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TESTE RESPONDA AO QUIZ E DESCUBRA SE VOCÊ ESTÁ PREPARADO PARA SE TORNAR UM FRANQUEADO DE SUCESSO PASSOS FIRMES: Andrea Kohlrausch, à frente da Bibi Calçados, revela caminhos de resiliência, inovação e sustentabilidade O GUIA DO PEQUENO E MÉDIO EMPREENDEDOR PARADA OBRIGATÓRIA O esgotamento físico e mental causado pela falta de descanso pode custar a vida da empresa e do empresário O FUTURO DAS STARTUPS Com inteligência artificial, open innovation e soluções deep tech, setor seguirá em alta Totens carregadores unem utilidade e oportunidade ao criar novos espaços para publicidade DIRETO NA TELA MUITO ALÉM DO VERÃO Especialistas apontam os setores com maior potencial de lucro e compartilham dicas para prosperar não apenas no verão Com coragem e visão estratégica, FÁBIO LOUZADA acelerou no momento certo e transformou a Eu Me Banco Educação no maior ecossistema para profissionais do mercado financeiro do Brasil, com faturamento superior a R$55 milhões. ACELERAR OU FREAR? COMPREENDER O MOMENTO ATUAL DO SEU NEGÓCIO É CRUCIAL PARA TRAÇAR O CAMINHO: UMA ROTA RUMO AO SUCESSO OU UM DESVIO QUE LEVARÁ AO FRACASSO GES179_01_Capa.indd 1GES179_01_Capa.indd 1 07/12/2024 15:5207/12/2024 15:52 Telegram @clubederevistas https://t.me/clubederevistas Graciliano Ramos retrata a dura realidade do sertão nordestino em ‘Vidas Secas’, descrevendo a vida árida e implacável de uma família de retirantes. Uma obra-prima que choca e emociona, deixando uma marca indelével na alma de quem a lê. Ou acesse www.escala.com.br NAS LIVRARIAS TEMPLATE VIDAS SECAS.indd 1TEMPLATE VIDAS SECAS.indd 1 10/05/2024 15:43:2710/05/2024 15:43:27 Telegram @clubederevistas Em um cenário econômico em constante mutação, marcado por incertezas e desafios inesperados, saber interpretar os sinais do mercado a fim de tomar decisões estratégicas é crucial para a sobrevivência e o sucesso do seu negócio. Ou seja, é preciso saber se o momento é ideal para acelerar o ritmo, investindo em expansão e inovação, ou se na verdade é melhor pisar no freio, para consolidar as conquistas e otimizar recursos. A matéria de capa desta edição pro- põe exatamente essa reflexão, que vai ajudar você, empreendedor, a vencer esse dilema, fornecendo ferramen- tas e insights para identificar o cami- nho mais adequado ao seu negócio. Apresentamos análises de especialis- tas, cases de sucesso e estratégias efi- cazes com o intuito de navegar pelas turbulências do mercado e alcançar resultados expressivos. Mais do que uma simples escolha entre dois cami- nhos, vamos contribuir para traçar uma rota segura rumo à vitória, evitando os desvios que podem levar à derrota. Em Entrelinhas, ANDREA KOHLRAUSCH 1 , CEO da Calçados Bibi, empresa fundada por seu avô, vem se destacando em um ambien- te corporativo predominantemente masculino. Encerrando um processo sucessório de sete anos, ela assumiu a liderança da empresa e reestruturou o franchising da marca, expandindo-a para 65 cidades no Brasil e internacio- nalmente. Confira essa história. Em Deu Certo, DANILO LESSA RODRIGUES 2 conta como criou a Café Quilombo, marca que se destaca pela representatividade negra e pela sustentabilidade. Utilizando grãos ro- busta do Congo e do Brasil, a empresa prioriza a baixa necessidade de agro- tóxicos e a diversidade de cultivo, evi- tando a monocultura. Conheça ainda a trajetória de MIRIAM MEILER E SUA FILHA, MAYARA ZOLKO 3 , proprie- tárias da Suricake; elas produzem uns quadradinhos de wafer e chocolate so- brepostos que se tornaram a nova ma- nia gastronômica da capital paulista. Agora vamos falar sobre o verão. Com a chegada dessa época, muitos em- preendedores se perguntam quais negócios são mais lucrativos nesse período. Só vem à sua cabeça sorvete- rias? Esqueça! Segundo especialistas, setores como turismo e lazer, moda praia e acessórios, alimentação leve e saudável, beleza e até o setor automo- tivo também se beneficiam nesse perí- odo. Confira em Mapa da Mina. Comece o ano com o pé direito e com a Gestão&Negócios recheada de dicas e estratégias para você bombar em 2025. Vamos discutir sobre a importân- cia de empreendedores descansarem e tirarem férias para oxigenar a mente e garantir melhor produtividade. Além disso, abordaremos as próximas ten- dências, a divulgação em totens car- regadores de celular, o que podemos esperar do novo ano para o mercado de startups e muito mais. Nossos articulistas também começa- ram o ano dando uma injeção de âni- mo e inspiração que você precisa para melhorar as estratégias do seu negó- cio e caminhar rumo ao sucesso. Boa leitura, Juliana Klein Editora 3 E D I T O R I A L 2 3 1 © F O TO S: D IV U LG A Ç Ã O ABRE ASPAS Partir ou ficar GES179_03_AbreAspas.indd 3GES179_03_AbreAspas.indd 3 07/12/2024 09:5107/12/2024 09:51 Telegram @clubederevistas SUMÁRIO 179 TIME DE COLUNISTAS SEÇÕES FIXAS 06_ RADAR CORPORATIVO 31_ FRANCAMENTE 41_ FALA, GESTOR! 58_ OPINIÃO 75_ CONVERSA AFINADA 76_ EXPRESSÃO 78_ SINAPSE 81_ GESTÃO&VOCÊ 82_ FECHA ASPAS 05_ TREINAMENTO&CARREIRA Luiz Marins 11_ GESTÃO&SUSTENTABILIDADE Danilo Maeda 19_ EDUCAÇÃO&FINANÇAS Maurício Galhardo 27_ EMPREENDER&LIDERAR Elias Awad 57_ INSPIRAÇÃO&EMPODERAMENTO Erika Pessôa 65_ DIVERSIDADE&INCLUSÃO Daniele Avelino 49_ LÁNAFIRMA Caio Barroso ENTRELINHAS 12_ CALÇADOS BIBI À frente de uma das maiores indústrias de calçados do Brasil, Andrea Kohlrausch demonstra como a combinação de resiliên- cia, inovação e sustentabilidade torna-se a base da construção de um negócio de sucesso DEU CERTO 16_ CAFÉ QUILOMBO Um dos pilares da exportação brasileira desde o século 18, o ca- fé ganha agora uma nova iden- tidade com a marca Quilombo, que oferece grãos especiais cultivados e comercializados por empreendedores negros 54_ SURICAKE Uma receita com mais de 50 anos ressurgiu com o propósi- to de conquistar os paladares paulistanos: quadradinhos de wafer e chocolate tornaram-se a nova sensação gastronômica da capital MAPA DA MINA 20_ MUITO ALÉM DO VERÃO Que tal manter o seu negócio aquecido mesmo quando o ve- rão acabar? Especialistas reve- lam estratégias para que empre- sas com foco no período mais quente do ano continuem pros- perando em todas as estações. FRANQUIA 28_ VIVA O FRANCHISING Quarto maior mercado de fran- quias no mundo, o franchising brasileiro reflete brasilidade hu- mana, resiliente e inovadora em 22ª Convenção do setor TESTE 42_ ESTÁ PRONTO? O teste desta edição ajudará a identifi- car seu nível de conhecimento sobre o mercado de franquias e se você já está preparado para investir nesse negócio UP TO DATE 44_ POR UM FUTURO DISRUPTIVO Planejando combater a escassez de profissionais de TI, a iTalents e a Unyleya uniram-se para lançar um cur- so de graduação a distância na área UP TO DATE 48_ MERECIDO DESCANSO As pausas e as férias são mais do que um respiro recomendado aos empre- endedores: são essenciais para oxi- genar a mente, renovar as energias e impulsionar a produtividade DIGITAL 60_ PROPAGANDA CERTA Totens carregadores de celular em lojas são uma inovação que aumenta o tempo de permanência dos clientes, criando um ambiente mais envolvente e favorável à conversão e fidelização VIROU O JOGO 66_ DA PRISÃO AO SUCESSO Após um período conturbado em sua vida, Murillo Carizzio deu uma gui- nada, transformando sua trajetória e conquistando o sucesso no mundo do empreendedorismo DIGITAL 68_ A BOLA DA VEZ Especialistas apontam as tendências e o que podemos esperar de 2025 pa- ra o setor de startups, segmento cada dia maiorTESTE RESPONDA AO QUIZ E DESCUBRA SE VOCÊ ESTÁ PREPARADO PARA SE TORNAR UM FRANQUEADO DE SUCESSO PASSOS FIRMES: Andrea Kohlrausch, à frente da Bibi Calçados, revela caminhos de resiliência, inovação e sustentabilidade O GUIA DO PEQUENO E MÉDIO EMPREENDEDOR PARADA OBRIGATÓRIA O esgotamento físico e mental causado pela falta de descanso pode custar ainicial: R$18 mil Capital de giro: R$40 mil Faturamento médio mensal: R$43 mil Lucratividade média: 15% Prazo de retorno de investimento: de 20 a 24 meses CUOR DI CREMA Fundada em 2012, a Cuor di Crema oferece produtos 100% naturais, sem adição de aromatizantes, corantes e conservantes. São 150 receitas usando matérias-primas nacionais e importadas. Hoje há 10 lojas, sendo 6 em São Paulo (entre capital e região metropolitana) e outras 4 nas capitais do Piauí, Ceará e Maranhão, além do Rio de Janeiro, em Angra dos Reis. QUAIS OS PLANOS PARA 2025? Continuar o crescimento orgânico e ordenado, marcando presença nas principais regiões do País. Para o primeiro semestre, o projeto é avançar para Goiânia (GO), Santa Rosa (RS), Maceió (AL), Santos (SP) e Rio de Janeiro (RJ), além da expansão em Fortaleza, São Luís, Teresina e São Paulo capital. O objetivo é ultrapassar 25 unidades. RAIO-X MODELO QUIOSQUE Investimento inicial: a partir de R$475 mil (inclui: taxa de franquia) Taxa de franquia: R$70 mil Estoque inicial: R$10 mil Capital de giro: R$15 mil Faturamento médio mensal: R$80 mil Lucratividade média: 15% Prazo de retorno de Investimento: de 22 a 38 meses Rodrigo Balotin, Alex Lin, Rogério Arcanjo, sócios da Bubble Mix. GES179_20-26_MapadaMina.indd 24GES179_20-26_MapadaMina.indd 24 07/12/2024 17:5607/12/2024 17:56 Telegram @clubederevistas 25 © D IV U LG AÇ ÃO / M AR IA A Ç AÍ MILK CREAMERY Fundada em 2017, em Curitiba, a marca serve gelatos artesanais italianos além de milk-shakes, sobremesas e rolls, sorvete tailandês preparado na hora em uma chapa a -25oC e servido em rolinhos. De 2022 para cá, a Milk triplicou de tamanho, com 15 franquias abertas e mais 7 confirmadas para serem inauguradas até o fim do primeiro semestre de 2025. O faturamento cresceu mais de 300% e a expectativa é fechar o ano com R$10 milhões. A rede, que em 2022 faturou R$6 milhões, projeta fechar 2024 com uma receita de R$10,3 milhões. QUAIS OS PLANOS PARA 2025? Chegar a 30 lojas, com um faturamento de R$15 milhões e maior presença na região Sudeste e Nordeste do Brasil. RAIO-X Investimento inicial: a partir de R$299 mil (inclui: taxa de franquia) Retorno do investimento: a partir de 18 meses Faturamento médio das operações: R$65 mil Lucratividade média: de 25% a 30% Área mínima: 40 m² (a marca possui modelos de loja para shopping, rua e centros gastronômicos) MARIA AÇAÍ O fundador Pedro Lazarotto percebeu em 2014 que o açaí era pouco explorado no Sul do Brasil. Ele e seu cunhado investiram R$40 mil para abrir a primeira loja, Reserva Açaí, que se destacou por oferecer um produto diferenciado feito com açaí vindo diretamente do Pará. Em 2016, a franquia Maria Açaí foi criada e hoje conta com 70 franquias em seis estados, faturando R$504,2 milhões e se consolidando como referência no mercado. QUAIS OS PLANOS PARA 2025? Os planos da Maria Açaí para 2025 é continuar expandindo nas principais cidades das regiões Sul e Sudeste do País, chegando a um total de 120 unidades até o final do ano. RAIO-X MODELO CONTAINER Investimento inicial: a partir de R$170 mil Faturamento mensal: de R$60 mil a 80 mil Tempo de retorno de investimento: 24 meses A rede ainda conta com outras quatro possibilidades de modelos de franquias: tradicional, express (ideal para praças de alimentação), quiosques abertos ou fechados e o mais novo modelo da rede voltado para o atendimento self-service. GES179_20-26_MapadaMina.indd 25GES179_20-26_MapadaMina.indd 25 07/12/2024 17:5607/12/2024 17:56 Telegram @clubederevistas 26 MAPA DA MINA DONA HELP A Dona Help nasceu em 2023, na cidade de João Pessoa/PB, e faz parte do Grupo Acuidar. A rede iniciou sua expansão pelo franchising em 2024 e tem como foco a prestação de serviços de limpeza para residências e empresas, tendo a qualidade e personalização como diferenciais. Entre os serviços da marca estão: limpeza em condomínios; limpeza pré e pós-evento; limpeza pós - -obra; passadeira; cozinheira; piscineiro; motorista e copeiro. QUAIS OS PLANOS PARA 2025? Para 2025, a Dona Help traçou um plano estratégico robusto, focado em áreas essenciais para impulsionar o crescimento e consolidar a posição de liderança no mercado de limpeza personalizada. O foco da franquia estará em quatro áreas-chave: expansão territorial, inovação e tecnologia, expansão nos canais digitais e participação em feiras e eventos do setor. RAIO-X MODELO HOME BASED Investimento inicial total: a partir de R$41 mil (inclui: taxa de franquia, capital de giro, taxa de instalação) Taxa de franquia: R$25 mil (cidades até 50 mil habitantes); R$35 mil (cidades até 200 mil habitantes); R$45 mil (cidades acima de 200 mil habitantes) Investimento de instalação (+ equipamentos): R$6 mil Royalties: 1 salário mínimo por mês para cidades com até 200 mil habitantes Capital de giro: R$10 mil Taxa de publicidade: R$300,00 mensais (isenção de 90 dias, a partir do curso de formação) Taxa de software: R$200,00 mensais (isenção de 90 dias, a partir do curso de formação) Número de funcionários: sem obrigatoriedade mínima de contratação Faturamento bruto médio mensal: R$100 mil Lucro líquido médio mensal: 30% Prazo de retorno: de 10 a 14 meses Prazo de contrato: 5 anos MONABU Em 2022 as sócias Aline Campos e Vanea Aristimunho criaram uma marca própria de acessórios, como bolsas e cintos em couro, óculos de sol, brincos, colares, pulseiras, anéis e tornozeleiras. A empresa foi criada com o objetivo de empoderar mulheres por meio da autoestima, oferecendo um ambiente propício para explorar sua própria beleza. Além disso, a marca democratiza o acesso a produtos de alta qualidade, pois oferece um valor acessível. QUAIS OS PLANOS PARA 2025? Em 2025 a expansão terá como prioridade a região Sudeste, com foco em 30 unidades iniciais. Jessica Ramalho, fundadora e CEO da Dona Help. © D IV U LG AÇ ÃO / D O N A H EL P © D IV U LG AÇ ÃO / M O N AB U RAIO-X Investimento: R$249 mil (com valor promocional para os 30 primeiros franqueados – inclui: estoque inicial, taxa de franquia, mobiliários e layout). Área mínima: 30 m² Número de funcionários: mínimo 4 Faturamento mensal: R$125 mil Lucro líquido por unidade: R$18 mil Royalties: 7% sobre o CMV (custo de mercadoria vendida) Fundo de publicidade: 2% sobre o CMV Prazo de retorno: de 13 e 18 meses Prazo do contrato: 5 anos 26 GES179_20-26_MapadaMina.indd 26GES179_20-26_MapadaMina.indd 26 07/12/2024 17:5607/12/2024 17:56 Telegram @clubederevistas EMPREENDER&LIDERAR POR ELIAS AWAD ELIAS AWAD É ESCRITOR, JORNALISTA E PALESTRANTE. APRESENTADOR E FUNDADOR DO PROGRAMA BIOGRAFIAS - TRAJETÓRIAS DOS PRINCIPAIS EMPREENDEDORES DO BRASIL NO CANAL YOUTUBE.COM/ELIASAWAD. E-MAIL: PALESTRAS@ELIASAWAD.COM.BR. A sua história encanta? “C ontar histórias de manei- ra clara e convincente é requisito para uma car- reira de sucesso. Quem busca se des- tacar e liderar, precisa inspirar.” Assim que li a frase acima, entendi que seria um belo tema para compartilhar com você. Claro, digo isso com experiência pró- pria, de escritor e biógrafo, que me fez buscar conhecer e entender diferentes perfis de pessoas e encontrar o melhor caminho para extrair delas suas verda- deiras histórias de vida. É comum ouvir dos meus biografados ou de pesso- as próximas deles: “Eu não sabia que tinha vivido uma biografia tão intensa” ou “Não imaginava que fulano subme- teu-se a tantas passagens na constru- ção da trajetória”. Todos nós temos uma boa história para contar! Algumas são mais inten- sas, outras menos; há aquelas mais emocionantes, outras nem tanto; tem biografias marcadas por extremos, enquanto já vivenciei histórias lineares, mas de grande valia. Biografei empresários de atuação em praticamente todos os setores: indús- tria, varejo, construção civil, educação, terceiro setor, agronegócio, esporte…Um deles, judeu-polonês, sobreviveu à Segunda Guerra Mundial e se tornou o rei do varejo; outro iniciou a traje- tória empreendedora aos 60 anos e criou uma das principais indústrias de borrachas pneumáticas do Brasil e do mundo, com a produção de remendos, manchões e bandas de borracha; dois deles vierem de Portugal, sendo que um criou a maior empresa de logísti- ca rodoviária do País e outro uma das principais redes de hotéis e resorts de eventos corporativos; outros dois se tornaram grandes educadores, um com a criação de uma das maiores redes de escolas de idiomas e outro com uma das principais universidades do Brasil; e também o maior cestinha e ídolo do basquete nacional. Aqui então entra a sensibilidade de contar uma história… Mesmo tendo vivenciado tantas delas, escrevo agora meu 40º livro; entrevistei e conheci a trajetória de milhares de pessoas. Não posso contar a biografia de um vare- jista no mesmo tom e enredo que a de um engenheiro, pois são perfis com- pletamente diferentes. E será que a intensidade comportamental de um esportista é a mesma de um educa- dor? Claro que não! Por isso, reproduzo parte da reflexão que abre o texto: “Quem busca se des- tacar e liderar, precisa inspirar”. © A R Q U IV O P E S S O A L Então, antes de querer contar a sua história, reviva cada passagem da sua vida, na infância, adolescência ou fase adulta. Pontue acontecimentos que realmente fizeram a diferença na sua vida. Registre pessoas que foram e são importantes na construção da sua trajetória. E “embrulhe” essas passa- gens que representam a sua biografia num papel de presente “recheado” de sensibilidade, emoção e legado. Ah… o importante é que, independen- temente da história que você tenha para contar, ela seja transparente, verdadeira! Afinal quem fala a verda- de, só precisa de uma única versão da própria história! Feito isso, certamente você vai mo- tivar, inspirar e transformar pes- soas! Afinal: “Enquanto tivermos o dom da vida, faremos história to- dos os dias…”. 27 “ENQUANTO TIVERMOS O DOM DA VIDA, FAREMOS HISTÓRIA TODOS OS DIAS…” ©1: SIBERIAN ART / ADOBE STOCK ©1 GES179_27_ART_Empreender.indd 27GES179_27_ART_Empreender.indd 27 07/12/2024 18:0107/12/2024 18:01 Telegram @clubederevistas FRANQUIA 28 É DO BRASIL QUARTO MAIOR MERCADO DE FRANQUIAS NO MUNDO, O FRANCHISING BRASILEIRO REFLETE BRASILIDADE HUMANA, RESILIENTE E INOVADORA TEXTO DE MARÍLIA MARASCIULO GES179_28-30_Franquia.indd 28GES179_28-30_Franquia.indd 28 07/12/2024 18:1607/12/2024 18:16 Telegram @clubederevistas 29 C O N V E N Ç Ã O D E F R A N Q U I A S © F O TO S: M AR C EL U YE TA do. “Viver o franchising é experienciá-lo, inovar e ousar. Pensar o franchising é lan- çar uma visão de futuro sobre este setor tão vibrante, dinâmico, criativo e relevan- te para o Brasil e para o desenvolvimen- to socioeconômico do nosso País”, disse o presidente da ABF, Tom Moreira Leite, durante o discurso de abertura, que con- tou também com uma palestra de Marcio Atalla, especialista em qualidade de vida, e show do cantor Silva. “Esse é momento de aprender junto com os outros, é o mo- mento de trocar de ideias, fortalecer rela- cionamentos e cultivar amizades”, com- pleta Leite, definindo o tom dos quatro dias seguintes. O aspecto humano dos relacionamen- tos talvez seja o maior diferencial do fran- chising brasileiro. Embora o País se desta- que também por sua lei de franquias – uma norma única, referência global em segu- rança jurídica –, é a cultura de proximida- de entre franqueadores e franqueados que fortalece o setor. “Em alguns países, o mais comum é que a franqueadora ofereça um modelo de negócio, com orientações ini- ciais, e o franqueado siga com a operação tendo pouco contato com a franqueadora”, explica o diretor de Marketing e Comuni- cação da ABF, Rodrigo Abreu. O franchising brasileiro caminha a passos largos usando sandálias Havaianas, perfumado com fra- grâncias d’O Boticário e bem alimenta- do com pratos-feitos do Giraffas, pães de queijo da Casa do Pão de Queijo e choco- lates da Cacau Show. Brincadeiras à par- te, essas são apenas algumas das franquias brasileiras conhecidas tanto no Brasil quanto no exterior. Mas o setor não para de crescer: com faturamento anual de R$251 bilhões em 2024, taxa de crescimento de 11,5% em relação ao ano anterior e gera- ção de 1,6 milhão de empregos diretos, o franchising consolida-se como uma for- ça motriz da economia brasileira. Quarto maior mercado de franquias no mundo, o franchising do País reflete ainda uma bra- silidade humana, resiliente e inovadora. Essas características destacaram-se na 22ª Convenção do Franchising, realizada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) entre os dias 23 e 27 de outubro no Hotel Transamérica Ilha de Comandatuba (BA). Com o tema “Viver e pensar o fran- chising”, o evento reuniu mais de 600 par- ticipantes, incluindo franqueadores, fran- queados e fornecedores, em atividades com mais de 40 palestras sobre temas do mercado de franquias no Brasil e no mun- GES179_28-30_Franquia.indd 29GES179_28-30_Franquia.indd 29 07/12/2024 18:1607/12/2024 18:16 Telegram @clubederevistas 30 FRANQUIA © K EI N Y AN D RA D E 30 Essa proximidade também se manifes- ta em um clima de camaradagem, mesmo entre concorrentes. Por exemplo, durante uma palestra sobre o futuro do marketing, João Branco, que liderou o marketing do McDonald’s Brasil, mencionou com humor as “dores de cabeça” causadas pelo concor- rente Burger King, reconhecendo os méri- tos da rede operada pela Zamp. “O que eu mais gosto é que aqui ninguém é concor- rente, todo mundo se ajuda”, disse o funda- dor da paranaense Anjos Colchões, Claudi- nei dos Anjos, em uma conversa informal. A ideia de cooperação foi reiterada pe- la ginasta e medalhista olímpica Rebeca Andrade no encerramento da conferência. Para ela, esse espírito de parceria também existe no esporte: “Nessa Olimpíada, con- seguimos mostrar que, apesar de querer estar em primeiro lugar, não precisamos desejar o mal da outra. E é muito bonito ver uma vibrando pela outra”. DESAFIOS E OPORTUNIDADES Esse ambiente de união não surgiu do dia para a noite – e exige esforço contínuo. Segundo a vice-presidente do Conselho de Associados da ABF, Cristina Franco, cons- truir uma cultura de franchising íntegra e ética é um desafio permanente, e a asso- ciação tem papel essencial nesse trabalho ao fomentar o diálogo, promover educa- ção e boas práticas. Em coletiva de imprensa, Cristina, Tom Moreira Leite e a diretora de capacitação da ABF, Claudia Vobeto, discutiram os de- safios e as tendências do setor brasileiro. A alta dos juros, por exemplo, preocupa: a Selic passou de 10,75% para 11,25% entre a convenção e o início de novembro. Na vi- são de Leite e do economista do Bradesco Constantin Jancsó, que analisou o cená- rio econômico em uma das palestras, esse aspecto não só encarece financiamentos para franqueadores e franqueados, como afeta o consumo. Outro ponto crítico é a falta de mão de obra qualificada, especial- mente em regiões menos desenvolvidas. Paralelamente, uma tendência de in- teriorização vem ganhando destaque. Se- gundo um novo estudo baseado no fatura- mento local das franquias, cidades do interior apresentam um crescimento significativo. Entre as dez primeiras no ranking de crescimento e faturamento, quatro não são capitais: Barueri, Uber- lândia, São José do Rio Preto e Londri- na. “As franquias se mostram cada vez mais capazes de se adaptar às diferentes regiões e localidades brasileiras, pro- movendo o empreendedorismo e cola- borando para o desenvolvimento local”, destaca Leite. Hoje, cerca de 60% dos municípios brasileiros têm franquias, e a expectativa é de expansão em pratica- mente todo o território nacional. O agronegócio também exerceu impacto positivo no franchising brasi- leiro. Goiânia lidera o ranking de cres-cimento com 25,59%, enquanto cida- des como Campo Grande e Uberlân- dia registraram taxas elevadas graças ao setor. “A gente vê claramente um efeito riqueza acontecendo nesses po- los, puxado pelo agronegócio. A partir do agro, você desdobra isso em desen- volvimento imobiliário, desenvolvi- mento do setor de serviços, viabili- zando toda uma demanda local, que a gente vem percebendo já ao longo dos últimos anos”, afirma Leite. Além disso, um fenômeno que vem transformando o franchising brasileiro é o aumento de multifranque- ados – empresários que operam mais de uma franquia, seja da mesma marca, se- ja de marcas diferentes. Nos últimos dois anos, a presença de empreendedores com múltiplas franquias subiu de 83% para 87%, com destaque para aqueles que operam multimarcas, que passaram de 52% para 61%. Por fim, a digitalização, impulsionada pela inteligência artificial, é uma tendên- cia de transformação para o setor de fran- chising global. No Brasil, porém, criam-se mais oportunidades para levar produtos e serviços brasileiros ao mercado inter- nacional, especialmente em marketpla- ces. “O sistema de franchising brasileiro tem muito reconhecimento dentro do se- tor mundial, dado seu porte e a solidez de sua regulação. Em termos de mercado, vemos uma potência muito grande para as marcas brasileiras”, afirma o diretor de Marketing e Comunicação da ABF. Esse reconhecimento em potencial é identificado até por quem não atua direta- mente no setor, mas compreende o valor da imagem do País. “O Brasil é muito caris- mático e as pessoas gostam muito daqui”, observou a medalhista Rebeca Andrade. Aproveitar nossa brasilidade, afinal, pode ser o grande segredo para o fortale- cimento do franchising brasileiro. GES179_28-30_Franquia.indd 30GES179_28-30_Franquia.indd 30 07/12/2024 18:1607/12/2024 18:16 Telegram @clubederevistas 31 O franchising e uma reflexão estoica relacionada ao pilar ambiental do ESG Neste artigo me propus a fazer uma reflexão estoica sobre o pilar ambiental do ESG, que nos convida a considerar nossa responsa- bilidade em relação ao mundo natural, reconhecendo que nossas ações têm um impacto direto no meio ambiente. A conexão do tema ESG com a filoso- fia estoica é evidente, pois o estoicismo preconiza, entre outros fatores, a impor- tância da justiça, da virtude e da hones- tidade em todas as ações, enfatizando que a verdadeira excelência nos negó- cios e na vida está enraizada na prática constante dessas virtudes. O estoicismo nos ensina a viver em har- monia com a natureza, o que se traduz em práticas empresariais que promo- vem a sustentabilidade e a conserva- ção dos recursos. Implementar medidas como eficiência energética, redução do uso de plástico e programas de reci- clagem não é apenas uma questão de conformidade regulatória, mas de ali- nhamento com os princípios estoicos de prudência e justiça. Ao minimizar nosso impacto ambiental, agimos com sabe- doria, preservando o equilíbrio natural e contribuindo para um futuro mais sus- tentável, em harmonia com a natureza e o bem comum. A reflexão estoica sobre o pilar social do ESG enfatiza a importância da justiça e da responsabilidade nas relações com as pessoas e as comunidades. O estoicismo nos ensina que o verdadeiro sucesso é alcançado não apenas pelo ganho pes- treinamento em governança corporativa refletem a busca estoica por excelência e melhoria contínua. A boa governança, assim, torna-se um pilar fundamental para o sucesso sustentável, em que as ações são guiadas pela razão, pela ética e pelo respeito aos outros, alinhando os negócios com o bem comum. O ESG cria valor duradouro para todos os stakeholders. Integrar práticas de ESG em uma rede de franquias é essencial para promover um impacto positivo sus- tentável, que se alinha com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Independentemente do tama- nho da franquia, implementar estraté- gias que respeitem o meio ambiente, promovam a justiça social e garantam uma governança sólida não só melhora a reputação da marca, mas também cria valor duradouro para todos os stakehol- ders. A filosofia estoica, com seu foco na responsabilidade, justiça e sabedoria, serve como um guia valioso na aplica- ção bem-sucedida do ESG, ajudando as franquias a florescerem de forma ética e sustentável. © D IV U LG AÇ ÃO RODRIGO ABREU É DIRETOR DE MARKETING E COMUNICAÇÃO E DA COMISSÃO ESG DA ABF. AUTOR DO LIVRO FRANCHISING ESTOICO. © ALWIE99D / ADOBE STOCK FRANCAMENTE POR RODRIGO ABREU soal, mas pela contribuição positiva ao bem-estar dos outros. Ao implementar políticas de diversidade, promover o treinamento e o desenvolvi- mento profissional e apoiar a saúde e o bem-estar dos funcionários, as redes de franquias demonstram um compromis- so com a equidade e o respeito à digni- dade humana. Além disso, ao se envolver em programas de voluntariado e ampa- rar comunidades locais, elas reforçam a ideia estoica de que somos parte de um todo maior. Ressaltam ainda que nossas ações devem sempre refletir um com- promisso com o bem comum. Dessa forma, as práticas sociais não são apenas boas para os negócios, mas essenciais para a construção de uma sociedade mais justa e harmoniosa. A reflexão estoica sobre o pilar de gover- nança no ESG sublinha a importância da sabedoria e da justiça na gestão e admi- nistração de uma empresa. O estoicis- mo nos ensina que a liderança deve ser exercida com integridade, transparência e responsabilidade, princípios que são fundamentais para a construção de uma governança sólida. Ao promover a transparência e a presta- ção de contas, estabelecer um código de ética rigoroso, e incluir todas as vozes na tomada de decisões, as redes de fran- quias não apenas garantem o cumpri- mento das leis e regulamentações, mas também criam um ambiente de confian- ça e cooperação. Além disso, o com- promisso com auditorias regulares e o GES179_31_ArtigoABF.indd 31GES179_31_ArtigoABF.indd 31 07/12/2024 18:2007/12/2024 18:20 Telegram @clubederevistas 32 DESCUBRA COMO ANALISAR O CENÁRIO, OS INDICADORES E AS TENDÊNCIAS PARA ACELERAR OS INVESTIMENTOS DA SUA EMPRESA OU CONTER OS RISCOS EM MOMENTOS DE INCERTEZA TEXTO DE CAROLINA TAVARES PÉ NA TÁBUA OU MÃO NO FREIO? NOSSA CAPA 32 GES179_32-41_MatCapa_2.indd 32GES179_32-41_MatCapa_2.indd 32 07/12/2024 14:4407/12/2024 14:44 Telegram @clubederevistas 33 Em um cenário de constante trans- formação, empreender no Brasil é como navegar em águas turbu- lentas. A cada novo dia, surgem desafios e oportunidades que exigem dos empre- sários a capacidade de se adaptar rapida- mente e de tomar decisões estratégicas precisas. Então, como saber qual o cami- nho a seguir em meio a tantas incertezas? Só para ter uma ideia do dinamismo do mercado brasileiro, em setembro de 2024, foram criados 349,5 mil novos pe- quenos negócios, representando 96% de todos os CNPJs gerados no período e um crescimento de 17% em relação ao mes- mo mês de 2023, segundo o Serviço Bra- sileiro de Apoio às Micro e Pequenas Em- presas (Sebrae) com base na Receita Fe- deral. Ao longo do ano, já foram abertos 3,3 milhões de empresas no País, sendo cerca de 3,2 milhões classificados como MEI, micro ou pequenas empresas. Essa onda de empreendedorismo tam- bém traz consigo um desafio: a alta taxa de mortalidade das empresas. Segundo dados © A N TO N V IE RI ET IN / G ET TY IM AG ES do próprio Sebrae, 29% dos Microempre- endedores Individuais (MEIs) fecham as portas após cinco anos de atividade. Fal- ta de planejamento, gestão inadequada e escassez de informações sobre o merca- do estão entre os principais motivos que levam ao encerramento precoce desses negócios. Assim como as startups enfrentam o temido “Vale da Morte”, micro e peque- nas empresas também se deparam com momentos decisivos, relacionados a um período vulnerável em que qualquer ação tomada pode erguera organização ou quebrá-la de vez. Saber então a hora certa de acelerar ou pisar no freio é cru- cial para superar os desafios e garantir a longevidade do negócio. O CEO e fundador do Grupo Eu Me Banco Educação, Fabio Andrades Lou- zada, conta que o primeiro fator que considera importante avaliar antes de acelerar ou colocar o pé no freio do ne- gócio é entender a sua “fome” como em- preendedor e a sua capacidade de tomar riscos. “Existe uma máxima no mercado de investimentos de que quanto maior o risco, maior a capacidade de retorno – e isso vale para o empreendedorismo. Porém, além da fome, considero muito importante entender qual é o seu am- biente. Tenho outros empreendedores que tiveram sucesso como mentores? Eu tenho referências que vão me auxi- liar nessa jornada? Desde o início da mi- nha caminhada como empreendedor, eu sempre tive mentores e isso me fez errar muito menos. Não precisa quebrar a empresa para aprender”, explica. Para ele, é detectando esses aspectos que uma pessoa vai entender mais so- bre o mercado e a capacidade de escalar. “Acredito muito na frase ‘se você não es- tá crescendo, está morrendo’”, completa. C R E S C I M E N T O 33 GES179_32-41_MatCapa_2.indd 33GES179_32-41_MatCapa_2.indd 33 07/12/2024 14:4407/12/2024 14:44 Telegram @clubederevistas 34 © D IV U LG AÇ ÃO / G O D IV A PR O PA G AN D A MUITO ALÉM DO CENÁRIO ECONÔMICO O especialista em finanças e investimen- tos Hulisses Dias acrescenta que a questão de frear ou acelerar tem a ver principal- mente com o quanto o empreendedor con- segue aumentar as vendas com um retorno acima do custo de capital. “Contabilmente, a gente deveria usar um indicador chama- do Retorno Sobre Capital Empregado, cujo capital da empresa é o CDI mais 6%. Em uma linguagem mais simples, é até onde seu produto tem demanda e você consegue ser lucrativo”, explica. Segundo o especialista, a conjuntura sempre será o comportamento do consu- midor. “A gente tem o exemplo da XP, que disruptou o mercado financeiro durante o período da maior crise econômica vivi- da pelo Brasil nos últimos 100 anos, pois a empresa tinha uma oferta salvadora que gerava valor para o cliente e isso era alta- mente escalável, trazendo retorno acima do custo de capital”, recorda. São exemplos como esse que mostram a importância de entender o mercado em que está inserido e as oscilações econômi- cas e políticas, mas é essencial olhar por outro ângulo e entender também como o seu produto ou serviço soluciona a vida de alguém. O cenário econômico é um impor- tante pilar do planejamento estratégico de longo prazo e influencia decisões que vão desde investimentos até a adaptação a no- vas realidades. Quando você para e se lem- bra de crises como a pandemia e tensões geopolíticas globais, consegue dar forma à maneira como essas questões refletem em pequenos e médios negócios. No entanto, o impacto do ambiente econômico não se limita a crises, mas também molda as ten- dências e necessidades futuras. Estudos como o da McKinsey & Com- pany mostram que empresas com plane- jamento estratégico eficaz têm 30% mais chances de superar as concorrentes em tempos de turbulência. Outro relatório, da Deloitte, destaca que, neste momento de crise climática, 72% dos consumidores pre- ferem marcas comprometidas com práticas ambientais, pressionando empresas a inte- grar sustentabilidade em suas estraté- gias. Para o planejamento estratégico de longo prazo, a flexibilidade e a ca- pacidade de adaptação são elementos fundamentais. Empresas que cultivam culturas organizacionais ágeis e inves- tem em análises preditivas conseguem prosperar, mesmo quando as condi- ções não são tão favoráveis. Para Hulisses, quando se observa o crescimento da economia, constata- -se uma média muito diversificada. Ao mesmo tempo que há setores em de- clínio, existem outros em crescimento – e o dinheiro vai ser direcionado para onde for mais produtivo. “Se existe al- gum fator externo que afeta a estraté- gia, ele é a capacidade de absorver mão de obra qualificada. Para qualquer tipo de projeto grande, você vai precisar de pessoas treinadas. No Brasil, infeliz- “É preciso ter humildade para ouvir o concorrente, fazer benchmarking e buscar referências do mercado fora do País que possam agregar” LEANDRO RAMPAZZO, FUNDADOR DA GODIVA PROPAGANDA mente, há uma dificuldade de encontrar esses profissionais. Com isso, há um garga- lo nas empresas”, ressalta. De um lado, os KPIs internos (key per- formance indicator, ou indicador-chave de performance, em português) e feedbacks. Do outro, situações externas que impactam diretamente o cenário global. Na hora de colocar essas informações na balança e de- cidir como seguir em frente com sua empre- sa, tecnologia e inovação podem ser a cha- ve. A tomada de decisões baseada em dados (DDDM - data-driven decision making) re- volucionou o mundo dos negócios, substi- tuindo a intuição por outros tipos de aná- lises. Hoje, a humanidade gera mais de 402,74 milhões de terabytes de dados dia- riamente e as organizações que aproveitam esse ativo conseguem, de fato, destaque. Essa estratégia utiliza informações provenientes de fontes como feedback de NOSSA CAPA GES179_32-41_MatCapa_2.indd 34GES179_32-41_MatCapa_2.indd 34 07/12/2024 14:4407/12/2024 14:44 Telegram @clubederevistas 35 © D IV U LG AÇ ÃO / T RI VE N clientes, tendências de mercado e relató- rios financeiros para embasar decisões empresariais, reduzindo incertezas, au- mentando a confiança e permitindo ações personalizadas. Empresas que adotam a DDDM conseguem gerar insights em tem- po real, prever tendências e responder a desafios de forma ágil. Entre os benefícios, estão: o aumento do engajamento e a re- tenção de clientes, como no caso de plata- formas de streaming que utilizam algorit- mos para personalizar recomendações; o suporte ao planejamento estratégico, com ferramentas como sistemas GIS que auxi- liam na escolha de locais para expansão; a prevenção de fraudes por meio de apren- dizado de máquina em instituições finan- ceiras; a gestão eficiente de estoques ba- seada em dados históricos, especialmen- te em situações críticas; e a diminuição de vieses, promovendo decisões mais objeti- vas e imparciais. ONDE ESTOU? Dizem que estar perdido é condição para se achar. Então, se você está olhando para o seu negócio e não consegue iden- tificar o próximo passo, chegou a hora de “Aceleramos o crescimento apenas quando temos estrutura forte, saúde financeira e uma equipe preparada. Caso contrário, é mais prudente frear e corrigir gargalos”. CONFIRA ALGUMAS FERRAMENTAS QUE PODEM AJUDAR A DOMINAR A DDDM: 1. BUSINESS INTELLIGENCE (BI): Transforme dados brutos em painéis visuais e relatórios interativos com plataformas como Power BI e Tableau. Facilite a compreensão das informações e a identificação de tendências importantes para o seu negócio. 2. DATA WAREHOUSING: Integre e armazene grandes volumes de dados de forma escalável e segura com soluções como Snowflake. Organize seus dados e prepare- os para análises mais complexas. 3. INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL (IA) E MACHINE LEARNING: Automatize análises preditivas e descubra insights ocultos com ferramentas como Google AI e AutoML. Utilize algoritmos avançados para prever tendências e tomar decisões mais inteligentes. 4. ETL E GOVERNANÇA DE DADOS: Integre dados de diversas fontes com softwares como Talend e Apache Nifi, garantindo a qualidade e a conformidade das informações. Mantenha seus dados organizados, confiáveis e em conformidade com as regulamentações. LEMBRE-SE: A implementação da DDDM exige objetivos claros, alinhados à sua estratégia de negócios. É crucial medir os resultados com KPIs e ajustar as estratégias continuamente para garantir o sucesso. Invista em treinamento e infraestrutura tecnológica para superar desafios como a integração de dados e a garantiada qualidade das informações. DOMINANDO A TOMADA DE DECISÕES BASEADA EM DADOS: FERRAMENTAS ESSENCIAIS PARA TOMAR DECISÕES ESTRATÉGICAS EFICAZES COM BASE EM DADOS, VOCÊ PRECISA DE MAIS DO QUE APENAS INFORMAÇÕES. É ESSENCIAL TER AS FERRAMENTAS CERTAS PARA COLETAR, ANALISAR E INTERPRETAR OS DADOS DE FORMA EFICIENTE. FERNANDO TROTA, CEO DA TRIVEN GES179_32-41_MatCapa_2.indd 35GES179_32-41_MatCapa_2.indd 35 07/12/2024 14:4407/12/2024 14:44 Telegram @clubederevistas 36 © D IV U LG AÇ ÃO / D O U BL E C H EC K 36 parar e pensar de maneira estratégica. Co- meçar pelos indicadores é uma medida inteligente e que vai guiar qualquer toma- da de decisão. “O setor de vendas é o co- ração da empresa. Sem vender, a empresa quebra. Eu considero que um dos princi- pais feedbacks que os clientes dão é quan- do abrem a carteira. Se sua marca não es- tá vendendo, pode ser que o feedback seja ruim e seu produto não está mais aderente ao mercado”, pontua Fabio Louzada. Nes- se ponto, ele lembra que vender é conse- quência de um trabalho, ou seja, se a con- versão não anda bem, esse é um indicativo e o próximo passo seria focar a causa. Ele acrescenta que o fluxo de caixa de- ve ser observado de perto. “Entenda o pro- pósito da empresa nesse tópico e nunca misture conta de pessoa física com pessoa jurídica”, diz. Olhar para os KPIs também é essencial e é possível encontrar a causa de um fracasso em diferentes lugares, co- mo número de reuniões feitas para fechar uma venda, número de apresentações qualificadas, número de cliques no seu produto, entre outras métricas que devem ser avaliadas sempre. O fundador da Godiva Propaganda, Leandro Rampazzo, acredita que o equi- líbrio entre visão macro e atenção aos de- talhes internos é essencial para o sucesso de qualquer negócio. Ele também refor- ça a importância do desapego ao avaliar a necessidade de mudanças estratégicas, como inovar ou reestruturar a liderança, para acompanhar a evolução constante do mercado. “É preciso ter humildade para ouvir o concorrente, fazer benchmarking e buscar referências do mercado fora do Pa- ís que possam agregar”, conta. Ele compartilha como a virada na ges- tão de sua própria companhia aconteceu ao perceber que “o que faz o negócio pros- perar vai além da liderança”. A contratação de um CEO e a verticalização das opera- ções foram passos decisivos para o cresci- mento da Godiva, que hoje também con- trola a Expo Stands e expandiu sua atu- ação para treinamentos e coberturas de eventos, mostrando que delegar pode ser uma saída para momentos de dificuldade. Ele aconselha os empresários a analisa- rem os números, revisarem estratégias periodicamente e investigarem a ope- ração de ponta a ponta. Quando os sinais indicam que a empresa não está indo bem, é essen- cial adotar medidas corretivas. Uma análise de diagnóstico profunda é um passo importante para entender os problemas e identificar as áreas que precisam de ajustes. A partir disso, um plano de ação estruturado com metas de curto e longo prazo pode guiar as mudanças necessárias. Revisar o mo- delo de negócios e adotar inovações é essencial para se adaptar ao mercado. Além disso, estratégias como redução de custos, reorganização interna e in- vestimentos focados em marketing e vendas ajudam a recuperar a eficiência e impulsionar o crescimento. Medidas eficientes incluem buscar o apoio de especialistas ou consultores em ges- tão empresarial e a busca por financia- mento ou parcerias estratégicas. “Frear o crescimento, em alguns momentos, é essencial para ajustar a equipe e manter a qualidade, como fizemos em um período crítico no passado” DANIELA PEDERNEIRAS, CEO DA DOUBLE CHECK O empresário, investidor serial e in- fluenciador de franquias do Brasil Rapha- el Mattos acrescenta que o ponto mais im- portante a ser avaliado para acelerar ou frear é a saúde financeira da empresa. “O que vai determinar se é hora de acelerar ou frear é o fluxo de caixa: se é positivo, se as reservas são suficientes e se as dívidas estão sob controle. Se os custos de opera- ção estiverem altos e o capital de giro limi- NOSSA CAPA GES179_32-41_MatCapa_2.indd 36GES179_32-41_MatCapa_2.indd 36 07/12/2024 14:4407/12/2024 14:44 Telegram @clubederevistas 37 tado, pode ser prudente frear e reorgani- zar as finanças primeiro”, aconselha. Para ele, outro ponto importante é observar as tendências de mercado e o comportamento dos concorrentes, ava- liando se existe espaço para crescer ou se há sinais de saturação. “O alinhamen- to da equipe e a capacidade operacional também devem ser considerados, por- que quando a empresa cresce rápido de- mais sem uma estrutura adequada, isso pode gerar problemas, como queda na qualidade dos produtos/serviços e na satisfação do cliente. E cliente insatisfei- to é o que há de pior. Metas também são bons indicadores – se elas vêm sendo al- cançadas com consistência, isso justifica investir em um crescimento”, pontua. O QUE VEM DE FORA… ME ATINGE! Toda identidade é resultado de fatores biopsicossociais. Isso significa que para entender o que fazer e como fazer, é pre- ciso olhar também para o meio em que está inserido. Nem sempre é fácil avaliar esse contexto externo, mas existem ferra- mentas que podem ser úteis. Para saber se seu negócio está alinhado com os de- safios e as demandas do mercado, a aná- lise de cenários é uma delas, que ajuda a avaliar as incertezas do futuro. Essa téc- nica envolve a construção de cenários hipotéticos com base em variáveis-chave que podem impactar os resultados dese- jados. No campo das finanças, ela permi- te prever os efeitos de diferentes condi- ções econômicas, auxiliando na identifi- cação de riscos e oportunidades. Combinando dados históricos, mode- lagem financeira e simulações, é ampla- mente usada para garantir que empresas e gestores estejam preparados para di- versas contingências. “Com uma taxa de juros alta, por exemplo, minha capaci- dade de pagar dívida para crescer é me- nor, já que se torna mais arriscado. Além disso, é um momento ruim para trazer investidores para o meu negócio, já que juros altos representam valor de merca- do das empresas mais baixo”, exemplifica Fabio Louzada. 1. INDICADORES DE DESEMPENHO FINANCEIRO � Receita e lucros: Monitorar o crescimento consistente. � Fluxo de caixa positivo: Garantir liquidez e sustentabilidade financeira. � Retenção de talentos: Demonstrar estabilidade e atratividade interna. 2. INDICADORES DE MERCADO � Satisfação do cliente: Confirmar alinhamento de produtos/serviços com expectativas do mercado. � Feedback do mercado: Analisar respostas de clientes, parceiros e investidores. � Posicionamento de mercado: Verificar a relevância no setor e o compromisso com valores sociais. 3. INDICADORES DE INOVAÇÃO E CRESCIMENTO � Investimentos em inovação: Acompanhar adaptação às mudanças de mercado. © D M YT RO / A D O BE S TO C K INDICADORES INTERNOS PARA A TOMADA DE DECISÃO � Alcance de metas e objetivos: Verificar a execução bem- sucedida dos planos estratégicos. 4. INDICADORES DE CULTURA ORGANIZACIONAL � Engajamento dos funcionários: Sinal de um ambiente de trabalho saudável. � Cultura organizacional positiva: Refletida na motivação e retenção de profissionais qualificados. 5. INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE E RESPONSABILIDADE SOCIAL � Práticas sustentáveis: Refletem compromisso com valores sociais. � Relevância no setor: Demonstra a capacidade de se adaptar às demandas de stakeholders. GES179_32-41_MatCapa_2.indd 37GES179_32-41_MatCapa_2.indd 37 07/12/2024 14:4507/12/2024 14:45 Telegram @clubederevistas 38 © A RQ U IV O P ES SO AL Em contrapartida, o uso de ferramen- tas especializadas, como softwares de mo- delagem financeira, potencializa a análise de cenários. Esses sistemas permitem criar modelos detalhados, realizar simulaçõese visualizar os resultados de forma clara e organizada. Funções como análise de sen- sibilidade e testes de otimização ajudam a refinar os cenários e a identificar decisões estratégicas ideais. Além disso, a colabora- ção em equipe é facilitada, permitindo que organizações integrem diferentes perspec- tivas no processo. Com essas ferramentas, a análise de cenários torna-se mais precisa, eficiente e acessível. “Se a gente está em um período de crescimento econômico e esta- bilidade, como agora, com os dados do va- rejo bastante positivos, isso incentiva a ex- pansão, pois a confiança do consumidor e a capacidade de compra aumentam. Contu- do, se o cenário for de recessão ou instabili- dade econômica, isso impacta diretamente a estratégia, então o mais recomendável é adotar uma postura assertiva para preser- var o patrimônio e minimizar os riscos”, aconselha Raphael Mattos. O CEO da 87 Labs, Thiago da Cruz, res- salta que métricas como margem, churn (métrica que indica o quanto sua empre- sa perdeu de receita ou clientes) e custo de aquisição de clientes (CAC) são essen- ciais para medir a viabilidade do cresci- mento. Para Thiago, “um churn elevado, por exemplo, pode indicar falta de aderên- cia do produto ao mercado, um alerta pa- ra ajustes antes de escalar”. Ele exemplifica como o câmbio desvalorizado do real fa- vorece exportações, levando sua empresa a focar o mercado norte-americano. O CEO da Triven, Fernando Trota, con- corda. Segundo ele, indicadores como flu- xo de caixa, margens sustentáveis e capa- cidade operacional são cruciais. “Acelera- mos o crescimento apenas quando temos estrutura forte, saúde financeira e uma equipe preparada. Caso contrário, é mais prudente frear e corrigir gargalos”, explica. Ele indica que o cenário macroeconômico influencia diretamente o apetite dos inves- tidores por risco, afetando startups e em- presas de tecnologia. “A gestão financeira precisa ser ainda mais rigorosa em tempos de capital restrito”, alerta. Oportunidades que ainda não foram exploradas também são uma saída para os negócios. “Empresas crescem durante cri- ses, desde que estejam preparadas e cien- tes do tamanho do desafio”, observa a fun- dadora da EDR, Andrea Eboli. Ela sugere monitorar o consumidor como principal radar, prestando atenção a sinais como re- dução do ticket médio ou queda na frequ- ência de compra. Novos concorrentes in- ternacionais e crises econômicas podem, de fato, abalar estratégias, mas o maior de- safio é a inconsistência na liderança. “Pla- nejamento robusto e confiança no pla- no são fundamentais para superar ventos contrários”, diz. PÉ NO FREIO OU NO ACELERADOR? Você já analisou seus indicadores inter- nos, fez um bom estudo do mercado e to- mou algumas decisões. Chegou o momen- to de entender o melhor caminho a seguir. Raphael Mattos explica que, quando a es- colha é acelerar o crescimento de um ne- gócio, um dos principais riscos é a falta de preparo operacional e estrutural. O aumen- to rápido da demanda pode sobrecarregar a equipe, comprometer a qualidade dos produtos ou serviços e afetar a satisfação do cliente. Além disso, a expansão acelerada muitas vezes requer um volume significa- tivo de capital, o que pode levar ao endivi- damento e à pressão sobre o fluxo de caixa. “Por outro lado, quando a decisão é frear o crescimento, o principal ponto é a perda de oportunidades do mercado. Se um negócio reduz o ritmo em um momento de expan- são do setor, ele pode ser ultrapassado pe- los concorrentes mais atentos e perder es- paço e relevância no mercado”, explica. Para monitorar esses desafios e benefí- cios, uma das formas mais eficazes, como já citamos no início da matéria, é por meio da análise de indicadores-chave de desempe- nho, os KPIs. Essa é uma técnica de gestão bem conhecida e funcional, que permite acompanhar métricas financeiras, opera- cionais e de satisfação do cliente em tem- “O que vai determinar se é hora de acelerar ou frear é o fluxo de caixa” RAPHAEL MATTOS, EMPRESÁRIO, INVESTIDOR SERIAL E INFLUENCIADOR DE FRANQUIAS O processo de análise de cenários segue etapas estruturadas. Primeiro, define-se o objetivo, como a avaliação de estratégias empresariais. Em seguida, identificam-se os fatores-chave que influenciam o resultado, como demanda de mercado ou taxas de ju- ros. Após determinar incertezas e possíveis valores para esses aspectos, são construídos cenários que abrangem desde resultados otimistas até os mais pessimistas. A avalia- ção desses cenários inclui medir impactos financeiros, identificar riscos e oportunida- des e planejar ações estratégicas. O proces- so, contínuo por natureza, exige monitora- mento e atualizações regulares para refletir mudanças no ambiente externo. NOSSA CAPA GES179_32-41_MatCapa_2.indd 38GES179_32-41_MatCapa_2.indd 38 07/12/2024 14:4507/12/2024 14:45 Telegram @clubederevistas 39 39 CONCORRÊNCIA Se o seu produto for uma commodity, sua estratégia será diferente, já que você estará vendendo a mesma mercadoria que o seu concorrente. Porém, se o seu produto for algo criado por você, aposte no posicionamento. COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR O comportamento dos consumidores tem que ser avaliado sempre, independentemente do cenário. Para isso, faça pesquisas e testes. LEGISLAÇÃO E REGULAÇÕES Claro que qualquer regulação nova do governo pode afetar o seu negócio. Por isso, eu tenho uma empresa “antifrágil” – o que é isso? Todos os dias, eu penso em como alguém quebraria o meu negócio. E eu vou lá e faço antes. ESTRATÉGIAS DE CRESCIMENTO Estratégias para posicionamento são: entregar sempre um overdelivery (mais que o prometido). Além disso, não somente ser, mas parecer ser é muito importante. Por isso, invista em profissionais de relações públicas. ESTRATÉGIAS DE CONTENÇÃO Estar atento a revisão de processos, controle de custos, retenção de clientes. PLANEJAMENTO FINANCEIRO Prepare-se para crescer sem depender de capital externo em momentos de juros altos. Com juros baixos, explore investimentos e alavancagem. O PAPEL DA INOVAÇÃO Quem inova, isto é, quem traz algo novo ao mercado tem um fator de desequilíbrio de mercado importante – o que precisa ser bem aproveitado para ganhar mercado. TECNOLOGIA COMO ALIADA Já o papel da tecnologia e inteligência artificial tem que ser acompanhado de perto. O mercado está mudando rapidamente e o empreendedor precisa se preparar para não ficar para trás. OLHE À SUA VOLTA PLANEJAMENTO FLEXÍVEL Com certeza, se a empresa diminuiu as vendas, é um feedback sincero do consumidor. Você precisa reavaliar todas as causas que estão gerando essa consequência. RESILIÊNCIA E ADAPTAÇÃO Nunca freie o seu negócio de forma brusca. Busque parceiros para ajudar a continuar crescendo. Em momentos desafiadores, você pode encontrar parceiros de longo prazo. FÁBIO ANDRADES LOUZADA, CEO e fundador do Grupo Eu Me Banco Educação, compartilha dicas valiosas para empreendedores que buscam navegar no mercado com sucesso, adaptando-se aos seus altos e baixos: DICAS DO FÁBIO! NOSSA CAPA GES179_32-41_MatCapa_2.indd 39GES179_32-41_MatCapa_2.indd 39 07/12/2024 14:4507/12/2024 14:45 Telegram @clubederevistas 40 po real, apontando tendências positivas e problemas antes que eles se agravem. Para isso, ele indica ainda reuniões re- gulares com as principais equipes, como financeiro, operações e marketing, que também são fundamentais. “Outra prá- tica importante é manter um sistema de feedback sempre aquecido, tanto interno quanto externo”, diz. A inovação e a tecnologia podem ser decisivas nesse processo, oferecendo ferramentas como softwares de gestão e análise de dados para direcionar ações empresariais. Além disso, auxiliam no monitoramento contínuo do ambien- te externo, com relatórios de mercado e análises de tendências que fornecem informações fundamentais, reduzindo os custos e otimizandoações. Para Hulisses Dias, entender esse momento certo é essencial: “Existem oportunidades que passam. Se você não estiver pronto para pegar a opor- tunidade, alguém vai”. A estratégia ideal envolve avaliar o mercado, a capacida- de de execução e os custos de oportu- nidade, evitando tanto o desperdício de recursos quanto a perda de timing. A constante volatilidade econômica exi- ge flexibilidade e um plano de gestão de riscos, adaptando-se rapidamente a mudanças no cenário macroeconômi- co. Como exemplo prático, o especia- lista relembra a decisão de acelerar in- vestimentos durante uma recessão no segundo mandato de Dilma Rousseff. “Entendi a importância da liquidez nos investimentos”, afirma, refletindo sobre a necessidade de redirecionar recursos para cenários mais dinâmicos fora do setor imobiliário. Apesar de ser uma decisão bastan- te importante, ela pode ser tomada de maneira segmentada. É possível, por exemplo, frear em um aspecto e acele- rar em outro. Apenas um planejamen- to estratégico bem-feito vai conseguir guiar o que é melhor em cada cenário. Seja como for, esse planejamento é es- sencial para garantir a sustentabilidade do negócio, como alerta a especialista em finanças e CEO da Double Check , Da- niela Pederneiras. Para a especialista, o primeiro passo é observar os números e as vendas, como já citado. Nesse aspecto, ela recomenda ter um olhar cuidadoso pa- ra o comportamento do consumidor, que muda de forma rápida e pode ir para cami- nhos que não se tinha em conta quando a empresa começou. Isso acontece porque os fatores exter- nos e internos desempenham um papel decisivo. Daniela cita a inflação, a taxa de juros e a variação cambial como elemen- tos que afetam diretamente os custos e o poder de compra dos consumidores. “Com o caixa positivo, é possível investir e expandir; com ele negativo, é hora de pi- sar no freio e reavaliar”, esclarece. Ela tam- bém reforça que o crescimento precisa ser consciente, evitando comprometer a qua- lidade do serviço ou produto. A experiência da pandemia trouxe aprendizados importantes para todas as corporações, de todos os tamanhos. No © D IV U LG AÇ ÃO / L A BR AC IE RA caso de Daniela, a Double Check teve que ajustar seus planos estratégicos, migrar para o home office e atender ao aumento inesperado na demanda por serviços fi- nanceiros terceirizados. “Frear o cresci- mento, em alguns momentos, é essencial para ajustar a equipe e manter a qualida- de, como fizemos em um período crítico no passado”, relembra. Durante a pandemia, o Brasil registrou um saldo positivo no movimento de em- presas em 2021, com a entrada de 926,1 mil empresas e o fechamento de 605,8 mil, resultando em 320,2 mil novos negócios, 128 mil a mais que em 2020. A taxa de en- trada foi de 17,8%, enquanto a de saída, de 11,7%, a menor da série histórica inicia- da em 2008. As empresas entrantes gera- ram 369 mil novos empregos assalariados, destacando-se o setor de comércio, com 66 mil novas empresas e 99 mil empregos. Além disso, o número de empresas de alto crescimento aumentou 13,4%, alcançando 3.147 “gazelas”, jovens empresas em rápido “As piores decisões que tomei foram quando não pedi opiniões. O jogo nunca está ganho, e acompanhar os indicadores é vital” DANIEL LUCCO, CEO DA LA BRACIERA NOSSA CAPA GES179_32-41_MatCapa_2.indd 40GES179_32-41_MatCapa_2.indd 40 07/12/2024 14:4507/12/2024 14:45 Telegram @clubederevistas 41 desenvolvimento. Os dados são da De- mografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo, do Instituto Brasi- leiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em contrapartida, o ano de 2023 foi desafiador para os empreendedo- res brasileiros, com o encerramento de 2,15 milhões de empresas, um aumento de 25,7% em relação a 2022, superando os anos mais críticos da pandemia. Se- gundo o Mapa de Empresas, comércio e serviços, que representam 81,7% das empresas ativas, concentraram 84,3% dos novos negócios no terceiro quadri- mestre, mas também lideram as taxas de fechamento. A falta de capacitação, de planejamento e de gestão eficiente é um fator-chave para o insucesso, indicando que muitas empresas não superam os primeiros anos de operação. A La Braciera, uma premiada pizzaria especializada em sabores napolitanos e autorais, é liderada pelo CEO Daniel Lucco, empreendedor com grande ex- periência no setor alimentício. Fundada em 2021, a pizzaria foi um dos negócios que deram certo no período e já se des- taca como referência em São Paulo, com um faturamento de R$30 milhões em seu terceiro ano de operação. “Com menos de quatro anos, percebemos que crescer sozinho não seria viável e optamos por um M&A, o primeiro grande aprendiza- do da minha jornada”, comenta. Ele acredita que, sem um plano de cinco anos e que tenha em conta vari- áveis de mercado e gestão de riscos, é mais perigoso. “Além disso, não existe mais a opção de crescer sem tecnologia”, enfatiza. Daniel Lucco cita um exemplo positivo em sua trajetória, quando um canal de vendas inicialmente ignorado começou a apresentar excelente perfor- mance, levando a uma reestruturação estratégica. Como conselho aos empre- sários, ele recomenda ter um time finan- ceiro analítico e consultores experien- tes. “As piores decisões que tomei foram quando não pedi opiniões. O jogo nunca está ganho, e acompanhar os indicado- res é vital”, conclui. QUAL O PONTO DA VIRADA NA SUA VIDA DE EMPREENDEDOR? PONTO DA VIRADA Fabio Andrades Louzada: “Identifiquei uma lacuna na formação de Assessores de Investimentos promovida por bancos e corretoras. Há uma barreira de entrada baixa para a profissão, mas não existia nenhum treinamento prático no mercado que ensinasse a fazer networking, treinar práticas comerciais e desenvolver conhecimentos técnicos. Como eu já atuava há sete anos como especialista em Investimentos, passando por bancos como Itaú, Bradesco, Santander e Citibank, resolvi criar essa formação completa. Deu muito certo, e hoje essa formação já está na 27ª turma”. Hulisses Dias: “Foi quando entendi o poder que os investimentos têm de multiplicar o dinheiro. A partir daí, compreendi o impacto que uma empresa pode ter quando combina os fatores de produção do trabalho, da terra e da tecnologia. Nenhuma outra estrutura é capaz de gerar tanta riqueza quanto uma empresa”. Raphael Mattos: “Participei da terceira temporada do programa Shark Tank Brasil, mas meu projeto foi recusado para investimento na minha empresa, a PremiaPão. Eu sabia que o negócio era promissor, tanto que hoje contamos com mais de 150 franqueados e mais de 30 mil clientes atendidos. Além disso, acabei investindo e me tornando sócio de vários outros negócios de franquias. Descobri que tinha muito a compartilhar sobre o segmento de influência. Contar minha história, tanto sobre esse fracasso quanto sobre os sucessos, me transformou no maior influenciador de franquias do Brasil, com mais de 1 milhão de seguidores nas redes sociais. Hoje, inspiro diversos empreendedores, falando sobre negócios e empreendedorismo. Foi no programa que tive esse insight e entendi que tinha muito a compartilhar”. Daniela Pederneiras: “Primeiramente, é crucial entender que não existe um único ponto de virada, mas sim um conjunto deles. Um dos pontos que posso destacar é a resiliência. Quando comecei a enfrentar desafios como empreendedora e decidi continuar, percebi que esse era o momento em que eu havia ‘virado a chave’ e permanecido na estrada do empreendedorismo. Muitos dizem que, uma vez que se começa a empreender, é um caminho sem volta, pois você passa a se apaixonar por vender o que acredita, fazer mais contatos, gerenciar seu próprio horário e fazer de tudo para que dê certo”. Fernando Trota: “Foram dois momentos marcantes: 2015: quando me tornei empreendedor. 2021: no pós-pandemia, quando crescemos de forma totalmente remota e deixamos de considerar ofator geográfico nas decisões de contratação e aquisição de novos clientes”. Andrea Eboli: “Após mais de 20 anos no mundo corporativo, na Natura, percebi que meu conhecimento sobre estratégia, negócios e entrega de resultados poderia ser aplicado em outras empresas. Foi aí que tomei a decisão de empreender e investir em transformar e fazer crescer negócios e pessoas”. 41 GES179_32-41_MatCapa_2.indd 41GES179_32-41_MatCapa_2.indd 41 07/12/2024 14:4507/12/2024 14:45 Telegram @clubederevistas 42 teste. © ADRIAVIDAL / ADOBE STOCK 2. As franquias funcionam com base em modelos de negócios padronizados, o que significa que é necessário seguir regras estabelecidas pela franqueadora. Como você lida ao seguir as diretrizes? A. Sinto-me muito confortável em seguir regras e sou adaptável aos processos definidos pela franqueadora. B. Aceito seguir as diretrizes, mas gostaria de ter mais autonomia em algumas áreas do negócio. C. Prefiro ter total autonomia nas decisões e não me sinto confor- tável com a ideia de seguir as di- retrizes de outros. 3. O investimento inicial em uma franquia pode ser alto e é crucial para um bom planejamento financeiro. Isso inclui ter capital de reserva para imprevistos e garantir a estabilidade do negócio. Como está o seu planejamento financeiro? A. Entendo que o retorno em qual- quer modelo de negócio cos- tuma ser a longo prazo, por isso tenho um planejamento finan- ceiro estruturado e capital de reserva para lidar com possíveis imprevistos. B. Tenho um planejamento básico, mas ainda preciso ajustá-lo e ga- rantir mais capital de reserva ca- so ocorra alguma eventualidade. C. Tenho o valor suficiente para re- alizar o investimento e iniciar a operação, porém o retorno pre- cisa vir rápido; caso não, talvez precise de financiamentos para o capital de giro. O mercado de franquias no Brasil destaca-se como uma excelente opção de investimento para quem busca empreender. O setor chama a atenção de investidores e atrai olhares curiosos de quem está em busca de um novo negócio e até mesmo daqueles que não têm experiência em administrar o próprio. Com maior chance de sucesso, se com- parada a uma empresa própria, a franquia oferece um modelo de negócio segu- ro, confiável e mais estável. Não se trata apenas de uma questão de investimento ou vontade de começar do franqueado, é preciso mais. Afinal, nem todos estão prontos para os desafios desse modelo. Pensando nisso, convidamos você a realizar o teste a seguir para ajudá- -lo a avaliar se está preparado para se tornar um franqueado de sucesso. As perguntas abaixo ajudarão a identifi- car seu nível de conhecimento sobre o mercado, sua capacidade de adapta- ção às diretrizes da franqueadora, sua organização financeira e habilidades de liderança. Pronto para descobrir se o caminho das franquias é para você? 1. Antes de investir em uma franquia, é importante não apenas conhecer uma marca, mas conhecer tudo que envolve ao se tornar um franqueado. Isso ajuda a tomar decisões e a enfrentar desafios. Como você avalia seu conhecimento sobre isso? A. Além de informações sobre a re- de, busco entender sobre leis e deveres do franqueado, escolha do ponto, retorno do investimento, além de acompanhar feiras e eventos para ter familiaridade com o mercado. B. Tenho um conhecimento básico, po- rém estou começando a entender o mercado de franquias. Inicialmente, tenho buscado informações ape- nas sobre a rede e o setor que tenho interesse. C. Pouco conhecimento de como fun- ciona uma franquia e o setor, porém acompanho notícias e vejo que ele é rentável e pode ser uma boa opção para investir. VOCÊ ESTÁ PREPARADO PARA SER UM FRANQUEADO? GES179_42-43_Teste.indd 42GES179_42-43_Teste.indd 42 07/12/2024 18:2707/12/2024 18:27 Telegram @clubederevistas 43 Diretor de expansão da Covizzi Franchising. POR GUTO COVIZZI CONCLUSÃO: A MAIORIA DAS RESPOSTAS FOI “A”: Parabéns! Você está no caminho certo para ser um franqueado. Suas respostas demonstram que você tem procurado conhecimento, além de contar com a disposição e a resiliência necessárias para enfrentar os desafios desse modelo de negócio. Mantenha-se focado e siga em frente! A MAIORIA DAS RESPOSTAS FOI “B”: Você está no caminho certo! Porém, é importante buscar mais informações, visitar feiras de negócios, entender melhor seu planejamento financeiro antes de tomar uma decisão. A MAIORIA DAS RESPOSTAS FOI “C”: Na sua concepção, o modelo de franquias é uma boa escolha, mas talvez o momento não seja o mais adequado. Quem sabe aguardar mais um pouco para aperfeiçoar e fortalecer suas habilidades, empreender em outro modelo de negócio menor buscando experiência e, por fim, alinhar as expectativas para que quando chegue o momento, o resultado seja satisfatório. 4. Como franqueado, você será responsável pela gestão de uma equipe e pela implementação dos padrões da marca. Sua habilidade de liderança será determinante para o sucesso do negócio. Como você julga sua capacidade de liderança? A. Tenho muita experiência em li- derança de equipes e estou pre- parado para crescer junto aos colaboradores nesse desafio. B. Tenho alguma experiência em li- derança, mas ainda preciso apri- morar minhas habilidades. C. Nunca liderei uma equipe e me sinto inseguro quanto à minha capacidade de gerenciamento de pessoas. 5. O retorno financeiro de uma franquia nem sempre é imediato. Ter expectativas realistas em relação ao prazo para lucrar é importante para evitar frustrações. Como você enxerga o retorno sobre o investimento? A. Além do investimento inicial, conto com um valor disponi- bilizado para eventuais cus- tos adicionais e para manter a operação saudável por bastante tempo. B. Tenho uma reserva, mas inicial- mente busco evitar qualquer tipo de gasto no começo da operação visando a um retorno mais rápido do investimento. C. Não conto com nenhum valor de reserva, espero um retorno rá- pido e não me sinto confortável em esperar mais de um ano para começar a lucrar. 5. Empreender, inclusive no modelo de franquias, envolve riscos. Saber lidar com desafios e incertezas é essencial para o sucesso. Como você avalia sua disposição para enfrentar os riscos do negócio? A. Estou preparado para enfrentar ris- cos e desafios e me sinto confiante em lidar com essas situações. Meu intuito é expandir a minha franquia e entendo que isso leva tempo. B. Aceito enfrentar riscos, porém não tenho experiência nesse sentido, mas conto com o respaldo do fran- queador para me ajudar. C. Não gosto de negócios que possam gerar incertezas, prefiro um ambien- te de negócios previsível e que te- nha a menor possibilidade de riscos. 6. Estar em contato com franqueados da rede escolhida antes de se tornar franqueado é essencial. Dessa forma, é possível conhecer um pouco a rotina e o suporte da franquia. O que você tem feito em relação a isso? A. Após pegar todas as informações da marca escolhida, entro em con- tato com os franqueados em busca de informações, afinal, é preciso en- tender se realmente me encaixo na rotina dessa operação. B. Acho importante ter esse conta- to, porém, caso o retorno não seja o esperado, não me deixo abater e mantenho a escolha, afinal, gostei da marca mesmo não sendo a rotina que eu espero. C. Não entro em contato com os fran- queados. Meu foco é apenas co- nhecer detalhes sobre valores de investimento e retorno da franquia. 7. Alguns modelos de negócios dependem fortemente de um fluxo constante de pessoas, por isso a escolha do ponto comercial é essencial. Como você enxerga essa questão? A. Essa decisão é feita em conjunto com o franqueador. Iremos analisar qual a me- lhor região para iniciar a operação, além de verificar dados sobre concorrentes e público-alvo. Se for o caso, posso es- colher um ponto indicado pela marca. B. Aceito indicações, porém acredito que a minhadecisão deva prevalecer mes- mo que o estudo de mercado não seja favorável à minha escolha. C. Acredito que essa escolha seja minha! Mesmo que o ponto esteja saturado ou que o fluxo de pessoas não seja o ide- al, prefiro escolher o ponto por conta própria. 43 GES179_42-43_Teste.indd 43GES179_42-43_Teste.indd 43 07/12/2024 18:2707/12/2024 18:27 Telegram @clubederevistas 44 UP TO DATE DE OLHO NO DÉFICIT DE PROFISSIONAIS, ITALENTS E UNYLEYA LANÇAM CURSO A DISTÂNCIA DE GRADUAÇÃO PARA PROFISSIONAIS DE TI, COM APOIO DE EMPRESAS QUE PODEM APROVEITAR OS TALENTOS FORMADOS POR UM FUTURO DISRUPTIVO © H U ZA S TU D IO / A D O BE ST O C K. C O M TEXTO CAMILA GUESA Um relatório da Google for Star- tups, de 2023, prevê que o Brasil terá um déficit de 530 mil profis- sionais de TI até 2025. Em paralelo, a As- sociação Brasileira das Empresas de Tec- nologia da Informação e Comunicação, a Brasscom, aponta que entre 2021 e 2025 apenas 53 mil profissionais irão se formar em TI, anualmente, representando 10% da quantidade necessária de demanda sobre a oferta de especialistas. Pensando nisso, a faculdade de EaD Unyleya juntou-se à startup educacional de captação de talentos iTalents e, em con- vênio, lançaram a primeira graduação a distância focada no mercado de TI. “Nós ouvimos, nos últimos 12 meses, as neces- sidades reais de contratação de clientes no Brasil, em Portugal e nos Estados Unidos para contratação de profissionais de TI e criamos, junto com empresas apoiadoras, um programa inovador, que une a neces- sidade das empresas à seleção de talentos. Um dos propósitos da iniciativa é resolver o déficit de profissionais capacitados na área de TI, um dos principais problemas no setor”, explica o cofundador da facul- dade Unyleya e atualmente diretor da iTa- lents, Engels Rego. Na proposta do curso, a oferta de gradu- ação de Análise e Desenvolvimento de Siste- mas (ADS) usa a metodologia PBL (Problem Based Learnig ou, em português, “Apren- GES179_44-46_UptoDate.indd 44GES179_44-46_UptoDate.indd 44 07/12/2024 18:5907/12/2024 18:59 Telegram @clubederevistas 45 P R O G R A M A P O T E N C I A L T E C H © H U ZA S TU D IO / A D O BE ST O C K. C O M © F O TO S: D IV U LG AÇ ÃO / IT AL EN TS dizagem Baseada em problemas”) desde a primeira disciplina, simulando o ambiente real de trabalho. Os estudantes participam de atividades práticas durante todo o cur- so; eles precisam cumprir prazos rigorosos e trabalhar em equipe, simulando situações comuns no ambiente profissional. INCLUSIVO E DEMOCRÁTICO Em linha com a proposta de identificar também novos talentos em tecnologia, o curso – caracterizado como Programa Po- tencial Tech, que potencializa a “minera- ção” de novos talentos – oferecerá bolsas integrais no primeiro semestre para todos os candidatos que tenham o Ensino Médio completo, em todo o território nacional, que passem no processo seletivo. A meto- dologia é semelhante à praticada nos boo- tcamps fornecidos pela startup, no quais as empresas “pagam” pelos cursos dos alu- nos em troca de prioridade na contratação. A diferença é que na graduação as empre- sas apoiadoras não terão custo algum, fican- do responsáveis apenas por oferecer (caso queiram) as vagas de estágio. “É uma forma de identificar futuros profissionais com ha- bilidades características e necessárias do se- tor, de forma inclusiva e democrática, sem que haja qualquer barreira financeira”, pon- tua Engels. Na proposta, a partir do segundo semestre, a bolsa passa a ser parcial (50%), tendo em vista que os estudantes já estarão aptos a estagiar nas empresas apoiadoras do programa e outras interessadas. “O curso, na forma como foi concebido, é bastante rigoro- so. Então, aqueles que conseguirem chegar ao segundo semestre terão demonstrado ca- racterísticas – soft skills – que interessam ao mercado de trabalho”, ressalta o executivo. QUAL A BOA? Curso Programa Potencial Tech – Graduação EaD de Análise e Desenvolvimento de Sistemas (ADS) Investimentos: 1º semestre gratuito para todos os alunos (bolsistas integrais); do 2º ao 5º semestre a bolsa é parcial (50%), com mensalidade de R$395 Duração: 5 semestres (2,5 anos) Início das turmas: fevereiro de 2025 Vagas: 500 Possibilidade de ganhos: de R$1.200 a R$1.800 de bolsa-auxílio em estágio de TI Organização: iTalents e Unyleya Informações e detalhes: lp.unyleya.edu.br "O que torna esta graduação diferenciada é que a empresa apoiadora pode acompanhar o desempenho dos bolsistas desde o início e recrutar gratuitamente aqueles que tenham match com a sua cultura" ENGELS REGO, COFUNDADOR DA FACULDADE UNYLEYA E ATUALMENTE DIRETOR DA ITALENTS GES179_44-46_UptoDate.indd 45GES179_44-46_UptoDate.indd 45 07/12/2024 18:5907/12/2024 18:59 Telegram @clubederevistas 46 FLEXIBILIDADE EM CADA PASSO O conteúdo é oferecido todo por meio de plataforma digital da Unyleya, na qual os conteúdos estão disponíveis de forma assíncrona. Assim, os estudantes podem escolher o melhor horário para assistir às aulas e realizar suas tarefas práticas. Eles contarão com toda a flexibilidade da edu- cação digital, com videoaulas exclusivas e algumas das melhores ferramentas de en- sino, podendo ser acessadas via platafor- ma ou app (iOS e Android) instalado em qualquer dispositivo, proporcionando a melhor experiência para os alunos. Além disso, terão acesso a uma comu- nidade de discussão na plataforma de conteúdos e chats Discord, em que eles colaboram entre si e contam com a super- visão e o acompanhamento dos professo- res e tutores. Todas as atividades são dis- cutidas e há feedbacks reais concedidos por profissionais experientes. “O que tor- na esta graduação diferenciada é que a empresa apoiadora pode acompanhar o desempenho dos bolsistas desde o início e recrutar gratuitamente aqueles que tenham match com a sua cultura. Queremos ainda que as empresas par- ticipem constantemente do aprimora- mento do currículo do curso, para que as competências técnicas desenvolvidas estejam alinhadas às suas necessidades”, explica Rego. A grade é passada por mestres e dou- tores atuantes em grandes organizações e ativos nas comunidades tech nacio- nais e internacionais. A programação também é pensada em conformidade com as empresas apoiadoras, que par- ticipam do acompanhamento da perfor- mance dos estudantes e podem recrutar gratuitamente estagiários ou profissio- nais juniores para compor seus times de TI a qualquer momento. UP TO DATE TI EM NÚMEROS ¼ O setor fechou o segundo trimestre de 2024 com crescimento de 22% no Brasil. ¼ Nos anos anteriores, as altas também foram de 21% e 22%, em 2023 e 2022, respectivamente. ¼ Na América Latina, a alta do mercado de TI deve ser de 11% em 2024. ¼ Até o ano de 2025 surgirão cerca de 800 mil vagas de trabalho no setor digital. ¼ O Brasil manteve-se em primeiro lugar no ranking de investimento no setor na América Latina, com 36,5% dos investimentos, somando US$ 38,5 bilhões. Fontes: Advanced Consulting, Brasscom, IDC, ABES. Diretores da iTalents - da esquerda para a direita: Paulo Camargo, Engels Rego, Alexandre Álvaro e Fabiano Dourado. GES179_44-46_UptoDate.indd 46GES179_44-46_UptoDate.indd 46 07/12/2024 18:5907/12/2024 18:59 Telegram @clubederevistas Eu tenho observado com curiosi- dade o crescimento de influen- ciadores estrangeiros no Brasil, especialmente aqueles que encontram seu público ao adotar uma narrativa que enaltece nosso país enquanto criticam ou relativizam aspectos negativos de su- as próprias culturas de origem. É fasci- nante como muitos deles conquistam a simpatia e a atenção dos brasileiros ao celebrar nossa culinária, hospitalidade, paisagens ou até mesmo ao fazer piada sobre dificuldades que enfrentam em seus países natais. Por um lado, é compreensível. Nós, como brasileiros, temos um histórico de valori-zar o olhar externo que reconhece nossa riqueza cultural e nos vê de maneira po- sitiva, especialmente em um mundo on- de muitas vezes somos estereotipados. É como se a validação de um estrangei- ro desse mais peso ao que já sabemos sobre nossa beleza e potencial. Essas narrativas criam uma conexão emocional quase instantânea. No entanto, quando olho mais de per- to, começo a refletir sobre as estraté- gias por trás disso. Até que ponto essa “paixão pelo Brasil” é genuína e onde começa o jogo calculado para enga- jar seguidores? O algoritmo das redes sociais recompensa conteúdos que ge- ram identificação e polêmica, e o ato de contrastar o Brasil com “os defeitos” de outros países é uma fórmula eficiente LÁNAFIRMA POR CAIO BARROSO CAIO BARROSO É FUNDADOR E CONSULTOR DA LÁ NA FIRMA. TEM EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL EM RECURSOS HUMANOS NOS SEGMENTOS DE LOGÍSTICA E MERCADO FINANCEIRO. NO ITAÚ-UNIBANCO LIDEROU EQUIPES E PROJETOS DE EMPLOYER BRANDING, TALENT ACQUISITION, TREINAMENTO E TALENT MANAGEMENT. EM BARCELONA, ATUOU COMO HEAD DE RECURSOS HUMANOS NA EMPRESA ONECOWORK. ATUALMENTE LIDERA PROJETOS DE GESTÃO DE PESSOAS, REDES SOCIAIS, COMUNICAÇÃO E MARKETING DE INFLUÊNCIA PARA EMPRESAS DE DIVERSOS SETORES. FOI NOMEADO LINKEDIN TOP VOICE. SITE: WWW.LANAFIRMA.PAGE INSTAGRAM: @LA_NAFIRMA 47 © C LE ID IA N E D U A RT E O boom dos influenciadores gringos para isso. É claro que nem todos os cria- dores de conteúdo seguem essa lógica de maneira deliberada, mas é inegável que a fórmula funciona. Agora, e se fosse o contrário? Imagine um brasileiro criando conteúdo voltado para outros países, exaltando a cultura do novo país que o recebeu e criticando o Brasil. Tenho dúvidas se funcionaria. Nossa his- tória colonial e nosso senso de identidade coletiva frequentemente se traduzem em © IRINA POPOVA / ADOBE STOCK uma defesa forte de nossa nação, mes- mo com todas as nossas críticas internas. Um brasileiro que fizesse algo semelhan- te talvez fosse visto como “vira-lata” ou desleal, sofrendo ataques on-line que o desacreditassem. Essa diferença nos faz pensar sobre o lugar que ocupamos no mundo e como as narrativas de identidade nacional são construídas. Por que valorizamos tanto o reconhecimento externo? Por que é mais aceitável para um estrangeiro criticar seu país e amar o Brasil do que para um bra- sileiro criticar o Brasil e amar outro país? Talvez isso revele algo sobre nossas inse- guranças ou nossa busca constante por aceitação no cenário global. Ao mesmo tempo, é importante reconhe- cer que essas trocas culturais são válidas e enriquecedoras, desde que feitas de forma honesta. O desafio está em manter um equilíbrio entre abraçar o positivo e evitar cair em estereótipos ou superficia- lidades. Para influenciadores estrangeiros e brasileiros, o que deveria importar é a autenticidade e o respeito pelas culturas que estão representando ou criticando. No fim, acredito que o fenômeno diz mais sobre nós, enquanto público, do que sobre os influenciadores. Por que consumimos o que consumimos? Que narrativas buscamos reforçar? E como isso molda nossa visão de nós mesmos e do mundo? É uma reflexão que vale para ambos os lados da câmera. “NÓS, COMO BRASILEIROS, TEMOS UM HISTÓRICO DE VALORIZAR O OLHAR EXTERNO QUE RECONHECE NOSSA RIQUEZA CULTURAL E NOS VÊ DE MANEIRA POSITIVA, ESPECIALMENTE EM UM MUNDO ONDE MUITAS VEZES SOMOS ESTEREOTIPADOS” GES179_47_ART_LanaFirma.indd 47GES179_47_ART_LanaFirma.indd 47 07/12/2024 19:0607/12/2024 19:06 Telegram @clubederevistas 48 TEXTO DE CAMILA GUESA FÉRIAS: UM MERGULHO NA PRODUTIVIDADE NO NEGÓCIO NO AMBIENTE PROFISSIONAL É GRANDE A PRESSÃO PARA OBTER RESULTADOS E ESTAR 100% ATIVO O TEMPO TODO. CONTUDO, PAUSAS PARA DESCANSAR E TIRAR FÉRIAS SÃO ESSENCIAIS PARA EMPREENDEDORES OXIGENAREM A MENTE E GARANTIREM MELHOR PRODUTIVIDADE 48 GES179_48-53_NoNegocio_Ferias_2.indd 48GES179_48-53_NoNegocio_Ferias_2.indd 48 07/12/2024 20:0807/12/2024 20:08 Telegram @clubederevistas 49 © E N IS AK SO Y / G ET TY IM AG ES F É R I A S Muito se tem discutido sobre escalas e formatos de trabalho, se 6x1 ou 4x3, se remoto ou presencial, mas o que muitos não se dão conta é de que essas questões discutem, essencialmente, a necessidade de pausas e cuidados maiores com a saúde física e mental, sendo priorizada também no ambiente corporativo. 49 GES179_48-53_NoNegocio_Ferias_2.indd 49GES179_48-53_NoNegocio_Ferias_2.indd 49 07/12/2024 20:0807/12/2024 20:08 Telegram @clubederevistas 50 NO NEGÓCIO Não por menos: de acordo com o rela- tório People at Work 2023: A Global Work- force View, do ADP Research Institute, 67% dos trabalhadores brasileiros dizem que o estresse influencia o seu trabalho; e 31%, a saúde mental. E não só os trabalhadores que passam por essas questões – o empre- sário também. Muitos empreendedores en- frentam desafios significativos relaciona- dos à saúde mental, como altos níveis de questões mentais, segundo aponta o estu- do “Saúde e Performance de Pessoas Em- preendedoras” elaborado pela Endeavor Brasil em colaboração com o BID Lab. Dos entrevistados, 94,1% relatam ter vivido pe- lo menos uma condição adversa de saúde mental ao longo da jornada empreendedo- ra, com a ansiedade sendo a mais frequen- te (85,6%), seguida por burnout (37%), de- pressão (21%) e ataques de pânico (22%). Para além das cargas individuais, o efei- to da falta de descanso e de férias regulares entre empreendedores pode causar, tam- bém, reflexos no negócio. Dados do relató- rio “Diretrizes sobre Saúde Mental no Tra- balho”, da Organização Mundial de Saúde (OMS) e Organização Internacional do Trabalho (OIT), estimam que 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos anual- mente por causa da depressão e da ansie- dade, custando à economia mundial qua- se US$ 1 trilhão. “Todas as pessoas preci- © A RQ U IV O P ES SO AL © D IV U LG AÇ ÃO / P RO SP H ER A sam de um momento de descanso, inclusi- ve empreendedores e responsáveis por ne- gócios. O corpo pede e a mente necessita. Mudar a rotina e os hábitos traz renovação, recarrega as energias; e no retorno às ativi- dades, a produtividade tende a aumentar. Indivíduos cansados e estressados tendem a ser menos produtivos. O descanso pro- longado pode ajudar a enxergar soluções diferenciadas e a construir novos produtos e serviços”, afirma a psicóloga, especialista em gestão de pessoas e mentora de carrei- ra Thana Mondego. MERECIDAS FÉRIAS? De modo geral, pessoas à frente de ne- gócios costumam se manter mais atuantes no dia a dia, postergando o momento de férias e descanso, por considerarem sua importância física e estrutural para as to- madas de decisão do empreendimento. De acordo com o especialista em gestão e mar keting e sócio-diretor da Prosphera Educação Corporativa, Haroldo Matsumo- to, são vários os impeditivos e motivos que podem levar empreendedores e empresá- rios a desistir das férias. Um deles pode ser, por exemplo, um possível problema que a empresa esteja enfrentando. Outro pode ter relação com o próprio ego do empre- endedor, que o leva a imaginar que a em- presa depende 100% dele, e nada vai acon- tecer da maneira correta enquanto ele es- tiver de férias. “Esse pensamento, de que ele próprio é insubstituível e de que tudo depende dele para a tomada de decisão, pode levá-lo a crer que não pode haver descanso. Por um lado, isso é verdadeiro, especialmente se a equipe não toma uma decisão sem a ‘bênção’ do empreendedor. Por outro, mostra o quanto o empresário pode ser centralizador e autoritário, fato que vai no sentido completamente contrá- rio ao das boas práticas de liderança, pe- las quais buscamos ter colaboradores com autonomia e delegar as atividades com se- gurança”, reforça o especialista. A diretora-executiva do Instituto Nacio- nal de Estudos do Repouso (INER) e Pró- -Espuma, Débora Fernandes, lembra tam-vida da empresa e do empresário O FUTURO DAS STARTUPS Com inteligência artificial, open innovation e soluções deep tech, setor seguirá em alta ED IÇ ÃO 1 79 - PR EÇ O R $ 20 ,0 0 Totens carregadores unem utilidade e oportunidade ao criar novos espaços para publicidade DIRETO NA TELA MUITO ALÉM DO VERÃO Especialistas apontam os setores com maior potencial de lucro e compartilham dicas para prosperar não apenas no verão Com coragem e visão estratégica, FÁBIO LOUZADA acelerou no momento certo e transformou a Eu Me Banco Educação no maior ecossistema para profissionais do mercado financeiro do Brasil, com faturamento superior a R$55 milhões. ACELERAR OU FREAR? COMPREENDER O MOMENTO ATUAL DO SEU NEGÓCIO É CRUCIAL PARA TRAÇAR O CAMINHO: UMA ROTA RUMO AO SUCESSO OU UM DESVIO QUE LEVARÁ AO FRACASSO GES179_01_Capa.indd 1GES179_01_Capa.indd 1 07/12/2024 15:5207/12/2024 15:52 NOSSA CAPA ACELERAR OU FREAR Nesta edição, exploramos as nuances do cenário atual, desvendando os indicadores que apontam para a aceleração ou para a frenagem do seu negócio. Apresentamos análises de especialistas, cases de sucesso e estratégias eficazes a fim de navegar pelas turbulências do mercado e alcançar resultados expressivos. Mais do que uma simples escolha entre dois caminhos, nossa matéria de capa convida você a decifrar o momento do seu negócio e traçar uma rota segura rumo à vitória, evitando os desvios que podem levar à derrota 32_ 80_FILMES Análises de filmes por Myrna Silveira Brandão e indicações de livros pela redação GES179_04_Sumario.indd 4GES179_04_Sumario.indd 4 07/12/2024 15:5607/12/2024 15:56 Telegram @clubederevistas ©1 TREINAMENTO&CARREIRA POR LUIZ MARINS LUIZ MARINS É ANTROPÓLOGO, PROFESSOR E CONSULTOR DE EMPRESAS NO BRASIL E NO EXTERIOR. TEM 13 LIVROS E MAIS DE 300 VÍDEOS E DVDS PUBLICADOS. WWW.MARINS.COM.BR Fazer a coisa certa: vale a pena? ©1 VECTORMINE / ADOBE STOCK © A RQ U IV O P ES SO A L 5 Peter Drucker é o pai da administração moderna. Pense bem no que ele disse: “Administrar uma empresa não é querer encontrar a coisa certa pa- ra fazer, mas sim fazer certo tudo aquilo que devemos fazer”. O que ele quis dizer é que para ter sucesso é preciso ser ético, fazer as coisas certas, não se deixar enganar pelo ganho a curto prazo e compre- ender que o sucesso só ocorre para aqueles que sabem ganhar no longo prazo, e para ganhar no longo prazo é preciso ser ético, honesto, respei- tado em todos os sentidos. Ainda fico impressionado ao ver empresários e profissionais que desejam vencer pelo caminho fácil da desonestidade, da trapaça, do enganar clientes, do desrespeitar fornecedores, do ganho fácil pela sonegação. Não entendem que esse caminho pode levar a um ilusório sucesso temporário, mas jamais tra- rá o sucesso duradouro, permanen- te. Sem credibilidade, tais empresas e profissionais ficam debilitados diante da primeira adversidade e sucumbem. É preciso compreender isso. É preciso acreditar nisso. O caminho da retidão, da honesti- dade, da ética, do fazer certo é mais íngreme, porém mais seguro e só ele nos levará ao verdadeiro suces- so, que só ocorrerá se construirmos “EMPRESARIAR NÃO É QUERER ENCONTRAR A COISA CERTA PARA FAZER, E SIM FAZER CERTO A PRÓXIMA COISA” Peter Drucker uma forte credibilidade no mercado. Escrevo isso porque tenho visto em- presas com aparente sucesso que repentinamente entram em pro- funda dificuldade. Ao estudarmos a razão de tal fracasso, nós nos depa- ramos com o fato de elas terem per- corrido esse pretenso sucesso por caminhos tortuosos, ilusórios, falsos, cheios de desonestidade e ações de moral e ética duvidosas. Quando esses empresários e profissionais tomam plena consciência dos erros que cometeram é tarde demais. Sua credibilidade não existe mais e são abandonados à própria sorte. Assim, vale a pena lembrar-se do conselho de Peter Drucker: “Faça sempre certo. Não transija com a ética e com a moral. Não acredite nas coisas muito fáceis. Respeite profundamente as pessoas para que possa ser respeitado. Não se iluda com facilidades e trilhe o caminho seguro da ética e da honestidade”. Muitos me dizem que isso tudo é ilusão e que é impossível no mun- do concreto em que vivemos, cheio de corrupção e malfeitos. Minha resposta é sempre a mesma: quem disse que é fácil? Quem disse que o caminho da ética e da honesti- dade é o mais largo e prazeroso? Quem disse que para ser ético e ho- nesto você não terá que lutar mui- to, muitas vezes deixando de fazer “bons negócios” e ficando de fora de oportunidades muito atraentes no curto prazo? Quem falou que é fácil, mentiu! Apenas peço que você, empresário, empreendedor, profissional, pense no que realmente quer para sua em- presa e para sua vida no longo prazo. Qual legado você quer deixar? O que realmente vale a pena? E, depois de pensar seriamente, decida e faça! Meu desejo é que você acredite que, nos meus muitos anos de consulto- ria, eu me cansei de ver empresários e profissionais “espertos”, os quais, depois de verem seus negócios e sua reputação na lama, me disseram sentir tamanho arrependimento e culpa que os consome dia e noi- te. Vivem de remédios tarja preta e dariam tudo para voltar no tempo e fazer a coisa certa. Pense nisso. Sucesso! GES179_05_ART_Treinamento.indd 5GES179_05_ART_Treinamento.indd 5 07/12/2024 16:2507/12/2024 16:25 Telegram @clubederevistas 6 _TREINAMENTO Franchising Em novembro, a ABF lançou dois pro- jetos para fortalecer o franchising sus- tentável: o Programa de Aceleração de Desempenho de Franqueados (PADAF) e o 1º Concurso de Consultoria de Campo. O PADAF foca o desenvolvimento de soft skills dos franqueados por meio de conteúdos na plataforma ABF Academy, abordando temas como autoconheci- mento, intraempreendedorismo e expe- riência do cliente. Já o concurso pre- tende valorizar os consultores de cam- po, essenciais no suporte às redes de franquia, oferecendo como prêmio uma bolsa integral para o MBA em Gestão de Franquias, em parceria com a FIA. POR JULIANA KLEINRadar. © F O TO S: D IV U LG A Ç Ã O _EMPREENDEDORISMO Projeto Cai na Rua O fundador e CEO da CHILLI BEANS, Caito Maia, estreou em novembro o programa Cai Na Rua, que será exibido toda quinta-feira nas suas redes sociais. Com quase 30 anos de experiência à frente da maior rede de óculos escuros da América Latina, Maia agora se dedica a com- partilhar histórias de empreende- dores que se destacam em seus mercados. O episódio de estreia visita a confeitaria PikurruchA’S, em São Paulo, conhecida por seus do- ces artesanais e ambiente lúdico. O programa tem o objetivo de reco- nhecer talentos e incentivar o em- preendedorismo, mostrando que é possível inovar em qualquer setor. _CONTRATAÇÃO Diversidade Desde 2016, o ITAÚ UNIBANCO mantém uma parceria com a Specialisterne Brasil para promover a inclusão de pesso- as autistas em seu quadro de colaboradores, reafirmando seu compromisso com a diversidade. Em 2024, o banco já contratou 58 profissionais autistas, somando 264 no total. Esses colaboradores estão distribuídos em diferentes áre- as, selecionadas com base em suas habilidades e interes- ses, garantindo adaptações metodológicas, acessibilidade e oportunidades de desenvolvimento profissional. _ENERGIA RENOVÁVEL Novas placas solares A NEWAVE ENERGIA, empresa especia- lizada em energia renovável, concluiu a compra de mais de 738 mil placas sola- res que serão instaladas em sua usina de energia limpa na cidade de Barro Alto, em Goiás. A negociação foi fechada em novembro com a empresa chinesa Jinko Solar. Para o CEO e fundador da Newave, Edgard Corrochano, o Brasil torna-se a “menina dos olhos” no cenário global pa- ra o desenvolvimento do mercado livre de energias limpas e renováveis. GES179_06-10_Radar.indd 6GES179_06-10_Radar.indd 6 07/12/2024 16:5507/12/2024 16:55 Telegram @clubederevistasbém que, culturalmente, ainda há uma THANA MONDEGO, psicóloga, especialista em gestão de pessoas e mentora de carreira, alerta que todas as pessoas precisam de um momento de descanso, inclusive empreendedores e responsáveis por negócios: “O corpo pede e a mente necessita”. HAROLDO MATSUMOTO, sócio - -diretor da Prosphera Educação Corporativa: “Esse pensamento, de que ele próprio é insubstituível e de que tudo depende dele para a tomada de decisão, pode levá-lo a crer que não pode haver descanso [...] mostra o quanto o empresário pode ser centralizador e autoritário”. GES179_48-53_NoNegocio_Ferias_2.indd 50GES179_48-53_NoNegocio_Ferias_2.indd 50 07/12/2024 20:0807/12/2024 20:08 Telegram @clubederevistas 51 se processo, saber balancear o tempo vai ajudar no dia a dia. “Muitas vezes, a pres- são por resultados e a necessidade cons- tante de estar presente levam os empresá- rios a ignorar suas necessidades pessoais. Estar bem tanto no âmbito familiar como no âmbito pessoal deve ser prioridade, porque uma base sólida oferece suporte emocional e reduz o estresse. Esse equilí- brio é um diferencial para manter a saúde mental e alcançar o sucesso nos negócios”, destaca Marques. © D IV U LG AÇ ÃO / IN ER © A RQ U IV O P ES SO AL DADOS DO ESTUDO MOSTRAM: • Ansiedade: 85% dos empreendedores relataram ter enfrentado ansiedade durante sua jornada. • Burnout: 37% dos participantes relataram ter experimentado burnout. • Estresse: A rotina de trabalho é percebida como estressante ou muito estressante por 56,8% dos empreendedores. Fonte: Endeavor Brasil. MARCUS MARQUES, especialista em gestão empresarial: “Uma gestão empresarial de sucesso não se baseia apenas em muitas horas trabalhadas no dia ou em uma semana de trabalho sem um dia de descanso, mas na qualidade e no planejamento das tarefas realizadas” “Há um sentimento inerente de que tirar férias é estar ‘fazendo algo de errado’, mas esse comportamento também é algo que traz uma sobrecarga mental e emocional, pois, diante desse pensamento, as férias só acontecem quando chegamos à exaustão” DÉBORA FERNANDES, DIRETORA-EXECUTIVA DO INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS DO REPOUSO (INER) sensação de culpa geral ao sair em férias. “Há um sentimento inerente de que tirar férias é estar ‘fazendo algo de errado’, mas esse comportamento também é algo que traz uma sobrecarga mental e emocional, pois, diante desse pensamento, as férias só acontecem quando chegamos à exaustão”, lembra. “O descanso é essencial, e por isso precisamos trabalhar a disciplina e cons- ciência interior para que as férias estejam regularmente em nossas agendas e que esse seja um compromisso inegociável”, complementa a especialista em sono. Portanto, é preciso ter consciência de que a falta de descanso pode ser ainda mais prejudicial ao negócio (e à pessoa fí- sica) do que manter-se sem energia e em esgotamento físico e mental, mas na ati- va. Na opinião do especialista em gestão empresarial Marcus Marques, o descanso é ponto-chave no sucesso do empresário, enquanto trabalhar demais pode ter uma interpretação equivocada. “Uma gestão empresarial de sucesso não se baseia ape- nas em muitas horas trabalhadas no dia ou em uma semana de trabalho sem um dia de descanso, mas na qualidade e no planeja- mento das tarefas realizadas. Um profissio- nal relaxado toma decisões mais assertivas e lidera com mais empatia e visão do que a empresa almeja”. Além disso, equilibrar a vida profissio- nal e pessoal é fundamental para todo em- preendedor. Apesar das dificuldades nes- GES179_48-53_NoNegocio_Ferias_2.indd 51GES179_48-53_NoNegocio_Ferias_2.indd 51 07/12/2024 20:0807/12/2024 20:08 Telegram @clubederevistas 52 várias frentes, pode-se valer da figura do sócio ou de um funcionário de confiança devidamente treinado para a substituição temporária. Importante também preparar líderes e gestores para que tenham alçada de decisão em suas respectivas áreas. Des- sa forma, a empresa irá manter suas ativi- dades mesmo com o dono de férias. Quando isso acontece, é possível se desligar mais do trabalho no período de descanso. “Claro que você até pode res- ponder alguma mensagem ou participar de uma decisão extremamente importan- te, porém o ideal é que a empresa consiga andar com as próprias pernas, sendo guia- da pelos líderes que permanecem duran- te sua ausência”, finaliza Marques. A época e o período vão variar muito, dependendo do tipo de negócio, da área de atuação da empresa, do momento de vida do empreendedor etc. As férias cole- YLANA MILLER, especialista em liderança, gestão de pessoas e CEO da Yluminarh: “O ideal é que cada pessoa tenha autonomia de escolher a época de tirar suas férias”. LUIZA SERPA, diretora e fundadora do Instituto Phi: “Viajar com minha família para lugares novos me ajuda a me conectar com o momento presente. Volto descansada da rotina de tomadas de decisão e da agenda intensa, sempre com novas perspectivas e ideias” © D IV U LG AÇ ÃO / P H I NO NEGÓCIO © Y LA N A M IL LE R tivas podem ser ótimas opções, quando se sabe que não haverá demanda no ne- gócio, tornando-se interessante, justa- mente, por serem mais bem programa- das. Assim, na volta à rotina, começa o período que exige atenção do empreen- dedor e ele provavelmente estará pron- to para isso. A especialista em liderança, gestão de pessoas e CEO da Yluminarh, Ylana Mil- ler, ressalta, porém, que, embora as férias coletivas sejam um momento que pode contribuir para o descanso, cada pro- fissional deve reservar o seu período de afastamento. “O ideal é que cada pessoa tenha autonomia de escolher a época de tirar suas férias. Alguns optam por divi- dir o período total a que têm direito de acordo com as suas preferências e neces- sidades pessoais, possibilitando um des- canso fracionado”, diz. Quando não há essa pausa, há o desgas- te físico e mental. “No desgaste físico per- cebemos dores nas articulações, nas cos- tas, dores de cabeça, a postura de trabalho é negligenciada. Quando temos o desgaste emocional, podemos perceber a chegada de algumas doenças, como estresse, de- pressão, ansiedade, burnout, entre outras. Nesses casos, os afastamentos por doença são inevitáveis, gerando prejuízos aos ne- gócios. E isso pode acontecer com funcio- nários e com empreendedores”, explica a psicóloga Thana Mondego. CAMINHOS PARA RELAXAR Para possibilitar essa pausa a fim de re- carregar as energias físicas e emocionais, o ponto principal é entender seu negócio e se planejar. Em negócios de micro e pe- queno porte, nos quais a presença do em- preendedor é mais intensa e atuante em GES179_48-53_NoNegocio_Ferias_2.indd 52GES179_48-53_NoNegocio_Ferias_2.indd 52 07/12/2024 20:0807/12/2024 20:08 Telegram @clubederevistas 53 APROVEITANDO O MOMENTO • Planeje com antecedência: Identifique pontos críticos e delegue funções antes de sair. • Delegue responsabilidades: Confie na sua equipe para cuidar do essencial enquanto você descansa. • Evite e-mails de trabalho: Se possível, desligue as notificações ou defina horários específicos para checá-los, se necessário. • Escolha um lugar tranquilo e explore novas atividades: Lugares que promovam descanso e desconexão com o cotidiano são ideais. • Mantenha uma rotina de bem-estar: Use as férias para atividades relaxantes, como caminhadas, leitura ou meditação. • Movimente-se: Aproveite o momento para colocar o corpo em movimento, praticando atividades ao ar livre, esportes de que goste ou novas atividades. • Conecte-se com família e amigos: Pode ser por meio de festas, encontros ou na rotina do dia a dia, esteja perto de quem é importante para você. Fontes: Ylana Miller e Luiza Serpha. CABEÇA DESCANSADA A diretora e fundadora do Instituto Phi, Luiza Serpa, que lidera a organização so- cial, ressalta que, para ela, o descanso é fundamental para manter o propósitoe o compromisso com o bem-estar das equi- pes e dos atendidos, buscando sempre cui- dar de si antes de focar os demais. “Esse é o sentido das férias para mim. Por isso, cos- tumo fazer duas pausas ao ano e partici- po de alguns retiros ao longo do ano. Uma equipe bem estruturada permite que o tra- balho continue sem interrupções enquanto eu recarrego as energias. Viajar com minha família para lugares novos me ajuda a me conectar com o momento presente. Volto descansada da rotina de tomadas de deci- são e da agenda intensa, sempre com novas perspectivas e ideias”, ressalta a executiva. Segundo a diretora, para realizar essas pausas, é essencial ter um planejamen- to claro a fim de delegar tarefas e garantir que a equipe saiba o que fazer. Importan- te também informar parceiros sobre a au- sência temporária e utilizar a tecnologia a seu favor, redirecionando e-mails e aplica- tivos de conversa, como o WhatsApp, para os responsáveis de cada projeto na sua au- sência, ativando, inclusive, as mensagens automáticas de ausência por férias. “Tro- car a imagem de perfil no WhatsApp para uma mensagem de férias também pode ser útil!”, lembra Luiza. O CEO da empresa especialista em pro- dutos de limpeza Ecoville, Cristiano Cor- rêa, também traz, na programação anual da empresa, agendas para que consiga ti- rar férias para si, divididas no período das festas de final de ano, de uns 15 dias, e no meio do ano, concomitantemente com as férias escolares de seus dois filhos, buscan- do memórias e trazendo experiências para CRISTIANO CORRÊA, CEO da Ecoville: “O dia a dia do trabalho com as atividades, os compromissos, as responsabilidades são muito grandes em todos os negócios em que atuo, e as férias são o momento de desligar, rever propósito, ver família, enfim… é o que traz o equilíbrio para mim nessa balança”. a família e momentos para estarem sempre juntos. “Para mim, ela é a outra ponta da balança. O dia a dia do trabalho com as ati- vidades, os compromissos, as responsabili- dades são muito grandes em todos os negó- cios em que atuo, e as férias são o momen- to de desligar, rever propósito, ver família, enfim… é o que traz o equilíbrio para mim nessa balança”, conta. © D IV U LG AÇ ÃO / E C O VI LL E GES179_48-53_NoNegocio_Ferias_2.indd 53GES179_48-53_NoNegocio_Ferias_2.indd 53 07/12/2024 20:0807/12/2024 20:08 Telegram @clubederevistas 54 A neta de Sara, ou Surica, como era ca rinhosamente chamada, explica que a co mida judaica representa a conexão com a origem. “Imagine que a Surica fazia esta receita na Romênia com a família e usan do os ingredientes disponíveis lá. Ao imi grar para o Brasil, ela buscou se reconec tar com aquela memória adaptando os ingredientes originais para os que encon trou e passando de geração em geração, assim como aconteceu com outras recei tas que estão no livro que recebemos de herança”, relembra. TEMPOS OBSCUROS Foram tempos difíceis. Às vésperas da Segunda Guerra Mundial, com o assom bro do nazismo na Europa, 193 mil refu giados judeus deixaram o Velho Conti nente em direção à América. Os Estados Unidos da América receberam a maioria: 102.222. Outros 63,5 mil foram para a Ar gentina e 8 mil vieram para o Brasil. Con tudo, de acordo com dados do Documen to Nacional de Identidade (DNI), até 1933 havia cerca de 40 mil judeus no Brasil, sen do que entre 15 mil e 20 mil estavam con centrados em São Paulo. DEU CERTO TRADICIONAL SABOR DO SUCESSO QUADRADINHOS DE WAFER E CHOCOLATE, SOBREPOSTOS, TORNARAM-SE A NOVA MANIA GASTRONÔMICA DA CAPITAL PAULISTA, ENCONTRADOS EM UM LIVRO DE RECEITAS DE MAIS DE 50 ANOSUma mãe e avó judia, lá da Romê nia, que chegou ao Brasil fugindo da perseguição nazista da Segun da Grande Guerra, um livro de receitas, habilidade na cozinha, tudo isso regado por um espírito combativo. Esses foram os ingredientes que resultaram no Suricake, uma espécie de bolo de wafer crocante, regado com uma calda especial, que leva mel e um blend de chocolates tanto no re cheio quanto na cobertura, como se fosse um espelho. Sara Meiler (ou Sura, em iídiche, língua derivada do alto alemão, historicamente falada pelos judeus Ashkenazi), a prota gonista dessa história, nascida em 1931 na Romênia, nem imaginava que, ao aportar em São Paulo, já emancipada e casada, a delícia que saía da sua cozinha, no bairro de Higienópolis, seria o sucesso da filha, Miriam Zolko, e da neta, Mayara Zolko, muitos anos depois, por meio das redes sociais. “O Suricake era feito em datas co memorativas da família apenas em ocasi ões especiais. Essa receita acompanhou a Surica ao fugir do nazismo, imigrando pa ra o Brasil, onde continuou acompanhan do as grandes festas, em memória aos mo mentos bons vividos em sua terra”, conta Mayara Zolko, advogada, especialista em Mergers & Acquisitions (M&A), que sig nifica Fusões e Aquisições, companhias abertas e governança corporativa. É ela quem cuida da criação de conteúdo e co municação da Suricake. TEXTO DE MARA MAGAÑA Miriam Meiler e a filha, Mayara Zolko, proprietárias da Suricake. GES179_54-56_DeuCerto_Suricake.indd 54GES179_54-56_DeuCerto_Suricake.indd 54 07/12/2024 20:2707/12/2024 20:27 Telegram @clubederevistas 55 © F O TO S: D IV U LG AÇ ÃO / S U RI C AK E S U R I C A K E “Imagine que a Surica fazia esta receita na Romênia com a família e usando os ingredientes disponíveis lá. Ao imigrar para o Brasil, ela buscou se reconectar com aquela memória adaptando os ingredientes originais para os que encontrou e passando de geração em geração, assim como aconteceu com outras receitas que estão no livro que recebemos de herança” MAYARA ZOLKO, PROPRIETÁRIA DA SURICAKE Dona Surica era uma dessas 20 mil pes soas. A cozinha representava sua maior habilidade e era motivo de competição com as amigas. “Ela não fazia o tipo bo azinha, foi uma mãe/avó brava, exigente e adorava fazer um drama, mas nos ensi nou tanto que mereceu uma homenagem”, destaca Mayara. As mãos – tão habilidosas e artísticas quanto as de Sara – por trás do Suricake, que está fazendo a cabeça dos paulista nos nas redes sociais, são de Miriam Mei ler, arquiteta de formação e colecionadora de arte, principalmente quadros e bolsas antigas. A filha de Sara e mãe de Mayara é responsável por toda a confecção, pelos cortes milimetricamente calculados e pela embalagem sempre com laço de presente. Hoje já está bem disseminada a cultura judaica, mas à época que a Dona Sara che gou por aqui não era assim, principalmen te no que se refere à adaptação para os pa ladares tão diferentes. “Assim como a Suri GES179_54-56_DeuCerto_Suricake.indd 55GES179_54-56_DeuCerto_Suricake.indd 55 07/12/2024 20:2707/12/2024 20:27 Telegram @clubederevistas 56 DEU CERTO ca, os imigrantes que saíram da guerra en contraram no Brasil o paraíso e a liberdade de reproduzir as receitas. Eles se aprovei taram do intercâmbio cultural de forma positiva, tanto que no livro da Surica exis tem diversas receitas brasileiras, que cer tamente aos poucos foram influenciando as judaicas também”, explica Mayara. O INÍCIO E A INOVAÇÃO Tudo podia ter permanecido apenas como uma deliciosa receita familiar, que poucos amigos conheciam, mas os qua dradinhos foram ganhando fama entre os que os provavam, e os pedidos de “quero mais” se multiplicavam. “A empresa come çou em um momento difícil para nós; en quanto estávamos passando por ele, lem brávamos muito da Surica, e a memória que temos dela é extremamente relacio nada à gastronomia, consequentemente ao Suricake”, realça a comunicadora. O investimento para dar o pontapé ini cial ao negócio, que começou em 2022, foi bem pequeno. Mayara Zolko afirma que não desembolsaram nem mil reais. O mar keting, garante Zolko, são elas próprias: “O marketing de sermos nós mesmas, de estar mos aprendendo e construindo algo junto do Instagramque os pedidos podem ser feitos, com pelo menos um dia de antece dência”, alerta. O ponto de modernidade do empreen dimento ficou a cargo de Izabela Dolabe la, exparticipante do Masterchef, formada em Gastronomia e pósgraduada em Gas tronomia Funcional, além de embaixadora da Le Cordon Bleu, uma rede internacio nal de ensino de gestão de hospitalidade e de escolas de culinária que ensina cozi nha francesa. Junto com Miriam e Maya ra, criou o Suricake de Pistache by Izabela. “Essa união marcou nosso primeiro ano, nós (eu e minha mãe) assistimos juntas ao Masterchef de que a Iza participou, mas a conhecemos pelo Instagram e logo vira mos suas fãs! Conhecemos poucas pesso as como ela, muito animada, positiva e foi incrível como a gente se ligou desde o co meço! Hoje não fazemos nada sem ela opi nar”, garante Mayara. Uma memória afetiva que está aí para eternizarse. com a Comunidade Suricake”. A divulgação é toda feita por meio das redes sociais, es pecialmente o Instagram, onde apaixona dos fazem seus pedidos constantemente. Afinal, o que é esse Suricake que anda provocando desejos mais que confessos? “É um bolo de wafer crocante com uma calda feita com mel puríssimo e um blend especial de chocolates, que serve como re cheio e como a magnífica cobertura espe lhada a enfeitar o wafer. É um doce equili brado, suave e delicado que combina mui to com café, frutas e sorvete. O Suricake deve ser conservado na geladeira e possui validade de sete dias. É impossível comer apenas um”, desafia a advogada. O doce pode ser encomendado em for ma de placas, com 24 unidades, ou caixas com 6 ou 4 unidades. O negócio ainda é pequeno, a produção sai da cozinha da Sra. Miriam, que precisou adaptar o am biente para tornar mais profissional. Há planos para expansão, claro, mas no mo mento o foco concentrase em como tor nar a experiência mais premium (perso nalização de sacolas, embalagens, co municação etc.). “Já pensamos sobre lo ja física, mas isso não deve acontecer em médio prazo. Por enquanto, é por meio SERVIÇO www.instagram.com/wafer.suricake O Suricake é um bolo de wafer crocante com uma calda feita com mel puríssimo e um blend especial de chocolates, que serve como recheio e para a magnífica cobertura espelhada a enfeitar o wafer. GES179_54-56_DeuCerto_Suricake.indd 56GES179_54-56_DeuCerto_Suricake.indd 56 07/12/2024 20:2707/12/2024 20:27 Telegram @clubederevistas INSPIRAÇÃO&EMPODERAMENTO POR ERIKA PESSÔA ERIKA PESSÔA É COMUNICÓLOGA, GESTORA DE CRISES, MENTORA DE EMPREENDEDORES, CONSULTORA DE GESTÃO. ESPECIALIZADA EM COMUNICAÇÃO INTERNACIONAL PELA SYRACUSE UNIVERSITY E ABERJE. 57 Na correria do dia a dia, quantas vezes você já se perguntou se é possível viver com mais leveza? Se existe um caminho pelo qual a vida flui de forma natural, quase sem esforço, manifestando o que precisa ser feito? Acredite: existe e é comprovado cientifi- camente! Esse estado que nos conecta ao momento presente, à nossa intuição e à realização das nossas ações de forma harmoniosa é chamado de flow. Mas o que é flow? Trata-se de um estado de total imersão, em que corpo, a men- te e o espírito trabalham em sincronia. É quando perdemos a noção do tempo porque estamos tão presentes que as barreiras entre o “eu” e a “ação” se dis- solvem. É como dançar com alguém que conduz os movimentos com tanta leveza que, mesmo sem saber os passos, você dança. Dança de forma plena, entregue ao ritmo. Esta é a essência do flow: um estado de entrega, em que a intuição guia e a vida acontece. No mundo dos negócios, especialmente para empreendedores, o flow pode ser uma ferramenta poderosa para impul- sionar a criatividade, a produtividade e a satisfação pessoal. No entanto, identi- ficar quais atividades podem gerar esse estado não é tão óbvio. Então, como des- cobrir o que nos leva ao flow? 1. IDENTIFIQUE A INTERSEÇÃO ENTRE HABILIDADE E DESAFIO: O flow acon- tece quando você está envolvido em uma atividade que desafia suas habili- dades sem ser esmagador. Reflita sobre quais tarefas em sua rotina despertam © C LE ID IA N E D U A RT E Você já viveu seu momento flow? sua concentração total e proporcionam uma sensação de progresso. Por exem- plo, para um empreendedor criativo, pode ser desenvolver uma estratégia inovadora; para um especialista técnico, resolver um problema complexo. 2. PRESTE ATENÇÃO AO QUE FAZ O TEMPO VOAR: Quais atividades fazem você perder a noção do tempo? Essas experiências são indicativos de que você está em flow. Para alguns empreende- dores, pode ser a negociação com um cliente; para outros, é a criação estraté- gica ou a execução prática. Observe os momentos em que você se sente ener- gizado e naturalmente imerso, mesmo em tarefas cotidianas. 3. CONECTE-SE COM SEU “PARA QUÊ”: O flow é mais intenso quando a ativi- dade está alinhada com seus valores e metas pessoais. Pergunte-se: o que é realmente importante para mim na vida empreendedora? Talvez seu propósito seja ajudar pessoas, inovar, criar soluções sustentáveis ou prestar um serviço que facilite a vida do cliente. Quando você encontra significado no que faz, é mais provável que entre no estado de flow com frequência. Como o físico e filósofo Ennett Goswami explica no livro Estado Flow como Forma de Felicidade, o flow acontece quando os dois “eus” que habitam em nós – o consciente e o intuitivo – tornam-se um só, sem esforço, sem fronteiras. Nesse ponto, surge um prazer profundo: a rea- ©IA lização fluida, o caminhar fazendo de for- ma extraordinária o que se propõe. Agora, traga essa ideia para o mundo dos negócios. Pense em Pelé, Rebeca Andrade e Ayrton Senna. Por que fica- mos hipnotizados ao vê-los em ação? Por que nos encantamos com a bele- za e o sabor da gastronomia da chef Carol Mesquita ou com a fala da Alcione Albanesi da ONG Amigos do Bem? Porque todos eles são realizadores que entregam ao mundo o seu melhor, feito com o coração e também com estra- tégias, planejamento, metas e excelên- cia. Agora, eu pergunto a você, atrair o outro para o que fazemos não é um dos propósitos da existência de marcas e empresas? Entende por que o flow é es- tratégico? Esse estado pode ser alcan- çado por você e por mim no mundo dos negócios se estivermos realmente com- prometidos com o que nos propusemos a fazer. É como dançar com a vida, con- fiando que o ritmo sempre nos levará ao lugar certo. Que possamos todos encon- trar nosso flow e caminhar com leveza, foco e fé. Afinal, o poema já está se es- crevendo. Basta deixar fluir. Vem? GES179_57_ART_Empoderamento.indd 57GES179_57_ART_Empoderamento.indd 57 07/12/2024 20:3007/12/2024 20:30 Telegram @clubederevistas OPINIÃO 58 © ELEMENTS ENVATO Com 72% das empresas do mundo tendo adotado a inte- ligência artificial (IA) em 2024 – um avanço significativo comparado aos 55% registrados no ano passado, segundo pesquisa da McKinsey –, a liderança em tecnologia está assu- mindo uma nova identidade, motiva- da pela inovação. Isso porque o uso estratégico da IA e da automação transforma completamente o papel de líderes e equipes, uma vez que o desafio deixa de ser apenas dominar tais tecnologias e torna-se ter a ca- pacidade de mantê-las em equilíbrio com a criatividade e o senso crítico. Dessa forma, a cultura de inovação é o solo fértil onde essa nova liderança flo- resce. Em um ambiente dinâmico e ágil, inovar significa testar, aprender, corrigir e evoluir rapidamente. Esta é uma das chaves para conduzir equipes inspira- das nesse novo cenário: criar condições para experimentação e, ao mesmo tem- po, eliminar o medo do erro. COMO INSPIRAR E MOTIVAR EQUIPES NA ERA DA INOVAÇÃO LÍDERES TECH 2.0 GES179_58-59_Opiniao.indd 58GES179_58-59_Opiniao.indd 58 07/12/2024 20:3707/12/2024 20:37 Telegram @clubederevistas 59 © L U C IA N O A LV ES J O R G E L U I Z “MOTIVAR E INSPIRAR PESSOAS EXIGE QUALIDADES COMO COMUNICAÇÃOTRANSPARENTE, CONFIANÇA E ADAPTABILIDADE. UMA BOA TROCA GARANTE QUE TODOS COMPARTILHEM UM PROPÓSITO E SINTAM-SE PARTE DE UM OBJETIVO COMUM” Para alcançar esse propósito, o lí- der deve então capacitar o time a criar, refletir e questionar, pois inova- dor é aquele que abre espaço para que o status quo possa ser desafiado, apoiando o pensamento fora da caixa e promovendo uma cultura em que ideias são bem-vindas e aprimoradas. Assim, a melhoria contínua passa a ser o combustível que move a equipe rumo a um futuro em que a inovação não é só um objetivo, mas um hábito. Além disso, motivar e inspirar pessoas exige qualidades como comunicação transparente, confiança e adaptabi- lidade. Uma boa troca garante que todos compartilhem um propósito e sintam-se parte de um objetivo co- mum, enquanto a confiança cria um ambiente de autonomia e respon- sabilidade, essencial para fortalecer a relação líder-equipe. Já a adap- tabilidade é o segredo para manter a resiliência diante das constantes mudanças e dos avanços da tecnolo- Para sustentar essa dinâmica, a capacitação contínua é um gran- de alicerce. Em um setor em que a evolução é em alta velocidade, líde- res precisam incentivar uma men- talidade de aprendizado constante. Mais do que dominar técnicas e ferramentas, é essencial que os colaboradores estejam preparados para as transformações do merca- do, mantendo-se atualizados e ex- plorando novos conhecimentos. Com essa mentalidade de desen- volvimento e um olhar atento às tendências, os líderes podem im- pulsionar a inovação dentro da or- ganização e preparar suas equipes para enfrentar qualquer desafio com confiança, criatividade e agi- lidade. À medida que o mundo fica mais digital, a liderança tech ganha mais força como um pilar estraté- gico, conectando conhecimento técnico com o fator humano para um futuro inspirador. Coordenador de Engenharia e Delivery na Rethink, consultoria de tecnologia, design e estratégia especializada no desenvolvimento de soluções digitais. gia. Assim, o líder torna-se mais que um guia, mas um parceiro que está ao lado do time em cada desafio, adaptando- -se às novas demandas e construindo soluções conjuntas. Com o intuito de manter o engajamen- to com as metas de inovação, é preci- so estimular o envolvimento da equipe desde o início e saber celebrar peque- nas conquistas ao longo do caminho. Quando os colaboradores são parte do planejamento e percebem o impacto real de suas contribuições, o senso de pertencimento se fortalece. Estratégias como definir vitórias rápidas, ou quick wins, ajudam a dividir grandes metas em partes menores e mais alcançá- veis, mantendo a equipe engajada e conectada ao propósito. Além disso, o reconhecimento constante faz toda a diferença, pois o reforço positivo não só aumenta a motivação, mas também cria uma atmosfera de valorização e celebração das conquistas, alimentan- do a paixão pela inovação. GES179_58-59_Opiniao.indd 59GES179_58-59_Opiniao.indd 59 07/12/2024 20:3707/12/2024 20:37 Telegram @clubederevistas 60 DIGITAL © F AB RI KA C R / G ET TY IM AG ES E R EE ZK Y PR AD AT A / G ET TY IM AG ES GES179_60-64_Digital.indd 60GES179_60-64_Digital.indd 60 07/12/2024 20:5707/12/2024 20:57 Telegram @clubederevistas 61 A mídia externa, ou Out Of Home (OOH), continua a se destacar como uma das formas mais eficazes de publicidade no Brasil. De acordo com o estudo Inside OOH 2023, da Kantar IBOPE Media, a mídia OOH alcança 89% da população brasileira, com destaque para as praças do Distrito Federal (95%), Recife (95%) e Fortaleza (93%). Esses números refletem o impacto da publicidade em locais estratégicos, como estabelecimentos comerciais (72%), transportes (64%), mobiliário urbano (63%) e grandes formatos (59%). T O T E N S MÍDIA EXTERNA SOMADA AO SERVIÇO TEM SIDO OPÇÃO LUCRATIVA PARA EMPRESAS E CLIENTES. NO GANHA-GANHA, A RECEITA É DE SUCESSO TEXTO DE MARCELO CASAGRANDE PROPAGANDA SERVIÇO COM GES179_60-64_Digital.indd 61GES179_60-64_Digital.indd 61 07/12/2024 20:5707/12/2024 20:57 Telegram @clubederevistas 62 DIGITAL Nos últimos anos, a evolução digital da mídia OOH tem atraído atenção, com 66% das pessoas que viram publicidade nes- se meio em formatos digitais de exibição, uma alta de 14% nos últimos seis anos. Is- so tem permitido às marcas explorar no- vas maneiras de interação e criatividade, proporcionando experiências mais im- pactantes para o público. De fato, 93% dos entrevistados afirmaram que anúncios em formatos digitais de OOH chamam mais atenção, e 81% gostam de ver publi- cidades nesse estilo. As telas digitais ofe- recem um leque de possibilidades de seg- mentação e personalização que tornam os anúncios ainda mais relevantes e imer- sivos, gerando uma conexão mais profun- da entre a marca e o consumidor. INTERAÇÃO QUE GERA RESULTADOS Além disso, a interatividade promovida por esses anúncios também se traduz em resultados concretos para as marcas. Cerca de 79% das pessoas que visualizaram anún- cios em OOH interagiram com a publicida- de, seja buscando mais informações sobre a marca, seguindo a empresa nas redes so- ciais ou escaneando um QR Code. Esse ti- po de interação cria uma ponte direta en- tre o mundo físico e o digital, permitindo que as marcas se conectem com os clientes em tempo real. Tal fenômeno reflete uma mudança significativa no comportamento dos consumidores, que buscam mais do que apenas uma exposição passiva às mar- cas – agora, eles esperam uma experiência envolvente e personalizada, que possa ser imediatamente explorada. Ainda conforme a pesquisa, a presen- ça da mídia externa é especialmente mar- cante em datas comemorativas, como o Dia das Mães, com 57% das pessoas lem- brando-se de ter visto anúncios direciona- dos para essa data. Nesse contexto, a mí- dia OOH não se limita a gerar visibilidade, mas se torna uma ferramenta poderosa para ativar campanhas de marketing sa- zonais que influenciam o comportamento do consumidor em momentos específicos. A publicidade nesse meio também tem a vantagem de alcançar um grande número de pessoas de forma concentrada e eficaz, criando um impacto visual que dificilmen- te passará despercebido. Essa ampla exposição e capacidade de atrair a atenção do público fazem da mídia OOH uma ferramenta estratégi- ca não apenas para criar reconhecimen- to de marca, mas também para influen- ciar diretamente as decisões de compra. Dados indicam que 69% das decisões de compra são feitas quando o consumidor está na frente dos produtos, e a presen- ça de anúncios criativos e digitais nas ru- as, nos transportes e nos estabelecimen- tos comerciais pode ser um fator crucial nesse processo. O impacto da mídia OOH no ponto de venda é notável, pois ela cria uma relação direta entre o consumidor e a “Sabia que inúmeras pessoas passavam por esses momentos diariamente. Acreditei que ganharia dinheiro, movimentaria a economia, além de ajudar clientes e usuários” CEZAR SANTOS, CEO DA KEEP CHARGED © D IV U LG AÇ ÃO / K EE P C H AR G ED GES179_60-64_Digital.indd 62GES179_60-64_Digital.indd 62 07/12/2024 20:5707/12/2024 20:57 Telegram @clubederevistas 63 marca, muitas vezes motivando decisões impulsivas e aumentando a probabilida- de de conversão no momento da compra. UNINDO SERVIÇO E PUBLICIDADE Uma inovação que complementa essa experiência no ponto de venda está nos totens carregadores de celular. Esses dis- positivos têm atraído cada vez mais con- sumidores, criando um ambiente mais envolvente e prolongando o tempo de permanência nas lojas, o que aumenta as chances de conversão e fidelização. A pre- sença de totens com recursos tecnológicos não só atende a uma necessidade prática dos clientes, mas também fortalece a inte- ração da marca com o consumidor, poten- cializando o vínculo emocional e incen- tivando a lealdade à marca. Essestotens servem ainda como pontos estratégicos para exibição de anúncios e promoções, criando uma sinergia entre a mídia OOH e o ambiente de varejo. A EXPERIÊNCIA DO CLIENTE EM PRIMEIRO LUGAR E foi justamente pela falta de bateria no celular que o CEO da Keep Charged, Cezar Santos, resolveu criar uma plataforma que conectasse locais disponibilizando carre- gadores aos clientes. “Sabia que inúme- ras pessoas passavam por esses momen- tos diariamente. Acreditei que ganharia dinheiro, movimentaria a economia, além de ajudar clientes e usuários”, explica. A Keep Charged disponibiliza um apli- cativo gratuito que indica onde é possível carregar o celular. Nos locais de carrega- mento, há displays de publicidade que ge- ram lucro para a empresa. Atualmente, a rede de microfranquia de publicidade em carregadores de ce- lulares e smartphones conta com mais de 145 franquias comercializadas em 23 es- tados brasileiros. Outra empresa que aproveitou essa on- da foi a PubliCarga, franquia especializada em publicidade indoor que utiliza totens carregadores de celular. André Jácomo identificou uma lacuna no mercado de mí- dias alternativas e decidiu inovar ao forne- cer publicidade fazendo uso de totens. A proposta da marca não é apenas um novo meio de publicidade, mas promover uma nova forma para que as marcas se conec- tem com os públicos. A empresa não produz as torres de car- ga, mas comercializa os espaços dispo- níveis. O franqueado tem acesso a diver- sas ferramentas on-line para inserção de anúncios nos totens, suporte para redes sociais, desenvolvimento de vídeos publi- citários, análise de geomarketing para im- plantação dos totens e um sistema próprio para gestão e solicitação de artes. Ao adotar essa abordagem, as compa- nhias têm a chance de melhorar a experi- ência do cliente enquanto ampliam o al- cance publicitário. Para os investidores e empreendedores, a marca representa uma oportunidade de crescimento significativa em um setor que está em franca expansão. CRIAÇÃO DE VALOR O consultor de Negócios do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-SP), Bruno Pereira dos Santos, lembra que, quando é pensado no conceito de venda, deve-se iniciar o ra- ciocínio com base na criação de valor. “A interpretação de valor parte de diversas ações que o empresário pode agregar ao seu negócio. Considerando o totem car- regador, temos um excelente recurso para gerar valor ao negócio, pois este traz con- sigo a conveniência e até uma segurança para ele, garantindo que não fique sem seu celular e acabe tendo dificuldades em ou- tros momentos”, afirma. Sobre a instalação do totem propria- mente dita, o consultor considera que saber dispor esse item no espaço é fun- damental: no caso de uma loja, colocá-lo próximo à entrada é mais efetivo pois o público consegue ver o item ao passar por ela, o que pode estimular o acesso, funcio- nando como um chamariz. Em outras situ- “O totem como meio de publicidade é, sem dúvida, uma ótima tática para o negócio. Entretanto, o pensamento estratégico acerca desse tema é fundamental: essa publicidade deve estar prioritariamente relacionada com seu perfil de público e, inclusive, com o seu negócio” BRUNO PEREIRA DOS SANTOS, CONSULTOR DE NEGÓCIOS DO SEBRAE-SP © D IV U LG AÇ ÃO / S EB RA E GES179_60-64_Digital.indd 63GES179_60-64_Digital.indd 63 07/12/2024 20:5707/12/2024 20:57 Telegram @clubederevistas 64 ações, disponibilizar o totem em áreas de maior fluxo, principalmente próximo aos produtos que tomariam “mais tempo” na tomada de decisão do consumidor, pode ser uma excelente escolha, pois é possí- vel atrair a atenção do cliente. É um fato: o ambiente de compra es- tá cada vez mais dinâmico, e marcas que souberem integrar a criatividade digital com a experiência no ponto de venda terão uma vantagem significativa. A pu- blicidade OOH, com formato inovador e impacto direto, continua a ser uma fer- ramenta essencial para marcas que de- sejam se destacar e conquistar o público em uma era de constantes mudanças no comportamento do consumidor. Então, por que não unir tudo isso nu- ma espécie de “ganha-ganha”? Santos considera que essa é uma forma atrativa, e toda maneira de promover faturamen- to para o negócio é muito bem-vinda pa- ra qualquer empresa. O consultor afirma que transformar itens e recursos dos negócios em mídias para as mais diversas divulgações sem- pre é uma excelente ideia, pois, além de potencializar o interesse do público ao item em questão, gera renda e fortaleci- mento de parcerias. “O totem como meio de publicidade é, sem dúvida, uma ótima tática para o negócio. Entretanto, o pen- samento estratégico acerca desse tema é fundamental: essa publicidade deve estar prioritariamente relacionada com seu perfil de público e, inclusive, com o seu negócio”, aconselha. Por isso, complementa, apostar em parcerias com empresas que vendem produtos ou serviços complementares aos que você oferece, atendendo o mes- mo público, torna a ação ainda mais efe- tiva. É importante também respeitar a identidade visual do seu estabelecimen- to, para que o totem não destoe do visual merchandising da empresa, criando um destaque negativo no ambiente. Essa informação é respaldada por uma pesquisa do Serviço de Proteção ao “Ao analisar os dados de forma integrada, fica evidente que estratégias que aumentem a permanência do cliente no ponto de venda, como os totens carregadores, são fundamentais para criar um ambiente que estimule tanto a validação de compras planejadas quanto as compras por impulso” ALDO BATISTA DOS SANTOS JUNIOR, CONSULTOR DE NEGÓCIOS DO SEBRAE-SP Crédito (SPC), trazida pelo consultor de Negócios do Sebrae-SP, Aldo Batista dos Santos Junior. Ele afirma que os totens carregadores, ao oferecerem um servi- ço prático como o carregamento de ce- lulares, aumentam o tempo de perma- nência do cliente no ponto de venda. Os números mostram: 34,6% dos consumidores compram mais quan- do passam mais tempo na loja, muitas vezes motivados por estímulos que ini- cialmente não planejavam. “Portanto, ao analisar os dados de forma integra- da, fica evidente que estratégias que au- mentem a permanência do cliente no ponto de venda, como os totens carre- gadores, são fundamentais para criar um ambiente que estimule tanto a vali- dação de compras planejadas quanto as compras por impulso”, afirma. © D IV U LG AÇ ÃO / S EB RA E DIGITALDIGITAL GES179_60-64_Digital.indd 64GES179_60-64_Digital.indd 64 07/12/2024 20:5707/12/2024 20:57 Telegram @clubederevistas DIVERSIDADE&INCLUSÃO POR DANIELE AVELINO DANIELE AVELINO É ESPECIALISTA EM DIVERSIDADE E INCLUSÃO, LINKEDIN TOP VOICE E MENTORA DE MARCA PESSOAL E ESTRATEGISTA DIGITAL. IN: WWW.LINKEDIN.COM/IN/DANIELEAVELINO. Recentemente participei de um fórum do The Future is Now, onde tivemos diversas palestras e gos- tei muito do tema de Sustentabilidade Humana para a Sustentabilidade dos Negócios. Na verdade, o tema central era: Humanização: inovação e bem-estar no ambiente de trabalho. Esse tema nos dias atuais é de grande relevância, pois com as mudanças nas expectativas de consumidores, inves- tidores e colaboradores, a sustentabi- lidade humana consolida-se como um diferencial competitivo no mercado moderno. Esse conceito enfatiza a im- portância de cuidar das pessoas como parte essencial do sucesso empresarial e da responsabilidade socioambiental. O investimento em sustentabilidade huma- na, ou seja, em práticas que promovam saúde, bem-estar, inclusão e desenvolvi- mento dos colaboradores, cria uma base sólida para que as empresas prosperem de forma ética e sustentável. Este artigo explora como a sustentabilidade huma- na se traduz em benefícios tangíveis para os negócios, como resiliência, inovação e reputação positiva. O QUE É SUSTENTABILIDADE HUMANA? A sustentabilidade humana vai além de práticas convencionais de bem-estare diversidade; ela engloba uma visão holística que valoriza cada colabora- “O INVESTIMENTO EM SUSTENTABILIDADE HUMANA, OU SEJA, EM PRÁTICAS QUE PROMOVAM SAÚDE, BEM-ESTAR, INCLUSÃO E DESENVOLVIMENTO DOS COLABORADORES, CRIA UMA BASE SÓLIDA PARA QUE AS EMPRESAS PROSPEREM DE FORMA ÉTICA E SUSTENTÁVEL” 65 © A N A M O N TE N EG RO dor como indivíduo, promovendo seu desenvolvimento integral. Com a pan- demia em 2020, ficou acentuado que precisamos cuidar das pessoas e, para isso, envolver políticas de saúde men- tal, bem-estar físico, inclusão, seguran- ça e oportunidades de desenvolvimento contínuo. Após o caos que a epidemia global trouxe, empresas passaram a criar áreas ou diretrizes específicas sobre esse tema. Empresas que adotam tal aborda- gem entendem que o sucesso não está apenas nos resultados financeiros, mas também na capacidade de proporcionar uma experiência enriquecedora e signi- ficativa aos seus colaboradores. Investir na sustentabilidade humana é, portan- to, investir na continuidade e no impacto positivo dos negócios. A CONEXÃO ENTRE BEM-ESTAR E PRODUTIVIDADE Empresas que priorizam o bem-estar de seus colaboradores colhem frutos em termos de produtividade e compro- metimento. Quando os colaboradores sentem-se valorizados e apoiados, eles tendem a apresentar maior satisfação no trabalho, menor índice de absenteísmo e maior capacidade de foco. Benefícios como horários flexíveis, apoio psicoló- gico, espaços de convivência e progra- mas de saúde física criam um ambiente onde as pessoas podem desenvolver todo seu potencial, o que beneficia di- retamente os resultados da empresa. Recentemente tivemos organizações que adotaram a semana de quatro dias e algumas já estão planejando para ter a semana de três dias, pois os resultados alcançados com quatro dias foram signi- ficativos nos resultados nos negócios. A questão principal é: o que falta no Brasil para que isso se torne prática diária? Coragem das organizações e responsa- bilidade das pessoas. REDUÇÃO DE CUSTOS E AUMENTO DE EFICIÊNCIA Investir em bem-estar também gera re- sultados financeiros. Com colaboradores saudáveis e motivados, a empresa dimi- nui o risco de problemas de saúde rela- cionados ao trabalho, reduzindo, assim, os custos associados a afastamentos e tra- tamentos médicos. Além disso, a retenção de talentos torna-se mais sólida, reduzin- do a necessidade de novas contratações e treinamentos constantes. Sustentabilidade Humana para a Sustentabilidade dos Negócios PARTE 1 GES179_65_ART_Diversidade.indd 65GES179_65_ART_Diversidade.indd 65 07/12/2024 21:0007/12/2024 21:00 Telegram @clubederevistas 66 DAS GRADES AO SUCESSO COM UM PASSADO CONTURBADO, MURILLO CARIZZIO TRILHOU UM CAMINHO DE SUPERAÇÃO QUE O LEVOU DA PRISÃO AO SUCESSO NO MUNDO DO EMPREENDEDORISMO TEXTO DE JULIANA KLEIN um erro que o levou à prisão. No entanto, demonstrando força e determinação, re- cusou-se a ser definido por esse momento e encarou a situação como uma chance de trilhar um novo caminho. Em 2014, livre da prisão, Carizzio ti- nha um objetivo: construir um futuro di- ferente. Uma vaga em uma grande empre- sa parecia a oportunidade ideal, mas um pequeno erro no currículo mudou tudo. Ao digitar um número de telefone errado, Murillo sem querer abriu caminho para que o empregador descobrisse seu passa- do por meio de uma busca on-line. A opor- tunidade de emprego foi perdida, mas es- se contratempo o levou a uma grande vira- da. Um encontro casual com um fornece- dor de sua namorada, que se dedicava às vendas on-line de semijoias para custear os estudos, apresentou a ele o promissor universo das correntes de prata. Com R$500 emprestados da namorada e muita determinação, ele deu seus pri- meiros passos como empreendedor, ven- dendo peças masculinas em grupos do Facebook enquanto ainda cursava Direi- A história de Murillo Carizzio é uma verdadeira prova de que é possível dar a volta por cima e transformar a vida, mesmo diante de obstáculos desafiadores. O empresário comprova que recomeçar é uma alter- nativa. Após cumprir pena na cadeia, ele fundou a El Patron Platas, marca de joias de prata que faturou R$4,5 milhões em 2023 e projeta R$6 milhões para 2024. Especializada em pratas italianas, a El Patron oferece anéis, brincos, corren- tes, escapulários, pingentes e pulseiras. Com matriz em Goiânia e e-commerce consolidado, a empresa inaugurou sua primeira loja física em São Paulo, no Shopping Itaquera, em junho deste ano. O plano de expansão prevê cinco uni- dades próprias e, posteriormente, fran- quias no Sudeste e Sul do País. DO ERRO AO EMPREENDEDORISMO O ano de 2013 marcou uma reviravol- ta na vida de Murillo Carizzio. Cursando Direito e com apenas 21 anos, cometeu 66 GES179_66-67_VirouoJogo.indd 66GES179_66-67_VirouoJogo.indd 66 07/12/2024 21:1007/12/2024 21:10 Telegram @clubederevistas 67 M U R I L L O C A R I Z Z I O to. “Eu estava determinado a fazer a dife- rença e encontrei no empreendedorismo o caminho para a redenção e a realização pessoal. Enxerguei na criação de um ne- gócio a oportunidade de gerar renda, ofe- recer oportunidades para outras pessoas e, principalmente, demonstrar que eu era capaz de construir algo positivo e signifi- cativo”, afirma. INSPIRAÇÃO NO PÚBLICO JOVEM Inspirado na série Narcos, Carizzio re- batizou a empresa, inicialmente chama- da Dallas Joias, para El Patron. A marca investe em ostentação e conexão com o mundo do hip-hop, firmando parcerias com MCs e influenciadores como Xamã, Hungria e Filipe Ret. O público-alvo são jovens de 18 a 35 anos, com foco na faixa etária de até 25 anos. Além das lojas físicas e franquias, o empresário planeja incluir produtos fe- mininos no catálogo da El Patron e ex- pandir para o mercado norte-americano, onde identifica uma lacuna na oferta de peças de prata de valor intermediário. A história de Murillo Carizzio é um exemplo de resiliência, determinação e superação. Ele transformou as adversi- dades em combustível para alcançar seus objetivos e construir um futuro promis- sor. O jovem empreendedor, que um dia esteve preso, hoje colhe os frutos de sua dedicação e trabalho duro, inspirando a todos com sua trajetória de vida. 67 GES179_66-67_VirouoJogo.indd 67GES179_66-67_VirouoJogo.indd 67 07/12/2024 21:1007/12/2024 21:10 Telegram @clubederevistas 68 © E TE RN AL C RE AT IV E / G ET TY IM AG ES STARTUP-SE ESPECIALISTAS APONTAM AS TENDÊNCIAS E O QUE PODEMOS ESPERAR DO PRÓXIMO ANO PARA ESSE SETOR QUE NÃO PARA CRESCER TEXTO DE MICHELLE RAEDER O QUE ESPERAR DO MERCADO DE STARTUPS PARA 2025? GES179_68-74_Startupse.indd 68GES179_68-74_Startupse.indd 68 07/12/2024 21:5007/12/2024 21:50 Telegram @clubederevistas 69 T E N D Ê N C I A O ano de 2025 está batendo à porta e a cabeça dos “startupeiros” já está focada em ações e planejamentos para o ano novo. E não é para menos, são tantas novidades nesse mercado que cresce e está em constante evolução, que os empreendedores precisam estar sempre à frente para não perderem oportunidades. “Soluções mais maduras, em diversas áreas, tais como saúde, energia, financeiro e agro, terão destaque” MARCOS GONÇALVES, CTO DA BETH HEALTH TECH © DIVU LG AÇ Ã O / BETH H EALTH TECH GES179_68-74_Startupse.indd 69GES179_68-74_Startupse.indd 69 07/12/2024 21:5007/12/2024 21:50 Telegram @clubederevistas 70 STARTUP-SE Há muitas expectativas para 2025, principalmente no que tange à trans- formação tecnológica. Segundo o CTO da Beth Health Tech, Marcos Gonçal- ves, a consolidação de tecnologias em evidência como a inteligência artifi- cial (IA), com uma maior clareza de suas aplicações e distanciamento do “hype”, é uma das tendências para o próximo ano. “Soluções mais madu- ras, em diversas áreas, tais como saú- de, energia, financeiro e agro, terão destaque”, esclarece. Para2025, espera-se um mercado ainda mais dinâmico e maduro, afirma o fundador e CEO da 100 Open Star- tups, Bruno Rondani. “A tendência de crescimento no setor de inteligência ar- tificial deve se intensificar, já que seto- res estratégicos como mineração, ener- gia, saúde, serviços financeiros e indús- tria estão ampliando seu interesse por soluções de deep tech e IA, enquanto categorias como agritechs, também ga- nharão destaque”. Além disso, o CEO da Invest Tech, Felipe Zaghen, acredita que haverá mais ofertas em 2025, pois muitas em- presas que acabaram segurando novas captações, ou com rodadas bridge (tipo de financiamento usado para estender a pista de uma startup até ela levantar a próxima rodada de financiamento de capital de risco), dívida, ou entrando em ponto de equilíbrio e segurando novos investimentos, precisarão vol- tar a captar para crescer. “Nós vimos isso em nosso portfólio. Enquanto em 2023 nossas empresas aumentaram o faturamento, no consolidado, próximo a 40%, em 2024 o crescimento deve fe- char em torno de 35%, mas com maior geração de caixa. Para voltarem a ace- lerar o crescimento, que no early stage é necessário, elas precisarão captar no- vas rodadas com investidores”, pontua. Conforme explicam os especialis- tas, há muito otimismo para 2025, pois avaliam que o mercado está ficando mais racional e, com isso, acreditam que haverá mais rodadas de investi- mento saindo. “Esperamos que o mer- cado de M&A melhore, algo necessário para que os fundos consigam realizar as saídas. E esse ponto das saídas é funda- mental para sinalizar aos investidores fi- nais que há boas oportunidades de retor- no no segmento de venture capital. E, ao que tudo indica, isso deve ocorrer, pois no primeiro semestre de 2024 o Brasil já teve 61% do volume de ofertas de 2023, indicando que há uma clara tendência de melhora”, conta Zaghen. Segundo Rondani, o crescimento con- tínuo da prática de open innovation, que já demonstrou aumentos expressivos no valor contratado em 2024, deve manter um ritmo de expansão acima de 50%. “Além disso, o amadurecimento do ecos- sistema brasileiro e a forte demanda por soluções tecnológicas robustas, como IA e deep techs, criam um ambiente favorá- vel tanto para startups quanto para cor- porações. O engajamento entre esses ato- res está se tornando mais estratégico, ga- rantindo resultados sustentáveis e trans- formadores para todos os envolvidos”. “A tendência de crescimento no setor de inteligência artificial deve se intensificar, já que setores estratégicos como mineração, energia, saúde, serviços financeiros e indústria estão ampliando seu interesse por soluções de deep tech e IA, enquanto categorias como agritechs, também ganharão destaque” BRUNO RONDANI, FUNDADOR E CEO DA 100 OPEN STARTUPS © D IV U LG AÇ ÃO / 10 0 O PE N GES179_68-74_Startupse.indd 70GES179_68-74_Startupse.indd 70 07/12/2024 21:5007/12/2024 21:50 Telegram @clubederevistas 71 Zaghen explica que certamente 2025 será melhor para os investimentos, pois com preços melhores, empreendedores mais cuidadosos com o uso dos recursos e um mercado de M&As se aquecendo, as perspectivas são positivas. “O interes- se cada vez maior por inteligência artifi- cial deve ajudar a impulsionar os investi- mentos em startups de tecnologia, além de outras techs que são muito fortes no Brasil, como fintechs e climate techs, por exemplo”, reforça. A BOLA DA VEZ Em 2024, observamos um crescimento exponencial no uso de inteligência artifi- cial pelas empresas. Desde as maiores até os pequenos negócios passaram a inves- tir na adoção dessa tecnologia. Segundo o estudo Founder Overview, realizado pela ACE Ventures, em conjunto com o Servi- ço Brasileiro de Apoio às Micro e Peque- nas Empresas - Sebrae Startups, 36% das startups notaram um crescimento no in- teresse dos investidores por empresas que usam IA, e os negócios que implementa- ram a inovação reportam aumento e efi- ciência operacional em 37%. Além disso, 28% das startups usam a tecnologia na análise de dados, e 24% planejam automa- tizar os processos. Isso significa que é uma tecnologia que veio para ficar. Segundo o head de Investimento da 87 Labs e CGO da Vurdere, Daniel Pisano, a IA está transformando processos e aju- dando as empresas a otimizar recursos de forma eficiente. “Acredito muito no poten- cial daquelas empresas que utilizam inte- ligência artificial, especialmente para ga- nho de produtividade e melhoria na expe- riência do usuário”. O sócio e diretor de Investimentos da ACE Ventures, Pedro Carneiro, avalia o ano de 2024 como uma corrida intensa entre as startups que encontraram novas formas de adotar soluções de IA genera- tiva em situações específicas e as gran- des empresas de IA expandindo cada vez mais as suas funcionalidades. “Com isso, as capacidades adicionadas em ferramen- tas como ChatGPT, como trabalhar com “O interesse cada vez maior por inteligência artificial deve ajudar a impulsionar os investimentos em startups de tecnologia, além de outras techs que são muito fortes no Brasil, como fintechs e climate techs, por exemplo” FELIPE ZAGHEN, CEO DA INVEST TECH © D IV U LG AÇ ÃO / IN VE ST T EC H GES179_68-74_Startupse.indd 71GES179_68-74_Startupse.indd 71 07/12/2024 21:5007/12/2024 21:50 Telegram @clubederevistas 72 SuperFrete A SuperFrete, fundada em 2020, almeja impulsionar pequenos negócios no Brasil, ajudando-os a superar os desafios do frete e competir com grandes varejistas. De acordo com o CEO, Victor Maes, 2024 foi um ano de crescimento e reconhecimento, com indicações ao Prêmio Reclame Aqui 2024, LinkedIn Top Startups 2024, certificação Great Place to Work e reconhecimento pela 100 Startups to Watch. Para 2025, a SuperFrete planeja ampliar sua base de clientes, gerar mais valor para transportadoras parceiras e continuar investindo em tecnologia e educação a fim de fortalecer pequenos empreendedores. “Estamos trabalhando em soluções que não apenas otimizam, mas também geram mais valor para as transportadoras parceiras, simplificando a logística e reduzindo os custos para nossos usuários”, mostra Maes. EMPRESAS QUE ESTÃO FAZENDO SUCESSO E DEVEM CONTINUAR NO PRÓXIMO ANO BePass O CEO e fundador da empresa de biometria facial, Ricardo Cadar, teve a ideia do negócio em 2016, prevendo a substituição da biometria digital. O primeiro caso de sucesso foi o Palmeiras, que implementou a tecnologia em seu estádio para combater cambistas. “O Palmeiras foi nosso primeiro case no Brasil e o primeiro do mundo a implementar o acesso por biometria facial no seu estádio. Hoje, temos em nossa base quase 1 milhão de torcedores do Palmeiras cadastrados”, conta Cadar. Em 2024, a empresa teve um grande crescimento, aumentando o faturamento de R$1,7 milhão para R$9 milhões, expandindo a equipe e fechando contratos com Maracanã, Arena do Grêmio, Nilton Santos, Vila Belmiro, Arena das Dunas, Arena Fonte Nova e Arena Barueri. Além do futebol, a empresa atua em eventos como a Festa do Peão de Barretos, Jaguariúna Rodeo Festival e Brasil Game Show. Para 2025, a meta é chegar a 12 clubes atendidos não apenas da série A, mas também série B e C, além de expandir para outros países da América Latina, da Europa e para os Estados Unidos. © D IV U LG AÇ ÃO / B EP AS S © D IV U LG AÇ ÃO / S U PE RF RE TE STARTUP-SE TENDÊNCIA GES179_68-74_Startupse.indd 72GES179_68-74_Startupse.indd 72 07/12/2024 21:5007/12/2024 21:50 Telegram @clubederevistas 73 Tupi Mobilidade A Tupi, com o objetivo de simplificar o acesso à mobilidade elétrica no Brasil, criou um ecossistema que conecta motoristas, redes de recarga e empresas. De acordo com o diretor de relações institucionais, Davi Bertoncello, a empresa surgiu da necessidade de um player que unisse tecnologia, conhecimento do contexto local e experiência diferenciada para usuáriose parceiros. “De um lado, o crescimento acelerado da adoção de veículos elétricos no mundo. De outro, o Brasil, um país com enorme potencial para liderar essa revolução, mas que ainda caminhava a passos lentos na infraestrutura necessária”, afirma Bertoncello. Em 2024, a Tupi consolidou sua liderança no mercado com a expansão da infraestrutura, parcerias estratégicas, reconhecimento no setor, crescimento de usuários e expansão internacional. Para 2025, a Tupi prevê um ano desafiador, mas com oportunidades a quem inovar com propósito. Preâmbulo Tech A Preâmbulo Tech, pioneira em soluções tecnológicas para o setor jurídico desde 1988, vem transformando a forma como advogados trabalham no Brasil. Segundo a CMO, Andreia Andreatta, a empresa acompanhou e liderou a evolução do mercado, passando da informatização básica para a automação e, agora, a inteligência artificial. Em 2024, a Preâmbulo Tech lançou a Preâmbulo Legium, assistentes de IA que trazem mais eficiência e economia para escritórios de advocacia. Para 2025, o foco é expandir o acesso à Preâmbulo Legium. “Nosso foco estará em levar a Preâmbulo Legium para um número cada vez maior de escritórios e departamentos jurídicos, democratizando o acesso à inteligência artificial. Queremos que a eficiência e a economia geradas por nossos assistentes de IA sejam uma realidade para escritórios de todos os portes”, conta Andreia. T&D Sustentável A T&D Sustentável, greentech fundada por Camillo Torquato em 2018, combate o desperdício de água com tecnologias e serviços inovadores. “Somos uma greentech dedicada ao desenvolvimento de tecnologias e serviços inovadores para combater o desperdício de água. Com um propósito claro, a empresa busca não apenas melhorar a eficiência hídrica, mas também promover uma mudança cultural em relação ao uso desse recurso vital”, afirma o head de Growth e sócio, Felipe Mendes. Segundo ele, 2024 foi um ano excepcional para a startup, com expansão para 45 cidades, abertura de escritório em São Paulo e conquista de novos clientes, como hospitais da Rede D’Or e Hapvida, além da YDUQS. A empresa também foi tricampeã consecutiva no prêmio 100 Open Startups e participou do Belt and Road Summit em Hong Kong. Com o número de clientes dobrado e o faturamento triplicado, a T&D Sustentável economizou um bilhão de litros de água no Brasil. Para 2025, a meta é expandir para Fortaleza e continuar inovando a fim de alcançar 144 cidades até 2027. © D IV U LG AÇ ÃO / P RE ÂM BU LO Andreia Andreatta, da Preâmbulo Tech. GES179_68-74_Startupse.indd 73GES179_68-74_Startupse.indd 73 07/12/2024 21:5007/12/2024 21:50 Telegram @clubederevistas 74 “Todo negócio pode empregar ferramentas para otimização de sua gestão interna, como gerenciamento e resposta automática de pedidos, ou até planejamento e controle de estoque e lembretes de despacho” PEDRO CARNEIRO, SÓCIO E DIRETOR DE INVESTIMENTOS DA ACE VENTURES anexos, reconhecimento e criação de imagens e integração com outras aplicações, por exemplo, deixaram obsoletas muitas soluções de star- tups que nasceram especificamente para tratar essas dores”. Portanto, para Carneiro, em 2025 a expectativa é que essa corrida fique ainda mais acirrada, sendo mais difí- cil para startups 100% focadas em fer- ramentas de IA competirem com as big techs, e até com modelos de códi- go aberto. “Por outro lado, negócios que aplicam ferramentas de IA como parte da geração de valor na jornada do usuário devem ter mais defensa- bilidade nesse setor”, explica. Carneiro afirma que a IA pode ser utilizada em qualquer tipo e ta- manho de negócio, a diferença se- rá apenas por onde começar. “Todo negócio pode empregar ferramentas para otimização de sua gestão inter- na, como gerenciamento e resposta automática de pedidos, ou até plane- jamento e controle de estoque e lem- bretes de despacho. Em alguns casos, a integração com a IA pode ser ainda mais profunda e fazer parte do algo- ritmo interno do produto, mas esses casos não são tão frequentes”, explica. O especialista pontua que ao de- cidir usar essa tecnologia na empre- sa é importante começar pelo bási- co e avaliar o que realmente vai for- necer mais eficiência e inteligência para o negócio. Muitas empresas op- tam por começar com integrações mais robustas ou até com a criação de um modelo proprietário, o que exige muito esforço, sem nem terem adotado as soluções mais básicas pa- ra ganhar eficiência e agilidade, que têm um custo baixo de teste. É funda- mental olhar para cada atividade da empresa e avaliar em quais delas a IA é mais proficiente hoje. Essas devem ser as primeiras a receberem aplica- ção dessa tecnologia. O diretor-executivo da Ab2L e es- pecialista em Gestão e Inovação Jurí- © D IV U LG AÇ ÃO / A C E VE N TU RE S dica, Daniel Marques, afirma que m 2025, veremos a consolidação de IAs generati- vas cada vez mais específicas e altamen- te especializadas. “Também veremos um amadurecimento dos investidores que olham com maior interesse para esse seg- mento. Somente neste ano aproximada- mente R$1 bilhão foi investido na área. Se- ja na concepção de produtos ou na pres- tação de serviços, a inteligência artificial será, inevitavelmente, parte fundamental para otimizar entregas e gerar eficiência. É um movimento irreversível”, explica. OUTRAS TENDÊNCIAS Contudo, a inteligência artificial não é a única solução tecnológica que po- de ser um “hype” em 2025. De acordo com Gonçalves, soluções de automação e predição, voltadas à promoção e faci- litação da interoperabilidade entre sis- temas, destacaram-se, especialmente no setor de saúde. Por isso, ele acredita que o próximo ano seja de consolidação des- sas tecnologias com incremento da per- sonalização no atendimento aos seus usuários e uma maior percepção de va- lor em sua utilização. Pisano, por sua vez, afirma que ferra- mentas tecnológicas, como o Copilot, que atua mais na área de desenvolvimento de software, ajudando desenvolvedores a completar códigos de forma mais rápida e eficiente e a aplicar Processamento de Linguagem Natural (PLN), são tendên- cias promissoras que não vão substituir o ser humano, mas sim aumentar a pro- dutividade e automatizar tarefas repeti- tivas. “Outras áreas da IA, como análises preditivas, também são relevantes, mas vejo certos desafios no seu avanço devi- do à qualidade limitada das fontes de da- dos. Isso acaba restringindo um pouco o impacto dessa tecnologia no curto prazo. Uma tendência que considero extrema- mente interessante são as iniciativas rela- cionadas ao ESG (Environmental, Social, and Governance). Startups que consegui- rem aliar tecnologia com impactos reais em ESG certamente estão em um cami- nho muito promissor”, conclui. STARTUP-SE GES179_68-74_Startupse.indd 74GES179_68-74_Startupse.indd 74 07/12/2024 21:5007/12/2024 21:50 Telegram @clubederevistas 75 10 dicas para os pequenos negócios venderem mais no final do ano O Natal representa uma grande oportunidade para as micro e pequenas empresas vende- rem mais. No entanto, para se destacar da concorrência e atrair o público-alvo é preciso planejar e executar estraté- gias de marketing eficientes e criativas. Com o intuito de ajudar os pequenos negócios, listamos algumas dicas para as empresas aproveitarem bem a data comemorativa: 1. COMECE CEDO O PLANEJAMEN- TO – Planeje seu orçamento para investir em aquisição de novos produtos, divulgação/promoção e contratação de colaboradores temporários, além de fazer uma reserva de faturamento exceden- te. Isso é importante para suprir os meses de poucas vendas no início do ano seguinte. 2. PREPARE O ESTOQUE E A LO- GÍSTICA – Pense nos produtos a comprar com base nos itens mais procurados no mercado, na meta de vendas, no capital de giro dis- ponível e no histórico de vendas. Conheça a reputação de novos fornecedores, a políticade pre- ço, os vencimentos, o lote mínimo, as formas e os prazos de entrega. Verifique se há espaço na loja para guardar os produtos em estoque ou se será necessário espaço extra. 3. CRIE PROMOÇÕES ESPECIAIS E FIDELIZE SEUS CLIENTES – Uma das formas mais simples e eficazes CONVERSA AFINADA POR RAFAEL SOUZA © D IV U LG A Ç Ã O RAFAEL DE SOUZA É CONSULTOR DE NEGÓCIOS DO SEBRAE-SP. de estimular as vendas é oferecer promoções especiais para os seus produtos ou serviços. Você pode criar combos, kits, brindes, cupons, ofertar degustação/teste, frete grá- tis para compras acima de determi- nado valor, vale presente etc. 4. FAÇA AÇÕES DE VISUAL MER- CHANDISING – Avalie a neces- sidade de limpeza e/ou reforma da fachada da loja; faça cross-sell (venda adicional de produtos com- plementares colocados próximos); use etiquetas, sacolas e embalagens personalizadas para presentes (fa- zendo parte da decoração); pense na atualização da vitrine com a te- mática de Natal e de Ano Novo. 5. DEFINA AÇÕES DE MARKETING DIGITAL – Atualize os dias e horá- rios de funcionamento (Instagram, Facebook, Perfil Empresa no Google etc.); elabore um calendá- rio editorial com dicas de presen- tes, promoções, bastidores, entre outras; faça parcerias com microin- fluenciadores locais. 6. UTILIZE A TECNOLOGIA E A INTE- LIGÊNCIA ARTIFICIAL (IA) – Esse tipo de tecnologia pode ajudar de diversas formas, desde ideias so- bre o que fazer para aumentar as vendas no período até criar textos, imagens e vídeos persuasivos que vendem, além de insights sobre co- mo decorar a loja. 7. INVISTA EM TRÁFEGO PAGO – Caso tenha capital disponível, outra forma de atrair mais clientes é in- vestir em tráfego pago, que pode ser veiculado em redes sociais, bus- cadores, sites, blogs etc. 8. DESENVOLVA A SUA NETWORK E SEJA PERSUASIVO – Você não precisa depender 100% do mundo digital, mapeie eventos presenciais, empresas e pessoas estratégicas que tenham sinergia com o seu pú- blico-alvo e faça parceria com elas. 9. RECRUTE, SELECIONE E TREINE SUA EQUIPE – Pensando em vagas temporárias, defina para quais fun- ções e a quantidade de vagas, além de estabelecer a forma de contrata- ção e remuneração. 10. MONITORE E AVALIE OS RESULTA- DOS – Com base nas metas e nos indicadores preestabelecidos, avalie se os resultados têm sido alcan- çados. Em caso negativo, refaça a estratégia para tentar contornar os desafios encontrados; identifique quais os pontos positivos e melho- res resultados obtidos, pois eles po- derão ser utilizados novamente de forma contínua ou esporádica em outras datas comemorativas. ©1 ©1: UNCHALEE / ADOBE STOCK GES179_75_ConversaAfinada.indd 75GES179_75_ConversaAfinada.indd 75 07/12/2024 21:5507/12/2024 21:55 Telegram @clubederevistas EXPRESSÃO 76 IBS (Imposto sobre Bens e Serviços, re- passado a estados e municípios) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços, de competência da União), além do IS (Imposto Seletivo sobre produtos e serviços considerados prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente). As alíquotas serão unificadas por setor, havendo cobrança reduzida em 60% para determinados setores (como saú- de, educação etc.), 30% para serviços de natureza intelectual/científica e 100% para alguns outros segmentos. Obviamente, a reforma não irá agradar a todos. Quase todos os setores terão mudanças em suas cargas tributárias, alguns para mais e outros para menos. Como não poderia deixar de ser, os diversos segmentos da economia tra- vam uma batalha pelo enquadramento das faixas “descontadas” das alíquotas de cada imposto, batalha esta que pa- rece longe do fim e que provavelmente irá perdurar por anos. As áreas jurídicas das empresas já se movimentam para garantir, contratu- almente, que um eventual aumento da carga tributária seja repassado aos clientes. As áreas financeiras já simu- lam como eventuais variações da carga A regulamentação da reforma tributária está cada vez mais próxima e promete trazer mu- danças significativas para a economia. Nos últimos meses, acompanhei diver- sos debates e audiências sobre o tema, que movimenta (e como movimenta!) todos os setores da sociedade civil. Os impactos ocasionados pelo novo siste- ma devem ser notados tanto por con- sumidores finais quanto pelas empresas (principalmente por elas). O texto aprovado prevê mudanças impor- tantes na constituição, unificando tributos e simplificando a definição das alíquotas, além de trazer sugestões na direção de simplificar o recolhimento desses tributos. As empresas ansiavam há muito tempo por essa simplificação, dado que a com- plexidade tributária traz um custo de ges- tão estimado em R$60 bilhões por ano (de acordo com pesquisa do Banco Mundial). A ideia deste artigo não é entrar nos de- talhes dos conceitos propostos pela re- forma, tema amplamente discutido em diversos fóruns, mas sim discutir os princi- pais impactos para as empresas. Para os desavisados, em resumo, a refor- ma prevê a unificação das alíquotas do ICMS, ISS, PIS e COFINS em um IVA dual - © E LE M EN TS E N VA TO REFORMA TRIBUTÁRIA VAI IMPACTAR A ROTINA DE EMPRESAS DE TODO O BRASIL GES179_76-77_Expressao.indd 76GES179_76-77_Expressao.indd 76 07/12/2024 22:0207/12/2024 22:02 Telegram @clubederevistas 77 © D IV U LG AÇ ÃO / S H EE RM E I Z A Í A S M I G U E L Co-CEO da fintech V360. O Planejamento de Recursos Empresariais (ERP) precisará mudar para armazenar as novas alíquotas, a solução fiscal terá que considerar os novos impostos no fechamento, o faturamento deverá emitir as notas fiscais da empresa levando em conta os novos tributos e alíquotas, e as so- luções de automação do inbound de notas fiscais terão que se adequar ao novo leiaute das notas. Falando especificamente em rela- ção ao inbound de notas fiscais, que é a minha praia, as mudanças serão bastante benéficas após 2033. Estou ansioso para viver essa tão sonhada simplificação. Adeus aos complexos “motores de cálculo” de impostos. Adeus (prome- tido, embora eu tenha grande des- confiança) às obrigações acessórias. Adeus aos milhares de templates e ro- bôs de captura de notas fiscais de ser- viços. Adeus aos milhares de cenários diferentes de creditação tributária. Enfim, a simplificação trará muitas vantagens para todos os profissionais de gestão fiscal. Poderemos deixar de investir em soluções para dri- blar a complexidade e focar apenas o que gera valor, de fato, aos nossos clientes: a otimização de seus paga- mentos a fornecedores (automação e melhoria contínua do processo, © E LE M EN TS E N VA TO gestão, relacionamento com forne- cedores, integração entre as diver- sas áreas internas participantes do processo etc.). Até 2033, porém, estamos compro- metidos com a missão de suportar nossos clientes nessa travessia com o mínimo de turbulência possível. Isso envolverá mudanças tempesti- vas no processo de inbound de no- tas fiscais, tais como: Captura das notas fiscais da nova fonte (principalmente notas fiscais de serviços). Mudança na leitura das notas fiscais, para considerar os novos leiautes que, no mínimo, irão incluir as alíquo- tas dos novos tributos. Validação das alíquotas dos novos tributos (e dos antigos, consideran- do sua redução gradual). Mudança nas integrações com os ERPs para permitir o registro das alí- quotas de todos os novos tributos. Quando for concluída, a reforma tri- butária deve simplificar o trabalho dos profissionais da área fiscal e pro- porcionar mais clareza à sociedade. Até lá, no entanto, deve trazer gran- des desafios para as áreas fiscais. Geralmente, antes da tempestade vem a calmaria. No caso do Brasil em período de transição para a reforma, será exatamente o contrário. “NAS ÁREAS FISCAIS DE EMPRESAS DE TODO O BRASIL, DAS QUAIS ESTOU BEM PRÓXIMO, A REFORMA TRIBUTÁRIA DESPERTA ALGUMAS PREOCUPAÇÕES. A PRIMEIRA DELAS É QUE, COMO A MUDANÇA DE SISTEMA SERÁ GRADATIVA, AS EMPRESASTERÃO QUE CONVIVER COM AMBOS OS MODELOS TRIBUTÁRIOS ATÉ 2032” tributária (suas e de seus fornecedo- res) irão impactar a lucratividade dos negócios, traçando curvas que depen- dem da capacidade de repassar ou não a nova carga. Nas áreas fiscais de empresas de todo o Brasil, das quais estou bem próximo, a reforma tributária desperta algumas preocupações. A primeira delas é que, como a mudança de sistema será gra- dativa, as empresas terão que conviver com ambos os modelos tributários até 2032, dado que a substituição efetiva do modelo atual se dará apenas em 2033. Assim, em vez de simplificar, a reforma irá dificultar a vida da área fis- cal e tributária até 2032, com a neces- sidade de verificação fiscal de acordo com os dois modelos, duas apurações de impostos diferentes etc. Isso acar- retará mudanças de processos e, prin- cipalmente, de sistemas internos. GES179_76-77_Expressao.indd 77GES179_76-77_Expressao.indd 77 07/12/2024 22:0207/12/2024 22:02 Telegram @clubederevistas 78 POR JULIANA KLEINSinapse. Aprimore suas vendas LIVRO EM DESTAQUE Para quem acredita que vender bem e encantar clientes é um talento inato, Flavia Mardegan, es- pecialista em vendas com 28 anos de experiência no se- tor e mais de 22 mil pessoas impactadas por seu trabalho, apresenta nessa obra uma no- va perspectiva sobre o tema. A autora compartilha estra- tégias fundamentais para o sucesso na área comercial. Ela defende que vender sem pre- paro e treinamento adequa- do pode ser desastroso, tanto para o cliente quanto para o vendedor. © F O TO S: D IV U LG A Ç Ã O LEITURA SUGERIDA Destinado a vendedores, gestores e empresários, o li- vro oferece, ao final de cada capítulo, atividades práticas que auxiliam na fixação dos conceitos apresentados e incentivam a aplicação do aprendizado no dia a dia. O objetivo é transformar a publicação em mais do que uma simples referência te- órica: um verdadeiro “ami- go” no desenvolvimento profissional. Para ela, vender é uma habilidade que pode ser aprendida. No Brasil, ainda há uma grande carência de disciplinas e cursos voltados para essa área. Apaixonada por vendas e atuando na área desde os 19 anos por escolha própria, a auto- ra é fundadora e CEO da Mardegan Transformations and Results. VENDAS: CIÊNCIA OU INTUIÇÃO? AUTORA: Flavia Mardegan EDITORA: Gente PÁGINAS: 182 A NOVA CHINA O livro, da economista Keyu Jin, lançado pela Edipro, é um guia essencial para entender a ascensão eco- nômica da China e seu mo- delo singular, que desafia conceitos ocidentais e tem gerado resultados consis- tentes por décadas. A au- tora, com vivência entre a China, os Estados Unidos e a Inglaterra, analisa aspec- tos como o mercado con- sumidor, o papel do Estado, o desenvolvimento empre- sarial e a integração global do país. Explora como a China equilibra elementos aparentemente contradi- tórios aos olhos ocidentais, apresentando uma visão esclarecedora sobre o pas- sado, o presente e o poten- cial futuro dessa potência mundial. Indicado para via- jantes, empresários e todos que desejam compreender melhor a economia chinesa e seu impacto global. GES179_78-80_Sinapse.indd 78GES179_78-80_Sinapse.indd 78 07/12/2024 22:1107/12/2024 22:11 Telegram @clubederevistas 79 “É um dos livros mais representativos sobre o paradoxo da liber- dade do indivíduo em relação ao coletivo em que se encontra. Muito se diz sobre o elogio ao existencia- lismo desde um pon- to de vista individual, mas é justamente as consequências de suas ações, seu papel dentro do coletivo, nossa responsabili- dade com o meio em que estamos, que são os maiores legados dessa obra.” S U A B I B L I O T E C A E M P R E S A R I A L Comércio varejista Com um mergulho na histó- ria do comércio varejista, os autores analisam as trans- formações nas relações de consumo entre clientes e vendedores, explorando es- tratégias de marketing e o papel crescente da inteligên- cia artificial em um mundo cada vez mais digitalizado. Se antes o vendedor era o protagonista no comércio, hoje quem assume o contro- le é o consumidor. Mas o que mudou com a industrializa- ção e o avanço tecnológico? Será que, na era digital, o off- -line perdeu sua relevância? O livro revisita o passado do varejo para compreender o presente e debater os cami- nhos futuros do setor. Sem impor verdades absolutas, amplia a discussão sobre no- vos formatos e dinâmicas de consumo, abordando temas como o papel do vendedor, o comportamento do consumi- dor, o impacto das franquias, o marketing e a aplicação da inteligência artificial. Saiba usar a IA Você não será substituído por uma IA, mas por pessoas que sabem usá-la.” É partindo desse alerta que o livro guia os leitores em um cenário no qual a adoção da inteligência artificial não é mais uma questão de “se”, mas de “quando” e “como” ela será implementada para alavancar os pilares essenciais de produtividade, performance e inovação em equipes e empresas. O autor compartilha lições práticas para que profissionais de todos os níveis possam adaptar suas rotinas e processos à era da automação inteligente. Em vez de listar ferramentas complexas, foca o processo de “IAficação”, que permite implementar IAs de maneira descomplicada e garante a valorização da criatividade e estratégias humanas. O especialista apresenta ainda o método POPI, com passo a passo para implementar a IA em processos corporativos de forma eficiente a partir de quatro etapas: Problema, Objetivo, Planejamento e Implementação. Relação saudável com o dinheiro Segundo levantamento men- sal da Serasa, mais de 70 milhões de brasileiros estão inadimplentes, situação que atinge principalmente pesso- as entre 41 e 60 anos. Por esse motivo, essa obra oferece orientações práticas sobre como poupar, cortar gastos desnecessários e evitar em- préstimos. O autor destaca a relação entre saúde emocio- nal e finanças, alertando que o consumo impulsivo pode gerar um ciclo prejudicial de endividamento. A publicação reforça que, ao reconhecer a importância do planejamento e do autocon- trole, o próximo passo é traçar metas financeiras claras e alcançáveis. E por isso o autor sugere definir objetivos desa- fiadores, criar um cronograma e investir em educação finan- ceira. Traz ainda ferramentas úteis como planilhas, listas e exercícios práticos para orga- nizar ganhos e despesas. O ESTRANGEIRO AUTOR: Albert Camus EDITORA: Best Seller O QUE ESTOU LENDO © 1: D IV U LG A Ç Ã O NEOVAREJO AUTORES: Daniel Zanco e Gustavo ChapChap EDITORA: Senac PÁGINAS: 192 IAFIQUE-SE OU MORRA: COMO FAZER A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL TRABALHAR PARA VOCÊ AUTOR: Rodrigo Nascimento EDITORA: DVS PÁGINAS: 240 CRESÇA E ENRIQUEÇA - OS 10 SEGREDOS DA PROSPERIDADE PLENA AUTOR: Douglas Araújo EDITORA: Citadel PÁGINAS: 192 RAFAEL CORREA, head de BNPL da Provu GES179_78-80_Sinapse.indd 79GES179_78-80_Sinapse.indd 79 07/12/2024 22:1107/12/2024 22:11 Telegram @clubederevistas 80 © F O TO S: R EP RO D U Ç Ã O / D IV U LG A Ç Ã O Do que se trata? Cristiano é um operário metalúrgico de antiga fábrica de alumínio em Ouro Preto, sudeste de Minas Gerais, onde um dia sofre um acidente de trabalho. Ao ajudar a socorrê-lo, um jovem encontra o diário de Cristiano no qual ele descreve suas memórias, na verdade, uma representação fidedigna de um operário comum, carregado de sentimentos, melancolia e solidão. Qual a relação? A história de Cristiano é uma jornada pelas condições de vida de trabalhadores marginalizados. Através da narrativa que faz sobre seus empregos e subempregos até chegar à fábrica de alumínio, provoca uma reflexão sobre a responsabilidade social das organizações no resgate da afetividade entre pessoas, seu trabalho e o mundo. Fique atento! O filme foi considerado um dos melhores lançamentos brasileiros de 2017. Já foi mostrado em mais de7 _NOVIDADE Picolé de pipoca A ROCHINHA, tradicional marca de sorvetes pau- lista, em parceria com a Pipó, referência em pipocas gourmet, lançou o Original de Pipoqueiro, o primeiro picolé de pipoca do Brasil. A novidade combina sorvete de iogurte com casquinha de chocolate branco e pi- pocas caramelizadas e doces vermelhas. Unindo texturas e sabores nostálgicos, o produto traz a leveza do sorvete Rochinha com o toque crocante e marcante da Pipó. O picolé já está disponível em pontos de venda selecionados, com valor sugerido de R$15 a R$18. 1 2 3 4 5 6 OS LIVROS DE NEGÓCIOS MAIS VENDIDOS FO N TE : L IV R A R IA M A R TI N S F O N TE S MOVIMENTAÇÃO DE PROFISSIONAIS NO MERCADO _DIRETORA DE OPERAÇÕES ANDREIA NUNES é a primeira mulher a assumir a diretoria de Operações da Alumar e de uma unidade da Alcoa no Brasil, uma das maiores produ- toras de alumínio do mundo. Com mais de 20 anos de experiência em áreas essenciais como química, agronegócio, mineração e metalurgia, Andreia tem como prin- cipais desafios aprimorar a eficiência operacional da refinaria, da redução e do porto da unidade, sempre com foco em qualidade e segurança. TURNOVER _CEO GLOBAL A JDE Peet’s, empresa global de cafés e chás, anunciou o brasilei- ro RAFAEL OLIVEIRA como seu novo CEO global. Ele chega à companhia após uma trajetória de dez anos na The Kraft Heinz Company, onde se destacou ao liderar iniciativas de cres- cimento, inovação e sustentabilidade, além de formar líderes empresariais em diversas posições executivas, incluin- do vice-presidente-executivo (EVP) e presidente de mercados internacionais (EMEA, APAC e LATAM). _CEO LEANDRO MALDONADO assu- me a posição de CEO do PipWars, uma pla- taforma disruptiva que combina educação financeira e competi- ções de trading. Com formação em Engenharia Civil, o exe- cutivo tem vasta experiência em lide- rar projetos inovadores e transformar operações complexas em diversas áreas, incluindo TI e sistemas de pagamento. Maldonado é um profissional que se des- taca por sua liderança em ambientes de alta pressão e sua capacidade de imple- mentar soluções tecnológicas eficientes. _DIRETORA DE ESTRATÉGIA A Nuvemshop anun- ciou BABI TONHELA como diretora de Estratégia de E - -commerce. Bacharela em Jornalismo pela PUC Campinas, com MBA em Varejo Físico e Online pela USP Esalq, Babi utilizará seus 15 anos de experiência em e-commerce e varejo para potencializar marcas do va- rejo e ajudá-las a crescer, além de conti- nuar compartilhando seu conhecimento em eventos e oportunidades educacio- nais com o intuito de impulsionar desde pequenos empreendedores até marcas que já faturam milhões. Deixe de Ser Pobre! Autor Eduardo Feldberg Editora Maquinaria Editorial 23 Coisas que Não nos Contaram Sobre o Capitalismo Autor Ha - Joon Chang Editora Cultriz A Arte De Empreender na Economia Criativa Autora Leila Rabello Editora Reflexão Business Por Uma Outra Globalização Autor Milton Santos Editora Record Economia Circular Autora Catherine Weetman Editora Autêntica Business Desperte a Mulher Rica que Existe em Você Autora Kênia Gama Editora Gente GES179_06-10_Radar.indd 7GES179_06-10_Radar.indd 7 07/12/2024 16:5507/12/2024 16:55 Telegram @clubederevistas 8 _PREMIAÇÃO Hotelaria Na 15ª edição do Great Place to Work (GPTW) 2024 Paraná, realiza- da em novembro, o GRUPO MABU destacou-se ao conquistar a 37ª posição, sendo a única empresa de hotelaria premiada. Esse re- conhecimento, especialmente im- portante para o grupo que com- pletou 50 anos em 2023, reflete seu compromisso com a valoriza- ção dos colaboradores e a criação de um ambiente de trabalho po- sitivo e saudável. O CEO da em- presa, Luciano Motta, e a diretora de Desenvolvimento Humano e Organizacional, Karla Amaral, res- saltaram o significado da premia- ção como validação do trabalho realizado e como incentivo para seguir investindo em práticas que promovam o bem-estar e o de- senvolvimento dos funcionários. FATOS EXTERNOS QUE PODEM INFLUENCIAR SEU NEGÓCIOMACROAMBIENTE Desemprego feminino Conforme divulgado pela Agência Brasil de Notícias, A TAXA DE DESEMPREGO ENTRE AS MULHERES FICOU EM 7,7% no terceiro trimestre deste ano, acima da média (6,4%) e do índice observado entre os homens (5,3%). Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada em novembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o IBGE, o índice de desemprego das mulheres foi 45,3% maior que o dos homens no terceiro trimestre do ano. O instituto destaca, no entanto, que a diferença já foi bem maior, chegando a 69,4% no primeiro trimestre de 2012. No início da pandemia (segundo trimestre de 2020), a diferença atingiu o menor patamar (27%). Vendas diretas Em 2023, o Brasil alcançou o sétimo maior faturamento global em Vendas Diretas, segundo dados divulgados pela Federação Mundial das Associações de Vendas Diretas (WFDSA) e pela Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD). O País manteve a mesma posição de 2022, ficando atrás apenas de Estados Unidos, Alemanha, Coreia do Sul, China, Japão e Malásia. Apesar de permanecer na mesma colocação, o setor de Vendas Diretas no Brasil registrou um CRESCIMENTO DE 4,6%, MOVIMENTANDO US$ 9 BILHÕES. O País também se destacou como líder na América Latina. Durante o período, as vendas diretas de produtos e serviços geraram R$47 bilhões em receita, resultado do trabalho de 3,5 milhões de empreendedores que atuam diretamente entre empresas e clientes, seja de forma presencial ou digital. Radar. © F O TO S: D IV U LG A Ç Ã O _RANKING Maiores empresas A FARMA CONDE, rede de farmá- cias originária de Ubatuba, no li- toral norte de São Paulo, celebrou em 2024 um marco histórico ao subir 15 posições no ranking das 300 maiores empresas do Brasil, atingindo o 137º lugar com um fa- turamento de R$1,498 bilhão, com- parado a R$1,301 bilhão em 2022. A empresa, que possui sede em São José dos Campos e presença em diversas cidades de São Paulo e Minas Gerais, também se expande por meio de lojas próprias, fran- quias e licenciamentos, reforçando sua posição no varejo nacional. _STARTUPS Investimento A GS1 BRASIL, conhecida pelo código de barras e soluções de identificação, lançou a GS1 Brasil Ventures, um pro- grama de investimento em startups. O objetivo é impulsionar a inovação na cadeia de suprimentos, com foco em soluções tecnológicas para iden- tificação avançada de produtos e sus- tentabilidade. A iniciativa visa a forta- lecer o ecossistema de desenvolvi- mento e conectar startups a grandes empresas, impulsionando transfor- mações nos modelos B2B e B2B2C. GES179_06-10_Radar.indd 8GES179_06-10_Radar.indd 8 07/12/2024 16:5507/12/2024 16:55 Telegram @clubederevistas 9 FAROLDEMÍDIA © F O TO S: D IV U LG A Ç Ã O © R EP RO D U Ç Ã O AÇÃO QUE VIRALIZOU NA INTERNETPELAWEB DESIGN&CIA Clientes voando A Decolar e o C6 Bank promove- ram uma campanha exclusiva em novembro, oferecendo um bônus de 500% para clientes que transfe- rissem pontos Átomos do progra- ma de fidelidade do C6 Bank para o Passaporte Decolar. Assim, cada ponto Átomo era convertido em cinco pontos Passaporte Decolar, que podem ser utilizados para res- gatar passagens aéreas, hospeda- gens, pacotes de viagem, aluguel de carros e outros serviços da Decolar. Segundo o gerente de Loyalty da Decolar, Lucas Botelho, a iniciativa buscou oferecer mais vantagens e tornar as viagens dos clientes mais acessíveis e completas. Memória olfativa O case do O Boticário ganhou destaque nas redes sociais de- vido a uma ação de empatia e sensibilidade. A história come- çou quando Karyne Leão fez um apelo à marca para recriar um perfume que havia saído de linha. O pedido era para Wanda, uma mulher que havia perdi- do o filho por complicações da Covid-19. O perfume era40 festivais ao redor do mundo, incluindo Cannes, Rotterdam, Nova York, Londres e outros. Em uma narrativa extremamente simples, é um filme de fortes contornos políticos, humanistas e de denúncia de um mundo desigual. Do que se trata? O filme segue Melanie Parker, uma arquiteta divorciada que precisa conciliar carreira com suas atribuições de mãe. O repórter Jack Taylor tem um problema parecido. Eles se conhecem em um dia em que estão levando os filhos para um passeio promovido pela escola – onde ambos estudam – chegam atrasados e perdem o barco. Qual a relação? Esse é o primeiro passo para, após muitas atribulações, os dois se apaixonarem. Por trás desse romance, no entanto, a trama possibilita um ótimo debate sobre competitividade, exigência de um alto grau de dedicação ao emprego e, consequentemente, o difícil dilema para conciliar vida profissional e pessoal. Fique atento! Após 28 anos do seu lançamento, o filme trata de temas extremamente atuais, talvez até mais presentes hoje no mundo do trabalho do que na época em que foi realizado. De forma leve e prazerosa, mostra que as dificuldades para conciliar emprego e vida pessoal e a luta para evitar a fragmentação das relações afetivas são desafios crescentes. FILME: ARÁBIA Direção: João Dumans e Affonso Uchoa Ano: 2017 Gênero: Drama Duração: 97 minutos FILME: UM DIA ESPECIAL (ONE FINE DAY) Direção: Michael Hoffman Ano: 1996 Gênero: Comédia romântica Duração: 108 minutos Sinapse P A R A U M A R E F L E X Ã O C O R P O R A T I V A POR MYRNA SILVEIRA BRANDÃO Filmes. © A RQ U IV O P ES SO A L MYRNA SILVEIRA BRANDÃO É ADMINISTRADORA, JORNALISTA E CRÍTICA DE CINEMA – DIRETORA CULTURAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE RECURSOS HUMANOS DO RIO DE JANEIRO (ABRH-RJ) E AUTORA DO LIVRO LUZ, CÂMERA, GESTÃO – A ARTE DO CINEMA NA ARTE DE GERIR PESSOAS – EDITORA QUALITYMARK. GES179_78-80_Sinapse.indd 80GES179_78-80_Sinapse.indd 80 07/12/2024 22:1207/12/2024 22:12 Telegram @clubederevistas 81 Leitores. O líder do futuro A matéria de capa da última edição com o tema sobre o líder do futuro, que será aquele que oferecer au- tonomia suficiente para que todos sejam donos do negócio, está de pa- rabéns. Concordo plenamente com a visão de que o líder do futuro deve ser capaz de empoderar seus cola- boradores, confiando em suas capa- cidades e incentivando o senso de pertencimento. A ideia de que cada indivíduo se sinta “dono do negócio” é inspiradora e demonstra um pro- fundo respeito pelo potencial huma- no. Acredito que essa mentalidade é fundamental para criar um ambien- te de trabalho inovador, engajado e com resultados extraordinários. Luiz Carlos H. – São Paulo/SP Inteligência Artificial A inteligência artificial tem um po- tencial inegável para revolucionar a maneira como trabalhamos. Por is- so, a matéria da última edição sobre o tema foi intrigante e necessária. Gostei da abordagem mostrando que a implementação da IA exige cuidado e planejamento. Concordo com a ne- cessidade de uma análise crítica dos processos, identificando aqueles que realmente podem se beneficiar da IA. Mas a matéria acertou mais ainda ao destacar a importância de uma estra- tégia bem definida e da escolha de soluções que se adaptem às necessi- dades específicas de cada empresa. Acredito que a discussão sobre os de- safios e cuidados na implementação da IA é essencial para que as empresas aproveitem ao máximo essa tecnolo- gia, sem correr riscos desnecessários. Rodolfo T. – São Paulo/SP DIREÇÃO-GERAL: Angel Fragallo EDITORA -CHEFE: Juliana Klein • Mtb. 48.542 • juliana@fullcase.com.br DIAGRAMAÇÃO: Wellington Zanini REVISÃO: Adriana Giusti REDAÇÃO: Camila Guesa, Carolina Tavares, Mara Magaña, Marcelo Casagrande, Marília Marasciulo e Michelle Raeder COLABORADORES: Carol Gilberti, Daniele Avelino, Danilo Maeda, Elias Awad, Erika Pessôa, Guto Covizzi, Izaías Miguel, Jorge Luiz Rethink, Luiz Marins, Maurício Galhardo, Rafael Souza e Rodrigo Abreu AGRADECIMENTO: Livraria Martins Fontes e Sebrae GESTÃO & NEGÓCIOS é uma publicação mensal da EBR _ Empresa Brasil de Revistas Ltda. ISSN 1808-4060. A publicação não se responsabiliza por conceitos emitidos em artigos assinados ou por qualquer conteúdo publicitário e comercial, sendo esse último de inteira responsabilidade dos anunciantes. FALE CONOSCO DIRETO COM A REDAÇÃO gestaoenegocios@escala.com.br PARA ANUNCIAR publicidade@fullcase.com.br SÃO PAULO: (11) 3713-8525 ASSINE NOSSAS REVISTAS www.assineescala.com.br / (11) 3855-2117 VENDA AVULSA REVISTAS E LIVROS (11) 3855-1000 ATACADO REVISTAS E LIVROS (11) 3855-2275 / 3855-1905 atacado@escala.com.br LOJA ESCALA Confira as ofertas de livros e revistas www.escala.com.br ATENDIMENTO AO LEITOR De seg. a sex., das 9h às 18h. (11) 3855-1000 ou atendimento@escala.com.br ANO 11 - EDIÇÃO 179 fullcase@ fullcase.com.br APPS E SITES No controle das dívidas Para facilitar a vida dos endividados, a Serasa lançou o Carrinho de Ofertas, uma ferramenta que centraliza todas as dívidas do usu- ário em um único lugar, permitin- do a renegociação de forma simples, organizada e com diversas opções de pagamento. A plataforma oferece flexibilidade na escolha de como e quando pa- gar, além de garantir segurança e transparência nas tran- sações, ajudando o consumidor a quitar suas dívidas com mais controle e autonomia. Para conhecer mais acesse: www.serasa.com.br/limpa-nome-online/carrinho-ofertas/. V A L E A P E N A DIRETORA EDITORIAL Ethel Santaella PUBLICIDADE GRANDES, MÉDIAS E PEQUENAS AGÊNCIAS E DIRETOS publicidade@escala.com.br REPRESENTANTES Interior de São Paulo: L&M Editoração, Luciene Dias – Rio de Janeiro: Marca XXI, Carla Torres, Marta Pimentel – Santa Catarina: Artur Tavares – Regional Brasília: Solução Publicidade, Beth Araújo. COMUNICAÇÃO, MARKETING E CIRCULAÇÃO GERENTE Paulo Sapata IMPRENSA comunicacao@escala.com.br Av. Profª Ida Kolb, 551, Casa Verde, CEP 02518-000, São Paulo, SP Caixa Postal 16.381, CEP 02515-970, São Paulo, SP Telefone: (+55) 11 3855-2100 FILIADA À IMPRESSÃO E ACABAMENTO RESPONSABILIDADE AMBIENTAL Esta revista foi impressa na Grá- fica Oceano, com emissão zero de fumaça, tratamento de todos os resíduos químicos e reciclagem de todos os materiais não químicos. REALIZAÇÃO 2025 OCEANO INDÚSTRIA GRÁFICA LTDA. Nós temos uma ótima impressão do futuro TESTE EFICIÊNCIA: SUA EMPRESA ESTÁ EXPLORARANDO TODO O POTENCIAL DE SUAS OPERAÇÕES LOGÍSTICAS? O GUIA DO PEQUENO E MÉDIO EMPREENDEDOR TERCEIRIZE JÁ! Concentre-se em sua atividade principal, reduza custos e lance mão de uma expertise especializada PARA NÃO ERRAR MAIS Especialistas identificam os principais erros das startups e ensinam a evitá-los ED IÇ ÃO 1 78 - PR EÇ O R $ 20 ,0 0 74% das PMEs do Brasil já utilizam alguma forma de inteligência artificial em suas operações diárias O FUTURO CHEGOU O SUPERPODER DA LIDERANÇA MUNDO DOS PODCASTS A produção desses programas demanda muitos produtos e/ou serviços, que geram grandes oportunidades de negócio para PMEs COMEÇAR MAIS CEDO Crescente número de jovens investindo em franquias demonstra um anseio precoce por autonomia e realização profissional CARLA MARTINS, vice-presidente do hub de soluções corporativas SERAC, atende grandes empresários e personalidades, direcionando -os para um crescimento sustentável em diversos segmentos. UM VERDADEIRO HERÓI NÃO APENAS SUPERA DESAFIOS, MAS INSPIRA OS OUTROS A ACREDITAR NO QUE PARECE IMPOSSÍVEL. VEJA COMO MODERNOS CONCEITOS DE LIDERANÇA PODEM CONDUZIR SUA EMPRESA AO SUCESSO GES178_01_Capa_2.indd 1 GES178_01_Capa_2.indd 1 28/10/2024 14:4628/10/2024 14:46 GES179_81_InterativaCartas.indd 81GES179_81_InterativaCartas.indd 81 07/12/2024 22:0407/12/2024 22:04 Telegram @clubederevistas 82 © D IV U LG A Ç Ã O FECHA ASPAS preendem no Brasil. E 34% dos negócios no Paíssão liderados por figuras femini- nas. Números expressivos – e que tendem a crescer nos próximos anos, já que ainda precisamos avançar muito quando o as- sunto é igualdade de gênero. Mas precisa- mos aprender a entender os nossos papéis e onde traçar a linha. Ao compreender nossos ciclos e fases, analisa- mos nossas necessi- dades, diagnosticamos a situação e partimos para soluções eficazes. Assumir as rédeas da nossa vida é ter consci- ência de onde estamos e do que precisamos fazer para chegar aonde queremos. É ser líder da própria vida. Precisamos aprender a gerenciar e a liderar as nossas esco- lhas e necessidades. Portanto, na próxima vez que você se encon- trar em uma situação em que sua vida pes- soal está soterrada pela profissional, sem tempo para si mesma e para sua família, além de submersa em tarefas de trabalho 12 horas por dia, pare e anali- se. Você não está com essa bola toda. Nos tempos de hoje, esse cenário não é mais sinônimo de sucesso. Será que você está dizendo “não” o suficiente para os outros e para si mesma? POR CAROLINA GILBERTI O poder de dizer “não” CAROLINA GILBERTI É CEO DA MUBIUS WOMENTECH VENTURES, A PRIMEIRA WOMENTECH DO BRASIL. E-MAIL MUBIUSVENTURES@NBPRESS.COM.BR. “ASSUMIR AS RÉDEAS DA NOSSA VIDA É TER CONSCIÊNCIA DE ONDE ESTAMOS E DO QUE PRECISAMOS FAZER PARA CHEGAR AONDE QUEREMOS. É SER LÍDER DA PRÓPRIA VIDA” Você já deve ter ouvido a frase “A arte de dizer ‘não’ é libertadora”. Como a própria mensagem diz, isso é uma arte e, como toda arte, preci- sa ser desenvolvida. Desenvolver essa competência está di- retamente ligado ao autoconhecimento e, portanto, é um exercício constante. Já parou para pensar por que temos tanta difi- culdade em dizer “não”? Na maior parte das vezes, esse comporta- mento se deve à vaida- de, ao ego ou ao desejo de agradar ao outro. No entanto, quando você adquire consciência de onde está, do que preci- sa e do que deve ser fei- to, o “não” vem de forma mais natural. E como essa arte se relaciona com o uni- verso feminino? Bom, primeiramente, nós, mulheres, fomos con- dicionadas a sermos plurais, multitarefas, e a darmos conta de tudo. Passamos gerações e gerações assumindo tarefas e responsabi- lidades dentro e fora de casa, como verda- deiras Mulheres-Maravilhas, que nunca se abalam, nunca se cansam e estão sempre com um sorriso no rosto. No entanto, a realidade não é essa. Atualmente, 10 milhões de mulheres em- GES179_82-84_FechaAspas.indd 82GES179_82-84_FechaAspas.indd 82 07/12/2024 22:0607/12/2024 22:06 Telegram @clubederevistas Ou acesse www.escala.com.br NAS LIVRARIAS Henry David Thoreau desafia convenções em ‘Desobediência Civil’, explorando limites da autoridade governamental e a necessidade de resistência pacífica. Leitura essencial sobre cidadania e consciência moral. TEMPLATE.indd 1TEMPLATE.indd 1 14/05/2024 09:59:2214/05/2024 09:59:22 Telegram @clubederevistas Em ‘O Homem que Foi Quinta-Feira’, G. K. Chesterton mergulha em uma jornada surreal e filosófica, explorando dualidade, moralidade e identidade. Uma obra intrigante que desafia convenções narrativas. Ou acesse www.escala.com.br NAS LIVRARIAS TEMPLATE o homem que foi quinta feira.indd 1TEMPLATE o homem que foi quinta feira.indd 1 13/05/2024 11:58:4713/05/2024 11:58:47 Telegram @clubederevistas https://t.me/clubederevistasum dos itens que traziam memórias do filho para Wanda, tornando o gesto extremamente simbólico. A empresa, liderada por Miguel Krigsner, fundador d’O Boticário, atendeu ao apelo. Krigsner escreveu uma car- ta pessoalmente para Wanda, explicando que o perfume seria reproduzido especialmente pa- ra ela. Ele também revelou que o perfume tinha uma história emocional própria, pois fora ba- tizado com o nome de sua filha quando lançado origi- nalmente. O gesto repercutiu amplamente nas re- des sociais, sendo um exemplo de como em- presas podem cons- truir um legado positivo ao colocar os valores huma- nos no centro de suas estratégias de relacionamento. Inovação gastronômica O China in Box, pioneiro em delivery de comida asiática no Brasil e pertencente ao Grupo Trigo, passou por um rebranding para se conectar a públicos jo- vens e urbanos. A renovação inclui mudanças na identidade visual, no cardápio e na comu- nicação, com nova paleta de cores, tipografias e elementos gráficos. O projeto foi desenvol- vido pelo Grupo Sal, enquanto a agência in house do Grupo Trigo é responsável pelas campanhas e pelos conteúdos. A nova mar- ca já está presente nos novos restaurantes e canais digitais, com adaptação gradual nas uni- dades existentes, mantendo a essência da rede, mas trazendo mais modernidade e ousadia. Educação profissional Em novembro, o Senac lan- çou a campanha “Portas para Transformação”, destacando seu pa- pel como agente transformador de vidas por meio da educação profis- sional. Com abordagem moderna e emocional, a campanha mostra co- mo o Senac oferece oportunidades para novos empregos, crescimento profissional, empreendedorismo e conquistas globais. Veiculada em comerciais de TV e no mobiliário ur- bano das capitais brasileiras, a ação reafirma o compromisso da institui- ção com a formação de qualidade, alinhada às demandas do merca- do e às aspirações de quem busca qualificação e melhoria de vida. GES179_06-10_Radar.indd 9GES179_06-10_Radar.indd 9 07/12/2024 16:5507/12/2024 16:55 Telegram @clubederevistas 10 _LOJA DE RUA Conceito lúdico Situada em uma área turísti- ca movimentada em Gramado, no Rio Grande do Sul, a FINI, do segmento de balas de gelatina e regaliz, continua sua expansão de franquias no Brasil e inaugurou sua segunda unidade de rua. A loja traz um novo conceito lúdico que promete encantar tanto mo- radores quanto turistas. Com 30 metros quadrados, oferece um ambiente funcional e charmo- so, destacando-se por uma área interativa com um jogo da me- mória, onde os visitantes podem testar seus conhecimentos sobre os produtos de forma divertida. Além disso, a unidade conta com um espaço instagramável, com cenários planejados para fotos criativas e experiências compar- tilháveis, estreitando ainda mais o vínculo da marca com seus se- guidores nas redes sociais. _EXPANSÃO Presença nacional A FAST TENNIS deu mais um passo significati- vo em direção ao objetivo de se tornar a maior do mundo em seu segmento até 2028. Em novembro, a marca expandiu sua presença nacional ao inaugurar uma unidade no estado do Rio de Janeiro, fortalecendo sua estratégia de crescimento no franchising. Atualmente, a marca conta com 11 unidades em operação e 16 em fase de implementação, com presen- ça em cidades como Belo Horizonte (MG), São Caetano do Sul (SP), São Paulo e Alphaville (SP). A expectativa é atingir 60 unidades em funcio- namento até 2025. Além disso, prevê fechar o ano com faturamento de mais de R$5 milhões. JUSTinCASE LANÇAMENTOS EM DESTAQUE NO MERCADO Radar. Caixas metálicas A IRWIN oferece em seu portfólio dois modelos de caixas sanfonadas com três gavetas, ambos lançados recentemen- te. Fabricadas em aço carbono, a IWST98729LA tem capacidade pa- ra carregar 20 kg, possui três gavetas e dimensões de 500 x 200 x 280 mm. Já a IWST98728LA suporta 25 kg, tem cinco gavetas e dimensões de 500 x 200 x 325 mm. Ambas possuem estrutura em aço ultrarresis- tente (aço 1006), com tratamento antiferrugem e pin- tura de alta resistência a pó. Além disso, contam com alça na parte superior e permitem o uso de cadeado. Corte a laser A Gerdau lançou a Chapa Laser Gerdau ASTM A572 50, o primeiro aço nacional desenvolvido para equipamentos a laser de alta potência, oferecendo cortes mais rápidos, precisos e sustentáveis, além de reduzir custos operacio- nais ao eliminar a ne- cessidade de equi- pamentos a plasma. Desenvolvido com o CIT-SENAI, o produ- to atende a várias demandas do mer- cado brasileiro, antes dependente de im- portações, e reforça a competitividade do setor industrial. _PARCERIA Gastronomia Com o propósito de inovar e ele- var a experiência culinária nos res- taurantes em que atua no Brasil, a SODEXO anunciou parceria com um dos mais importantes nomes da gastronomia brasileira, o chef Rodrigo Oliveira, que comanda os restaurantes Mocotó e Balaio IMS, localizados em São Paulo. Por meio dessa união, o chef Rodrigo assinará 12 receitas exclusivas que combinam a valorização dos pra- tos com ingredientes regionais e a excelência gastronômica. © F O TO S: D IV U LG A Ç Ã O © R EN A TA R O M Ã O GES179_06-10_Radar.indd 10GES179_06-10_Radar.indd 10 07/12/2024 16:5507/12/2024 16:55 Telegram @clubederevistas GESTÃO&SUSTENTABILIDADE POR DANILO MAEDA DANILO MAEDA É DIRETOR-GERAL DA BEON, CONSULTORIA DE ESG DA FSB HOLDING. ©1 11 © A RQ U IV O P ES SO A L Dados confirmam: ESG gera valor para empresas vamente os retornos dos portfólios em 38% dos casos (contra 62,6% dos estudos sobre desempenho corporativo), enquanto uma influên- cia negativa foi encontrada em 13% dos casos (contra 10%). É contraintuitivo imaginar que uma agenda que gera valor para em- presas não entregue os mesmos resultados para gestores de ati- vos, mas há explicações plausíveis: muitas estratégias de investimento ESG falham em se concentrar nas informações mais relevantes. Como temos defendido neste espaço, o processo pelo qual práticas de sus- tentabilidade corporativa entregam valor é complexo e multifatorial e não pode ser capturado por “lis- tas de tarefas”. O valor está mais na integração estratégica de riscos e impactos do que no cumprimento de requisitos pontuais. Para capturar valor com investimen- tos ESG, é necessário avaliar o pro- cesso pelo qual empresas integram sustentabilidade aos seus negócios e ajustar as ferramentas para mape- ar e medir riscos, oportunidades e impactos específicos em cada setor, geografia e característica de merca- do. Dessa forma, a tese do valor ESG poderá se confirmar de forma mais abrangente também do ponto de vista da alocação de investimentos, a exemplo do que já acontece na ótica da gestão empresarial. Apesar do barulho feito por ques- tionamentos baseados em casos isolados ou argumentos políticos, a conexão entre práticas de sustentabili- dade e desempenho financeiro em em- presas tem sido confirmada por diversos estudos. Segundo um relatório recente da gestora de ativos holandesa Robeco, o tema tem sido objeto de pesquisa aca- dêmica há pelo menos meio século. E os dados indicam que a tese é verdadeira: “Um metaestudo abrangente de Friede et al. (2015) analisou mais de 2.250 estu- dos acadêmicos sobre o desempenho ESG, cobrindo quatro décadas de dados (1970-2014). A análise concluiu que o ESG se correlacionou positivamente com o desempenho financeiro corporativo em 62,6% dos estudos, com resultados ne- gativos em menos de 10% dos casos (os demais foram neutros)”, resume o time de pesquisa da gestora. Para quem duvidar dos dados históricos, um estudo de 2023 analisou o desempe- nho das empresas de 2015 a 2020 e ob- teve resultados semelhantes, reforçando a ideia de que a integração de informa- ções ESG nas operações e decisões cor- porativas pode agregar valor, resultando em empresas mais bem gerenciadas e com melhor desempenho financeiro. Por outro lado, a análise daRobeco in- dica que o impacto das práticas ESG na capacidade de criação de valor pare- ce menor quando a avaliação conside- ra portfólios de investimento. Dados de sustentabilidade influenciaram positi- © ELEMENTS ENVATO “PARA QUEM DUVIDAR DOS DADOS HISTÓRICOS, UM ESTUDO DE 2023 ANALISOU O DESEMPENHO DAS EMPRESAS DE 2015 A 2020 E OBTEVE RESULTADOS SEMELHANTES, REFORÇANDO A IDEIA DE QUE A INTEGRAÇÃO DE INFORMAÇÕES ESG NAS OPERAÇÕES E DECISÕES CORPORATIVAS PODE AGREGAR VALOR, RESULTANDO EM EMPRESAS MAIS BEM GERENCIADAS E COM MELHOR DESEMPENHO FINANCEIRO” GES179_11_ART_Sustentabilidade.indd 11GES179_11_ART_Sustentabilidade.indd 11 07/12/2024 16:5607/12/2024 16:56 Telegram @clubederevistas 12 © F O TO S: D IV U LG AÇ ÃO / C AL Ç AD O S BI BI ENTRELINHAS ANDREA KOHLRAUSCH, CEO DE UMA DAS MAIORES INDÚSTRIAS DE CALÇADOS DO PAÍS, A CALÇADOS BIBI, MOSTRA QUE RESILIÊNCIA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE FORMAM O TRIPÉ NECESSÁRIO PARA CONSTRUIR UMA HISTÓRIA DE GRANDE SUCESSO TEXTO DE MARA MAGAÑA PASSOS FIRMES NA INOVAÇÃO GES179_12-15_Entrelinhas.indd 12GES179_12-15_Entrelinhas.indd 12 07/12/2024 17:1107/12/2024 17:11 Telegram @clubederevistas 13 C A L Ç A D O S B I B I Ela vem fazendo furor em um mun- do ainda dominado pela hegemo- nia masculina. CEO da empresa fa- miliar Calçados Bibi, fundada por seu avô, Andrea Kohlrausch é a responsável pela estruturação do franchising da marca, com presença em 65 cidades em 23 estados bra- sileiros, além dos pontos internacionais. Seu processo sucessório durou sete anos, mas a consagrou como liderança feminina no mundo corporativo. Com MBA em Gestão empresarial, espe- cialização em Liderança pela FDC/Kello- gg School of Management em Evanston (EUA), participação do Instituto de Estudos Empresariais (IEE) e experiência na área internacional, implantou a área comercial de exportação interna na Bibi, expandindo as exportações para além da América Lati- na. Estão sob seu comando duas plantas fa- bris localizadas em Parobé (RS) e Cruz das Almas (BA), mais de 150 unidades no Brasil e na América Latina, e-commerce próprio e mais de 3 mil pontos multimarcas. … Fomos uma das empresas que não demitiram nesse período [da pandemia], pagando rigorosamente em dia nossos fornecedores, apoiando as comunidades locais, nossos colaboradores, lojistas e parceiros estratégicos, como nossos franqueados” ANDREA KOHLRAUSCH, CEO DA CALÇADOS BIBI Foi uma sucessão que durou sete anos… E, cerca de um ano após você estar no topo da empresa, veio a pandemia da covid-19. Como você enfrentou de imediato a situação? Sim, sete anos antes de a empresa com- pletar 70 anos foi anunciado pelo meu pai que iríamos trabalhar a governança corporativa, criando um conselho consul- tivo, e iniciar o processo de sucessão. No início do ano de 2020 estava tudo cami- nhando muito bem até que veio a pande- mia, quando nossa cultura foi fortemente testada. A prática dos valores e propósito da Bibi norteou as nossas decisões duran- te esse período. Por exemplo, em 2017, havíamos iniciado a construção de bases omnichannel na rede de franquias, então a parte digital já estava no ar, mas falta- va engajamento das lojas. Por conta do fechamento dos shopping centers, essa ferramenta foi essencial para as vendas na pandemia, com engajamento rápido e colaboração com todos os stakeholders muito grande. Além disso, fomos uma das empresas que não demitiram nesse perío- do, pagando rigorosamente em dia nossos fornecedores, apoiando as comunida- des locais, nossos colaboradores, lojis- tas e parceiros estratégicos, como nossos franqueados. Entrando no túnel do tempo, são 75 anos de existência… Há uma história muito interessante, relacionada ao nome da empresa e envolve seu avô, Albino Eloy Schweitzer… Pode falar um pouco disso? Meu avô sempre gostou de artes e cultu- ra, além de ter sido o precursor do cinema em Parobé (RS), que antigamente ainda não era considerada uma cidade. Como cinéfilo, ele era fã do ator Procópio Ferrei- ra e da filha dele, a atriz Bibi Ferreira. Para homenageá-los, quando fundou a empre- sa de calçados infantis, pensou em Bibi, que, na época, tinha sinergia com a atriz e o universo infantil. O nome pegou e se- guimos com ele até hoje. G&N: Andrea Kohlrausch, você sucedeu ao seu pai, Marlin Kohlrausch, no comando da maior empresa de calçados infantis do País, a Bibi. Quais foram os maiores desafios como CEO enfrentados desde que assumiu essa posição? Andrea Kohlrausch: A sucessão foi planejada e incentivada fortemente pelo meu pai, hoje presidente do conselho consultivo. Acredito que o maior obstáculo foi inicialmente desenvolver movimentos para me consolidar no cargo sucedendo uma pessoa que esteve à frente da presidência executiva por tantas décadas, implementando bons movimentos, bem como equilibrar a responsabilidade de gerir essa adaptação. No primeiro ano de presidência, fiz parte de um trabalho com mentoria com o objetivo de ter apoio para desenvolver com excelência meu novo desafio profissional. GES179_12-15_Entrelinhas.indd 13GES179_12-15_Entrelinhas.indd 13 07/12/2024 17:1107/12/2024 17:11 Telegram @clubederevistas 14 ENTRELINHAS A Bibi Ferreira soube disso? Você sabe se o seu avô entrou em contato com ela para comentar? Meu avô (hoje falecido) nunca chegou a conhecê-los pessoalmente. A Bibi é considerada pioneira em vários setores, entre eles, o desenvolvimento dos calçados atóxicos, fisiológicos, da palmilha Fisioflex Bibi, que preconiza a sensação de andar descalço… O que esse conjunto de ações agregou à marca? Os diferenciais da Bibi, como a palmilha Fisioflex, os produtos atóxicos e os proje- tos de inovação, nos consolidou como a maior rede de calçados infantis da Améri- ca Latina. Desde nossa fundação, nos pre- ocupamos em oferecer produtos que não agridam o meio ambiente e proporcionem às crianças uma infância saudável e natu- ral. Diante disso, buscamos nos inovar e trazer ao mercado soluções sustentáveis e que contribuam para o crescimento e desenvolvimento dos pequenos de zero a nove anos. Todas essas iniciativas trouxe- ram reconhecimento no mercado, como ser a primeira empresa calçadista infan- til a ser chancelada com o selo Origem Sustentável Diamante, que reconhece companhias que apresentam ações que cooperam com o ecossistema ambiental da cadeia do setor de calçados brasileiros. Além disso, a Bibi se consolidou com a rede de franquias; atualmente, conta com mais de 150 lojas exclusivas, somando as operações brasileiras e internacionais. Hoje, quais são as preocupações da empresa em termos ambientais? A sustentabilidade é um pilar muito im- portante dentro da Bibi. O último relatório de sustentabilidade disponível é o referen- te aos anos de 2022 e 2023, que traz temas que norteiam cada iniciativa elaborada pela empresa. Na Bibi, medimos o impac- to das atividades em busca das melhores soluções para compensar cada uma delas. Todas as iniciativas seguem os compro- missos lançados pela Bibi em 2021 e es- impacto à sociedade, com a realização de trabalhos voluntários locais que tivessem conexão com o propósito da empresa, com mais de 2 mil vidas impactadas em 2022 e 2023. Além disso, doou, anualmente, o equivalente a um dia de produção das fá- bricas Bibi, em calçados, para instituições que demonstraram conexão com o nosso propósito, conquistando 94,9% da meta em 2022 e 103,4% em 2023. A empresa já passou por crise séria, quando seu pai, que era genro do seu avô, assumiu o negócio e conseguiu reerguer a Bibi. Abriu as portas para o comércio exterior e também percebeu que, se não partisse para o varejo, a situação ficaria difícil. Como tudo isso aconteceu? E quais as dificuldades encontradas para a transformação tipulados até 2030. Promovemos ações e pensamos em estratégias que englobam o conceito, a importância, a estrutura e a aplicaçãona indústria e no varejo dentro dos valores Environmental, Social and Go- vernance (ESG), Ambiental, Social e Go- vernança em português. Por exemplo, no relatório com os resultados dos dois anos anteriores, a Bibi atingiu 100% das metas em 2022 e 2023 de conformidade com os produtos fabricados da norma, referente à toxidade e redução em 20% da geração de resíduos no desenvolvimento de novos produtos e operações industriais até o fim de 2025; já em projetos para a sociedade, a empresa criou ações para fortalecer o pro- pósito da marca, trazendo impacto positi- vo à comunidade. Dessa forma, em 2022, a Bibi realizou 213,5% das ações previstas e, em 2023, 163,4% da meta referente ao A Bibi conta, atualmente, com 22 operações internacionais exclusivas em formato de licenciamento. Estamos presentes nesse modelo somente na América Latina, mas nosso objetivo é ter 100 lojas estrangeiras até o fim de 2030” ANDREA KOHLRAUSCH, CEO DA CALÇADOS BIBI A Bibi é a primeira empresa calçadista infantil a ser chancelada com o selo Origem Sustentável Diamante. GES179_12-15_Entrelinhas.indd 14GES179_12-15_Entrelinhas.indd 14 07/12/2024 17:1107/12/2024 17:11 Telegram @clubederevistas 15 C A L Ç A D O S B I B I to de licenciamento. Estamos presentes nesse modelo somente na América Latina, mas nosso objetivo é ter 100 lojas estran- geiras até o fim de 2030, ampliando para outros continentes. Para 2025, teremos no- vidades nesse quesito. Além disso, expor- tamos para mais de 60 países e estamos presentes em diferentes multimarcas ao redor do globo. Quais foram as inovações que a Bibi apresentou nesses últimos tempos? Criamos o Ninho de Inovação, que in- centiva a contribuição de colaboradores, franqueados, fornecedores, clientes com novas ideias e sugestão de solução para os desafios do negócio. Na indústria, promo- vemos uma alteração em seu layout indus- trial, desenvolvido a partir de soluções de pesquisa operacional e simulação compu- tacional, aumentando seus níveis de efici- ência em 18%, a capacidade produtiva em 20% e diminuindo a utilização da área físi- ca da planta em 49% na operação baiana. Já no Sul, houve aumento de 12% na ca- pacidade e crescimento de 10% nos níveis de eficiência industrial da produção com a alteração do layout. Nos últimos anos, a rede também investiu na compra de novos equipamentos, seguindo o conceito de In- dústria 4.0. Além disso, a Bibi se tornou a primeira marca nacional a produzir e uti- de uma empresa tradicional em uma gigante, hoje, no franchising? A maior crise que tivemos, sem dúvida ne- nhuma, foi na década de 1980 (tempos de alta inflação no Brasil e grande instabilida- de econômica). Meu pai acabou apoiando muito meu avô naquela época de quase fa- lência e conseguiu tirar a empresa daquela situação, virando um sucessor natural. A entrada no varejo por meio do sistema de franchising ocorreu em 2008. Inicialmente tínhamos inimigos à vista, os aliados vie- ram a prazo, muita gente não acreditava no projeto, por diversos motivos, como medo de atritos com outros canais e de perder seu mercado de atuação. Porém, como tudo no empreendedorismo exige muita dedicação, persistência, busca de conheci- mento, amor e perseguição de um sonho, desenvolvemos as competências para for- matar um negócio e formar nossos times, mostrando ao mercado que daria certo e que seria um sucesso. A Bibi tem, hoje, a maior rede de lojas de calçados e acessórios infantis do Brasil e está presente também em vários países da América Latina. Há planos de entrar com mais força do lado de lá do Oceano Atlântico? A Bibi conta, atualmente, com 22 opera- ções internacionais exclusivas em forma- lizar um solado EVA altamente inova- dor em calçados. Chamado de BPLUS, a tecnologia conta com diferenciais que podem ser sentidos pelas crianças durante o uso, como maior aderência nos movimentos, conforto, resistência, segurança, leveza e ultraflexibilidade. A empresa também iniciou um novo capítulo em sua jornada digital com o lançamento do seu aplicativo de com- pras exclusivo, já que mais de 80% das vendas on-line da Bibi são provenien- tes de smartphones. Em produtos, um destaque é o Bibi para Todos, um calçado criado a partir de estudos científicos com o objetivo de oferecer um calçado na numeração adequada para as crianças que usam órtese, respeitando as suas neces- sidades. Recentemente, trouxemos novamente para o mercado o icônico Skatenis. Em uma versão reformulada, a Bibi investiu em um projeto robus- to, com duração de mais de um ano, e buscou especialistas em pediatria, fisioterapia e coordenação motora infantil, além de parceiros nacionais e internacionais junto às áreas de design e engenharia, tendo o apoio também do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçados e Artefatos (IBTec) para manter a ludicidade do mode- lo original, aplicada a melhorias para atender às necessidades das crianças e aos mais altos padrões de qualidade. Para finalizar, qual a grande meta da Bibi para 2025? Queremos pintar o Brasil e o mundo de laranja! Nosso grande mercado é o Brasil, onde haverá expansão de mais lojas e qualificação nos interiores por meio dos parceiros multimarcas, bem como ampliação do digital junto com a rede de franquias. No internacional, pretendemos estar com uma rede de lojas de aproximadamente 100 ope- rações até 2030. Para 2025, no grupo Bibi, que envolve as indústrias, bus- caremos um crescimento de 18% no faturamento. A empresa exporta para mais de 60 países e estão presentes em diferentes multimarcas ao redor do globo. GES179_12-15_Entrelinhas.indd 15GES179_12-15_Entrelinhas.indd 15 07/12/2024 17:1107/12/2024 17:11 Telegram @clubederevistas 16 DEU CERTO CAFÉ QUE EMPODERA UM DOS NOSSOS PRINCIPAIS PRODUTOS DE EXPORTAÇÃO DESDE O SÉCULO 18 GANHA IDENTIDADE NEGRA OFERECENDO GRÃOS ESPECIAIS COM A MARCA QUILOMBO TEXTO DE MARA MAGAÑA GES179_16-18_DeuCerto_CafeQuilombro.indd 16GES179_16-18_DeuCerto_CafeQuilombro.indd 16 07/12/2024 17:3207/12/2024 17:32 Telegram @clubederevistas 17 trabalhamos com fazenda em diversida- de de cultivo, fugindo assim da monocul- tura. Além disso, nossa principal ação é a doação mensal de árvores para contribuir com o combate ao aquecimento global”, explica o fundador da marca. Segundo Lessa Rodrigues, ele lançou uma marca com características que reme- tem diretamente àqueles que criaram es- sa riqueza no País porque, passados mais de 500 anos, ela ainda está longe das mãos negras. “O café é a segunda bebida mais consumida no mundo, perde apenas para a água. Levar a história de Tereza e Danda- ra, duas mulheres negras que se destaca- ram na luta contra o regime escravocrata por aqui, em embalagens de café significa usar essa bebida para expandir o conheci- mento de todos os consumidores a respei- to da história afro-brasileira. O impacto é genuíno, repleto de arte e com gastrono- mia”, diz referindo-se a dois de seus grãos mais conhecidos. A ideia surgiu pouco antes da pande- mia. Anteriormente, ele, um contador es- pecializado em gestão de negócios, já ha- via criado um e-commerce, em 2019, com o sugestivo nome Quitandeiro. O empre- © F O TO S: D IV U LG AÇ ÃO / C AF É Q U IL O M BO C A F É Q U I L O M B O A questão da negritude no Brasil es- cancara sua problemática no ter- reno da economia. Dos pouco mais de 29 milhões de empreendedores no País , 52% são pretos, considerando os que assim se declaram, bem como os par- dos. São 15,2 milhões de afrodescenden- tes brasileiros à frente de suas próprias empresas, segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Se- brae). No entanto, esse contingente ocupa majoritariamente postos com baixa for- malização e recebe menos por liderar em- preendimentos menores, já que possuem escolarização mais baixa do que a popu- lação branca. Esse é um estereótipo que Danilo Les- sa Rodrigues conhecia muito bem e, jus- tamentepor isso, resolveu construir ou- tra história, criando a Café Quilombo, com grãos vindos diretamente do Con- go, na África Central, mas hoje também plantados no Brasil. Além da represen- tatividade negra, Rodrigues preocupou- -se com a sustentabilidade, construindo uma empresa de baixo impacto ambien- tal. “Escolhemos usar o grão robusta de- vido à baixa necessidade de agrotóxico e “O café é a segunda bebida mais consumida no mundo, perde apenas para a água. Levar a história da Tereza e Dandara, duas mulheres negras que se destacaram na luta contra o regime escravocrata por aqui, em embalagens de café, é usar essa bebida para expandir o conhecimento de todos os consumidores a respeito da história afro-brasileira” DANILO LESSA RODRIGUES, FUNDADOR DA CAFÉ QUILOMBO sário só vendia produtos brasileiros, co- mo chocolate, o próprio café e cachaça. Foi então que percebeu que o café era o que mais vendia e resolveu estudar o produto mais a fundo. BEBIDA ANCESTRAL Ao aprofundar-se na história do café, que veio da África, foi cultivado por es- cravos e tornou-se o principal produto de exportação da nação, viu que essa narra- tiva engendrada com a escravidão e o fa- to de, ainda hoje, a população negra não ter a representatividade que devia ter, foi um fator de inspiração. “A Quilombo foi criada exatamente pensando nessa fal- ta de representatividade. Em dezembro de 2020, eu comprei um livro que falava sobre escravidão, e estava iniciando meu planejamento de negócio sobre trabalhar com café, mas ainda não existia o nome Café Quilombo. E quando eu leio que o café é um produto orginalmente africano e me deparo com pouquíssimos negros na nossa sociedade trabalhando com ca- fé, eu tenho um sopro de inspiração e aí nasce a Café Quilombo, uma bebida an- cestral”, conta o empresário. GES179_16-18_DeuCerto_CafeQuilombro.indd 17GES179_16-18_DeuCerto_CafeQuilombro.indd 17 07/12/2024 17:3207/12/2024 17:32 Telegram @clubederevistas 18 DEU CERTO Segundo Lessa Rodrigues, o objetivo da Quilombo como empresa de café é in- serir o povo negro dentro do cenário eco- nômico cafeeiro e fazer com que diversas áreas estejam relacionadas. “A intenção é sair um pouco só do café e ter a área de marketing, de finanças, operações, logís- tica, negro empregar negro também, é black money”, explica. O aprendizado, segundo ele, foi mais tranquilo porque já vinha de um históri- co profissional privilegiado, comparado com outros profissionais negros da mes- ma faixa de idade que a dele. “Trabalhei sempre com custos e planejamento fi- nanceiro em grandes indústrias alimen- tícias, e essa experiência é fundamental para criar uma indústria do zero. Quanto ao aprendizado com o café, ele veio jun- to com a marca. Eu não era apreciador de cafés, na verdade nem tomava muito, aprendi sobre café trabalhando com ele. Hoje sou especialista na bebida e res- ponsável pelas características da torrefa- ção dos nossos cafés”, comenta. Com R$20 mil iniciais, deu início à Quilombo, nome escolhido a dedo, já que era o local para onde iam os negros alfor- riados e os fugitivos, e onde também ven- diam produtos que eles próprios planta- vam. “O nome Café Quilombo veio como inspiração do Quilombo do Quariterê. Nossos cafés são cultivados no Espírito Santo, semiárido capixaba, e 50% dos nos- sos cafés são de produtores negros, além de todo o nosso time ser formado por pro- fissionais negros, e foi pensando nesse passado que o primeiro café, que veio do Congo, ganhou o nome de Tereza, da Te- reza de Benguela”, informa. NA CONTRAMÃO No acumulado dos dois primeiros me- ses do ano safra 2024/2025, as remessas ao exterior alcançaram 7,516 milhões de sacas, o que implica alta de 11,8% em re- lação aos 6,719 milhões embarcados em julho e agosto de 2023. Em receita, o in- cremento é de 39,1% no mesmo interva- lo comparativo, com o ingresso de divisas saltando de US$ 1,360 bilhão para os atu- e Chica, minhas filhas quilombolas. Gosto das quatro igualmente e se vier mais uma continuarei amando todas do mesmo jeito. E a trajetória delas está sendo incrível. Ver pessoas foto- grafando o produto na gôndola e en- viando ao nosso Instagram com men- sagem como: ‘olha, o nome da minha mãe’, ‘nossa, Tereza de Benguela, me sinto honrada’, ‘que orgulho ver os nos- sos aqui’. E trabalhamos com profissio- nais envolvidos no aquilombamento do café. Recentemente tivemos a par- ticipação de dois novos possíveis in- vestidores negros: Artuto Nunes e Mo- nique Evelle, da Shark Tank”, enumera. A Café Quilombo tem como meta para 2024 consolidar sua presença no varejo. Atualmente, está investindo em degustações, promotorias e per- formance de vendas. Quanto ao im- pacto produzido na comunidade ne- gra, é enfático: “Eu sinceramente não posso falar por todos. Vejo e percebo que a maioria se impacta profunda- mente. Recebo e me deparo com pes- soas na rua que me abraçam e agra- decem por isso. E isso me faz seguir com meu propósito”. ais US$ 1,892 bilhão, segundo dados do relatório estatístico mensal do Conse- lho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Ainda de acordo com a insti- tuição, o café arábica é o líder em ex- portação, somando, em setembro deste ano, 3,19 milhões de sacas, um aumen- to de 31,9% em relação ao mesmo mês do ano anterior. A Café Quilombo usa os grãos ro- busta e conilon. Rodrigues explica que a escolha dos grãos deve-se a alguns fa- tores: “Primeiro, eu não podia falar de mulheres tão poderosas, intensas e tra- zer uma bebida leve, sem força e doci- nha. O conilon e o robusta, ambos do DNA canéfora, são cafés fortes, escu- ros e intensos, independentemente da torra que apliquemos. Em segundo lu- gar, acredito que boa parte da socieda- de que consome café no Brasil está com problemas de escolha de um café de qualidade. Uma parte não gosta mais dos cafés tradicionais e a outra não con- seguiu se adaptar aos cafés 100% arábi- cas com acidez, doçura e coloração le- ve… Então abraçamos esse público ca- rente. E, em terceiro, a palavra canéfora tem como origem o latim ‘caneus’, que significa ‘de cana’ e ‘forma’, que vem do latim ‘forma’. A palavra canéfora é usada para descrever uma mulher que carrega um cesto ou vaso em forma de cesta na cabeça, especialmente em rituais reli- giosos ou cerimônias”. Para ele, tudo isso forma a Café Qui- lombo. “Chamo os meus cafés de qui- lombolas, Tereza, Dandara, Anastácia Serviço Site: www.cafequilombo.com.br/ Instagram: www.instagram.com/cafe.quilombo Além da representatividade negra, Rodrigues preocupou-se com a sustentabilidade, construindo uma empresa de baixo impacto ambiental. GES179_16-18_DeuCerto_CafeQuilombro.indd 18GES179_16-18_DeuCerto_CafeQuilombro.indd 18 07/12/2024 17:3207/12/2024 17:32 Telegram @clubederevistas prejudicar tanto a margem de lucro. Como minimizar os prejuízos com ex- cesso de estoque Quando o estoque parado se acumu- la, o risco de prejuízo é iminente. A saída tradicional é a liquidação, mas isso pode prejudicar a imagem da marca se fei- to de forma recorrente. Clientes podem passar a esperar pelas promoções, o que afeta as vendas no preço cheio. Uma alternativa interessante é realizar bazares, uma oportunidade de vender o estoque parado com descontos, mas em um ambiente que cria uma expectativa diferenciada, afastando a ideia de que o varejista sempre faz liquidações. Cada situação de excesso de estoque traz valiosas lições para o varejo. O gran- de aprendizado é reavaliar o processo de compras e o controle de estoque com mais frequência. Acompanhar o estoque periodicamen- te é uma dinâmica de varejo essencial. Quem faz isso bem, tem maior controle sobre o giro de produtos e sobre a saúde do negócio. O estoque deve ser tratado como uma extensão da loja, e o vende- dor precisa estar envolvido nesse pro- cesso, sabendo o que está disponível e o que não está vendendo. Se você deseja aprender mais sobre co- mo controlar o estoque de forma efi- cientee aumentar as vendas, a F360, por meio de seu hub de educação para vare- jista, acaba de lançar um curso de gestão de estoque, exclusivo para clientes. Nele, são abordadas técnicas avançadas, co- mo a curva ABC e o OTB (Open to Buy), para garantir que o estoque trabalhe a favor do lojista, e não contra ele. EDUCAÇÃO&FINANÇAS POR MAURÍCIO GALHARDO Excesso de estoque: como combater esse inimigo silencioso do varejo No varejo, o estoque é a alma do negócio. Ele garante que os pro- dutos estejam disponíveis no momento certo para os clientes, impul- sionando as vendas. No entanto, quan- do o estoque não gira, ou seja, quando os produtos não saem das prateleiras na velocidade necessária, ele rapidamente se transforma em um inimigo silencioso, gerando prejuízos às vezes invisíveis que, se não forem controlados, podem com- prometer a saúde financeira da operação. Quais são os sinais de que o estoque não está girando como deveria? O primeiro passo para evitar que o excesso de esto- que se torne um problema grave é perce- ber os sinais antes que seja tarde demais. Há indícios claros que devem ser obser- vados para diagnosticar o problema com antecedência. Diagnóstico visual: Um estoque parado, acumulando produtos, pode ser percebido de forma simples. Basta observar o volume de itens que permanecem nas prateleiras, sem serem vendidos. Esse é o primeiro si- nal de que algo está errado. E, para detec- tá-lo, é importante treinar os vendedores para ter esse olhar. Relatórios de vendas: Gerar relatórios regulares e comparar com o que está dis- ponível em estoque também ajuda. Se há produtos em abundância que não estão saindo, é um alerta. A verificação periódica de estoque por meio de softwares de ven- das auxilia nesse processo. Reposição inadequada: Será que os pro- dutos parados estão sendo realmente expostos? Sem a devida exposição, es- ses itens não têm chance de ser vendi- dos. Portanto, é fundamental realizar uma 19 © A RQ U IV O P ES SO A L MAURÍCIO GALHARDO É ENGENHEIRO MECÂNICO E SÓCIO DA F360 EDUCA, PLATAFORMA DE CURSOS VOLTADOS PARA VAREJISTAS. APAIXONADO POR FINANÇAS, É AUTOR DE TRÊS LIVROS DE NEGÓCIOS E GESTÃO FINANCEIRA, TEM AMPLA EXPERIÊNCIA EM TREINAMENTOS E PALESTRAS E JÁ TREINOU MAIS DE 50 MIL PESSOAS NO VAREJO. exposição correta, destacando na vitrine ou na área de vendas os produtos que pre- cisam de atenção. Além disso, é essencial treinar os vendedores para que entendam a importância dessa prática. E quais são as estratégias para evitar o excesso de estoque? Quando o problema é identificado, é hora de agir. Aqui estão al- gumas estratégias eficazes para evitar que o estoque parado gere prejuízos maiores: Exposição: Produtos que estão encalha- dos devem ser trazidos à frente, expostos nas vitrines para ganhar destaque na loja. Se os clientes não veem o item, ele não será vendido. Engajamento da equipe: A equipe de ven- das precisa falar sobre o produto. Se hou- ver resistência, pode ser necessário um treinamento para capacitar os colabora- dores a vender o item com mais entusias- mo. Uma equipe bem treinada e engajada faz toda a diferença. Campanhas de marketing e divulgação: Produtos que não estão vendendo podem ser promovidos com campanhas específi- cas, como banners na loja, promoções ou publicidade digital. O objetivo é dar ênfase ao item, destacando-o para o cliente. Incentivo para a equipe: Melhorar a co- missão sobre o produto também pode ser uma tática eficiente. Se a equipe perce- ber que tem algo a ganhar vendendo um item específico, o esforço de vendas será redobrado. Descontos e liquidações: Se nenhuma das estratégias acima surtir efeito, talvez seja hora de liquidar o produto. Oferecer des- contos ou criar combos (um produto com desconto e outro pelo preço normal) pode ajudar a liberar espaço no estoque sem GES179_19_ART_EducacaoFinanceira.indd 19GES179_19_ART_EducacaoFinanceira.indd 19 07/12/2024 17:3407/12/2024 17:34 Telegram @clubederevistas 20 MAPA DA MINA A CARA DO VERÃO ESPECIALISTAS EXPLICAM COMO FAZER PARA QUE UM NEGÓCIO COM FOCO NA ESTAÇÃO MAIS QUENTE DO ANO NÃO ESFRIE E PROSPERE O ANO TODO TEXTO DE MICHELLE RAEDER © M AX - K EG FI RE / G ET TY IM AG ES GES179_20-26_MapadaMina.indd 20GES179_20-26_MapadaMina.indd 20 07/12/2024 17:5607/12/2024 17:56 Telegram @clubederevistas 21 N E G Ó C I O S D E V E R Ã O © A RQ U IV O P ES SO AL e viajar, o que pode gerar um aumento no número de manutenções e serviços espe- cíficos”, lista Labatut. Diversos setores podem ser lucrati- vos nessa estação, contudo alguns pontos são relevantes para fazer a escolha certa. O vice-presidente da vertical de scale up do ecossistema 300 Franchising, Vinicius Barreto, alerta que é crucial considerar a demanda do mercado local, a compatibi- lidade do negócio com suas habilidades e experiência, bem como a capacidade do modelo de negócio de se adaptar às mu- danças econômicas e de mercado. “Além disso, é importante avaliar a solidez finan- ceira do franchising, verificar a transpa- rência e o suporte oferecido pelo franque- ador e estudar a concorrência na área”. O especialista em vendas e gestão em- presarial e CEO da Consultoria MR16, Marcelo Reis, aconselha que se faça um estudo cuidadoso e detalhado sobre o ti- po de negócio e o conhecimento da pes- soa (ou dos sócios) em relação ao segmen- to em que se deseja entrar. “Além desse entendimento de mercado, é importante conhecer bem o ponto de venda, a concor- rência e, principalmente, estudar o fluxo de caixa e o investimento necessário para ter certa garantia do retorno”, pontua. A estação mais quente do ano já chegou e com ela muitos negócios surgem, contudo é muito comum que, na hora de pensar em investir surjam dúvidas como: que negócio poderia ser mais lucrativo nessa época? Vale a pena investir em algo que tenha apelo somente no verão? Faço uma expansão do meu ne- gócio pensando nessa época? Segundo o especialista em varejo e con- sultor de franquias com mais de 16 anos de experiência em franchising Erlon Labatut, um dos setores que se destacam bastante pela sazonalidade do verão é o de turismo e lazer, sendo bastante visado durante as férias de verão. Outro que ganha força nes- sa época do ano é o de moda e acessórios, sobretudo os que exploram moda praiana e roupas mais leves. O mercado de alimentação, especial- mente as sorveterias e gelaterias, assim co- mo restaurantes que oferecem uma culi- nária mais orgânica e leve, como saladas e pratos vegetarianos, também apresentam um aumento no faturamento. O setor de beleza é, igualmente, bastante procurado nesse período. “Por fim, mas não menos importante, temos o setor de automóveis e transporte. Durante as férias, é comum tirarmos o carro da garagem para passear “Nas demais épocas do ano, pode ser interessante ofertar produtos ou serviços diferentes. Então uma loja de moda praiana, por exemplo, pode oferecer roupas de frio no inverno ou opções fashion no outono” ERLON LABATUT, ESPECIALISTA EM VAREJO E CONSULTOR DE FRANQUIAS GES179_20-26_MapadaMina.indd 21GES179_20-26_MapadaMina.indd 21 07/12/2024 17:5607/12/2024 17:56 Telegram @clubederevistas 22 MAPA DA MINA COMO PROSPERAR EM OUTRAS ESTAÇÕES? Negócios com a cara do verão também podem ser lucrativos no restante do ano, basta que o empreendedor tome alguns cuidados. Segundo Barreto, para garan- tir o sucesso durante todo o ano, diver- sificar a oferta de produtos ou serviços para atender a diferentes necessidades sazonais pode ser uma estratégia eficien- te. “Manter um foco consistente na expe- riência do cliente, investir em marketing digital para alcançar novos públicos e adaptar-se rapidamente às tendências de mercado também são práticas recomen- dadas, assim como uma gestão financeira prudente assegurará que o negócio possa enfrentar períodos menos lucrativos sem comprometer sua operação”, afirma. Para Labatut, fazerum negócio de ve- rão prosperar o ano todo exige estratégias para superar a sazonalidade e atrair clien- tes em diferentes épocas. A primeira delas é diversificar a oferta. “Nas demais épocas do ano, pode ser interessante ofertar pro- dutos ou serviços diferentes. Então, uma loja de moda praiana, por exemplo, pode oferecer roupas de frio no inverno ou op- ções fashion no outono”, diz. Outra iniciativa é investir no mercado digital para alcançar outros públicos, pois às vezes a sazonalidade pode não ser útil na região. Porém, ao expandir para o e- -commerce, o negócio abrange todo o Bra- sil. Também pode ser interessante trans- formar o empreendimento em uma rede, seja por meio de franquias ou lojas pró- prias. “Para isso, é importante operar em regiões em que a sazonalidade seja inver- sa ou com menos impacto, então, mesmo se uma determinada loja está mais fraca, você terá outra para compensar”, explica Labatut. Por fim, o especialista relata que um elemento fundamental nesse tipo de ne- gócio é o financeiro. Uma opção para sempre prosperar é trabalhar com dife- rentes metas e operações. Durante a sa- zonalidade boa, aumente o estoque e te- nha uma equipe maior, uma vez que seu público será igualmente superior. Nos demais períodos, trabalhe com estoque e equipe reduzidos, para não impactar o faturamento. TENDÊNCIAS PARA 2025 É importante saber como o mercado está se desenhando para 2025. De acordo com os especialistas consultados, as no- vidades não são relacionadas diretamen- te ao verão, mas os segmentos que já fa- zem sucesso devem trazer algumas novas tendências do mercado para dentro de si, como a inovação tecnológica e o uso da inteligência artificial, por exemplo. “Além disso, a prática de sustentabilidade e eco- “Negócios ou serviços que proporcionem momentos únicos, como eventos ao vivo, experiências de imersão e turismo de aventura, têm grandes chances de sucesso” MARCELO REIS, ESPECIALISTA EM VENDAS E GESTÃO EMPRESARIAL E CEO DA CONSULTORIA MR16 © D IVU LG A Ç Ã O / M R16A nomia circular e a busca por negócios que priorizem experiências únicas, nor- malmente procuradas nos períodos de férias e lazer, serão fortes em 2025”, afir- ma Labatut. Segundo ele, talvez a principal ten- dência que misture o verão com os negó- cios seja a criação e aplicabilidade de ne- gócios digitais. “Normalmente, essa épo- ca do ano é marcada por uma sazonali- dade de produtos e serviços físicos, em cidades ou regiões turísticas. Mas com a presença do digital cada vez mais eviden- te no mercado, podemos esperar tam- bém um preparo maior do consumidor, que deve optar por certos tipos de pro- duto por meio de compras on-line antes mesmo de sua viagem”, completa. Marcelo Reis explica que o consumi- dor e as indústrias já vêm buscando isso, mas, em 2025, devem priorizar as ten- dências ligadas à sustentabilidade e ao consumo consciente. “Negócios que ofe- reçam soluções sustentáveis, como pro- dutos recicláveis, embalagens ecológicas e práticas de baixo impacto ambiental, estarão em alta”, declara. A busca por experiência, em vez de simplesmente adquirir um produto, é mais um aspecto relevante. “Negócios ou serviços que proporcionem momen- tos únicos, como eventos ao vivo, experi- ências de imersão e turismo de aventura, têm grandes chances de sucesso. Por fim, a tecnologia segue como um dos maiores interesses, especialmente no campo da inteligência artificial, seja para alavancar oportunidades e otimizar negócios, seja para se capacitar e compreender essa no- va onda”, completa Reis. Uma característica importante para 2025 é a crescente digitalização dos ne- gócios. Isso envolve não apenas e-com- merce, mas também a integração de tec- nologias como inteligência artificial para personalizar a experiência do cliente e otimizar operações. “Outra tendência é a sustentabilidade, com mais consumido- res preferindo empresas que adotam prá- ticas ambientalmente responsáveis e so- cialmente justas”, afirma Barreto. GES179_20-26_MapadaMina.indd 22GES179_20-26_MapadaMina.indd 22 07/12/2024 17:5607/12/2024 17:56 Telegram @clubederevistas 23 RAIO-X MODELO CONVENIÊNCIA Investimento inicial: a partir de R$230 mil (inclui instalações, taxa de franquia, estoque inicial) Instalações e equipamentos: R$155 mil Taxa de franquia: R$50 mil Estoque inicial: R$20 mil Marketing inicial: R$5 mil Capital de giro: R$25 mil Royalties: 7% do faturamento bruto Taxa de publicidade: isento Faturamento médio mensal: R$60 mil Lucro mensal: de 20% a 30% Prazo de retorno: de 18 meses a 24 meses Tamanho: a partir de 40 m² Prazo de contrato: 5 anos ALGUMAS REDES QUE COMBINAM COM O VERÃO MAIS1.CAFÉ Rede de cafeteria com opções de bebidas refrescantes e cafés gelados para o verão. A rede foi fundada em dezembro de 2019 pelos empresários Alan Parise, Gare Marques, Hilston Guerim e Vinícius Delatorre. Ela oferece mais de 30 opções da bebida, desde o clássico coado até drinques gelados com café de grão especial. Atualmente, está presente em mais de 200 cidades, em 25 estados brasileiros, e conta com mais de 700 unidades confirmadas no Brasil. QUAIS OS PLANOS PARA 2025? Tem a projeção de aumentar a participação em regiões como Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro, além de ampliar as parcerias com empresas reconhecidas pelos clientes, com sabores que encantam. MASSA NO COPO A Massa no Copo nasceu em 2020 com a proposta de ser um restaurante fast casual. Tendo como tradição a culinária italiana, associa a qualidade no preparo a um estilo de vida prático e moderno por meio do formato to go. Em 2023 o negócio ganhou mais um sócio, Aglay José de Carvalho Souza. Hoje possui três unidades nos estados de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. QUAIS OS PLANOS PARA 2025? A rede vive a fase de aceleração no crescimento a partir da entrada do ecossistema 300 Franchising. O intuito é expandir, principalmente nas regiões Sudeste e Sul. E a meta é chegar até o fim de 2025 com 100 operações vendidas e com faturamento de R$100 milhões. RAIO-X MODELO EXPRESS Investimento inicial: R$185 mil (inclui: taxa de implantação, projeto de design de interiores, adequações, comunicação visual, mobiliário, equipamentos de cozinha e utensílios, equipamentos de PDV – computador, impressora, leitor –, marketing inaugural, estoque inicial, embalagens e outros – abertura da empresa, uniformes, etc.) Capital de giro: R$40 mil Taxa de publicidade: 1% do faturamento bruto Royalties: 6% do faturamento bruto Faturamento médio mensal bruto: R$125 mil Lucro médio mensal: 20% do faturamento bruto Prazo de retorno: de 18 a 24 meses Tempo de contrato: 5 anos Área mínima: a partir de 55 m² Atenção: o valor de investimento pode variar de acordo com a metragem, localização, condições de conservação e necessidades de ajustes da unidade. Gera de 5 a 12 empregos por operação. GES179_20-26_MapadaMina.indd 23GES179_20-26_MapadaMina.indd 23 07/12/2024 17:5607/12/2024 17:56 Telegram @clubederevistas 24 © D IV U LG AÇ ÃO / B U BB LE M IX MAPA DA MINA BUBBLE MIX Fundada pelos sócios Alex Lin, Rodrigo Balotin e Rogério Arcanjo, a Bubble Mix é uma rede de franquias de bebidas à base de chás, com sabores e acompanhamentos exclusivos. As bebidas são todas feitas com insumos importados de Taiwan (país de origem da bebida), respeitando os sabores tradicionais, mas incorporando o paladar brasileiro, com xarope e bolinhas saborizadas de frutas tropicais. Em 2023 a marca faturou R$29,4 milhões, e em 2024 a expectativa é chegar a R$40 milhões. A rede conta com mais de 85 unidades espalhadas por todo o Brasil. QUAIS OS PLANOS PARA 2025? Mira a região Sudeste, principalmente os estados de São Paulo e Minas Gerais. RAIO-X MODELO QUIOSQUE Investimento inicial: R$190 mil (inclui: estrutura, maquinário, utensílios e taxa de franquia) Taxa de franquia: R$50 mil Estoque