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LAZER EDUCAÇÃO E 
DESENVOLVIMENTO 
HUMANO
AULA 5
ABERTURA 
Olá!
Os megaeventos esportivos são marcantes e certamente ficam para a história dos países e das 
cidades que funcionam como sede. Assumir o papel de anfitrião é uma grande responsabilidade, 
mas também uma grande oportunidade, uma vez que eventos dessa dimensão, como os jogos 
olímpicos, funcionam como verdadeiros catalisadores de recursos, atraindo investidores de todo 
o mundo. Contudo, para a obtenção de sucesso, é necessário um rigoroso e organizado 
processo de planejamento das ações necessárias para a preparação dos jogos.É muito 
importante ressaltar que todo esse controle e cuidado não se encerra com a finalização dos 
jogos olímpicos. Após os jogos, a governança local precisa cuidar para que o legado deixado 
pelos jogos seja de fato utilizado em favor da população local.
Nesta aula, você vai estudar o conceito de legado olímpico e vai aprender sobre o 
legado olímpico brasileiro. Nesse sentido, você vai compreender as ações governamentais de 
controle e vai poder comparar o legado olímpico brasileiro com o de outros países.
Bons estudos.
O legado 
olímpico e o 
plano de legado 
brasileiro
REFERENCIAL TEÓRICO
Os jogos olímpicos representam um megaevento esportivo que atrai olhares de todo o mundo. 
Por atingir tal dimensão, os jogos são compreendidos como uma oportunidade de 
catalisar investimentos para a promoção de melhorias para as cidades anfitriãs.
O legado olímpico é toda herança que os jogos deixam para as cidades-sede, sendo que 
esse legado pode ser dividido entre legado material (obras de infraestrutura, melhora do 
transporte público, construção de hospitais etc.) e legado imaterial (troca de experiência 
internacional, avanço do turismo, desenvolvimento de projetos esportivos etc.). No capítulo "O 
legado olímpico e o plano de legado brasileiro", base teórica desta aula, você vai verificar os 
detalhes da gestão governamental do legado olímpico dos Jogos Olímpicos do Rio de 
Janeiro, em 2016. Além disso, você vai poder comparar o caso brasileiro com o de outros 
países que construíram um legado importante.
Ao final, você terá reunido os seguintes aprendizados:
• Avaliar o plano de legado olímpico e a respectiva governança no Brasil.
• Comparar o legado olímpico brasileiro ao de outros países.
• Reconhecer o legado olímpico e seu papel no incentivo do esporte no Brasil.
Boa Leitura.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Avaliar o plano de legado olímpico e a respectiva governança no Brasil.
 > Comparar o legado olímpico brasileiro ao de outros países.
 > Reconhecer o legado olímpico e seu papel no incentivo ao esporte no Brasil. 
Introdução
Os Jogos Olímpicos da era moderna vêm acontecendo com intervalo de quatro 
anos desde 1896, quando a barão Pierre de Coubertin resgatou os jogos que 
aconteciam na Grécia Antiga. O barão de Coubertin acreditava que mais do que 
as competições esportivas pautadas em disputas ferrenhas pela vitória, os jogos 
têm o dever de carregar princípios éticos e morais, bem como oferecer um retorno 
positivo à cidade anfitriã.
O legado olímpico representa toda herança deixada para a cidade-sede após 
o encerramento dos jogos. Existem diferentes classificações quanto ao tipo de
legado, podendo ser dividido em material e imaterial, por exemplo. Com a globa-
lização e a evolução dos modelos de negócio, os Jogos Olímpicos se tornaram um 
megaevento, que atrai recursos financeiros em abundância, podendo funcionar
como catalisador de recursos para a cidade-sede e para a construção de um
legado significativo.
O legado olímpico 
e o plano de 
legado brasileiro
Leonardo Mateus Teixeira de Rezende
Neste capítulo, você vai conhecer os principais detalhes relacionados ao legado 
olímpico brasileiro, bem como sua forma de administração desde o final dos 
jogos de 2016. Estudará também as principais políticas pública de incentivo ao 
esporte que estiveram relacionadas aos Jogos Olímpicos. Por fim, acompanhará 
uma comparação entre o legado olímpico brasileiro e aqueles observados em 
Barcelona (1992) e Londres (2012).
O plano de legado olímpico brasileiro
Os Jogos Olímpicos possuem diversas funções sociais na comunidade, e a Carta 
Olímpica reforça que uma das mais importantes é o estabelecimento de um 
legado positivo que venha a permanecer para as cidades e países anfitriões 
(PORTUGAL, 2011). De acordo com Mesquita (2018), o grande motivo para uma 
cidade se candidatar à realização de um megaevento esportivo como as 
Olimpíadas é o retorno potencial, ou seja, o legado que será deixado para a 
cidade e sua população após o encerramento dos jogos. Para sediar os Jogos 
Olímpicos, um país precisa apresentar uma cidade com infraestrutura que 
atenda à demanda do evento. Sendo assim, é necessário oferecer para os 
atletas, turistas e a própria população infraestrutura de qualidade quanto a 
segurança, transporte, saúde, etc. No Rio de Janeiro, por exemplo, uma série 
de projetos para melhoria da infraestrutura foram realizados, objetivando 
atender a essas questões. 
O que se propõe verdadeiramente é que, depois de encerrados os jogos, 
tais melhorias sirvam de legado para população local. Contudo, para tratar 
esse tema com a devida profundidade, é preciso compreender o conceito de 
legado. Sobre isso, Rodrigues (2013, p. 19, grifo nosso) afirma:
Por entendermos legado como narrativa, ou seja, forma de pensar e articular 
trajetórias passadas, presentes e futuras de uma cidade, consideramos esse 
processo de desenvolvimento (com ganhos tangíveis e intangíveis), de passar 
para as próximas gerações uma herança de conhecimentos, tecnologias, pro-
priedade e atitudes articulados ao projeto olímpico, um dos maiores desafios 
que o Brasil enfrenta.
Do ponto de vista etimológico, legado é uma palavra que tem sua origem 
no latim (legatum, deixado como testamento), referindo-se a qualquer tipo de 
patrimônio deixado para fruição dos beneficiados. Dessa forma, um legado 
olímpico pode ser material, referindo-se à infraestrutura (construções como 
parques, rodovias, arenas esportivas), ou imaterial, ligado ao estabelecimento 
de condutas baseadas no olimpismo, fortalecimento de relacionamentos 
O legado olímpico e o plano de legado brasileiro2
internacionais, desenvolvimento de projetos educacionais, etc. (MESQUITA; 
BUENO, 2018). Sendo assim, a discussão sobre legado olímpico é ampla e 
ultrapassa a ideia de simplesmente deixar espaços físicos a serem utilizados. 
O assunto, portanto, precisa ser problematizado a fim de compreendermos 
como esses legados devem ser aproveitados enquanto herança econômica, 
social e cultural, em prol do bem comunitário. 
Em termos de legado olímpico, é muito importante compreender que o 
tema atinge uma extensa gama de interessados e deve ultrapassar a dimensão 
esportiva. Portanto, esse legado também atingirá diversas questões da vida 
em sociedade, abrangendo, por exemplo questões políticas, econômicas, 
culturais, sociais e de infraestrutura, o que torna seu gerenciamento complexo. 
Para isso, diversas esferas governamentais precisam se organizar com o ob-
jetivo de oferecer o tratamento adequado ao legado olímpico. Sendo assim, o 
megaevento surge como uma oportunidade única, pois torna possível atrair 
investimentos com capacidade de acelerar projetos de desenvolvimento social 
e de regeneração urbana que aconteceriam de forma muito mais retardada 
em condições normais (BRASIL, 2008).
Em 2011, foi criada a Lei Federal n° 12396, que firmou um consórcio público 
denominado Autoridade Pública Olímpica (APO), sob a forma de autarquia 
de regime especial entre União, o estado e a cidade do Rio de janeiro. A APO 
funcionava como agência coordenadora entre estes três entes federados no 
processo de organização e preparação dos Jogos Olímpicos de 2016, sendo 
responsável por garantir que as obrigações firmadas perante ao Comitê 
Olímpico Internacional fossem cumpridas (BRASIL, 2011). Após a realização 
dos jogos, a APO foi transformada na Autoridade de Governançado Legado 
Olímpico (AGLO), por meio da MP 771/2017 (BRASIL, 2017). A AGLO foi um órgão 
que funcionou entre 2016 e 2019, com o objetivo de garantir que os espaços 
construídos recebessem programas e projetos, oferecendo para a população 
local possibilidades de atividades esportivas, culturais, sociais, de lazer e 
educacionais. 
Eram as seguintes as atribuições específicas da AGLO, conforme a 
MP 771 (BRASIL, 2017):
 � viabilizar a adequação, a manutenção e a utilização das instalações esportivas 
olímpicas e paraolímpicas destinadas às atividades de alto rendimento ou 
a outras manifestações desportivas;
 � administrar as instalações olímpicas e promover estudos que proporcio-
nassem subsídios para a adoção de modelo de gestão sustentável sob os 
aspectos econômico, social e ambiental;
O legado olímpico e o plano de legado brasileiro 3
 � estabelecer parcerias com a iniciativa privada para a execução de empreendi-
mentos de infraestrutura destinados à melhoria e à exploração da utilização 
das instalações esportivas, aprovadas previamente pelo Ministério do Esporte;
 � elaborar o plano de utilização das instalações olímpicas e paraolímpicas, 
sujeito à supervisão e à aprovação do Ministério do Esporte;
 � realizar estudos técnicos e pesquisas e elaborar e monitorar planos, projetos 
e programas;
 � firmar ajustes, contratos e acordos a fim de viabilizar a utilização das estru-
turas do legado olímpico;
 � desenvolver programas, projetos e ações que utilizem o legado olímpico como 
recurso para o desenvolvimento esportivo e a inclusão social.
A AGLO criou um documento norteador para as ações relacionadas ao 
legado olímpico, batizado de Plano de Legado Olímpico, publicado em 2017 
(AGLO, 2017). Um ponto interessante a ser ressaltado é que a AGLO teve seus 
planos frustrados ao perceber que a iniciativa privada não assumiu a maior 
parcela das estruturas olímpicas (AGLO, 2017). Sendo assim, o governo fe-
deral se viu na obrigação de assumir o controle das estruturas olímpicas, 
principalmente o Parque Olímpico da Barra, as Arenas 01 e 02, o Velódromo 
e o Centro de Tênis. 
A AGLO também apresentava um planejamento que indica estratégias e 
metas para utilização dos espaços. Contudo, o documento apresentou esses 
planos apenas para o período de existência da AGLO, ou seja, de 2016 até 2019. 
O documento indica que a missão do órgão era transformar as instalações 
olímpicas da Barra e de Deodoro em um Centro Olímpico de Treinamento 
capaz de oferecer uma programação abundante de atividades de prática 
esportiva, atendendo aos atletas, cidadãos, crianças e adolescentes (AGLO, 
2017). Por meio dessa proposta, a ideia era tornar o legado olímpico brasileiro 
uma referência mundial quanto ao aproveitamento das estruturas olímpicas. 
O plano de legado olímpico brasileiro apresentava objetivos a curto, 
médio e longo prazos. A curto prazo, pretendia-se manter as instalações 
em funcionamento, oferecendo possibilidades para realização de eventos 
esportivos de alto rendimento, mas também eventos direcionados a outras 
formas de manifestações esportivas, como o esporte particição e o esporte 
educacional. A médio e longo prazos, o grande objetivo era criar um modelo 
de gestão que tornassem os espaços olímpicos autossustentáveis por meio 
da integração entre ações governamentais e privadas (AGLO, 2017). 
Outro aspecto importante é que o Ministério do Esporte firmou acordo com 
o Exército Brasileiro, que utiliza partes das instalações para seu treinamento. 
O legado olímpico e o plano de legado brasileiro4
Veja no quadro a seguir quais são os espaços que funcionam sob administração 
do Exército. Essas instalações foram construídas em área militar — Deodoro 
— com recursos cedidos pelo Ministério do Esporte. O documento da AGLO 
explicita ainda que o Exército é responsável pela administração e controle 
das atividades, enquanto o Ministério do Esporte é responsável pelo custeio 
(AGLO, 2017).
As instalações a seguir são de propriedade do Exército Brasileiro, 
sob sua administração direta e financiamento por meio de recursos 
oriundos do Ministério do Esporte (AGLO, 2017). 
 � Centro Militar de Tiro Esportivo Tem Cel Guilherme Paraense (CMTE); 
 � Arena Cel Wenceslau Malta (AWM);
 � Centro de Pentatlo Moderno Cel Eric Tinoco Marques (CPM);
 � Centro de Hóquei sobre Grama Sgt João Carlos de Oliveira (CHG); 
 � Centro de Hipismo.
Você pode perceber que o legado olímpico está diretamente relacionado 
a um plano de políticas públicas que se beneficiam do evento para promover 
alterações materiais (infraestrutura construída e aprimorada como parques, 
habitações, linhas de metrô, arenas, etc.) e imateriais (valorização da imagem 
local, o que favorece o turismo; troca de experiências com outros países, 
aumentando o reconhecimento no exterior, etc.) na cidade anfitriã, com 
o objetivo de oferecer melhores condições sociais para população local. 
Infelizmente, os planos concebidos para o legado das Olimpíadas do Rio de 
Janeiro em 2016 não se concretizaram em plenitude, havendo muitos projetos 
inacabados e estruturas abandonadas. 
Legado olímpico brasileiro em comparação 
ao resto do mundo
Uma informação interessante apresentada pela AGLO no plano de legado 
olímpico brasileiro é que existia uma expectativa quanto à absorção completa 
das estruturas e complexos esportivos por parte da iniciativa privada, o que 
acabou não acontecendo, em função do contexto socioeconômico conturbado 
do Brasil após os Jogos Olímpicos (AGLO, 2017). Essa intenção voltada para o 
comando do legado por meio da iniciativa privada difere de muitos exemplos 
de sucesso pelo mundo de cidades que sediaram Olimpíadas. Barcelona 
O legado olímpico e o plano de legado brasileiro 5
(sede em 1992), por exemplo, teve seu legado controlado prioritariamente 
pelo governo, com uma série de ações de cunho social sendo realizadas com 
objetivo de oferecer um retorno real à sua população (MESQUITA; BUENO, 
2018). Cada Olimpíada apresenta suas necessidades quanto ao planejamento 
e suas particularidades em termos de legado, deixando marcas específicas 
influenciadas por fatores diversos, como a distribuição geográfica da cidade, 
clima local, cultura, economia, dentre muitos outros. Nesta seção do capítulo, 
você conhecerá mais sobre duas Olimpíadas marcantes do ponto de vista de 
legado (Barcelona 1992 e Londres 2012), e como o legado olímpico brasileiro 
pode ser comparado a elas.
Olimpíadas de Barcelona (1992)
As Olimpíadas de Barcelona, realizada em 1992, é apontada até hoje como 
exemplo de aproveitamento positivo dos recursos atraídos para construção 
e manutenção de um legado olímpico significativo para a população local 
(MASCARENHAS, 2008). O governo catalão investiu pesado em projetos ur-
banísticos, levando a um processo acelerado e mundialmente reconhecido 
de evolução urbana. Esse projeto foi explorado também enquanto atrativo 
turístico, projetando a imagem da cidade a nível mundial, o que atraiu inves-
timento externo e turistas do mundo inteiro (MASCARENHAS, 2008). 
O contexto social espanhol não pode ser descartado ao se abordar as 
Olimpíadas de Barcelona, uma vez que a ditadura franquista (1939–1975) 
havia se encerrado poucos anos antes, de forma que o governo espanhol 
enxergava a necessidade de transmitir uma imagem renovada e positiva do 
país. Sendo assim, a utilização de Barcelona como sede olímpica foi encarada 
como um desafio e como uma oportunidade. Dessa forma, o que se percebeu 
foi que o plano de organização dos Jogos Olímpicos priorizou a cidade de 
Barcelona e não os jogos em si, o que levou a amplas melhorias urbanas 
(MASCARENHAS, 2008).
As áreas urbanas de Barcelona ganharam maior definição do ponto de vista 
econômico, aglutinando grupos especificados por área em cada localidade, 
o que atraiu inúmeros negócios e atividades comerciais. Foi construído um 
anel viário em torno da zona urbana, facilitando o tráfego de veículos e o 
acesso a pontos distintos da cidade. Além disso, é apontadoaumento do de-
senvolvimento urbano associado à valorização imobiliária. Inúmeras vagas de 
trabalho foram geradas, aumentando a circulação de renda e movimentando 
a economia local (BRUNET, 1997). 
O legado olímpico e o plano de legado brasileiro6
É importante ressaltar que o plano de revitalização urbana catalão se-
guiu pautado no equilíbrio, para oportunizar melhorias a todas regiões da 
cidade, evitando priorizar determinadas áreas, como reforça Mascarenhas 
(2008, p. 191):
De fato, em vez de realizar a clássica construção de um grande parque olímpico, 
Barcelona optou pela desconcentração, criando quatro parques menores, espalha-
dos pela cidade. Dessa forma, evitou instalações superdimensionadas, condenadas 
à condição de “elefantes brancos” após o final dos Jogos.
A grande verdade é que as Olimpíadas de 1992 funcionou como um marco 
histórico que abriu os olhos de muitos países, que passaram a enxergar os 
Jogos Olímpicos como uma oportunidade única de atrair recursos rápidos 
e em abundância para melhoria da infraestrutura local. Truño (2008) indica 
que a partir de 1992 os Jogos Olímpicos passaram a ser entendidos como 
catalisadores de recursos, e que a grande maioria dos países que obtiveram 
sucesso na campanha para sediar os jogos apresentava como principal fator 
de seu projeto o plano de regeneração urbana e desenvolvimento econô-
mico. Estima-se que Barcelona economizou dez anos de renovação com o 
projeto olímpico, considerando que, quando bem administrados, o projeto 
e o legado olímpicos podem oferecer oportunidades para superar uma série 
de entraves políticos, burocráticos e financeiros que dificultam a renovação 
urbana (PREUSS, 2004). 
A revolução causada pelo devido aproveitamento do legado dos Jogos 
Olímpicos em Barcelona atingiu tamanha magnitude que atualmente ela é 
considerada uma das cidades europeias que oferecem melhor qualidade de 
vida a seus cidadãos, e é a quarta melhor cidade do mundo para se iniciar 
um negócio (TRUÑO, 2008). 
Olimpíadas de Londres (2012)
Londres, que foi sede olímpica em 2012, apresentou um projeto olímpico que 
previa grande regeneração urbana, com o objetivo de transformar uma das 
áreas mais precárias da cidade (POYTER, 2008). Do ponto de vista não tangível, 
a principal proposta de Londres era estimular o envolvimento dos jovens no 
movimento olímpico e aproximá-los da prática esportiva. O legado olímpico de 
Londres é apontado como um dos mais impactantes após a revolução iniciada 
em Barcelona, o que pode ser observado pela ampla regeneração da porção 
da cidade conhecida como East London, que era uma localidade desindus-
trializada e marginalizada, que recebeu grande atenção, sendo transformada 
O legado olímpico e o plano de legado brasileiro 7
para recepção dos jogos. Esse projeto serviu inclusive como inspiração para o 
planejamento das Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016. É importante ressaltar 
que a regeneração de East London é um projeto antigo, iniciado ainda na década 
de 1990, mas foi somente com o impulso oferecido pelos Jogos Olímpicos que 
acabou havendo um grande avanço (POYNTER; VIEHOFF; LI, 2015). 
Pós-jogos, a renovação de East London incluiu a conversão da zona olímpica 
em milhares de moradias, hospitais, áreas comerciais, escolas e instalações 
esportivas. Projetos esportivos para crianças e adolescentes foram criados 
utilizando as instalações dos Jogos Olímpicos, como o centro aquático, que 
agora serve como local para aulas de natação, além de várias arenas, que 
recebem esportes diversos. Algo notável é que todas essas estruturas passa-
ram a ser administradas por fundações sem fins lucrativos, com o objetivo de 
oferecer de fato os espaços para o uso público (SANTOS, 2017). As Olimpíadas 
de Londres geraram impacto econômico importante para o Reino Unido, uma 
vez que as receitas geradas durante o evento e nos anos posteriores supe-
raram os custos incorridos pelas entidades públicas envolvidas, deixando 
um legado econômico importante (POYNTER; VIEHOFF; LI, 2015). Quanto ao 
transporte público, foram construídas novas linhas de metrô, ciclovias e uma 
série de pontes e viadutos, aliviando o tráfego na cidade. 
Por outro lado, o turismo pode ser considerado o ponto negativo do legado 
olímpico de Londres. A cidade recebeu uma quantidade de turistas muito 
inferior ao esperado após os jogos, e o que se especula é que a justificativa 
seria o grande aumento dos preços. 
É possível observar também o impacto social causado pelas Olimpíadas 
no Reino Unido, uma vez que muitos programas de capacitação e geração 
de empregos para minorias desfavorecidas foram criados. Além disso, um 
dos grandes propósitos, como já citado, era o estabelecimento do incentivo 
ao esporte para crianças e adolescentes. Sendo assim, vários programas 
educativos sobre saúde, esporte e artes foram criados para os jovens, todos 
com base nos princípios do olimpismo. O legado ambiental também merece 
ser destacado, já que houve uma revitalização ecológico por meio do plantio 
de milhares de árvores e plantas em East London, tudo baseado em um plano 
de reflorestamento ecológico para estimular a biodiversidade (SANTOS, 2017). 
Olimpíadas do Rio de Janeiro (2016)
O Rio de Janeiro aproveitou muitas ideias dos projetos de Barcelona e Londres, 
indicando o uso dos jogos como um agente catalisador de recursos para acelerar 
o processo de desenvolvimento e regeneração da cidade a médio e longo prazos. 
O legado olímpico e o plano de legado brasileiro8
O projeto tinha como pontos mais fortes a revitalização da zona portuária e 
das áreas em torno do Maracanã, Engenhão e Sambódromo. Do ponto de vista 
do transporte urbano, a ideia central passava pela instalação de ônibus de 
trânsito rápido (BRTs) e expansão das linhas de trem e metrô. Por fim, grande 
destaque foi dado à revitalização de rios e lagoas, à despoluição da Baía de 
Guanabara e ao cuidado com a natureza e biodiversidade locais (SANTOS, 2017). 
Infelizmente, as expectativas não foram cumpridas em sua totalidade, 
restando muitos projetos inacabados e arenas e espaços esportivos abandona-
dos. Muitos pontos não receberam continuidade, causando grande frustração 
na população e preocupação quanto aos escândalos relacionados a desvio de 
verba. Quanto aos projetos de ordem ambiental, apenas as ecobarreiras para 
reter o lixo que chega à Baía de Guanabara foram mantidas, enquanto outros 
projetos que propunham, por exemplo, a recuperação das lagoas da Barra da 
Tijuca e de Jacarepaguá não foram concluídos (PINHEIRO JÚNIOR, 2017). Locais 
como o Parque Radical, na região de Deodoro, encontram-se abandonados, 
com claros sinais de deterioração, enquanto os parques olímpicos e as arenas 
olímpicas recebem poucos eventos e projetos. 
O que se observa de maior sucesso do legado dos Jogos Olímpicos de 2016 
para o Rio de Janeiro é a melhora da mobilidade urbana. Os BRTs e os veículos 
leves sobre trilhos (VLTs) são responsáveis por diminuir drasticamente o tempo 
de tráfego para a população. Foi possível observar também melhora conside-
rável nas linhas de metrô. O projeto para revitalização e expansão das linhas 
de metrô já era antigo, mas apenas com a chegada dos Jogos Olímpicos é que 
foi de fato concluído, oferecendo grande melhoria para a população em termos 
de deslocamento. Portanto, é observada melhora em termos de infraestrutura 
relacionada à mobilidade pela cidade (PINHEIRO JÚNIOR, 2017). Do ponto de vista 
urbano, foram revitalizadas vias e mais de 650 mil m2 de calçadas. 
Os dados indicam ainda que foram construídos aproximadamente 700 km 
de infraestrutura de saneamento urbano, levando água e esgoto para milhares 
de pessoas. Ciclovias foram construídas pela cidade e mais de 15 mil árvores 
foram plantadas. As Olimpíadas também deixaram um legado cultural e de 
lazer, uma vez que a orla foi estendida em cerca de 3 km, abrindo espaço 
para novos comércios e opões de lazer. Além disso, foram inaugurados dois 
museus (Museu de Arte do Rio [MAR] e Museu do Amanhã).Por fim, a área 
do turismo cresceu bastante após os jogos, com muitos visitantes ao Rio de 
Janeiro vindos de fora do país (SANTOS, 2017). Esse é um legado importante, 
pois estimula a economia e gera muitos empregos. 
De acordo com o COI (OLYMPIC GAMES, c2021), vejamos a seguir destaques 
do legado olímpico brasileiro divididos por diferentes setores.
O legado olímpico e o plano de legado brasileiro 9
 � Econômico:
 ■ criação de 70 hotéis e muitas residências;
 ■ geração de empregos e aumento da renda;
 ■ grande expansão do turismo local.
 � Ambiental:
 ■ implantação de tecnologias energeticamente eficientes e de baixa 
emissão de carbono;
 ■ restauração de 44 hectare de vegetação nativa no campo de golfe 
e 7,3 hectares no Parque Olímpico;
 ■ recuperação de 9 km de extensão de rios;
 ■ aprimoramento da infraestrutura de saneamento;
 ■ instalação de nova central para tratamento de resíduos.
 � Social:
 ■ os voluntários dos jogos receberam treinamento e desenvolveram 
habilidades laborais que podem ser úteis na obtenção de empregos;
 ■ instalação de novos equipamentos nos centros comunitários;
 ■ treinamento de mulheres em situação de risco na área de design, 
controle de qualidade e habilidades gerenciais;
 ■ desenvolvimento de projetos direcionados ao oferecimento de um 
futuro sustentável para os jovens.
 � Urbano:
 ■ catalisador de recursos para o avanço de projetos de revitalização 
urbanística;
 ■ instalação de 150 km de extensão de BRTs;
 ■ instalação de nova linha de metrô;
 ■ revitalização da área do Porto Maravilha.
 � Juventude e esporte:
 ■ criação do Transforma, programa educacional da Rio 2016, que bus-
cou ampliar a oferta esportiva nas escolas e promover os valores 
olímpicos de excelência, respeito e amizade;
 ■ inauguração no Parque Aquático Maria Lenk em 2012, o Centro de Trei-
namento Time Brasil hoje é acessível a jovens e talentosos atletas;
 ■ todo o equipamento utilizado para os torneios de hóquei agora é 
propriedade da Federação Brasileira de Hóquei.
Você pode perceber que Barcelona, Londres e Rio de Janeiro apresentaram 
como pontos fortes de suas candidaturas o potencial de regeneração urbana. 
Desse modo, o cuidado com a cidade e com seu povo ganharam maior destaque 
do que os jogos propriamente ditos, o que vai ao encontro dos princípios do 
O legado olímpico e o plano de legado brasileiro10
olimpismo preconizados por Pierre de Coubertin. Contudo, diferenças pontuais 
podem ser observadas. Enquanto Barcelona propôs uma revitalização equili-
brada da cidade, Londres e Rio de Janeiro focaram em locais específicos, em que 
julgaram haver maior necessidade, e acreditaram que seriam mais adequados 
para recepção do evento. Você pode perceber que a seleção de uma cidade 
para receber os jogos é um processo complexo e que envolve muitos fatores. 
Porém, a proposta que apresenta benefícios significativos a longo prazo para 
a cidade-sede e seu povo com certeza ganha muitos pontos nesse processo.
O legado olímpico e as políticas de incentivo 
ao esporte brasileiro
Os Jogos Olímpicos da era moderna, como foram preconizados pelo barão 
Pierre de Coubertin, representam muito mais do que uma série de compe-
tições esportivas, pois servem também como oportunidade para promoção 
de uma série de ações sociais, políticas e culturais. Assim como em Londres, 
o projeto dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro indicou que o incentivo a 
projetos esportivos direcionados aos jovens seria um elemento-chave a ser 
desenvolvido e mantido posteriormente aos jogos. Veja o que o próprio site do 
COI diz a respeito (OLYMPIC GAMES, 2017, documento on-line, tradução nossa):
No coração dos Jogos Olímpicos do Rio 2016 estava o compromisso de ajudar 
crianças e jovens a se conectarem ao esporte, concentrando a atenção do mundo 
nos maiores atletas do esporte e dando aos jovens de hoje mais educação sobre 
o esporte, melhor acesso a instalações esportivas, competição, treinamento e 
eventos esportivos.
No Brasil, um dos mais importantes legados sociais voltados para o incentivo 
do esporte é o projeto Transforma, que tem como objetivo ampliar a oferta 
esportiva nas escolas e promover os valores pregados pelo olimpismo. O pro-
jeto foi implantado em 26 estados brasileiros, atingindo mais de 8 milhões de 
jovens desde sua criação, em 2013. O programa ofereceu ainda cursos sobre 18 
modalidades esportivas para professores de educação física de todo o Brasil. 
O projeto funciona em escolas, ONGs, projetos sociais e na própria sede do 
Comitê Olímpico do Brasil (COB). O Transforma tem como foco a atuação do 
jovem enquanto agente de transformação, com estímulo voltado à vivência dos 
valores olímpicos e paraolímpicos e à prática esportiva e hábitos saudáveis. 
Outro legado importante é o Centro de Treinamento Time Brasil, que funciona 
no Parque Aquático Maria Lenk (Figura 1). Esse projeto oferece a jovens atletas 
O legado olímpico e o plano de legado brasileiro 11
programas de treinamento em diversas modalidades (atletismo, mergulho, 
nado sincronizado, ginástica artística, judô, etc.), além de ensino a respeito das 
ciências do esporte. O parque conta com uma estrutura muito completa, que 
contém, além das piscinas de natação e de saltos ornamentais, sala de esportes 
de combate, sala de força e condicionamento, sala de avaliação, laboratório 
olímpico e centro de treinamento de ginástica artística. O espaço é referência 
quanto ao preparo e recuperação de atletas de alto nível. A sala de força e 
condicionamento do CT Time Brasil é apontada como a maior instalação de 
preparação física de alto rendimento do país. A sala de esportes de combate 
conta com equipamentos de filmagem para análise de movimento, sala de 
musculação com equipamentos específicos para diversas modalidades, sala de 
descanso, sala de avaliação e área de luta. O laboratório olímpico permanece 
à disposição dos principais atletas do país e das confederações brasileiras 
olímpicas. O laboratório foi criado com objetivo de oferecer tecnologia de 
ponta para melhoria do desempenho dos atletas brasileiros a partir do suporte 
científico. O laboratório fornece dados precisos para que o treinador tome as 
melhores decisões na elaboração do programa de treinamento dos atletas, 
diminuindo o risco de lesões e elevando o desempenho nas competições. 
Figura 1. Estrutura do Parque Aquático Maria Lenk: (a) sala de força e condicionamento; (b) 
laboratório olímpico; (c) sala de esportes de combate; (d) piscina olímpica.
Fonte: Comitê Olímpico do Brasil (COB, 2020, documento on-line). 
O legado olímpico e o plano de legado brasileiro12
Leis de incentivo ao esporte
O acesso ao esporte é assunto bastante debatido na elaboração e promoção de 
políticas públicas, uma vez que a Constituição brasileira indica que o lazer e o 
esporte são direitos sociais de todos os cidadãos do país (BRASIL, 1988). Até 2019, 
o Ministério do Esporte (atualmente incorporado ao Ministério da Cidadania) era 
o órgão responsável por operacionalizar as ações relacionadas ao esporte brasi-
leiro. Em 2003, houve a separação entre os Ministérios do Esporte e do Turismo, 
sendo que as principais atribuições que passaram ao Ministério do Esporte eram: 
desenvolvimento e controle de uma política nacional do esporte; intercâmbio 
com instituições públicas e privadas, nacionais e internacionais; e planejamento, 
coordenação e avaliação dos programas de incentivo e democratização do 
esporte (BRASIL, 2003a). Após sua criação, o ministério foi dividido em quatro 
secretarias: Secretaria Nacional do Esporte Educacional; Secretaria Nacional 
de Desenvolvimento de Esporte e Lazer; Secretaria Nacional de Esporte de Alto 
Rendimento (SNEAR); e Secretaria Executiva (BRASIL, 2003b). Em 2011, houve uma 
reforma na pasta, de forma que duas secretarias foram mantidas (Secretaria 
Nacional de Esporte de Alto Rendimento e Secretaria Executiva), e as outras 
foram combinadas, dando origem à Secretaria Nacional de Esporte, Educação, 
Lazer e Inclusão Social. Porfim, foi criada uma nova secretaria, denominada 
Secretaria Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor (BRASIL, 2011). 
A Secretaria Executiva deve coordenar atividades dos sistemas federais dire-
cionados ao esporte, sendo que uma das ações foi a criação da lei de incentivo ao 
Esporte (nº 11.438, de 29 de dezembro de 2006), que busca estimular o investimento 
privado em programas esportivos por meio de dedução fiscal oferecida para 
instituições que contribuam com o desenvolvimento do esporte (BRASIL, 2006). 
Segundo a lei, a pessoa jurídica que dispor de valor monetário para patrocínio ou 
doação para projetos esportivos poderá ter dedução do imposto de renda, desde 
que o procedimento seja aprovado pelo ministério do esporte (BRASIL, 2006). 
Por sua vez, a SNEAR foi responsável por coordenar as ações de planeja-
mento dos Jogos Olímpicos de 2016. Além disso, uma das principais políticas 
desenvolvidas pela SNEAR foi o programa Bolsa Atleta, iniciado em 2005. O 
programa visa estabelecer apoio para atletas de alto rendimento, oferecendo 
recursos financeiros àqueles que alcançam resultados importantes em nível 
nacional e internacional (SILVA; BORGES; AMARAL, 2015). O Bolsa Atleta teve 
origem a partir da Lei nº 10.891 (BRASIL, 2004) e do Decreto nº 5.342 (BRASIL, 
2005), publicados nos anos de 2004 e 2005, respectivamente. 
O Bolsa Atleta surgiu da frustração quanto ao desempenho brasileiro nos 
Jogos Olímpicos de Sidney, em 2000, quando nenhuma medalha de ouro foi 
O legado olímpico e o plano de legado brasileiro 13
conquistada pelo país. Este fato ligou um alerta para a necessidade de inves-
timento no esporte. Sendo assim, o deputado Agnelo Queiroz criou um projeto 
de lei com o objetivo de incentivar atletas olímpicos de esportes individuais, 
por meio de uma remuneração mensal. No trâmite de julgamento da proposta, 
importantes alterações foram feitas, de forma que a proposta foi estendida 
às modalidades coletivas e também as paraolímpicas (GUIMARÃES, 2009). 
Para ter direito à bolsa, o atleta precisa apresentar alto rendimento em 
modalidades olímpicas e paraolímpicas que sejam filiadas ao COB ou ao 
Comitê Paralímpico Brasileiro (BRASIL, 2005). Contudo, atletas que não se 
enquadram em modalidades olímpicas podem receber 15% dos recursos 
disponíveis para o Bolsa Atleta.
Instalado em 2005, o Bolsa Atleta ganhou projeção com o passar dos 
anos, principalmente com a chegada de megaeventos esportivos ao 
Brasil, como o Pan-Americano e os Jogos Olímpicos. O programa atingiu grande 
dimensão no cenário nacional, de forma que nos Jogos Olímpicos de 2016, 77% 
dos atletas brasileiros eram beneficiários do Bolsa Atleta, enquanto nos Jogos 
Paraolímpicos, 90,9% eram bolsistas.
De modo geral, os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro deixaram legados 
importantes do ponto de vista material e imaterial, por mais que ressalvas 
precisem ser feitas. O esporte é um fenômeno amplamente difundido na 
sociedade e se manifesta de diferentes formas, com diferentes objetivos. O 
esporte existe na sociedade basicamente em três formas: 
 � esporte educacional — adaptado ao ambiente escolar, tem como obje-
tivo oferecer oportunidade de desenvolvimento integral para crianças 
e adolescentes;
 � esporte participação — praticado na sociedade como forma de lazer 
e divertimento;
 � esporte de alto rendimento — praticado por atletas profissionais com 
o objetivo de vencer competições importantes.
Os projetos legados e/ou reforçados pelos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 
conseguem abranger diferentes dimensões do esporte. Isso é observado 
principalmente por meio de projetos sociais como o programa Transforma, 
que trabalha o esporte educacional, e as atividades desenvolvidas no CT Time 
Brasil, que oferece estrutura e pessoal qualificados para que os atletas de 
alto rendimento treinem e sigam em constante evolução.
O legado olímpico e o plano de legado brasileiro14
Referências
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l10.683impressao.htm. Acesso em: 13 abr. 2021.
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cia da República, 2004. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-
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integralidade das informações referidas em tais links.
O legado olímpico e o plano de legado brasileiro 17
PORTFÓLIO
Após os jogos olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, a Autoridade Pública Olímpica (APO), 
responsável pela organização dos jogos, foi transformada na Autoridade de Governança do 
Legado Olímpico (AGLO), responsável por gerir o legado olímpico.
Suponha que, durante o processo de organização da AGLO, você foi contratado como 
funcionário responsável por manter em funcionamento as arenas da Barra, com o objetivo 
de torná-las autossustentáveis e oferecer para a população atividades esportivas e culturais.
Diante desse cenário, proponha um modelo de gestão, com atividades a serem 
desenvolvidas para atingir os objetivos apresentados.
PESQUISA
Como está o legado da Olimpíada da Rio 2016?
https://www.youtube.com/watch?v=TdCmZsWAzos
Hoje foi a cerimônia de abertura da trigésima segunda olimpíada da era moderna, mais 
conhecida como a Olimpíada de Tóquio 2020. Muito legal o show, gostei particularmente 
do efeito dos drones, a olimpíada em si é sempre emocionante ver os melhores atletas do 
mundo competindo. Mas, no fundo, existe uma pergunta que muita gente se faz: vale a 
pena organizar uma olimpíada? Veja: é extremamente caro preparar todas as arenas 
necessárias para todos os esportes, hospedagem para os atletas, transporte para os 
turistas. Não apenas construir estádios específicos para 35 esportes como a manutenção 
posterior destes. Enfim, certamente é algo muito caro e que encarece a cada edição. Mas 
lógico, a olimpíada trás vantagens, primeiro ela tem receitas diretas, venda de ingressos 
que são bem caros, mas o principal são os direitos de transmissão dos jogos para 
televisões do mundo todo. Além disso, há benefícios indiretos, o aumento do turismo na 
cidade durante as olimpíadas tem uma explosão, mas, além disso, costuma levar a cidade 
a ser mais conhecida e, portanto, a ter mais turismo por algum tempo. A conta, porém, 
raramente fecha. Tipicamente, mesmo sendo otimista quanto ao retorno indireto, que 
é difícil de medir, o resultado final é sempre de enorme prejuízo para a cidade.
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