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Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Gestão de Políticas Públicas – FACE Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais – CCA Bacharelado em Ciências Contábeis IAN GOMES LARA | 231019818 RESENHA 1 - COMPETÊNCIAS TRIBUTÁRIAS Disciplina: Legislação Tributária Brasília – DF 2024 REGRAS DE COMPETÊNCIA E TIPOS 2. NORMAS Segundo Ávila (2018), compreende-se norma como um significado de um enunciado com função prescritiva, reconstruída por meio da interpretação de enunciados contidos nas fontes. Em outras palavras, normas é como uma “regra” que surge do significado de um enunciado (um texto ou declaração), esse enunciado tem função prescritiva, ou seja, ele não está apenas descrevendo algo, mas está dizendo como que deve ser feito. Quando um enunciado é prescritivo, significa que ele foi feito para orientar, influenciar ou mudar o comportamento das pessoas. Por exemplo, o enunciado “o homicídio deve ser punido com pena de reclusão de seis a vinte anos” é um enunciado prescritivo, pois visa determinar como o mundo deve ser, independentemente de ser verificado com base na experiência. Seguindo essa linha, as normas jurídicas não cumprem caráter descritivo, e sim determinam como as coisas devem ser feitas (caráter prescritivo) Quanto a essa relação, o caráter prescritivo se pode ser exteriorizado de dois modos: • Direta: Quando a prescrição (ordem) é feita de forma imperativa, seja determinando o que deve ser feito e o que não pode ser feito. • Indireta: Quando a prescrição (ordem) dirige apenas normas não imperativas; e, por fim, a permissão, porque dispõe que algo pode ou não ser feito, portanto, que é facultado ao destinatário do enunciado. Quanto a relação que guarda com o conteúdo, este pode ter caráter prescritivo de duas formas: • Abstrato: quando o enunciado prescritivo é dotado de generalidade, ou seja, a interpretação e sua aplicação demandarão particularização dos textos legais a luz dos fatos. • Concreto: quando individualizado a casos concretos, se forma o dispositivo de decisão. Quanto a relação que preserva as autoridades normativas, pode o caráter prescritivo ser exteriorizado de duas maneiras: • Autônoma: quando é o próprio destinatário que impõe, em si mesmo e internamente, a prescrição. • Heteronomamente: quando a autoridade impõe, a terceiro e externamente, a prescrição, com o objetivo do interesse público. Quanto a relação que mantém as consequências normativas, este pode ser exteriorizado em duas formas: • Coativamente: quando for imposta pena por violação da norma (sanção negativa) ou prêmio quando cumpre a obrigação; e, ainda aplicada pelo ato informal do ato normativo. • Não coativamente: quando forem impostas penas nem aplicadas consequências pela sua inobservância. 2.2 Regras de Competência De acordo com os critérios mencionados anteriormente, a regra de competência tributária é definida com base na constituição de 1988. Em primeiro lugar, a regra de competência tem duas funções principais: primeiro, elas são interpretadas a partir da Constituição Federal de 1988, que é a norma máxima do país; e segundo elas servem para orientar os entes federados (União, Estados, Municípios e Distrito Federal) sobre quais tributos podem instituir e quais são os limites para o exercício dessa competência, garantindo que a cobrança seja legítima. Em segundo lugar, elas não se delimitam somente a isso, elas também estabelecem critérios materiais de validade, como a previsão, de aspectos das hipóteses de incidência e das consequências (fatos geradores, bases de cálculo, sujeitos ativos e passivos). As regras de competência se constituem como regra de faculdade, isto é, uma autorização para determinada autoridade (ente federado) exercer determinado poder ou competência (instituir um tributo) por meio do procedimento legislativo, que culmina com a prática de determinado ato normativo e a edição de determinada fonte normativa (lei ordinária). Porém, as regras de competência também podem ser qualificadas como regras que estabelecem proibições (ou comandos para não agir de determinado modo), em casos de regras inconstitucionais que proíbem o destinatário de exercer a competência dos fatos gerados, bases de cálculo e sujeito previsto daqueles diversos. 2.3 Competências tributárias e tipos A doutrina costuma classificar a competência tributária em três: privativa, que limita o exercício daquela competência aos entes taxativamente enumerados na constituição; comum, que pode ser exercida por todos os entes federativos no âmbito de suas atribuições; e, a competência residual, a União pode constituir impostos que não aqueles expressamente previstos. 2.4 Estado Constitucional e tipos O exposto até agora permite dizer que os dispositivos constitucionais conotam propriedades necessárias, exaustivas e rígidas, na medida em que é um discurso prescritivo. Exalta-se, igualmente, a constituição como fonte de direito, exalta-se também, o fato fundamental da supremacia constitucional, isto é, a ideia de que a constituição é a norma superior no ordenamento jurídico. Engrandece também, o fato de a constituição ter a sua função de garantir e promover o exercício de direitos fundamentais no âmbito do Estado de Direito.