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Adiante, listamos as principais características do relatório jurídico: (A) O relatório é um texto de tipo narrativo; (B) caracteriza-se por ser uma narrativa simples, sem valoração. Sempre que possível, aponte as alegações de ambas as partes; (C) todos os fatos relevantes do caso concreto devem ser narrados no pretérito e na 3ª pessoa; (D) o que não existir no relatório não pode figurar como argumento na fundamentação; (E) a organização dos eventos deve seguir a ordem cronológica; (F) o primeiro parágrafo deve indicar o fato gerador da demanda e os sujeitos envolvidos; (G) o texto não pode deixar de responder às seguintes indagações: qual o fato gerador do conflito? Quem são os envolvidos na lide? Onde e quando os fatos ocorreram? Como se desenvolveu o conflito? Por que ocorreu o conflito de interesses? Quais as consequências dos fatos narrados? (H) sugere-se, para iniciar o primeiro parágrafo, a redação “Trata-se de questão sobre...”; (I) a paragrafação deve seguir as orientações tradicionais de um texto redigido em norma culta; (J) cada parágrafo deve receber um recuo inicial de, aproximadamente, 1,5 cm; (K) não há limite mínimo ou máximo de linhas, mas sua narração deve ser clara e concisa; (L) recorra à polifonia; (M) terminado o relatório, na linha abaixo, use a expressão “É o relatório”. Modelo Relatório Jurídico Trata-se de questão sobre ação negatória de paternidade, ajuizada por Miguel Coelho em face da menor Melina Coelho Andrade, representada por sua mãe, Constança Andrade. Miguel teve relacionamento amoroso com a mãe da menor. Melina, hoje com dois anos, nasceu em 16 de dezembro de 2006 e foi registrada como filha pelo autor, que afirma ter-se deixado conduzir, na época do registro, pelas súplicas e apelos emocionais de Constança. Garantiu, ainda, somente ter registrado a menor como filha porque acreditava, então, ser seu verdadeiro pai biológico. Através de um exame de DNA, efetuado logo após o registro, descobriu o autor não ser o pai de Melina. Sustenta que, por não saber disso na ocasião, houve vício de seu consentimento por erro substancial, uma vez que inexiste qualquer vínculo biológico ou afetivo entre ele e a menor. Argumenta-se em contestação não ter havido o erro alegado e que o ato de reconhecimento espontâneo e consciente da menor como filha importou, na prática, em sua adoção, por instrumento impróprio. Como prova, vieram aos autos outro exame pericial de DNA, afora o já trazido com a inicial, sendo que aquele apenas confirmou este; ou seja, ambos os exames negaram, cientificamente, a paternidade de Miguel Coelho em relação à Melina. Nos depoimentos pessoais de ambas as partes, houve tão somente a reiteração do que já fora exposto, anteriormente, na inicial e na contestação. É O RELATÓRIO.
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