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CURRÍCULOS E PROJETOS 
PEDAGÓGICOS
Unidade 3
Currículo por 
competências e 
itinerários
CEO 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial 
ALESSANDRA FERREIRA
Gerente Editorial 
LAURA KRISTINA FRANCO DOS SANTOS
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria 
MARLY SAVIOLI
TATIANE KUCKEL
4 CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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A
U
TO
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Marly Savioli 
Olá! Meu nome é Marly Savioli e sou mestre em Educação, 
pós-graduada em Ética, Valores e Cidadania na Escola, graduada 
em Pedagogia, especializada em Administração Escolar e 
Supervisão Escolar com uma experiência técnico-profissional na 
área educacional de mais de 35 anos. 
Como educadora exerci nas escolas diversos papéis, 
tais como: professora, orientadora educacional, coordenadora 
pedagógica, vice-diretora e diretora. 
Por acreditar nas pessoas e na capacidade de mudar 
o mundo por meio da educação, atualmente trabalho para a 
Fundação Lemann, como formadora de educadores e gestores 
educacionais, orientando e subsidiando seus trabalhos com 
caminhos mais eficazes. 
Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito 
estudo e trabalho. Conte comigo!
Tatiane Kuckel
Olá. Meu nome é Tatiane Kuckel e sou Mestre em Educação 
e Novas Tecnologias. Sou formada em Desenho pela Escola de 
Música e Belas Artes do Paraná e em Gestão da Informação pela 
Universidade Federal do Paraná. 
Tenho mais de 15 anos de experiência em processos 
e projetos para EAD, arte visuais, sistemas de informação, 
monitoramento informacional e games. 
Possuo trabalhos publicados nas linhas de Inteligência 
Artificial, EaD, Gamificação e Artes visuais. Atualmente, sou 
Gerente de Projetos e Inovação na Onilearning.
5CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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 3
ÍC
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N
ESEsses ícones aparecerão em sua trilha de aprendizagem nos seguintes casos:
OBJETIVO
No início do 
desenvolvimento 
de uma nova 
competência. DEFINIÇÃO
Caso haja a 
necessidade de 
apresentar um novo 
conceito.
NOTA
Quando são 
necessárias 
observações ou 
complementações. IMPORTANTE
Se as observações 
escritas tiverem que 
ser priorizadas.
EXPLICANDO 
MELHOR
Se algo precisar ser 
melhor explicado ou 
detalhado. VOCÊ SABIA?
Se existirem 
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo.
SAIBA MAIS
Existência de 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundar seu 
conhecimento.
ACESSE
Se for preciso acessar 
sites para fazer 
downloads, assistir 
vídeos, ler textos ou 
ouvir podcasts. 
REFLITA
Se houver a 
necessidade de 
chamar a atenção 
sobre algo a 
ser refletido ou 
discutido.
RESUMINDO
Quando for preciso 
fazer um resumo 
cumulativo das últimas 
abordagens.
ATIVIDADES
Quando alguma 
atividade de 
autoaprendizagem 
for aplicada. TESTANDO
Quando uma 
competência é 
concluída e questões 
são explicadas.
6 CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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SU
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O
Seleção e organização dos conteúdos curriculares na 
escola .......................................................................................... 9
Conteúdo .............................................................................................................11
Conteúdos factuais e conceituais ....................................................17
Conteúdos Procedimentais ...............................................................22
Conteúdos Atitudinais ........................................................................24
O currículo numa abordagem por competências ................ 27
Formas de Construção de Currículos Escolares .......................................... 35
O Currículo como Ampliação das Possibilidades de Convivência Social e 
Profissional ..........................................................................................................40
Organização do Itinerário Formativo às Características Locais e ao Projeto 
Político Pedagógico ..........................................................................................42
Definição das Cargas Horárias Curriculares ................................................. 44
Itinerários formativos e a flexibilidade curricular .............. 48
Itinerários formativos ........................................................................................48
A flexibilidade curricular ..................................................................................53
Educação inclusiva e a flexibilização do currículo ....................................... 55
Métricas e cargas horárias curriculares ............................... 60
Exemplos Práticos: ............................................................................................66
Desafios e Soluções ...........................................................................................68
7CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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Você sabia que a área de currículos e programas 
pedagógicos é uma das mais cruciais na educação e desempenha 
um papel fundamental na formação dos futuros profissionais 
da nossa sociedade? Isso mesmo. A elaboração cuidadosa de 
currículos escolares é essencial para preparar os alunos para 
os desafios do mundo moderno. Esta unidade letiva explora as 
complexidades envolvidas na seleção e organização dos conteúdos 
curriculares na escola, bem como as abordagens baseadas em 
competências, os itinerários formativos e as métricas e cargas 
horárias curriculares. Ao longo desta jornada acadêmica, você 
vai mergulhar nesse universo intrigante e compreender como 
a educação é moldada para atender às necessidades da nossa 
sociedade em constante evolução. Preparado para embarcar 
nessa jornada? Avante!
8 CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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IV
O
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Olá! Seja muito bem-vindo a nossa Unidade 3, e o nosso 
objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes 
competências profissionais até o término desta etapa de estudos:
1. Analisar as formas de construção de currículos 
escolares;
2. Interpretar o currículo como forma de ampliação das 
possibilidades de convivência social e profissional;
3. Organizar o itinerário formativo às características locais 
e ao Projeto Político Pedagógico;
4. Explorar as formas de definir cargas horárias 
curriculares.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho!
9CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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Seleção e organização dos 
conteúdos curriculares na escola
OBJETIVO
Ao término deste capítulo, você estará apto a 
compreender como a seleção e organização dos 
conteúdos curriculares na escola desempenham 
um papel fundamental na formação dos alunos. 
Essa competência é essencial para todos os 
profissionais da área educacional, uma vez que 
os conteúdos são a base do processo de ensino e 
aprendizagem. Aqueles que tentaram abordar essa 
tarefa sem o devido conhecimento enfrentaram 
desafios ao tentar proporcionar uma educação de 
qualidade. Portanto, estar preparado para navegar 
por esse universo de conteúdo é crucial para o 
sucesso na educação. Você está motivado para 
adquirir essa competência e explorar como os 
diferentes tipos de conteúdos, sejam eles factuais, 
conceituais, procedimentais ou atitudinais, 
impactam a formação dos alunos? Se sim, vamos 
juntos embarcar nessa jornada de aprendizado e 
descoberta. Avante!
Quando fui dar minha primeira aula, em 1983, recebi um 
documento que me apresentaram como o currículo da série. Nele 
estavam elencados diversos conteúdos a serem trabalhados até o 
final do ano com meus alunos.
Em nenhum momento me foi explicado como eu poderia 
realizar esse trabalho e qual a função daqueles objetivos. Eu 
simplesmente peguei o documento e fui dar minha primeira aula.
Isso é corriqueiro em muitas escolas. Os professores 
recém-formados chegam e são praticamente “lançados” em 
suas salas com um papel que denominam currículo. Muitos se 
perguntam: o que devo fazer com isso?
10 CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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Para quepropõe os mesmos objetivos e adapta os caminhos 
para se atingir.
56 CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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Imagem 3.12 – Flexibilização curricular para pessoas com deficiência
Fonte: Freepik 
A flexibilização curricular desempenha um papel crucial 
na promoção da educação inclusiva. Ao lidar com a inclusão de 
estudantes portadores de deficiência na escola, é importante 
reconhecer que o desafio vai além da simples garantia de 
vaga e mobilidade. Envolve garantir que esses alunos tenham 
acesso às mesmas oportunidades de aprendizagem que os 
demais, adaptando o processo educacional de acordo com suas 
necessidades individuais.
IMPORTANTE
É fundamental destacar que a flexibilização 
curricular não deve ser confundida com adaptação 
do currículo. A flexibilização busca proporcionar 
os mesmos objetivos de aprendizagem para todos 
os alunos, adaptando as estratégias pedagógicas 
e simplificando algumas complexidades quando 
necessário. Isso é essencial para promover uma 
educação inclusiva que atenda às necessidades de 
todos os estudantes.
57CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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Uma das questões-chave é o currículo. Muitas vezes, 
os currículos escolares são simplificados para atender a certos 
alunos, o que pode resultar na diminuição dos conteúdos 
propostos. No entanto, a flexibilização curricular não deve ser 
interpretada como uma redução de expectativas, mas como uma 
abordagem que adapta as estratégias pedagógicas e simplifica 
algumas complexidades para garantir que todos os alunos tenham 
a oportunidade de alcançar os mesmos objetivos educacionais.
É importante destacar a diferença entre flexibilização 
e adaptação do currículo. Enquanto a adaptação pode envolver 
mudanças significativas no currículo para acomodar as 
necessidades de um aluno específico, a flexibilização busca 
manter os mesmos objetivos educacionais para todos os alunos, 
variando as abordagens e estratégias de ensino para se adequar 
às diferentes necessidades.
Portanto, a flexibilização curricular visa criar uma educação 
inclusiva que ofereça oportunidades iguais a todos os alunos, 
independentemente de suas diferenças. Isso atende aos princípios 
de equidade na educação e enriquece o ambiente de aprendizagem 
ao reconhecer e valorizar a diversidade dos estudantes. 
Os professores desempenham um papel crucial nesse 
processo, precisando de orientação e recursos para implementar 
efetivamente a flexibilização curricular em suas práticas 
pedagógicas.
1. Apoio Multidisciplinar: s flexibilização curricular muitas 
vezes envolve a colaboração de uma equipe multidisciplinar, 
que inclui professores, psicólogos, terapeutas ocupacionais 
e outros profissionais. Eles trabalham juntos para criar 
estratégias de ensino personalizadas para os alunos com 
necessidades especiais.
58 CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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2. Tecnologia Assistiva: a tecnologia desempenha um 
papel importante na flexibilização curricular. Ela pode 
ser usada para criar recursos educacionais acessíveis, 
como softwares de leitura de texto para alunos com 
deficiência visual ou ferramentas de comunicação 
alternativa para alunos com dificuldades na fala.
3. Plano Individualizado: muitas vezes, os alunos com 
necessidades especiais têm um Plano Individualizado 
de Ensino (PIE) que detalha as adaptações e estratégias 
específicas que serão usadas para apoiar sua aprendizagem. 
Isso ajuda a garantir uma abordagem personalizada.
4. Treinamento de Professores: os professores 
desempenham um papel fundamental na 
implementação bem-sucedida da flexibilização 
curricular. Portanto, é essencial oferecer treinamento 
e desenvolvimento profissional para capacitá-los a 
atender às necessidades variadas de seus alunos.
5. Acessibilidade Física: além do currículo, é importante 
garantir que as instalações escolares sejam acessíveis 
a todos os alunos. Isso inclui rampas, banheiros 
adaptados e outros recursos que facilitam a participação 
de alunos com deficiência.
6. Parceria com Famílias: a colaboração entre escolas 
e famílias é fundamental. Os pais e responsáveis 
desempenham um papel importante no apoio aos 
alunos e na comunicação de suas necessidades à 
escola.
7. Legislação e Políticas: muitos países têm leis e políticas 
que promovem a inclusão na educação. É importante 
estar ciente dessas regulamentações e garantir que a 
escola esteja em conformidade.
59CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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A flexibilização curricular é uma abordagem dinâmica que 
busca equilibrar os objetivos educacionais com a individualidade 
dos alunos. Quando implementada de maneira eficaz, ela contribui 
significativamente para criar um ambiente educacional inclusivo, 
onde todos os alunos têm a oportunidade de aprender e prosperar.
RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza 
de que você realmente entendeu o tema de 
estudo deste capítulo, vamos resumir tudo 
o que vimos. Você deve ter aprendido que a 
flexibilidade curricular e os itinerários formativos 
desempenham papéis cruciais na construção de 
uma educação inclusiva e adaptada às necessidades 
dos estudantes. No decorrer deste capítulo, 
exploramos como a flexibilização do currículo 
não se resume à simplificação, mas sim a oferecer 
oportunidades igualitárias de aprendizado a todos 
os alunos, incluindo aqueles com deficiência.
Discutimos a importância de reconhecer a 
diversidade de estilos de aprendizagem e como a 
flexibilização curricular permite diferentes caminhos 
para alcançar os mesmos objetivos educacionais. 
Além disso, destacamos a relevância de considerar 
as necessidades individuais dos estudantes e adaptar 
as estratégias pedagógicas de acordo com elas.
Portanto, ao concluir este capítulo, esperamos que 
você tenha adquirido um entendimento sólido 
sobre como a flexibilidade curricular e os itinerários 
formativos podem contribuir para uma educação 
mais inclusiva e adaptada, permitindo que todos os 
estudantes tenham a oportunidade de prosperar em 
seu processo de aprendizagem. Continue explorando 
esse tema e buscando maneiras de implementar 
esses conceitos em sua prática educacional. O 
conhecimento adquirido aqui certamente o ajudará 
a se tornar um educador mais eficaz e inclusivo.
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Métricas e cargas horárias 
curriculares
OBJETIVO
Ao término deste capítulo, você será capaz de 
entender como funcionam as métricas e cargas 
horárias curriculares. Esse conhecimento será 
fundamental para o exercício de sua profissão 
como educador, pois as métricas e cargas horárias 
desempenham um papel crucial na organização e 
avaliação de programas educacionais. Pessoas que 
tentaram lidar com esses aspectos sem a devida 
instrução muitas vezes enfrentaram desafios 
significativos ao planejar currículos e garantir que 
atendam às necessidades dos estudantes.
A compreensão das métricas curriculares permite 
uma avaliação mais precisa do desempenho dos 
alunos e do impacto das estratégias pedagógicas. 
Além disso, a gestão eficaz das cargas horárias 
curriculares é essencial para equilibrar a 
distribuição do tempo de ensino entre diferentes 
disciplinas e áreas de conhecimento.
Portanto, este capítulo se propõe a fornecer o 
conhecimento necessário para que você possa 
dominar as métricas e cargas horárias curriculares, 
capacitando-o a planejar currículos eficazes e 
adequados às necessidades de seus alunos. Pronto 
para desenvolver essa competência e aprimorar 
sua prática educacional? Vamos em frente!
A palavra “métrica” provém da ideia de medir. Podemos 
medir uma distância com uma fita métrica, ou um aprendizado 
com uma nota consequente de uma avaliação, e até mesmo o 
resultado de um projeto com a realização de uma atividade final. 
Afinal, como diria Peter Ferdinand Drucker: “Se você não pode 
medir, não pode gerenciar”.
61CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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Considerando a força dessa palavra(métrica), podemos 
relacioná-la ao currículo de uma forma que consiga ser organizado em 
quantidades de conteúdos e seus respectivos tempos para realização 
em sala de aula. Não se descarta ainda a importância de mensurar 
esses conhecimentos para verificar se foram aprendidos ou não.
A grade curricular envolve as disciplinas obrigatórias e 
optativas de um curso e suas respectivas horas de trabalho efetivo 
em sala de aula. Cabe aos estudantes ficarem atentos as grades 
oferecidas para certificarem-se de que o curso escolhido atende 
às suas expectativas.
As escolas definem suas grades curriculares sempre com 
base nos textos oficiais e, por isso, vamos verificar o que encontramos 
de importante na LDB 9394/1996 sobre cada etapa de ensino.
Art. 24. A educação básica, nos níveis 
fundamental e médio, será organizada de 
acordo com as seguintes regras comuns: 
I – a carga horária mínima anual será de 
oitocentas horas para o ensino fundamental 
e para o ensino médio, distribuídas por um 
mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho 
escolar, excluído o tempo reservado aos 
exames finais, quando houver;
Art. 31. A educação infantil será organizada de 
acordo com as seguintes regras comuns:
 I – avaliação mediante acompanhamento e 
registro do desenvolvimento das crianças, 
sem o objetivo de promoção, mesmo para o 
acesso ao ensino fundamental; 
II – carga horária mínima anual de 800 
(oitocentas) horas, distribuída por um mínimo 
de 200 (duzentos) dias de trabalho educacional;
62 CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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 III – atendimento à criança de, no mínimo, 4 
(quatro) horas diárias para o turno parcial e 
de 7 (sete) horas para a jornada integral;
Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, 
com duração de 9 (nove) anos, gratuito na 
escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos 
de idade, terá por objetivo a formação básica 
do cidadão.
Art. 34. A jornada escolar no ensino 
fundamental incluirá pelo menos quatro 
horas de trabalho efetivo em sala de aula, 
sendo progressivamente ampliado o período 
de permanência na escola. 
§ 1o São ressalvados os casos do ensino 
noturno e das formas alternativas de 
organização autorizadas nesta Lei.
 § 2o O ensino fundamental será ministrado 
progressivamente em tempo integral, a 
critério dos sistemas de ensino.
Art. 35, § 5º- A carga horária destinada ao 
cumprimento da Base Nacional Comum 
Curricular não poderá ser superior a mil e 
oitocentas horas do total da carga horária do 
ensino médio, de acordo com a definição dos 
sistemas de ensino.
Art. 47. Na educação superior, o ano letivo 
regular, independente do ano civil, tem, no 
mínimo, duzentos dias de trabalho acadêmico 
efetivo, excluído o tempo reservado aos 
exames finais, quando houver.
63CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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 § 1o As instituições informarão aos 
interessados, antes de cada período letivo, os 
programas dos cursos e demais componentes 
curriculares, sua duração, requisitos, 
qualificação dos professores, recursos 
disponíveis e critérios de avaliação, obrigando-
se a cumprir as respectivas condições,
§ 3o É obrigatória a frequência de alunos 
e professores, salvo nos programas de 
educação a distância. 
A organização das grades curriculares é de extrema 
importância para o planejamento. Essa organização garantirá ou 
não a qualidade do que é oferecido ao estudante.
Existe uma lógica básica de organização que precisamos 
deixar claro. A grade curricular de uma disciplina é dividia por ano 
série e, em cada período, serão elencadas as disciplinas básicas 
para o seguimento da aprendizagem em outras séries.
Por isso, as disciplinas de Química e Física, por exemplo, 
aparecem a partir do 7º ano do Ensino Fundamental. O aluno 
antes de realizar essas disciplinas precisa ter domínio sobre 
cálculo e interpretação de situações-problema. Caso contrário ele 
não conseguirá entender os desafios propostos e nem realizar os 
cálculos necessários que exigem esses programas escolares.
Cada seguimento da educação tem suas peculiaridades e, 
atendendo a elas, terão que ser priorizadas disciplinas e tempos 
preestabelecidos que levem o estudante a se formar com a base 
mínima proposta.
64 CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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imagem 3.13 – Exemplo de grade curricular de um curso
Ensino Fundamental I
COMPONENTES CURRICULARES
NÚMERO DE AULAS 
POR SEMANA
1º 
ano
2º 
ano
3º 
ano
4º 
ano
5º 
ano
Fu
nd
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 C
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M
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LINGUAGENS, 
CÓDIGOS E SUAS 
TECNOLOGIAS
Língua Portuguesa 7 7 7 7 7
Arte 2 2 2 2 2
Educação Física 2 2 2 2 2
MATEMÁTICA 
E SUAS 
TECNOLOGIAS
Matemática 4 7 7 7 7
CIÊNCIAS DA 
NATUREZA 
E SUAS 
TECNOLOGIAS
Ciências 2 3 3 3 3
CIÊNCIAS 
HUMANAS 
E SUAS 
TECNOLOGIAS
História e Geografia 3
História 2 2 2 2
Geografia 2 2 2 2
PA
RT
E 
D
IV
ER
SI
FI
CA
D
A
LINGUAGENS, 
CÓDIGOS E SUAS 
TECNOLOGIAS
Língua Inglesa 2 2 2 2 2
CIÊNCIAS 
HUMANAS 
E SUAS 
TECNOLOGIAS
Ensino Religioso 1 1 2 2 2
Projetos e Assembleias 2 2 1 1 1
Brincar 5
TOTAL GERAL 30 30 30 30 30
 Fonte: Elaborado pela autoria (2020)
É preciso prever detalhes. Quanto tempo um estudante de 
ciências deve ter reservado no laboratório para atividades práticas? 
Quantas horas semanais são primordiais para se desenvolver os 
conteúdos de matemática? São questões como essa que devem 
permear a construção das cargas horárias curriculares.
65CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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Acreditando que as grades curriculares devem ser 
avaliadas todos os anos, antes de defini-la é importante um estudo 
dos resultados das grades anteriores. 
Mensurar os resultados ajudará a avaliar a efetividade do 
que está posto e sua necessidade de aprimoramento. Por isso, o 
ideal é que esses estudos sejam realizados com a equipe escolar, 
envolvendo diversos seguimentos, pois essa visão sistêmica 
ajudará nas melhores decisões.
IMPORTANTE
O Projeto Político Pedagógico da escola deve 
considerar todos os aspectos abordados nas 
unidades estudadas.
Considere que no PPP devemos ter todos esses aspectos 
abarcados, incluindo a caracterização da comunidade, as 
metodologias que irão consagrar a aprendizagem, as possibilidades 
de flexibilização, a legislação vigente, a grade curricular e assim por 
diante, contando com a participação de toda a comunidade escolar.
Passo-a-passo: Veja um exemplo de como parte do 
currículo poderá ser organizado de forma resumida.
1. Atender as legislações vigentes;
2. Definir com a equipe escolar o currículo mínimo a ser 
desenvolvido;
3. Definir, no Projeto Político Pedagógico (PPP), 
a caracterização da comunidade escolar, suas 
necessidades e a metodologia adequada para atendê-
los de forma eficaz;
4. Definir temas transversais que serão desenvolvidos em 
cada etapa e ano de ensino;
66 CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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5. Definir a grade curricular para cada etapa e ano de 
ensino;
6. O professor, em posse de todas essas informações, 
define os planos de aula.
Exemplos Práticos:
Aqui estão alguns exemplos práticos de como as métricas 
e cargas horárias curriculares são aplicadas em escolas ou 
programas educacionais:
1. Grade Curricular do Ensino Fundamental
 • Uma escola de ensino fundamental planeja sua grade 
curricular de acordo com as diretrizes do Ministério da 
Educação. Ela reserva um número específico de horas 
para disciplinas como Matemática, Língua Portuguesa, 
Ciências e Artes, distribuindo o conteúdo ao longo do 
ano letivo.
 • A escola também define um tempo mínimo para aulas 
de Educação Física e atividades extracurriculares, 
garantindo que os alunos tenham uma educação 
equilibrada.
2. Ensino Médio e Optativas
 • No ensino médio, os alunos podem ter a opção 
de escolher disciplinas eletivas, como Filosofia 
ou Informática. A escola deve alocar um número 
apropriado de horas para essas disciplinascom base 
na demanda dos alunos.
 • Métricas são usadas para avaliar o desempenho 
dos alunos nessas disciplinas eletivas, ajudando a 
determinar se elas continuam sendo oferecidas no 
currículo.
67CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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3. Avaliação de Progresso
 • Durante o ano letivo, os professores avaliam o 
progresso dos alunos em relação aos objetivos de 
aprendizado estabelecidos. Eles podem usar testes, 
trabalhos e projetos para medir o desempenho dos 
alunos em diferentes áreas do currículo.
 • Essas métricas de desempenho são registradas e 
compartilhadas com os alunos e seus responsáveis 
para acompanhamento.
4. Alocação de Recursos
 • Uma escola decide investir em recursos adicionais para 
melhorar o desempenho dos alunos em Matemática. 
Com base em métricas anteriores, eles identificaram 
que os alunos têm dificuldades nessa disciplina.
 • A escola aloca horas extras de aulas de reforço em 
Matemática e contrata professores adicionais para 
atender a essa necessidade específica.
5. Avaliação de Programas Educacionais
 • Uma instituição de ensino superior avalia a eficácia de 
um programa educacional oferecido aos estudantes. 
Eles medem o sucesso dos alunos em alcançar os 
objetivos do programa e a taxa de conclusão.
 • Com base nessas métricas, a instituição pode fazer 
ajustes no programa, como revisar a carga horária de 
certas disciplinas ou adicionar recursos de apoio.
6. Avaliação de Cursos On-line
 • Uma plataforma de ensino on-line rastreia o tempo 
médio que os alunos gastam em diferentes módulos 
de cursos. Eles usam essas métricas para identificar 
68 CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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quais partes do curso são mais desafiadoras ou menos 
envolventes para os alunos.
 • Com base nas métricas, a plataforma pode redesenhar 
o curso para torná-lo mais eficaz e envolvente.
Esses exemplos práticos ilustram como as métricas e 
cargas horárias curriculares são aplicadas na educação, ajudando 
a orientar o planejamento, a avaliação e a melhoria contínua dos 
programas educacionais. Eles demonstram a importância de 
medir o progresso dos alunos e adaptar o currículo para atender 
às necessidades específicas de aprendizado.
Desafios e Soluções
Aqui estão algumas ferramentas, recursos e software que 
podem auxiliar na organização e medição de métricas curriculares:
1. Sistema de Gestão Escolar (SGE)
 • Ferramentas como o SGE são essenciais para escolas 
e instituições de ensino. Eles permitem que as escolas 
gerenciem informações acadêmicas, incluindo a grade 
curricular, registros de alunos, notas e frequência.
2. Planilhas Eletrônicas (Excel, Google Sheets)
 • Planilhas eletrônicas são úteis para criar modelos 
personalizados de grade curricular e acompanhar 
métricas de desempenho dos alunos. Elas podem ser 
usadas para calcular médias, gerar relatórios e gráficos.
3. Software de Planejamento Curricular
Existem softwares específicos projetados para o 
planejamento curricular. Eles permitem que os educadores criem, 
editem e gerenciem currículos de forma eficiente. Alguns exemplos 
incluem o Atlas Curriculum Management e o Curriculum Mapper.
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4. Plataformas de Aprendizado On-line
 • Para instituições que oferecem cursos on-line, 
plataformas de aprendizado como Moodle, Canvas e 
Blackboard fornecem recursos para planejar currículos, 
criar atividades e avaliar o progresso dos alunos.
5. Sistemas de Avaliação On-line
 • Ferramentas de avaliação on-line, como Kahoot! e 
Quizlet, podem ser usadas para criar questionários e 
testes interativos que medem o conhecimento dos 
alunos em diferentes áreas do currículo.
6. Sistemas de Gerenciamento de Avaliação
 • Para escolas que desejam automatizar a avaliação 
de métricas de desempenho dos alunos, sistemas 
como o SABER permitem criar e gerenciar avaliações 
padronizadas.
7. Plataformas de Análise de Dados Educacionais
 • Plataformas como Tableau e Power BI ajudam as 
instituições de ensino a analisar dados acadêmicos 
e criar painéis interativos para visualizar métricas 
curriculares.
8. Aplicativos de Planejamento de Aulas
 • Educadores podem usar aplicativos como o Planboard 
e o Common Curriculum para planejar aulas de 
acordo com a grade curricular, definindo objetivos de 
aprendizado e atividades.
9. Plataformas de Compartilhamento de Conteúdo
 • Plataformas como Google Classroom e Edmodo 
permitem que os professores compartilhem materiais 
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de ensino, atribuições e informações relacionadas ao 
currículo com os alunos.
10. Software de Gerenciamento de Projetos Educacionais
 • Para projetos educacionais complexos, ferramentas 
como o Trello podem ajudar a organizar tarefas, prazos 
e recursos necessários.
Essas ferramentas e recursos podem ser úteis para 
educadores, gestores escolares e instituições de ensino na 
organização, medição e otimização de métricas curriculares, 
facilitando o processo de planejamento e avaliação educacional. 
A escolha da ferramenta dependerá das necessidades específicas 
de cada instituição e do nível de ensino.
Aqui estão alguns dos desafios comuns e possíveis 
soluções ou melhores práticas para superá-los:
Desafio 1: Diversidade de Alunos e Necessidades 
Educacionais
 • Desafio: as escolas muitas vezes têm uma diversidade 
de alunos com diferentes necessidades educacionais, 
o que torna difícil criar uma grade curricular única que 
atenda a todos.
 • Solução: implementar a flexibilidade curricular 
é fundamental. Oferecer opções de disciplinas e 
itinerários formativos que permitam aos alunos 
escolherem com base em seus interesses e habilidades. 
Além disso, a adaptação curricular individualizada pode 
ser necessária para alunos com necessidades especiais.
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Desafio 2: Mudanças na Legislação Educacional
 • Desafio: as leis e regulamentações educacionais 
podem mudar, afetando as métricas e cargas horárias 
curriculares.
Solução: manter-se atualizado com as mudanças na 
legislação é crucial. As escolas devem ter um comitê ou equipe 
dedicada a acompanhar essas mudanças e ajustar suas grades 
curriculares de acordo.
Desafio 3: Avaliação de Desempenho dos Alunos
 • Desafio: medir o desempenho dos alunos de forma 
eficaz pode ser complicado, especialmente com 
abordagens tradicionais de avaliação.
 • Solução: implementar uma variedade de métodos de 
avaliação, incluindo avaliações formativas e somativas, 
projetos práticos, portfólios e autoavaliação dos 
alunos. Isso fornece uma imagem mais abrangente do 
progresso dos alunos.
Desafio 4: Equilíbrio de Cargas Horárias
 • Desafio: distribuir efetivamente as horas de ensino 
entre diferentes disciplinas e áreas de conhecimento é 
um desafio constante.
 • Solução: realizar análises periódicas das cargas 
horárias para garantir que sejam distribuídas de forma 
equilibrada. Considerar a importância de cada disciplina 
e suas contribuições para os objetivos educacionais.
Desafio 5: Envolvimento da Comunidade Escolar
 • Desafio: o envolvimento de professores, pais e alunos 
na definição das métricas curriculares pode ser limitado.
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• Solução: promover a participação ativa da comunidade 
escolar na elaboração do Projeto Político Pedagógico 
(PPP). Realizar reuniões e consultas para ouvir as opiniões 
e necessidades de todas as partes interessadas.
Desafio 6: Atualização e Avaliação Contínua
 • Desafio: as grades curriculares precisam ser atualizadas 
e avaliadas continuamente para se manterem 
relevantes.
 • Solução: estabelecer um ciclo de revisão curricular 
regular. Realizar pesquisas educacionais, coletar 
feedback dos alunos e professores e fazer ajustes 
conforme necessário.
Desafio 7: Recursos Limitados
 • Desafio: escolas com recursos limitados podem 
enfrentar dificuldades para oferecer uma ampla gama 
de disciplinas e atividades.
 • Solução:buscar parcerias com outras instituições, 
utilizar recursos educacionais digitais e procurar 
subsídios ou financiamento para expandir as ofertas 
curriculares.
Lidar com métricas e cargas horárias curriculares requer 
flexibilidade, adaptabilidade e envolvimento de toda a comunidade 
escolar. Ao enfrentar esses desafios com soluções adequadas, as 
escolas podem proporcionar uma educação de alta qualidade 
que atenda às necessidades dos alunos e esteja alinhada com as 
metas educacionais.
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RESUMINDO
Neste capítulo, exploramos a importância das 
métricas e cargas horárias curriculares na 
organização e avaliação de programas educacionais. 
Abordamos exemplos práticos, desafios comuns e 
soluções, bem como ferramentas e recursos que 
auxiliam na implementação desses conceitos na 
prática educacional.
Apresentamos exemplos práticos de como as 
métricas e cargas horárias curriculares são 
aplicadas em escolas e programas educacionais. 
Esses exemplos demonstram como a organização 
das grades curriculares, a distribuição das cargas 
horárias e a flexibilidade curricular impactam 
diretamente a experiência de aprendizado dos 
alunos. Compreender esses exemplos é essencial 
para planejar currículos eficazes e adequados às 
necessidades dos estudantes.
Discutimos os desafios comuns enfrentados pelas 
escolas ao lidar com métricas e cargas horárias 
curriculares. Exploramos soluções e melhores 
práticas para superar esses desafios, destacando 
a importância da flexibilidade, avaliação de 
desempenho dos alunos, equilíbrio de cargas 
horárias e envolvimento da comunidade escolar. 
Abordamos também a necessidade de atualização 
e avaliação contínua das grades curriculares.
Indicamos ferramentas, recursos e softwares 
que podem auxiliar na organização e medição 
de métricas curriculares. Essas ferramentas 
incluem software de gestão escolar, aplicativos 
de planejamento curricular e outras tecnologias 
educacionais que facilitam o acompanhamento e a 
análise das métricas. Esses recursos são essenciais 
para uma gestão eficaz das grades curriculares.
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Em resumo, este capítulo oferece uma visão 
abrangente das métricas e cargas horárias 
curriculares, destacando sua relevância na 
educação. Aprendemos que esses conceitos 
desempenham um papel fundamental na 
garantia da qualidade do ensino, na adaptação 
às necessidades dos alunos e na conformidade 
com as regulamentações educacionais. Agora que 
exploramos esses tópicos, você deve ter adquirido 
um entendimento sólido sobre como funcionam 
as métricas e cargas horárias curriculares e 
como aplicá-las de maneira eficaz em contextos 
educacionais. Estamos prontos para avançar e 
continuar nossa jornada de aprendizado.
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BERGER FILHO, R. L. Formação baseada em competências numa 
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Pelotas. Anais […], Pelotas, 1998.
BRASIL. Lei nº 13.415, de fevereiro de 2017. Altera as Leis n º 9.394, 
de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da 
educação nacional, e 11.494, de 20 de junho 2007, que regulamenta 
o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e 
de Valorização dos Profissionais da Educação, a Consolidação das 
Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de 
maio de 1943, e o Decreto-Lei nº 236, de 28 de fevereiro de 1967; 
revoga a Lei nº 11.161, de 5 de agosto de 2005; e institui a Política 
de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em 
Tempo Integral. Diário Oficial da União, Brasília, 2017. Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/
l13415.htm. Acesso em: 24 nov. 2023.
BRASIL.  Lei nº 9394/96, de 20 de dezembro de 1996. Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Estabelece as diretrizes 
e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 
1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
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BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros 
curriculares nacionais: meio ambiente. Disponível em: http://
portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/meioambiente.pdf. Acesso 
em: 24 nov. 2023.
BRASIL. Pronatec: um caminho de oportunidades pela 
educação profissional e tecnológica. Portal MEC. Disponível 
em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_
docman&view=download&alias=35391-pronatec-apresentacao-
pdf&Itemid=30192. Acesso em: 24 nov. 2023.
BRASIL. Resolução nº 3, de 21 de novembro de 2018. Atualiza as 
Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Diário 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13415.htm
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http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=35391-pronatec-apresentacao-pdf&Itemid=30192
76 CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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77CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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LEITE, J. F. N. A formação do psicólogo: clínica, social e mercado. 
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ensino médio. Porto Alegre: Sulina, 2004.
MACHADO, L. Currículo em bases contínuas. São Paulo: IIEP, 
2005. 
MACEDO, L. de. Ensaios pedagógicos: como construir uma escola 
para todos? Porto Alegre: Artmed, 2005.
MORAES, M. O paradigma educacional emergente. Campinas/
SP: Papirus, 2000.
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MORAES, M. C.; TORRE, S. Sentipensar: fundamentos e estratégias 
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PERRENOUD, P. Construir competências é virar as costas aos 
saberes? In: Revista Pátio, Porto Alegre: ARTMED, v. 03, n. 11, p. 
15-19, 2010.
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Profissional em Saúde. Fiocruz. Disponível em: http://www.sites.
epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/itifor.html. Acesso em: 20 
nov. 2020.
https://dicionario.priberam.org/procedimento
http://www.sites.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/itifor.html
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78 CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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SACRISTAN, J. G. O currículo como texto da experiência: Da 
qualidade de ensino à aprendizagem. In: SACRISTAN, J. G. A 
educação que ainda é possível: ensaios sobre uma cultura para 
a educação. Porto Alegre: Artmed, 2007. 
WERTHEIN, J.; CUNHA, C. Fundamentos da nova educação. 
Cadernos UNESCO, 2000. Disponível em: https://unesdoc.unesco.
org/ark:/48223/pf0000129766. Acesso em: 08 dez. 2020.
ZABALA, A.; ARNOU, L. A. A competência sempre envolve 
conhecimentos inter-relacionados a habilidades e atitudes. In: 
ZABALA, A.; ARNAU, L. Como aprender e ensinar competências. 
Porto Alegre: Artmed, 2010.
ZABALA, A. Como trabalhar os conteúdos procedimentais em 
aula. Porto Alegre: Artmed, 1998.
https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000129766
https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000129766
	Seleção e organização dos conteúdos curriculares na escola
	Conteúdo
	Conteúdos factuais e conceituais
	Conteúdos Procedimentais
	Conteúdos Atitudinais
	O currículo numa abordagem por competências
	Formas de Construção de Currículos Escolares
	O Currículo como Ampliação das Possibilidades de Convivência Social e Profissional
	Organização do Itinerário Formativo às Características Locais e ao Projeto Político Pedagógico 
	Definição das Cargas Horárias Curriculares
	Itinerários formativos e a flexibilidade curricular
	Itinerários formativos
	A flexibilidade curricular 
	Educação inclusiva e a flexibilização do currículo
	Métricas e cargas horárias curriculares
	Exemplos Práticos:
	Desafios e Soluçõesvocês não passem por isso, vamos conversar 
um pouco sobre o que fazer com esse documento, e mais, como 
construí-lo de forma que seja realmente um orientador do trabalho 
em sala de aula.
Aprendi com minha experiência que Priscila Couto (2020, 
on-line) tem razão ao afirmar que o “óbvio precisa ser dito”:
O que é explícito para um pode não ser 
para outro. Nas estratégias de comunicação, 
nos briefings  enviados para os fornecedores, 
nos veículos internos, no diálogo; o óbvio 
precisa ser dito. É possível mitigar vários 
desvios e ruídos revalidando o que foi falado, 
mesmo que seja algo que “pareça” implícito.
Seja na aprovação de peças com o fornecedor 
ao repetir o papel e formato validados, seja 
na comunicação com os colaboradores, seja 
nos veículos é preciso reforçar a informação e 
buscar a clareza e objetividade.
A transparência é fundamental para gerar 
engajamento, confiança e assertividade no 
resultado. É preciso amarrar todas as pontas.
A indicação de Priscila vem ao encontro do que acontece na 
educação, já que muitos estudantes não entendem determinados 
conteúdos, pois o professor julga óbvio que eles saibam de alguns 
detalhes que o alicerçam na aprendizagem. 
Da mesma forma, os professores acabam rejeitando 
muitas sugestões para melhor desenvolver seu trabalho, pois 
quando recebe essa indicação, ainda lhe faltam informações 
e justificativas. Aquilo que não fica claro ao professor, ele não 
entende e acaba recebendo como uma imposição.
11CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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Em função disso, vamos esclarecer até mesmo as questões 
mais óbvias, como, por exemplo, o que é conteúdo.
Conteúdo
Segundo do Dicionário Priberam, a palavra “conteúdo” 
refere-se a um assunto, aos dizeres de uma carta, ao que está 
contido em uma caixa ou um invólucro.
Imagem 3.1 – Conteúdos selecionados para ensinar leitura de uma pauta musical
Compasso 
musical
Notas 
musicais
Figuras de 
tempo
Armaduras 
de claves
Leitura 
de uma 
pauta 
musical
1
2
3
4
 
Fonte: Elaborado pela autoria (2020)
A Imagem 1.1 nos mostra os conteúdos contidos dentro 
do assunto geral “leitura de uma pauta musical”, isto é, tudo que 
está relacionado ao tema que leva ao conhecimento final que é, 
nesse caso, ler uma pauta musical.
Dessa forma, é possível entendermos que, para alcançar 
um objetivo de aprendizagem, o processo de seleção de 
12 CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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conteúdos é primordial. A leitura de uma pauta musical depende 
de sabermos antes como ler as notas musicais, as figuras de 
tempo, a armadura de clave e o que é compasso musical. Por isso, 
esses conteúdos passam a fazer parte do caminho para a leitura 
e, consequentemente, a interpretação.
No que concerne a conteúdos curriculares, Sacristan 
(2007) assinala que o currículo tem que ser entendido a partir:
[...] (d)aquilo que é, na realidade, a cultura nas 
salas de aula, fica configurado em uma série de 
processos: as decisões prévias acerca do que 
se vai fazer no ensino, as tarefas acadêmicas 
reais que são desenvolvidas, a vida internadas 
salas de aula e os conteúdos se vinculam com 
o mundo exterior, as relações grupais, o uso e 
o aproveitamento de materiais, as práticas de 
avaliação etc.
Definido pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
(LDB), em seu artigo 26, os currículos do Ensino Fundamental 
e do Ensino Médio devem ter uma base nacional comum a ser 
complementada em cada sistema de ensino e estabelecimento 
escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características 
regionais e locais da sociedade, da cultura da economia e da clientela.
Abaixo, discriminamos partes da legislação que nos 
mostram essa realidade: 
  
§ 1º  –  Os currículos devem abranger 
obrigatoriamente o estudo da lingua 
Portuguesa e da Matemática, o 
conhecimento do mundo físico e 
natural e darealidade social e política, 
especialmente do Brasil.
13CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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§ 2° – O ensino da arte constituirá componente 
curricular obrigatório, nos diversos níveis 
da educação básica, de forma a promover o 
desenvolvimento cultural dos alunos.
§  3°  –  A Educação Física integrada à proposta 
pedagógica da escola, é componente curricular 
obrigatório da educação básica, ajustando-se às 
faixas etárias e às condições da população escolar, 
sendo sua prática facultativa ao aluno que cumpra 
jornada de trabalho igual ou superior a 06 horas; 
maior de 30 anos; que estiver prestando serviço 
militar inicial ou que, em situação similar estiver o 
lerigado a prática da Educação Física; amparado 
pelo decreto Lei nº 1044, de 21 de outubro de 
1969; que tenha prole.
§ 4º – O ensino da história do Brasil levará em 
conta as contribuiçoes das diferentes culturas 
e etnias para a formação do povo brasileiro, 
especialmente das matrizes indígena, africana 
e européia.
§  5° – Na parte diversificada do currículo 
será incluído, obrigatoriamente,a partir do 
6º ano, o ensino de pelo menos uma língua 
estrangeira moderna, cuja escolha ficará a 
cargo da comunidade escolar, dentro das 
possibilidades da instituição.
Os conteúdos curriculares da Educação Básica observarão 
ainda cumprir as seguintes diretrizes:
 • A difusão de valores fundamentais ao interesse social, 
aos direitos e deveres dos cidadãos, de respeito ao bem 
comum e à ordem democrática;
14 CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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 • Consideração das condições de escolaridade dos alunos 
em cada estabelecimento;
 • Orientação para o trabalho;
 • Promoção do desporto educacional e apoio às práticas 
educativas não formais.
Dessa forma, podemos pensar em conteúdo, de forma 
bem simplificada, como os conhecimentos que serão transmitidos 
aos alunos, observando que devem atender aos objetivos de cada 
disciplina que compõe o currículo.
Imagem 3.2 – Seleção de conteúdos a serem trabalhados em sala de aula, a partir de cada 
disciplina
CONTEÚDOS
CONTEÚDOS
CONTEÚDOS
CONTEÚDOS
CONTEÚDOS
DISCIPLINAS
LÍNGUA 
PORTUGUESA
MATEMÁTICA
HISTÓRIA
GEOGRAFIA
CIÊNCIAS
 
Fonte: Elaborado pela autoria (2020)
VOCÊ SABIA?
A Lei de Diretrizes de Bases da Educação Nacional 
(LDB), sancionada há 23 anos, especificamente em 
20 de dezembro de 1996, teve importância crucial 
nas transformações ocorridas desde então. 
Servindo à Educação, como a Constituição atende para 
o conjunto da legislação brasileira, a LDB abriu espaço para 
consolidar medidas que ampliaram o acesso e melhoraram o 
financiamento do ensino no Brasil.
15CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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Considerando que cada disciplina tem seus objetivos, cabe 
às equipes técnico-pedagógicas orientar os professores sobre o 
desenvolvimento desse currículo, e também como transformá-lo 
significativamente para os estudantes.
Caberá ter conhecimento da realidade local, das 
características dos alunos para uma seleção desses conhecimentos 
que comporão o currículo em cada série/ano do processo escolar. 
A partir da consciência de quem são os estudantes que estão sob 
nossa responsabilidade é que podemos criar uma sequência de 
estudos e formas de ensinar que contemplem essa realidade.
REFLITA
Imagine uma escola indígena. Qual estratégia de 
aula ficará mais adequado para esses estudantes?
1. O professor lançar situações-problema 
sobre compras no shopping center;
2. O professor lançar situações-problema 
sobre caça e pesca.
Qual dessas opções é mais significativa para esse 
grupo? Fica muito claro que trabalhar sobre a 
perspectiva da realidade deles, ou seja, a caça e 
a pesca, trará mais significado e relevância para a 
aprendizagem.
Zabala (1988) refere-se ao conteúdo selecionado a ser 
trabalhado em sala de aula da seguinte forma: 
 • Conteúdos factuais/conceituais;
 • Conteúdos procedimentais;
 • Conteúdos atitudinais.
Conhecer o que cada conteúdo significa e como ele se 
desenvolve no currículo ajudará o professor a escolher objetivos e 
metodologias didáticas para sua atuação.
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É importante ter em vista de que o conteúdo 
escolar não envolve apenas os conceitos, 
mas procedimentos e atitudes que devem 
ser inseridos no processo de ensino e 
aprendizagem de forma inter-relacionados. 
(Coll et al., 1992)
Antes de especificarmos o que cada tipologia de conteúdo 
abrange, será importante também lembrarmos dos quatro pilares 
da educação estabelecidos pela UNESCO para a educação do 
século XXI, nos cadernos elaborados por Werthein e Cunha (2000) 
e sua relação com os conteúdos. São eles:
 • Aprender a conhecer – ensinar ao aluno que ele pode 
descobrir o saber, pesquisar e criar.
 • Aprender a fazer – ligada à formação profissional, às 
necessidades do mercado de trabalho e à capacidade 
em realizar o que se aprendeu.
 • Aprender a conviver – ligada à percepção do outro, à 
vida em grupo, ao respeito etc.
 • Aprender a ser – para desenvolver, o melhor possível, a 
personalidade e estar em condições de agir com uma 
capacidade cada vez maior de autonomia, discernimento 
e responsabilidade pessoal. 
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Imagem 3.3 – 4 pilares da educação
Aprender a 
conhecer
Aprender a ser
Aprender a 
fazer
Aprender a 
conviver
4 Pilares da 
educação
 Fonte: Elaborado pela autoria (2020)
Veremos na sequência que muito desses saberes estão 
relacionados à classificação de conteúdo.
Conteúdos factuais e conceituais
Os conteúdos conceituais e factuais consistem em fatos, 
informações, conceitos construídos na história e na ciência. 
Relacionando aos quatro pilares da educação, seria “aprender a 
conhecer”.
Todo conhecimento tem base teórica, científica, intelectual, 
filosófica, calculista ou mesmo conhecimento popular. Conhecer 
essa fundamentação desenvolve parte cognitiva dos estudantes 
fortalecendo o raciocínio, a memória e proporcionando a 
construção do conhecimento.
Exemplo: Um professor que ensina história selecionará 
conhecimentos do período específico objetivado e trará 
informações sobre os acontecimentos da época.
18 CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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Vejamos a sugestão do currículo de História em 2011, 
do Estado de São Paulo, para o início do ano das quintas 
séries do Ensino Fundamental:
 • Sistemas sociais e culturais de notação de tempo ao 
longo da história;
 • As linguagens das fontes históricas;
 • • Documentos escritos, mapas, imagens, entrevistas;
 • A vida na Pré-história e a escrita, e os suportes e 
instrumentos da escrita.
Podemos retomar aqui que, além de conhecer esses 
aspectos, também de forma oculta poderá ser trabalhada uma 
série de valores, que também devem fazer parte do currículo.
A palavra “conhecer” garante a aprendizagem? O fato de 
escutarmos um professor discorrendo sobre um assunto nos 
garante que apreendemos realmente seu valor diante do cotidiano 
de vida?
Podemos ter várias aulas de um determinado conteúdo 
e nem por isso aprendermos sobre ele. Quem se lembra ainda 
como aplicar os cálculos de química para determinar o “Ph” de 
algum elemento natural? São informações que muitas vezes 
possibilitam a entrada em universidades, porém, se não for 
realmente significativo para o estudante, esse conhecimento cairá 
no esquecimento.
Nesse caso, devemos entender que esse conteúdo 
conceitual deveria ser explorado de forma que os alunos pudessem 
se posicionar diante da informação e usar esses conhecimentos 
para sua vida futura social ou mesmo profissional. Reafirmado por 
Zabala (1988, p.23):
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Na aprendizagem conceitual, os conteúdos e 
princípios abordados pelo professor devem 
ser trazidos para o mundo real das ideias, a fim 
de que se possa utilizá-lo para a interpretação 
de situações corriqueiras.
Imagem 3.4 – Conhecer o aluno para contextualizar o conhecimento
 
Fonte: Elaborado pela autoria (2020)
Para uma estudante, filha de pais agricultores, qual a sua 
realidade? É essa pergunta que fará emergir o que se pode usar da 
realidade em que vive para ensinar e estabelecer um processo de 
aprendizagem personalizado e contextualizado.
Normalmente as escolas concentram seus esforços 
no ensino de conteúdos factuais e conceituais, ignorando as 
demais propostas de conteúdo, e essa questão pode e deve ser 
trabalhada como tema de formação dos professores pela equipe 
técnico-pedagógica. Criar espaço para reflexão com os docentes é 
fundamental para o aprimoramento das atividades em sala de aula.
[...] formação permanente dos professores 
centrada na escola, sob responsabilidade de 
uma pessoa da própria escola, presume que 
o compromisso dos docentes na discussão 
dos problemas práticos que enfrentam na 
escola constitui o melhor modo de promover 
o desenvolvimento profissional. (...) Nessa 
perspectiva de formação permanente do 
20 CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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professor centrada na escola, a melhora da 
prática profissional se baseia, por fim, na auto 
compreensão dos professores sobre seus 
papéis e tarefas. (Elliot, 1990, p. 244-245)
No currículo, esses conceitos são elencados em uma 
sequência lógica, em que o profissional considere ideal para facilitar 
a aprendizagem, “é importante que o professor, ao iniciar uma nova 
sequência didática, leve em consideração o que os alunos já sabem 
e construa os novos saberes” (Carvalho, 2012, p. 32).
Usando uma metáfora que demonstre a importância de 
uma sequência de saberes, podemos comparar com um prédio 
residencial. Se tivermos a falta de um dos andares, também não 
teremos os outros andares. Como na sequência de conteúdo, no 
edifício, um andar alicerça o outro. Não posso ensinar equação de 
segundo grau para um aluno que ainda não aprendeu a contar.
Imagem 3.5 – Prédio faltando um andar
 
Fonte: Adaptado de Freepik (2020)
21CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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E se o professor trabalha com conteúdos conceituais, que 
tipo de avaliação ele deve propor aos estudantes?
Considerando as diferentes classificações de conteúdo, 
precisaremos de diferentes formas de avaliação.
Para avaliarmos conteúdos factuais e conceituais podemos 
usar os seguintes verbos.
Quadro 3.1 – Verbos utilizados para avaliar conteúdos conceituais – Taxonomia de Bloom
Analisar Descrever
Citar Enumerar
Identificar Explicar
Lembrar Inferir
Listar Interpretar
Nomear Justificar
Relatar Relacionar
Numerar Resumir
Fonte: Elaborado pela autoria (2020)
SAIBA MAIS
A Taxonomia de Bloom é um instrumento de 
apoio ao planejamento didático-pedagógico, 
desde a identificação do objetivo até o caminho 
a percorrer a fim de alcançá-lo. Para saber mais, 
leia o artigo “Taxonomia de Bloom: revisão teórica 
e apresentação das adequações do instrumento 
para definição de objetivos instrucionais”. 
Disponível em: 
https://www.scielo.br/pdf/gp/v17n2/a15v17n2.pdf
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Conteúdos Procedimentais
Segundo o Dicionário Priberam (on-line), procedimentos 
significam “comportamento, modo de atuar, ser oriundo, 
descender, originar-se, provir, derivar-se, obrar, instaurar, 
processo, entregar à justiça, principiar a fazer alguma coisa e 
continuá-la, comportar-se, conduzir-se, prosseguir”.
Na escola, os conteúdos procedimentais relacionam-se ao 
“saber fazer” dos quatro pilares da educação, ou seja, direcionado 
à realização de algum objetivo. 
Procedimento se relaciona a colocar em prática o 
conhecimento adquirido. O estudante aprende que é possível 
decantar a água por meio de alguns processos. Conteúdo 
procedimental, nesse caso, seria ele receber o material necessário 
para a decantação e realizar o processo.
De acordo com Zabala (1998), a partir dos conteúdos 
procedimentais, o aluno é convidado a enxergar o caminho que o 
leva à construção dos conteúdos e a ser um dos atores principais 
no processo de ensino e aprendizagem (protagonismo estudantil).
Se pensarmos na educação tradicional, os conteúdos 
trabalhados sem diálogo, apresentados de forma fechadas 
contemplavamapenas os conteúdos conceituais. Hoje pensamos 
em motivar o aluno mostrando para que serve aquele determinado 
conhecimento. É o que chamamos de contextualizar o aprendizado.
Segundo os “PCNs: temas transversais – meio ambiente” 
(1998, p. 204), os procedimentos merecem atenção especial:
Os conteúdos dessa natureza são aprendidos 
em atividades práticas. São um “como fazer” 
que se aprende fazendo, com orientação 
organizada e sistemática dos professores (...) 
23CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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Além disso constituem situações didáticas em 
que o desenvolvimento de atitudes pode ser 
trabalhado por meio de vivência concreta e da 
reflexão sobre ela.
Realizar atividades práticas, além de motivar o estudante, 
vai prepará-lo para exercer uma profissão. Por isso, ter 
fundamentação e depois colocar em prática o conhecimento 
adquirido ordena para um desempenho e uma compreensão 
melhor da funcionalidade daquele conhecimento.
Ainda é possível desenvolver uma aula em que o estudante 
é convidado a praticar antes de se fundamentar o conceito. Assim, 
ele poderá junto ao professor, construir o aprendizado com base 
em sua experiência.
Para avaliarmos os conteúdos procedimentais utilizamos 
os seguintes verbos:
Quadro 3.2 – Verbos utilizados para avaliar conteúdos procedimentais – Taxonomia de Bloom
Aplicar Demonstrar 
Avaliar Desenhar
Calcular Elaborar
Classificar Experimentar
Coletar dados Inferir
Compor Ler
Construir Levantar hipóteses
Deduzir Manejar
Observar Planejar
Recortar Representar
Saltar Simular
Usar Traduzir
Fonte: Elaborado pela autoria (2020)
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Observem que esses verbos dependem de ação do 
estudante. Para ele avaliar algum fenômeno precisa conhecê-lo 
e testá-lo.
Agora vamos caminhar para os conteúdos atitudinais.
Conteúdos Atitudinais
Os conteúdos atitudinais referem-se às aprendizagens de 
convivência, valores como respeito, solidariedade, humildade e 
outros. É aprender a viver juntos e aprender a se conhecer.
Cada pessoa tem sua história, cultura, religião, e podemos 
observar diversos tipos de atitudes e julgá-las segundo nossa 
“visão de mundo”, porém, para se viver em sociedade, são 
recomendadas atitudes que permitam a convivência e a paz. Por 
isso, estimular o respeito entre os diferentes é fundamental.
É na escola que muitas crianças iniciam seu primeiro 
contato com grupos. Elas vão brincar, conversar, trabalhar juntas 
em uma aprendizagem, seguir normas, e para essa convivência 
funcionar é preciso respeito e tolerância.
Entender que existe muito mais que você próprio e sua 
vontade, e entender que estamos dividindo o mesmo espaço com 
os mesmo direitos e deveres é fundamental.
Aprender normas e valores é talvez o conteúdo principal 
de preparação para a sociedade. Dessa forma, estamos falando 
de um indivíduo que se questiona, se reinventa conforme as 
condições sociais.
Essa percepção não quer afirmar que ao vivermos em grupo 
precisamos aceitar tudo, mas sim sermos capazes de respeitar a 
postura do outro e colocar as nossas de forma gentil. Saber se 
25CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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manifestar no mundo e sobre o mundo é condição essencial para 
convivência grupal.
Os conteúdos atitudinais têm por objetivo o 
amadurecimento do estudante que vive em grupo e que deve 
pensar em si, mas também na coletividade.
[...] processo mediante o qual vamos 
construindo novos significados das coisas 
e do mundo ao nosso redor, ao mesmo 
tempo em que melhoramos estruturas e 
habilidades cognitivas, desenvolvemos novas 
competências, modificamos nossas atitudes 
e valores, projetando tais mudanças na vida, 
nas relações sociais e laborais. (Moraes; La 
Torre, 2004)
Será que um professor consegue avaliar uma atitude? 
Avaliação depende de mensuração. É possível mensurar uma 
atitude?
Normalmente, nesses casos, recomenda-se que por 
meio de atividades grupais, os estudantes sejam observados 
sistematicamente. Mas isso não garante uma conduta social 
adequada, apenas verifica superficialmente a atitude do 
estudante diante da convivência em determinados momentos, 
não garantindo que isso se reproduzirá na sociedade.
Para além disso, é fundamental a autoavaliação. Realizada 
de forma adequada, a autoavaliação do estudante ajudará a 
analisar seu comportamento mediante as situações.
Para essa autoavaliação pode-se, por exemplo, usar uma 
lista de verificação. Observem a amostra abaixo de uma lista de 
verificação autoavaliativa.
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Quadro 3.3 – Lista de verificação de uma atividade proposta para um grupo
Atitude Fiz Não Fiz
Encaminhamentos 
pessoais
Participei da elaboração do 
trabalho efetivamente.
Ajudei o grupo a definir 
metas e caminhos.
Contribui com a elaboração 
da parte teórica.
Ajudei na construção da 
parte visual.
Ajudei os parceiros com 
dificuldades.
Respeitei a opinião dos 
demais.
Fonte: Elaborado pela autoria (2020)
RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo 
deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos.
Neste capítulo, exploramos a seleção e organização 
dos conteúdos curriculares na escola, destacando 
a importância fundamental desse processo na 
formação dos alunos. A competência adquirida aqui 
é essencial para profissionais da educação, pois os 
conteúdos são a base do ensino e da aprendizagem. 
Ao longo do capítulo, discutimos os diferentes tipos 
de conteúdos, incluindo os factuais, conceituais, 
procedimentais e atitudinais, e como cada um deles 
desempenha um papel único na educação.
Esperamos que você tenha compreendido 
a relevância dessa competência e como ela 
influencia diretamente a qualidade da educação. 
Continuaremos nossa jornada explorando outros 
aspectos importantes da educação nos próximos 
capítulos. Fique conosco e continue aprendendo!
27CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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O currículo numa abordagem 
por competências
OBJETIVO
 Ao término deste subtítulo, você terá explorado 
diversas abordagens sobre como os currículos 
escolares são construídos e desenvolvidos. Esse 
conhecimento é fundamental para compreender o 
processo de seleção e organização de conteúdos 
curriculares na escola. Neste subtítulo, vamos 
analisar as formas de construção de currículos 
escolares, desde concepções inovadoras para a 
formação tecnológica, como destacado por Berger 
Filho (1998), até a influência das leis de diretrizes e 
bases da educação nacional, como a Lei n.º 9.394/96 
e a Lei n.º 13.415/17, que impactam diretamente 
na estrutura curricular das instituições de ensino. 
Além disso, exploraremos como os Parâmetros 
Curriculares Nacionais (PCN) e as Diretrizes 
Curriculares Nacionais (DCN) influenciam na 
construção dos currículos.
Durante nossa jornada, você encontrará questões 
que o convidarão à reflexão.
Vamos explorar juntos as diversas formas de 
construção de currículos escolares e compreender 
sua importância na educação. Avante!
Dentro da realidade escolar, já estamos cientes da 
importância de uma pedagogia diferenciada, que se adeque à 
realidade que é constantemente dinâmica.
As pessoas mudam, a sociedade muda, e a escola quer 
continuar a mesma. Precisamos de uma escola que evolua junto 
da transformação que se apresenta na sociedade.
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Imagem 3.6 – O currículo numa abordagem por competências
Fonte: Elaborado pela autoria a partir de IA (2023)
Não podemos mais ignorar que a maioria dos estudantes já 
carregam consigo um smartphone e que tem acesso a informações 
variadas, muitas vezes falsas (fake news), precisando muito de 
orientação sobre como discernir de uma informação verdadeira.
Justamente por termos profissionais que foram educados 
em escolas tradicionais, que eles continuam trabalhando da forma 
convencional, impedindo que os estudantes evoluam, se integremà realidade, aprendam com prazer e considerem a tecnologia.
Moraes (2000, p. 17) afirma que: 
Não se muda um paradigma educacional 
apenas colocando uma nova roupagem, 
camuflando velhas teorias, pintando a fachada 
da escola, colocando telas e telões nas salas 
de aula, se o aluno continua na posição 
https://www.google.com/search?q=fake+news&spell=1&sa=X&ved=0ahUKEwjNvPLYlMXfAhXICpAKHcnsAMMQkeECCCooAA
29CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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de mero expectador, de simples receptor, 
presenciador e copiador, e se os recursos 
tecnológicos pouco fazem para ampliar a 
cognição humana.
Nesse sentido, existem muitas escolas que têm recursos 
audiovisuais, biblioteca, laboratórios, mas que infelizmente não 
usam nenhum. Tudo continua como antes.
Pode-se afirmar de que muitos educadores nem sabem 
como usar a tecnologia a favor da aprendizagem, e mais uma vez 
caberá à equipe técnico-pedagógica formação e orientação para 
se desfrutar de equipamentos disponíveis.
É preciso repensar as práticas acadêmicas para que atendam 
a sociedade atual. Como diria Einstein: “Insanidade é continuar 
fazendo as mesmas coisas e esperar um resultado diferente”. E 
é justamente isso que acontece nas escolas. As reclamações dos 
profissionais são as mesmas, mas sua atuação também.
É preciso organizar o currículo com uma lógica 
diferenciada, em que as disciplinas, caso fragmentadas, devem se 
convergir dando ao estudante a ideia das ligações existentes, já 
que as competências se expressam por meio da incorporação de 
conteúdo, conceitos e processos didáticos e metodológicos.
A palavra competência nos leva a visualizar “o conhecimento 
que alguém tem para realizar algum trabalho, pesquisa, 
julgamento, ensinamento etc. É saber mobilizar e mobilizar-se em 
favor de uma meta, de um desejo” (Macedo, 2005, p. 78).
Com a LDB 9394/96, a noção de competência no Brasil 
se intensifica, incentivando as escolas a formarem pessoas 
completas, ou seja, além de preparação para o mercado de 
trabalho, que tenham habilidades diversas para construir uma 
nova sociedade melhor.
30 CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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Para se trabalhar um currículo por competências, os 
estudantes precisam se apropriar de conceitos verdadeiramente 
e estes devem ser usados em momentos certos para resolver as 
situações que a vida apresenta.
A ideia é dar sentido ao conteúdo das disciplinas.
Imagem 3.7 – O estudante deve entender onde se encaixa o aprendizado
 
Fonte: Elaborada pela autoria (2020)
O que ocorre normalmente é que o estudante recebe uma 
informação desagregada de um contexto, que não faz sentido 
para ele. Quantas vezes você ouviu um aluno perguntando para 
que ele precisa aprender determinado conteúdo? São incontáveis 
as vezes em que se pode ouvir esse questionamento dentro de 
uma sala de aula. 
31CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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Dessa forma, podemos afirmar que precisamos um novo 
jeito de ensinar. O ensino precisa ser mais eficiente, estimulando 
o estudante a se interessar e entender para que serve. Por isso é 
tão importante a ideia de se trabalhar de forma contextualizada, 
trazendo ao aluno os conteúdos dentro das realidades que vivem, 
e que esses conteúdos sejam trabalhados de tal forma que os 
prepare para resolver as situações cotidianas que enfrentam.
Outro aspecto importante é lembrarmos de como são 
separadas as disciplinas, uma das outras. Isso não quer dizer que 
não seja possível trabalhar relacionando-as. 
Estudaremos na próxima unidade as formas de 
organização curricular que são conhecidas como: disciplinaridade, 
multidisciplinaridade, interdisciplinaridade e transdisciplinaridade. 
Lá teremos esclarecimentos de como podemos driblar a 
fragmentação proposta pelas escolas do século passado.
Para se construir um currículo por competências é 
preciso selecionar conhecimentos que são importantes de serem 
desenvolvidos com os estudantes. Deve haver uma integração 
entre “saber” e “saber-fazer”. Conhecer a aplicabilidade dos 
conhecimentos no desenvolvimento profissional é premissa para 
elaborar um currículo por competências.
Dessa forma, para se elaborar um currículo por 
competências, é preciso ter seus alunos caracterizados em sua 
cultura, suas dificuldades e necessidades locais.
Veja um exemplo a seguir.
32 CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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Imagem 3.8 – Caracterização básica dos estudantes
Músicas de 
preferência: 
sertanejo e funk
Moram em um 
bairro pobre
Pais com pouca 
formação escolar
São evangélicos em 
sua maioria
Bairro violento e com 
presença de tráfico 
de drogas
 
Fonte: Adaptado de Freepik (2020)
Assim, o currículo por competências não deixará de ser 
construído com base em objetivos de ensino e de aprendizagem, 
mas deverá ter tais itens contextualizados à realidade social, com 
vistas à sua superação.
Mas, ponderando sobre um currículo por competência, 
indica-se que vamos renunciar as disciplinas e o conhecimento? 
Segundo Perrenoud, (1999, p. 40):
Alguns temem que desenvolver competências 
na escola levaria a renunciar às disciplinas 
de ensino e apostar tudo em competências 
transversais e em uma formação pluri, inter 
ou transdisciplinar. Este temor é infundado: 
a questão é saber qual concepção das 
disciplinas escolares adotar. Em toda hipótese, 
as competências mobilizam conhecimentos, 
33CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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dos quais grande parte é e continuará sendo 
de ordem disciplinar [...]. 
Perrenoud ainda contribui com o entendimento da 
proposta curricular por competências, afirmando que:
Para desenvolver competências é preciso, 
antes de tudo, trabalhar por problemas e 
por projetos, propor tarefas complexas e 
desafios que incitem os alunos a mobilizar 
seus conhecimentos e, em certa medida, 
completá-los. Isso pressupõe uma pedagogia 
ativa, cooperativa, aberta para a cidade ou 
para o bairro, seja na zona urbana ou rural. 
Os professores devem parar de pensar que 
dar o curso é o cerne da profissão. Ensinar, 
hoje deveria consistir em conceber, encaixar 
e regular situações de aprendizagem, 
seguindo os princípios pedagógicos ativos 
construtivistas. (Perrenoud, 2000, p. 76)
Certos de que precisamos de situações concretas para 
desenvolver as competências curriculares, é preciso alinhar o que há 
de melhor em todas essas vertentes teóricas de currículo, valorizando, 
acima de tudo, o protagonismo do aluno nesse processo.
A avaliação por competências foge da mensuração de 
notas e passa pela busca de resultados. Ela visa:
[...] educar os alunos para um fazer reflexivo 
e crítico, no contexto de seu grupo social, 
questão que coloca a educação a serviço das 
necessidades reais dos alunos para sua vida 
cidadã e sua preparação para o mundo do 
trabalho. (Leite, 2004, p. 126)
34 CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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Segundo Dallan (2000), para se construir uma proposta 
curricular por competência, é preciso:
 • Ter claro o conceito de competências;
 • Refletir como os alunos poderão desenvolver 
competências; 
 • Definir qual o perfil de cidadão que se pretende 
formar. O que significa preparar para a cidadania; 
quais as competências que traduzem essa ideia e, 
em consequência, quais os conteúdos curriculares 
que deverão contribuir para a constituição dessas 
competências; 
 • Tomar sempre por base as competências para 
selecionar os conteúdos curriculares. Como outros, 
essa autora lembra que uma mesma competência pode 
estar ancorada em vários conteúdos, e que eles são 
meios, e não fins;
 • Definir qual o tipo de organização curricular, podendo-
se optar por temas, projetos ou problemas, integrando 
disciplinas ou áreas do conhecimento; 
 • Ter claro que a interligação do conhecimento é uma 
das estratégias que favorece o desenvolvimento de 
competências. 
Pensar em um currículo por competência é apenas mais 
um caminho entre tantos possíveis, mas é preciso que a instituição 
escolar esteja consciente de seus objetivos e tudoque o abarca 
essa estrutura. Ainda mais que nunca, investir na formação de 
professores, para que saibam desafiar seus alunos para um novo 
projeto educativo.
35CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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Imagem 3.9 – Abordagens do currículo por competência
RESOLUÇÃO 
DE SITUAÇÕES- 
PROBLEMA CURRÍCULO POR 
COMPETÊNCIA
HABILIDADES
FAZER
CONHECIMENTOS
REALIZAR
ATITUDES
RELACIONAR 
CONHECIMENTOS
 
Fonte: Elaborada pela autoria (2020)
Formas de Construção de 
Currículos Escolares
Ao abordar as formas de construção de currículos 
escolares, é fundamental considerar que o cenário educacional 
está em constante transformação. As abordagens tradicionais já 
não atendem plenamente às necessidades dos estudantes, que 
vivem em uma sociedade dinâmica e altamente conectada. Nesse 
contexto, exploraremos algumas das formas de construção de 
currículos mais relevantes e eficazes.
1. Currículo por Competências: a abordagem por 
competências coloca o foco no desenvolvimento das 
habilidades e conhecimentos necessários para que 
os estudantes se tornem cidadãos competentes em 
diversos aspectos da vida. Isso vai além do aprendizado 
de conteúdos disciplinares e inclui a capacidade de 
aplicar esse conhecimento em situações reais. O 
currículo por competências envolve a definição clara 
de quais competências os alunos devem adquirir e 
36 CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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como elas serão desenvolvidas ao longo do processo 
educacional.
2. Currículo Multidisciplinar: a abordagem 
multidisciplinar busca integrar diferentes disciplinas 
e áreas do conhecimento em projetos e atividades 
de aprendizado. Ela reconhece que os problemas 
e desafios do mundo real raramente se encaixam 
em caixas disciplinares separadas. Portanto, essa 
abordagem promove a interconexão de temas e a 
colaboração entre professores de diferentes áreas.
3. Currículo Interdisciplinar: similar à abordagem 
multidisciplinar, o currículo interdisciplinar visa 
integrar disciplinas, mas com um foco mais profundo 
na conexão entre os conceitos e abordagens de 
diferentes áreas. Os professores trabalham juntos para 
criar uma compreensão mais abrangente dos tópicos, 
destacando as relações entre as disciplinas.
4. Currículo Baseado em Projetos: nessa abordagem, 
os alunos aprendem por meio da realização de 
projetos práticos que abordam questões do mundo 
real. Isso envolve a identificação de um problema 
ou desafio, pesquisa, colaboração e a criação de 
soluções. Os projetos incentivam a aplicação prática do 
conhecimento e o desenvolvimento de habilidades de 
resolução de problemas.
5. Currículo Personalizado: com a tecnologia e os 
recursos digitais disponíveis, o currículo personalizado 
se tornou viável. Ele permite que os alunos tenham mais 
controle sobre o que e como aprendem. Os estudantes 
podem seguir caminhos de aprendizado adaptados 
às suas necessidades, seus interesses e estilos de 
aprendizado individuais.
37CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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6. Currículo por Temas Transversais: essa abordagem 
enfatiza temas transversais, como cidadania, ética, 
sustentabilidade e diversidade, que são incorporados 
em várias disciplinas. Isso promove a formação de 
cidadãos conscientes e responsáveis, capazes de lidar 
com questões complexas da sociedade.
7. Currículo Inovador com Tecnologia: a tecnologia 
desempenha um papel cada vez mais importante na 
educação. Currículos inovadores incorporam o uso de 
dispositivos digitais, recursos on-line e ferramentas de 
ensino assistido por computador para enriquecer a 
experiência de aprendizado dos alunos.
É importante destacar que não há uma abordagem 
única que funcione para todas as escolas e todos os contextos. 
Muitas instituições optam por combinar elementos de diferentes 
abordagens para criar um currículo que atenda às necessidades 
específicas de seus alunos. Além disso, a formação contínua de 
professores desempenha um papel crucial na implementação 
bem-sucedida de qualquer abordagem curricular.
À medida que o campo da educação continua a evoluir, 
é fundamental que as escolas estejam abertas a adaptar seus 
currículos para melhor preparar os estudantes para os desafios do 
século XXI. A escolha da abordagem curricular deve ser orientada 
pela busca da excelência na educação e pelo compromisso 
de proporcionar aos alunos as melhores oportunidades de 
aprendizado.
Ao considerar as diversas formas de construção de 
currículos escolares, é importante também refletir sobre os desafios 
e questões que surgem ao implementar essas abordagens. Aqui 
estão algumas considerações relevantes:
38 CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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 • Formação de Professores: a transição para 
abordagens de currículo mais inovadoras muitas vezes 
requer uma mudança na forma como os professores 
são preparados e apoiados. Os educadores precisam 
adquirir novas habilidades pedagógicas e adaptar suas 
práticas de ensino. Investir na formação contínua dos 
professores é essencial.
 • Avaliação Autêntica: currículos baseados em 
competências e abordagens práticas muitas vezes 
demandam métodos de avaliação diferentes dos 
tradicionais. A avaliação deve ser autêntica e alinhada 
às metas de aprendizado, focando não apenas a 
memorização de fatos, mas a aplicação do conhecimento 
em contextos do mundo real.
 • Individualização: a individualização do ensino, 
presente em currículos personalizados, pode ser 
desafiadora devido à necessidade de gerenciar 
diferentes trajetórias de aprendizado para cada aluno. 
A tecnologia desempenha um papel importante na 
viabilização dessa abordagem, mas é preciso garantir 
que todos os alunos tenham acesso adequado.
 • Integração Curricular: a integração entre disciplinas 
e a abordagem multidisciplinar ou interdisciplinar 
exigem coordenação e colaboração entre professores 
de diferentes áreas. Isso pode ser um desafio logístico, 
mas é fundamental para criar uma experiência de 
aprendizado significativa.
 • Contextualização: a contextualização do currículo 
é essencial para tornar o aprendizado relevante para 
a vida dos alunos. No entanto, encontrar maneiras 
eficazes de conectar o conteúdo às realidades locais e 
globais pode ser complexo.
39CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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 • Equidade: garantir que todas as abordagens curriculares 
sejam equitativas e atendam às necessidades de todos 
os alunos é uma preocupação fundamental. A equidade 
no acesso a recursos, tecnologia e oportunidades de 
aprendizado é um desafio a ser superado.
 • Avaliação de Impacto: avaliar o impacto das diferentes 
abordagens de currículo na aprendizagem dos alunos 
é crucial. Isso requer a coleta de dados relevantes e a 
análise dos resultados para ajustar continuamente o 
currículo.
 • Envolvimento da Comunidade: muitas abordagens 
curriculares, como projetos e aprendizado baseado 
em problemas, envolvem parcerias com a comunidade 
local. Isso exige uma colaboração estreita com pais, 
empresas e organizações da região.
A construção de currículos escolares é um processo complexo 
e dinâmico que precisa acompanhar as mudanças na sociedade e 
nas necessidades dos alunos. As abordagens discutidas oferecem 
caminhos diferentes para aprimorar a qualidade da educação, 
preparando os estudantes para os desafios do século XXI.
Não existe uma abordagem única que seja a melhor 
em todos os contextos, e muitas escolas optam por combinar 
elementos de várias abordagens para criar currículos sob medida. 
Independentemente da abordagem escolhida, a formação de 
professores, o envolvimento da comunidade, a avaliação autêntica 
e o compromisso com a equidade são princípios fundamentais a 
serem seguidos.
À medida que a educação continua a evoluir, é essencial 
que as escolas sejam flexíveis e estejam dispostas a experimentar 
novas abordagens, sempre com o objetivo de oferecer uma 
40 CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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educação de qualidade que prepare os alunos para enfrentar os 
desafios do futuro.O Currículo como Ampliação das 
Possibilidades de Convivência 
Social e Profissional
O currículo escolar desempenha um papel fundamental 
na formação dos estudantes, no que diz respeito ao domínio 
de conteúdos acadêmicos e à ampliação das possibilidades de 
convivência social e profissional. 
Neste capítulo, exploraremos como o currículo pode ser 
projetado para preparar os alunos para uma participação ativa na 
sociedade e no mercado de trabalho.
Educação para a Convivência Social
Desenvolvimento de Habilidades Sociais: um dos 
objetivos essenciais do currículo é promover o desenvolvimento 
de habilidades sociais nos alunos. Isso inclui a capacidade de se 
comunicar eficazmente, resolver conflitos de forma construtiva, 
colaborar em equipe e compreender e respeitar a diversidade 
cultural e social. Essas habilidades são essenciais para a convivência 
harmoniosa em uma sociedade plural.
Educação Moral e Cívica
O currículo também pode incluir componentes de educação 
moral e cívica, que ajudam os alunos a desenvolver valores éticos, 
responsabilidade cívica e um senso de justiça social. Isso contribui 
para a formação de cidadãos conscientes e comprometidos com o 
bem-estar da comunidade.
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Inclusão e Diversidade
Garantir a inclusão de todos os alunos, independentemente 
de suas diferenças individuais, é um aspecto crucial da educação 
para a convivência social. O currículo deve abordar questões de 
diversidade, promovendo a aceitação e o respeito pela pluralidade 
de identidades e experiências.
Preparação para o Mundo Profissional
Desenvolvimento de Competências Profissionais: além das 
habilidades acadêmicas, o currículo também pode se concentrar 
no desenvolvimento de competências profissionais. Isso inclui a 
preparação dos alunos para o mundo do trabalho, fornecendo-
lhes habilidades práticas, como pensamento crítico, resolução de 
problemas, comunicação eficaz e colaboração em equipe.
Experiências Práticas: a integração de experiências práticas 
no currículo, como estágios, projetos profissionais e simulações do 
mundo real, permite que os alunos apliquem seu conhecimento 
em contextos profissionais. Essas experiências são valiosas para 
prepará-los para carreiras futuras.
Orientação Profissional: o currículo também pode oferecer 
orientação profissional, ajudando os alunos a explorar diferentes 
carreiras e tomar decisões informadas sobre seu futuro. Isso inclui 
a exploração de campos de estudo, oportunidades de emprego e 
desenvolvimento de planos de carreira.
Integração entre Convivência Social e Profissional
Uma abordagem eficaz do currículo reconhece a interseção 
entre convivência social e profissional. Os alunos não apenas 
adquirem habilidades sociais valiosas, mas também aprendem a 
aplicar essas habilidades em contextos profissionais.
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A educação para a convivência social e profissional visa 
preparar os alunos para contribuir de maneira significativa para 
a sociedade. Isso envolve a promoção da responsabilidade social, 
ética no trabalho e participação ativa na comunidade.
O currículo escolar desempenha um papel vital na 
formação dos alunos, indo além do domínio acadêmico para 
incluir o desenvolvimento de habilidades sociais e competências 
profissionais. Ao promover a convivência social harmoniosa 
e preparar os alunos para o mundo profissional, o currículo 
contribui para a formação de cidadãos completos e prontos para 
enfrentar os desafios do futuro. A integração entre convivência 
social e profissional é fundamental para garantir que os alunos 
estejam preparados para suas carreiras e para uma participação 
ativa e responsável na sociedade.
Organização do Itinerário 
Formativo às Características 
Locais e ao Projeto Político 
Pedagógico 
A educação não pode ser dissociada das realidades locais em 
que as escolas estão inseridas. A obra de Libâneo aborda a importância 
da contextualização no processo de ensino e aprendizagem. Isso 
implica considerar as características culturais, socioeconômicas e 
históricas da comunidade em que a escola está localizada. O currículo 
deve refletir essas realidades para que os estudantes possam se 
relacionar de maneira significativa com os conteúdos.
Projeto Político Pedagógico (PPP)
O projeto político pedagógico é um documento 
fundamental para orientar a organização do currículo escolar. 
A obra de Veiga explora a importância do PPP na definição dos 
43CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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objetivos educacionais, nas diretrizes curriculares e nas estratégias 
pedagógicas. O currículo deve estar alinhado com o PPP da 
escola, garantindo que os princípios e valores da instituição sejam 
incorporados à prática educativa.
Flexibilidade Curricular
A flexibilidade curricular é discutida por Sacristán como uma 
abordagem que permite a adaptação do currículo às necessidades 
locais e aos interesses dos estudantes. Isso envolve a possibilidade 
de diversificar os itinerários formativos, oferecendo opções que 
atendam às demandas da comunidade. A flexibilidade curricular é 
essencial para tornar o currículo mais relevante e inclusivo.
Estágios e Práticas Pedagógicas
A formação de professores e a organização de estágios são 
abordadas por Pimenta e Lima. Essas práticas são fundamentais 
para que os futuros educadores compreendam a importância de 
adaptar o currículo às características locais e ao PPP da escola. Os 
estágios proporcionam uma vivência prática da realidade escolar, 
contribuindo para a formação docente.
A organização do itinerário formativo dos estudantes deve 
ser uma tarefa cuidadosa e estratégica, levando em consideração 
as características locais e o projeto político pedagógico da escola. 
As referências bibliográficas mencionadas fornecem insights e 
orientações valiosas para garantir que o currículo seja relevante, 
contextualizado e alinhado com os objetivos educacionais da 
instituição. A flexibilidade curricular e a formação docente 
desempenham um papel fundamental nesse processo, permitindo 
que o currículo seja adaptado de maneira eficaz às necessidades 
da comunidade escolar.
É importante destacar que a organização do currículo 
escolar também pode se beneficiar de abordagens pedagógicas 
44 CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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contemporâneas, como a pedagogia de projetos, o ensino 
por competências e a aprendizagem ativa. Essas abordagens 
promovem a participação ativa dos estudantes na construção 
do conhecimento e permitem a integração de conteúdos de 
diferentes disciplinas de forma contextualizada.
Além disso, a consulta a especialistas em educação e 
a colaboração com a comunidade local podem enriquecer o 
processo de organização curricular. A troca de experiências e o 
envolvimento de diferentes partes interessadas, como pais, alunos 
e membros da comunidade, podem contribuir para a definição de 
objetivos educacionais mais amplos e relevantes.
Por fim, é fundamental que a avaliação do currículo leve 
em consideração não apenas o desempenho dos estudantes em 
testes, mas também a capacidade de aplicar os conhecimentos e 
habilidades adquiridos em situações reais. A avaliação formativa, 
que ocorre ao longo do processo de ensino e aprendizagem, pode 
fornecer informações importantes para ajustar o currículo e torná-
lo mais eficaz.
Em resumo, a organização do currículo escolar deve ser 
um processo dinâmico, flexível e orientado para as necessidades 
dos estudantes e da comunidade. A integração de abordagens 
pedagógicas contemporâneas, o envolvimento da comunidade e 
uma avaliação abrangente são elementos-chave para garantir um 
currículo relevante e eficaz.
Definição das Cargas Horárias 
Curriculares
A definição das cargas horárias curriculares é um aspecto 
fundamental na organização do currículo escolar, pois influencia 
diretamente a distribuição de tempo dedicado a cada disciplina e 
45CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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conteúdo. Para garantir uma abordagem abrangente e equilibrada, 
é importante considerar diversas diretrizes e critérios ao definir 
as cargas horárias. Abaixo, exploraremos esse tópico em maior 
detalhe, fazendo menção às referências bibliográficas indicadas.
1. Diversificação das Cargas Horárias: ao definir as 
cargas horárias, é essencial considerar a diversificação 
de disciplinas e áreas do conhecimento. O objetivo é 
proporcionar aos estudantes uma educação ampla e 
equilibrada, cobrindo tanto as disciplinas tradicionais 
quanto temas transversais. As diretrizes curriculares 
nacionais, como as mencionadas na Resolução n.º 
3 de 2018, podem fornecer orientações sobre a 
diversificação curricular.
2. Adequação ao Projeto Político Pedagógico (PPP): o 
PPP da escola deve ser o guia principal para a definição 
das cargas horárias. Ele reflete a missão, a visão e os 
valores da instituição e define as metas educacionais 
específicas. Portanto, as cargas horárias devem estar 
alinhadas com os objetivos estabelecidos no PPP, 
conforme mencionado em Sacristan (2007).
3. Participação da Comunidade: a consulta à comunidade 
escolar, incluindo pais, alunos e professores, é crucial 
para definir as cargas horárias. Essa participação 
pode ajudar a identificar as prioridades educacionais 
da comunidade e garantir que o currículo atenda às 
expectativas e necessidades locais.
4. Flexibilidade Curricular: a flexibilidade na definição 
das cargas horárias é importante para permitir 
adaptações às características locais e às demandas 
dos estudantes. A flexibilidade é um dos princípios 
destacados na LDB 9394/96 (Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional).
46 CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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5. Avaliação e Acompanhamento: a avaliação constante 
do desempenho dos estudantes e a análise dos 
resultados podem orientar ajustes nas cargas horárias. 
A avaliação formativa, como proposta por Perrenoud 
(1999), pode ser valiosa nesse processo.
6. Contextualização: ao definir as cargas horárias, 
é importante considerar a contextualização dos 
conteúdos. Os conteúdos curriculares devem ser 
apresentados de maneira relevante e significativa para 
os estudantes, como mencionado por Macedo (2005).
7. Abordagem Interdisciplinar: promover a 
interdisciplinaridade e a integração entre disciplinas 
pode ser alcançado por meio da definição das cargas 
horárias. A colaboração entre professores de diferentes 
áreas pode enriquecer o currículo, como destacado por 
Coll, Pozo, Sarabia e Valls (1992).
8. Preparação para o Mundo do Trabalho: considerando 
a Lei n.º 13.415 de 2017, que alterou as diretrizes 
da educação nacional, é importante que as cargas 
horárias estejam alinhadas com a preparação dos 
estudantes para o mercado de trabalho. Isso inclui 
o desenvolvimento de habilidades profissionais e 
competências socioemocionais.
9. Acompanhamento da Evolução da Educação: a 
educação está em constante evolução, e as cargas 
horárias devem ser ajustadas para refletir as mudanças 
nas demandas da sociedade. A consulta a documentos 
como os Parâmetros Curriculares Nacionais pode 
ajudar nesse processo.
Portanto, ao definir as cargas horárias curriculares, é 
fundamental considerar uma variedade de fatores, incluindo 
47CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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diretrizes nacionais, o PPP da escola, a participação da comunidade, 
a flexibilidade, a avaliação e a contextualização. Essa abordagem 
holística ajudará a garantir um currículo equilibrado e relevante 
para os estudantes.
RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo 
deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você 
deve ter aprendido que a construção de currículos 
escolares é um processo complexo e crucial na 
educação. Vimos que as formas de construção desses 
currículos podem variar, incluindo a consideração 
das competências como um elemento central.
Além disso, exploramos como o currículo pode 
ser visto como uma oportunidade de ampliar as 
possibilidades de convivência social e profissional 
dos estudantes. Isso significa que o currículo não 
se limita apenas às disciplinas tradicionais, mas 
também deve abranger temas relevantes para a 
vida em sociedade e o mercado de trabalho.
Falamos também sobre a importância de organizar o 
itinerário formativo de acordo com as características 
locais e o projeto político-pedagógico da escola. 
Isso garante que o currículo esteja alinhado com as 
necessidades e realidades da comunidade escolar.
Por fim, discutimos a definição das cargas 
horárias curriculares, destacando a diversificação, 
a flexibilidade e a preparação para o mundo 
do trabalho como aspectos-chave a serem 
considerados nesse processo.
Esperamos que este capítulo tenha fornecido 
insights valiosos sobre a construção de currículos 
escolares com base em competências e como 
isso pode impactar positivamente a educação. 
Continuaremos explorando mais temas 
interessantes no próximo capítulo. Até lá!
48 CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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Itinerários formativos e a 
flexibilidade curricular
OBJETIVO
Ao término deste capítulo, você será capaz de 
entender como funciona a flexibilidade curricular 
e sua relação com os itinerários formativos 
na educação. Isso será fundamental para o 
exercício de sua profissão como educador, pois a 
capacidade de adaptar o currículo às necessidades 
dos estudantes é essencial.
As pessoas que tentaram implementar práticas 
educacionais sem compreender a flexibilidade 
curricular e os itinerários formativos muitas vezes 
enfrentaram dificuldades no processo de ensino-
aprendizagem. Portanto, este capítulo se propõe a 
fornecer o conhecimento necessário para que você 
possa abordar a educação de forma mais inclusiva 
e adaptada às particularidades de seus alunos.
E então? Motivado para desenvolver essa 
competência e promover uma educação mais 
inclusiva e flexível? Vamos lá. Avante!
Itinerários formativos
Quando pensamos na palavra itinerário logo nos deparamos 
com a ideia de uma sequência. Por exemplo, se formos viajar 
para algum lugar, logo pensaremos em um itinerário. Por onde 
começamos? Por onde vamos passar? Qual a melhor sequência 
para se chegar ao local de destino? O itinerário formativo refere-
se à estrutura formativa. Os currículos estabelecem os itinerários 
e podem ser construídos de várias formas, desde que garantam o 
progresso na aprendizagem do aluno de forma sequencial. É isso 
que estudaremos agora.
49CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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A ideia de progressão nos estudos inibe a possibilidade 
de repetições; assim, estruturado por módulos ou ciclos, deve 
permitir uma linearidade progressiva de aprendizagem. Esse 
não é um pressuposto inflexível, pois existem outras formas de 
linearidade, mas com retomadas constantes de reconhecimentos 
conceituais. Seria uma espiralidade na apresentação do currículo. 
Quando o curso é trabalhado por módulos, permite 
aos estudantes que se organize de forma individual. Ele poderá 
realizar primeiro um módulo e depois outro. Ao final, realizando 
todos os módulos, poderá ser certificado. Permite ao aluno que 
realize vários módulos paralelamente, ou mesmo um de cada 
vez. Entendendo isso, se o aluno se propor a participar de vários 
módulos em um ano, por exemplo, ele poderá concluir seu curso 
antecipadamente.
Podemos comparar isso com um condomínio de casas. 
Cada casa tem sua estrutura e uma casa não depende da outra, 
mas todas juntas formam um condomínio.
Ramos (s.d, on-line) colabora com essas ideias afirmando que:
Entretanto, o grau de liberdade dos alunos 
para influir nesse processo é um assunto para 
negociações. Sobretudo, é preciso garantir 
que a estruturação do currículo siga critérios 
psicopedagógicos e que leve em conta os 
graus de complexidade, a sequenciação, 
a complementaridade dos conteúdos e a 
dinâmica dos processos de assimilação e 
aprendizagem,considerando, principalmente, 
os históricos heterogêneos dos alunos, suas 
experiências formativas anteriores e planos 
futuros para sua trajetória de estudos.
50 CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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A discussão sobre itinerário formativo abrange também o 
momento sociopolítico e o tipo de profissional que estamos precisando 
no momento. Por isso, ele vem ser permeado pela relação entre 
trabalho e cidadão que se espera no mercado. Não se recomenda que 
um sobressaia ao outro. Temos de ter coerência no itinerário para que 
o profissional não apague o pessoal e, dessa forma, corremos o perigo 
de termos novos pressupostos de linha de produção.
Imagem 3.10 – Características dos trabalhadores solicitados em cada época
MERCADO DE TRABALHO
DINÂMICO, CRIATIVIDADE, 
PROATIVIDADE, BONS 
RELACIONAMENTOS.
ANTES: PERFIL SOLICITADO
MESMA FORMAÇÃO, OBEDIÊNCIA, 
ACEITAÇÃO, CONFORMISMO, 
PRODUÇÃO.
AGORA: PERFIL SOLICITADO
Fonte: Elaborada pela autoria (2020)
Como é sabido, a linha de produção era o caminho 
Taylorista/Fordista/Toyotista de se atingir uma produção em 
massa. Os funcionários trabalhavam de forma compartimentada, 
cada uma fazendo um trabalho repetitivo em uma linha de 
produção, que ao final produziria uma manufatura.
Nos anos 1970, no Brasil, sob a influência da ditadura militar, 
as formas de produção mecanizadas influenciavam na formação 
escolar de um indivíduo preparado para atender a esses requisitos.
Atualmente, a sociedade e as empresas esperam um 
profissional mais dinâmico, eclético, capaz de se relacionar e usar 
51CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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criatividade além de ser proativo. Considerando isso, os itinerários 
formativos devem desenvolver essas habilidades em sua forma 
de transmitir o conhecimento. Ao final espera-se um profissional 
capaz de entender e questionar as políticas públicas, enfrentando 
as adversidades que se apresentarem.
Com essa reflexão podemos agora pensar na importância 
da flexibilidade do currículo. Ramos (s.d, on-line) corrobora com 
essa informação, registrando:
[...]dos básicos e técnicos gerais de uma 
área até os profissionais mais específicos, 
incluindo-se aí os saberes mais abrangentes, 
novos conhecimentos e conceitos relevantes 
na atualidade, que permitam visão ampla 
do processo produtivo e dos avanços 
e conhecimento culturais, científicos e 
tecnológicos e que possibilitem a inserção/
intervenção na sociedade contemporânea.
A Resolução n.º 06/2012 nos traz a possibilidade de 
flexibilização em seu texto, em especial para o Ensino Médio.
Admitindo que os cursos do Ensino Médio agora terão 
uma base comum e blocos optativos de disciplinas por meio da 
vontade dos alunos, a flexibilização é relevante. Vejam o que diz 
os seguintes artigos:
Art. XI -A organização curricular do Ensino 
Médio deve oferecer tempos e espaços 
próprios para estudos e atividades que 
permitam itinerários formativos opcionais 
diversificados, a fim de melhor responder à 
heterogeneidade e pluralidade de condições, 
múltiplos interesses e aspirações dos 
estudantes, com suas especificidades etárias, 
52 CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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sociais e culturais, bem como sua fase de 
desenvolvimento;
Art. XVII- Os sistemas de ensino, de acordo 
com a legislação e a normatização nacional 
e estadual, e na busca da melhor adequação 
possível às necessidades dos estudantes e do 
meio social, devem: 
§ III - fomentar alternativas de diversificação 
e flexibilização, pelas unidades escolares, 
de formatos, componentes curriculares ou 
formas de estudo e de atividades, estimulando 
a construção de itinerários formativos que 
atendam às características, interesses e 
necessidades dos estudantes e às demandas 
do meio social, privilegiando propostas com 
opções pelos estudantes
Ainda podemos citar o artigo 36 da Lei n.º 13.415, que em 
seu texto orienta o Ensino Médio será composto pela Base Nacional 
Comum Curricular e por itinerários formativos específicos, 
que serão definidos pelos sistemas de ensino, com ênfase nas 
seguintes áreas de conhecimento ou de atuação profissional: 
1. Linguagens e suas tecnologias;
2. Matemática e suas tecnologias; 
3. Ciências da natureza e suas tecnologias; 
4. Ciências humanas e sociais aplicadas;
5. Formação técnica e profissional. 
53CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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Dessa forma, ficam estabelecidos que 60% da carga 
horária devem ser dedicados a base comum e 40% aos chamados 
itinerários formativos, onde o aluno escolherá o de sua preferência.
As escolas devem oferecer possibilidades de formação 
que supostamente seriam escolhidas de acordo com os interesses 
dos estudantes. 
A flexibilidade curricular 
Ainda pensando na diversidade encontrada no país, temos o 
seguinte artigo da Resolução n.º 3, de 21 de novembro de 2018, que 
atualiza as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio:
Art. 14. XI - a organização curricular do Ensino 
Médio deve oferecer tempos e espaços 
próprios para estudos e atividades que 
permitam itinerários formativos opcionais 
diversificados, a fim de melhor responder à 
heterogeneidade e pluralidade de condições, 
múltiplos interesses e aspirações dos 
estudantes, com suas especificidades etárias, 
sociais e culturais, bem como sua fase de 
desenvolvimento. 
Essa flexibilização deve ser estudada com cuidado, pois 
temos escolas que talvez não possuam condições de oferecer 
muitos itinerários, sem falar na contratação de profissionais que 
atendam às áreas escolhidas.
54 CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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Imagem 3.11 – Itinerários formativos e reconhecimentos dos saberes
Fonte: PRONATEC (2016)
REFLITA
É importante refletir sobre como a flexibilização 
curricular pode impactar positivamente a 
educação inclusiva ao proporcionar diferentes 
caminhos para o alcance dos mesmos objetivos 
de aprendizagem. Essa abordagem reconhece 
a diversidade de estilos de aprendizagem e 
necessidades dos estudantes. Como educadores, 
devemos considerar como podemos implementar 
a flexibilização de forma eficaz em nossas 
práticas pedagógicas para garantir que todos os 
alunos tenham a oportunidade de aprender e se 
desenvolver plenamente na escola.
Para além disso, ainda encontramos a possibilidade de 
não entendimento das equipes que podem simplesmente ignorar 
questões essenciais dessa flexibilização.
Outra questão que engloba a possibilidade de flexibilização 
está relacionada aos atendimentos aos estudantes com deficiência. 
Vamos conversar um pouco sobre isso?
55CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS
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Educação inclusiva e a 
flexibilização do currículo
A inclusão de estudantes portadores de deficiência na 
escola tem sido um grande desafio.
VOCÊ SABIA?
A flexibilização curricular é uma abordagem 
educacional que visa tornar o currículo mais 
acessível e adaptável às necessidades dos 
estudantes? Essa estratégia não apenas promove 
a inclusão de alunos com deficiência, mas 
também reconhece a importância de oferecer 
oportunidades iguais de aprendizagem para todos.
Devemos admitir que já tivemos uma evolução, porém 
mais centrada na mobilidade, na garantia de vaga. De qualquer 
forma, mesmo nesses aspectos, ainda não chegamos no ponto 
ideal. Quanto à aprendizagem ainda encontramos muitas dúvidas, 
e os professores precisam urgentemente de orientação.
O currículo programado para uma determinada série, 
geralmente é simplificado pensando em atender determinados 
alunos. A simplificação se resume em diminuição dos conteúdos 
propostos. Mas a ideia de flexibilização, nesse caso, não 
corresponde ao objetivo de inclusão. Incluir é oferecer as mesmas 
possibilidades para todos os alunos. Aqui, a flexibilização curricular 
consistiria em diferir as estratégias pedagógicas e adaptação de 
algumas complexidades. É preciso ficar claro que flexibilizar não 
é o mesmo que adaptar o currículo. Quando realizamos uma 
adaptação estamos praticamente reformando alguma rota. Já a 
flexibilização

Mais conteúdos dessa disciplina