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MÓDULO 7: A RELAÇÃO DO PROFESSOR/ALUNO
#1 - Transformando alunos em gerentes de aprendizagem
Marcar como feita
#2 - Papel do professor
Marcar como feita
#3 - Relação Professor/Aluno
Marcar como feita
#4 - Metodologias de ensino: Repensando os espaço de aprendizagem
Apresentação
Nesta Unidade de Aprendizagem, estudaremos a importância da contribuição do jovem para a continuidade e melhoria da sociedade, o significado da sintonia entre escola e sociedade e a necessidade de mudança de paradigma do conceito educacional, tendo como foco o aluno enquanto gerenciador de sua aprendizagem.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
· Definir o conceito de permissividade na educação familiar e escolar, enfatizando suas consequências para a vida adulta e para a educação.
· Distinguir as formas de conscientização dos alunos quanto à sua responsabilidade no processo de aprendizagem, conforme o texto estudado nesta unidade.
· Apontar as exigências citadas no texto estudado nesta unidade e discutir sobre elas para se harmonizar a escola com os novos tempos.
Desafio
Nenhum professor pode deixar que os alunos façam o que quiserem em sala de aula. Isso seria a anarquia total. Muito pelo contrário, os professores devem construir um ambiente escolar de cooperação, onde todos os alunos possam se manifestar de forma correta, respeitosa tanto ao docente quanto aos colegas de classe. Porém, o que vemos em diversos noticiários nacionais e pela própria vivência escolar é a crescente violência física existente entre os alunos, determinando, assim, que o caos tem imperado nas escolas do país - sem distinção entre rede de ensino pública ou privada. Imagine que você seja um docente de uma escola que passa por esse problema disciplinar. Que solução você poderia propor para mudar tal situação? Considere que essa proposta não deve indicar o uso de qualquer ação impositiva e autoritária, mas deve colocar os alunos como possíveis colaboradores para esta solução. Seu texto deverá conter, no máximo, dez linhas.
Padrão de resposta esperado
Proposta para acabar com a indisciplina escolar
Obviamente, cada escola possui sua realidade específica. Contudo, uma proposta que pode valer para todas diz respeito à questão do envolvimento dos alunos na busca de soluções conjuntas. Para tanto, os pedagogos e professores deverão, após muitos encontros, construir um projeto em longo prazo que envolva toda a comunidade acadêmica. Assim, a parte administrativa e a docente estarão preparadas para executar o projeto em sala de aula. O professor em sala de aula deverá conversar com os alunos e, através de perguntas e respostas, construir um quadro com as respectivas queixas, elogios e desejos dos alunos. A partir daí, ele deverá priorizar juntamente com os educandos os itens que eles consideram mais importantes do quadro. Após a finalização deste, os professores deverão conversar com os alunos sobre os pontos positivos e negativos e, ao final, convidá-los a firmarem um compromisso de cumprimento das etapas definidas conjuntamente. Nesse processo, os alunos, como cocriadores das propostas, se sentirão mais envolvidos e mais conscientes das suas ações e as implicações da quebra das regras. Logo, os professores deverão deixar claro que a quebra do acordo acarretará penalidades predefinidas pelo próprio grupo. Esse projeto é possível e viável, desde que bem executado e apoiado pela gestão escolar.
Infográfico
Alunos sem motivação para aprender podem ser inseridos no mercado de trabalho por diplomas expedidos por instituições descompromissadas com as necessidades do cliente final ou, simplesmente, pelo sobrenome que carregam. O sistema educacional e as famílias também podem agir de modo descompromissado nas suas responsabilidades de trabalhar a educação formal e informal, respectivamente. Falta motivação, significado nos estudos que levem o aluno a se comprometer com seus resultados e consigo mesmo, enquanto produto final. Alcançar esta motivação e a compreensão de sua responsabilidade com a sociedade pode transformar o estudante em gerente do próprio aprendizado. Observe o infográfico a seguir, elaborado a partir do texto de FONSECA apud ACÚRCIO, 2004, p. 155-174.
Conteúdo do Livro
Há algumas décadas, bastava que o indivíduo se formasse ou fosse filho de uma família tradicional para ter seu futuro profissional garantido. Os conteúdos estudados ou as habilidades que desenvolveu não faziam diferença para o mercado de trabalho. Vivemos novos tempos. Na sociedade do conhecimento, é claro, sobressai quem tem conhecimentos e habilidades múltiplos, que ultrapassam em muito o currículo acadêmico. Língua estrangeira, informática, tratamento e busca de informação, conhecimentos gerais sempre atualizados são algumas das características que devem compor o currículo de um profissional que queira competir por uma vaga no mercado de trabalho. Tudo isso exige que o aluno comece a encarar os estudos com muita seriedade desde cedo. Indo além, é preciso que ele se responsabilize e aprenda a gerenciar sua aprendizagem. Para aprofundar seus conhecimentos sobre este assunto, leia um trecho do capítulo 3, do livro A gestão da escola, coordenado por Marina Rodrigues Borges Acúrcio.
Boa leitura!
Dica do Professor
Assista a seguir a uma breve apresentação dos conteúdos trabalhos nesta Unidade de Aprendizagem.
Na prática
Recentemente, um desses programas de intervenção de pedagogas, que vão às casas de famílias que se encontram em dificuldades de impor limites aos próprios filhos, apresentou uma metodologia interessante de educação e disciplina para as crianças. Trata-se de um quadro de obrigações que a própria criança constrói com a ajuda de um adulto. Veja a seguir como esse quadro é construído e como essa prática pode contribuir para transformar alunos em gerentes de aprendizagem.
Saiba mais
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
http://humanas.blog.scielo.org/blog/2015/03/25/mudancas-para-a-educacao-brasileira-com-mais-autonomia-nas-escolas/ 
Apresentação
Nesta Unidade de Aprendizagem, estudaremos sobre o papel do professor no processo de ensino-aprendizagem.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
· Descrever a função docente.
· Explicar o conceito de ensino.
· Estabelecer uma relação entre o professor e o processo de ensino-aprendizagem.
Desafio
A professora recém-formada, Alessandra, foi contratada por uma escola regular para ser acompanhante de um aluno autista. Com a proposta de escola inclusiva, os alunos com necessidades especiais passam a frequentar as salas de aula do ensino regular, todavia, sem as adaptações necessárias. Observa-se na escola a falta de acessibilidade física, estrutural e atitudinal. No início, Alessandra se assustou com o aluno que, apesar de adolescente, era maior do que ela, com corpo de adulto, mas comportamentos infantis. Ela não era a primeira a ser contratada para acompanhá-lo em seu processo de aprendizagem. Os professores anteriores pediram demissão por não darem conta das dificuldades apresentadas pela situação. Os profissionais da própria escola já não acreditavam no aprendizado do aluno, tampouco na proposta da educação inclusiva. Alessandra, desde os tempos de faculdade, demostra muito interesse em trabalhar com alunos com necessidades especiais e está disposta a superar as dificuldades para aprender com a situação e, de alguma forma, mostrar que é possível acreditar na educação inclusiva.
Sendo assim, para resolver este desafio, você deverá apresentar três ações que Alessandra poderá desenvolver para conduzir o trabalho com esse aluno de forma mais harmoniosa.
Escreva sua resposta no campo abaixo:
​
Padrão de resposta esperado
Por se tratar de um adolescente com autismo, o primeiro passo de Alessandra deve ser conhecer mais sobre as características das pessoas que têm o autismo. De um modo geral, a faculdade não aprofundaas discussões sobre as necessidades especiais, e, conforme Paulo Freire ensina, exige-se pesquisa. Sendo assim, conhecer o seu aluno é fundamental para saber como conduzir a aprendizagem, quais métodos utilizar e o que precisará para tal. Em seguida, é necessário conhecer o contexto escolar e as barreiras físicas e atitudinais enfrentadas, conversar com as pessoas, observar os outros alunos e professores. Conhecer o seu campo de ação é importante para saber o que poderá ser desenvolvido, com quem pode contar e quais barreiras precisará superar. Essa primeira fase, dividida em duas etapas refere-se ao diagnóstico. Após o diagnóstico, Alessandra poderá traçar estratégias de ensino e aprendizagem que sejam adequadas ao nível de desenvolvimento de seu aluno. Ela deverá considerar tanto os aspectos cognitivos quanto os relacionais. Afinal, o processo de socialização realizado na escola não se refere apenas ao conteúdo trabalhado, mas também aos tipos de relações que são estabelecidas entre os sujeitos.
Infográfico
O professor tem um papel fundamental no processo de ensino-aprendizagem, pois ele tem a possibilidade de ser o mediador neste processo.
Conteúdo do Livro
Para aprofundar seus conhecimentos sobre o assunto, leia o artigo selecionado O professor e o ato de ensinar.
Boa leitura.
Vista do O professor e o ato de ensinar 
O PROFESSOR E O ATO DE ENSINAR
ELIZABETH TUNES
Faculdade de Educação da Universidade de Brasília bethtunes@globo.com
MARIA CARMEN V. R. TACCA
Faculdade de Educação da Universidade de Brasília mctacca@brturbo.com
ROBERTO DOS SANTOS BARTHOLO JÚNIOR
Instituto Alberto Luz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro
roberto.bartholo@capes.gov.br
RESUMO
A sala de aula é o espaço privilegiado de negociações e de produção de novos sentidos e significados a respeito, principalmente, dos diferentes conceitos escolares. Isso acontece em uma rede interativa complexa em que se tornam presentes e se atualizam a história de vida, as experiências e vivências de professores e alunos, além do próprio conhecimento formal. Do professor espera-se que conduza o seu grupo de alunos, buscando compreender e negociar os diferentes processos de significação que envolvem as situações de aprendizagem que planejou. Tem sido comum identificar o professor nesse papel de mediador, atribuindo a idéia à abordagem histórico-cultural. O objetivo deste texto é discutir a identificação entre ação docente e mediação, de modo a caracterizar aquilo a que corresponde, segundo nossa ótica, o trabalho desenvolvido pelo professor, tendo como foco o conceito de zona proximal de desenvolvimento. As considerações encaminham-se para o entendimento de que os conteúdos escolares somente estarão a serviço do desenvolvimento dos alunos se forem operados na conjuntura dos seus processos de significação, tendo em conta que a função primordial da educação é a de nutrir possibilidades relacionais.
PROFESSORES – RELAÇÕES PROFESSOR-ALUNO – PAPEL DO PROFESSOR – SALA DE AULA
ABSTRACT
THE TEACHER AND THE ACT OF TEACHING. The classroom is the privileged space for negotiation and production of new senses and meanings, especially concerning the different school concepts. This takes place within a complex interactive network where, besides for
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Elizabeth Tunes, Maria Carmen V. R. Tacca e Roberto dos Santos Bartholo Júnior
mal knowledge itself, teachers’ and students’ life history and experiences become present and are updated. The teacher is expected to guide his/her group of students, aiming at understanding and negotiating the different meaning-making processes involved in the learning situations he/she has planned. The teacher has usually been identified with this mediator role, and this idea has been assigned to the historical and cultural approach. The objective of this text is to discuss the identification between teacher action and mediation, in order to characterize what the work developed by the teacher corresponds to according to our point of view, focusing on the zone of proximal development concept. The considerations suggest that learning contents will only be at the service of student development if they are operated taking into account the conjuncture of their meaning-making processes, and observing that the utmost role of education is to promote relational possibilities.
TEACHERS – STUDENT TEACHER RELATIONSHIP – TEACHER ROLE –CLASSROOMS
No convívio social, a experiência interpessoal possibilita o processo de elaboração e reelaboração de sentidos que organizam e integram a atividade psíquica dos participantes da relação. O movimento relacional cria múltiplas possibilidades de significação, construídas no momento próprio da relação, com caráter intersubjetivo. Do ponto de vista psicológico, a dinâmica relacional não é simples nem linear. Ao contrário, é um acontecimento vivo, contraditório e multidimensional, que pode direcionar a constituição de diferentes configura- ções da personalidade, ainda que esta guarde sempre uma unidade interna, uma relativa estabilidade. Existe, assim, uma dinâmica complexa entre o pessoal e o social, que só pode ser compreendida no contexto de mútuas e contínuas influências, o que faz aparecer novas reorganizações a partir dos sentidos subjetivos que surgem em cada experiência intersubjetiva (González Rey, 1997). Ancorados nessas idéias podemos antever a importância de conceber o processo de ensino-aprendizagem como espaço de relação e delinear perspectivas analíticas interessantes. Um grupo de alunos e seu professor estão mergulhados em diferentes possibilidades interativas. A despeito de desempenharem funções inerentes a papéis que lhes são reservados, e tidos como esperados, na instituição escolar estão em processo contínuo de criação intersubjetiva de significados que, por sua vez, podem gerar novas possibilidades de relação. Nesse processo, integram-se histórias de vida com inúmeras experiências e vivências, tornando-se presentes e se atualizando sentidos subjetivos. Isso não quer dizer, contudo, que os que ensinam e os que aprendem percebam, a cada instante, o impacto que sofrem e causam um no outro. Há que se ter em conta, entretanto, que o professor planeja ações cujos objetivos realizam-se no aluno. Na esfera de ações do professor, existe um impacto
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no aluno que é intencional e esperado como realização, fato que não se pode afirmar que existia da parte do aluno.
Assim, para o professor empenhado em promover a aprendizagem de seu aluno, há o imperativo de penetrar e interferir em sua atividade psíquica, notadamente seu pensamento. Essa necessidade antecede a tudo e, por isso mesmo, dirige a escolha dos modos de ensinar, pois sabe o professor que os métodos são eficazes somente quando estão, de alguma forma, coordenados com os modos de pensar do aluno. É nesse sentido, portanto, que podemos afirmar que o aluno dirige o seu próprio processo de aprender. Essa idéia é a que se apreende de Vigotski quando examina teoricamente as relações entre aprendizagem e desenvolvimento e formula o conceito de zona de desenvolvimento proximal (Vygotsky, 1987, 1991). Como esse conceito serve de reflexão a respeito do contexto educacional e da questão proposta sobre mediação pedagógica? Segundo essa ótica, o que podemos falar a respeito da relação professor-aluno?
Há muito tempo e para muitos, ao professor caberia o papel de jardineiro. Fertiliza-se o solo, semeia-se, mantém-se o solo úmido, protege-se o broto de pragas e ervas daninhas para que possa crescer saudável e mostrar seus frutos. Não se interfere na planta. É necessário apenas protegê-la das adversidades para que possa desenvolver em plenitude suas potencialidades naturais. Nada há o que deva limitar a semente. Essa é a metáfora que se pode fazer da educação permissiva, com excesso de relaxamento e indulgência. Uma outra visão, também compartilhada por muitos, admite oprofessor como uma espé- cie de escultor. A partir da pedra bruta, delinear e moldar formas reconhecíveis, estritamente conforme o plano gestado na imaginação do escultor. É claro que o material de que é feita a pedra bruta impõe algumas condições de limites para a ação do escultor. Limites estes, contudo, muito mais circunscritos aos instrumentos a utilizar do que propriamente ao que se pretende esculpir. O que importa, pois, é o que foi planejado; o projeto que dirige e justifica todas as ações e os meios a serem empregados. Nada mais há que deva impor restrições ao plano do escultor. Essa é a metáfora que se pode fazer da educação autoritária que desliza nos eixos da restrição e da compulsão (Buber, apud Murphy, 1988). Sobre cada uma das visões, podemos dizer que “o educador jardineiro não tem confiança suficiente; o escultor tem-na em excesso” (Murphy, 1988, p.90).
À primeira vista, ambas as formas de educação – a das tendências à liberdade e a do hábito do autoritarismo – são individualistas. A primeira confe
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re pleno exercício ao “individualismo dos alunos por não estabelecer um ideal comum que limite suas diferenças pessoais, enquanto a segunda permite o livre reinado do individualismo do educador, cuja teoria, aparentemente, dá-lhe o poder de moldar cada aluno à sua própria imagem. Mas essa segunda suposição, de nenhum modo, corresponde à verdade. Se cada professor pudesse confrontar seus alunos com um padrão particular a que ele quer que atendam, o resultado seria o caos, a desordem, e não o individualismo” (Buber, apud Murphy, 1988, p.90-91).
Em um dos textos em que examina o papel do aluno e o do professor, Vigotski faz afirmações aparentemente contraditórias. Diz ele, em um momento:
A rigor, do ponto de vista científico, não se pode educar a outrem [diretamente]. Não é possível exercer uma influência direta e produzir mudanças em um organismo alheio, só é possível educar a si mesmo, isto é, modificar as reações inatas através da própria experiência. (Vygotsky, 2003, p.75)
Em um outro ponto, afirma: “Por isso, o professor desempenha um papel ativo no processo de educação: modelar, cortar, dividir e entalhar os elementos do meio para que estes realizem o objetivo buscado” (idem, p.79). A nosso ver, a posição de Vigotski, apenas referida, não pode ser interpretada como se ele defendesse ora a educação pelo hábito do autoritarismo, ora a das tendências à liberdade. Um exame cuidadoso de sua obra, tendo em conta, especialmente, o conceito de zona proximal de desenvolvimento, mostra que as duas concepções de educação aqui indicadas não correspondem ao seu pensamento (Tunes, Bartholo Jr., 2004). Tomando como fio condutor algumas críticas desenhadas por Buber à visão progressista ou moderna da educação, conforme análise de Murphy (1988), é possível verificar que há, em Vigotski, uma terceira maneira de ver a ação educativa, pautada por uma orientação antropológica específica.
Uma das críticas tecidas por Buber, diz respeito ao que se entende por potencialidade individual. Para ele, “o ser humano é o ente apto ao relacionamento pessoal com a alteridade, o ser-em-relação” (Bartholo Jr., 2001, p.77). Daí porque condena a prática reducionista de identificar as potencialidades criativas em termos de habilidades e energias específicas e de caracterizar a criatividade, essencialmente, como uma expressão do eu individual. Diz ele:
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Os psicólogos modernos são inclinados a derivar a multiforme alma humana de um único elemento primevo – a “libido”, a “vontade de poder” e assim por diante. Mas isso é, na verdade, apenas a generalização de certos estados degenerados em que um único instinto não apenas domina como se espalha parasitariamente sobre os outros [...] Em oposição a essas doutrinas e métodos, que empobrecem a alma, precisamos continuamente indicar que a vida humana interna é, originalmente, uma polifonia em que nenhuma voz pode ser “reduzida” a uma outra e em que a unidade não é conseguida analiticamente, mas apenas ouvida na harmonia do presente. (Buber, apud Murphy, 1988, p.91-92)
Para Buber, potencialidade e vida interna enraízam-se firmemente na vida de relação. Logo, a principal função da educação não poderia ser a de prover oportunidades para o crescimento e expressão do eu, mas, essencialmente, a de nutrir possibilidades relacionais.
Uma segunda crítica de Buber à visão moderna de educação diz respeito ao caráter e propósito da liberdade individual. Para ele, a educação moderna comete um equívoco e estabelece uma confusão quando escraviza a liberdade responsável, moralmente orientada, à liberdade de autodesenvolvimento e crescimento:
Há uma tendência a entender a liberdade, que poderia ser denominada de liberdade evolucionária, como o pólo oposto de compulsão, de estar dominado por uma compulsão. Mas no pólo oposto da compulsão não se encontra a liberdade mas a vida em comunhão. A compulsão é uma realidade negativa; a vida em comunhão, a positiva; liberdade é uma possibilidade, possibilidade reconquistada [...] A liberdade na educação é a possibilidade de comunhão; não pode ser dispensada nem empregada em si mesma; sem ela nada acontece, mas também nada acontece por meio dela... (apud Murphy, 1988, p.93)
Apartando-se das duas visões que critica, Buber vê o professor como alguém que demonstra uma visão dinâmica de afirmação da vida e realça o seu papel formativo, disciplinador e altamente intencional. O ensino é, fundamentalmente, diálogo: o importante, para o professor, não é falar do ou sobre o aluno, mas com o aluno, um diálogo verdadeiro que implica a aptidão daquele para o relacionamento pessoal com este, que é outro. Admitida como função primordial da educação o nutrir possibilidades relacionais, a relação professor
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aluno deve, necessariamente, pautar-se na confiança mútua, na presença exemplar e na inteireza do professor, pela palavra, e na maneira com que o professor, efetivamente, promove métodos disciplinados, críticos e reflexivos de questionamento e indagação, que Buber considera essenciais para a aprendizagem e o conhecimento autênticos (Murphy, 1988).
A psicologia histórico-cultural de Vigotski concebe o psiquismo como uma construção social e encontra na mediação semiótica um conceito importante, que corresponde à idéia de intervenção de um terceiro elemento que possibilita a interação entre outros dois termos de uma relação (Sirgado, 1991). Assim, o termo mediação é utilizado, no trabalho de Vigotski, para se referir aos sistemas de signos e ao papel que estes desempenham nas relações dos homens com o seu contexto social. Os seres humanos criam continuamente instrumentos e sistemas de signos, que lhes permitem conhecer e transformar o mundo, ao mesmo tempo em que estes os transformam, impelindo o desenvolvimento de novas funções psíquicas. A expressão mediação semiótica refere-se, portanto, a um elo que se realiza com um sistema de signos, e que possibilita “pensar o psiquismo humano como um processo permanente de produção que envolve o indivíduo e seu mundo social numa interação constante” (Sirgado, 1991, p.48), revelando-se a natureza semiótica da constitui- ção de seu psiquismo.
A promoção do desenvolvimento de funções psicológicas admite a anterioridade do processo de aprender, que acontece na relação com um parceiro mais capaz, que oferece a ajuda. Ajudar é possibilitar o fazer com; é dialogar, portanto. Se o ajudante for o professor, a ajuda é planejada e sistemática, pois o seu impacto no aluno é esperado como realização, conforme já dissemos. Logo, é preciso conhecer o que já há; novamente, o diálogo. Conhecer o que há para definir o que poderá ser. Nesse jogo assimétrico, professor e aluno ferem-se, atingem-se mutuamente.O aluno dirige o seu próprio processo de aprender, restringindo, ativamente, as possibilidades de ação do professor. Por seu turno, o professor é quem planeja e cria as condições de possibilidade de emergência das potencialidades do aluno, como querem, em acordo, Buber e Vigotski: criador que cria a criatura em liberdade. Liberdade não como meio ou como fim, mas como parte constitutiva do ato mesmo de criação. Por isso, pode-se deduzir que, também para Vigotski, educar é nutrir possibilidades relacionais. Nessa perspectiva, ensinar e aprender traduzem-se num encontro que revela e que compromete. “Se, do ponto de vista científi
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co, negamos que o professor tenha a capacidade mística de ‘modelar a alma alheia’, é precisamente porque reconhecemos que sua importância é incomensuravelmente maior” (Vygotsky, 2003, p.76).
Encontramos, então, o momento de falar em mediação pedagógica. Tem sido comum atribuir a Vigotski a idéia de que o professor tem um papel mediador; um elo entre o conhecimento e o aluno. Queremos trazer esse conceito para a discussão e contestar sua adequação ao pensar a atividade do professor na perspectiva histórico-cultural. Se, no processo do ensinar e do aprender, o aluno sempre se antecipa como oferta, na situação dialógica, interferindo efetivamente com restrições nas possibilidades de ação do professor, este não passa “em brancas nuvens” pela relação. Logo, não pode ser concebido como um mero elo intermediário, um negociador que, em princí- pio, permaneceria o mesmo pós-negociação. Nem o aluno, nem o professor são os mesmos depois do diálogo. O processo de ensinar e aprender, visto como unidade, parece, de fato, constituir um desafio à permanência da mesmice. A função instrumental do professor como mediador do conhecimento para o aluno carrega, a nosso ver, as duas concepções de educação a que se aludiu anteriormente e que tanto Buber quanto Vigotski criticam.
O conceito de internalização de funções psíquicas superiores, formulado por Vigotski e que se traduz na lei geral de desenvolvimento psíquico, reforça a nossa posição. A cultura e seus sistemas simbólicos, semióticos alcan- çam a condição de intrapsicológicos passando, necessariamente, por processos interpsicológicos. Assim, ganham relevância as ações sociais que permitem aos indivíduos compartilharem a complexa rede de significados socialmente produzidos. Portanto, é na situação interpsicológica que brota o significado da relação pedagógica. Estão aí circunscritas, a um espaço relacional, as ações do professor e do aluno.
Ao se examinar o conceito de mediação fica evidente sua complicação e incompletude para se compreender o papel do professor. Ainda que seja possível admitir-se o professor como mediador do conhecimento para o aluno, isso não esgotaria sua função, nem daria conta do que lhe é primordial. O professor é uma pessoa vulnerável à alteridade do aluno. Assim, trabalho pedagógico e zona de desenvolvimento proximal não significam outra coisa que não ação conjunta. O desenvolvimento psicológico é resultado de algo que acontece no espaço da relação professor e aluno, como possibilidade de realização futura. “O que caracteriza o desenvolvimento proximal é a capacidade
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que emerge e cresce de modo partilhado” (Góes, 1991, p.20). Portanto são necessárias parcerias nos espaços pedagógicos para que haja a possibilidade de empreendimento de novas situações sociais de desenvolvimento.
Como ilustração, introduzimos neste texto a fala de duas professoras que mostram as formas pelas quais são instituídas as interações com seus alunos. Uma delas pensava sua turma de forma bastante coletivizada, o que a fazia perder de vista os alunos concretos da sala de aula. Quando desenvolveu uma atividade específica com um grupo pequeno de alunos, surpreendeu-se com a revelação de um deles e assim se pronunciou:
E eu estava te dizendo que descobri um lado do Elizer que eu não conhecia... Ele tem idéias assim tão maduras quando você conversa com ele. Porque você olha, ele, aquela coisinha largada lá no canto... ele não participa... não se pronuncia, deixa de fazer metade das atividades. E você acha que é um menino com muito mais dificuldade do que apresenta. Quando vai conversar com ele... você descobre um lado tão maduro, com idéias, assim, a respeito da vida, das coisas, que fiquei impressionada. Os interesses dele são bem outros, ele... pode ter lá as suas dificuldades, mas tem um lado que eu desconhecia, que é a forma como vê o mundo, as coisas, o que pensa em termos de... você viu naquele dia? O futuro, que ele falou. Conversei com ele depois. O que pensa a respeito desse mundo... o futuro dele. Conversando comigo... eu fiquei impressionada com os sonhos dele, os projetos para o futuro, e questionei: “Como é que você pensa em conseguir tudo isso se você às vezes é incapaz de fazer sua tarefa de pura malandragem? Capacidade intelectual você tem. Você é um menino inteligente”. Ele olhou bem pra mim e falou: “Você me acha inteligente?”. Eu falei: “Acho. Você é inteligente e eu estou conversando com você porque está me dando provas de que é inteligente. Porque você não faz as coisas? Por que não pergunta quando tem dúvida?”. “Ah, porque eu tenho vergonha”.
Percebe-se que a composição coletiva da turma, para a qual os professores acabam dirigindo-se quase que exclusivamente, chega a dificultar a vida escolar de algumas crianças. Sobre elas, às vezes bastaria uma atenção especial, um momento compartilhado, para que fossem entendidos aspectos de seu percurso de desenvolvimento, o que possibilitaria propor a ajuda necessária, instigando o próximo passo.
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Uma outra professora também tinha um grupo a quem precisava atender em primeiro lugar. Sua atuação pedagógica permitia-lhe contudo sair das amarras do coletivo e procurar o encontro com alguns alunos em especial. Desconfiava das informações que recebia e colocava-se na posição de interagir com cada um de seus alunos, para que pudesse avaliá-los adequadamente. Talvez, por isso, falasse da sua turma de forma cuidadosa:
...porque quando eu recebi a turma, e... “Ah, você está com fulano, você está com ciclano”, as pessoas acabam fazendo essa avaliação “... É assim, é assado”. E eu acho horrível, porque... na primeira semana, uns 15 dias depois... Bom, aquele menino não é nada assim... Porque vai do que a pessoa... vai do professor. Então... eu não vi nada do que muitas pessoas falaram pra mim. É uma coisa normal que você tem que... o desafio está aí, você tem que... arranjar a melhor maneira para que ele aprenda.
Em conclusão, podemos dizer que a compreensão que o professor tem do aluno e do que deve realizar com ele tem muitas implicações para o seu trabalho. Cabe-lhe permitir que o aluno revele-se por si, mostre-se naquilo que pede como ajuda. Para isto o que lhe compete fazer? A nosso ver, seu papel desdobra-se em muitas funções que devem ser descobertas e assumidas conforme o fluxo do desenvolvimento do aluno. E o professor é o organizador do ambiente social (conforme escreveu Vygotsky, 2003), que é o fator educativo por excelência. É por isso que ele enfatiza a posição do aluno como aquele que dirige o seu próprio processo de aprendizagem.
Assumir-se como professor requer a clareza de muitos aspectos constituintes da missão a ser realizada. É preciso, sim, ter metas e objetivos, saber sobre o que se vai ensinar, mas não se pode perder de vista, um segundo sequer, para quem se está ensinando e é disso que decorre o como realizar. Integrar tudo inclui dar conta de diversas facetas do processo ensino-aprendizagem, ou seja, a do aluno concreto, real, a do conhecimento, a das estratégias de ensino, e a do contexto cultural e histórico em que se situam (Tacca, 2000). Conjugar isso exige compromisso e responsabilidadecom o aluno, o que permite avançar na exigência da compreensão da pessoa no processo de ensinar e aprender.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARTHOLO Jr., R. Você e eu: Martin Buber, presença palavra. Rio de Janeiro: Garamond, 2001.
GÓES, M. C. R. A Natureza social do desenvolvimento psicológico. Caderno CEDES, Campinas, n.24, p.21-29, 1991. [Pensamento e linguagem: estudos na perspectiva da psicologia soviética]
GONZÁLEZ REY, F. Epistemologia cualitativa y subjetividad. La Habana: Pueblo y Educación, 1997.
MURPHY, D. Martin Buber’s philosophy of education. Dublin: Irish Academic Press, 1988.
SIRGADO, A. P. O Conceito de mediação semiótica em Vygotsky e seu papel na explicação do psiquismo humano. Caderno CEDES, Campinas, n.24, p.38-51, 1991. [Pensamento e linguagem: estudos na perspectiva da psicologia soviética]
TACCA, M. C. V. R. Ensinar e aprender: análise de processos de significação na relação professor x aluno em contextos estruturados. Brasília, 2000. Tese (dout.) Universidade de Brasília.
TUNES, E.; BARTHOLO Jr., R. Da Constituição da consciência a uma psicologia ética: alteridade e zona proximal de desenvolvimento. In: SIMÃO, L. M.; MARTINEZ, A. M. (orgs.) O Outro no desenvolvimento humano: diálogos para a pesquisa e a prática profissional em psicologia. São Paulo: Pioneira; Thomson Learning, 2004. p.41-60.
VYGOTSKY, L. S. A Formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991. . Problems of general psychology. In: RIEBER, R. W.; CARTON, A. S. The
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Recebido em: março 2004
Aprovado para publicação em: janeiro 2005
Dica do Professor
O professor é um importante agente no processo de ensino-aprendizagem. Ele tem a responsabilidade de planejar. O vídeo a seguir apresenta o papel do professor em relação ao currículo.
Exercícios
Na prática
Um professor, independentemente do seu grupo de alunos ou da modalidade de ensino, precisa realizar o seu planejamento, e o plano de ensino é um dos tipos de planejamento vinculado à prática docente.
Saiba mais
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
http://27reuniao.anped.org.br/gt09/t0911.pdf 
https://www.scielo.br/j/rbedu/a/XPqzwvYZ7YxTjLVPJD5NWgp/?lang=pt&format=pdf 
Apresentação
Estudos mostram que o bom relacionamento entre professor e aluno é a receita para um processo de aprendizagem eficaz. É fato também que essas relações tendem a refletir aquilo que a comunidade espera da escola. Em outras palavras, sua competência social pode beneficiar seu trabalho na escola. Vamos descobrir como?
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
· Identificar as competências que beneficiam a relação professor/aluno.
· Reconhecer a importância do diálogo no processo de ensino/aprendizagem.
· Valorizar as atitudes que aproximam professor e aluno.
Desafio
A convivência com o aluno é fundamental para que se obtenha melhores resultados na sala de aula. Dessa forma, o professor deve estar atento a algumas posturas e comportamentos próprios que podem auxiliar a construção desse relacionamento. Seu desafio será montar um arquivo em Power Point com dicas para que o professor construa um bom relacionamento com o aluno em sala de aula e seja eficiente no seu papel de mediador e orientador. Faça pesquisas sobre o tema e liste, no mínimo, 10 dicas. Veja um exemplo:
- Valorize a participação do aluno. O reforço positivo é um incentivo para que ele esteja motivado e se integre ao grupo.
- Procure conhecer seu aluno, suas experiências individuais, seus gostos, sua história, suas competências. Dessa forma, você estará mais apto a preparar aulas que sejam motivadoras.
Padrão de resposta esperado
Dicas que podem ser inseridas em seu trabalho:
1- Mostre entusiasmo pelo conteúdo que está ensinando. Gostar do que faz é essencial para despertar o prazer do olhar do outro.
2- Procure criar formas para que o diálogo com seu aluno flua. Dessa forma, você terá mais competência para preparar algo que seja interessante para ele.
3- Cuide da sua postura. O corpo pode dizer muito para um ouvinte deixando-o menos ou mais interessado. Procure se movimentar em sala de aula, mostrando-se ativo.
4- Procure falar com os alunos olhando para eles. Como em qualquer diálogo, buscamos também a atenção das pessoas através do olhar.
5- Considere as características dos seus diferentes alunos ao planejar uma atividade. Procure criar formas de atender a demanda de todos.
6- Dê atenção ao aluno. Mostre que você tem interesse em suas necessidades individuais.
7- Não faça avaliações comparativas, negativas ou ameaçadoras aos alunos. Essa atitude gera desmotivação.
8- Ofereça informações práticas interessantes sobre o conteúdo ensinado. Essa ação desperta a curiosidade do aluno para saber mais.
9- Cuide do vocabulário a ser utilizado com o aluno. As palavras escolhidas e a forma de falar são determinantes para um bom relacionamento.
10- Saiba ouvir o aluno. Demonstre interesse pelo que ele tem a dizer.
Infográfico
Algumas competências devem ser observadas e trabalhadas para que o professor se relacione bem em sala de aula. É importante que ele perceba que mesmo as dificuldades de relacionamento podem ser trabalhadas.
Conteúdo do Livro
Leia um trecho do livro Ensaios pedagógicos: como construir uma escola para todos?, de Lino de Macedo. Essa leitura lhe auxiliará a pensar sobre o relacionamento entre professor e aluno. Você perceberá as mudanças que a escola vem estabelecendo ao longo do tempo, permitindo uma maior aproximação entre os dois sujeitos e valorizando as competências que beneficiam essas relações.
Boa leitura!
LINO DE MACEDO
COMO CONSTRUIR UMA ESCOLA PARA TODOS?
Professor Titular de Psicologia do Desenvolvimento do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo.
Reimpressão
M141e Macedo, Lino
Ensaios pedagógicos: como construir uma escola para todos? / Lino de Macedo. – Porto Alegre : Artmed, 2005.
1. Educação – Ensaios. I. Título.
ISBN 85-363-0366-2
CDU 37.013:82-4
Catalogação na publicação: Mônica Ballejo Canto – CRB 10/1023
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Priorizar: como selecionar, pela importância ou pela urgência? Importância para quem? Urgência para quem? Como coordenar uma coisa – nãoimportante ou não-urgente – com outra – importante e urgente – a que está subordinada. Por exemplo, fazer o relatório pode ser aborrecido, mas pior será perder o emprego. Em outras palavras, fazer o relatório é “chato”, mas o emprego, apesar de não ser lá essas coisas, precisa ser assegurado. Assumir isso é muito importante. E até pode ser que, com o tempo, aprendamos a nos envolver com o processo de fazer o relatório, a ver um valor nele.
Mas, então, se vamos priorizar pela importância, trata-se de importância para quem? Para os alunos? Para os pais? Para a escola? Para mim? Para o ano que vem? Para o meu próprio trabalho? O mesmo se aplica ao conceito de “urgente”. Em relação ao tempo, a urgência é uma dimensão muito difícil de ser administrada. Se, em relação ao espaço, temos preocupação com o importante, em relação ao tempo somos pressionados pelo urgente. Tem de ser hoje: o relatório tem de estar pronto até terça-feira porque a reunião dos pais é quarta-feira, e o coordenador tem de ler e dizer se concorda ou não.
Optar não é algo teórico; significa, na prática, compromisso, renúncia, tolerância a frustrações, organização, disciplina, perda ou ganho, enfim, uma série de coisas boas, positivas, construtivas. Só que aprendemos que se pode ter tudo ao mesmo tempo, ignorando que nem sempre sabemos abrir espa- ços e administrar ou coordenar as tarefas no tempo de sua realização. Pertencemos a uma sociedade que divulga a idéia da possibilidade de acesso (com tempo e dinheiro) a tudo.
LEMBRAR-SE
Proponho que esquecer, no plano do espaço, correspondaa lembrar-se, no plano do tempo. As ações são históricas porque, como expressão temporal, articulam presente, passado e futuro. Por isso, tempo certo é o tempo das ações ou das coisas que não posso esquecer, porque esquecer envolve algo de ruim, para mim ou para a minha comunidade. Por exemplo, quando falamos, temos de estar atentos ao que já foi falado, ao que estamos falando e ao que vamos falar, para que o discurso tenha consistência. Mesmo que o estilo não seja linear.
Para as ações serem lembradas, implicadas entre si no tempo, é melhor verificar se estão encaixadas em um projeto, meta ou objetivo, para que certas coisas possam ser antecipadas no tempo e estimadas quanto à sua dura- ção e sua importância no projeto. Essas considerações, como tema transversal, valem para o professor de matemática, para o de geografia, para o diretor, para o coordenador pedagógico, para a cozinheira.
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Estou analisando o tempo de uma forma linear, mas o tempo é simultâ- neo, ou seja, coordena muitos movimentos ou ações. Tomemos como exemplo a situação em que uma refeição deve ser preparada em meia hora. Esse tempo de meia hora é comum às ações de preparar a salada, fazer o arroz e grelhar a carne. Uma coisa é esse tempo comum. Outra coisa é o tempo de preparo de cada um desses componentes, tanto a sua duração como a seqüência de tarefas a serem realizadas em cada caso. Porque, nesse sentido, a mesma meia hora deve ser compartilhada no preparo da salada, do arroz e da carne. Cada qual tem seu tempo, seqüência e duração distintos. Por exemplo, 10 minutos para a salada, 20 para o arroz e 10 para a carne. Mas, em cada componente, os tempos, as durações para cada elemento que compõe a refeição variam. É preciso coordenar tudo isso: trabalhar com esses três tempos simultaneamente e com o tempo que lhes é comum. Por isso, é importante aprender a proceder de forma organizada em relação à administração do tempo.
Insisto na importância de se ensinar os alunos a lidar com o tempo: antecipar, planejar, dar prioridade, estimar o tempo das tarefas, regular-se com diferentes ritmos para as mesmas tarefas. Por exemplo, pode-se falar 5 minutos, 10 minutos, 2 dias, 5 anos sobre um mesmo assunto. Como aprender a falar sobre um mesmo tema em 5 minutos, 10 minutos ou 2 horas? Porque, à medida que se aprende isso, aprende-se a ter um certo controle não do tempo, mas de nossa ação nele e, por isso, podemos ficar mais tranqüilos, quem sabe mais livres para podermos ser no tempo.
OS OBJETOS
Uma questão fundamental no cotidiano da sala de aula diz respeito aos objetos. Os objetos são um recurso fundamental para o nosso trabalho em sala de aula. Refiro-me a lápis, giz, cadernos, régua, lousa, carteiras, mesas, livros, vídeo, computador, enfim, esta lista imensa de objetos graças aos quais ensinamos matemática, ciências, línguas ou artes.
Os objetos aos quais me refiro são os instrumentos de ensino, as ferramentas do professor, ou seja, livros, giz, apagador, vídeo, câmera, computador, caderno, lápis, os objetos de uma certa área particular, os objetos de física, de matemática, de química, de língua portuguesa, de educação física, os objetos comuns a qualquer aula. O que são objetos na escola? Como cuidamos deles, como os guardamos, os usamos e aprendemos com eles?
É interessante comentar que vivemos em uma cultura tecnológica que valoriza a idéia dos objetos como fim, e não como meio. Por exemplo, o objetivo de uma empresa é fabricar este objeto para vender. Nas escolas, os objetos não são fins, são meios. Usa-se o giz para escrever algo na lousa; o fim,
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portanto, é o que se escreve, o que está escrito. O caderno não é um fim em si mesmo, é um meio de registrar, guardar apontamentos escritos, que são a finalidade do trabalho. Mas não é porque os objetos na escola são meios para outros fins que eles não devem ser considerados com respeito, como algo fundamental.
Na escola, muitas vezes, os objetos são desprezados, jogados fora, quebrados, desperdiçados, usados de forma não planejada, descuidada. Outras vezes, faltam, desaparecem ou são insuficientes para a realização das tarefas. Tudo isso prejudica o trabalho docente, gera indisciplina, dispersão. Os objetos, muitas vezes, são tratados como se não fossem de ninguém, porque foram dados, são públicos, e aquilo que deveria facilitar ou promover a realização de uma tarefa de aprendizagem torna-se uma dificuldade para ela. Alguns professores queixam-se de que os objetos de que dispõem são de má qualidade, insuficientes, estão quebrados ou faltam, ou, então, são em excesso e não se sabe o que fazer com aquele monte de coisas que está lá desnecessariamente.
É importante cuidar bem dos objetos, limpá-los, guardá-los, tentar obter os de melhor qualidade, conservá-los. A atitude do professor para com os objetos da sala de aula é fundamental, pois o professor é um líder, é uma referência.
Se um professor for cuidadoso, amoroso, gentil, se tiver atitudes de cuidado ou respeito para com os objetos, se expressar sua gratidão para com esses instrumentos fundamentais ao seu trabalho, os alunos entenderão e, quem sabe, imitarão sua atitude. Do contrário, observaremos o que é freqüente hoje em dia: objetos que, muitas vezes, não duram uma semana, mesmo porque são frágeis e de má qualidade. Os professores da escola pública têm o direito de exigir objetos da melhor qualidade, pois são instrumentos para algo cujo preço é incalculável, com valor de sobrevivência que é a educação de nossas crianças, que é a construção do conhecimento de nossos alunos.
Um dos objetos mais preciosos em sala de aula é o livro. Como o escolhemos? Como cuidamos dele? Como o usamos como recurso para o nosso trabalho? E se o livro, como é a regra atual, for usado por mais de um aluno ao longo de dois ou três anos, como é utilizado, guardado, conservado?
Usar ou cuidar bem dos objetos não pode ser tarefa de uma só pessoa. Quando os objetos são coletivos, principalmente, o cuidado com eles também tem de ser coletivo.
Os recursos materiais ou didáticos devem ser tratados com seriedade, de forma científica, amorosa, cuidadosa, como parte da educação da criança na escola. Os conteúdos escolares são muitas vezes esquecidos, perdidos ou
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trocados por outros. Mas, se tratarmos os aspectos aqui analisados como temas transversais, eles plasmam a nossa personalidade, nosso estilo de vida, nossa forma de viver em comum na cidade, na casa, nos espaços públicos e, inclusive, nos espaços privados.
OS RELACIONAMENTOS
Hoje, mais do que nunca, os relacionamentos tornaram-se uma questão fundamental, seja a relação entre crianças, professores e alunos, professores, diretores, coordenadores pedagógicos e outras figuras institucionais, ou a relação entre escola e família, escola e comunidade. Fala-se muito de relacionamentos porque é a grande questão no mundo atual, que se quer mais universalizado, globalizado, mais próximo, e, ao mesmo tempo, tão distante no paradoxo que é a forma como o mundo de hoje se organiza e nos desafia.
Essa valorização decorre, entre outros aspectos, de uma visão do conhecimento que defende a importância de os alunos expressarem seu pensamento, suas opiniões e hipóteses na sala de aula e de o professor provocar discussões sobre procedimentos, idéias, troca de pontos de vista entre eles.
Estou convencido do valor desse tipo de abertura que se aprendeu a conceder aos alunos em sala de aula. Esse tipo de relacionamento, porém, provoca uma questão importante que é a questão das diferenças, ou seja, como conviver com diferentes pontos de vista ou referências. O professor tem a referência dele, a referência maior, mais importante, que é a referência da ciência, do livro, daquilo a que a criança tem de chegar mais cedo ou mais tarde. Entretanto, as crianças também têm suas referências. Nem todas pensam da mesma forma, uma resolve o problema de um jeito, outra resolve de outro. Quanto mais democrático e igualitário for um sistema, mais aparecem as diferenças. Hoje, tudoisso é muito complexo, porque se é necessário negociar pontos de vista e se as diferentes pessoas têm direito ao seu pensamento manifestam-se diferenças, surgem impasses. Como conviver com os impasses, com as diferenças que a liberdade e a igualdade proporcionam? É muito bonito falar em liberdade e igualdade no plano do discurso, mas na prática há muita confusão, briga, desentendimento, disputa. Como conviver com lutas e jogos em que o resultado é sempre um ganhar ou perder? Como fazer do debate uma forma superior de as pessoas construírem o que é melhor para uma dada situação?
Democracia, liberdade e expressão de pontos de vista são fundamentais, mas temos de nos preparar, principalmente nós, professores, para sermos líderes dessa nova forma de se relacionar.
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A RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO
Como negociar com uma classe que não quer prestar atenção, que não gosta do jeito do professor, que não aprecia seu estilo? Como os alunos aprendem com aquele professor que, às vezes, é rabugento, alegre, triste; que, às vezes, tem conflitos com seus colegas ou, ao contrário, que está de bem com a vida, pesquisando, trabalhando, interessado em muitos assuntos ou projetos? Enfim, se há tantos tipos de professores, como as crianças aprendem a conviver com eles? E, vice-versa, como o professor aprende a conviver com seus alunos? Como criar, construir ou atualizar regras que funcionem em sala de aula? Como sair da queixa, do ressentimento, da acusação ou autoacusação, da baixa auto-estima e trabalhar essas questões com os mesmos princípios, com a seriedade com que se trabalham, por exemplo, as matérias ou disciplinas? Como trabalhar na classe, em um contexto de projeto, a melhoria das relações para poder ensinar? Como não ter medo de chegar em uma sala de aula e dizer: não consigo dar aula com gente conversando, dormindo?
Hoje são valorizados três tipos de saber: o “saber dizer”, que relacionase à aprendizagem de conceitos, informações; o “saber fazer”, que tem a ver com a questão dos procedimentos; o “saber conviver”, que diz respeito a valores, normas e atitudes.
Saber conviver é fundamental em uma sociedade como a nossa. Saber conviver é querer incluir e incluir-se na relação com outros. É poder conviver com o jogo das diferenças expressas na lógica da inclusão; é ter e dar liberdade para as diferenças; poder expressar diferenças, sentimentos. O que fazemos com as diferenças? Por exemplo, a mulher quer matricular o filho em uma escola, e o marido, em outra. A mulher acha que é melhor gastar as economias da família reformando a casa, e o marido acha que é melhor trocar o carro. Como encontrar algo comum aos dois?
O professor tem uma proposta pedagógica, as crianças têm outra; o coordenador pensa de outro modo ainda. Como encontrar uma razão comum em tempos em que as pessoas têm direitos de expressar seus pontos de vistas, seus pensamentos?
O divórcio, saída que os adultos encontram, não é possível no caso da escola. Se o marido quer uma coisa e a mulher quer outra, se o marido faz coisas com as quais a mulher não concorda e se não chegam a um acordo, então têm, apesar de todas as dificuldades, a possibilidade da separação. A separação não é fácil, mas é possível, é um direito. Na escola, apenas para pensar o problema por essa metáfora, o professor não pode, ou não deve, recorrer à separação para resolver seus problemas. Nem sempre é conveniente
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deixar o emprego. Nem sempre é possível “divorciar-se” dos alunos, dos colegas. Ou seja, não é fácil pedir ao diretor ou ao coordenador pedagógico para escolher alunos e colegas. Temos de trabalhar com eles. Por isso, o desafio é o da convivência. Na escola, não é possível ficar sozinho; temos de conviver com colegas, com alunos. Na vida pessoal, é até possível ficar sozinho.
No que diz respeito à interação entre os alunos, como o professor organiza as diferentes relações? Como distribui as crianças em uma atividade de grupo? Reúne crianças de mesmo nível, que pensam diferente, mais velhos, mais novos, mais fracos, mais fortes? Como organiza os diferentes agrupamentos de crianças? Como o professor faz intervenções diferenciadas? Como fala com o mais fraco, com o mais sensível, com o mais arrogante, com o que pensa que sabe tudo? Como contém aquele que fala muito e estimula o que não fala nada? Como intervém, de uma forma qualificada, com valor educacional, como um único juiz que coordena, avalia, favorece e julga as diferentes formas de expressão?
Existe a suposição de que, hoje, tudo pode ser discutido, tudo pode ser mudado. No ensino médio, por exemplo, tudo pode-se discutir por que não fumar em um espaço público e, portanto, na sala de aula. Pode-se discutir a questão jurídica, médica e social deste problema. No entanto, uma coisa é discutir e outra é, por exemplo, em função da discussão, liberar o fumo na sala de aula. Não temos poder para isso.
Não é porque se pode, e até se deve, discutir um tema, que isso significa que se possa decidir de forma contrária às regras vigentes. Não é porque julgamos a lombada uma restrição desagradável que vamos agir como se ela não existisse, o que resultaria em quebrar o carro. Pode-se argumentar contra as lombadas, mas, na prática, elas devem ser respeitadas.
Uma coisa é, na sala de aula, o professor discutir, levantar opiniões; outra coisa é “fechar a questão” e valorizar apenas o que pensa ou diz. Ou seja, apesar da liderança e responsabilidade do professor em sala de aula, sua palavra não é a única e nem sempre a melhor, mesmo nos conteúdos em que representa o saber constituído. Em todos os temas, é importante promover discussões, conviver e compartilhar outras formas de pensamento. Mesmo se, no final – todos sabem e esperam por isto –, a palavra do professor for a mais decisiva no sentido de expressar o que melhor se pensa sobre o assunto, nos termos defendidos ou assumidos pela escola. Tal fato não implica autoritarismo, mas expressa a autoridade do professor. Os alunos sabem disso e necessitam ter o professor como referência.
É importante o professor deixar claro os temas que, por alguma razão, não podem ser discutidos em sala de aula, seja pela idade dos alunos, seja pela profundidade requerida. Em outras palavras, o que se pode e o que não
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se pode discutir em sala de aula? Agir dessa forma não é autoritarismo, é uma questão de atribuir limites.
Há assuntos que se discute com alunos do ensino médio, mas não com os de pré-escola. Ao menos não com o mesmo nível de compreensão ou extensão. Esse é um grande desafio: como discutir um tema considerando o nível de desenvolvimento dos alunos?
Na escola de hoje, o professor não perdeu seu lugar; ao contrário, esse lugar aumentou, aprofundou-se. Agora, espera-se que ele se comporte como um líder, um coordenador, alguém que tome decisões, que mobilize recursos, que promova o desenvolvimento de esquemas, que organize o debate em termos de tempo, de espaço e de conteúdo.
A INTERAÇÃO ENTRE AS CRIANÇAS
Como o professor coordena, lidera a interação entre as crianças? Na escola, tudo pode ter valor pedagógico ou educacional. Tudo pode ser um motivo para ensinar e aprender. Como o professor intervém nos grupos de alunos? Como reúne crianças para uma atividade de matemática ou de língua portuguesa? Comporta-se como um juiz ou como coordenador das diferenças durante as brigas? Como promove desempates junto às crianças? Como ensina os alunos a conversar, a discutir e até a competir? O que abre para discussão e o que não abre? Como ensina a diferenciar os planos da discussão, da decisão e da gestão das modificações do que não se aceita ou no que não se acredita?
Muitas vezes, não sabemos diferenciar e integrar essas três opções. Há temas que podemos – e devemos – discutir, mas sobre os quais não podemos decidir em contrário. Por exemplo, pode-se discutir a questão do fumar. Mas isso não implica que dessa discussão possa sair uma decisão favorável à permissão de fumar na sala de aula, porque há uma lei que proíbe fumar em lugares públicos.Essa lei tem base jurídica, científica e social. Apesar dela, compreendemos e nos solidarizamos com o sofrimento de um viciado em nicotina que não consegue, talvez, esperar o término da aula.
Em outras palavras, uma coisa é discutir um tema, outra é prometer que essa discussão possa resultar em decisão contrária a uma lei maior. A impossibilidade de anular uma lei não implica a impossibilidade de discuti-la ou de ter uma posição contrária a ela. A dificuldade de substituir um professor desagradável não deveria impedir a possibilidade de manifestações sobre como é “insuportável” tê-lo como professor. Se o professor permite que seus alunos discutam, falem, se expressem sobre sua eventual “chatice”, isso terá um efeito diferente na sua relação com a classe.
Dica do Professor
Vamos refletir um pouco mais? Acompanhe a retomada feita pela professora sobre o assunto. Utilize essa reflexão para rever seu posicionamento e suas relações profissionais.
Na prática
Um bom relacionamento entre professor e aluno traz benefício para ambos. Vejamos um exemplo.
Saiba mais
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
1- https://www.webartigos.com/artigos/a-relacao-professor-aluno-no-processo-de/73895/ 
2- https://escolasdisruptivas.com.br/escolas-do-seculo-xxi/o-professor-do-futuro-10-competencias-desse-profissional/#:~:text=Pratique%20a%20escuta%20ativa,com%20o%20m%C3%A1ximo%20de%20aten%C3%A7%C3%A3o. 
3- http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1514-8.pdf 
Metodologias de ensino: Repensando os espaços de aprendizagem
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