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R ep ro du çã o pr oi bi da .A rt .1 84 do C ód ig o P en al e Le i 9 .6 10 de 19 de fe ve re iro de 19 98 . 35Capítulo 2 • CONHECENDO A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 7.3. Destilação É um processo físico que serve para desdobrar as misturas homogêneas, como as soluções de sólidos em líquidos (destilação simples) ou as soluções de dois ou mais líquidos (destilação fracionada). Em laboratório, a aparelhagem normalmente utilizada é a seguinte: Quando destilamos dois líquidos miscíveis entre si, a separação tende a ser melhor quanto maior for a diferença entre as temperaturas de ebulição dos dois líquidos; nesse caso o líquido mais volátil destila em primeiro lugar. Evidentemente, a separação não será possível no caso das misturas azeotrópicas. É o que acontece com uma mistura de aproximadamente 96% de álcool comum e 4% de água, em volume, que destila inalterada a 78,1 °C. Os processos de destilação são muito usados nas indústrias. Um dos mais simples é o do alambi- que para fabricação de aguardente: Termômetro Mistura a ser fracionada (digamos dois líquidos miscíveis entre si) Tela de aquecimento (tela metálica revestida com amianto) Bico de Bunsen Suportes de ferro Entrada de água de resfriamento Líquido mais volátil que já se destilou Garras de ferro Condensador Saída de água de resfriamento Balão de destilação Muito mais complicadas são as torres de destilação do petróleo, que possibilitam separar vários de seus derivados, como a gasolina, o querosene, o óleo diesel etc. Torres de destilação em uma refinaria de petróleo. Fogo Garapa fermentada em destilação Tacho de aquecimento Entrada de água de resfriamento Saída de água de resfriamento Serpentina de resfriamento Aguardente S E R ID E C P H O TO IM A G E N E /C ID Capitulo 02B-QF1-PNLEM 29/5/05, 18:1835 R ep ro du çã o pr oi bi da .A rt .1 84 do C ód ig o P en al e Le i9 .6 10 de 19 de fe ve re iro de 19 98 . 36 7.4. Cristalização É um processo físico que serve para separar e purificar sólidos. A água do mar contém vários sais. Em uma salina, entretanto, com a evaporação len- ta da água, o sal comum (cloreto de sódio) crista- liza-se antes dos outros sais e, assim, é separado. O que acontece numa salina você mesmo pode verificar. Basta dissolver o máximo possível de sal de cozinha em água, colocar num pires e aguardar um ou dois dias. DESTILAÇÃO DO AR LÍQUIDO O ar é formado predominantemente por nitrogênio e oxigênio, além de pequenas quantidades de gases nobres. Esses gases são retirados do ar por destilação fracionada (processo Linde). Isso é conseguido submetendo-se o ar a sucessivas compressões e resfriamentos até que ele chegue ao esta- do líquido, o que ocorre a cerca de 200 °C abaixo de zero. A seguir, destila-se o ar líquido. Inicialmente ferve o nitrogênio (#195,8 °C) e a seguir o oxigênio (#183 °C). Esquematicamente: Ar Ar puro Ar líquido Eliminação de poeira e CO2 Pressão e resfriamento Destilação fracionada N2 O2 Atualmente, o nitrogênio é muito usado: • sob a forma gasosa (vendido em cilindros de aço), para ser usado como atmosfera inerte na fabri- cação de produtos eletrônicos, no “enchimento” de lâmpadas incandescentes, no empacotamento de alimentos, para encher pneus etc.; • sob a forma líquida (que garante temperaturas de cerca de 190 °C abaixo de zero), para ser usado como meio de resfriamento no transporte de órgãos para transplante, na conservação de alimentos, na conservação de sêmen para a inseminação artificial do gado etc. • na produção de substâncias contendo nitrogênio, principalmente amoníaco e ácido nítrico. E o oxigênio é muito usado: • na produção do aço e de outros metais; • no branqueamento da celulose para a fabricação do papel; • em maçaricos especiais para corte e solda de metais, como, por exemplo, o maçarico oxídrico e o maçarico oxiacetilênico; • como comburente em foguetes; • nos hospitais, quando o paciente precisa respirar um “ar mais rico”, em função de uma cirurgia ou recuperação; • nos cilindros de mergulhadores e de alpinistas. Salina na Ilha Cristina, Huelva, Espanha. JO S E LU C A S R U IZ /C ID 7.5. Outros processos de desdobramento de misturas Dependendo das propriedades específicas das substâncias que estão misturadas, podemos lançar mão de outros processos de separação, tais como a sublimação, a dissolução fracionada, a extração, a separação magnética etc. Capitulo 02B-QF1-PNLEM 29/5/05, 18:1836 R ep ro du çã o pr oi bi da .A rt .1 84 do C ód ig o P en al e Le i 9 .6 10 de 19 de fe ve re iro de 19 98 . 37Capítulo 2 • CONHECENDO A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES A sublimação é aplicável quando apenas um dos componentes da mistura é sublimável. É como se purifica o iodo: A dissolução fracionada é aplicável quando apenas um dos componentes da mistura é solúvel num dado líquido. Por exemplo, colocando-se uma mistura de sal comum e areia em água, o sal irá se dissolver, enquanto a areia não; por decantação, separamos a solução de sal e água da areia; e, por evaporação, recuperamos o sal. A extração é, em geral, o processo em que se utiliza um líquido que conse- gue “retirar” um componente de uma mistura. Por exemplo, a “água de bromo”, — água que contém pequenas quantidades de bromo em solução. Agitando-se a “água de bromo” com clorofórmio e deixando-se o conjunto em repouso, for- mam-se duas camadas líquidas: a inferior contém bromo dissolvido em clorofór- mio e a superior contém água praticamente sem bromo. Dizemos então que o clorofórmio “extraiu” o bromo da água. A separação magnética é aplicável quando um dos componentes da mistura é magnético, como é o caso das partículas de ferro. Pode-se então retirar essas partículas com o auxílio de um ímã ou eletroímã. 8 APRENDENDO MAIS SOBRE O LABORATÓRIO DE QUÍMICA Além do que já foi descrito no item 7, os laboratórios comuns de Química dispõem de muitos outros equipamentos, aparelhos e dispositivos para facilitar o trabalho. Há equipamentos de ferro (e de outros metais), de vidro, de porcelana etc. Vejamos alguns importantes equipamentos de ferro. Béquer Iodo + impurezas Aquecimento Cápsula com água para resfriamento Cristais do iodo purificado por sublimação Impurezas Água Bromo e clorofórmio Tubo Abertura para entrada de ar Entrada de gás Base Bico de Bunsen. Funciona a gás e serve para o aqueci- mento de materiais não-inflamáveis. Possui, em sua par- te inferior, uma janela, cuja abertura é regulada giran- do-se um anel. Quando a janela está “fechada”, a en- trada de ar é mínima e a chama do gás torna-se ama- relada; quando a janela está “aberta”, a chama torna- se azulada, pois a combustão do gás é mais completa e atinge a temperatura máxima (cerca de 1.100 °C). Suportes, garras e argolas de fer- ro. Servem para a montagem e sustentação dos aparelhos de la- boratório. Tela de aquecimento. É um trançado de fios de ferro, tendo no centro um material adequado ao aquecimento. Recebendo, por baixo, o calor do bico de Bunsen, ela distribui esse calor uni- formemente para os recipientes que são colocados sobre ela, evitando a quebra dos equipamentos de vidro. Tripé de ferro. Serve como apoio para a tela de amianto e para os equipa- mentos que são colocados sobre ela. Capitulo 02B-QF1-PNLEM 29/5/05, 18:1837 R ep ro du çã o pr oi bi da .A rt .1 84 do C ód ig o P en al e Le i9 .6 10 de 19 de fe ve re iro de 19 98 . 38 Além dos que já foram mencionados nos processos de separação das substâncias, outros importan- tes utensílios de vidro são: Trompa de vácuo. Sua forma visa aproveitar uma corrente de água para arrastar o ar por meio de uma abertura lateral. É empregada nas filtrações “a vácuo”. Bureta. Para medir volumes de líquidos ou soluções por es- coamento. Balão volumétrico. Para preparar volu- mes de soluções com maior precisão. Pipeta graduada. Para medir e trans- ferir volumes variáveis de líquidos ou soluções, com precisão maior que a da proveta. Pipeta volumétrica. Para medire trans- ferir um volume fixo de um líquido ou solução, com maior precisão do que a da pipeta graduada. Proveta ou cilindro graduado. Para medir e transferir volumes de líquidos e soluções (não é de muita precisão). Balão de fundo redondo. De uso se- melhante ao anterior, porém mais apro- priado aos processos de destilação. Balão de fundo chato. Usado para aque- cer e preparar soluções e realizar rea- ções com desprendimento de gases. Tubo de ensaio. Usado para testar rea- ções com pequenas quantidades de reagentes. Vidro de relógio. Usado para pesar pequenas quantidades de substân- cias, para evaporar pequenas quanti- dades de soluções e para cobrir béqueres e outros recipientes. Erlenmeyer. Usado para preparar e guardar soluções. Água Ar Água e ar 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 Capitulo 02B-QF1-PNLEM 29/5/05, 18:1838 R ep ro du çã o pr oi bi da .A rt .1 84 do C ód ig o P en al e Le i 9 .6 10 de 19 de fe ve re iro de 19 98 . 39Capítulo 2 • CONHECENDO A MATÉRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES 9 A SEGURANÇA NOS LABORATÓRIOS DE QUÍMICA Os laboratórios de Química são construídos de acordo com as experiências que se pretende realizar e contam com instalações adequadas de água, gás, eletricidade, ar comprimido, sistemas de exaustão de gases venenosos etc. Devido ao perigo de certas substâncias e de suas reações, deve-se sempre ter: • placas de sinalização Alguns utensílios de porcelana são: Corrosivo Tóxico Altamente inflamável Material radioativo 20 03 TR IB U N E M E D IA /I N TE R C O N TI N E N TA L P R E S S Cadinho de porcelana. Usado para aquecimento e fusão de sólidos a altas temperaturas. Triângulo de porcelana. Serve de suporte para cadinhos, quan- do aquecidos diretamente na chama de gás. Porcelana Cápsula de porcelana. Usada para concentrar e secar so- luções. Almofariz e pistilo. Usados para trituração de sólidos. O MAGO DE ID PARKER & HART • regras de segurança — Use sempre aparelhagem limpa e que não esteja quebrada nem trincada. — Conheça as propriedades das substâncias que vai usar. — Não pegue com as mãos, não cheire, não prove o sabor de produtos químicos. — Use sempre óculos de proteção e luvas. — Não deixe frascos abertos ou em locais de onde possam cair. — Use sistema de exaustão para gases venenosos. — Tenha sempre extintor de incêndio apropriado à mão. Capitulo 02B-QF1-PNLEM 29/5/05, 18:1839