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Trypanosoma cruzi e hemípteros vetores Profa. Dra. Alcione Vendramin Gatti Faculdade de Medicina de Jundiaí Disciplina de Parasitologia 1 CLASSIFICAÇÃO CARACTERÍSTICAS ORDEM Kinetoplastida Tem cinetoplasto FAMÍLIA Trypanosomatidae Flagelados; P obrigatórios GÊNERO Trypanosoma Classificado em seções SEÇÃO Salivaria Transmissão: pela saliva T. brucei Stercoralia Transmissão: pelas fezes T. cruzi Taxonomia - Trypanosoma 2 • Filo: Sarcomastigophora • Sub-filo: Mastigophora • Classe: Zoomastigophorea • Ordem: Kinetoplastida • Família: Trypanosomatidae • Gênero: Trypanosoma • Espécie: T. cruzi Tripomastigota de Trypanosoma cruzi. Seta preta - cinetoplasto; vermelha - núcleo; azul - membrana ondulante; verde - flagelo. Taxonomia - Trypanosoma 3 O PARASITO T. cruzi 4 Histórico - Descoberta Carlos Ribeiro Justiniano das Chagas Oswaldo Cruz 5 Histórico Estrada de Ferro Central do Brasil 6 Histórico Hospital em Lassance Carlos Chagas atendendo pacientes 7 Histórico sagui Vetor - triatomíneo Parasito – tripomastigota T. cruzi 1º. Caso humano descrito– Berenice – 14/4/1909 – 2 anos Faleceu aos 82 anos de Insuficiência Cardíaca. 8 MORFOLOGIA Formas de Vida – Trypanosoma cruzi 9 MORFOLOGIA Trypanosoma cruzi • Preferências: Células do sistema fagocítico monocitário, céls. musculoesqueléticas ou cardíacas. Mas pode parasitar qualquer célula do corpo humano. 10 HOSPEDEIRO VERTEBRADO (homem e várias espécies de mamíferos). •Forma tripomastigota sanguícola (variações morfológicas e polimorfismo). •Forma amastigota: intracelulares. HOSPEDEIRO INVERTEBRADO (triatomíneos). •Formas esferomastigotas (estômago e intestino). •Formas epimastigotas (todo o intestino). •Formas tripomastigotas metacíclico (reto). Trypanosoma cruzi - CICLO DE VIDA – TIPO: HETEROXÊNICO E EURIXENO 11 • Forma alongada; • Cinetoplasto e próximo ao núcleo; • Flagelo se inicia adiante do núcleo, longe da extremidade anterior; • Presença de membrana ondulante reduzida; • Capacidade de multiplicação. • Presente no vetor. EPIMASTIGOTA Figuras: http://www.cdc.gov/dpdx/trypanosomiasisAmerican/gallery.html#tcruzithin2 e http://labspace.open.ac.uk/mod/resource/view.php?id=459545 MORFOLOGIA 12 Esquema tridimensional destacando o corpo celular da forma epimastigota do T. cruzi -principais estruturas celulares EPIMASTIGOTAS 13 Epimastigotas de cultura 14 Morfologia • Forma arredondada ou oval; • Flagelo curto que não se exterioriza (bolsa flagelar); • Corpo achatado, cinetoplasto bem visível; • Pouco se move. • Forma intracelular- Hospedeiro Vertebrado. • Capacidade de multiplicação. AMASTIGOTA Figuras: http://www.cdc.gov/dpdx/trypanosomiasisAmerican/gallery.html#tcruzithin 2 e http://labspace.open.ac.uk/mod/resource/view.php?id=459545 15 AMASTIGOTAS amastigotaamastigota 16 Ninho de amastigotas no coração 17 MORFOLOGIA • Forma alongada; • Flagelo parte da extremidade posterior; • Forma extensa membrana ondulante e torna-se livre na região anterior da célula; • Presente no vetor e no hospedeiro vertebrado. TRIPOMASTIGOTA Figuras: http://www.cdc.gov/dpdx/trypanosomiasisAmerican/gallery.html#tcruzithin2 e http://labspace.open.ac.uk/mod/resource/view.php?id=459545 18 tripomastigotatripomastigotaTRIPOMASTIGOTA 19 Tripomastigotas 20 21 Fonte: http://labspace.open.ac.uk/mod/re source/view.php?id=459540&direct =1#/ Ciclo de vida no invertebrado 22 Adaptado de http://www.dpd.cdc.gov/ 23 Ciclo de vida Fonte: http://labspace.open.ac.uk/mod/resource/view.php?id=459540&direct=1#/ Adesão e penetração das tripomastigotas em macrófago. 24 Ciclo de vida Fonte: http://labspace.open.ac.uk/mod/resource/view.php?id=459540&direct=1#/ Tripomastigotas em vaso sg. 25 ANIMAÇÃO DO CICLO DE VIDA DO T. CRUZI EM HOSPEDEIRO HUMANO https://youtu.be/1ais69H0li8 https://www.youtube.com/watch?v=1ais69H0li8 26 ANIMAÇÃO DO CICLO DE VIDA DO T. CRUZI NO HOSPEDEIRO INVERTEBRADO https://www.youtube.com/watch?v=di72_yCsUVY 27 Epidemiologia AMÉRICA 28 Epidemiologia A OMS estima em aproximadamente 6 a 7 milhões o número de pessoas infectadas em todo o mundo, a maioria na América Latina. Estimativas recentes para 21 países latino-americanos, com base em dados de 2010, indicavam 5.742.167 pessoas infectadas por Trypanosoma cruzi, das quais 3.581.423 (62,4%) eram residentes em nações da Iniciativa dos Países do Cone Sul, destacando-se a Argentina (1.505.235), o Brasil (1.156.821) e o México (876.458), seguidos da Bolívia (607.186).5 Todavia, estes dados divergem de outras estimativas realizadas por diferentes grupos de pesquisa e métodos. • T. cruzi exclusivamente americano. • Presente em 21 países Desde do sul do EUA até o sul da Argentina e do Chile. • Encontra-se em quase todos os territórios habitados por triatomíneos domiciliação. • No Brasil, a prevalência, mediante inquérito epidemiológico 4,2%. • Os estados mais acometidos são: RS, MG e GO. Fonte: II Consenso em DC. 2015. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, 25(núm. esp.): 7-86, 2016. 29 Situação epidemiológica A alteração do quadro epidemiológico da doença de Chagas no Brasil promoveu a mudança nas ações e estratégias de vigilância, prevenção e controle, por meio da adoção de um novo modelo de vigilância epidemiológica, de acordo com os padrões de transmissão da área geográfica: http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2015/agosto/03/2014-020..pdf 30 I. Regiões originalmente de risco para a transmissão vetorial (AL, BA, CE, DF, GO, MA, MG, MS, MT, PB, PE, PI, PR, RN, RS, SE, SP, TO): Vigilância epidemiológica visa detectar a presença e prevenir a formação de colônias domiciliares do vetor; II. Amazônia Legal (AC, AM, AP, RO, RR, PA, parte do TO, MA e do MT): Vigilância centrada na detecção precoce de casos agudos e surtos e apoiada na Vigilância Epidemiológica da Malária, através da capacitação de microscopistas para identificação de T. cruzi nas lâminas para diagnóstico da malária. Perfil de casos humanos de doença de Chagas aguda (DCA) Entre os casos de DCA confirmados no Brasil no período de 2000 a 2013, observou-se que a forma de transmissão oral foi a mais frequente em todos os anos. No entanto, vale ressaltar que mais de 20% dos casos foram encerrados com a forma de transmissão ignorada ou sem preenchimento deste campo na ficha de notificação, sendo que 87,5% destes registros são do estado do Pará . Brasil Oral -1081 casos Vetorial – 100 Vertical – 6 Ignorada – 372 Acidental/transfusional – 11 Total – 1570. 31 Perfil de casos humanos de doença de Chagas aguda (DCA) Foram observados registros de óbitos por DCA apenas no período de 2005 a 2013 e a letalidade média anual do País ao longo dos 14 anos foi de 2,7%. A elevada letalidade (20,0%) em 2005 coincidiu com o surto de Chagas aguda por transmissão oral em Santa Catarina, momento em que pouco se conhecia sobre a etiologia e manejo da doença por essa forma de transmissão. Em 2006, a letalidade continuou elevada (5,9%), com posterior redução, que se manteve relativamente constante nos anos subsequentes . 32 Epidemiologia 33 OS VETORES TRIATOMÍNEOS 34 VETORES Ordem: Hemíptera Família: Reduviidae Subfamília: Triatominae TRIATOMÍNEOS Entre 2007 e 2011 foram registrados mais de 770.000 triatomíneos capturados por meio da vigilância entomológica passiva ou ativa dos Estados. Bole m Epidemiológico Secretaria de Vigilância em Saúde − Ministério da Saúde − Brasil 35 Vetores - Triatomíneos Discriminação morfológica de Triatomíneos hematófago predador fitófago • Insetos grandes medindo de 1 a 4 cm de comprimento; • Possuem uma tromba retilínea (hematófagos); • Só os insetos adultos são alados e voam; • Hábitos noturnos. 36 https://www.emaze.com/@ACOQWCWI/chagas-disease-copy2 Inserção das antenas TRIATOMINEOS 37 Vetores-Triatomíneos Prosbóscide trissegmentada 38 Vetores Ninfas do 1o. ao 5o. estágio Machos e fêmeas em todos osestágios são hematófagos e transmissores Panstrongilus sp. Rhodnius sp. Triatoma infestans 39 Vetores Triatoma infestans Panstrongylus megistus Rhodnius prolixus Triatoma dimidiata Triatoma pallidipennis Triatoma sordida Triatoma brasiliensis 40 Transmissão https://www.youtube.com/watch?v=WXoKVQFpUSo 41 Dentre as 62 espécies distribuídas entre o intradomicílio e peridomicílio em todo território brasileiro destacam-se as seguintes espécies de importância epidemiológica: Panstrongylus geniculatus, Panstrongylus lutzi, Panstrongylus megistus; Rhodnius nasutus, Rhodnius neglectus, Rhodnius robustus, Rhodnius pictipes; Triatoma infestans, Triatoma brasiliensis, Triatoma maculata, Triatoma pseudomaculata, Triatoma rubrovaria, Triatoma rubrofasciata, Triatoma sordida e Triatoma vitticeps. http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2015/agosto/03/2014-020..pdf ATUALIZAÇÃO SOBRE OS VETORES - BRASIL 42 Vetores Distribuição das principais espécies de triatomíneos vetores de T. cruzi 43 Trypanosoma cruzi - Reservatório silvestre - Cachorros e gatos (reservatório doméstico) 44 Epidemiologia CICLOS DE TRANSMISSÃO 45 Transmissão A transmissão ocorre principalmente pela contaminação das mucosas ou da pele com dejeções de triatomíneos infectados (ninfas ou adultos). A mucosa pode estar íntegra, mas a pele deve apresentar solução de continuidade (orifício da picada ou pela escarificação causada pelo indivíduo ao coçar-se) Penetração das forma tripomastigotas metacíclicos do parasito. 46 Mecanismos de transmissão • Vetorial – de maior importância epidemiológica. Forma infectiva: tripomastigota metacíclico. • Transfusional – importante nas áreas urbanas. Forma infectiva: tripomastigota sangüícola. • Congênita – importância relativa. Forma infectiva: tripomastigotas diferenciados a partir de ninhos de amastigotas na placenta. • Acidental – inoculação por agulha ou contato com mucosa de material contendo tripomastigotas. • Ingestão/Oral – leite materno, alimentos contaminados com fezes de triatomíneos. Forma infectiva: tripomastigotas. • Transplante de órgãos – pode resultar em doença aguda grave. Forma infectiva: amastigotas. • Coito – transmissão não comprovada em seres humanos. 47 Mecanismos de transmissão e períodos de incubação 4-15 dias ACIDENTAL ATÉ 22 d TRANSFUSAO 30-40 d Durante gestação 3-22 dias 48 Profilaxia • Melhorias das habitações rurais e anexos adequada higiene e limpeza. • Combate ao barbeiro: inseticidas e outros métodos auxiliares • Controle do doador de sangue - Controle de doadores por exames sorológicos (ELISA, RIFI, RHA) - Adição ao sangue de violeta-de-genciana ou, principalmente, o cristal violeta. • Controle de transmissão congênita • Vacinação: ainda não há. • Pesquisa. 49 50 Dr. CARLOS CHAGAS examinando doente durante aula no Pavilhão de Doenças Tropicais da FMT / RJ no Hospital São Francisco de Assis. CARLOS CHAGAS com a beca de professor catedrático (FMT / RJ – 1925) 51 FASE AGUDA PERÍODO INDETERMINADO FASE CRÔNICA Sistema Imune FORMAS DA DOENÇA -Aguda: parasitemia elevada e ação do sistema imunológico; -Indeterminada: assintomática, pode não se evidenciar clinicamente ou fazê-los anos mais tarde. -Crônica: número de parasitos reduzidos na circulação . PA RA SI TE M IA 52 53 Forma Aguda Características - Mais comum em crianças em áreas endêmicas. - Assintomática em mais de 90 % dos casos. -se sintomática,pancardite chagásica é o mais grave. - Outros sintomas: febre , linfadenopatia generalizada, porta de entrada visível (Chagoma de inoculação ou Sinal de Romaña. As formas tripomastigotas são fagocitadas e conseguem escapar do lisossoma, não são destruídas, permanecem no citoplasma e assumem a forma amastigota. Cada T. cruzi intracelular produz 540 amastigotas que originarão novas tripomastigotas. Superpopulação celular – ruptura celular – liberação de formas. 54 Patogenia • Intensa reação inflamatória focal • Fagocitose (neutrófilos), linfócitos T, macrófagos Aumento da parasitemia Considerável parasitismo celular Destruição de células hospedeiras Mecanismos imunológicos Fenômenos degenerativos Fibrose Granulomas Agravamento das lesões 55 A Doença Fase Aguda • Pode ser sintomática (aparente) ou assintomática (inaparente). • Parasitemia patente. • Período de incubação varia de 1 a 3 semanas. • Relacionadas com o estado imunológico do hospedeiro. Forma sintomática predomina na infância (morte em ~10% dos casos – meningoencefalite e mais raramente falência cardíaca miocardite aguda difusa). 56 A Doença Fase Aguda Sinal de Romanã edema bipalpebral unilateral, congestão conjutival, linfadenite satélite, com linfonodos pré-auriculares, submandibulares e outros aumentados de volume, palpáveis, presença de parasitos intra e extracelulares em abundância. Chagoma de inoculação ocorre quando a inoculação é diferente da face. Pequena formação maculonodar, eritematosa, consistente, pouco dolorosa, circundada por halo de edema elástico e acompanhada de aumento de volume dos linfonodos satélites; pode aparecer em qualquer parte do corpo. Inicia através das manifestações locais Sinal de Romaña ou chagoma de inoculação (aparecem em 50% dos casos agudos). 57 A Doença Fase Aguda Manifestações gerais: Febre, edema localizado e generalizado, poliadenia, hepatomegalia, esplenomegalia e, às vezes, insuficiência cardíaca e perturbações neurológicas. • Nas formas agudas graves, surgem quadros de miocardite, com taquicardia ou outras alterações do ritmo, aumento da área cardíaca e sinais de insuficiência respiratória. • Mortalidade elevada em crianças menores de 5 anos. 58 A Doença Fase Crônica Assintomática- Forma indeterminada • Após a fase aguda Longo período assintomático (10 a 30 anos) 1. Positividade de exames sorológicos e/ou parasitológicos; 2. Ausência de sintomas e/ou sinais clínicos; 3. Eletrocardiograma convencional normal; 4. Coração, esôfago e cólon radiologicamente normais. • 50 a 70% dos casos, nas áreas endêmicas no Brasil; • Podem evoluir para as formas crônicas típicas ou permanecer latentes. • Lesões discretas. 59 A Doença Fase Crônica Sintomática Forma Cardíaca • Atinge cerva de 20 a 40% dos pacientes no centro-oeste e sudeste do Brasil e geralmente aparece de 5-15 dias após a infecção inicial. • Fibrose difusa ocupa o lugar das áreas inflamadas e necrosadas (~ventrículo esquerdo). • Substituição dos elementos musculares por tecido conjuntivo redução da força de contração do coração e mecanismos compensatórios: - Aumento do diâmetro das fibras musculares cardíacas; - Aumento do volume cardíaco: dilatação das cavidades e hipertrofia das paredes do órgão; - taquicardia . 60 A Doença Fase Crônica Sintomática Forma Cardíaca • Células musculares cardíacas → infectadas → alvo sistema imune. • Resulta: MIOCARDITE AGUDA • ff mms cardíacas com ↑ qtidd de P e edema → provoca DISSOCIAÇÃO DAS FF MMS. • PANCARDITE = ENVOLVE TODAS PARTES DO CORAÇÃO. (pericárdio, encocárdio e miocárdio. - Aumento do diâmetro das fibras musculares cardíacas; - Aumento do volume cardíaco: dilatação das cavidades e hipertrofia das paredes do órgão; - taquicardia . 61 A Doença Comprometimento do sistema autônomo regulador das contrações cardíacas (nódulo sinusal, nódulo atrioventricular e feixe de His) arritmias, extra-sístoles, bloqueios atrioventriculares, bloqueio do ramo direito do feixe de His. Insuficiência cardíaca congestiva (ICC) déficit no volume de sangue e na quantidade de oxigênio que chegam por minutos nos tecidos, comprometendo o metabolismo local. Cardiomegalia intensa. - Fenômenos tromboembólicos Fase Crônica Sintomática Forma Cardíaca 62 Fase Crônica Sintomática- Forma Cardíaca 63 Fase Crônica Sintomática- Forma Cardíaca ANEURISMA DE PONTA 64 A Doença Fase Crônica Sintomática- Forma Digestiva • No Brasil está presente em cerca de 7 a 11%dos casos; • Parasitos na musculatura lisa, nas células nervosas, etc (em pequeno número) . - Formação de granulomas; - Arterites necrosantes, lesando a camada média arteriolar; - Destruição dos plexos nervosos da parede. - Inflamação crônica . • Destruição dos neurônios dos plexos miontéricos diminuição da coordenação muscular, alterações do trânsito esofágico e intestinal; hipertrofia muscular; dilatação e atonia do esôfago e cólonsMEGAS . 65 A Doença • Megaesôfago: disfagia, odinofagia, dor retroesternal, regurgitação, soluço, tosse, intensa salivação. • Megacólon: dilatações dos cólons (sigmoide e reto). • São mais frequentes e surgem depois do megaesôfago. - Obstipação; - Obstrução intestinal e a perfuração (peritonite). Forma cardiodigestiva ou mista. Fase Crônica Sintomática - Forma Digestiva - Complicações por lesão de plexos autonômicos intramurais e mioentéricos. 66 Fase Crônica Sintomática- Forma Digestiva 67 Fase Crônica Sintomática- Forma Digestiva 68 A Doença Doença de Chagas Congênita • Transmissão pode ocorrer em qualquer momento da gravidez abortamentos, partos prematuros (baixo peso dos bebês) e natimortalidade. • Pode ser assintomático. • A placenta envolvida na transmissão revela-se volumosa, edemaciada e com placas esbranquiçadas. • congênitos clássicos: parasitemia elevada, febre, prematuridade, hepatoesplenomegalia, taquicardia. • Nos casos mais graves, meningoencefalite, insuficiência cardíaca e calcificações cerebrais. 69 Diagnóstico Clínico • Origem do paciente; • Sinais de porta de entrada Sinal de Romaña e/ou Chagoma de inoculação; • Acompanhado de febre irregular ou ausente, adenopatia satélite ou generalizada, hepato-esplenomegalia, taquicardia e edema generalizado. • Alterações cardíacas acompanhadas de sinais de insuficiência cardíaca confirmadas pelo eletro- cardiograma; • Alterações digestivas e do esôfago e do cólon (raio X); • Confirmação por métodos laboratoriais. 70 Diagnóstico Clínico • Sinais de porta de entrada Sinal de Romaña e/ou Chagoma de inoculação; 71 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL • Alta parasitemia, anticorpos inespecíficos, e início da formação de anticorpos específicos (IgG e IgM). • Pesquisa direta e, se necessário, pesquisa indireta do parasito. Fase aguda Fase crônica • Baixíssima parasitemia, anticorpos específicos (IgG). • Métodos sorológicos (IFI, ELISA, hemaglutinação indireta ou fixação do complemento) ou pesquisa do parasita por métodos indiretos (xenodiagnóstico, hemocultura, inoculação em animais) https://www.youtube.com/watch?v=aV8NPSiPh_4 72 Diagnósticos Fase aguda Exames parasitológicos: - Exame de sangue a fresco - Exame de sangue em gota espessa - Esfregaço sanguíneo corado pelo Giemsa - Cultura de sangue ou material de biópsia (LIT ou NNN) - Métodos de concentração creme leucocitário, método de Strout - Inoculação do sangue em camundongos. - Xenodiagnóstico e hemocultura não são indicados na fase aguda. Exames sorológicos: - Reação de imunofluorescência indireta (RIFI) detecta IgM - ELISA 73 Diagnóstico Fase aguda 74 Diagnóstico Fase crônica Exames parasitológicos: XENODIAGNÓSTICO • 1914 – Foi a 1ª. Modalidade de diagnóstico eficiente. • Exposição de paciente com indício de infecção ã picadas de barbeiro estéril, para apurar possível contaminação. • Sucção por 20 a 30 min. Em laboratórios insetos mantidos por até 90 d. • Após o intestino do inseto era dissecado para verificação da presença de T. cruzi. • atualmente em desuso, por uso de técnicas mais avançadas. http://www.fiocruz. com 75 Diagnóstico Fase crônica Exames parasitológicos: • Hemocultura pode ser realizado em paralelo com o xenodiagnóstico; meio LIT • Inoculação em camundongos jovens; • PCR amostras de sangue, soro, ou tecido. 76 Diagnóstico Fase crônica Exames sorológicos: • Reação de fixação de complemento ou Reação de Guerreiro Machado- em desuso. • RIFI- mais utilizada atualmente, alta sensibilidade • Reação de hemaglutinação indireta. • ELISA. • LMCo (teste de lise mediada por complemento), AATV (anticorpo anti Tripomastigota vivo) - não convencional. OMS recomenda que seja sempre realizado dois testes sorológicos diferentes em paralelo. No caso de banco de sangue recomenda-se o uso de 3 técnicas de princípios diferentes. https://www.youtube.com/watch?v=aV8NPSiPh_4 https://www.youtube.com/watch?v=OoUuyfMQZgI 77 Diagnóstico Fase crônica Exames sorológicos: 78 Critério de cura Conjunto de parâmetros clínicos e laboratoriais utilizados na verificação da eficácia do tratamento de um paciente. • Parasitológicos: xenodiagnóstico, hemocultura e PCR • Sorológicos convencionais: RIFI, ELISA, etc • Sorológicos não convencionais: LMCo e AATV 79 Pensar ainda…. diagnóstico diferencial • Infecção pelo HIV aguda • TORSCH (T de toxoplasmose; O outros hepatite B C, enterovirus, adenovirus, treponema, tuberculosis, zoster, epstein barr, etc; R rubeola, C citomegalovirus, H herpes simples). • Miocardites virais • Toxoplasmose • Tumores intestinais • Acalasia esofágica • PARA DOENÇA DE CHAGAS: • Fase aguda – procura do agente etiológico é o padrão ouro. • Fase crônica – PCR, sorologias IgG. 80 Tratamento • Medicamentos com ação parcial não produzem a cura da tripanossomíase; • Mais eficazes quando aplicados em esquemas terapêuticos prolongados; • Nifurtimox (não Brasil) e Benznidazol • Indicados principalmente: casos agudos por transmissão natural, por transfusão sanguínea ou acidental e na prevenção da transmissão por transplantes. • Critério de cura: de constatação difícil, exigindo exames clínicos e laboratoriais (xenodiagnóstico e testes sorológicos) repetidos semestralmente ou anualmente durante pelo menos 3 anos. 81 Tratamento O tratamento específico deve ser realizado o mais PRECOCEMENTE POSSÍVEL quando forem identificadas FORMA AGUDA OU CONGÊNITA da doença, ou FORMA CRÔNICA RECENTE (crianças menores de 12 anos). O tratamento sintomático, depende das manifestações clínicas, tanto na fase aguda quanto crônica. Para alterações cardiológicas – cardiotônicos, antiarritmicos, diuréticos, vasodilatadores etc). Nas formas digestivas – dietas, laxativos, lavagens ou cirúrgico conforme o estágio da doença. 82 Tratamento • Age contra as formas sanguíneas parcialmente contra as formas teciduais; • Via oral 8 a 12 mg/kg/dia, por até 90 dias; • Efeitos colaterais: anorexia, emagrecimento, náuseas, vômitos, alergia cutânea, parentesias irreversíveis, polineuropatia; • Foi retirado do mercado recentemente. • Age contra as formas sanguíneas parcialmente contra as formas teciduais; • Via oral 8 a 12 mg/kg/dia, por até 90 dias; • Efeitos colaterais: anorexia, emagrecimento, náuseas, vômitos, alergia cutânea, parentesias irreversíveis, polineuropatia; • Foi retirado do mercado recentemente. • Indicado nos casos agudos e em jovens com a forma indeterminada; • Efeito apenas contra as formas sanguíneas; • Via oral 5 a 8 mg/kg/dia, por até 60 dias; • Efeitos colaterais: anorexia, perda de peso, vertigens, dermatites urticariformes, cefaleia, sonolência e dores abdominais, depressão medular, polineuropatia, etc. • Indicado nos casos agudos e em jovens com a forma indeterminada; • Efeito apenas contra as formas sanguíneas; • Via oral 5 a 8 mg/kg/dia, por até 60 dias; • Efeitos colaterais: anorexia, perda de peso, vertigens, dermatites urticariformes, cefaleia, sonolência e dores abdominais, depressão medular, polineuropatia, etc. NIFURTIMOX BENZNIDAZOL - Perturbação do ritmo cardíaco e insuficiência circulatória - Megaesôfago e megacólon cirúrgico 83 84 ATUALIDADES - MS BRASIL - CONSIDERAÇÕES FINAIS “É preciso agregar ideias para mudar o quadro atual da doença de Chagas. A Fiocruz tem uma bagagem na área e é preciso dar um salto qualitativo e pensar transdisciplinarmente para dar conta das lacunas da doença atualmente” "Nossa grande bandeira é defender que as pessoas devem ter acesso ao diagnósticoe tratamento da doença. De cada 10 pessoas infectadas apenas uma sabe que é portadora do parasita" Lucia Brum, consultora de doenças emergentes e re-emergentes da ONG internacional Médicos sem Fronteiras ATUALIDADES - MS BRASIL - CONSIDERAÇÕES FINAIS A falta de oportunidade de suspeição da doença e demora no diagnóstico podem agravar o quadro clínico do paciente e a evolução da enfermidade, podendo interferir no prognóstico dos casos, a exemplo de óbitos que ocorreram por falta de uma intervenção mais oportuna. 85 Estes exemplos demonstram a importância e a necessidade de manter a vigilância entomológica passiva operante e os profissionais de saúde treinados para suspeição de DCA, mesmo em áreas não endêmicas. Não há dúvida de que as estratégias de controle da doença de Chagas no Brasil, implantadas em décadas passadas, obtiveram excelentes resultados. Entretanto, estas estratégias estavam intimamente relacionadas ao controle da principal espécie transmissora da doença, o T. infestans. A emergência ou a reemergência da doença de Chagas caracteriza um novo perfil epidemiológico que independe da transmissão intradomiciliar por T. infestans. Dessa forma, o controle da transmissão do T. cruzi, no atual cenário, deve ser analisado sob uma nova perspectiva. ATUALIDADES - MS BRASIL - CONSIDERAÇÕES FINAIS 86 A atenção básica tem papel fundamental como “porta de entrada” aos serviços de saúde para suspeição oportuna de casos, a fim de proporcionar precocidade no diagnóstico e, consequentemente, no tratamento dos pacientes, além de auxiliar no fortalecimento das atividades de prevenção e controle desenvolvidas pelas vigilâncias epidemiológicas locais. Referências para estudo (buscar capítulos Doença de Chagas ou Trypanosoma cruzi): AMATO NETO, V. Parasitologia: uma abordagem clínica. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. FERREIRA, M. U. Parasitologia contemporânea. Guanabara Koogan, 2012. NEVES, D. P. Parasitologia humana. 13. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2016. AGRADECIMENTOS: • Colaboradora Profa. Dra. Marcele Fontenelle Bastos e pesquisadores diversos. 87 (buscar capítulos Doença de Chagas ou Trypanosoma cruzi): REY, L. Bases da parasitologia médica. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. VERONESI, R.; FOCCACIA, R. Tratado de Infectologia. 5. ed. São Paulo: Atheneu, 2015. REY, L. Parasitologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. II Consenso Brasileiro em Doença de Chagas. Epidemiol. Serv. Saúde v.25 n.esp Brasília jun. 2016 http://scielo.iec.pa.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S167 9-49742016000500007 Referências para estudo (cont.) 88 ANEXO I – videos ilustrativos - T. cruzi e aspectos clínicos O centenário da descoberta: https://www.youtube.com/watch?v=YyEt4S7FWQU Ciclo no homem: https://www.youtube.com/watch?v=xbNOmihhEG Ciclo no vetor: https://www.youtube.com/watch?v=4gzjFvCahY Interação celula epimastigota : https://www.youtube.com/watch?v=mZMYcQVIKul Interação MO tripomastigota: https://www.youtube.com/watch?v=zNfVYqOGieE Interação tripomastigota cardiaca: https://www.youtube.com/watch?v=mXOcFGb_2NA Divisão celular do T. cruzi: https://www.youtube.com/watch?v=seJWGDx1hEU Resumo ciclo da doença estudante: https://www.youtube.com/watch?v=0Mozq8_IGxk Dr. Antonio Ghattas cardiologista – cardiomegalia e diversas alterações: https://www.youtube.com/watch?v=LYc9y7SnuPs Insuficiencia cardíaca (IC) – Hosp. Albert Einstein: https://www.youtube.com/watch?v=PJmUInrzXyk Resumo IC: https://www.youtube.com/watch?v=pv8pQPzJA5Y 89 ANEXO I – videos ilustrativos - T. cruzi e aspectos clínicos Eletrocardiograma – interpretação – arritmias (bem completo / iniciar em 9:06 seg): https://www.youtube.com/watch?v=3oeyaKlHHvk http://www.misodor.com/CHAGAS.php Diagnóstico Sorológico : http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd07_08.pdf 90