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UNIVERSIDADE SÃO TOMÁS DE MOÇAMBIQUE 
FACULDADE DE AGRICULTURA
LICENCIATURA EM DESENVOLVIMENTO RURAL
Aborto
Discente:
Ivan Augusto Celina Matola
	Maputo, Outubro 2023
UNIVERSIDADE SÃO TOMÁS DE MOÇAMBIQUE 
FACULDADE DE AGRICULTURA
LICENCIATURA EM DESENVOLVIMENTO RURAL
Aborto
Docente:
Drº Alberto Vicente Buque
Maputo, Outubro 2023
Table of Contents
1.	Introdução	4
2. Definição e Conceitos	5
2.1. Aborto espontâneo	5
2.1.2. Aborto induzido	5
3. O aborto inseguro continua a ser uma realidade no século XXI	6
3.1. Quais são as razões que levam as mulheres a decidir realizar um aborto? E que consequências podem resultar do aborto inseguro?	8
3.1.2, Contexto Internacional	11
3.3. Contexto Nacional	12
4. Conclusão	13
1. Introdução
A temática do aborto voluntário e, naturalmente, da extensão do direito à vida, pode ser desdobrada em diversos prismas. Pode-se apreciá-la em termos histórico-culturais, sociológicos, psíquicos, teológicos, entre outros tantos infindáveis tipos de saber. O enfoque, no entanto, que substancia o presente artigo se fundamenta antes na tríade Biologia, Filosofia e Direito, três distintos tipos de conhecimento que, juntos, fornecem mais segurança conceitual a essa complexa questão contemporânea. Se no passado as discordâncias quanto à prática abortiva voluntária estavam predominantemente atreladas ao momento em que se inicia a vitalidade do nascituro, nos dias de hoje elas vão adiante, abordando com maior profundidade categorias como natureza, personalidade e dignidade.
Preocupa-se se há vida no ventre materno e se esta vida é humana; se a vida, sendo humana, é concomitantemente típica de uma realidade pessoal; e, ainda, se existindo vida humana e personalizada, há como se reconhecer um ser digno em si mesmo e sujeito de direitos fundamentais.
Nos tempos atuais, portanto, os olhares estão voltados para além de uma possível existencialidade do embrião ou do feto, questionando-se se estes são pessoas humanas cuja vida se impõe como um direito basilar inerente à sua dignidade intrínseca.
O aborto ilegal ou clandestino é uma das principais causas de mortalidade e morbidade materna em países em desenvolvimento, onde o aborto ou é ilegal ou não há garantias de poder ser executado em ambiente seguro (LADIPO, 1989: MEGAFU e OZUMBA, 1991; ADEWOLF, 1992).
Com os registros disponíveis são principalmente hospitalares e, portanto, imprecisos, e os estudos de comunidade são dispendiosos e difícil execução, não é possível se obter um consenso sobre números exatos de abortos clandestinos e de mortalidade materna, na maior parte dos países do mundo.
2. Definição e Conceitos 
O aborto é o processo de interrupção da gravidez, resultando na morte ou na expulsão de um feto ou embrião do útero antes que ele possa sobreviver fora do útero. Existem dois tipos principais de aborto: o aborto espontâneo, que ocorre naturalmente devido a complicações durante a gravidez, e o aborto induzido, que é deliberadamente provocado. O aborto induzido pode ser feito por razões médicas, legais ou pessoais, e a sua disponibilidade e regulamentação variam de acordo com as leis de cada país. É um tópico complexo e muitas vezes controverso, debatido em âmbito ético, legal e de saúde pública.
2.1. Aborto espontâneo
 Conhecido como perda gestacional ou aborto natural, é a interrupção involuntária de uma gravidez antes que o feto possa sobreviver fora do útero, geralmente ocorrendo nas primeiras 20 semanas de gestação. Isso pode ser um evento emocionalmente difícil para os pais, e é importante buscar apoio médico e emocional em caso de um aborto espontâneo. Se você tiver alguma dúvida específica sobre o tema, por favor, sinta-se à vontade para perguntar.
2.1.2. Aborto induzido
 Refere-se a situações em que o aborto é permitido e regulamentado por lei em determinadas circunstâncias, de acordo com as leis de um país ou jurisdição específica. As leis que regem o aborto variam amplamente em todo o mundo, e em alguns lugares, o aborto é permitido sob certas condições, como risco para a vida da gestante, saúde da gestante, gravidez resultante de estupro ou incesto, ou anormalidades graves do feto. Em outros locais, o aborto pode ser mais restrito ou ilegal. A legalidade e as condições para o aborto são determinadas pelo sistema legal de cada país e podem mudar ao longo do tempo.
3. O aborto inseguro continua a ser uma realidade no século XXI 
Perante o crescente número de mortes por aborto inseguro e a enorme taxa de mortalidade materna, devemos fazer-nos algumas perguntas: será que isto deve ser assim em pleno século XXI, quando existem conhecimentos científicos e tecnologias para oferecer serviços de Saúde Reprodutiva completos e de qualidade, incluindo o aborto seguro? Como e quão cedo devemos trabalhar para melhorar esta situação? Enquanto esperamos e não tomamos as medidas necessárias, todos os anos milhares de mulheres morrem no nosso continente porque não têm acesso aos serviços de aborto seguro. Esta situação está relacionada com vários factores, sendo o primeiro deles a falta de acesso a meios anticonceptivos eficazes. Para se ter uma ideia, veja-se que a taxa média de prevalência de anticonceptivos em África é de menos de 15%,1 enquanto em Moçambique a taxa total de Prevalência de Contracepção aumentou para 17% em 2003, o que corresponde a 29% na área urbana e 12% na área rural.
Um segundo factor relacionado com a falta de acesso a serviços que providenciem o aborto inseguro tem a ver com o estigma e o silêncio à sua volta, não somente entre a população em geral, mas também entre os profissionais de saúde.
 Um terceiro factor prende-se com as desigualdades do género porque, apesar das grandes mudanças sociais que se observam por todo o continente, as mulheres não têm voz em relação à sua Saúde Reprodutiva. 
Um quarto factor é a ignorância entre os fazedores de políticas, legisladores, profissionais de saúde e infelizmente da própria mulher. Queremos com isto referirmo-nos a mitos e crenças que associam o aborto à devassidão dos costumes ou outros males, o que é reforçado pela hipocrisia, fundamentalismo, religião e dogma. 
Até há muito pouco tempo, o quinto factor era a política dos Estados Unidos da América, que penalizavam os programas que lutavam pela despenalização do aborto, retirando-lhe fundos. Desta maneira, os EUA negavam às mulheres africanas o que as suas cidadãs têm como direito.
E finalmente, mas não menos importante, a existência de leis coloniais primitivas e arcaicas que datam do século XIX, como em Moçambique, ou outra legislação criminalizando o aborto. É importante que todos saibamos o que quer dizer aborto inseguro e para tal a OMS (2003) definiu-o como sendo:
a interrupção de uma gravidez feita por alguém sem treino e habilidades adequados para tal ou quando feito num lugar sem o mínimo de condições médicas e de higiene ou ambos.
Infelizmente, no mundo, 98% dos abortos inseguros acontecem países em desenvolvimento.
De acordo com dados da OMS (2011), todos os anos 46 milhões de gravidezes acabam em aborto induzido. Estima-se que cerca de metade destes abortos, correspondendo a 1/10 de todas as gravidezes, são inseguros. A OMS também tem estimativas que apontam para que:
• 4,2 milhões de mulheres africanas passam por um aborto inseguro por ano. 
• Muitos deles são induzidos pelas próprias mulheres. Alguns dos métodos mais comummente usados quer pelas mulheres quer pelos abortadores incluem: inserção de cateteres, paus ou raízes, agulhas de croché e outros tipos de objectos dentro do útero; ingestão de bebidas feitas com ervas, que muitas vezes são venenosas; substâncias cáusticas tais com javel ou mesmo cloroquina (Walker, 2008).
Muitos destes métodos não têm os efeitos desejados e estão frequentemente associados à morte das mulheres.
Independentemente da situação legal ou de outros factores, os abortos acontecem em todo o mundo. A tragédia é que quase todos os abortos inseguros acontecem em países em desenvolvimento (e países “em transição”, tais como aquelesno Este Europeu e as ex-repúblicas Soviéticas). Certamente, quase não há abortos inseguros em países desenvolvidos, onde o aborto seguro, em geral, está legalmente disponível (OMS, 2003). Não existe um grupo “típico” de mulheres que fazem abortos, ocorrendo estes em todos os grupos de idade, numa grande variedade de mulheres e Moçambique não é excepção.
Baseado em estudos em 56 países, a mais alta proporção de abortos ocorrem entre mulheres com idade 20-24 e 25-29 (Bankhole et al., 1999). Entretanto, este modelo reflecte em grande parte a menor taxa de fertilidade entre mulheres mais jovens e mais velhas. Quando as mulheres dos grupos mais jovens e mais velhos ficam grávidas, elas provavelmente recorrerão a um aborto com maior frequência que as mulheres do grupo de meia-idade.
O impacto global do aborto inseguro é muito pesado. Calcula-se que:
200 mortes por dia em todo o mundo em resultado do aborto inseguro;
 • 99,9% das complicações e mortes acontecem no mundo em desenvolvimento; cerca de 44% da Mortalidade Materna global devida ao aborto acontece em África – cerca de 90 mulheres africanas morrem por dia;
 • Estas percentagens podem ser mais altas em algumas regiões e países; nalguns países africanos atinge os 50% (OMS, 1998).
Todas estas mortes são desnecessárias. O aborto seguro é um dos procedimentos médicos mais seguros no mundo.
3.1. Quais são as razões que levam as mulheres a decidir realizar um aborto? E que consequências podem resultar do aborto inseguro?
Um leque amplo de mulheres procura abortos; geralmente, o perfil tende a variar de região para região e depende de diversos factores, incluindo a média de idade no casamento, a prevalência da actividade sexual antes do matrimónio, o acesso à contracepção, expectativas sobre o tamanho ideal de família, entre outros. Há muitas razões que levam a que a mulher casada decida pela interrupção da gravidez (Bankhole et al., 1999).
As mulheres podem não querer estar grávidas por vários motivos (OMS, 2003), nomeadamente:
· Razões pessoais;
• Razões de saúde;
• Razões socioeconómicas;
• Razões culturais;
• Instabilidade na relação em que vive;
 • A vontade de não querer ter mais filhos ou espaçamento;
• A gravidez pode não ser apoiada pelo parceiro, pela família ou pela comunidade.
As consequências, para quem realiza um aborto inseguro, para além morte, podem ser muito graves. O aborto inseguro pode levar a:
• Doença e lesão significantes a curto e longo prazo para a mulher; 
• Infertilidade, que é um problema muito sério em África; 
• Custos hospitalares altos no tratamento das complicações; 
• Impactos negativos na mulher, famílias, crianças e comunidade; 
• Maior probabilidade de morte entre as crianças cujas mães morreram.
As complicações mais comuns incluem perfuração uterina, hemorragia, infecções de vários níveis de severidade.
O aborto inseguro tem também um impacto económico muito sério no sistema de saúde, o que leva a consumir grandes verbas em prejuízo de programas de saúde importantes como é o caso dos programas de saúde reprodutiva e neonatal e até mesmo do HIV/SIDA.
O impacto negativo nas famílias também é enorme, a julgar pelas elevadas probabilidades de malnutrição, descontinuidade nas oportunidades de educação e diminuída capacidade das mães em contribuir para o sustento da família, entres as crianças cujas mães morreram ao tentarem um aborto.
Na Roménia, o aborto sofreu restrições muito rígidas durante o tempo do ditador Ceausescu, entre 1966 a 1989. Depois que foi deposto, o aborto foi legalizado em Dezembro de 1989 e no início de 1990 pôde-se observar uma diminuição drástica da Mortalidade Materna, sendo que a mortalidade devida ao aborto inseguro era a principal razão para essa diminuição. O quadro mostra esse decréscimo a partir de 1989 (Scarlat, 2005).
Nas últimas duas décadas, 17 países no mundo fizeram uma revisão às suas leis de forma a torná-las menos restritivas. Quando isto é acompanhado por uma expansão de serviços seguros, tal como aconteceu na África do Sul, a legalização do aborto reduz consideravelmente as complicações e mortes devidas ao aborto. Na África do Sul a Lei mudou desde 1997 e as mortes relacionadas com o aborto reduziram-se em 91% (Jewkes et al., 2005).
Mas aborto inseguro não é só um problema de saúde. Ele é também um problema de injustiça social que requer acção por parte dos governantes, fazedores de politicas, doadores e comunidades. Tanto a gravidez não desejada como o aborto inseguro, constituem uma violação dos direitos humanos básicos das mulheres. As mulheres e os casais têm o direito de decidir quando querem ter filhos e o tamanho das suas famílias.
Artigo 1. São aprovadas as normas clínicas sobre Aborto Seguro, Cuidados Pós-Aborto e define as condições em que a interrupção voluntária da gravidez deve ser efectuada nas Unidades Sanitárias do Serviço Nacional, em anexo que é parte integrante do presente diploma ministerial. 
Art. 2. Nos termos do presente Diploma Ministerial, a gravidez só pode ser interrompida numa Unidade Sanitária acreditada e certificada por um médico ou profissional de Saúde capacitado para o efeito, nos casos em que: a) Ponha em risco a vida da mulher; b) Coloque em risco a saúde física da mulher; c) Constitua um risco para a saúde mental da mulher; d) Resulte de violência sexual, incluindo violação ou incesto; e) Resulte de falência de método contraceptivo moderno; f) A mulher esteja infectada pelo vírus do HIV/SIDA.
Art. 3. Constituem requisitos para a realização do Aborto, os seguintes: a) Idade gestacional máxima de 12 semanas; b) Em caso de doença crónica degenerativa ou malformação congénita, clinicamente comprovada, ou por doença infecto-contagiosa no período referido no n.º 1, estendido até 16 a 24 semanas; c) Fetos inviáveis, cuja interrupção da gravidez pode ocorrer em qualquer momento de gestação; d) Violação sexual ou incesto directamente confirmada pela mulher ou rapariga, ou comprovada através de denúncia ou por queixa policial.
Art. 4 – 1. O Aborto só se pode realizar com o consentimento informado da mulher grávida, excepto quando a mulher não seja capaz de dar este consentimento. 
2. Em caso de menor de idade, o Aborto só pode ter lugar a pedido e com o consentimento dos progenitores, tutores, representante legal, ou uma outra pessoa que seja reconhecida como tendo a guarda legal da mulher grávida, quando o guardião natural ou legal não possa ser encontrado ou se recuse a dar o seu consentimento ou ainda, por uma outra pessoa adulta, mesmo que sem responsabilidade legal, mas que actue como confidente.
3. Em caso de situações omissas, deve ser o comité de US a analisar caso-a-caso, desde que se garanta o acesso e os direitos sexuais e reprodutivos da mulher grávida. 
4. O consentimento para a interrupção da gravidez deve ser expresso na forma escrita.
 5. Nos casos em que o consentimento tiver que ser prestado pela mulher grávida que não saiba assinar, este poderá ser prestado, utilizando os meios apropriados aplicáveis para situações similares.
 6. É dispensado o consentimento da mulher grávida, quando esta não se encontre em condições de o fazer.
3.1.2, Contexto Internacional
 As Conferências das Nações Unidas reconhecem os direitos sexuais e reprodutivos. A IV Conferência Mundial sobre Direitos Humanos, Viena (1993) definiu que os direitos das mulheres e raparigas são parte inalienável, integral e indivisível dos Direitos Humanos universais, e a violência de gênero, inclusive a gravidez forçada, é incompatível com a dignidade e o valor da pessoa humana.
A Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (ICPD), Cairo (1994) e Conferência Mundial sobre a Mulher, Beijing (1995): definiram que os direitos reprodutivos são constituídos por Direitos Humanos reconhecidos nos diversos tratados e convenções internacionais e incluem o direito de toda pessoa a ter controle e decisão sobre as questões relativas à sua sexualidade e reprodução, livres de coerção, discriminação e violência, e de dispor de informações e meios adequados que lhes garantamo mais elevado padrão de saúde sexual e saúde reprodutiva; deste modo o tema do aborto inseguro deve ser tratado de forma humana e solidária.
Assim, a saúde reprodutiva inclui o direito de mulheres e homens:
a) A desfrutar de uma vida sexual satisfatória e sem risco;
 b) A procriar, com liberdade para decidir fazê-lo ou não, quando e com que frequência; 
c) À informação e ao acesso a métodos seguros, eficientes e exequíveis de contracepção e planeamento familiar de sua escolha; 
d) Ao acesso a serviços de acompanhamento na gravidez e no parto sem riscos, garantindo-lhes as melhores possibilidades de terem filhos sãos.
3.3. Contexto Nacional
 Moçambique é signatário dos documentos das conferências acima citados e de tratados internacionais de Direitos Humanos. Por todo o país, as estatísticas intra-hospitalares, mostram que o aborto inseguro é uma das 10 causas principais de admissões de mulheres nos hospitais. Em Moçambique a taxa de mortalidade materna devida ao aborto é cerca de 11%. Contudo, devido a natureza dos serviços clandestinos do aborto, esta percentagem representa só a “ponta do iceberg” escondendo de certo modo a magnitude do problema.
A Legislação Moçambicana incorpora os Direitos Humanos e prevê princípios e normas éticas e jurídicas relacionadas à prevenção da gravidez indesejada e ao aborto.
O novo Código Penal foi aprovado pelo Parlamento de Moçambique em Julho de 2014 tendo sido promulgado em Dezembro de 2014 (Lei n.º 35/2014). O Código Penal descreve o aborto não punível no artigo 168 como se segue: “É o aborto efectuado por médico ou outro profissional de saúde habilitado, em um estabelecimento de saúde oficial e com consentimento da mulher grávida, quando for praticado nas primeiras doze semanas de gravidez. Em casos particulares o aborto não é punível até as 16 semanas de gravidez (violação sexual, incesto) ou até as 24 semanas (em caso de malformação congénita grave).” Além disso a lei específica as circunstâncias que tornam não punível o aborto.
4. Conclusão 
Aborto induzido e o aborto espontâneo. Através da análise de diferentes perspectivas médicas, éticas e sociais, pudemos compreender as diferenças fundamentais entre esses dois tipos de aborto. O aborto induzido, muitas vezes controverso, envolve decisões pessoais e questões éticas profundas, enquanto o aborto espontâneo é uma experiência traumática para muitas mulheres. Ambos os temas demonstram a necessidade de abordagens sensíveis, respeito pelas escolhas individuais e apoio adequado para as pessoas afetadas. É importante continuar a pesquisa e o diálogo para garantir que as políticas e práticas relacionadas ao aborto sejam informadas por uma compreensão holística e empática dessas situações.
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