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TRANSTORNOS MENTAIS
Tea psicose
valdir fulle
1º edição - 2019
são paulo - sp
1º EDIÇÃO - 2019
SÃO PAULO - SP
TRANSTORNOS MENTAIS 
TEA PSICOSE
Valdir Fulle
TRANSTORNOS MENTAIS 
TEA PSICOSE
EXPEDIENTE
COORDENAÇÃO GERAL COORDENAÇÃO E 
PROJETO GRÁFICO
COORDENAÇÃO DE 
PROJETOS PEDAGÓGICOS
COORDENAÇÃO DE 
REVISÃO ORTOGRÁFICA
AUTOR(ES) DIAGRAMAÇÃO
CAPA
1º EDIÇÃO - 2019
SÃO PAULO - SP
 
TRANSTORNOS MENTAIS – TEA PSICOSE
40 HORAS - Introdução e visão geral;
-
SUMÁRIO:
UNIDADE 1. ............................................................. 7
CAPÍTULO 1. ABORDAGENS PSICOSSOCIAIS, 
FAMILIARES E DE REABILITAÇÃO .................................. 8
1.1 BREVE EVOLUÇÃO HISTÓRICA .......................................9
1.2 ABORDAGENS PSICOSSOCIAIS ..................................... 16
1.3 CONCEITO DE TRANSTORNOS MENTAIS .......................... 22
CAPÍTULO 2. ESTUDO DAS AVALIAÇÕES DE RISCO 
DE SUICÍDIO, HOMICÍDIO E VIOLÊNCIA ..........................25
2.1 AVALIAÇÕES DE RISCO - SUICÍDIO ................................ 26
2.2 AVALIAÇÕES DE RISCO DE HOMICÍDIO E VIOLÊNCIA ........... 36
EXERCÍCIOS PROPOSTOS UNIDADE 1 ................................52
UNIDADE 2. ............................................................54
CAPÍTULO 3. COMPREENDER OS DIFERENTES 
TIPOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS ...........................55
3.1 TIPOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS ........................... 56
3.2 POLITICA NACIONAL DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS ......... 65
CAPÍTULO 4. A SOBRECARGA FAMILIAR DE 
PORTADORES DE TRANSTORNOS MENTAIS E 
ABORDAGENS FAMILIARES ........................................87
4.1 SOBRECARGA FAMILIAR DE PORTADORES DE 
TRANSTORNOS MENTAIS ........................................... 88
4.2 PARTICIPAÇÃO DOS FAMILIARES .................................. 97
EXERCÍCIOS PROPOSTOS UNIDADE 2 .............................. 103
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................... 105
GABARITO UNIDADE 1 ................................................ 106
GABARITO UNIDADE 2 ................................................ 107
INTRODUÇÃO
O -
-
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-
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-
-
UNIDADE
1
UNIDADE 1. 
CAPÍTULO
1
CAPÍTULO 1. ABORDAGENS 
PSICOSSOCIAIS, 
FAMILIARES E DE 
REABILITAÇÃO
ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO 
EM SITUAÇÃO DE CRISE
–ABORDAGENS PSICOSSOCIAIS, FAMILIARES E DE REABILITAÇÃO–
9
1.1 BREVE EVOLUÇÃO HISTÓRICA
AMARANTE
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–ABORDAGENS PSICOSSOCIAIS, FAMILIARES E DE REABILITAÇÃO–
10
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–ABORDAGENS PSICOSSOCIAIS, FAMILIARES E DE REABILITAÇÃO–
11
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–ABORDAGENS PSICOSSOCIAIS, FAMILIARES E DE REABILITAÇÃO–
12
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–ABORDAGENS PSICOSSOCIAIS, FAMILIARES E DE REABILITAÇÃO–
13
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–ABORDAGENS PSICOSSOCIAIS, FAMILIARES E DE REABILITAÇÃO–
14
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–ABORDAGENS PSICOSSOCIAIS, FAMILIARES E DE REABILITAÇÃO–
15
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–ABORDAGENS PSICOSSOCIAIS, FAMILIARES E DE REABILITAÇÃO–
16
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1.2 ABORDAGENS PSICOSSOCIAIS
1.2.1 A COMPLEXIDADE DO SER HUMANO NA 
ABORDAGEM PSICOSSOCIAL
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–ABORDAGENS PSICOSSOCIAIS, FAMILIARES E DE REABILITAÇÃO–
17
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–ABORDAGENS PSICOSSOCIAIS, FAMILIARES E DE REABILITAÇÃO–
18
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1.2.2 A INTERVENÇÃO PSICOSSOCIAL NOS 
ATENDIMENTOS DE SAÚDE
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–ABORDAGENS PSICOSSOCIAIS, FAMILIARES E DE REABILITAÇÃO–
19
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–ABORDAGENS PSICOSSOCIAIS, FAMILIARES E DE REABILITAÇÃO–
20
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–ABORDAGENS PSICOSSOCIAIS, FAMILIARES E DE REABILITAÇÃO–
21
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–ABORDAGENS PSICOSSOCIAIS, FAMILIARES E DE REABILITAÇÃO–
22
1.3 CONCEITO DE TRANSTORNOS MENTAIS
-
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–ABORDAGENS PSICOSSOCIAIS, FAMILIARES E DE REABILITAÇÃO–
23
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–ABORDAGENS PSICOSSOCIAIS, FAMILIARES E DE REABILITAÇÃO–
24
Os Transtornos Mentais Menores
-
-
Transtornos Graves –
TRANSTORNOS MENTAIS: 5 ENTRE 10 
CAUSAS DE INCAPACITAÇÃO PARA O TRABALHO 
NO MUNDO:
-
CAPÍTULO
2 CAPÍTULO 2. ESTUDO DAS 
AVALIAÇÕES DE 
RISCO DE SUICÍDIO, 
HOMICÍDIO E VIOLÊNCIA
–ESTUDO DAS AVALIAÇÕES DE RISCO DE SUICÍDIO, HOMICÍDIO E VIOLÊNCIA–
26
2.1 AVALIAÇÕES DE RISCO - SUICÍDIO
MOURA et al (2010) em seu trabalho, espelhando a re-
alidade do Rio Grande do Sul, menciona que a Organização 
Mundial de Saúde alerta para o aumento de até 60% no nú-
mero de suicídios nos últimos 45 anos em todo o mundo, 
representando a terceira maior causa de morte na faixa etá-
ria entre 15 e 35 anos em ambos os sexos (WHO, 2001, p. 5). 
Para cada suicídio, cinco a dez pessoas próximas so-
frem graves consequências psicológicas, econômicas e so-
ciais, são os chamados “sobreviventes” (WHO, 2008, p. 6). 
A cada ano há cerca de um milhão de mortes por sui-
cídio no mundo, o que representa uma morte a cada 40 se-
gundos (WHO, s/d). O sucesso de estratégias de prevenção 
e controle do suicídio implantadas em vários países – como 
os Estados Unidos, Inglaterra, Irlanda, Austrália, Japão e 
Suécia – mostra que é possível enfrentar o problema, dimi-
nuindo o sofrimento de milhões de pessoas (BEAUTRAIS, 
2006).
A Suécia, por exemplo, conseguiu reduzir sua taxa em 
39,5% (de 22,3 para 13,5 por 100 mil pessoas), no período 
entre 1980 e 2005 (WHO, acesso em 29/04/2010). 
No Brasil foi observado um aumento no índice de 
suicídio de 43,8%, entre 1980 e 2005. Os números pas-
saram de 3,2 para 4,6 por 100 mil pessoas (WHO, acesso 
em 29/04/10). Em 2007 a taxa de mortalidade por suicí-
dio foi de 4,7 por 100 mil pessoas. Essa taxa não é unifor-
me, sendo mais elevada em determinados estados do país, 
–ESTUDO DAS AVALIAÇÕES DE RISCO DE SUICÍDIO, HOMICÍDIO E VIOLÊNCIA–
27
especialmente Roraima (10,4), Rio Grande do Sul (9,9), 
Mato Grosso do Sul (8,1) e Santa Catarina (7,5) (DATASUS, 
acesso em 21/06/10). 
No Rio Grande do Sul observa-se um fenômeno que 
merece atenção: enquanto o total das mortes por causas 
violentas vêm caindo, as taxas de suicídio continuam au-
mentando. Entre 1985 e 2005, as mortes por violência no 
Estado caíram 7,1% para toda a população e 5,4% para os 
homens, enquanto o suicídio cresceu 7,8% para a população 
e 18,4% para os homens (DATASUS, acesso em 21/06/10). 
Mais de 90% dos casos de suicídio estão associados 
a distúrbios mentais, segundo a Organização Mundial de 
Saúde (OMS). E os transtornos de humor, entre os quais se 
destaca a depressão, representam o diagnóstico mais fre-
quente nesses casos, presente em 36% das vítimas. 
Também estão relacionados ao problema a depen-
dência de álcool (em 23% dos casos), esquizofrenia (14%) e 
transtornos de personalidade (10%).
“Muitos acreditam que o suicídio resulta de uma esco-
lha livre, como um exercício da liberdade entre escolher a 
vida ou a morte. Os dados da OMS mostram, por exemplo, 
um diagnóstico preciso entre as vítimas. Esses transtornos 
mentais alteram a percepção da realidade e podem inter-
Del Porto, pós-doutor pela University of Illinois at Chicago 
(EUA) e professor-titular da Universidade Federal de São 
Paulo (Unifesp). 
–ESTUDO DAS AVALIAÇÕES DE RISCO DE SUICÍDIO, HOMICÍDIO E VIOLÊNCIA–
28
-
ticipa da campanha mundial Setembro Amarelo, com foco 
no Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.
Deve-se destacar as ações desenvolvidas pelo Centro 
de Valorização da Vida (CVV).
O suicídio é um fenômeno complexo que envolve múl-
tiplas causas e que afeta, além de suas vítimas, os “sobrevi-
setores que direta ou indiretamente lidam com o problema 
no seu cotidiano.
Em pesquisa realizada no site , 
o Presidente do CVV, Robert Paris, destaca a importância 
do suporte social a esses pacientes. “O apoio emocional e 
o estímulo à inclusão em grupos e vivências sociais que va-
pelo Ministério da Saúde, o CVV presta um serviço gratuito 
de prevenção do suicídio.
atender qualquer pessoa que busque apoio emocional, sem-
pre de forma sigilosa, seja de forma presencial, em algum 
posto do CVV, por telefone (188) e canais da instituição na 
internet (chat, Skype e e-mail), que podem ser acessados 
por meiode tratamento são o que os ser-
viços substitutivos buscam oferecer. Propõem a integração 
do paciente e repudiando tratamentos preconceituosos e 
estereotipados. 
Destacam-se, ainda, por oferecer suporte ao 
paciente não apenas no tratamento farmacológico, 
mas também, disponibilizar tratamento psicoterá-
pico, oportunizando o usuário a expressar sua sub-
-
Ajudar a pessoa com sofrimento psíquico a resgatar 
o elo perdido com a vida, além de ser uma atitude ética, 
–A SOBRECARGA FAMILIAR–
100
e respeito a sua história de vida, repleta de experiências e 
construções.
O resgate do elo perdido requer ações que envolvam 
-
endem que a família necessita de atenção especial por parte 
-
cimento de dúvidas, quer na obtenção de apoio, pois esta 
representa o primeiro elo a ser resgatado na intenção de 
inserir portador de doença mental em seu meio social. 
A noção de resgate familiar deve ser extensiva a toda 
sociedade. É fundamental para a pessoa com sofrimento 
psíquico ser aceita em seu meio social mediante a extinção 
do estigma, a garantia de seus direitos e das possibilidades 
de criação de novos vínculos sociais.
Há, nesse sentido, a necessidade de implementar ati-
tudes coerentes com as necessidades do paciente, mediante 
um planejamento participativo, integrando a equipe mul-
mais ser excluído do processo.
-
ordinária caminhada.
Aprendemos que o portador de transtornos mentais, 
outrora, mantido em instituições, isolado da sociedade e da 
-
so a uma terapia humanizada, por meio dos CAPS e NAPS, 
sem afasta-lo do convívio familiar.
–A SOBRECARGA FAMILIAR–
101
Vimos que algumas patologias graves estão relaciona-
das a práticas de determinados delitos, destacando-se o ho-
micídio, inclusive, vitimando os familiares e vizinhos.
Conhecemos as principais drogas lícitas e ilícitas e 
seus efeitos devastadores no corpo humano, levando o de-
pendente químico à extrema degradação, vivendo em situa-
ções deploráveis, como é o caso das “cracolândias” espalha-
das pelo Brasil e pelo mundo.
Apresentamos os esforços das autoridades em preve-
nir o uso de drogas, detalhando a Política Nacional sobre 
Drogas.
Destacamos, de forma incisiva, que o melhor é dizer 
amigos e familiares a se distanciarem de algo tão perverso 
à saúde humana.
-
ticipar do processo terapêutico do portador de transtornos 
mentais e de receber, também, os cuidados especiais, pois 
a sobrecarga é evidente e atinge as pessoas mais próximas, 
em especial aquelas encarregadas de ministrar medicamen-
tos, vigiar, cuidar da higiene e alimentação, acompanhar as 
consultas, dentre outras demandas. 
Sabemos que é um assunto de muita complexidade e 
de poucos debates na sociedade, por isso a EDUCAMAIS 
entende ser de grande importância e valia a apresentação 
-
tar você, caro aluno (a).
–A SOBRECARGA FAMILIAR–
102
Seja, realmente, um multiplicador desses conheci-
mentos e contribua conosco para construir uma sociedade 
mais saudável, com qualidade e aberta a discutir e apoiar as 
iniciativas que valorizem a vida e humanizem o tratamento 
daqueles que sofrem de transtornos mentais.
Acredite, como nós, que por meio do processo ensi-
no-aprendizagem mudamos comportamentos, mudamos 
atitudes, mudamos posturas e aprendemos a respeitar, em 
especial aqueles que tanto sofrem e carecem de cuidados 
especiais.
-
portante e nobre missão.
Sucesso a todos em suas carreiras e não se esqueçam 
de olhar por aqueles que tanto necessitam, como é o caso 
dos portadores de transtornos mentais.
–EXERCÍCIOS PROPOSTOS UNIDADE 2–
103
 EXERCÍCIOS PROPOSTOS UNIDADE 2
1) Cite três drogas ilícitas.
 
 
 
 
2) Dentre as drogas ilícitas, em nível mundial, qual é a droga 
de maior consumo?
 
 
 
 
3) Cite três efeitos que a cocaína pode causar quando usada 
em altas doses.
 
 
 
 
–EXERCÍCIOS PROPOSTOS UNIDADE 2–
104
4) A responsabilidade pelo cuidado do portador de transtorno 
mental no contexto que antecede o movimento reformista 
era atribuída a quem?
 
 
 
 
5) Conceitue família.
 
 
 
 
6) 
 
 
 
 
–REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS–
105
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 Edvânia dos Santos Alves; Ana Lúcia Francisco. Ação 
psicológica em saúde mental: uma abordagem psicossocial. 
2009. Disponível em pepsic.bvsalud.org/scielo.php
 Letícia de Oliveira. A sobrecarga da família que con-
vive com a realidade do transtorno mental. 2008. Disponível em 
www.scielo.br 
 Raisa. Cocaína: o que é, efeitos e riscos para o 
organismo. Disponível em www.minhavida.com.br/saude
 Lana. Maconha. 2010. Disponível em www.to-
damateria.com.br/
 ANNA TEREZA MIRANDA SOARES DE. Prevenção 
do suicídio no nível local: orientações para a formação de redes 
-
sionais que a integram. Disponível em /www.cevs.rs.gov.br/u
 Virginia Célia de B. Transtorno Mental no Trabalho. 
2012. Secretaria de Saúde do Estado de Goiás. Disponível em 
http://www.sgc.goias.gov.br
 Alexandre Martins. Relação entre homicídio e 
transtornos mentais. Disponível em www.scielo.br/pdf/rbp/
v28s2/02.pdf 
 Arthur. Suicídio de policiais em SP aumenta 73% de 2017 
para 2018, segundo Ouvidoria. 2019. Disponível em https://ponte.
org/suicidio-de-policiais-em-sp-aumenta-73-de-2017-para-2018
106
–GABARITO–
 GABARITO UNIDADE 1
1: Transtornos mentais são alterações do funcionamento 
da mente que prejudicam o desempenho da pessoa na 
compreensão de si e dos outros, na possibilidade de au-
tocrítica, na tolerância aos problemas e na possibilida-
de de ter prazer na vida em geral.
2: São considerados transtornos mentais comuns os trans-
tornos somatoformes, de ansiedade e de depressão.
3: Alterações no funcionamento do cérebro;
 fatores da própria personalidade do indivíduo;
 condições de educação; 
 ação de um grande número de estresses; 
 agressões de ordem física e psicológica; 
 perdas, decepções, frustrações e sofrimentos físicos 
e psíquicos que perturbam o equilíbrio emocional.
4: Transtornos mentais maiores.
5: O primeiro nível está na área da saúde, formado por 
urgência, de saúde mental e da atenção primária, que 
vão construir juntos os planos de cuidado para cada 
caso.
6: O apoio emocional e o estimulo à inclusão em gru-
pos e vivências sociais que valorizem a pessoa são 
fundamentais
107
–GABARITO–
 GABARITO UNIDADE 2
1: Cocaína, maconha, heroína, ecstasy, crack.
2: A maconha.
3: 
• convulsões
• depressão neuronal
• alucinações
• paranoia (geralmente reversível)
• taquicardia
• mãos e pés adormecidos
• depressão do centro neuronal respiratório
• depressão vasomotora
• morte
4: Hospitalocêntrica, restando à família a tarefa de en-
caminhar o familiar, visitá-lo, bem como fornecer 
as informações necessárias sobre o histórico de sua 
enfermidade.
5: A família é conceituada como um sistema formado por 
valores, crenças, conhecimentos e práticas que direcio-
nam as suas ações na promoção da saúde de seus inte-
grantes, zelando pela prevenção e pelo tratamento da 
doença.
6: -
nadas ao sistema nervoso, como gastrite e problemas 
gastrintestinais, mostrando como os problemas de or-
dem emocional repercutem sobre a saúde física dos 
familiares.do site .
Ainda que a prevalência da depressão seja maior nas 
mulheres em relação ao público masculino, o suicídio é 
muito mais comum entre os homens em todo o mundo.
–ESTUDO DAS AVALIAÇÕES DE RISCO DE SUICÍDIO, HOMICÍDIO E VIOLÊNCIA–
29
No Brasil, um estudo sobre a mortalidade por suicídio 
no Estado de São Paulo, realizado pela Fundação Seade, re-
de óbitos dos Cartórios de Registro Civil de todos os muni-
cípios paulistas, aponta que 80% das vítimas de suicídio ao 
longo do biênio 2013-2014 eram homens e que 72,3% deles 
tinham entre 15 e 64 anos de idade.
A literatura médica relaciona alguns fatores conside-
rados protetores para as mulheres em relação ao suicídio, 
como taxas menores de dependência de álcool, religiosida-
de mais pronunciada, maior propensão a buscar ajuda em 
momentos de crise, percepção precoce dos sinais de depres-
são e participação mais ativa em redes de apoio social. “Já 
os homens, em geral, expõem-se mais a mortes violentas, 
como o suicídio. E isso ocorre tanto por razões culturais 
como pelo fato de geralmente apresentarem mais fatores de 
risco, entre eles o alcoolismo e o uso de substâncias psicoa-
tivas”, comenta Del Porto.
Sob o ponto de vista cultural, o médico destaca outras 
estar relacionadas às taxas elevadas de suicídio nesse pú-
blico. “Os homens, de fato, sofrem mais pressão para que se 
mostrem fortes e tendem a procurar menos ajuda do que as 
mulheres. Além disso, sofrem mais com alguns estressores 
sociais, a exemplo do desemprego, das instabilidades eco-
-
nal de um processo e não deve ser atribuído, como muitas 
–ESTUDO DAS AVALIAÇÕES DE RISCO DE SUICÍDIO, HOMICÍDIO E VIOLÊNCIA–
30
vezes se faz, a fatores desencadeantes imediatos, como uma 
perda recente, por exemplo”, complementa.
Embora os homens sejam mais propensos ao suicídio 
do que as mulheres, há outros fatores de risco relaciona-
dos ao problema, como um histórico familiar para a doen-
ça, poucos vínculos sociais e solidão, além de desemprego, 
traumas e episódios de abuso ou maus-tratos na infância, 
bem como a presença de doenças clínicas não psiquiátricas, 
entre elas câncer, aids, enfermidades neurológicas e reu-
máticas. “Tentativas prévias de suicídio também devem ser 
consideradas nesse contexto. Cerca de 50% das vítimas de 
Del Porto. 
A cada ano, são registrados no mundo cerca de 800 
mil casos de suicídio, que já é considerada a segunda prin-
cipal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, segundo 
a OMS. 
De acordo com a entidade, o Brasil é o oitavo país do 
mundo em número de suicídios, com uma média de 5,8 ca-
sos a cada 100 mil habitantes. “Estamos diante de um ver-
dadeiro problema de saúde pública, mas a prevenção não se 
limita à rede de saúde e deve levar em consideração aspec-
tos biológicos, psicológicos, políticos, sociais e culturais, de 
forma que o indivíduo seja considerado como um todo em 
Na avaliação do psiquiatra, é preciso estimular um 
debate aberto sobre o tema, que ainda é tratado como 
tabu até mesmo entre os médicos. “Teme-se, muitas vezes, 
–ESTUDO DAS AVALIAÇÕES DE RISCO DE SUICÍDIO, HOMICÍDIO E VIOLÊNCIA–
31
perguntar ao paciente sobre assuntos relacionados ao suicí-
dio por pensar que a simples pergunta poderia sugerir a ele 
ideias de morte. 
Mas, na verdade, abrir espaço para o paciente falar 
sobre o tema poderá, muitas vezes, prevenir o problema. 
Perguntas mais genéricas sobre as perspectivas de vida e os 
planos desse indivíduo para o futuro podem ajudar a intro-
duzir a temática com leveza”, conclui.
Faz-se, também, oportuno mencionar a questão do 
suicídio nos órgãos de segurança pública.
Vejam o relatório da Ouvidoria das Polícias do Estado 
de São Paulo:
STABILE (2019) menciona que quatro policiais se 
mataram por mês em São Paulo no ano passado.
Ocorreram 71 casos de suicídio em dois anos. Mais 
grave: houve crescimento de 73% nas ocorrências, com 20 
ocorrências ao longo de 2017 e 51 registros em 2018.
As mortes englobam casos das polícias Civil e Militar. 
O levantamento, baseado em dados das corregedorias das 
corporações, aponta que 10 policiais civis se mataram em 
2017, mesmo número de ocorrências no ano seguinte, tota-
lizando 20 mortos. 
Enquanto isso, a quantidade de PMs que cometeram 
suicídio mais do que dobrou nesse intervalo, saltando de 16 
para 35, totalizando 51 vítimas.
–ESTUDO DAS AVALIAÇÕES DE RISCO DE SUICÍDIO, HOMICÍDIO E VIOLÊNCIA–
32
Os suicídios somados em 2017 com 2018 superam os 
homicídios de policiais civis, com 14 no período, apenas 
30% menos do que os 20 suicídios nesse intervalo. 
Quanto aos PMs, 41 integrantes da corporação mor-
reram assassinados somente em 2018, seis casos a mais do 
que as 35 vítimas de suicídio.
-
-
lativas à violência em seu cotidiano, aliada a outros fatores, 
como a falta de descanso adequado, pois, muitos exercem 
outras atividades para complementar sua renda, o nível de 
números.
Os trabalhos preventivos das autoridades de seguran-
ça pública, com palestras e programas de acompanhamen-
to e apoio ao policial militar, além da assistência de saúde 
-
nais se sintam amparados. 
Vários atores podem contribuir para enfrentar o pro-
blema de forma conjunta, estabelecendo canais de comuni-
e ajustando condutas. 
São necessárias intervenções que envolvam assisten-
tes sociais; educadores; jornalistas; policiais militares; pro-
-
res e colaboradores de Organizações não-governamentais 
–ESTUDO DAS AVALIAÇÕES DE RISCO DE SUICÍDIO, HOMICÍDIO E VIOLÊNCIA–
33
(ONGs), além de lideranças religiosas, comunitárias, entre 
outros (OMS- SUPRE, 2002). 
A ação conjunta dessas pessoas é o que constitui a 
rede de vigilância, prevenção e controle do suicídio.
2.1.1 REDE DE PREVENÇÃO 
Uma rede social, tal como a rede de vigilância, pre-
venção e controle é uma articulação de pessoas que agem 
em conjunto, com um objetivo comum (CROSS e PARKER, 
2004; FREEMAN, 2006). 
Essas pessoas podem estar em instituições diferentes 
ou atuando em níveis diferentes de serviços de um mesmo 
setor de atividade, o importante é que elas se disponham e 
trabalhem de forma integrada. 
Dessa forma, poderão trocar informações, planejar 
em conjunto e acertar as ações a serem desenvolvidas por 
cada um, pensando nos objetivos comuns. No caso do suicí-
dio, como já mencionado, essa rede pode ser composta por 
muitas pessoas de diferentes setores, articulados entre si. 
A rede local de vigilância, prevenção e controle atuam 
em torno de todas as situações de vulnerabilidade para o 
suicídio. Tal rede deve ser constituída basicamente por dois 
níveis de articulação das ações:
a) O primeiro nível está na área da saúde, formado 
-
viços de urgência, de saúde mental e da atenção 
–ESTUDO DAS AVALIAÇÕES DE RISCO DE SUICÍDIO, HOMICÍDIO E VIOLÊNCIA–
34
primária, que vão construir juntos os planos de 
cuidado para cada caso; e 
b) O segundo nível abrange integrantes de outros 
medidas de apoio às pessoas em situação de vulne-
rabilidade e suas famílias. 
Um aspecto que merece destaque é o de que a rede é 
composta por pessoas e pelas articulações entre elas, que 
são mais importantes do que as instituições e as convenções 
formais. 
-
blema no seu dia a dia, e são elas que podem gerar ações 
concretas e efetivas de apoio para aqueles que estão em si-
tuação de vulnerabilidade. 
É a partir de sua sensibilidade e mobilização que elas 
serão capazes de formar e fazer funcionar a rede de vigilân-
cia, prevenção e controle do suicídio.
pessoas que tentaram o suicídio vão necessitar de tratamento 
continuado. 
Todas essas pessoas precisarão ser acompanhadas 
pela atenção primária, ainda que sob a supervisão de pro-
-
mária, especialmente da Saúde da Família, desempenham 
um papel-chave, assegurando a continuidade dos cuidados 
e a adesão ao tratamento, garantindo a integração com a 
–ESTUDO DAS AVALIAÇÕES DE RISCO DE SUICÍDIO, HOMICÍDIO E VIOLÊNCIA–
35
saúde mental sobre os avanços e os problemas enfrentados 
pelos pacientes ao longo do tratamento. 
As situaçõesmais graves precisam de acompanhamen-
Psicossociais. A rede de proteção vai se formando a partir 
da atuação dos diferentes atores necessários à condução de 
cada caso. 
O sucesso do trabalho depende essencialmente do es-
tabelecimento de contatos e de comunicação em torno dos 
fornecer elementos importantes para o estabelecimento 
de um plano de cuidados adequado e de cooperação entre 
todos. 
estarão estabelecendo o núcleo de uma rede local de pre-
venção e de controle do suicídio.
Os países que vêm obtendo sucesso no enfrentamento 
do suicídio utilizam estratégias que envolvem setores diver-
sos, tais como imprensa, educação, saúde, assistência so-
cial, segurança pública, ONGs e as famílias. 
Cada um desses setores e pessoas envolvidas pode 
cumprir um papel importante em sua área de atividade. As 
ações têm mais sucesso quando são feitas de forma combi-
nada entre pessoas de diferentes setores por meio da rede. 
-
pas da prevenção e controle do suicídio.
–ESTUDO DAS AVALIAÇÕES DE RISCO DE SUICÍDIO, HOMICÍDIO E VIOLÊNCIA–
36
A família é parte importante na prevenção dessa ati-
tude extrema que deixam marcas profundas nos parentes 
mais próximos.
2.2 AVALIAÇÕES DE RISCO DE HOMICÍDIO E VIOLÊNCIA
A violência cometida por indivíduos com transtornos 
mentais graves tem se tornado um crescente foco de inte-
resse entre médicos, autoridades, policiais e população em 
geral VALENÇA et. Al (2006).
Diversos estudos na última década têm mostrado uma 
associação entre transtornos mentais e comportamento 
violento. Uma das principais abordagens para estudar esta 
relação são as pesquisas com indivíduos homicidas, uma 
vez que o homicídio é considerado uma expressão mais gra-
ve da violência.
A maioria dos estudos que descrevem a relação entre 
homicídio e transtornos mentais utiliza a expressão inglesa 
traduzida “transtornos mentais maiores”. 
Na prática, essa expressão se refere a transtornos 
mentais graves, como esquizofrenia, transtorno bipolar, de-
pressão maior e transtorno delirante. É difícil interpretar os 
dados sobre o risco de comportamento violento entre indi-
víduos com transtornos mentais que vivem na comunidade. 
Para países como os Estados Unidos, com elevadas 
taxas de homicídio, a proporção de homicídios atribuídos 
a transtornos mentais é menor do que em países como o 
Reino Unido, onde há baixas taxas desse tipo de crime.
–ESTUDO DAS AVALIAÇÕES DE RISCO DE SUICÍDIO, HOMICÍDIO E VIOLÊNCIA–
37
Um dos poucos estudos comunitários sobre a associa-
ção entre transtornos mentais e violência foi à pesquisa do 
 Área. Oito a 10% dos indivíduos 
com esquizofrenia relataram aos pesquisadores que tinham 
sido violentos nos últimos 12 meses anteriores à entrevista, 
comparados a 2% da população geral. 
Os que abusaram de drogas, apresentando ou não 
transtornos mentais, tiveram um risco maior. 
Segundo pesquisas australianas, o aumento do núme-
ro de condenações por homicídio em pessoas com esquizo-
frenia acompanhou os níveis de aumento de homicídio da 
sociedade em geral.
Pessoas com transtornos mentais graves são mais 
condenadas por crimes violentos do que aquelas sem trans-
tornos mentais. São três os tipos de investigação que dão 
suporte a esses achados. 
Primeiro, estudos que acompanham indivíduos a par-
tir de seu nascimento até a idade adulta (denominados de 
“ ”) e comparam aqueles indivíduos que 
desenvolveram transtornos mentais graves e são hospitali-
zados com aqueles sem história de internação por transtor-
no mental.
Estes estudos têm encontrado um número maior de 
pessoas que desenvolveram transtornos mentais conde-
nadas por pelo menos um crime, comparadas àquelas sem 
transtornos mentais. 
–ESTUDO DAS AVALIAÇÕES DE RISCO DE SUICÍDIO, HOMICÍDIO E VIOLÊNCIA–
38
As diferenças nas taxas de prevalência entre aqueles 
com e sem transtornos mentais foram maiores para crimes 
violentos do que para crimes não violentos, sendo a associa-
ção entre transtornos mentais e criminalidade (incluindo 
criminalidade violenta) mais importante para as mulheres.
Um segundo tipo de investigação é aquela que com-
para a atividade criminal de pessoas que receberam alta de 
hospitais psiquiátricos àquelas sem transtornos mentais, 
que vivem na mesma comunidade. 
Estes estudos têm encontrado taxas mais altas de cri-
minalidade entre indivíduos com transtornos mentais gra-
ves. . seguiram amostras de pacientes de 
hospitais psiquiátricos gerais dos Estados Unidos, libera-
dos para a comunidade e provenientes de quatro cidades. 
Os diagnósticos primários incluíram: 42% de depres-
são, 21,8% de abuso de substâncias, 17% de esquizofrenia, 
14% de transtorno bipolar, 2% de transtornos de personali-
dade e 3% de outros transtornos psicóticos.
Foi constatado que, durante o ano que se seguiu a alta, 
27,5% dos pacientes cometeram pelo menos um ato violen-
to que resultou em necessidade de ajuda médica por parte 
da vítima. 
As maiores frequências de comportamento violento 
foram de 14,8% na esquizofrenia; 28,5% na depressão e 
22% no transtorno bipolar. 
–ESTUDO DAS AVALIAÇÕES DE RISCO DE SUICÍDIO, HOMICÍDIO E VIOLÊNCIA–
39
Um achado importante deste estudo foi que o maior 
preditor de comportamento violento era a existência de 
comportamento violento prévio. 
Outro estudo de metodologia semelhante recrutou 110 
pacientes do sexo masculino liberados de hospitais forenses 
do Canadá, Finlândia, Alemanha e Suécia, com diagnóstico 
de esquizofrenia, transtorno esquizoafetivo ou transtorno 
esquizofreniforme. Cerca de 25% dos pacientes forenses ti-
nham sido condenados por homicídio. Estes foram compa-
rados com 47 pacientes liberados de hospitais psiquiátricos 
gerais, com o mesmo diagnóstico. 
Foi encontrado que os atos violentos, incluindo o 
homicídio, foram oito vezes mais prevalentes entre os pa-
cientes forenses do que naqueles provenientes de hospitais 
psiquiátricos gerais. Ainda neste estudo, uma avaliação do 
grupo de pacientes provenientes de hospitais psiquiátricos 
-
nóstico de abuso de substâncias e transtorno de personali-
dade antissocial.
Em um terceiro tipo de investigação, estudos conduzi-
dos entre prisioneiros homens, condenados por homicídio, 
descreveram prevalências elevadas de esquizofrenia (10,9% 
a 12,6%) e Transtornos do Humor (20,6%).
Côté e Hodgins selecionaram uma amostra de 650 
internos homicidas de uma penitenciária em Quebec, no 
Canadá, o que representava 22% da população penitenci-
ária masculina em abril de 1988. Destes, 460 (71%) foram 
–ESTUDO DAS AVALIAÇÕES DE RISCO DE SUICÍDIO, HOMICÍDIO E VIOLÊNCIA–
40
entrevistados, havendo também acesso aos seus processos 
criminais. Houve 109 indivíduos que apresentavam um 
transtorno mental ao longo da vida: 31 casos de esquizo-
frenia, 4 de transtorno esquizofreniforme, 51 de depressão 
maior, 21 de transtorno bipolar e 2 de transtorno mental 
orgânico. 
comparados a outros criminosos (21%) apresentavam 
transtornos mentais graves. Na maioria dos casos, o trans-
torno mental estava presente antes do homicídio. 
-
É importante salientar que essas pesquisas estão foca-
lizando os transtornos mentais do eixo I. Talvez isso expli-
que o porquê de não aparecer de forma evidente à associa-
ção entre transtorno de personalidade antissocial (que gera 
comportamento violento mais do que psicoses) e compor-
tamento violento. 
 sendo tam-
bém reconhecido pelo exame psiquiátrico do perpetrador e 
sua caracterização como indivíduo que apresenta um trans-
torno mental grave. 
–ESTUDO DAS AVALIAÇÕES DE RISCO DE SUICÍDIO, HOMICÍDIO E VIOLÊNCIA–
41
A incidência de homicídios anormais tende a ser cons-
tante em diversas sociedades, acompanhando a incidência 
dos principais transtornos mentais, enquanto a incidência 
uma sociedade, como a violência urbana, por exemplo.
Alguns estudos têm encontrado maior incidência de 
homicídios de familiares ou pessoas próximas em indivídu-
os psicóticos, enquanto homicídios de pessoas desconheci-
das pelas vítimas seria mais frequentemente associadoao 
abuso de álcool ou drogas pelo perpetrador.
Simpson et al. encontraram que em 74% dos homicí-
dios “anormais”, as vítimas eram familiares ou companhei-
ros dos perpetradores, sendo esta relação de proximidade 
encontrada em apenas 9% dos homicidas “normais”.
Não se pode desprezar estudos sobre a importância da 
vítima no processo criminal. As taxas encontradas de ho-
micídios “anormais” têm variado entre diferentes estudos. 
O estudo de Simpson et al. encontrou uma taxa de 1,3 
por mil habitantes. Vários estudos encontraram taxas maio-
res de homicídios “anormais”. Estudos do Reino Unido e 
Canadá encontraram taxas de 11% e 12,6%, respectivamente. 
Quanto maior a taxa de homicídios de um país, me-
nor é a proporção cometida por pessoas com transtornos 
mentais. 
Eronen estudou 127 homicidas na Finlândia, ao longo 
de um período de 13 anos, avaliando tanto os transtornos 
mentais do eixo I quanto os transtornos de personalidade 
–ESTUDO DAS AVALIAÇÕES DE RISCO DE SUICÍDIO, HOMICÍDIO E VIOLÊNCIA–
42
(eixo II). Constatou-se que as mulheres homicidas tiveram 
um risco 70 vezes maior do que as mulheres da população 
geral de apresentar transtorno antissocial de personalidade, 
dependência de álcool e drogas com transtorno de persona-
lidade, e esquizofrenia com dependência de álcool/drogas. 
Outro estudo realizou um seguimento de 132 mulhe-
res homicidas, incluindo aquelas mencionadas no estudo 
nestas pacientes.
132 mulheres cometeram novos delitos, 15% dos quais fo-
ram violentos. Das mulheres com recidiva criminal, 81% 
apresentavam transtornos de personalidade e 10% trans-
tornos psicóticos. As demais não apresentavam transtornos 
mentais. 
Após o homicídio inicial, 3% das mulheres comete-
ram outro homicídio. Num estudo semelhante, envolven-
do indivíduos do sexo masculino, 2% foram homicidas 
recidivantes. 
Na atual política de desinstitucionalização, na qual a 
hospitalização é cada vez mais limitada, tem havido priori-
dade para o desenvolvimento de estratégias de manejo do 
risco de violência na comunidade. 
2.2.1 ESTUDOS DE HOMICÍDIOS EM DIFERENTES 
PAÍSES 
Na literatura têm sido documentados diversos estu-
dos de homicídios em alguns países. Um aspecto relevante 
–ESTUDO DAS AVALIAÇÕES DE RISCO DE SUICÍDIO, HOMICÍDIO E VIOLÊNCIA–
43
destes estudos é o tamanho das amostras, que comporta um 
número muito grande de indivíduos.
Na Dinamarca, houve a realização de um estudo com 
acusados de homicídio, ao longo de um período de 25 anos, 
sendo a maioria examinada do ponto de vista psiquiátrico.
Foram descritas altas taxas de esquizofrenia (6,5% 
em homens e 5,6% em mulheres) e depressão (3,3% em ho-
mens e 27,8% em mulheres). Menos de um quarto da amos-
tra havia sido tratada em hospitais psiquiátricos. 
Um estudo na Islândia, com homicidas, encontrou 
uma taxa de 15% de esquizofrenia para ambos os sexos.
Na Suécia, Fazel e Grann investigaram 2.005 homici-
das em um período de 14 anos (1988 a 2001). As informa-
ções psiquiátricas foram baseadas na avaliação psiquiátri-
co-forense e nos registros hospitalares. Foi encontrada uma 
prevalência de transtornos psicóticos de 20%, incluindo 9% 
com esquizofrenia. 
No subgrupo onde foi investigado um diagnóstico se-
cundário, a frequência de uso de qualquer substância foi 
de 47% e a de qualquer transtorno de personalidade foi de 
54%, sendo o (antissocial, borderline, histriônico 
e narcisista) o mais encontrado. 
Na Nova Zelândia foi realizado um estudo retrospecti-
vo, de 1970 a 2000, tendo sido utilizadas fontes governamen-
como aqueles enquadrados em quatro situações: incapa-
zes para serem processados e julgados, inocentes devido à 
–ESTUDO DAS AVALIAÇÕES DE RISCO DE SUICÍDIO, HOMICÍDIO E VIOLÊNCIA–
44
insanidade, condenados e sentenciados à internação psi-
quiátrica compulsória, ou condenados por infanticídio. 
O número total de homicídios no período foi de 1.498. 
Destes, 130 (8,7%) foram considerados homicidas mental-
disponíveis para 126 perpetradores de homicídios anormais. 
Do ponto de vista diagnóstico, 55 (43,6%) apresenta-
vam esquizofrenia, 19 (15%) outros transtornos psicóticos, 
13 (10,3%) depressão maior, 5 (3,9%) transtorno bipolar, 
10 (7,9%) abuso de álcool ou substâncias, 9 (7,1%) transtor-
nos mentais orgânicos, 9 (7,1%) retardo mental e 11 (8,7%), 
transtorno de personalidade primário ou secundário.
estabelecer correlações entre comportamento violento ou 
(VALENÇA, 2006).
Sem dúvida, a esquizofrenia é o transtorno mental 
mais bem estudado nesse aspecto.
2.2.2 ESQUIZOFRENIA, TRANSTORNO ESQUIZOAFETIVO 
E TRANSTORNO DELIRANTE 
Em um estudo realizado por Schwartz et al. foram se-
lecionados 267 pacientes com diagnóstico de esquizofrenia, 
que faziam acompanhamento contínuo por um período de 
seis meses ou mais. 
–ESTUDO DAS AVALIAÇÕES DE RISCO DE SUICÍDIO, HOMICÍDIO E VIOLÊNCIA–
45
sintomas maníacos, sintomas psicóticos e prejuízo do fun-
cionamento global e ideação e tentativa de homicídio, re-
forçando a suposição de que a falta de teste de realidade 
pode contribuir para o comportamento violento ou homi-
cida. Joyal et al. avaliaram 58 pacientes com diagnóstico 
de esquizofrenia ou transtorno esquizoafetivo, que foram 
condenados por homicídio ou tentativa de homicídio e en-
caminhados para tratamento em hospital forense. 
Foi encontrado que a maioria (86%) dos homicidas ti-
atos violentos aconteceram com maior frequência na resi-
dência privada (78%), do que em local público (22%). 
Entretanto, aqueles com transtorno de personalidade 
antissocial associado, com maior frequência agrediram pes-
soas não-membros de sua família ou residência. 
A forma paranoide de esquizofrenia foi a mais co-
mum, sendo que 60% dos homicídios se seguiram a delírios 
e alucinações diretamente relacionados a eles. 
-
cativamente maior de pacientes sem transtorno de persona-
lidade antissocial (83%), comparada àqueles com esse tipo 
-
cos no momento do crime. O tipo de delírio mais comum foi 
o persecutório. 
O subgrupo com transtorno de personalidade antis-
social era mais jovem no momento da primeira ofensa e 
–ESTUDO DAS AVALIAÇÕES DE RISCO DE SUICÍDIO, HOMICÍDIO E VIOLÊNCIA–
46
apresentou uma frequência maior de diagnóstico de abuso 
ou dependência de álcool do que o subgrupo sem este trans-
torno de personalidade (VALENÇA, 2006).
2.2.3 TRANSTORNOS AFETIVOS 
Dois estudos que acompanharam pessoas desde o seu 
nascimento até a idade adulta avaliaram o risco de crimina-
lidade em pessoas que desenvolveram transtornos afetivos. 
A primeira destas investigações incluiu 12.058 indiví-
duos nascidos na Finlândia, em 1966. Em 1992, foram co-
lhidas informações sobre tratamento psiquiátrico ambula-
torial e hospitalar e condenações por crimes. 
Na idade de 26 anos, apenas seis homens (0,001%) e 
três mulheres (0,006%) receberam diagnóstico de transtor-
no afetivo grave. 
Dos seis homens, dois tinham sido condenados, um 
deles por crime violento. Nenhuma das três mulheres teve 
história de criminalidade. 
Na Dinamarca, um estudo, já mencionado, com a 
examinou 324.401 indivíduos com idade entre 43 e 46 anos.
Entre os homens, tiveram história de pelo menos uma 
prisão: 13% daqueles que nunca haviam sido admitidos em 
tratamentos psiquiátricos, 20% daqueles que foram admiti-
dos com depressão psicótica e 27% daqueles com transtor-
no bipolar. 
–ESTUDO DAS AVALIAÇÕES DE RISCO DE SUICÍDIO, HOMICÍDIO E VIOLÊNCIA–
47
Nas mulheres, de forma semelhante, 3,5% das que 
nunca tinham sido admitidas em unidades de tratamento 
psiquiátrico, 8% daquelas com depressão psicótica e 10% 
daquelas com transtorno bipolar tinham sido presas. 
Outro dado encontrado é que o risco de delito violen-
to foi maior entre os homens e mulheres com transtornos 
afetivos graves. Enquanto 3,3% dos homens e 0,2% das mu-
lheres sem transtornos mentais tinham sido condenados 
por pelo menos um delito violento, isto aconteceu a 6,3% 
dos homens e 0,6% das mulheres com transtornos afetivos 
graves. 
Em um estudo comuma amostra de 495 prisioneiros 
no Canadá, foram encontradas taxas de prevalência de 17% 
de depressão maior e 4,8% de transtorno bipolar. Além dis-
so, dois outros estudos encontraram taxas maiores de de-
pressão entre indivíduos homicidas do que na população 
geral.
Um aspecto que não pode deixar de ser levado em 
consideração é que estes estudos subestimam a associação 
entre transtornos afetivos graves e homicídio, porque os 
homicidas que se suicidaram não foram incluídos, sendo 
que muitos destes poderiam apresentar transtornos afeti-
vos graves (VALENÇA, 2006).
2.2.4 TRANSTORNOS MENTAIS ORGÂNICOS 
Poucos estudos têm pesquisado a associação entre 
transtornos mentais orgânicos e comportamento violento 
ou homicida. 
–ESTUDO DAS AVALIAÇÕES DE RISCO DE SUICÍDIO, HOMICÍDIO E VIOLÊNCIA–
48
Na realidade, a maioria dos dados sobre transtornos 
mentais orgânicos e violência fazem parte de investigações 
mais amplas sobre criminalidade e transtornos mentais. 
Infelizmente, a porcentagem de pacientes com transtornos 
mentais orgânicos nestes estudos é frequentemente baixa. 
-
tes com lesão cerebral importante cometem mais crimes do 
que a população geral. 
A frequência de comportamento violento em indiví-
duos com lesão cerebral varia de 18% em pacientes demen-
ciados 40 a 60% em pacientes com lesões frontais. Uma 
inconsistência das pesquisas relacionadas aos transtornos 
mentais orgânicos é a questão da causalidade. 
A maioria dos estudos sobre esses transtornos pressu-
põe que os mesmos precedem e causam o comportamento 
et al.,42 encontrou 
que 52% dos pacientes com transtornos mentais orgâni-
cos de hospitais forenses da Alemanha Ocidental come-
teram seu primeiro delito antes do diagnóstico de psicose 
orgânica. 
Desta forma, enquanto estes transtornos podem le-
var alguns indivíduos a cometer delitos, outros apresentam 
comportamento antissocial muito antes de se tornarem 
doentes.
-
tiva a comportamento violento. Entretanto, lesão cerebral 
–ESTUDO DAS AVALIAÇÕES DE RISCO DE SUICÍDIO, HOMICÍDIO E VIOLÊNCIA–
49
adquirida na vida adulta pode aumentar o risco de compor-
tamento violento e homicídio. 
Na demência, o comportamento violento é maior na 
presença de delírios, sendo que, nesses casos, as principais 
vítimas são representadas pelos familiares e vizinhos.
Hafner e Boker (1982), apud Martell, acompanharam 
533 indivíduos que entraram no sistema de saúde mental 
forense da Alemanha, ao longo de um período de 10 anos. 
Seus dados sugeriram que 33,6% destes pacientes 
orgânico, incluindo retardo mental (12,7%), lesão cerebral 
-
lepsia (5,4%). 
Na Dinamarca, foi estudada uma amostra de 565 pa-
cientes do sexo masculino com diagnóstico de transtorno 
mental orgânico, com história de pelo menos uma interna-
ção psiquiátrica e de terem sido presos por pelo menos uma 
vez, por crimes violentos, incluindo o homicídio. 
O achado mais importante desse estudo foi que os in-
divíduos que iniciaram atividade criminal antes dos 18 anos 
os demais. Esses indivíduos também apresentaram com 
maior frequência diagnóstico de transtorno de personali-
dade antissocial.
As pessoas com transtornos de personalidade e abu-
so de substâncias formam a maior parte de uma categoria 
ampla de pessoas com transtornos mentais que cometem 
–ESTUDO DAS AVALIAÇÕES DE RISCO DE SUICÍDIO, HOMICÍDIO E VIOLÊNCIA–
50
homicídio. Indivíduos que apresentam transtornos men-
tais em combinação com transtorno de personalidade an-
tissocial e abuso/dependência de substâncias são frequen-
temente rejeitados pelos clínicos e mais orientados para o 
sistema de justiça criminal do que para o sistema de saúde 
mental.
De fato, um grande número de homicidas com trans-
tornos mentais graves descritos em diversos estudos apre-
senta comorbidade com transtornos de personalidade ou de 
abuso/dependência de substâncias, de forma que é difícil 
saber a contribuição exata de cada transtorno para o com-
portamento homicida, quando os mesmos estão associados. 
Há alguma preocupação de que o processo de desins-
titucionalização tenha resultado em um aumento do núme-
ro de pessoas com transtornos mentais graves que comete-
ram delitos, o que não está comprovado do ponto de vista 
Isso se deve a uma carência de estudos sobre o nú-
mero de pessoas com transtornos mentais presas antes da 
era da desinstitucionalização, bem como dados sobre com-
portamento criminal entre pessoas com transtornos men-
tais antes desta era. Certamente, as políticas de cuidados 
extra-hospitalares em saúde mental têm uma participação 
essencial na prevenção da criminalidade entre os indivídu-
os com transtornos mentais. 
Programas de tratamento com múltiplas abordagens, 
-
los pacientes (manejo de sintomas, abuso de substâncias, 
–ESTUDO DAS AVALIAÇÕES DE RISCO DE SUICÍDIO, HOMICÍDIO E VIOLÊNCIA–
51
-
de) são mais efetivos do que abordagens tradicionais, cen-
tradas unicamente no tratamento farmacológico, podendo, 
desta forma, contribuir para prevenção do comportamento 
violento ou homicida (VALENÇA, 2006).
É importante que os serviços de saúde mental traba-
lhem para prevenir a perda de contato e não aderência ao 
tratamento, que frequentemente precedem o homicídio co-
metido por pessoas com transtornos mentais graves. 
Também é fundamental que a sociedade e as autori-
dades governamentais atenuem barreiras de acesso a trata-
mento psiquiátrico e psicossocial.
Nesse sentido, no Brasil, houve uma grande evolu-
ção com a criação dos NAPS e CAPS, descentralizados em 
tratamento adequado a esses cidadãos que devem ser con-
templados com uma política de saúde humanizada, onde os 
direitos fundamentais devem ser preservados.
–EXERCÍCIOS PROPOSTOS UNIDADE 1–
52
 EXERCÍCIOS PROPOSTOS UNIDADE 1
1) Conceitue transtornos mentais?
 
 
 
 
2) O que são considerados transtornos mentais comuns?
 
 
 
 
3) Os transtornos mentais, em geral, resultam da soma de 
muitos fatores. Cite três desses fatores? 
 
 
 
 
–EXERCÍCIOS PROPOSTOS UNIDADE 1–
53
4) A maioria dos estudos que descrevem a relação entre ho-
micídio e transtornos mentais utiliza a expressão inglesa 
traduzida como?
 
 
 
 
5) A rede de prevenção ao suicídio deve ser constituída por 
dois níveis. Como está estruturado o primeiro nível?
 
 
 
 
6) Qual o papel do CVV na prevenção do suicídio?
 
 
 
 
UNIDADE
UNIDADE 2. 
2
CAPÍTULO
3
CAPÍTULO 3. COMPREENDER OS 
DIFERENTES TIPOS 
DE SUBSTÂNCIAS 
PSICOATIVAS
BEM COMO A POLÍTICA 
NACIONAL DE ÁLCOOL E 
OUTRAS DROGAS
–COMPREENDER OS DIFERENTES TIPOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS–
56
3.1 TIPOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS
Em pesquisa realizada no site da Secretaria Nacional 
sua cultura, dos seus rituais religiosos, das suas relações 
lução, fazendo referência a um elevado número de substân
cias com distintos efeitos sobre a percepção, o pensamento, 
o estado de ânimo ou as emoções, com diferente capacida
De maneira generalizada, as drogas consideradas 
substâncias psicoativas são aquelas utilizadas para produ
zir alterações nas sensações, no grau de consciência ou no 
As alterações causadas por essas substâncias variam 
de acordo com as características da pessoa que as usa, de 
qual droga é utilizada, em que quantidade, do efeito que se 
–COMPREENDER OS DIFERENTES TIPOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS–
57
Figura 3.1 - DROGAS LÍCITAS E ILÍCITAS
As drogas atuam no cérebro afetando a atividade 
Basicamente, elas são de três tipos, os quais particulariza
Drogas depressoras
drogas afetam o cérebro, fazendo com que ele funcione de 
ansiolíticos (tranquilizantes), álcool, inalantes (cola) e nar
heroína
Drogas estimulantes
substâncias afetam o cérebro, fazendo com que ele funcione 
taminas, cocaína
outros estimulantes, costumam ser utilizadas para se obter 
–COMPREENDER OS DIFERENTES TIPOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS–
58
Drogas alucinógenas (ou psicodislépticas)
Exemplos: 
LSD, ecstasy, maconha e outras substâncias derivadas 
Novas 
Substâncias Psicoativas (NSP)
das de controlenacional e internacionalmente aplicadas às 
tras drogas, como cocaína, heroína, LSD, 
ecstasy
substâncias, o que representa aparecimento médio de mais 
Em pesquisa também realizada no Serviço Nacional 
–COMPREENDER OS DIFERENTES TIPOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS–
59
CANNABIS SATIVA - MACONHA
maconha, também denominada 
, uma planta da família , ori
A maconha é a droga ilícita mais consumida no mun
do, representando um problema de saúde pública em mui
O seu consumo provoca alterações psicológi-
• aceleração dos batimentos cardíacos;
• 
• euforia,
• redução da coordenação motora;
• 
• mudanças nas funções dos sentidos;
• 
• 
–COMPREENDER OS DIFERENTES TIPOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS–
60
maconha
tâncias químicas da maconha e algumas pesquisas de
monstraram que o seu uso medicinal pode contribuir no 
indicam que, apesar dos seus benefícios, ainda é preciso co
maconha
Sanitária) incluiu a na lista de plantas me
COCAÍNA
cocaína é um alcaloi
), planta 
este da América do Sul, com efeito estimulante no sistema 
–COMPREENDER OS DIFERENTES TIPOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS–
61
cocaína
Nomes químicos: benzoilmetilecgonina ou éster do 
Outros nomes:
Para a obtenção da cocaína, algumas etapas são 
a determinados produtos químicos como solventes (quero
sene ou gasolina) e ácido sulfúrico, produz uma pasta de 
natureza alcalina, denominada pasta base de cocaína
A pasta da coca é o produto inicial da fase de pre
“A merla é um produto grosseiro, obtido também 
das primeiras fases de separação da cocaína, a partir do 
A cocaína, farinha ou pó
como cloridrato de cocaína, é uma substância sob a forma 
–COMPREENDER OS DIFERENTES TIPOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS–
62
droga, muitas vezes, adicionam talco, ácido acetilsalicílico 
crack é um subproduto da cocaína
do cocaína pedra é pouco solúvel em 
água, mas se volatiliza quando aquecida e, portanto, é fu
A substância age como estimulante do sistema nervo
so central e, por isso, é capaz de causar diversos efeitos ao 
Os efeitos físicos a curto e longo prazo são:
• aumento da frequência cardíaca
• aumento da temperatura corporal
• 
• aumento da transpiração
• tremor leve
• contrações musculares involuntárias (língua e 
mandíbula)
• tiques
• dilatação da pupila (midríase)
• urgência de urinação
• 
–COMPREENDER OS DIFERENTES TIPOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS–
63
• 
• dentes anestesiados
Os efeitos psíquicos a curto e longo prazo são:
• aceleração do pensamento
• inquietação psicomotora
• aumento do estado de alerta
• 
• inibição do apetite
• 
• sensação de poder
• ausência de medo
• ansiedade
• agressividade
• delírios
Riscos do uso da cocaína
tamente pelos efeitos que causam dependência química e 
clarece que o uso constante da cocaína e os outros tipos da 
• 
• perda da capacidade de concentração mental
• perda da capacidade analítica
–COMPREENDER OS DIFERENTES TIPOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS–
64
• alterações estruturais de parênquima pulmonar
• destruição do septo nasal
• perda de peso
• cefaleias
• síncopes
• distúrbios periféricos
• silicose
• 
drogas estimulantes pode potencializar o efeito e duração 
da cocaína
central, como é o caso do álcool, diminuem os efeitos in
cocaína, fazendo com que o 
usuário utilize cada vez mais a droga ilícita para atingir o 
comitante da cocaína com o álcool é a formação de um ter
ário ingere o álcool e a cocaína simultaneamente, o fígado 
cocaína utili
A overdose é considerada uma complicação aguda 
da cocaína
–COMPREENDER OS DIFERENTES TIPOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS–
65
• convulsões
• depressão neuronal
• alucinações
• paranoia (geralmente reversível)
• taquicardia
• mãos e pés adormecidos
• 
• depressão vasomotora
• morte
3.2 POLITICA NACIONAL DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS
aprova a Política Nacional sobre Drogas, disponível 
–COMPREENDER OS DIFERENTES TIPOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS–
66
e Segurança Pública articularão e coordenarão a implemen
3.2.1 INTRODUÇÃO
de drogas, sendo este dado o recorte de apenas uma das 
constitui como um grave problema de saúde pública, com 
assistência social, dentre outros, e os espaços familiares e 
–COMPREENDER OS DIFERENTES TIPOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS–
67
sociais são repetidamente afetados, direta ou indiretamen
Independentemente das questões de gênero, idade, 
reiteradas ações concretas do Poder Público, por meio da 
elaboração de estratégias efetivas para dar respostas nes
articulada e cooperada, envolvendo o governo e a socieda
de civil, alcançando as esferas de prevenção, tratamento, 
Dentre as drogas ilícitas, a maconha, em nível mun
maconha 
Em pesquisa nacional de levantamento domiciliar, re
maco-
nha
Ademais, o uso de maconha, especialmente no pú
blico adolescente, gera preocupação em decorrência das 
–COMPREENDER OS DIFERENTES TIPOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS–
68
sintomas de depressão e ansiedade, diminuição da mo
Com relação à cocaína
cocaína, em 
cessário compreender a limitação de tal pesquisa, por ser 
uma amostra domiciliar, que não considera a população em 
cidades, com uma tendência de maior de consumo de tais 
No que tange ao uso de drogas lícitas, em nível mun
dial, o uso de tabaco é considerado um dos fatores mais de
ção do uso do tabaco nos últimos anos é representativa e 
pode se vincular à implementação de ações direcionadas à 
–COMPREENDER OS DIFERENTES TIPOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS–
69
prevenção, tais como as limitações nas veiculações de ações 
de ações voltadas para esse público, bem como amplia
ção no controle sobre a comercialização do tabaco entre 
Ao mesmo tempo em que se registra uma diminuição 
lares, como o narguilé, especialmente entre adolescentes e 
Entidades atuantes na área da prevenção do uso de 
drogas relatam o crescente uso dos derivados do tabaco en
Ações de marketing, que promovem produtos como 
duto, podem vir a induzir o aumento do uso dessas subs
tâncias vendidas sem qualquer descrição dos seus efeitos 
tabaco e de seus derivados, estes produtos, em sua comer
cialização, devem ter as mesmas diretrizes de advertência 
–COMPREENDER OS DIFERENTES TIPOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS–
70
Esses dados são ainda mais preocupantes no público 
feminino, visto o aumento do uso de maneira mais precoce 
Desenvolver estratégias voltadas para o público mais 
efeitos negativos do uso sobre este grupo etário são maiores 
De forma associada a esse quadro é necessário tam
ol, o que remete à necessidade de atuar diretamente sobre 
–COMPREENDER OS DIFERENTES TIPOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS–
71
(Disability-Adjusted Life Year), que seria a soma dos 
anos potenciais de vida perdidos, devido à mortalidade 
prematura e os anos de vida produtiva perdidos devido à 
de fundamental relevância visto que a população brasilei
de propostas de tratamentos gratuitos para o uso de álcool 
ca pública sobre drogas, considerada a dinamicidade deste 
3.2.2 PRESSUPOSTOS DA POLÍTICA NACIONAL SOBRE 
DROGAS
A seguir serão mencionados alguns pressupostos da 
–COMPREENDER OS DIFERENTES TIPOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS–
72
 buscar incessantemente atingir o ideal de constru
ção de uma sociedade protegida do uso de drogas 
 a orientação central da Política Nacional sobre 
Drogas considera aspectos legais, culturais e cien
contrária da população brasileira quanto às inicia
 
diferenciada, considerada a natureza, a quantida
de da substância apreendida, o local e as condições 
em que se desenvolveu a ação de apreensão, as 
circunstâncias sociais e pessoais e a conduta e os 
antecedentes do agente, considerados obrigatoria
 
ilícitas, tais como a cannabis, não serão admiti
 tratar sem discriminação as pessoas usuárias ou 
 conscientizar o usuário e a sociedade de que o uso 
–COMPREENDER OS DIFERENTES TIPOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS–
73
 garantir o direito à assistência intersetorial, inter
com problemas decorrentes do uso, do uso indevi
 
de atenção, o cuidado, a assistência, a prevenção, o 
a reinserçãosocial, os estudos, a pesquisa, a avalia
 
dos fatores de proteção ao uso, ao uso indevido e à 
 
esportes, entre outros, como fatores de proteção ao 
uso, ao uso indevido e à dependência do tabaco, do 
álcool e de outras drogas, observada a laicidade do 
 
ao uso, ao uso indevido e à dependência do álcool 
 
indivíduo e da sociedade em relação aos fatores de 
–COMPREENDER OS DIFERENTES TIPOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS–
74
risco, com ações efetivas de mitigação desses ris
 
na área do uso, do uso indevido e da dependência 
de drogas lícitas e ilícitas precisam alcançar a po
pulação brasileira, especialmente sua parcela mais 
 
fatores do uso, do uso indevido e da dependên
cia do álcool e de outras drogas, além de promo
ver assistência aos afetados pelos problemas deles 
 
uso de álcool e de outras drogas também como um 
problema concernente à infância, à adolescência e 
 
dagem e cuidados e do uso de tecnologias, ferra
 
iniciativas da Política Nacional sobre Drogas, em 
–COMPREENDER OS DIFERENTES TIPOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS–
75
tiva de seus processos, resultados e impactos na 
 incentivar, orientar e propor o aperfeiçoamento da 
 
portante na indução da dependência, e que por esse 
social, especialmente nos aspectos relacionados 
à propaganda, à comercialização e à acessibilida
de de populações vulneráveis, tais como crianças, 
 
3.2.3 OBJETIVOS DA POLÍTICA NACIONAL SOBRE 
DROGAS
• conscientizar e proteger a sociedade brasileira dos 
representados pelo uso, pelo uso indevido e pela 
• conscientizar o usuário e a sociedade de que o 
uso, o uso indevido e a dependência de drogas ilí
–COMPREENDER OS DIFERENTES TIPOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS–
76
• garantir o direito à assistência intersetorial, inter
tenção da rede de assistência integrada, pública e 
decorrentes do uso, do uso indevido ou da depen
dência do álcool e de outras drogas e a prevenção 
das mesmas a toda a população, principalmente 
• buscar equilíbrio entre as diversas frentes que com
põem de forma Inter sistêmica a Pnad, nas esferas 
va, em políticas públicas de redução da demanda 
(prevenção, promoção e manutenção da absti
nência, promoção à saúde, cuidado, tratamento, 
redução dos riscos e danos sociais e à saúde, rein
serção social) e redução de oferta (ações de segu
rança pública, de defesa, de inteligência, de regu
lação de substâncias precursoras, de substâncias 
controladas e de drogas lícitas, além de repressão 
inclusive por meio da recuperação de ativos que 
–COMPREENDER OS DIFERENTES TIPOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS–
77
• promover e apoiar novas formas de abordagens e 
cuidados e o uso de tecnologias, ferramentas, ser
viços e ações digitais e inovadoras, que inclusive 
proporcionem redução de custos para o Poder 
• cumprir e fazer cumprir as leis e as normas sobre 
drogas lícitas e ilícitas, implementar as ações delas 
decorrentes e desenvolver ações e regulamenta
ções, especialmente aquelas relacionadas à prote
ção da vida, da saúde, da criança, do adolescente e 
• propor, manter, alterar e fazer cumprir políticas 
• promover, criar estímulos e condições, e apoiar ini
ciativas de capacitação e formação da rede da Pnad 
e da Política Nacional sobre o Álcool, nos âmbitos 
• promover, criar estímulos e condições, e apoiar 
iniciativas de estudos, pesquisas e avaliações das 
ações, dos serviços, dos programas e das atividades 
no âmbito da Pnad e da Política Nacional sobre o 
–COMPREENDER OS DIFERENTES TIPOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS–
78
• assegurar, por meio de medidas administrativas, 
Adolescente e na Convenção sobre os Direitos da 
da criança e do adolescente, inclusive nos meios de 
comunicação, zelando para que a criança, o ado
cial, espiritual e moral e sua saúde física e mental, 
promovendo a elaboração de diretrizes apropria
• assegurar políticas públicas para redução da oferta 
de drogas, por meio de atuação coordenada, coo
perativa e colaborativa dos integrantes do Sistema 
gãos responsáveis pela persecução criminal nos 
entes federativos, incluída a realização de ações re
pressivas e processos criminais contra os respon
–COMPREENDER OS DIFERENTES TIPOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS–
79
• educar, informar, capacitar e formar pessoas, em 
todos os segmentos sociais, para a ação efetiva e 
nacional, apoiando e fomentando serviços e insti
tuições, públicas ou privadas atuantes na área da 
capacitação e educação continuada relacionadas 
ao uso, ao uso indevido e à dependência do tabaco 
• 
drogas lícitas e ilícitas em uma rede operativa, com 
• 
sistência e o cuidado de pessoas com uso indevido 
de álcool e outras drogas lícitas e ilícitas e com de
• 
teiras terrestres, aéreas e marítimas e ao crime or
• 
fundamentar o desenvolvimento de programas e 
–COMPREENDER OS DIFERENTES TIPOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS–
80
de intervenções dirigidas à redução de demanda 
e observados os procedimentos éticos de pesquisa 
• 
ticas públicas vinculadas ao tema, tais como, a 
Nacional de Álcool, a Política Nacional de Saúde 
• garantir o caráter Intersistêmico, intersetorial, in
terdisciplinar e transversal do Sistema Nacional de 
articulação com outros sistemas de políticas pú
3.2.4 PREVENÇÃO
A efetiva prevenção ao uso de tabaco e seus derivados, 
de álcool e de outras drogas é fruto do comprometimento, 
da cooperação e da parceria entre os diferentes segmentos 
blica federal, estadual, distrital e municipal, fundamenta
–COMPREENDER OS DIFERENTES TIPOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS–
81
vida e promoção geral da saúde da população, da promo
vínculos interpessoais, a promoção dos fatores de proteção 
ao uso do tabaco e de seus derivados, do álcool e de outras 
realizada nos níveis federal, estadual, distrital e municipal, 
municipais de políticas públicas sobre drogas e da socie
dade civil organizada, adequada às peculiaridades locais e 
com a priorização das comunidades mais vulneráveis, iden
As ações preventivas devem ser pautadas em princí
pios éticos e de pluralidade cultural, orientadas para a pro
moção de valores voltados à saúde física, mental e social, 
para a vida, da espiritualidade, à valorização das relações 
familiares e à promoção dos fatores de proteção ao uso do 
tabaco e seus derivados, do álcool e de outras drogas, con
–COMPREENDER OS DIFERENTES TIPOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS–
82
cação para a vida saudável e à qualidade de vida, ao for
talecimento dos mecanismos de proteção do indivíduo, ao 
acesso aos bens culturais, à prática de esportes, ao lazer, 
ao desenvolvimento da espiritualidade, à promoção e ma
pação da família, da escola e da sociedade na multiplicação 
educacionais e preventivos devem ser claras, atualizadas 
vulnerabilidade de determinados grupos sociais, incluído o 
As políticas e as ações de prevenção devem estimular a 
a tributação de preços como fatores inibidores de consumo, 
Deve ser assegurado, por meio de medidas adminis
Criança e do Adolescente e na Convenção sobre os Direitos 
–COMPREENDER OS DIFERENTES TIPOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS–
83
adolescente, inclusive nos meios de comunicação, zelar 
a informações e materiais que visem promover seu bem
ser tratados como um problema concernente à infância, à 
além de garantir o tratamento, a assistência e o cuidado 
3.2.5 TRATAMENTO, ACOLHIMENTO, RECUPERAÇÃO, 
APOIO, MÚTUA AJUDA E REINSERÇÃO SOCIAL
para que a sociedade, incluídos os usuários, os dependen
nistração pública na abordagem do uso indevido e da de
pendência do tabaco e seus derivados, do álcool e de outras 
Poder Público, nos níveis federal, estadual, distrital e 
–COMPREENDER OS DIFERENTES TIPOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS–
84
ros, para a realização dessas práticas e pesquisas na área, 
e promoverão o aperfeiçoamento do adequado cuidado das 
pessoas com uso abusivo e dependência de drogas lícitas e 
Promover e garantir a articulação e a integração das in
tervenções para tratamento, recuperação, reinserção social, 
Corpo de Bombeiros, Clínicas Especializadas,Casas de 
tros sistemas relacionados para o usuário e seus familiares, 
por parte do Estado, nas esferas federal, estadual, distrital 
A capacitação continuada, avaliada e atualizada dos 
setores governamentais e não governamentais envolvidos 
–COMPREENDER OS DIFERENTES TIPOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS–
85
cos e seus familiares deve ser garantida, com uso de recur
Procuramos mostrar a grande relevância da Política 
nelas encontraremos pessoas, de diversos níveis sociais e 
que buscavam instantes de prazer para fugir de seus pro
blemas e agora se encontram em situação de grande degra
dação, sofrendo as consequências em seus corpos e mentes 
–COMPREENDER OS DIFERENTES TIPOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS–
86
tremendamente, doloroso e difícil, que atinge, inclusive, as 
afastar e buscar alegria e prazer em tantas outras coisas que 
CAPÍTULO
4 CAPÍTULO 4. A SOBRECARGA FAMILIAR 
DE PORTADORES DE 
TRANSTORNOS MENTAIS E 
ABORDAGENS FAMILIARES
–A SOBRECARGA FAMILIAR–
88
4.1 SOBRECARGA FAMILIAR DE PORTADORES DE 
TRANSTORNOS MENTAIS
BORBA (2008), em pesquisa realizada, men-
cionam que as novas perspectivas referentes à atenção em 
saúde, como a criação do Programa Saúde da Família, a re-
dução do tempo de internação, os cuidados prestados no 
domicílio, os incentivos para os tratamentos em unidades 
ambulatoriais, a existência de uma rede social mais ampla 
longa duração, estimulam a inclusão da família no processo 
de cuidar.
A responsabilidade pelo cuidado do portador de 
transtorno mental no contexto que antecede o movimen-
to reformista era atribuída à instituição hospitalocêntrica, 
restando à família a tarefa de encaminhar o familiar, visitá-
-lo, bem como fornecer as informações necessárias sobre o 
histórico de sua enfermidade. 
A relação do institucionalizado com a própria família, 
era mediada por agentes médicos e estatais, encarregados 
da cura, custódia e assistência.
A partir da década de 1960, no século XX, em países 
como a Itália, e dos anos 1980 no Brasil, a necessidade de se 
repensar as práticas em saúde mental torna-se evidente, em 
face das condições desumanas de tratamento a que eram 
expostos os portadores de transtorno psíquico, mantidos 
distantes da sociedade e dos seus familiares.
–A SOBRECARGA FAMILIAR–
89
A reforma psiquiátrica defende o processo de desinsti-
tucionalização com a consequente substituição dos manicô-
mios por novos dispositivos de acolhimento e tratamento, 
surgindo assim: os Núcleos de Atenção Psicossocial (NAPS), 
os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), o Hospital-Dia, 
o Programa de Residência Terapêutica e os leitos psiquiá-
tricos em Hospital Geral. 
Essas novas formas de tratamento rompem com os 
paradigmas do modelo asilar.
Os serviços de atenção comunitária em saúde mental 
devem incluir ações dirigidas aos familiares com a cons-
trução de projetos de inserção social, respeitando as pos-
sibilidades individuais e os princípios de cidadania que 
minimizem o estigma e promovam a qualidade de vida dos 
portadores de sofrimento psíquico.
Assim, a unidade familiar assume importante papel 
no cuidado e na ressocialização dos que sofrem de enfermi-
dade mental. 
“A família é o primeiro sujeito que referencia e totaliza 
a proteção e a socialização dos indivíduos”, independente 
das múltiplas formas e contornos que ela assuma, é nela 
que se inicia o aprendizado dos afetos e das relações sociais.
A família é conceituada como um sistema formado por 
valores, crenças, conhecimentos e práticas que direcionam 
as suas ações na promoção da saúde de seus integrantes, 
zelando pela prevenção e pelo tratamento da doença. 
–A SOBRECARGA FAMILIAR–
90
A presença de um integrante com sofrimento mental 
no ambiente familiar provoca mudanças nas rotinas, hábi-
tos e costumes da família. Com o impacto do diagnóstico, a 
necessidade de adaptação à nova situação, o estigma social, 
a dependência e as implicações da cronicidade do quadro 
incredulidade, perda do controle e medo.
A sobrecarga é considerada ainda na sua dimensão 
intensidade, talvez por ser mais concreta, está relacionada 
com as demandas reais que a convivência com o transtorno 
mental impõe, enquanto a sobrecarga subjetiva é abstrata, 
refere-se ao universo dos sentimentos.
Evidencia-se a necessidade que as famílias têm de re-
ceber orientação, contar com um suporte social organiza-
do e preparado para atender as suas demandas, e o devido 
apoio para que consigam articular os recursos necessários 
para atender as demandas decorrentes.
A inserção da família em grupos de familiares é bené-
são semelhantes às de outras famílias que passam por situ-
ações semelhantes.
Sobrecarga física e emocional: a presença da 
-
mento de doenças relacionadas ao sistema nervoso como 
gastrite e problemas gastrintestinais, mostrando como os 
–A SOBRECARGA FAMILIAR–
91
problemas de ordem emocional repercutem sobre a saúde 
física dos familiares.
 salientamos que muitas fa-
mílias vivem em situação econômica desfavorável, o que em 
parte as torna mais vulneráveis. Essa vulnerabilidade é in-
-
cia um processo complexo, que exige uma nova estrutura 
nas relações de trabalho e no orçamento familiar. 
É preciso prever faltas ao trabalho para acompanhar e 
atender as demandas de cuidados do portador de transtor-
no mental, podendo comprometer a única fonte de renda 
da família.
Os pais e demais familiares do portador de sofrimento 
psíquico custeiam os gastos relacionados à doença e suas 
consequências. O sustento da casa, a compra de medica-
mentos, as despesas com viagens, internações, médicos, 
-
viam para suprir outras necessidades.
convive com um portador de transtorno mental, mas é certo 
que as famílias sofrem privações econômicas.
-
de do paciente em manter vínculo empregatício ou mesmo 
ingressar no mercado de trabalho após a manifestação da 
doença.
Salienta-se, então, a importância dos serviços substi-
–A SOBRECARGA FAMILIAR–
92
de renda, uma vez que estas resgatam a autoestima dos usu-
ários, mostrando que são capazes de aprender e produzir.
Sobrecarga do cuidado: o cuidado familiar pode 
ser reconhecido em vários atributos, entre eles a presença 
e a proteção. A presença compreende as ações, interações 
e interpretações por meio das quais, a família demonstra, 
amor, solidariedade e compreensão aos seus membros, que 
é fundamental para o crescimento e desenvolvimento do 
ser humano. 
A proteção garante as medidas que dizem respeito à 
segurança física, emocional e social do grupo familiar, in-
cluindo a higiene pessoal e a salubridade.
Com o agravamento da sintomatologia clínica, a famí-
lia vivencia um processo de intenso sofrimento e, por vezes, 
transcorrer dessa trajetória como consequência da doença, 
tais como: o sentimento de impotência e o adiamento de 
planos e expectativas referentes à vida pessoal o que abala e 
afeta, profundamente, o universo familiar. 
Desse modo, a pessoa responsável pelo cuidado passa 
a organizar sua vida em torno da doença e as suas necessi-
dades pessoais são passadas para o segundo plano.
A convivência com o sofrimento psíquico é percebida 
pela família como difícil, pois, muitas vezes, não sabe como 
agir frente aos comportamentos adotados pelo familiar com 
transtorno mental.
–A SOBRECARGA FAMILIAR–
93
Cuidar de um familiar que sofre de transtornos men-
tais exige atitudes de tolerância, paciência e amor.
O familiar responsável pelo cuidado demonstra pre-
ocupação e vigília quanto à administração correta dos psi-
cofármacos, tomando para si a responsabilidade de atentar 
para os horários e a dosagem dos medicamentos, pois, tem 
medo do uso inadequado que o portador de sofrimento psí-
quico possa fazer, colocando sua vida em risco.
A família é o núcleo onde se irradia o cuidado, o espa-
ço onde o cuidar é aprendido.
É preciso considerar que nem todas as pessoas con-
seguem assimilar e trabalhar as emoções envolvidas no 
cuidado a uma pessoa fragilizada pelos efeitos colaterais 
da medicação, excluídada sociedade e com o curso clínico 
A sobrecarga em forma de doença física e emocional é 
constatada pela alteração da dinâmica familiar, pelo aumen-
to das demandas oriundas desta nova situação e pela falta 
de recursos de enfrentamento. Por esse motivo, é comum o 
aparecimento de agravos físicos e emocionais, como: pro-
blemas de coluna, hipertensão arterial, problemas cardía-
cos, estresse, tensão e nervosismo na família, após o diag-
nóstico de transtorno mental em um de seus integrantes.
Um estudo analisando 40 famílias constatou que em 
24 delas, outros integrantes apresentam sintomas psicoló-
gicos, como o desânimo em relação ao autocuidado, depres-
são, preocupações excessivas com os problemas decorrentes 
–A SOBRECARGA FAMILIAR–
94
dos efeitos colaterais da medicação e a baixa autoestima 
provocada pela estigmatização.
A convivência com o transtorno mental envolve ques-
tões complexas, uma vez que não é possível dissociarmos 
o “corpo doente”, ou seja, o biológico das suas dimensões 
sociais que, neste caso, são representadas pelo contexto fa-
miliar. Tanto as limitações como o próprio sofrimento do 
portador de transtorno psíquico são vivenciados também 
-
gico e o social.
Com a implantação dos serviços substitutivos em saú-
de mental, o portador de transtorno psíquico passa parte 
do dia no serviço e o restante do tempo convive com seus 
familiares, na tentativa de resgate da cidadania e dos vín-
culos que foram rompidos e negligenciados pela instituição 
asilar. 
Essa convivência, no entanto, como nem sempre se 
dá de forma harmoniosa, é em parte questionada, pois nem 
todas as famílias dispõem de estrutura e recursos de en-
frentamento para coexistirem com o estigma social, com o 
descompasso temporal e com os comportamentos inade-
quados do familiar que adoeceu.
Entretanto, ao considerar que até mesmo os eventos 
previsíveis podem gerar certo nível de crise no núcleo fa-
miliar, a convivência com a realidade do transtorno mental 
também é mediada pela capacidade da família de ajustar-
-se à nova situação, dependendo das fortalezas que possui, 
–A SOBRECARGA FAMILIAR–
95
dos laços de solidariedade que agrega e da possibilidade de 
acessar apoio de outras pessoas e instituições.
No atual contexto da assistência psiquiátrica, a família 
como espaço privilegiado para a prática do cuidado precisa 
ser inserida de forma efetiva nas discussões do novo para-
digma de assistência em saúde mental, vista como uma fa-
cilitadora no processo de reinserção social do portador de 
transtorno mental.
Mais do que uma aliada na efetivação do modelo psi-
cossocial emergente, ela deve ser encarada como foco de 
intervenção, para que seus anseios sejam acolhidos e sua 
sobrecarga minimizada.
As famílias precisam ser ouvidas, ter sua realidade/
sofrimento compreendidos e acolhidos, quando, muitas ve-
zes, solicita a internação do familiar doente não é por não 
amá-lo ou por fugirem da responsabilidade de, enquanto 
família, atender as necessidades de seus integrantes. Isso se 
dá porque não aguentam mais a convivência que, aos pou-
cos, vai se tornando insustentável, difícil e desgastante, o 
que ressalta a importância de serem orientadas e apoiadas.
É importante inserir as famílias em grupos de familia-
res nos serviços comunitários de saúde mental, bem como, 
prestar esclarecimentos sobre o comportamento, a sinto-
matologia e o tratamento da enfermidade, sobre o uso dos 
psicofármacos e os efeitos colaterais dos mesmos, realizar 
visitas domiciliares para conhecer a realidade da família e 
fazer com que esta não se sinta sozinha.
–A SOBRECARGA FAMILIAR–
96
Ao contrário, deve sentir-se segura e capaz de agir de 
maneira adequada em relação aos sintomas apresentados 
pelo portador de sofrimento psíquico.
Os vínculos entre família e usuário de saúde mental 
necessitam ser alicerçados numa relação sincera e de res-
peito, onde a singularidade e a individualidade de todos são 
preservadas, de forma que os primeiros não se sintam so-
brecarregados, e os usuários possam, efetivamente, resga-
tar sua cidadania e autonomia em uma relação terapêutica.
Um dos princípios propostos pelo SUS e que leva em 
consideração a singularidade, buscando atender às deman-
Segundo tal princípio, as condições sociais, econômi-
cas e familiares, por serem diferentes, requerem aborda-
aproxima da diretriz de humanização das políticas de saúde 
mental, o que possibilita a criação de práticas e serviços de 
saúde com o olhar voltado para o cuidado integral dos usu-
ários e familiares, buscando, de forma sensível, competente 
e coerente, compreender o contexto em sua totalidade. 
Então, a construção de espaços em que a necessidade 
de criação, de reinvenção de modos de fazer e agir, é per-
comprometimento para legitimar o seu poder de contratu-
alidade com os diversos atores envolvidos. Segundo Levy 
(2001, p. 9), “organizar-se, cooperar e criar coletivamente 
é, antes de tudo, recusar que um ‘senhor do sentido’ dite 
sua lei”.
–A SOBRECARGA FAMILIAR–
97
Nos espaços de inter-relações, seria incoerente apri-
sionar o indivíduo em dimensões psicológicas ou sociológi-
cas e negar os efeitos destes e de outros campos na histori-
cidade do sujeito. 
O psiquismo (o mental) e sua dinâmica, para Levy 
(1994, p. 116), “são, por excelência, o lugar da mudança, da 
possibilidade de desligamentos e de novas combinações”.
As condições materiais, objetivas, só têm valor de mu-
dança quando elas são apropriadas mentalmente ao nível 
Com efeito, o individual e o coletivo são imprescin-
díveis na abordagem da psicossociologia francesa, assim 
como as relações que permeiam os processos constitutivos 
do inconsciente e do social. 
Tal abordagem se volta para situações que emergem 
de grupos, de organizações e do cotidiano das comunida-
des, além dos possíveis vínculos entre os sujeitos. 
pela relação contratual terapêutica na qual os envolvidos 
tecem diálogos em direção a direitos e deveres, visando à 
dos serviços e familiares).
4.2 PARTICIPAÇÃO DOS FAMILIARES
Ao delegarmos o cuidado de um doente mental à fa-
mília é importante que possua continência emocional, seja 
orientada quanto a melhor forma de lidar com o membro 
–A SOBRECARGA FAMILIAR–
98
portador, e que tenha, a seu dispor, serviços de atenção psi-
cossocial com aparatos necessários para o cuidado do seu 
familiar.
-
-
do-lhes a importância do seu papel na facilitação da inser-
ção social de seu membro adoecido.
O acolhimento e apoio à família são fundamentais, 
pois a família desempenha papel relevante na viabilização 
da inserção social do portador. 
É importante lembrar que o desempenho desse pa-
pel requer um mínimo de infraestrutura que envolva apoio 
psicoemocional e institucional para lidar com o membro 
portador de modo a favorecer a adesão ao tratamento e a 
readaptação do sistema familiar à realidade imposta pela 
emergência da doença.
A cidadania do cliente psiquiátrico não é a simples 
restituição de seus direitos formais, mas a construção de 
seus direitos substanciais, e é dentro de tal construção (afe-
tiva, relacional, material, habitacional, produtiva) que se 
encontra a única reabilitação possível. 
O resgate da cidadania dessas pessoas deve ser com-
saúde mental, usuários, famílias dos usuários e a sociedade 
como um todo, e viabilizado através do processo de reabili-
tação psicossocial.
–A SOBRECARGA FAMILIAR–
99
A reabilitação psicossocial está ancorada na ética da 
solidariedade e responsabilidade. Para concretizá-la é pre-
ciso que tenhamos coragem de inovar, de buscar novas 
compõem o paradigma atual da saúde mental, em vez de 
nos apoderarmos de práticas antigas com uma roupagem 
nova.
O tratamento deve buscar o resgate da autonomia do 
paciente por meio de trabalhos voltados para as incapaci-
dades, para as necessidades do paciente, tendo em vista o 
desenvolvimento de condições cada vez melhores e que lhes 
permita gerenciar sua vida e aumentar sua possibilidade de 
fazer escolhas.
Essas novas formas

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