de direito
material, regulado pelo Código Penal e, nessas circunstâncias, conta-se o dia do seu
início.
 
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A prescrição é matéria de ordem pública, devendo ser decretada de ofício, ou por
requisição do Ministério Público ou a requerimento do interessado.
 
Deve ser arguição, processualmente, em preliminar à matéria de mérito: ocorrida a
prescrição, o magistrado não poderá apreciar o mérito do caso. Deverá, de plano,
declarar a prescrição, em qualquer fase do processo.
 
O não-exercício do jus puniendi estatal conduz à perda do mesmo em face do lapso
temporal transcorrido. A prescrição corresponde, portanto, à perda do direito de punir
pela inércia do Estado, que não o exercitou dentro o lapso temporal previamente
fixado.
 
Como já mencionado acima, trata-se de instituto de direito material, embora algumas
de suas consequências influam sobre a ação penal e a condenação. De conseguinte, a
contagem do prazo prescricional obedece à regra insculpida no art. 10, CP,
computando-se naquele o dia do começo.
 
Inicialmente, duas são as espécies de prescrição: a prescrição da pretensão punitiva e
a prescrição da pretensão executória. 
 
A prescrição da pretensão punitiva, também denominada prescrição da ação penal, é
verificada antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória.
 
Por sua vez, a prescrição da pretensão executória ou prescrição da condenação,
ocorre após o trânsito em julgado da decisão condenatória.
 
Espécies de Prescrição
 
Com a prática do crime, o direito abstrato de punir do Estado concretiza-se, dando
origem a um conflito entre o direito estatal de punir e o direito a liberdade do
indivíduo.
 
O Ministério Público deduz em juízo a pretensão punitiva estatal através de ‘denúncia’,
isto é, a petição inicial acusatória formulada pelo órgão ministerial. Trata-se, Damásio
de Jesus, de “exigência de subordinação do direito de liberdade do cidadão ao direito
de punir concreto do Estado. Assim, praticado o crime e antes da sentença penal
transitar em julgado, o Estado é titular da pretensão punitiva, exigindo do Poder
Judiciário a prestação jurisdicional pedida na acusação”.
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Com o trânsito em julgado da decisão condenatória, o ‘jus puniendi’ concreto
transforma-se em ‘jus punitionis’, isto é, a pretensão punitiva converte-se em
pretensão executória.
 
Da distinção entre ‘jus puniendi’ e ‘jus punitionis’ decorre da classificação da
prescrição em prescrição da pretensão punitiva, comumente denominada
prescrição da ação penal, e prescrição da pretensão executória, também
chamada de prescrição da pena.
 
Atualmente, a legislação brasileira prevê quatro modalidades de prescrição, sendo
três delas relacionadas à prescrição da pretensão punitiva (PPP) – quais sejam:
prescrição em abstrato (ou propriamente dita), prescrição intercorrente (ou
interveniente) e prescrição retroativa – e uma de prescrição da pretensão executória
(PPE), que ocorre quando o Estado não providencia, em certo tempo, a execução de
uma pena já aplicada. A doutrina e parte da jurisprudência dos tribunais de primeiro
grau se encarregam de afirmar a existência de mais um tipo de prescrição da
pretensão punitiva: a prescrição virtual (ou antecipada), que no decorrer deste estudo
serão isoladamente estudadas.
 
 
Prescrição da Pretensão Punitiva
 
A prescrição da pretensão punitiva só poderá ocorrer antes da sentença penal
transitar em julgado e tem como consequência a eliminação de todos os efeitos do
crime: como se este nunca tivesse existido.
O lapso prescricional começa a correr a partir da data da consumação do crime ou do
dia em que cessou a atividade criminosa (art. 111, CP), apresentando, contudo,
causas que o suspendem (art. 116, CP) ou o interrompem (art. 117, CP).
A prescrição da pretensão punitiva, por sua vez, divide-se em: prescrição abstrata,
prescrição retroativa e prescrição intercorrente.
 
 
Prescrição da pretensão punitiva abstrata
 
Denomina-se prescrição punitiva abstrata porque ainda não existe pena concretizada
na sentença para ser adotada como parâmetro aferidor do lapso prescricional.
 
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O prazo da prescrição abstrata regula-se pela pena cominada ao delito, isto é, pelo
máximo da pena privativa de liberdade abstratamente prevista para o crime, segundo
a tabela do art. 109 do CP.
 
Assim, a prescrição da pretensão punitiva (PPP) é calculada pela pena em abstrato,
de acordo com a regra do artigo 109 do Código Penal.
 
De acordo com o mesmo artigo, temos:
se a pena em abstrato for superior a 12 anos, a prescrição ocorrerá em 20 anos;
se a pena for superior a 8 anos e inferior a 12, a prescrição ocorrerá em 16
anos;
se a pena for superior a 4 anos e inferior a 8, a prescrição se dará em 12 anos;
se a pena for superior a 2 anos e inferior a 4, a prescrição se dará em 8 anos;
se a pena for de 1 a 2 anos, a prescrição ocorrerá em 4 anos;
e por fim, se a pena for inferior a 1 ano, a prescrição ocorrerá em 3 anos.
 
Assim, por exemplo, a pretensão estatal prescreve em vinte anos, se o máximo da
pena é superior a doze (art. 109, I, CP), ou em três anos, se o máximo da pena é
inferior a um (art. 109, VI, CP - alterado pela lei 12.234/2010).
 
Para se encontrar o prazo prescricional, deve-se tomar as seguintes providências:
 
Observar o máximo de pena privativa de liberdade cominado à infração
penal. Considera-se o limite máximo cominado ao delito, porque será o limite que
poderá atingir a pena que for concretizada na sentença.
 
Verificar, no art. 109 do CP, o prazo prescricional correspondente àquele limite de
pena cominada (prazo preliminar). Esse prazo é básico ou preliminar, porque poderá
sofrer a incidência de majorantes ou minorantes de aplicação obrigatória, bem como
menoridade ou velhice, que, naturalmente, alterarão seu limite.
 
Verificar se há alguma das causas modificadoras desse prazo:
 
Majorantes ou minorantes obrigatórias, exceto as referentes ao concurso
formal próprio e ao crime continuado.
Deve-se considerar a eventual existência de causas modificadoras da pena, quais
sejam, as majorantes ou minorantes, excluindo-se, evidentemente, as agravantes e
atenuantes. Como matéria de prescrição deve-se priorizar o interesse público, em se
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tratando de majorante deve-se considerar o fator que mais aumente, e em se
tratando de minorante, o fator que menos diminua a pena.
 
Menoridade ou velhice (art. 115, CP).
Se o agente era, ao tempo do crime, menor de vinte e um anos, ou, na data da
sentença, maior de setenta, o prazo prescricional reduzir-se-á pela metade. Fazendo
incidir essas causas modificadoras – majorantes ou minorantes, e idade do agente –
sobre o máximo de pena, que fundamenta o prazo preliminar, encontrar-se-á o prazo
prescricional definitivo.
 
 
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Módulo 7
 
Prescrição da pretensão punitiva retroativa
 
A prescrição retroativa é produto de uma construção pretoriana. O Supremo Tribunal
Federal, a partir do ano de 1961, editou a Súmula 146, com o seguinte verbete: “A
prescrição da ação penal regula-se pela pena concretizada,quando não há recurso de
acusação”. Esse entendimento do Supremo fundamentou-se na redação original do
art. 110, parágrafo único, do Código Penal de 1940, que, na ausência de recurso da
acusação, impedia que a pena aplicada fosse elevada, devendo servir de base para o
cálculo da prescrição. Nesse período, a nossa Corte Suprema passou a admitir que a
prescrição incidisse sobre lapso temporal anterior à sentença condenatória e,
inclusive, antes mesmo do recebimento da denúncia ou queixa.
A prescrição retroativa leva em consideração a pena aplicada, em concreto, na
sentença condenatória, contrariamente à prescrição em abstrato, que tem como
referência o máximo de pena cominada ao delito.
A prescrição retroativa (igualmente a intercorrente), como subespécie da prescrição
da pretensão punitiva, constitui exceção à contagem dos prazos do art. 109.
Tem – segundo Damásio de Jesus – “por fundamento o princípio da pena justa”,
significando que, ausente recurso da acusação ou improvido este, a pena aplicada na
sentença era, desde a prática do fato, a necessária e suficiente parar aquele caso
concreto. Por isso, deve servir de parâmetro para prescrição, desde a consumação do
fato inclusive.
Desde a edição da Lei 12.234/2010, que alterou alguns dispositivos referentes ao
instituto em análise – art. 110, CP, a prescrição retroativa deve ser considerada entre
o recebimento da denúncia e a publicação da sentença condenatória ou seja, em
relação à etapa de investigação criminal - período compreendido entre a data do
crime e a do recebimento da denúncia não mais, dado que, por força de alteração do
texto primitivo do projeto de lei. Ela continua a subsistir quanto à fase de instrução
processual (interstício que medeia o recebimento da ação na forma de denúncia para
o órgão ministerial e a queixa-crime para o particular e a prolatação da sentença
condenatória).
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Concluindo, dois eram os períodos prescricionais possíveis (da data do fato e do
recebimento da peça vestibular acusatória). Com a redação nova tornou-se impossível
computar qualquer tempo antes do recebimento da denúncia ou queixa. Ou seja: a
prescrição retroativa, agora, só pode acontecer entre o recebimento da denúncia ou
queixa e a publicação da sentença. Nas palavras do prof. Luis Flávio Gomes, em seu
entender, foi cortada pela metade. A prescrição retroativa, em síntese, não acabou.
Foi extinta pela metade.
A pronúncia, nos crimes contra a vida, também cria um novo marco interruptivo para
a prescrição retroativa.
Para a caracterização da prescrição retroativa, nos termos da legislação vigente,
deve-se examinar o seguinte:
Pressupostos da prescrição retroativa:
a) Inocorrência da prescrição abstrata.
b) Sentença penal condenatória.
c) Trânsito em julgado para acusação ou improvimento de seu recurso.
 
Providências para encontrar o prazo prescricional, na modalidade retroativa:
a) Tomar a pena concretizada na sentença condenatória.
Dever-se-á computar toda a pena aplicada, com exceção da majoração decorrente do
concurso formal próprio e do crime continuado. A detração somente á aproveitada
parar a execução da pena, ou para a prescrição da pretensão executória.
b) verificar qual é o prazo prescricional correspondente (art. 109 CP).
c) Analisar a existência de causa modificadora do lapso prescricional, cuja única
possibilidade é a do art. 115 CP.
Finalmente, não há suporte jurídico para o reconhecimento antecipado da prescrição
retroativa, como se está começando a apregoar, com base numa pena hipotética.
Ademais, o réu tem direito a receber uma decisão de mérito, onde espera ver
reconhecida a sua inocência. Decretar a prescrição retroativa, com base em uma
hipotética pena concretizada, encerra uma presunção de condenação,
consequentemente de culpa, violando o princípio constitucional da presunção de
inocência (art. 5º, LVII, da CF). Todavia, cumpre-nos analisá-la para fins acadêmicos,
ao menos, no capítulo seguinte.
 
Prescrição retroativa antecipada ou prescrição virtual
 
Nos últimos anos, vem sendo construída, jurisprudencialmente, uma nova modalidade
de prescrição da pretensão punitiva, denominada de prescrição retroativa antecipada,
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ou simplesmente prescrição antecipada, prescrição virtual, prescrição pré-
calculada ou prescrição em perspectiva.
Esta é o reconhecimento da prescrição retroativa, tomando-se por base a pena que
possível ou provavelmente seria imposta ao réu no caso de condenação (PALOTTI
JÚNIOR, Osvaldo. Considerações sobre a prescrição retroativa antecipada. RT, nº 709,
p. 302-306, 1994).
Como se extrai de seu conceito, essa prescrição ocorreria sempre que o juiz, diante
de um caso concreto, verificando as circunstâncias que cercaram o fato típico e as
condições pessoais do acusado – mormente sua condição do primário, de portador de
bons antecedentes, boa conduta social, personalidade reveladora de inexistência de
perigo de delinquir -, pudesse vislumbrar que a pena que seria imposta, caso viesse a
condená-lo, é em quantidade autorizadora da verificação da prescrição retroativa;
deverá, portanto, reconhecê-la , antecipadamente, extinguindo-se a punibilidade.
A doutrina e a jurisprudência predominantes, todavia, não aceitam o reconhecimento
antecipado da prescrição, amparando-se em argumentos importantes:
a) tal decisão importaria em violar o princípio constitucional da presunção da
inocência, pois significaria reconhecer o acusado culpado sem sentença condenatória;
b) o acusado tem direito a uma sentença de mérito;
c) é impossível a previsão da sentença;
d) ao reconhecê-la, o juiz estaria prejulgando, ferindo o princípio do contraditório.
Em reforço à sua inadmissibilidade, o Superior Tribunal de Justiça editou a súmula
438, cujo verbete prescreve:
“É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com
fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do
processo penal”.
Tal hipótese de prescrição não conta, hoje em dia, com qualquer prestígio, seja pela
doutrina, seja pela jurisprudência nacionais.
 
 
Prescrição da pretensão punitiva intercorrente
ou subsequente
 
 
A prescrição intercorrente, a exemplo da prescrição retroativa, leva em consideração
a pena aplicada in concreto na sentença condenatória. As
prescrições retroativa e intercorrente assemelham-se, com a diferença de que a
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retroativa volta-se para o passado, isto é, para períodos anteriores à sentença, e a
intercorrente dirige-se para o futuro, ou seja, para períodos posteriores à sentença
condenatória, recorrível.
Assim, o prazo da prescrição intercorrente, superveniente ou subsequente começa a
correr a partir da sentença condenatória, até trânsito em julgado para acusação e
defesa. Para ocorrência da prescrição intercorrente devem estar presente,
simultaneamente, alguns pressupostos:
Pressupostos da prescrição intercorrente:
a) inocorrência de prescrição abstrata e de prescrição retroativa;
b) sentença condenatória;
c) trânsito em julgado para acusação ou improvimento de seu recurso.
 
Como encontrar o prazo prescricional:
Para encontrar o prazo prescricional, na modalidade intercorrente, deve-se adotar as
seguintes providências:
 
a) Tomar a pena concretizada na sentença condenatória.
Dever-se-á computar toda a pena aplicada, com exceção da majoração decorrente do
concurso formal próprio e do crime continuado. A detração somente é aproveitada
para a execução da pena, ou para prescrição da pretensão executória.
 
b) Verificar qual é o prazo prescricional correspondente (art. 109, CP)c) Analisar a existência de causa modificadora do lapso prescricional, cuja única
possibilidade é a do art. 115, CP.
 
Prescrição da Pretensão Executória
 
A prescrição da pretensão executória só poderá ocorrer depois de transitar em
julgado a sentença condenatória, regulando-se pela pena concretizada (art. 110, CP)
e verificando-se nos mesmos prazos fixados no art. 109, CP.
O decurso do tempo sem o exercício da pretensão executória faz com que o Estado
perca o direito de executar a sanção imposta na condenação. Os efeitos dessa
prescrição limitam-se à extinção da pena, permanecendo inatingidos todos os demais
efeitos da condenação, penais e extrapenais.
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Pressupostos da prescrição da pretensão executória:
a) inocorrência da prescrição da pretensão punitiva, seja abstrata, retroativa ou
intercorrente;
b) sentença condenatória irrecorrível;
c) não-satisfação da pretensão executória estatal.
 
Como encontrar o prazo prescricional:
a) tomar a pena privativa de liberdade imposta na sentença:
1) na hipótese de fuga ou de revogação de livramento condicional, tomar-se-á o
restante de pena a cumprir, para a obtenção do prazo prescricional (art. 113, CP)
2) no caos de concurso formal e de crime continuado, deverá, também, ser
desprezado o quantum de majoração a eles pertinente.
 
b) verificar qual é o prazo prescricional correspondente (art. 109, CP);
 
c) analisar a existência de causa modificadores do lapso prescricional.
1) reincidência, reconhecida na sentença: eleva em um terço o prazo prescricional.
2) art. 115, CP: reduz pela metade o lapso prescricional.
 
Termo inicial da prescrição
 
a) Da pretensão punitiva
Segundo o art. 111 do CP, a prescrição da pretensão punitiva lato sensu começa a
correr:
I – do dia em que o crime se consumou;
II- no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa;
III – nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência;
IV – nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assento do registro civil, da
data em que o fato se tornou conhecido.
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As prescrições retroativa e intercorrente são exceções à utilização da pena abstrata
para medição da prescrição da pretensão punitiva. (art. 110, § 1º, CP).
O termo inicial da prescrição, de regra, é o da consumação do crime, seja instantâneo
ou permanente. Embora o art. 4º determine que o tempo do crime é o momento da
ação, em termos de prescrição, o Código adota, como exceção, a teoria do
resultado. Mas, excepcionalmente, em se tratando de tentativa e de crime
permanente, adota a regra geral, que é a teoria da atividade.
Nos crimes de bigamia e falsificação ou assentamento de registro civil, a prescrição
começa a correr da data em que a autoridade pública tomou conhecimento do fato.
 
b) Da pretensão executória
I – do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a acusação;
II – do dia em que se interrompe a execução da pena, salvo quando referido tempo
seja computado na pena (internação por doença mental);
III – o dia em que transita em julgado a decisão que revoga o sursis ou o livramento
condicional.
 
O prazo começa a correr do dia em que transitar em julgado a sentença condenatória
para a acusação, mas o pressuposto básico para essa prescrição é o trânsito em
julgado para acusação e defesa, pois, enquanto não transitar em julgado parar
defesa, a prescrição poderá ser intercorrente. Nesses termos, percebe-se, podem
correr paralelamente dois prazos prescricionais: o da intercorrente, enquanto não
transitar definitivamente em julgado; e o da executória, enquanto não for iniciado o
cumprimento da condenação, pois ambos iniciam na mesma data, qual seja, o
trânsito em julgado para a acusação.
A revogação do sursis e do livramento condicional, igualmente, dá início ao curso
prescricional, e, enquanto a decisão revogatória não for cumprida, estará em curso a
prescrição executória. Enfim, se a interrupção da execução for devida à fuga, a
prescrição começa a correr da data da evasão; se decorrer de internação em hospital
de custódia e tratamento, o tempo será contado na pena, não correndo a prescrição.
 
Causas modificadoras do curso prescricional
 
A prescrição, encontrando-se em curso, poderá ser obstaculizada pela superveniência
de determinadas causas, que podem ser suspensivas (art. 116 CP) ou interruptivas
(art. 117 CP). Ou, ainda, o período prescricional poderá simplesmente ser reduzido
pela metade (art. 115 CP).
 
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Suspensão do prazo prescricional (Causas Impeditivas - artigo 116, CP)
 
Verificando-se uma causa suspensiva (causas impeditivas), o curso da prescrição
suspende-se para retomar o seu curso depois de suprimido ou desaparecido o
impedimento. Na suspensão o lapso prescricional já decorrido não desaparece,
permanece válido. Superada a causa suspensiva, a prescrição começa a ser contada
pelo tempo que falta, somando-se com o anterior. Ou seja, o prazo não irá se reiniciar
(interrupção da prescrição) do zero, mas sim continuar a contagem após superar o
impedimento. 
 
A Lei 13.964/19, denominada de pacote anticrime, alterou o referido instituto
acrescentando novas causas, senão vejamos.
 
Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não
corre: 
I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa
o reconhecimento da existência do crime; 
II - enquanto o agente cumpre pena no exterior; (Redação
dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
III - na pendência de embargos de declaração ou de recursos aos
Tribunais Superiores, quando inadmissíveis; e (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)
IV - enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não
persecução penal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença
condenatória, a prescrição não corre durante o tempo em que o
condenado está preso por outro motivo.
 
A – Causas suspensivas da prescrição da pretensão punitiva
 
a) Enquanto não for resolvida questão prejudicial:
 
A prescrição não corre enquanto não for resolvida, em outro processo, questão de
que dependa o reconhecimento da existência do crime. São as chamadas questões
prejudiciais, reguladas pelos arts. 92 a 94 do CPP, cuja relação com o delito é tão
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profunda que a sua decisão, em outro juízo, pode determinar a existência ou
inexistência da própria infração penal.
 
b) Enquanto o agente cumpre pena no exterior:
 
O fundamento político-jurídico dessa causa suspensiva é que durante o cumprimento
de pena no estrangeiro não se consegue a extradição do delinquente. E a pena em
execução pode ser tão ou mais longa que o próprio lapso prescricional do crime aqui
cometido. Por isso, se justifica a suspensão da prescrição. O pacote anticrime
atualizou a palavra "estrangeiro" por "exterior".
 
c) Pedente embargos de declaração ou recurso nos Tribunais Superiores, quando
indamissíveis. 
 
Trata-se de uma novidade jurídica disposta no pacote anticrime. O dipositivo
assevera, que, enquanto pedente o julgamento de embargos de delcaração ou
recursos ao tribunais superiores, não ocorrerá a prescrição se forem considerados
inadmissíveis. 
 
d) Enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não persecução penal
 
A referida norma acrescentou esta hipótese, a fim de tornar compatível com o
instituto do acordo de não persecução penal. Portanto, aquele que aceitou o
acordode não persecução penal, enquanto não cumprido ou não rescindido, não
ocorrerá a prescrição. 
 
e) Imunidade parlamentar:
 
Às causas previstas pelo Código Penal (art. 116 CP), a Constituição Federal (art. 53, §
2º) acrescentou mais uma: enquanto não houver licença do Congresso Nacional para
que o parlamentar seja processado, o prazo prescricional ficará suspenso.
Procurando amenizar esse privilégio parlamentar, o Supremo Tribunal Federal, em
duas oportunidades, com composição plenária, decidiu que tanto na hipótese do
indeferimento do pedido de licença quanto na de ausência de deliberação a suspensão
da prescrição ocorre na data do despacho do Ministro Relator determinando a
remessa do pedido ao Parlamento.
 
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B – Causa suspensiva da prescrição da pretensão executória
 
A prescrição não corre durante o tempo em que o condenado estiver preso por outro
motivo (art. 116, parágrafo único, CP). Fica em suspenso. A previsão é lógica:
enquanto não se encontra preso, não pode invocar a prescrição da pena que falta
cumprir, pois sua condição de preso impede a satisfação dessa pretensão executória.
 
Causas suspensivas da prescrição previstas nas Leis nº 9.099/95 e nº
9.271/96
 
Além das duas causas suspensivas da prescrição previstas no Código Penal (art.116)
e daquela prevista na Constituição Federal (art.53, § 2º), as Leis n. 9.099/95 e
9.271/96 preveem outras hipóteses de causas que impedem o curso prescricional.
Essas causas são as seguintes:
 
a) Suspensão condicional do processo
 A Lei n. 9.099/95, que instituiu os Juizados Especiais Criminais e aproveitou para
instituir também a suspensão condicional de processo, estabelece em seu art. 89, §
6º, que durante o período em que o processo estiver suspenso não corre prescrição.
Esse dispositivo dispensa e um tratamento isonômico à defesa e à acusação: o
denunciado é beneficiado pela suspensão do processo, mas em contrapartida a
sociedade não fica prejudicada pelo curso da prescrição. Na hipótese de revogação do
benefício, o Ministério Público disporá do tempo normal para prosseguir na persecutio
criminis. 
Como, de regra, a suspensão do processo deverá ocorrer no momento do
recebimento da denúncia, a prescrição voltará a correr por inteiro. No entanto, em
razão dessa fase transitória, poderá haver suspensão de muitos processos que já se
encontravam em curso.
Naquelas hipóteses, havendo revogação da suspensão do processo, o novo curso
prescricional deverá somar-se ao lapso anterior que foi suspenso, uma vez que, como
causa suspensiva, o prazo prescricional não recomeça por inteiro.
 
b) Citação por edital, sem comparecimento ou constituição de defensor
 
A Lei n. 9271/96 deu a seguinte redação ao art. 366 do CPP:
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“Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão
suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a
produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar
prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312”.
Para que se configure essa nova causa suspensiva da prescrição é necessário que
estejam presentes, simultaneamente, três requisitos:
 
1º) citação através de edital;
2º) não-comparecimento em juízo para interrogatório;
3º) não-constituição de defensor.
 
A ausência de qualquer desses requisitos impede a configuração dessa nova causa
suspensiva da prescrição. Contudo, o infrator que houver constituído advogado,
durante a fase policial, ainda que venha ser citado por edital, seu defensor constituído
anteriormente impedirá o reconhecimento da causa impeditiva da prescrição.
 
O curso prescricional suspenso somente recomeçará a correr na data do
comparecimento do acusado, computando-se o tempo anterior (art. 366, §2º). Em
outros termos, interrompida a suspensão da prescrição, esta volta a correr, levando-
se em consideração o tempo anteriormente decorrido, isto é, somando-se.
 
A suspensão do curso prescricional é efeito automático, sendo desnecessário
despacho expresso do juiz. Contudo, como a art. 366 tem natureza mista –
processual e material -, podendo verificar-se hipóteses de suspensão do processo,
pelo princípio tempus regit actum, convém ser mencionado expressamente que a
prescrição não está suspensa, em razão da irretroatividade, quando se tratar de
crimes praticados antes da vigência da lei.
Damásio de Jesus não admite a aplicação parcial do disposto no art. 366, isto é,
suspender o processo e não suspender a prescrição, numa espécie de retroatividade
parcial.
Em sentido contrário, manifesta-se Luiz Flávio Gomes. Por fatos anteriores à vigência
da Lei n. 9.271/96, entende que, satisfeitos os requisitos do art. 366, suspende-se o
processo, permanecendo naturalmente o curso prescricional: a suspensão do
processo é matéria processual e a prescrição é matéria estritamente penal-material.
Na verdade, a suspensão do processo não significa parcial retroatividade, mas a
simples aplicação do princípio tempus regit actum. Nesse momento, satisfeitos os
requisitos, aplica-se a lei nova, mas somente a partir de agora, isto é o processo fica
suspenso a partir da vigência da lei, sem retroagir ao início da relação processual. Já
a suspensão do curso prescricional fica inviabilizada, por se tratar de norma
prejudicial à defesa, não podendo retroagir.
07/02/2023 23:45 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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Não se nega, é verdade, que, de certa forma, há um tratamento desigual aos dois
polos processuais: beneficia-se a defesa com a suspensão do processo e prejudica-se
a acusação com a não-suspensão da prescrição. No entanto, esses efeitos
diferenciados decorrem da natureza distinta das duas normas jurídicas, processual e
material, como já referido.
 
c) Citação através de rogatória de acusado no estrangeiro
Acusado que se encontrar no estrangeiro, em lugar sabido, será citado através de
carta rogatória, independentemente de a infração penal imputada ser ou não
afiançável. No entanto, segundo a redação conferida pela Lei n. 9.271/966 ao art.
368 do CPP, o prazo prescricional ficará suspenso até o cumprimento da carta
rogatória.
Agora, a citação de quem se encontrar no estrangeiro somente poderá ser por
edital quando for desconhecido o seu paradeiro. Anteriormente, a citação por edital
seria possível quando fosse desconhecida a localização do citando ou quando a
infração imputada fosse afiançável.
 
 
 
07/02/2023 23:46 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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Módulo 8
 
Interrupção do prazo prescricional
 
Ocorrendo uma causa interruptiva, o curso da prescrição é interrompido,
desaparecendo o lapso temporal já decorrido, recomeçando sua contagem desde o
início.
Ou seja, uma vez interrompida, a prescrição volta a correr novamente, por inteiro, do
dia da interrupção, até atingir seu termo final, ou até que ocorra novamente nova
causa interruptiva.
O lapso prescricional que foi interrompido desaparece, como se nunca tivesse
existido.
Excetua-se a hipótese prevista no art. 117, V, isto é, ocorrendo evasão da
prisão ou revogação do livramento condicional, a prescrição não corre por inteiro,
mas somente o correspondente ao tempo que restar de pena a cumprir (arts. 113 e
117, § 2º, ambos do CP).
Constata-se, afinal, que, ao contrário da suspensão, o período anterior à interrupção
não se soma ao novo prazo.
As causas interruptivas elencadas no art. 117 são as seguintes:
 
I – Recebimento da denúncia ou queixa
Recebimento não se confunde com oferecimento e caracteriza-sepelo despacho
inequívoco do juiz recebendo a denúncia ou queixa. Despacho meramente ordinatório
não caracteriza seu recebimento. O aditamento da denúncia ou queixa somente
interromperá a prescrição se incluir a imputação de nova conduta típica, não descrita
anteriormente, limitando-se a essa hipótese. A inclusão de novo réu, em aditamento,
não interrompe a prescrição em relação aos demais.
A rejeição da denúncia ou queixa, à evidência, não interrompe a prescrição. A
interrupção ocorrerá na data em que, se em grau recursal, a Superior Instância vier
recebê-la. Igualmente, o recebimento das preambulares referidas, por juiz
incompetente, não interrompe o curso prescricional, só o interrompendo o
recebimento renovado pelo juiz natural.
 
II – Pronúncia
07/02/2023 23:46 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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O marco interruptivo da prescrição será a data da publicação da pronúncia em
cartório e não a data de sua lavratura, que pode não coincidir com a sua publicação.
Evidentemente, a impronúncia ou a absolvição sumária não a interrompem.
 
III – Decisão confirmatória da pronúncia
A decisão de instância superior confirmatória da pronúncia ou mesmo a que pronuncia
o réu em razão do recurso também interrompem a prescrição. Uma corrente
majoritária entende que, mesmo havendo desclassificação pelo Tribunal do Júri, para
competência do juiz, ainda assim a pronúncia e a decisão que a confirma constituem
causas interruptivas da prescrição.
O acórdão confirmatório da condenação, não incluído no art. 117 CP, não interrompe
a prescrição.
 
IV – Sentença condenatória recorrível
A prescrição interrompe-se na data da publicação da sentença condenatória recorrível
nas mãos do escrivão, isto é, a partir da lavratura do respectivo termo (art. 289 do
CPP). Antes da sua publicação, a sentença não existe, juridicamente, constituindo
simples trabalho intelectual do juiz.
A sentença anulada, a exemplo de outros marcos interruptivos, por não gerarem
efeitos, não interrompem a prescrição, pois é como se não existissem.
A sentença que concede o perdão judicial, segundo a Súmula 18 do Superior Tribunal
de Justiça (declaratória de extinção da punibilidade), não interrompe a prescrição.
Aliás, para reforçar esse entendimento, lembramos que a sentença que concede
o perdão judicial não aplica a sanção e que o parâmetro balizador do lapso
prescricional é a pena, aplicada, na hipótese da prescrição executória. Por isso, não
convencem as três hipóteses sugeridas por algumas decisões jurisprudenciais,
segundo as quais o prazo regular-se-á:
(a) pelo período mínimo de dois anos;
(b) pelo mínimo; ou
(c) pelo máximo, abstratamente cominados ao delito.
 
A sentença absolutória, à evidência, também não interrompe a prescrição, porém, o
prazo a ser considerado (art. 109 CP) será o indicado pelo máximo da pena cominada
ao delito.
 
V – Início ou continuação do cumprimento da pena
O termo inicial da prescrição da pretensão executória está fixado no art. 112 e incisos
e no art. 117, incisos V e VI, ambos do CP.
07/02/2023 23:46 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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Com prisão do agente, para cumprir pena, interrompe-se a prescrição, iniciada com o
trânsito em julgado da sentença, para a acusação. Com a continuação da prisão,
interrompida pela fuga, ou decorrente de revogação do livramento condicional,
interrompe-se a prescrição. No entanto, nessas duas hipóteses, a prescrição volta a
correr, não por inteiro, mas pelo resto da pena que falta cumprir (art. 113 CP).
Evidentemente, durante o período de prova do sursis e do livramento condicional, não
corre a prescrição executória, pois é como se estivesse cumprindo a pena.
 
VI - Reincidência
A reincidência, a rigor, tem dois efeitos: aumentar o prazo prescricional (art.
110, caput, CP) e interromper o seu curso (art. 117, VI, CP).
Segundo uma corrente, o momento de interrupção da prescrição não é determinado
pela prática do segundo crime, mas pela sentença condenatória que reconhece a
prática do ilícito, pressuposto daquela. Em sentido contrário, outra corrente,
minoritária, entende que a interrupção ocorre na data do novo crime, uma vez que a
reincidência seria fática e não jurídica.
O aumento do prazo prescricional, no entanto, aplica-se tão-somente á prescrição da
pretensão executória. Recentemente, porém, surgiram alguns julgados, inclusive do
STJ, admitindo o aumento decorrente da reincidência também para a prescrição
intercorrente.
Deve-se observar, no entanto, que, em caso de crimes conexos – concurso de crimes
– objetos do mesmo processo, a interrupção da prescrição relativa a qualquer deles
estende-se a todos. Aliás, todas as causas interruptivas da prescrição, com exceção
das previstas nos incs. V e VI – prisão e reincidência -, comunicam-se a todos os
participantes do crime (art. 117, § 1º, CP).
Os processos do júri teriam as seguintes causa interruptivas da prescrição
da pretensão punitiva: recebimento da denúncia ou da queixa, publicação da
sentença de pronúncia, trânsito em julgado, do acórdão confirmatório, da pronúncia e
publicação da sentença condenatória. Os demais processos têm somente duas causas
interruptivas: a data do recebimento da denúncia ou da queixa e da data de
publicação da sentença condenatória recorrível.
Finalmente, a Lei 9.268/96 pretendeu dar nova redação aos art. 117, CP,
acrescentando-lhe uma sétima causa interruptiva da prescrição, qual seja: pela
decisão do Tribunal que confirma ou impõe a condenação. No entanto, no Senado, foi
excluída a então novidade, mantendo-se os seus incisos anteriores. Mas, por omissão,
ainda assim houve uma alteração no referido dispositivo. Ocorre que esqueceram de,
após o último inciso do art. 117 (IV), acrescentar um linha pontilhada, significando
que os seus dois parágrafos continuavam em vigor.
Assim, a nova redação do art. 117, CP, encerra-se com os seus seis incisos, ficando
sem os dois parágrafos originais – o § 1º disciplinava o efeito interruptivo da
prescrição em relação ao concurso de pessoas e aos delitos conexos, e o § 2º
regulava a forma de contagem do prazo prescricional em razão a interrupção.
Não se pode fazer de conta que tais parágrafos continuam a existir, porque a sua
supressão decorreu de um lapso, pois na verdade estão excluídos do texto legal. A
07/02/2023 23:46 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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disciplina que traziam servirá de subsídio para orientar a interpretação da doutrina e
da jurisprudência.
 
Causas redutoras do prazo prescricional
 
O prazo prescricional é reduzido pela metade quando o agente for, ao tempo do
crime, menor de vinte e um anos, ou, na data da sentença, maior de setenta (art.
115, CP). A redução prevista nesse dispositivo aplica-se a qualquer espécie de
prescrição, seja da pretensão punitiva, seja da pretensão executória.
 
Prescrição da pena de multa
As penas mais leves prescrevem com as mais graves, segundo a previsão do
art. 118, CP).
Pela previsão da Reforma Penal de 1984, se a pena de multa fosse a
única cominada, a única aplicada ou a que ainda não tivesse sido cumprida,
prescreveria em dois anos (art. 114, CP).
No entanto, quando fosse cominada ou aplicada cumulativamente com a pena
privativa de liberdade, prescreveria com esta, que é mais grave (art. 118, CP).
Durante o cumprimento da pena de prisão, não corre o prazo prescricional em relação
à pena de multa.
O lapso prescricional de dois anos tanto pode atingir a pretensão punitiva quanto a
pretensão executória. Prescrevendo qualquer das pretensões estatais, seja punitiva,
seja executória, a multa não poderá ser executada: estará igualmente prescrita, ao
contrário de alguns entendimentos já manifestados.
Embora a competência para a execução da pena de multa,a nosso juízo, permaneça
com o Ministério Público, apenas com novo procedimento, as causas suspensivas e
interruptivas da prescrição não serão aquelas previstas no CP (art. 116 e 117), mas
as relacionadas na Lei de Execução fiscal (Lei 6.830/80) e no Código Tributário
Nacional.
 
 
A comunicabilidade, conexão e a extinção da
punibilidade
 
07/02/2023 23:46 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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Atesta o art. 108, CP:
“A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento constitutivo ou
circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos crimes conexos, a
extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto aos outros, a agravação da
pena resultante da conexão”.
 
A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto de outro não se estende a
este. A proposição trata dos crimes acessórios, que dependem de outros delitos. Por
exemplo: furto e receptação (arts. 155 e 180, CP). A extinção da punibilidade em
relação ao furto não se estende à receptação.
 
A regra cuida do crime complexo, no caso em que um delito funciona como elementar
de outro. Por exemplo: extorsão mediante sequestro (CP, art. 159), que tem como
elementares o sequestro (art. 148) e a extorsão (art. 158). A extinção da punibilidade
em relação ao sequestro não se estende à extorsão mediante sequestro.
O princípio trata também do crime complexo, na hipótese em que um crime funciona
como circunstância legal específica (qualificadora) de outro. Por exemplo: furto
qualificado pela destruição de obstáculo à subtração da coisa (art. 155, § 4º, I, 1ª
figura), em que o dano (art. 163) funciona como circunstância qualificadora. A
extinção da punibilidade em relação ao crime de dano não se estende ao furto
qualificado.
Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto aos
outros, a agravação da pena resultante da conexão. Suponha-se que o agente, para
assegurar a execução de um crime de estupro, mate a pessoa que tem a guarda da
vítima. Responde por dois crimes: homicídio qualificado pela conexão teleológica (art.
121, § 2º, V, 1ª figura) e estupro. Após, casa-se com a ofendida, extinguindo-se a
punibilidade em relação ao delito de estupro (CP, art. 107, VII). A extinção da
punibilidade em relação ao estupro não exclui a qualificadora do homicídio. Aplica-se
a regra: nos crimes conexos (homicídio e estupro), a extinção da punibilidade de um
deles (estupro) não impede, quanto ao outro (homicídio), a agravação da pena
(qualificadora) resultante da conexão (teleológica). Todavia, este caso é de difícil
aplicação tendo em vista que o citado inciso VII foi revogado.Também não cabe em IP. Não cabe quando da ocorrência da prescrição em abstrato.
Cabe na Prescrição da Pretensão Executória.
 
Natureza jurídica
Causa suspensiva de alguns efeitos secundários da condenação (art. 92) e dos
apontamentos em registros criminais.
 
Sigilo dos registros criminais
Como mencionado acima, o objetivo que se busca alcançar por meio da reabilitação
criminal é duplo: o sigilo sobre os registros criminais; e a recuperação do gozo ou
exercício de direitos cassados em decorrência de sentença penal condenatória.
A crítica que se faz gira em torno do art. 202 da Lei de Execução Penal, que dispõe:
Art. 202. Cumprida ou extinta a pena, não constarão da folha corrida,
atestados ou certidões fornecidas por autoridade policial ou por auxiliares da
Justiça, qualquer notícia ou referência à condenação, salvo para instruir
processo pela prática de nova infração penal ou outros casos expressos em
lei.
Como se nota, o sigilo é consequência do cumprimento ou extinção da pena. Logo,
nesse aspecto, seria desnecessário socorrer-se da reabilitação para alcançar o sigilo
que a própria lei já assegurado ao seu interessado.
Contudo, na prática, o sigilo não é automático; depende de providências de cunho
administrativo para a inserção de dados em sistemas informatizados, o que se dá,
embora de forma lenta, em descompasso com a expectativa ou necessidade do
interessado, que vê na reabilitação a forma de se obter efetivo sigilo.
07/02/2023 23:43 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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 Por outro lado, é indiscutível a utilidade da reabilitação para a superação dos efeitos
secundários da sentença condenatória, estipulados no art. 92 do Código Penal:
 
Art. 92 - São também efeitos da condenação: (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: (Redação
dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
 a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou
superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação
de dever para com a Administração Pública; (Incluído pela Lei nº
9.268, de 1º.4.1996)
 b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior
a 4 (quatro) anos nos demais casos. (Incluído pela Lei nº 9.268, de
1º.4.1996)
II – a incapacidade para o exercício do poder familiar, da tutela ou da
curatela nos crimes dolosos sujeitos à pena de reclusão cometidos contra
outrem igualmente titular do mesmo poder familiar, contra filho, filha ou
outro descendente ou contra tutelado ou curatelado; (Redação dada pela Lei
nº 13.715, de 2018)
III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a
prática de crime doloso. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos,
devendo ser motivadamente declarados na sentença. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
 
Mandado de segurança
Relevante registrar que o interessado pode se valer de mandado de segurança, diante
de qualquer embaraço ou dificuldade em se obter quaisquer direitos que se pretenda
alcançar com a reabilitação criminal, pois se trata de direito líquido e certo,
assegurado por lei.
Em tal situação, a impetração de mandado de segurança deverá se voltar contra ato
da autoridade administrativa responsável pela organização do cadastro estatal do qual
a informação foi extraída.
 
Caráter relativo do sigilo dos registros criminais
O sigilo não é absoluto, eis que o juízo criminal pode solicitar informações, que terá
acesso à todas informações acerca do reabilitado, como se extrai do art. 748 do
Código de Processo Penal:
 
07/02/2023 23:43 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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Art. 748. A condenação ou condenações anteriores não serão mencionadas
na folha de antecedentes do reabilitado, nem em certidão extraída dos livros
do juízo, salvo quando requisitadas por juiz criminal.
 
Justifica-se a relatividade do sigilo porque, para efeitos judiciais, o acesso a todas as
informações relativas aos antecedentes penais deve servir à análise de diversos
pleitos, tais como a concessão de transação penal ou sursis processual, além de
interferir na dosimetria da pena em relação à primariedade, antecedentes e conduta
social do agente.
Relevante notar que o Superior Tribunal de Justiça já decidiu que o livre acesso aos
terminais de um instituto de identificação fere direito daqueles protegidos pelo manto
da reabilitação. Impõe-se, assim, a exclusão das anotações das bases de dados de
tais institutos, mantendo-se tão somente nos arquivos do Poder Judiciário.
 
Requisitos objetivos
 
a) Tempo de cumprimento de pena (94, caput)
 
. transcurso de 2 (dois) anos do dia, contados do dia em que tiver sido extinta, de
qualquer modo, a pena ou terminar a sua execução, computando-se o período de
prova do sursis e do livramento condicional, se não sobrevier revogação.
 
Importante: inicia-se a contagem do prazo na data em que ocorreu a prescrição,
independentemente do momento em que se deu o seu reconhecimento judicial.
 
b) Reparação do dano causado (94, III)
 
. ressarcimento do dano causado; ou
 
. demonstração de absoluta impossibilidade de fazê-lo, até o dia do pedido; ou
 
. comprovação de renúncia da vítima ou novação da dívida
 
Importante: o estado de pobreza, em acepção jurídica, justifica a dispensa da
reparação do dano.
07/02/2023 23:43 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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Requisitos subjetivos
 
a) domicílio no país (94, II)
. necessário que o condenado tenha tido domicílio no País no prazo de 2 (dois) anos,
a contar do cumprimento ou extinção da pena.
 
b) bom comportamento público e privado
. o condenado, no prazo de 2 (dois) anos após a extinção da pena, deve ter
apresentado bom comportamento, de forma efetiva e constante.
 
Importante: o bom comportamento não deve estar limitado aos 2 (dois) anos
seguintes à extinção da pena, mas deve acompanhar o condenado em todo o período,
como sinal de regeneração do condenado
 
 
Procedimento para a reabilitação
 
 O procedimento relativo à reabilitação criminal está previsto nos arts. 743 e
seguintes do Código de Processo Penal:
Art. 743. A reabilitação será requerida ao juiz da condenação, após o
decurso de quatro ou oito anos, pelo menos, conforme se trate de
condenado ou reincidente, contados do dia em que houver terminado a
execução da pena principal ou da medida de segurança detentiva, devendo
o requerente indicar as comarcas em que haja residido durante aquele
tempo.
Art. 744. O requerimento será instruído com:
I - certidões comprobatórias de não ter o requerente respondido, nem estar
respondendo a processo penal, em qualquer das comarcas em que houver
residido durante o prazo a que se refere o artigo anterior;
II - atestados de autoridades policiais ou outros documentos que
comprovem ter residido nas comarcas indicadas e mantido, efetivamente,
bom comportamento;
III - atestados de bom comportamento fornecidos por pessoas a cujo
serviço tenha estado;
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IV - quaisquer outros documentos que sirvam como prova de sua
regeneração;
V - prova de haver ressarcido o dano causado pelo crime ou persistir a
impossibilidade de fazê-lo.
Art. 745. O juiz poderá ordenar as diligências necessárias para apreciação
do pedido, cercando-as do sigilo possível e, antes da decisão final, ouvirá o
Ministério Público.
Art. 746. Da decisão que conceder a reabilitação haverá recurso de ofício.
Art. 747. A reabilitação, depois de sentença irrecorrível, será comunicadaao Instituto de Identificação e Estatística ou repartição congênere.
Art. 748. A condenação ou condenações anteriores não serão mencionadas
na folha de antecedentes do reabilitado, nem em certidão extraída dos livros
do juízo, salvo quando requisitadas por juiz criminal.
Art. 749. Indeferida a reabilitação, o condenado não poderá renovar o
pedido senão após o decurso de dois anos, salvo se o indeferimento tiver
resultado de falta ou insuficiência de documentos.
 Art. 750. A revogação de reabilitação (Código Penal, art. 120) será
decretada pelo juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público.
 
Competência (art. 743 CPP)
É competente o juízo de conhecimento (responsável pela condenação) e não o juízo
da execução criminal competente.
Legitimidade (art. 93 CP)
Somente o condenado tem legitimidade (“personalíssima”), para requerer a
reabilitação, representado por quem tenha habilitação para postular em juízo
(advogado constituído ou dativo ou defensor público)
Assim, em caso de falecimento do condenado, sucessores ou herdeiros não o
sucederão no procedimento porque não mais subsistirá a necessidade de reinserção
social do condenado.
Instrução (art. 744 CPP)
O pedido de reabilitação deve ser instruído com certidões, atestados e quaisquer
outros documentos que comprovem a regeneração do reabilitando, além de provar o
ressarcimento do dano causado pelo crime ou a real impossibilidade de fazê-lo.
 
Reexame necessário – (art. 746 CPP)
 
07/02/2023 23:43 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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O deferimento do pedido de reabilitação criminal provoca o reexame necessário –
outrora denominado recurso de ofício – ou seja, a análise da sentença por órgão
jurisdicional hierarquicamente superior.
Quanto ao indeferimento, dele cabe recurso de apelação (art. 593, II, do CPP).
 
Efeitos da reabilitação
a) assegurar o sigilo dos registros referentes ao processo e à condenação.
Como já observado acima, o sigilo é relativo, pois não alcança o juízo criminal, que
pode solicitar informações (art. 748 CPP)
 
b) excluir os efeitos secundários da condenação (art. 93, parágrafo único, do CP),
desde que aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano,
nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a
Administração Pública; ou quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo
superior a 4 (quatro) anos nos demais casos. 
Hipóteses
Perda de cargo, função pública ou mandato eletivo (art. 92, I)
Importante destacar que o interessado jamais será reintegrado, ou seja, a partir do
deferimento da reabilitação, ele poderá ser prestado novo concurso, receber nova
nomeação.
 
Incapacidade para o exercício do poder familiar, da tutela ou da curatela (art. 92,
II)
Nos crimes dolosos sujeitos à pena de reclusão cometidos contra outrem igualmente
titular do mesmo poder familiar, contra filho, filha ou outro descendente ou contra
tutelado ou curatelado.
Importante frisar que a reabilitação jamais será restabelecida em face da pessoa
sobre a qual o reabilitado perdeu tal poder 
 
Inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de
crime doloso (art. 92, III)
Importante ressaltar que a inabilitação para dirigir veículo automotor é imposta para
crimes de trânsito praticados de forma intencional.
 
Revogação – art. 95 CP
 
07/02/2023 23:43 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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Art. 95 - A reabilitação será revogada, de ofício ou a requerimento do MP, se
o reabilitado for condenado, como reincidente, por decisão def, a pena que
não seja de multa.
 
De ofício ou a requerimento ministerial, a reabilitação será revogada se a pessoa, já
reabilitada, for condenada, como reincidente, por decisão definitiva, a pena privativa
de liberdade ou convertida em pena restritiva de direitos.
Logo, decorrido o prazo de 05 anos, contados a partir do cumprimento ou da extinção
da pena do crime anterior, a nova condenação não acarretará a revogação.
07/02/2023 23:44 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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Módulo 2
Medida de Segurança
 
Legislação
 
Art. 96. As medidas de segurança são:
I - Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta,
em outro estabelecimento adequado;
II - sujeição a tratamento ambulatorial.
Parágrafo único - Extinta a punibilidade, não se impõe medida de segurança
nem subsiste a que tenha sido imposta.
Imposição da medida de segurança para inimputável
Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação
(art. 26). Se, todavia, o fato previsto como crime for punível com detenção,
poderá o juiz submetê-lo a tratamento ambulatorial.
Prazo
§ 1º - A internação, ou tratamento ambulatorial, será por tempo
indeterminado, perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia
médica, a cessação de periculosidade. O prazo mínimo deverá ser de 1 (um)
a 3 (três) anos.
Perícia médica
§ 2º - A perícia médica realizar-se-á ao termo do prazo mínimo fixado e
deverá ser repetida de ano em ano, ou a qualquer tempo, se o determinar o
juiz da execução.
Desinternação ou liberação condicional
§ 3º - A desinternação, ou a liberação, será sempre condicional devendo ser
restabelecida a situação anterior se o agente, antes do decurso de 1 (um)
ano, pratica fato indicativo de persistência de sua periculosidade.
§ 4º - Em qualquer fase do tratamento ambulatorial, poderá o juiz
determinar a internação do agente, se essa providência for necessária para
fins curativos.
Substituição da pena por medida de segurança para o semi-
imputável
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Art. 98 - Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste Código e
necessitando o condenado de especial tratamento curativo, a pena privativa
de liberdade pode ser substituída pela internação, ou tratamento
ambulatorial, pelo prazo mínimo de 1 (um) a 3 (três) anos, nos termos do
artigo anterior e respectivos §§ 1º a 4º.
Direitos do internado
Art. 99 - O internado será recolhido a estabelecimento dotado de
características hospitalares e será submetido a tratamento.
 
Notas introdutórias
A medida de segurança diz respeito às hipóteses de inimputabilidade, a saber:
decorrência de doença mental ou de desenvolvimento mental incompleto ou
retardado, que retire do agente a capacidade de entendimento e
autodeterminação (art. 26 e parágrafo único CP);
 
menoridade (art. 27 CP);
 
embriaguez completa e involuntária proveniente de caso fortuito ou força maior,
que retire do agente a capacidade de entendimento de autodeterminação (art.
28 CP).
 
Importante ressaltar que a medida de segurança somente se aplica à hipótese
mencionada na primeira hipótese supra.
No tocante à menoridade, é aplicável a medida socio-educativa, prevista no Estatuto
da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90).
Em relação à embriaguez, na hipótese acima destacada, comporta absolvição própria,
sem aplicação de qualquer sanção penal.
 
Conceito
Espécie de sanção penal imposta pelo Estado aos inimputáveis (art. 26, caput, CP), e
passível de aplicação aos semi-imputáveis (art. 26, parágrafo único, CP) visando a
prevenção do delito, com a finalidade de evitar que o agente que apresente
periculosidade volte a delinquir.
 
Pressupostos de aplicação das medidas de segurança
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1) prática de fato típico e ilícito
Embora exista prova para a condenação, aplica-se a medida de segurança diante da
inviabilidade da pena.2) periculosidade do agente
Diz respeito à potencialidade de praticar ações delituosas (o chamado “juízo prognose”).
A periculosidade se divide em presumida e em real:
a) periculosidade presumida . decorre de previsão legal. Logo, a presunção é absoluta e
independe de prova.
Assim, o magistrado é obrigado a impor ao agente a medida de segurança. Ex.
inimputável (art. 26, caput, CP).
b) periculosidade real . deve ser provada no caso concreto. Ex. semi-imputável (art. 26,
parágrafo único, CP)
 
3) não tenha ocorrido a extinção da punibilidade
Para que se aplique legitimamente a medida de segurança é necessário que o Estado
ainda possua pleno direito de punir (art. 96, parágrafo único, CP).
 
Finalidade
O objetivo da medida de segurança é nitidamente preventivo. Visa tratar o inimputável e
semi-imputável que demonstram potencialidade para promover futuras ações delituosas.
 
Espécies de medida de segurança
Detentiva (art. 96, I)
. internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico. Destina-se àqueles
envolvidos em crimes apenados com regime de reclusão (art. 97).
Restritiva (art. 96, II)
. sujeição da pessoa a tratamento ambulatorial (sem internação). Destina-se àqueles
envolvidos em crimes apenados com regime de detenção (art. 97).
 
Aplicação da medida de segurança
a) INIMPUTÁVEL (art. 26, caput)
07/02/2023 23:44 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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O inimputável que pratica uma infração penal é absolvido (art. 386, VI, CPP). Não se
aplica pena por ausência de culpabilidade.
Diante da periculosidade do agente, é imposta uma medida de segurança (art. 386,
parágrafo único, III, CPP, denominada ‘sentença absolutória imprópria’).
Importante consultar a súmula 422 do STF, segundo a qual a absolvição criminal não
prejudica a medida de segurança, quando couber, ainda que importe privação da
liberdade.
 
b) SEMI-IMPUTÁVEL (art. 26, parágrafo único)
O semi-imputável que pratica uma infração penal é condenado (art. 387 CPP).
Nessa hipótese, embora diminuída a culpabilidade, autoriza-se a imposição de pena, com
redução de 1/3 a 2/3.
 
Hipótese de substituição de pena reduzida por medida de
segurança
Esta hipótese é específica ao semi-imputável!
Assim, se a periculosidade do condenado necessitar de tratamento curativo, a pena
reduzida pode ser substituída por medida de segurança.
Justifica-se a substituição diante da vedação de dupla sanção, ou seja, aplicação conjunta
ou subsequente de pena e medida de segurança.
 
Sistemas de aplicação de sanção penal
 
Vicariante ou unitário (atual art. 98 CP)
Só se pode aplicar uma das sanções: pena ou medida de segurança.
Então, ao semi-imputável somente se admite aplicar pena reduzida ou medida de
segurança.
 
Duplo binário
O sistema do duplo binário permite a imposição de pena e de medida de segurança, em
razão de mesmo fato ilícito.
No Brasil, o sistema do duplo binário foi substituído com a reforma da Parte Geral do
Código Penal, pela Lei nº 7.209/84.
07/02/2023 23:44 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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Até tal substituição, era possível a imposição ao semi-imputável perigoso de cumprimento
de pena privativa de liberdade e, ao final desta, caso subsistisse a periculosidade, o
sujeito era submetido à medida de segurança.
 
Prazos referentes à medida de segurança
Prazo mínimo
A internação ou o tratamento ambulatorial tem duração mínima de 1 a 3 anos (art. 97, §
1º, parte final, CP).
Importante ressaltar que o prazo não é de um ou três anos, mas intervalo temporal que
varia de 1 a 3 anos, obrigatoriamente definido na sentença judicial, no caso concreto.
 
Finalidade do prazo mínimo
A fixação do prazo mínimo se destina à realização do exame de cessação da
periculosidade.
 
Prazo máximo
A internação ou o tratamento ambulatorial não apresenta um prazo máximo determinado.
O art. 97, § 1º, primeira parte, do CP prevê que a medida de segurança durará “enquanto
não for averiguada, mediante perícia médica, a cessação de periculosidade”.
A razão jurídica é a proteção própria do indivíduo e a proteção da coletividade.
O panorama sobre a incerteza do tempo máximo de sujeição à qualquer medida de
segurança provoca debates no meio jurídico.
Afinal de contas, a Constituição Federal veda pena de prisão perpétua (art. 5°, XLVII,
“b”).
Por outro lado, o Código Penal prevê que o tempo de cumprimento das penas privativas
de liberdade não podem ser superior a 40 (quarenta) anos (art. 75 do CP, com redação
dada pela Lei nº 13.964, de 2019).
A razão é simples: o agente deve manter a esperança de liberdade e, assim, aceitar a
disciplina estatal.
 
Posição jurisprudencial do STF sobre o prazo máximo
Se o imputável é protegido pelo limite temporal de 40 (quarenta) anos para o
cumprimento de pena privativa de liberdade (art. 75 CP), não pode um inimputável,
doente, ser internado por prazo indeterminado. Do contrário, a sanção poderia assumir
natureza de perpetuidade.
07/02/2023 23:44 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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Convém observar o excerto da decisão abaixo reproduzida:
“(...) A prescrição da medida de segurança deve ser calculada pelo máximo da pena
cominada ao delito cometido pelo agente, ocorrendo o marco interruptivo do prazo pelo
início do cumprimento daquela, sendo certo que deve perdurar enquanto não haja
cessado a periculosidade do agente, limitada, contudo, ao período máximo de 30 (trinta)
anos, conforme a jurisprudência pacificada do STF. (...)” RHC nº 100383 AP-AMAPÁ, Rel.
Min. LUIZ FUX, 1ª T, DJe �⁄��⁄��.
Como a posição da jurisprudência do STF compreende que a medida de segurança deve
ser limitada ao período máximo admitido pela legislação penal, o tempo deverá saltar de
30 (trinta) para 40 (quarenta) anos, em decorrência da mencionada alteração legislativa.
 
Posição jurisprudencial do STJ sobre o prazo máximo
O inimputável não pode ser tratado de forma mais gravosa do que o imputável.
Dessa forma, o tempo de duração máxima da medida de segurança não deve ultrapassar
o limite máximo de pena cominada em abstrato ao delito praticado, com fundamento nos
princípios constitucionais da isonomia e da proporcionalidade.
Nestes termos, a súmula 527-STJ dispõe que o “tempo de duração da medida de
segurança não deve ultrapassar o limite máximo da pena abstratamente cominada ao
delito praticado”, posição que se mostra mais adequada.
 
Perícia médica
Art. 97 § 2º - A perícia médica realizar-se-á ao termo do prazo mínimo fixado e
deverá ser repetida de ano em ano, ou a qualquer tempo, se o determinar o
juiz da execução.
 
É facultado ao sentenciado a contratação de médico particular de sua confiança pessoal,
com o fim de orientar e acompanhar o tratamento.
Se houver divergência entre o entendimento oficial público e o particular, o juízo das
execuções decidirá a respeito (art. 43 e parágrafo único, da LEP).
A finalidade da perícia médica é constatar a cessação de periculosidade.
Desinternação e Liberação condicionais
Se o magistrado concluir pela cessação de periculosidade, ele deverá determinar a
SUSPENSÃO da execução da medida de segurança, determinando a:
a) desinternação de quem esteja submetido a internação em hospital de custódia e
tratamento psiquiátrico;
b) liberação de quem esteja sujeito a tratamento ambulatorial
07/02/2023 23:44 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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Em qualquer uma das hipóteses acima, são impostas condições obrigatórias e,
porventura, facultativas a pessoa.
 
Condições obrigatórias (arts. 132 e 178, da LEP)
a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho;
b) comunicar periodicamente ao juiz suaocupação;
c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem prévia autorização
deste.
 
Condições facultativas (arts. 132 e 178, da LEP)
a) não mudar de residência sem comunicar ao juízo e à autoridade responsável pela
observação cautelar e de proteção;
b) recolher-se à habitação em hora fixada;
c) não frequentar determinados lugares.
 
Hipótese de revogação da desinternação e da liberação de medida de segurança
Se o agente praticar fato indicativo da manutenção da sua periculosidade (art. 97, §3º,
CP), antes do decurso de 1 (um) ano.
 
Direito da pessoa sujeita à medida de segurança
Art. 99 - O internado será recolhido a estabelecimento dotado de características
hospitalares e será submetido a tratamento
 
A sentença impositiva de medida de segurança detentiva não pode obrigar o sujeito à
internação em estabelecimento prisional comum, sob pena de ser submetido a
constrangimento ilegal.
Casuística
Internação compulsória para o dependente químico
Caso o dependente não queira se internar, recorre-se às internações involuntária ou
compulsória, com fundamento na Lei nº 13.840, de 05 de junho de 2019.
De acordo com a referida lei, a internação compulsória de dependentes químicos não
necessitam de autorização judicial.
07/02/2023 23:44 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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A internação involuntária deverá ser realizada em unidades de saúde e hospitais gerais,
desde que sob prazo não superior a 90 (noventa) dias, para a devida desintoxicação da
pessoa, em sintonia com o entendimento médico.
 
Aplicabilidade cautelar
Dentre as hipóteses de medidas cautelares diversas do cárcere, o art. 319 prevê:
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com
violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou
semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração; (Incluído
pela Lei nº 12.403, de 2011).
 
Então, podemos considerar a hipótese acima como medida de segurança provisória?
Bem, não se trata de medida de segurança porque esta depende de sanção penal.
Contudo, sem dúvida, cuida de providência acautelatória, dispensada àqueles que
praticam delitos mediante violência ou grave ameaça, condicionada à laudo pericial que
constate ser o agente inimputável ou semi-imputável, com risco potencial de reiteração
criminosa.
 
 
 
07/02/2023 23:44 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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MÓDULO 3
 
Ação penal – arts. 100 a 106 do Código Penal
 
Legislação:
 
Ação penal pública e ação penal privada
Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido.
§ 1º - A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a lei o exige, de representação do ofendido ou
da Justiça.
§ 2º - A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-lo.
§ 3º - A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de ação pública, se o Ministério Público não oferece denúncia n
§ 4º - No caso de morte do ofendido ou de ter sido declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou de 
ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. 
A ação penal no crime complexo
Art. 101 - Quando a lei considera como elemento ou circunstâncias do tipo legal fatos que, por si mesmos, constituem crim
relação àquele, desde que, em relação a qualquer destes, se deva proceder por iniciativa do Ministério Público.
 
Irretratabilidade da representação
Art. 102 - A representação será irretratável depois de oferecida a denúncia.
Decadência do direito de queixa ou de representação
Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou de representação se não o exe
(seis) meses, contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, d
prazo para oferecimento da denúncia.
Renúncia expressa ou tácita do direito de queixa
Art. 104 - O direito de queixa não pode ser exercido quando renunciado expressa ou tacitamente.
Parágrafo único - Importa renúncia tácita ao direito de queixa a prática de ato incompatível com a vontade de exercê-lo; não
de receber o ofendido a indenização do dano causado pelo crime.
Perdão do ofendido
Art. 105 - O perdão do ofendido, nos crimes em que somente se procede mediante queixa, obsta ao prosseguimento da ação.
Art. 106 - O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito:
I - se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita;
II - se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros;
III - se o querelado o recusa, não produz efeito.
§ 1º - Perdão tácito é o que resulta da prática de ato incompatível com a vontade de prosseguir na ação.
§ 2º - Não é admissível o perdão depois que passa em julgado a sentença condenatória.
 
Conceito
Ação penal é o direito de invocar-se o Poder Jurisdicional, no sentido de aplicar o direito penal objetivo (José Frederico Marques).
Critérios de classificação
 
07/02/2023 23:44 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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As ações penais são classificadas de acordo com o objeto jurídico do delito e em conformidade com o interesse da vítima n
 
Espécies de ação penal
Pública 1. incondicionada
 2. condicionada . à representação do ofendido ou à requisição do Ministro da Justiça
Privada 1. exclusiva
 2. personalíssima
 3. Subsidiária
 
Natureza Titularidade Órgão Peça
Pública Estado Ministério Público Denúncia
Privada Ofendido Particular Queixa-crime
 
Espécies
 
Pública
Incondicionada Pelo Ministério Público No silêncio da lei ou seja
não condicionada ou med
Condicionada
Representação do ofendido ou
representante legal
Menor de 18
Incapaz
Morte: Cônjuge, ascende
irmão
Requisição do Ministro da Justiça 
Privada
Exclusivamente/propriamente dita Titular ou representante legal
Menor de 18
Incapaz
Morte: Cônjuge, ascende
irmão
Personalíssima Somente pode se intentada pelo
próprio ofendido Art. 236 CP
Subsidiária da Pública
Quando o MP perde o prazo
(inerte).
 
 
Direito da vítima ou seu r
de oferecer a queixa-crim
APPública em 6 meses.
 
 
 
 
Ação penal pública (art. 100, 1ª parte, CP)
07/02/2023 23:44 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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Noções gerais
A conduta do sujeito lesa um interesse jurídico de intensa relevância.
Ocorrido o delito, a autoridade policial procede de ofício.
Em juízo, a ação penal deve ser exercida privativamente
 pelo Ministério Público (art. 129, I, CF)
 
Princípios específicos 
Obrigatoriedade ou legalidade – art. 24 CPP
 
O Ministério Público tem o dever de ajuizar a ação penal, desde que presentes a prova da materialidade e indícios suficientes de autor
razão de que as infrações penais não podem ficar impunes, pois há um interesse público indisponível na apuração da autoria e na
culpados.
Exceção: lei 9.099/95. Prevê que nas infrações penais de menor potencial ofensivo o MP pode oferecer denúncia ou propor transação
não se dá com base em critérios subjetivos, pois depende do cumprimento de requisitos legais – art. 76. É o denominado prin
discricionariedade regrada.
 
Indisponibilidade
 
O Ministério Público não pode abrir mão da ação penal ajuizada (art. 42 CPP), abandonando-a ou desistindo do processo movido ou d
576 CPP).
É corolário da obrigatoriedade, eis que de nada adiantaria obrigar a ingressar com o procedimento se posteriormente lhe fosse permitid
 
Oficialidade
 
Os órgãos incumbidos de atuar na persecução penal na ação penal pública devem ser públicos – oficiais - pois a atividadeali desenvolv
do Estado.
 
Indivisibilidade
 
O Ministério Público deve processar todos os coautores e partícipes da infração penal. Ora, se o exercício da ação penal é pública, não
escolher quem pretende processar.
 
Intranscendência
 
A ação penal somente pode ser intentada contra os supostos sujeitos ativos da infração penal, nunca contra seus sucessores.
Tal regra decorre do princípio da personalidade da pena (art. 5º, XLV, CF), dela não cabendo responsabilidade aos seus herdeiros.
Portanto, caso ocorra a morte do agente, será reconhecida extinta sua punibilidade.
 
Espécies de ação penal pública
Ação penal pública incondicionada
Seu exercício não se subordina a qualquer requisito.
Ação penal pública condicionada
07/02/2023 23:44 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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Seu exercício depende de certas condições:
a) representação por iniciativa do ofendido, então a ação será denominada ação penal condicionada à representação do ofendido;
b) requisição do Ministro da Justiça, então a ação será chamada ação penal pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça.
 
Ação penal pública incondicionada
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do ac
pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.
Procedimento
. denúncia (art. 41 CPP): . fato criminoso
 . circunstâncias do crime
 . qualificação do acusado 
 . classificação do delito
 . rol de testemunhas
 
A denúncia é a petição inicial acusatória apta a produzir efeitos em uma ação penal pública.
 
Com ela, busca-se instaurar a ação penal competente para a apuração de crime, podendo ser de natureza condicionada ou
 
A denúncia é narrativa e demonstrativa. Narrativa, porque deve revelar o fato com todas as suas circunstâncias, isto é, como a pesso
que empregou, o malefício que produziu, os motivos que o determinaram a isso, a maneira por que a praticou, o lugar onde
Demonstrativa, porque deve descrever o corpo de delito, dar as razões de convicção ou presunção e nomear as testemunhas e informan
 
Requisitos – art. 41 CPP
Os requisitos da denúncia estão elencados no art. 41 do CPP. São eles:
 
Exposição do fato criminoso
 
A exposição do fato criminoso significa abordar todas as particularidades presentes ao acontecimento, aptas a influir acerca de sua pres
Nesse contexto, releva tratar de qualificadoras, casos de aumento de pena ou agravantes genéricas de pena, data, horário, local, dentre
Deve-se, também, abordar se o delito foi consumado ou tentado; se culposo, qual a modalidade de culpa; a presença de coautoria ou p
Qualificação do acusado
 
Qualificar o acusado significa lançar os dados de identificação ao acusado. Caso não seja possível, deve-se descrever outros elementos c
lo, como apelidos, descrição física e eventual presença de características que possam contribuir para a sua identificação, como cicatrizes
O CPP permite que a qualificação do acusado possa ser emendada, a qualquer tempo, inclusive na fase de execução (art. 259 CPP).
 
Qualificação jurídica do crime
 
É o enquadramento legal dos fatos à norma; a atribuição de um tipo penal correspondente à conduta adotada pelo acusado.
Importante sua correta atribuição, pois determina a fixação da competência, do rito processual, do cabimento de benefícios legais como
No entanto, em caso de equívoco no enquadramento típico, prevalecerá, para efeito de competência, a correta classificação legal a ser e
final da instrução probatória, antes ou ao prolatar a sentença.
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O erro não causa inépcia da inicial ou nulidade do processo, pois o réu se defende dos fatos e a ele imputados (art. 383 CPP). Só ocorre
descrição dos fatos for de tal forma deficiente que impeça à defesa determinar qual o objeto da acusação.
 
Rol de testemunhas
 
Devem ser arroladas na denúncia, sob pena de preclusão (perda de um direito pelo não exercício no tempo e/ou modo prescritos em lei
poderá exigir a oitiva de pessoa alguma.
Todavia é possível que a acusação requeira que o juiz ouça testemunhas na qualidade de testemunhas do juízo, que ficará ao arbítrio do
 
Prazo para o oferecimento
 
O prazo para oferecimento de denúncia é de 5 dias, se o réu estiver preso, e de 15 dias, se solto (art. 46 CPP).
 
 
Ação penal pública condicionada à representação do ofendido
Nesta modalidade de ação penal o interesse do ofendido prevalece diante do interesse público na repressão do crime.
Justifica-se a imposição de condição para o exercício do poder dever estatal diante da possibilidade de o processo pode gerar mais dano
resultantes do delito em si.
Assim, o Estado confere à vítima ou ao seu representante legal a possibilidade de expressar seu desejo ou não de ver iniciada a ação pe
Portanto, a representação consiste em o ato pelo qual o ofendido ou seu RL expressa a vontade de que a ação penal seja iniciada (39 
 
Procedimento para a representação
Como regra geral, observa-se o conteúdo do art. 39 do CPP, ou seja, o ofendido ou representante legal, pessoalmente ou por procurad
declaração escrita ou oral ao juiz, ao Ministério Público ou à autoridade policial.
 
Prazo para oferecimento de representação
O prazo para o oferecimento de representação é de até 6 meses, contado da data do conhecimento da autoria delitiva, sob pena de dec
É possível a retratação da representação, ou seja, voltar atrás em sua intenção de ver determinada pessoa responsabilizada criminalme
até o oferecimento da denúncia (art. 102 CP). Depois disso, é considerada irretratável.
Exceção à possibilidade de retratação vem estampada na Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/06), que impede a retratação, como resto
Tribunal Federal, na Reclamação nº 17.025, de relatoria da Ministra Cármen Lúcia, julgado em 19/03/2014).
 
Ação penal pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça
São duas as hipóteses que envolvem a ação penal pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça:
crimes contra a honra praticados contra o Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro, desde que não configurem crim
nacional (art. 145, parágrafo único, 1ª parte, CP);
crimes praticados por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil (art. 7º, §3º, CP).
 
Em ambas as situações, não há prazo certo para a promoção da referida requisição, podendo ser realizada enquanto não for extinta a p
 
Condições da Ação
Legitimidade;
Interesse processual;
Possibilidade jurídica do pedido.
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Aferível no início do processo: caso ausente algum destes o juiz deverá declarar o autor CARECEDOR DA AÇÃO, nos termos do a
Denúncia ou Queixa.
Aferível no curso do processo: gera nulidade processual, desde o início, nos termos do art. 563, II, CPP.
Isso se dá por se tratar de questão de ORDEM PÚBLICA, razão pela qual podem ser conhecidas pelo juiz de ofício, a qualquer tempo e g
 
LEGITIMIDADE DE PARTE ‘ad causam’
. É a pertinência subjetiva da ação. Nos 2 polos da ação (ativa/passiva).
Ex. ATIVA: quando a ação penal deve ser proposta pelo MP nas ações penais públicas e pelo particular nas ações penais privadas.
Ex. PASSIVA: quem deve ocupar validamente o polo. Somente pode ser o sujeito ativo de crime, isto é, pessoa maior de 18 anos.
INTERESSE DE AGIR
. Também chamado ‘interesse processual’.
Far-se-á presente sempre que o ajuizamento da ação penal for necessáriopara a satisfação do direito material e além disso quando fo
(adequada).
É a verificação do binômio necessidade-adequação. Quando alguém pratica um crime, o Estado não pode imediatamente colocar o ag
prevista em lei. Precisa antes de processá-lo e obter uma sentença condenatória definitiva (necessidade). E a ação penal deve respeitar
seja o Ofendido.
 
POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO
. É o tipo legal que dá o caráter criminoso ao fato. Se se processar alguém por fato atípico é carecedor da ação por este motivo.
 
Ação penal privada (art. 100, 2ª parte, CP)
Na ação penal privada, o direito do ofendido pelo crime sobrepõe-se ao interesse público.
Por isso, o Estado transfere ao particular o direito de acusar, mas mantém o direito de punir.
 
Espécies
Ação penal exclusiva. somente pode ser proposta pelo ofendido ou pelo seu representante legal (art. 100, §2º, CP).
 
Ação penal personalíssima . somente pode ser proposta pelo ofendido (art. 100, §2º, CP).
 
Ação penal subsidiária . cabível na hipótese de o Ministério Público deixar de oferecer denúncia no prazo legal (100, §3º).
 
Princípios da Ação Penal Privada
 
Oportunidade, discricionariedade ou conveniência
O ofendido poderá optar livremente por ajuizar ou não queixa-crime segundo lhe convier, desde que dentro do prazo legal decadencial 
Funda-se no interesse particular do ofendido na solução criminal da lide.
 
Disponibilidade
Uma vez ajuizada a queixa-crime, o ofendido poderá desistir da ação penal privada a qualquer tempo. É corolário do princípio ante
propor a ação não pode ser obrigado a continuar nela. Pode se utilizar da perempção e o perdão do ofendido para tanto.
 
Indivisibilidade
A ação penal privada deve ser motivada em face de todos os agentes conhecidos.
Se algum dos autores do crime não for mencionado na queixa-crime, haverá, com relação a ele renúncia tácita ao direito de queixa.
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Como a lei estabelece que a renúncia com relação a um dos agentes a todos se estende (art. 49 CPP), tal situação enseja a renúnc
outros do crime e, consequentemente, a extinção da punibilidade.
 
Intranscendência
A ação penal somente pode ser ofertada contra os supostos sujeitos ativos a infração penal e nunca contra seus sucessores. É con
personalidade da pena (art. 5º XLV, CF), sem falar que com a morte do agente ocorre a extinção da punibilidade pela morte do agente.
 
Procedimento para a Ação Penal Exclusiva
Forma
Em sede de ação penal privada, a petição inicial é denominada queixa-crime, em regra apresentada em forma escrita, mediante
postulatória (advogado ou defensor).
A procuração deve conter poderes especiais, isto é, deve mencionar a existência de outorga de poderes específicos para o ingresso de
peça conter um resumo dos fatos delituosos, não bastando a mera referência ao tipo penal e o nome do querelado.
O objetivo de tais cautelas é resguardar o profissional de um futuro processo por suposta denunciação caluniosa.
Se a petição de queixa-crime for assinada pelo advogado e pelo querelante em conjunto, fica suprida a necessidade de transcreve
narrados na queixa-crime.
Requisitos – art. 41 CPP
. queixa-crime (art. 41 CPP): . fato criminoso
 . circunstâncias do crime
 . qualificação do acusado 
 . classificação do delito
 . rol de testemunhas
 
Requisitos – art. 41 CPP
Os requisitos da queixa-crime, assim como na hipótese da denúncia, estão elencados no art. 41 do CPP. São eles:
 
Exposição do fato criminoso
 
A exposição do fato criminoso significa abordar todas as particularidades presentes ao acontecimento, aptas a influir acerca de sua pres
Nesse contexto, releva tratar de qualificadoras, casos de aumento de pena ou agravantes genéricas de pena, data, horário, local, dentre
Deve-se, também, abordar se o delito foi consumado ou tentado; se culposo, qual a modalidade de culpa; a presença de coautoria ou p
Qualificação do acusado
 
Qualificar o acusado significa lançar os dados de identificação ao acusado. Caso não seja possível, deve-se descrever outros elementos c
lo, como apelidos, descrição física e eventual presença de características que possam contribuir para a sua identificação, como cicatrizes
O CPP permite que a qualificação do acusado possa ser emendada, a qualquer tempo, inclusive na fase de execução (art. 259 CPP).
 
Qualificação jurídica do crime
 
É o enquadramento legal dos fatos à norma; a atribuição de um tipo penal correspondente à conduta adotada pelo acusado.
Importante sua correta atribuição, pois determina a fixação da competência, do rito processual, do cabimento de benefícios legais como
No entanto, em caso de equívoco no enquadramento típico, prevalecerá, para efeito de competência, a correta classificação legal a s
final da instrução probatória, antes ou ao prolatar a sentença.
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O erro não causa inépcia da inicial ou nulidade do processo, pois o réu se defende dos fatos e a ele imputados (art. 383 CPP). Só ocorr
descrição dos fatos for de tal forma deficiente que impeça à defesa determinar qual o objeto da acusação.
 
Rol de testemunhas
 
Devem ser arroladas na denúncia, sob pena de preclusão (perda de um direito pelo não exercício no tempo e/ou modo prescritos e
poderá exigir a oitiva de pessoa alguma.
Todavia é possível que a acusação requeira que o juiz ouça testemunhas na qualidade de testemunhas do juízo, que ficará ao arbítrio do
 
Prazo para o oferecimento
 
O prazo para oferecimento de queixa-crime é, em regra, de 6 (seis) meses, contados do dia do conhecimento da autor
decadência.
 
Ação Penal Personalíssima
A titularidade do direito de ação é conferida por lei apenas e exclusivamente ao ofendido, sendo inviável o seu exercício por interméd
Portanto, não há sucessão por morte ou ausência.
Exemplo de aplicação está previsto no art. 236 e parágrafo único, CP, que trata da figura do “induzimento a erro essencial e oocultação 
 
 
Ação penal subsidiária
A ação penal subsidiária é cabível na hipótese de o Ministério Público deixar de oferecer denúncia no prazo legal (art. 100, §3º, CP).
Prazo
A ação deve ser intentada em até 6 (seis) meses, contado da data em que esgotar o prazo para manifestação do Ministério
 
Posturas que o Ministério Público poderá adotar
Diane de uma ação penal subsidiária, caberá ao Ministério Público:
. repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva: somente se a queixa-crime não preencher os requisitos previstos no art. 41 
. aditar a queixa-crime para corrigir; incluir corréu ou crime conexo não mencionado na queixa-crime; ou inserir qua
aumento de pena.
 
AÇÃO PENAL NOS CRIMES COMPLEXOS – art. 101 CP
 
O crime complexo resulta da fusão de dois ou mais tipos penais. Ex. roubo (art. 157) = furto + lesão corporal ou ameaça
Quando a lei considera como elemento ou circunstâncias do tipo legal fatos que, por si mesmos, constituem crimes, 
relação àquele, desde que, em relação a qualquer destes, se deva proceder por iniciativa do Ministério Público.
Nestes casos, a titularidade da ação penal é do Ministério Público se, em qualquer dos crimes que compõe o crime 
mediante ação penal pública.
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Obs. Ação penal adesiva
Denomina-se ação penal adesiva aquela movida pelo ofendido nos crimes de ação penal privada em litisconsórcio com o 
crimes de ação penal pública (Tourinho Filho), ou nos casos em que o ofendido se introduz noprocesso ao lado do
qualidade de assistente da acusação (José Frederico Marques).
 
Ação Penal Popular
Qualquer do povo é titular legítimo para propositura da AP. Não existe em nosso ordenamento. Qualquer legislação que dispusesse da c
seria inconstitucional em virtude dos art. 129, I e 5º, LIX CF.
 
Ação Penal Popular subsidiária
Criada pela MP 153/1990, que permitia a qualquer cidadão oferecer ação penal pelo crime de abuso de poder econômico caso o MP e
sem adoção de providências a seu cargo. Hoje revogada pela Lei 8.035/90.
 
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Módulo 4
Legislação:
 
Extinção da Punibilidade
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
I - pela morte do agente;
II - pela anistia, graça ou indulto;
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como
criminoso;
IV - pela prescrição, decadência ou perempção;
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de
ação privada;
VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;
VII - pelo casamento do agente com a vítima, nos crimes contra os
costumes, definidos nos Capítulos I, II e III do Título VI da Parte Especial
deste Código;(Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
VIII - pelo casamento da vítima com terceiro, nos crimes referidos no inciso
anterior, se cometidos sem violência real ou grave ameaça e desde que a
ofendida não requeira o prosseguimento do inquérito policial ou da ação
penal no prazo de 60 (sessenta) dias a contar da celebração;(Revogado pela
Lei nº 11.106, de 2005)
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
 
Introdução
 
Com criação da norma penal, o Estado passa a ostentar o direito de punir em abstrato
ou “jus puniendi” em abstrato, por meio do qual exige de todos que abstenham de
praticar a ação ou omissão definida no preceito primário do tipo penal.
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Quando a infração penal é praticada, surge para o Estado o direito de punir em
concreto ou “jus puniendi” em concreto. Através dele, o Estado exige do infrator que
se sujeite à sanção prevista no preceito secundário do tipo penal.
A punibilidade não é requisito do crime, mas sua consequência jurídica. Nesse
sentido: TACrimSP, 613.785, RT, 663:314-5.
Os requisitos do crime, sob o aspecto formal, são o fato típico e a antijuridicidade. A
culpabilidade constitui pressuposto da pena. A prática de um fato típico e ilícito, sendo
culpável o sujeito, faz surgir a punibilidade.
Nesse contexto, nto que surge a punibilidade, entendida como a possibilidade jurídica
da aplicação da sanção penal. Observe-se, contudo, que o direito de punir concreto
não é auto-executável, tratando-se de verdadeiro direito de coação indireta, uma vez
que sua satisfação depende da utilização de um processo penal – “nulla poena sine
judicio”.
 
Condições objetivas da punibilidade
 
Por razões de Política Criminal, por vezes, a lei condiciona o surgimento da
punibilidade com o concurso de requisitos ou circunstâncias de caráter objetivo,
independentes da conduta do agente e exteriores ao dolo.
Tais condições objetivas de punibilidade encontram-se dispersas na legislação – art.
7º, § 2º, “b” a “e”, CP.
 
 
Causas extintivas da punibilidade
 
O conteúdo do art. 107 do CP não é taxativo, mas exemplificativo. Isto porque causas
extintivas da punibilidade que extrapolam o rol desse dispositivo legal.
Como exemplo, note:
a) art. 82 CP: o término do período de prova do sursis, sem motivo para
revogação do benefício, faz com que o juiz decrete a extinção da punibilidade;
b) art. 90 CP: o término do período de prova do livramento condicional, sem
motivo para revogação do privilégio, opera a extinção da punibilidade;
c) art. 7º, § 2º, “d”, CP: se o agente cumpriu pena no estrangeiro pelo crime
lá cometido, opera-se a extinção da punibilidade em relação à pretensão
07/02/2023 23:44 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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punitiva do Estado brasileiro;
d) art. 312, § 3º, 1ª parte, CP: a reparação do dano no peculato culposo,
antes da sentença final irrecorrível, extingue a punibilidade;
e) art. 236 CP, em decorrência da morte da vítima;
f) pagamento da contribuição previdenciária antes do início da ação fiscal –
artigo 168 – A, p. 2º, CP;
g) art. 520 CPP: a desistência da queixa nos crimes contra a honra, formulada
em audiência judicial;
h) art. 59, parágrafo único, LCP: aquisição de renda superveniente na
contravenção penal de vadiagem;
i) art. 34, Lei nº 9.249/95: pagamento do tributo ou contribuição social,
inclusive acessórios, antes do recebimento da denúncia;
j) art. 89, § 5º, Lei nº 9.099/95: decurso do prazo de suspensão condicional
do processo sem revogação;
k) art. 171, § 2º, VI, e Súmula 554, STF: ressarcimento do dano antes do
recebimento da denúncia no crime de estelionato mediante emissão de cheque
sem provisão de fundos.
 
O momento de ocorrência, em regra, pode se dar antes da sentença final ou depois
da sentença condenatória irrecorrível. Cumpre salientar que determinadas causas
fazem desaparecer o direito de punir do Estado, impedindo-o de iniciar ou prosseguir
com a persecução penal. 
 
 
Efeitos das causas extintivas da punibilidade
 
Em regra, as causas extintivas da punibilidade só alcançam o direito de punir do
Estado, subsistindo o crime em todos os seus requisitos e a sentença condenatória
irrecorrível.
Excepcionalmente, a causa resolutiva do direito de punir fulmina o fato praticado pelo
agente e rescinde a sentença condenatória irrecorrível.
 Assim, os efeitos das causas extintivas da punibilidade operam “ex tunc” ou “ex
nunc”.
No primeiro caso, as causas extintivas têm efeito retroativo; no segundo, efeito para
o futuro, i. e., produzem efeito a partir do momento de sua ocorrência.
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Possuem efeito “ex tunc” a anistia e a lei nova supressiva de incriminação; as outras
causas têm efeito “ex nunc”, não retroagindo para excluir consequências já ocorridas.
As causas extintivas da punibilidade poderão ter efeitos amplos e restritos, conforme
o momento em que se verifiquem.
Caso operem antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória, impedirão
quaisquer efeitos decorrentes de uma condenação criminal, pois fazem extinguir a
pretensão punitiva estatal.
Por outro lado, se ocorrerem depois do trânsito em julgado, de regra, somente tem o
condão de apagar o efeito principal da condenação, que é a imposição da pena (ou
medida de segurança).
As exceções são a anistia e a “abolitio criminis”, as quais, mesmo sendo posteriores
ao transito em julgado, atingem todos os efeitos penais da sentença condenatória,
principais e secundários, permanecendo intocáveis, somente, os efeitos civis. Para
saber quais os efeitos das causas extintivas da punibilidade a seguir examinadas,
basta ter em mente essa regra.
 
Espécies de causas extintivas da punibilidade
 
Estão previstas no art. 107 CP as hipóteses de extinção da punibilidade, mas ainda há
outras causas de extinção de punibilidade previstas em outros artigos do próprio
Código Penal, em leis específicas e também na Constituição Federal, conforme
supracitado.
Segundo o artigo 107, do Código Penal, extingue-se a punibilidade:
i) pela morte do agente;
ii) pela anistia, graça e indulto;
iii) pela retroatividade da lei que não considera mais o fato como criminoso;
iv) pela prescrição, decadência ou perempção;
v) pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de
ação privada;
vi) pelo perdãojudicial, nos casos previstos em lei.
 
Hipóteses de extinção da punibilidade
 
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MORTE DO AGENTE – (art. 107, I, CP)
 
Por força do princípio “mors omnia solvit” (a morte tudo resolve), o óbito do sujeito
ativo da infração apaga todos os efeitos penais possíveis da prática de um delito.
Nem poderia ser diferente, pois a Constituição Federal foi clara ao determinar que a
pena não poderá passar da pessoa do condenado – salvo a obrigação de reparar o
dano e a declaração do perdimento de bens (art. 5º, LXV).
Trata-se de causa extintiva personalíssima. Sendo pessoal a responsabilidade penal, a
morte do agente faz com que o Estado perca o “jus puniendi”, não se transmitindo a
seus herdeiros qualquer obrigação de natureza penal.
Dessa forma, se o agente é condenado à pena de multa e morre antes de efetuar o
pagamento, a obrigação não se transmite aos herdeiros, sob pena de infringir preceito
constitucional, que diz que nenhuma pena passará da pessoa do delinquente (CF, art.
5º, XLV).
Entretanto, se se tratar de reparação do dano, ocorrendo a morte após o trânsito em
julgado da sentença condenatória, o interessado pode ingressar no juízo cível com a
execução para efeito de reparação do dano contra os herdeiros ou sucessores
universais do condenado falecido (art. 63 CPP).
Ocorrendo a morte do agente antes do trânsito em julgado da sentença final, o
ofendido pode intentar a “actio civilis ex delicto” (art. 64, CPP), vide o art. 5º, XLV, da
Constituição Federal.
A prova da morte do agente deve ser realizada por meio de certidão de óbito (art. 62,
CPP), não tendo validade a presunção legal do art. 6º do Código Civil, não sendo
suficiente a simples informação verbal.
Se, porventura, uma vez decretada a extinção da punibilidade pela morte do agente,
ficar provada a falsidade da certidão de óbito, há duas posições distintas da
jurisprudência:
1ª) se a sentença que decretou a extinção da punibilidade ainda não tiver
transitado em julgado, deve o órgão acusador interpor recurso em sentido
estrito, em face do que a ação penal terá prosseguimento, sem prejuízo da
responsabilidade penal do autor ou autores da falsidade. Se a sentença que
decretou a extinção da punibilidade já transitou em julgado, o processo não
pode ter andamento e contra o suposto morto não pode ser intentada ação
penal pelo mesmo objeto, restando a ação penal contra o autor ou autores da
falsidade. Não se admite revisão contra o réu. No sentido do texto: RT, 580:349
e 476:396;
2ª) ainda que a sentença que declarou extinta a punibilidade já tenha
transitado em julgado, o processo pode ter prosseguimento, salvo a ocorrência
de outra causa de extinção, como a prescrição (RTJ, 104:1063 e 93:986;
RJTJSP, 98:485; RT, 475:293).
Entende, a maioria da doutrina, caso se apure, após o trânsito em julgado da decisão
que extinguiu a punibilidade, que a certidão era falsa, não ser possível a reabertura
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do processo, sob pena de se permitir uma revisão da coisa julgada penal “pro
societate”, o que é vedado em nosso ordenamento jurídico. Restaria, apenas, apenas
processar os autores que promoveram a falsidade.
Todavia, a jurisprudência tem tomado novos rumos quando a isso, eis que o que gera
a extinção da punibilidade é a morte do agente e não o documenta que a atesta
indevidamente.
O STF já se posicionou contrário ao entendimento da impossibilidade de agressão à
coisa julgada:
Processual penal. Extinção da punibilidade amparada em certidão de óbito
falsa. Decisão que reconhece a nulidade absoluta do decreto e determina o
prosseguimento da ação penal, Inocorrência de revisão ‘pro societate’ e de
ofensa à coisa julgada (HC 104.998, Rel. Min.Dias Toffoli, 1ª Turma, DJe
085, p. 83).
O STJ segue no mesmo sentido:
Penal. Habeas corpus. Decisão que extinguiu a punibilidade do réu pela
morte. Certidão de óbito falsa. Violação à coisa julgada. Inocorrência.
O desfazimento da decisão que, admitindo por equívoco a morte do
agente, declarou a punibilidade, não constitui ofensa à coisa julgada.
Ordem denegada. (HC 31234/MG – 2003/0190092-8 – 5ª Turma, julgado
em 16/01/2003).
 
A declaração da extinção da punibilidade deverá ser precedida de oitiva do Ministério
Público e somente poderá fundar-se em certidão de óbito original (art. 62 CPP).
Evidentemente que a extinção da punibilidade constitui circunstancia incomunicável
em se tratando de concurso de pessoas.
 
ANISTIA, GRAÇA E INDULTO – (art. 107, II, CP)
 
Breves considerações
 
Os três institutos contemplam situações de “clemência soberana” em que o Estado,
por razão de Política Criminal, abdica de seu “jus puniendi”, em nome de uma
pacificação social. 
Há diferenças entre eles: a anistia se refere a fatos e depende de lei de competência
do Congresso Nacional (art. 21, XVII, e artigo 48, VII, CF); a graça e o indulto, por
sua vez, se referem a pessoas, e têm como instrumento normativo o decreto
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presidencial (art. 84, XII, CF), delegável a Ministros de Estado, ao Procurador- Geral
da República ou ao Advogado- Geral da União (art. 84, parágrafo único, CF).
Todos os três institutos são insuscetíveis de anistia, graça e indulto os crimes
hediondos e assemelhados – tráfico ilícito de entorpecentes, terrorismo e tortura (art.
5º, XLIII, CF e art. 2º, da Lei nº 8.072/90).
A Lei nº 9.455/97, ao dispor sobre o crime de tortura, veda a anistia e a graça,
embora silente sobre o indulto. Apesar disso, entende-se que também o crime de
tortura é insuscetível de indulto, por força da interpretação sistemática conferida ao
art. 5º, XLIII, da CF.
É indiferente, de outra parte, a natureza da ação penal para fins de admitir a anistia,
graça ou indulto. Incidem, portanto, em crimes de ação pública e de ação privada.
Lembre-se que, na última hipótese, o “jus puniendi” continua sendo estatal, pois o
ofendido somente recebe o “jus persequendi in judicio” – direito de ajuizar a ação.
 
Anistia – (art. 107, II, CP)
 
A anistia consiste em o esquecimento jurídico do ilícito. Seu objeto são fatos – e não
pessoas - definidos como crimes, em regra, de natureza política, militar ou eleitoral,
excluindo-se os crimes comuns.
Pode ser concedida antes ou depois da condenação e, como o indulto, pode ser total
ou parcial.
Uma vez concedida, a anistia extingue todos os efeitos penais, inclusive o
pressuposto de reincidência, permanecendo, contudo, a obrigação de indenizar.
É veiculada por meio de lei penal, cujo efeito é benéfico. Portanto, é retroativo e não
pode ser revogada por lei posterior.
Classifica-se em:
Própria: se anterior ao trânsito em julgado da sentença condenatória;
Imprópria: quando posterior ao trânsito em julgado da sentença condenatória.
Geral ou plena: quando não impõe o preenchimento de nenhum requisito;
Parcial ou restrita: quando o faz, isto é, impõe o preenchimento de requisitos.
Incondicionada: quando independe da prática de algum ato por parte dos
beneficiários;
Condicionada: se depender da prática de algum ato por parte dos beneficiários,
por exemplo, deposição de armas, demonstração pública de arrependimento,
obrigação de satisfazer os danos causados pelo crime.
Especial: caso se refira a crimes políticos;
Comum: quando abrange outros crimes que não os de natureza política.
 
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Graça ou Indulto individual – (art. 107, II, CP)
Consiste em a concessão de clemência – perdão - ao criminoso pelo Presidente da
República, por meio de decreto

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