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Documento de Briefing: Análise de "Apostila - DA - Aula 02.pdf" Este documento apresenta um resumo detalhado dos temas e ideias centrais abordados no material "Apostila - DA - Aula 02.pdf", com o objetivo de fornecer uma visão concisa e abrangente do conteúdo para fins de estudo e consulta. 1. Competências Legislativas e Autonomia Política O texto inicia estabelecendo que as entidades políticas (União, Estados, Municípios e Distrito Federal) possuem a prerrogativa de legislar sobre assuntos específicos definidos na Constituição. Essa competência legislativa é um reflexo da sua autonomia política: · Exemplos de Distribuição de Competências: · Municípios legislam sobre assuntos de interesse local (Art. 30, I, CF). · União legisla sobre direito do trabalho e direito civil (Art. 22, I, CF). · Conceito de Governo: O governo é definido como a estrutura que dirige o Estado, estabelecendo diretrizes e políticas públicas. · Autonomia Política: A autonomia política confere às entidades a capacidade de se auto-organizarem, criando suas próprias Constituições (Estados) ou Leis Orgânicas (Municípios e DF). · Entidades Administrativas vs. Entidades Políticas: Enquanto entidades políticas possuem autonomia política, órgãos e entidades administrativas não, sendo subordinados e não possuindo capacidade de legislar ou se auto-organizar. “Entidades políticas → autonomia política; Órgãos e entidades administrativas → sem autonomia política” 2. Descentralização e Desconcentração O documento explora as diferentes formas de organização administrativa, com ênfase na descentralização e desconcentração: · Descentralização: · Por Outorga (Administração Indireta): Há uma vinculação entre a administração direta e a entidade da administração indireta. · Territorial ou Geográfica: Criação de territórios federais, que são autarquias territoriais com atribuições administrativas genéricas e heterogêneas. Essa modalidade é considerada de pouca relevância prática atualmente. · Desconcentração: · Repartição interna de atribuições dentro de uma mesma pessoa jurídica. · Exemplos: Ministérios e seus órgãos (como a Esaf, a Secretaria do Tesouro Nacional e a Receita Federal), tribunais e casas legislativas. · "A exata noção de desconcentração parte da ideia de órgão público. Este conceito será detalhado mais à frente, mas já podemos adiantar que consistem em círculos de atribuições repartidos no interior da personalidade estatal sem personalidade jurídica própria." 3. Órgãos Públicos: Características e Capacidade Processual O material dedica atenção especial aos órgãos públicos, abordando suas características e limitações: · Ausência de Personalidade Jurídica: Órgãos não possuem personalidade jurídica própria, sendo parte da pessoa jurídica à qual pertencem. · CNPJ: Apesar de não terem personalidade jurídica, órgãos possuem CNPJ. · Ausência de Patrimônio Próprio: Os bens utilizados pelos órgãos pertencem à pessoa jurídica a que estão vinculados. · Falta de Capacidade Processual: Em geral, órgãos não podem ser acionados judicialmente, sendo a pessoa jurídica a responsável por responder judicialmente por atos de seus agentes. · Capacidade Processual Excepcional:Órgãos independentes e autônomos (Presidência da República, câmaras de vereadores) podem defender suas prerrogativas judicialmente, como em mandados de segurança. · Órgãos encarregados da defesa das relações de consumo podem ingressar com ações judiciais mesmo sem personalidade jurídica. 4. Autarquias: Características e Regime Jurídico O documento aborda as autarquias, suas características e regime jurídico: · Patrimônio Próprio: Autarquias possuem patrimônio próprio, geralmente proveniente de transferência de bens do ente federativo que as criou. Seus bens são considerados públicos. · Imunidade Tributária: Autarquias gozam de imunidade tributária em relação a patrimônio, renda e serviços vinculados a suas finalidades essenciais (Art. 150, § 2º, CF). · Nomeação e Exoneração: A nomeação e exoneração de dirigentes de autarquias são, em geral, de competência do Chefe do Poder Executivo. · Juízo Competente: Causas comuns envolvendo autarquias federais são julgadas pela Justiça Federal (Art. 109, CF). · Exemplos de Autarquias em Regime Especial: Agências reguladoras, Banco Central, ANPD e CVM. 5. Agências Reguladoras As agências reguladoras são abordadas como um tipo específico de autarquia, destacando seu papel na regulação econômica: · Tipos de Agências: Há agências que fiscalizam a prestação de serviços públicos, que atuam no modelo estatal de delegação de serviços públicos, e que regulam os setores econômicos. · Papel do Estado: Por meio das agências, o Estado fortalece seu papel como agente regulador do mercado, intervindo indiretamente nas atividades econômicas. 6. Fundações Públicas O material detalha as fundações públicas, com ênfase em sua natureza jurídica e regime: · Definição: Fundação é caracterizada pela atribuição de personalidade jurídica a um patrimônio com um fim social. · Tipos: · Públicas: Instituídas pelo Estado, podendo ser de direito público ou de direito privado. · Fundações Públicas de Direito Público: Criadas por lei (equiparadas a autarquias, "autarquias fundacionais"). · Fundações Públicas de Direito Privado: Criadas por autorização legislativa. · Divergências Doutrinárias: Há divergências sobre a natureza jurídica das fundações públicas, especialmente sobre as de direito privado. · Normas de Direito Público para Fundações Públicas de Direito Privado: · Subordinação à fiscalização e controle do Tribunal de Contas e do Poder Executivo. · Equiparação dos empregados a servidores públicos (Art. 37, CF). · Submissão à Lei 14.133/2021 (licitações). · Imunidade tributária (Art. 150, §2º, CF). · Foro Judicial: Fundações públicas de direito público se submetem à Justiça Federal em causas comuns. "No setor público, poderemos ter fundações de direito privado ou de direito público. Ou seja, o Estado pode instituir (i) fundações públicas de direito público e (ii) fundações públicas de direito privado." 7. Empresas Estatais: Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista O documento aborda as empresas estatais (Empresas Públicas - EP e Sociedades de Economia Mista - SEM), suas características, regime jurídico e regras aplicáveis: · Atividades Econômicas vs. Serviços Públicos: Estatais podem explorar atividades econômicas (Petrobras) ou prestar serviços públicos (Correios). A exploração de atividade econômica pelo Estado deve ser excepcional. · Casos de Exploração Direta de Atividade Econômica pelo Estado: · Casos previstos na CF. · Relevante Interesse Coletivo - RIC · Imperativo de Segurança Nacional - ISN · Lei das Estatais (Lei 13.303/2016): Estatuto jurídico aplicável a EP e SEM que explorem atividade econômica ou prestem serviços públicos com finalidade lucrativa. · Natureza Jurídica: EP e SEM possuem personalidade jurídica de direito privado. · Empresa Pública (EP): Capital social integralmente detido pelo poder público. · Sociedade de Economia Mista (SEM): Forma de sociedade anônima, com a maioria das ações com direito a voto pertencente ao poder público. · Criação e Extinção: Criação e extinção de EP e SEM dependem de autorização legislativa e ato do Poder Executivo. · Criação de Subsidiárias: A lei que cria a EP/SEM já pode autorizar a criação futura de subsidiárias. · Venda de Subsidiárias: A venda de subsidiárias não exige autorização legislativa ou licitação. · Alienação de Empresas Matrizes: Requer autorização legislativa e licitação. · Regime Jurídico: Regime híbrido (predominantemente de direito privado com normas de direito público) · Atividade Econômica em Sentido Estrito: Sujeição a normas de direito privado. · Prestação de Serviços Públicos: Aplicável regime jurídico predominantemente de direito público, conforme o STF. · Controle: Sujeição ao controle exercido pelo Poder Legislativo (com auxílio dos Tribunais de Contas) e pelo Poder Judiciário. · Teto Remuneratório: Estatais estão sujeitas ao teto remuneratório do serviço público (Art. 37, XI, CF). ·Licitações: Lei 13.303/2016 estabelece regras de licitação para estatais, mas há dispensa para atividades-fim. · Precatórios: Estatais prestadoras de serviço público próprio do Estado e de natureza não concorrencial se submetem ao regime de precatórios. · Imunidade Tributária: Não são beneficiadas com imunidade tributária recíproca, salvo se prestarem serviços públicos sem concorrência. Não podem gozar de privilégios fiscais não extensivos ao setor privado (Art. 173, § 2º, CF), exceto quando prestam serviços públicos. · Responsabilidade Civil: Estatais exploradoras de atividade econômica possuem responsabilidade subjetiva perante terceiros. · Responsabilidade Subsidiária: O ente federativo que instituiu a estatal tem responsabilidade subsidiária pelas suas dívidas. · Falência: EP e SEM não se sujeitam à falência. · Bens: Bens das estatais são, em regra, bens privados sujeitos à penhora, a não ser que o bem seja ligado a um serviço público essencial não concorrencial. · Juízo Competente: Causas comuns envolvendo EP federais são julgadas pela Justiça Federal (Art. 109, CF). Guia de Estudos: Organização Administrativa Brasileira Quiz de Resposta Curta 1. Qual a diferença fundamental entre entidades políticas e órgãos administrativos no que tange à autonomia? Entidades políticas possuem autonomia política, o que lhes permite legislar e se auto-organizar, enquanto órgãos administrativos não têm tal autonomia, estando subordinados e sem capacidade de legislar. 2. Explique o conceito de descentralização por outorga e dê um exemplo. Na descentralização por outorga, a administração pública transfere a execução de um serviço para uma entidade da administração indireta. Um exemplo disso é a criação de uma autarquia para administrar um determinado serviço. 3. O que é desconcentração administrativa e quais são exemplos de sua aplicação? Desconcentração é a distribuição interna de competências dentro de uma mesma pessoa jurídica, sem a criação de uma nova entidade. Exemplos incluem os ministérios e suas secretarias, como a Receita Federal. 4. Como se caracteriza um órgão público em relação à sua personalidade jurídica, patrimônio e capacidade processual? Órgãos públicos não possuem personalidade jurídica própria, seu patrimônio pertence à entidade a que estão ligados e, em geral, não têm capacidade processual, sendo a pessoa jurídica a responsável por seus atos. 5. Quais são as exceções em que um órgão público pode ter capacidade processual? Órgãos independentes e autônomos, como a Presidência da República, podem ter capacidade processual para defender suas prerrogativas. Órgãos com a função de defesa de relações de consumo também podem ser acionados judicialmente, mesmo sem personalidade jurídica. 6. Qual a característica patrimonial das autarquias? Autarquias possuem patrimônio próprio, geralmente transferido pelo ente federativo que as criou, e estes bens são considerados bens públicos, estando sujeitos aos privilégios e restrições do regime jurídico-administrativo. 7. O que é a imunidade tributária das autarquias e qual sua base legal? Autarquias gozam de imunidade tributária, não sendo cobrados impostos sobre seu patrimônio, renda ou serviços relacionados às suas finalidades essenciais. Isso está previsto no artigo 150, § 2º da Constituição Federal. 8. Quais são os dois tipos de fundações públicas e como se diferenciam quanto à sua criação? As fundações públicas podem ser de direito público ou de direito privado. As de direito público são criadas por lei, enquanto as de direito privado têm sua criação autorizada por lei. 9. Em quais situações o Estado pode explorar diretamente atividades econômicas? O Estado pode explorar atividades econômicas em três situações excepcionais: (1) casos previstos na Constituição, (2) quando houver relevante interesse coletivo e (3) por imperativo de segurança nacional. 10. Como a Lei das Estatais (Lei nº 13.303/2016) impacta as empresas públicas e sociedades de economia mista? A Lei das Estatais estabelece um estatuto jurídico para empresas públicas e sociedades de economia mista que explorem atividade econômica ou prestem serviços públicos, abrangendo aspectos como função social, regime jurídico, licitações e fiscalização. Gabarito do Quiz 1. Entidades políticas possuem autonomia política, o que lhes permite legislar e se auto-organizar, enquanto órgãos administrativos não têm tal autonomia, estando subordinados e sem capacidade de legislar. 2. Na descentralização por outorga, a administração pública transfere a execução de um serviço para uma entidade da administração indireta. Um exemplo disso é a criação de uma autarquia para administrar um determinado serviço. 3. Desconcentração é a distribuição interna de competências dentro de uma mesma pessoa jurídica, sem a criação de uma nova entidade. Exemplos incluem os ministérios e suas secretarias, como a Receita Federal. 4. Órgãos públicos não possuem personalidade jurídica própria, seu patrimônio pertence à entidade a que estão ligados e, em geral, não têm capacidade processual, sendo a pessoa jurídica a responsável por seus atos. 5. Órgãos independentes e autônomos, como a Presidência da República, podem ter capacidade processual para defender suas prerrogativas. Órgãos com a função de defesa de relações de consumo também podem ser acionados judicialmente, mesmo sem personalidade jurídica. 6. Autarquias possuem patrimônio próprio, geralmente transferido pelo ente federativo que as criou, e estes bens são considerados bens públicos, estando sujeitos aos privilégios e restrições do regime jurídico-administrativo. 7. Autarquias gozam de imunidade tributária, não sendo cobrados impostos sobre seu patrimônio, renda ou serviços relacionados às suas finalidades essenciais. Isso está previsto no artigo 150, § 2º da Constituição Federal. 8. As fundações públicas podem ser de direito público ou de direito privado. As de direito público são criadas por lei, enquanto as de direito privado têm sua criação autorizada por lei. 9. O Estado pode explorar atividades econômicas em três situações excepcionais: (1) casos previstos na Constituição, (2) quando houver relevante interesse coletivo e (3) por imperativo de segurança nacional. 10. A Lei das Estatais estabelece um estatuto jurídico para empresas públicas e sociedades de economia mista que explorem atividade econômica ou prestem serviços públicos, abrangendo aspectos como função social, regime jurídico, licitações e fiscalização. Perguntas de Formato de Ensaio 1. Analise as diferenças entre descentralização e desconcentração administrativa, incluindo exemplos práticos de cada uma e o impacto na gestão pública. 2. Discuta o papel das agências reguladoras no contexto do direito administrativo brasileiro, considerando sua natureza jurídica, poderes e controle, e como elas contribuem para a regulação econômica e social. 3. Compare e contraste os regimes jurídicos das empresas públicas e sociedades de economia mista, abordando suas atividades, responsabilidade, controle e as implicações para o setor público. 4. Examine a relação entre a atuação do Estado e a exploração de atividades econômicas, com foco nas limitações constitucionais e nos diferentes cenários em que essa atuação se justifica. 5. Avalie o conceito de "autarquização das estatais", discutindo suas causas, implicações e o equilíbrio entre a autonomia das empresas estatais e a necessidade de controle e supervisão do Estado. Glossário de Termos Chave · Administração Direta: Conjunto de órgãos e entidades que integram a estrutura administrativa centralizada do Estado, como ministérios e secretarias. · Administração Indireta: Conjunto de entidades com personalidade jurídica própria, criadas pelo Estado para descentralizar a prestação de serviços ou a execução de atividades, como autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista. · Autarquia: Entidade da administração indireta, com personalidade jurídica de direito público, criada por lei para desempenhar atividades típicas da administração pública, com autonomiaadministrativa e financeira. · Autarquia Territorial: Também conhecida como território federal, é uma pessoa jurídica de direito público, criada por lei, com atribuições administrativas genéricas e heterogêneas. · Autonomia Política: Capacidade de uma entidade política de legislar e se auto-organizar, estabelecendo suas próprias regras e normas. · Descentralização: Processo pelo qual o Estado transfere a titularidade ou a execução de atividades para outras pessoas jurídicas, com o objetivo de distribuir o poder e responsabilidade. · Descentralização por Outorga: Modalidade de descentralização em que o Estado transfere a execução de um serviço para uma entidade da administração indireta. · Descentralização Territorial: Modalidade de descentralização que consiste na criação de um território federal, uma entidade com atribuições administrativas genéricas. · Desconcentração: Processo de distribuição interna de competências dentro de uma mesma pessoa jurídica, sem a criação de novas entidades. · Empresa Pública: Entidade da administração indireta, com personalidade jurídica de direito privado, cujo capital é integralmente detido pelo poder público. · Fundação Pública: Entidade da administração indireta, com personalidade jurídica, criada para fins sociais, podendo ser de direito público ou privado. · Imunidade Tributária: Exceção à regra geral de tributação, que impede que certos entes sejam cobrados por impostos, como autarquias e fundações públicas. · Órgão Público: Unidade administrativa sem personalidade jurídica própria, integrante de uma pessoa jurídica, que exerce funções específicas. · Pessoa Jurídica: Entidade que possui direitos e obrigações na ordem jurídica, podendo ser de direito público ou privado. · Regime Jurídico Híbrido: Regime jurídico que combina normas de direito público e privado, aplicável às empresas estatais. · Sociedade de Economia Mista: Entidade da administração indireta, com personalidade jurídica de direito privado, cujo capital é composto por recursos públicos e privados, com controle acionário majoritário do poder público. FAQ Sobre a Organização Administrativa Brasileira 1. Qual a diferença entre "Governo" e "Estado" no contexto da administração pública? 2. O "Governo" é a estrutura que dirige o Estado, estabelecendo as diretrizes e políticas públicas. É a função política do Estado em ação. Já o "Estado" é uma entidade mais ampla, que abrange a organização política, jurídica e administrativa de um país, incluindo seu território, população e poder soberano. O governo é, portanto, o mecanismo pelo qual o Estado exerce sua vontade. 3. O que significa "autonomia política" e quem a possui no âmbito da administração pública brasileira? 4. Autonomia política é a capacidade de uma entidade de legislar e se auto-organizar. No Brasil, essa autonomia é exclusiva das entidades políticas, como a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios. Isso significa que essas entidades têm o poder de editar suas próprias Constituições (estados) ou Leis Orgânicas (municípios e DF). Órgãos e entidades administrativas, por outro lado, não possuem essa autonomia, estando vinculados às diretrizes estabelecidas pelas entidades políticas. 5. Como se distingue a desconcentração da descentralização administrativa? 6. A desconcentração ocorre quando a administração pública distribui internamente suas atribuições entre diferentes órgãos dentro da mesma pessoa jurídica, sem criar novas entidades com personalidade jurídica própria. É uma distribuição de competências dentro de uma mesma estrutura, como um ministério e suas secretarias. Já a descentralização envolve a transferência de serviços ou atividades da administração direta para outras pessoas jurídicas, como autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista, que passam a ter autonomia administrativa e financeira para a execução dessas atividades. 7. Quais são as principais características de um órgão público e como elas se diferenciam de entidades da administração indireta? 8. Órgãos públicos são unidades sem personalidade jurídica própria, que atuam como centros de competência dentro de uma pessoa jurídica maior (como a União ou um estado). Eles não possuem patrimônio próprio, sendo os bens de propriedade da pessoa jurídica a que pertencem. Em regra, não têm capacidade processual para serem acionados judicialmente, com exceção de alguns órgãos independentes e autônomos (como a Presidência da República) e aqueles incumbidos da defesa das relações de consumo. As entidades da administração indireta (como autarquias, fundações, EP e SEM), por sua vez, possuem personalidade jurídica própria, patrimônio e autonomia administrativa e financeira. 9. Quais são as características distintivas das autarquias e fundações públicas, e como elas se relacionam com a administração direta? 10. Autarquias são entidades criadas por lei com personalidade jurídica de direito público, patrimônio e receitas próprias, para exercer atividades típicas da Administração Pública de forma descentralizada. As fundações públicas, por sua vez, podem ser de direito público ou privado. As de direito público são similares às autarquias e criadas por lei, enquanto as de direito privado são autorizadas por lei e regidas em parte pelo direito privado e em parte pelo direito público, possuindo um regime jurídico híbrido. Ambas, autarquias e fundações, estão vinculadas à administração indireta e atuam com autonomia administrativa e financeira, mas são controladas pelo poder público. Autarquias e fundações de direito público também são beneficiadas pela imunidade tributária recíproca. 11. O que são empresas públicas (EP) e sociedades de economia mista (SEM), e como elas diferem entre si? 12. Empresas públicas e sociedades de economia mista são entidades da administração indireta com personalidade jurídica de direito privado, criadas ou autorizadas por lei, que podem tanto explorar atividades econômicas quanto prestar serviços públicos. A principal diferença reside na composição do capital social: na empresa pública, o capital é 100% público; na sociedade de economia mista, o capital é misto, com a maioria das ações com direito a voto pertencendo ao setor público e o restante ao setor privado, assumindo a forma de sociedades anônimas. Ambas são regidas, em geral, por normas de direito privado, mas também sofrem algumas influências de normas de direito público. 13. Quais são as regras para a criação, extinção e alienação de empresas públicas e sociedades de economia mista, incluindo suas subsidiárias? 14. A criação de empresas públicas e sociedades de economia mista requer autorização por lei específica, e sua extinção também depende de autorização legislativa. A criação de subsidiárias, por sua vez, pode ser autorizada genericamente na lei que cria a empresa matriz. No entanto, a venda de subsidiárias não requer autorização legislativa ou licitação, enquanto a alienação da empresa-matriz exige autorização por meio de lei e licitação. 15. Como a imunidade tributária e o regime de precatórios se aplicam às diferentes entidades da administração pública, incluindo EP e SEM? 16. Autarquias e fundações públicas gozam de imunidade tributária recíproca em relação ao seu patrimônio, renda e serviços vinculados às suas finalidades essenciais. Em geral, EP e SEM que exploram atividades econômicas em sentido estrito não possuem imunidade tributária recíproca, nem privilégios fiscais não extensíveis ao setor privado. No entanto, EP e SEM que prestam serviços públicos podem ser contempladas com imunidade tributária e privilégios fiscais. Em relação ao regime de precatórios, como regra geral, ele se aplica às sociedades de economia mista prestadoras de serviço público próprio do Estado e de natureza não concorrencial, que se assemelham à atuação estatal.