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PAVIMENTAÇÃO ASFÁLTICA 1-1 Pavimentação: Materiais 1. Defina diâmetro efetivo, coeficiente de uniformidade e coeficiente de curvatura. RESP: B. O diâmetro efetivo mede a finura do solo, corresponde a um diâmetro em que 10% das partículas que compõem a amostra são inferiores a ele. O coeficiente de uniformidade dá uma ideia da distribuição do tamanho das partículas do solo, um coeficiente baixo (dos grãos maiores, porém, também são necessários grãos menores que preencham o vazio resultante desse intertravamento, assim a estrutura não ficará frágil. A compactação também tem o objetivo de diminuir os vazios e adensar o material, para que não haja recalque depois. Uma granulometria bem distribuída e uma compactação bem-feita garantem um material mais estável e sem vazios, aspectos importantes para uma boa resistência da camada e para que, assim, ela consiga cumprir com suas funções. A granulometria é influente na composição de todas as camadas do pavimento. Uma granulometria com grãos de diferentes tamanhos garante resistência e estabilidade. Não é indicado que a granulometria seja uniforme, pois haverá apenas partículas maiores, com intertravamento, mas sem preenchimento dos vazios, ou apenas partículas finas, sem intertravamento e sem vazios. A mistura de diferentes tamanhos de grãos é o que garante resistência e estabilidade. 2. Qual a diferença entre brita graduada e macadame hidráulico? RESP: B. Ambas consistem em uma associação de material britado de diferentes tamanhos e aglutinados por água. A diferença é que o macadame hidráulico é um processo mais expedito, com seu controle sendo feito in loco, de forma mais visual. A brita graduada é uma evolução do macadame hidráulico, pois baseada nos mesmos preceitos, ela tem sua mistura de agregados mais água feita em usina e com a garantia de passar por uma série de testes de resistência, durabilidade e tenacidade. O macadame foi largamente utilizado no início das construções das vias no Brasil e, hoje, é importante estudá-lo porque será visto em várias reformas de pista. A brita graduada é resultado de um processo em que mais pesquisa científica foi envolvida. Além da nomenclatura, o macadame e a brita graduada diferem na sua execução. Enquanto o macadame é implantado de forma mais expedita, com a adição de material graúdo, seguido por finos e por água, a brita graduada tem sua composição testada em laboratório e usinada previamente, de forma a garantir bons índices de resistência, tenacidade e durabilidade, por exemplo. 3. Qual a diferença entre uma mistura asfáltica usinada a quente e uma mistura asfáltica usinada a frio? RESP: C. A mistura de cimento asfáltico de petróleo (CAP) necessita ser feita em altas temperaturas, para garantir que o agregado não tenha umidade e que o ligante o envolva por completo. Misturas a frio ocorrem quando o agregado possui como ligante uma emulsão, que é um ligante modificado que reduz a tensão superficial e permite a obtenção de viscosidade na faixa de 0,2 Pa.s, faixa de trabalho para mistura com agregado. As emulsões foram criadas com o exato intuito de não ser sempre necessário aquecer o ligante e o agregado para fazer as misturas, o que demanda muita energia. As misturas a frio só podem ser feitas com emulsões, pois os CAPs não conseguem envolver o agregado se não estiverem em altas temperaturas. Misturas usinadas a quente precisam ter sua temperatura elevada para que o agregado possa ser envolvido pelo ligante. Misturas a frio são feitas em temperatura ambiente. Os CAPs não conseguem envolver os agregados se não estiverem em altas temperaturas. Para isso acontecer, deve ser utilizado um ligante modificado, comumente chamado de emulsão. 4. O transporte e o lançamento de misturas asfálticas para revestimento envolvem uma série de processos que devem ser devidamente considerados na hora do planejamento da execução. Qual dos processos a seguir é o de menor importância no momento do transporte e do lançamento do concreto asfáltico? RESP: E. Determinar a velocidade máxima dos caminhões transportadores. Por mais que tenham potência para imprimir maior velocidade na hora do transporte, os caminhões irão obedecer às velocidades permitidas pela rodovia ou tráfego, ainda mais quando se tratam de cargas pesadas, como uma mistura asfáltica. As condições climáticas afetam diretamente a execução de um pavimento. Uma chuva excessiva pode afetar a umidade ótima de alguma camada de base; uma ventania pode desmantelar jazidas; e etc. 5. Qual das opções a seguir condiz com a descrição de um rolo de compactação estático? RESP: C. Compacta a camada devido ao seu peso próprio, que pode ser aumentado pela utilização de lastros. Existem três tipos de compactadores estáticos: os pneumáticos, tandem liso ou de três rodas lisas. 2-2 Processos e técnicas construtivas de pisos e pavimentações 1. Os pisos cerâmicos conferem durabilidade, segurança e higiene para os ambientes internos de uma edificação, além de agregarem valor estético ao ambiente. Analise as afirmativas a seguir, referentes à execução de pisos cerâmicos. I. I. O assentamento das placas cerâmicas é realizado diretamente sobre o contrapiso, com o uso de argamassa colante industrializada ou argamassa de cimento e cal. II. II. A argamassa convencional demanda maior esforço para ser executada; contudo, confere maior durabilidade ao acabamento, em comparação com a argamassa colante. III. III. A desempenadeira dentada é ideal para a aplicação de argamassa colante, pois forma sulcos na superfície, permitindo a distribuição da massa após o assentamento da placa. IV. IV. O rejuntamento é realizado com pasta de cimento ou rejunte industrializado, devendo ser executado logo após o assentamento da placa cerâmica sobre o contrapiso. Assinale a alternativa correta: RESP: C. As afirmativas I e III estão corretas. O assentamento de placas cerâmicas é realizado diretamente sobre o contrapiso, devidamente nivelado e regularizado, podendo ser executado com argamassa de cimento e cal ou argamassa colante. A argamassa convencional demanda maior esforço e tempo para ser executada, além de estar sujeita ao aparecimento de fissuras devido à retração por secagem da massa. A argamassa colante é aplicada com desempenadeira dentada, diretamente sobre o contrapiso, formando sulcos, também denominados cordões e estrias. As placas são assentadas sobre os cordões e pressionadas de modo a fazer com que a argamassa se espalhe por toda sua base. Após 5 dias, contados a partir do término do assentamento, pode ser realizado o rejuntamento, com o uso de pasta de cimento ou rejunte industrial, o qual apresenta melhor desempenho. 2. Os pisos de madeira conferem agradável aspecto estético para o ambiente, sendo indicados para as zonas secas do ambiente, como dormitórios e salas. No que se refere a esse tipo de piso, assinale a alternativa correta: RESP: D. As tábuas de madeira utilizadas na execução do assoalho corrido são dotadas de encaixe macho-fêmea, de modo a garantir a conexão das peças. Após a fixação dos parafusos, estes são recobertos por cavilhas – peças em forma de rolha que escondem os furos. Os tacos de madeira são assentados, necessariamente, no contra piso, nivelado e regularizado, por meio da aplicação de uma argamassa de traço 1:3 (cimento: areia). Os tacos podem ser assentados em diferentes padrões, devendo o piso ser mantido isolado da chuva, do vento e do trânsito de pessoas durante 2 dias, contados a partir do assentamento. As tábuas de madeira que compõem o assoalho corrido são dotadas de encaixe macho-fêmea, e parafusadas a guias de madeira assentadas ao contra piso por meio de argamassa de cimento. Os parafusos são escondidos, superficialmente, por meio da colocação de cavilhas nos furos. 3. Os pisos de concreto armado são muito utilizados em indústrias, estacionamentos e vias urbanas. Analise as afirmativas a seguir, referentes aos procedimentos de execução de pisos de concreto: I. I. A camada de isolamento deve ser executada entre a sub-base e o piso de concreto, de modo a impedir o contato deste último com a umidade ascendente. II. II. A sub-base consiste em um colchão de areia, que tem por objetivo auxiliar na absorção de transmissão de esforços para o solo. III. III. Deverão ser previstas barras de transferência sempre que existirem juntas de dilatação, as quais devem ser executadas, pelo menos, a cada 10 metros. IV. IV. Em estacionamentos e vias urbanas,é recomendado que o piso seja submetido a um tratamento superficial, de modo a adquirir uma textura lisa. Assinale a alternativa correta: RESP: A. Apenas a afirmativa I está correta. Para a execução de pisos de concreto armado, inicialmente, deve ser executada uma camada de sub-base sobre o solo regularizado. A sub-base consiste em uma camada de pedra britada e pó de pedra, ou, então, uma camada de solo-cimento. Sobre a sub-base, deve ser executada uma camada de isolamento, com filme plástico ou imprimação betuminosa, de modo a impedir o contato do concreto com a umidade ascendente do solo. Após a montagem das formas, devem ser posicionadas as armaduras, que consistem em tela metálica, barras de transferências, nos pontos em que houver juntas de dilatação e eventuais barras de reforço estrutural. As juntas de dilatação devem ser executadas a cada 1,50m. Em estacionamento e vias urbanas, recomenda-se que a superfície do piso seja mantida rugosa de modo a aumentar o atrito com a roda e garantir a segurança dos usuários. 4. O pavimento intertravado é utilizado na execução de acessos, calçadas, estacionamento e vias urbanas. Apresenta a vantagem de permitir a liberação imediata do tráfego logo após sua execução. Analise os itens apresentados a seguir: 1. 1. Execução das contenções laterais. 2. 2. Execução do colchão de areia. 3. 3. Regularização do subleito. 4. 4. Assentamento dos blocos. 5. 5. Espalhamento de areia fina. 6. 6. Vibração com placa vibratória. Assinale a alternativa que apresenta a ordem correta de execução de pavimentos intertravados: RESP: B. 3 – 1 – 2 – 4 – 5 – 6. A execução de pisos intertravados inicia pela regularização do subleito, sendo precedida pela instalação das contenções laterais ao redor da área a ser pavimentada. Em seguida, é executado o colchão de areia, que deve ser devidamente nivelado. Os blocos são assentados sobre o colchão de areia, no padrão definido em projeto. A areia fina é espalhada sobre a superfície, após o assentamento dos blocos, e vibrada com o uso de uma placa vibratória, de modo a penetrar nos vãos entre os blocos e promover o intertravamento deles. 5. A pavimentação asfáltica é utilizada na execução de pistas de rolamentos de ruas, avenidas, rodovias, entre outros. O pavimento se caracteriza por apresentar diversas camadas. Relacione os quadros, referentes às camadas dos pavimentos asfálticos, com as colunas a seguir: 1. 1. Subleito 2. 2. Regularização 3. 3. Reforço 4. 4. Sub-base 5. 5. Base 6. 6. Revestimento 1. ( ) Camada que exerce função de melhorar as condições de conforto e segurança da via. 2. ( ) Camada executada com o objetivo de aumentar a capacidade portante do subleito. 3. ( ) Camada de solo que representa a “fundação” da estrutura do pavimento. 4. ( ) Camada que exerce a função de conformar a seção transversal do pavimento. 5. ( ) Camada executada com o objetivo de auxiliar na drenagem sub-superficial. 6. ( ) Camada que, em função de sua rigidez, resiste aos esforços de flexão. Assinale a alternativa que apresenta a ordem correta de preenchimento das lacunas: RESP: E. 6 – 3 – 1 – 2 – 4 – 5. O pavimento asfáltico é executado de baixo para cima, a partir do subleito, que consiste no solo superficial, que funciona como “fundação” do pavimento. A camada de regularização é executada com o objetivo de corrigir irregularidades no subleito e definir os caimentos da seção transversal do pavimento. O reforço de subleito é executado com o objetivo de aumentar a capacidade dele em resistir aos esforços provenientes do tráfego de veículos. A sub-base tem a função de complementar a camada de base e auxiliar na drenagem interna sub-superficial do pavimento. A base, por sua vez, serve para resistir aos esforços provenientes do tráfego de veículos, inclusive os esforços de flexão, devido à sua rigidez. O revestimento, por fim, é a camada que recebe, diretamente, os esforços provenientes do tráfego, devendo, também, conferir a funcionalidade da via, garantindo conforto e segurança para os usuários. 3 Pavimentação: Controle de defeitos 1. Qual é a diferença entre os processos de ruptura por resistência e ruptura por fadiga? RESP: C. A ruptura por resistência ocorre quando o pavimento sofre uma solicitação maior que sua capacidade de suporte, seja por flexão, tração ou compressão. Já a ruptura por fadiga ocorre por causa de uma microfissuração progressiva ocasionada por cargas cíclicas que não são maiores que a capacidade de suporte do pavimento. A identificação do tipo de resistência em que o pavimento rompeu também é importante de ser feita, podendo ser tração, flexão ou compressão. O esforço imposto na ruptura por fadiga geralmente não é maior que a capacidade de suporte do pavimento; caso contrário, ocorreria uma ruptura direta pelo fato de o pavimento não aguentar o esforço solicitado. A fadiga trinca o pavimento pelo efeito de uma microfissuração progressiva oriunda de cargas cíclicas impostas ao pavimento por um longo tempo. A ruptura por resistência ocasionada por carga maior que a capacidade de suporte e a ruptura por fadiga ocasionada por cargas cíclicas. 2. Qual das opções a seguir se refere a problemas estruturais? RESP: C. Trincas na camada de sub-base. Apesar de a camada de sub-base afetar o pavimento, ela não é sentida pelo usuário. As trincas na sub-base se encontram apenas nas camadas inferiores, caracterizando um problema estrutural, que influencia na capacidade de suporte do pavimento. Deve-se tomar cuidado para que não haja reflexão das trincas e elas cheguem até a camada de revestimento. Problemas funcionais se referem a todas as situações desconfortáveis que o usuário da via pode identificar. Um pavimento trincado está enquadrado nessa definição. 3. O que é a deformação residual que pode ocorrer no pavimento flexível? RESP: E. É uma parte da deformação viscoelástica que não retorna à sua condição geométrica inicial, apesar da característica dos pavimentos flexíveis de aceitarem deformações. O acúmulo dessas deformações gera uma deformação permanente no pavimento. Esse acúmulo é muito comum em paradas de ônibus, por exemplo, sobretudo nos pontos onde os veículos costumam parar para a entrada das pessoas. Ocorre ali um excesso de pavimento, formando um calombo na via. O pavimento com revestimento asfáltico tem comportamento viscoelástico, o que acarreta uma maior dificuldade de existir uma deformação puramente plástica. Dentro da deformação viscoelástica que ocorre no pavimento, existe uma parcela menor da deformação que não consegue retornar à sua condição inicial. Essa parcela é denominada de deformação residual. 4. Qual das opções a seguir é uma avaliação funcional? RESP: A. Avaliação de aderência. A avaliação de aderência averígua o atrito entre o pneu e o asfalto, que está diretamente ligado a segurança e ao conforto, as quais são características funcionais do pavimento. 5. O que difere, no processo de restauração de um pavimento, o emprego de uma camada de alívio de tensões de uma camada de dissipação de trincas? RESP: E. Ambas têm como principal intuito interromper a propagação de trincas, porém a camada de alívio de tensões aposta na recuperação elástica do ligante asfáltico que a compõe para dissipar os movimentos e as tensões das trincas, ao passo que a camada de dissipação utiliza uma granulometria com poucos finos que, devido ao alto teor de vazios, interrompe efetivamente a propagação de trincas. A camada de alívio de tensões é menos espessa e tem mais ligante que a camada de dissipação. 4 Estradas e rodovias 1. A concordância do traçado em planta é dada por segmentos de retas concordados por curvas. Essas curvas podem ser circulares ou espirais e os pontos característicos de suas geometrias são apresentados abaixo, EXCETO em: RESP: E. PTV. O PTV é o ponto que passa da curva para a tangente, mas em perfil, não em planta. 2. Quanto às características do traçado em perfil, podemos dizer que: RESP: C. PCV, PIV e PTV são pontos representativos dos locais de mudança de geometria em perfil.PCV representa a passagem de tangente para curva, o ponto PTV é de curva para tangente e o PIV é o encontro das tangentes com ausência da curva. 3. Quanto às declividades transversais recomendadas para pista de rolamento de revestimento primário, recomenda-se que ela esteja entre: RESP: D. 3 e 4%. Essa declividade é recomendada para pavimento com revestimento primário. 4. O custo do material escavado é proporcional ao nível de trabalho do equipamento necessário para a realização do serviço, mão de obra, entre outros. Como forma de calcular esses esforços, busca-se calcular o momento de transporte. Podemos defini-lo como: RESP: A. O volume escavado multiplicado pela distância de transporte entre a origem e o destino do material. Essa distância usualmente é a distância média de transporte (DMT). Para o cálculo do momento de transporte, usa-se o material escavado. 5. Dentre os serviços apresentados abaixo, quais NÃO correspondem a um serviço de terraplenagem? RESP: B. Execução de base de brita graduada. Esse é um serviço de pavimentação. Escavação é um serviço de terraplenagem. Compactação e Compactação manual é um serviço de terraplenagem. Destocamento é um serviço de terraplenagem. Desafio 1-1 Em um estudo para projetar a estrutura de um pavimento, você recebeu uma amostra de 1.000g de um agregado. Depois de peneirá-lo, você ficou com as seguintes quantidades de materiais retidas em cada peneira: Para poder entender e interpretar esses dados, é necessário, primeiramente, traçar a curva granulométrica do seguinte material. Faça isso você mesmo! (Dica: é importante o uso de planilha eletrônica) Padrão de resposta esperado Curva plotada em uma planilha de cálculo. Para conceber essa curva, é necessário: 1) Conhecer o tamanho das aberturas das peneiras, pois elas estão identificadas apenas pelo número. 2) Calcular o valor do material retido acumulado, por peneira. 3) Calcular o valor do material passante, por peneira, que é a massa total da amostra, menos o valor retido acumulado. 4) Trabalhar com o valor de material passante em termos de porcentagem, basta dividir a massa passante pela massa total da amostra (1000g). 5) Plotar um gráfico semi-logarítmico, sendo o eixo X a abertura das peneiras e o eixo Y o material passante e porcentagem por elas. 1-2 Suponha que você se encontra na situação de um Engenheiro Civil que presta consultoria, e seu trabalho é indicar qual tipo de pavimento e arranjo de camadas deve ser utilizado para as três seguintes situações: ■ Uma faixa de uso exclusivo para transporte de carga pesada e ônibus. ■ Rodovia federal de quatro pistas, que interliga um grande centro a uma cidade-polo litorânea, com forte atuação turística, com jazida de material granular de alta resistência abundante perto da região em que será implantado o pavimento. ■ Reforma em via expressa de grande centro urbano, pavimentada com asfalto há oito anos. Quais seriam as suas indicações? Justifique-as. Padrão de resposta esperado É importante lembrar que, para esse tipo de problema qualitativo de engenharia, existem várias soluções possíveis. Não existe solução unívoca para esse tipo de caso. Tráfego pesado combina com pavimento com revestimento em concreto, pois o concreto absorve grande parte das solicitações impostas ao pavimento e dispersa essa pressão para a sub-base e subleito. Uma via para uso exclusivo de transporte de cargas pesadas está diretamente vinculado à importação, exportação e comércio de insumos importantes para a indústria, logo, é importante investir em um pavimento de longa durabilidade e com pouca manutenção, o que garante um tráfego sempre operante. Tráfego pesado também gera patologias comuns em pavimentos asfálticos, como trilha de rodas e escorregamentos laterais, também por isso é indicado o pavimento rígido para esse caso. Uma rodovia federal que leva ao litoral indica forte fluxo de veículos a passeio, logo, não é um tráfego pesado. Portanto, é indicado utilizar o revestimento flexível. A durabilidade desse pavimento pode ser estendida com a manutenção regular. O fato de haver quatro pistas permite que se trabalhe em uma pista sem bloquear completamente o trânsito na via, utilizando, para isso, horários que não sejam de pico, sendo possível manter a qualidade do pavimento sem prejudicar o usuário. A informação de que existe uma jazida próxima, com material de qualidade, nos permite pensar em um pavimento sem a necessidade de sub-base, pois o transporte do material de base não será caro. Claro que isso deve ser estudado com mais propriedade em uma situação real, pois existem outros fatores preponderantes, como dimensionamento da base em função do tráfego, mas, para uma abordagem inicial, a execução apenas com base pode ser ventilada. A reforma de uma via é sempre um assunto mais delicado, pois a via em más condições prejudica o usuário, porém, muito tempo de manutenção, bloqueando a via, também o prejudica. Por isso que a solução deve ser estudada com antecedência e executada com primor. Levantar informações do projeto anterior é importante para não se deparar com nenhuma surpresa ao longo da execução da reforma, pois, assim, já se tem ideia de quais as camadas constituintes do pavimento e se será necessária a troca delas ou não. Para uma situação mais branda, apenas o recapeamento pode ser suficiente, é rápido de executar e soluciona o caso de um pavimento que não esteja muito comprometido. Caso seja um caso recorrente, em que o recapeamento já foi feito diversas vezes, deve ser considerada a troca de todo o material do pavimento, buscando materiais de mais qualidade para subleito e bases, além de um novo projeto que esteja de acordo com o tráfego atual da via. 2-1 Bases e sub-bases de Solo Arenoso Fino Laterítico (SAFL) são comuns na construção de pavimentos no Brasil, principalmente na região sudeste, devido ao fácil acesso a esse tipo de solo. Dentro de um estudo de concepção para o projeto de uma rodovia, é sua função como Engenheiro Civil fazer um estudo sucinto a respeito do SAFL, destacando sua importância na utilização como base a sub-base de pavimentos, e os principais cuidados na hora da execução. Padrão de resposta esperado O Solo Arenoso Fino Laterítico é encontrado na natureza e trata-se de uma mistura de argila e areia. Possui granulometria descontínua, com pequena porcentagem de silte. O processo construtivo é precedido da verificação se o subleito, com ou sem reforço, foi preparado adequadamente e está pronto para receber a camada de base ou sub-base. Feito isso, o SALF é distribuído na pista em espessura solta que, após compactação, atingirá a espessura de projeto. É feita uma descarga de água para umedecer o solo e, depois, uma misturação para dar ao material uma umidade ótima, determinada no ensaio Proctor intermediário. Inicia-se, então, a operação de compactação, tradicionalmente evoluindo das bordas para o centro nos trechos retilíneos, e da borda interna para a externa em curvas. Deve ser feito um controle geométrico, confirmando que as larguras e espessuras correspondem ao previsto em projeto, e um controle tecnológico que confirme o comportamento laterítico do solo e sua faixa de granulação conforme o projeto. O comportamento mecânico e hidráulico é garantido com a realização de ensaios de Índice de Suporte Califórnia, Expansão de sobrecarga e grau de compactação. Se disponível próximo ao local onde será feita a obra, o SALF é uma solução simples e de bom custo-benefício. 2-2 O acabamento dos pisos internos deve ser executado de modo a atender às necessidades da edificação. Na escolha do tipo do piso, devem ser considerados o padrão da construção, as características do piso, os efeitos psicológicos sobre o usuário e o custo envolvido na instalação, na conservação e na manutenção do pavimento. De modo a obter o melhor custo-benefício possível, será realizada uma pesquisa de preços em várias fornecedoras de materiais de construção. Para isso, o setorde compras da construtora na qual você trabalha solicitou todas as características técnicas que o piso deve ter. A partir disso, enumere as características técnicas necessárias, justificando cada uma delas. Padrão de resposta esperado Para ser empregado no acabamento interno de um hospital, o piso deve ter características antiderrapantes em função do trânsito de pessoas com dificuldade de locomoção, como idosos, crianças pequenas e enfermos; ter resistência elevada à abrasão em função do fluxo constante de pessoas que se locomovem no interior do hospital, sejam pacientes, funcionários ou acompanhantes; proporcionar facilidade de limpeza, de modo a não permitir o desenvolvimento de mofos, bolores, fungos e odores, que podem prejudicar o tratamento e a recuperação de pacientes, especialmente daqueles com problemas respiratórios; e ter baixa permeabilidade, de modo a evitar a absorção de água, que resultaria no desenvolvimento de mofos, bolores e fungos. Por fim, os pisos hospitalares devem ser executados com junta estreita ou, se possível, sem juntas de modo a evitar o acúmulo de sujeira e bactérias entre as frestas. 3 Um dos trabalhos de um engenheiro de estradas consiste em antever a situação de um pavimento, prevenindo o problema ao invés de remediá-lo. Baseando-se em variáveis, como tipo de pavimento, clima local e tráfego nas vias, o profissional pode indicar as possíveis intempéries a que esse pavimento vai ser exposto. Essa habilidade é desenvolvida com muito estudo e experiência em campo. Para aprimorar isso, são propostos os seguintes desafios: Você é engenheiro de estradas e foi incumbido de analisar dois trechos de ruas da sua cidade. Escolha dois trechos de ruas e faça as seguintes análises: A) Tipo de pavimento. B) Temperatura local. C) Tráfego nas vias (tipo de veículo, utilização e horários com maior movimento). D) Análise do material utilizado na pavimentação. E) Projeção de possíveis defeitos que a via pode apresentar. Padrão de resposta esperado Cidade: Nome do seu município. Via 1: Nome do logradouro, seguido de uma especificação do trecho escolhido. Via 2: Nome do outro logradouro, seguido de uma especificação do trecho escolhido. Realizar análise da temperatura, com destaque para informações como temperatura média anual e temperaturas máxima e mínima por estação. Realizar análise do tráfego nas vias escolhidas, incluindo o tipo de veículo, a utilização e os horários com maior movimento. Realizar análise do material utilizado na pavimentação. Realizar projeção de possíveis defeitos que a via pode apresentar. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------- Exemplo: Cidade: Porto Alegre. Via 1: Avenida Protásio Alves, trecho que começa na intersecção com a Rua Ramiro Barcelos e vai até o viaduto com a Avenida Carlos Gomes. Composta por pavimento flexível nas seis pistas destinadas ao tráfego de veículos e pavimento rígido com revestimento de concreto nas pistas destinadas ao corredor de ônibus. Via 2: Avenida Assis Brasil, trecho que começa após a estação de ônibus Triângulo e vai até o viaduto Obirici. Composta por pavimento flexível tanto nas quatro pistas destinadas ao tráfego de veículos quanto na pista destinada ao corredor de ônibus. O clima em Porto Alegre, segundo o site da Prefeitura: O clima de Porto Alegre é subtropical úmido. Apresenta as quatro estações do ano, embora por situar-se numa zona de transição, tenha como característica a grande variabilidade dos elementos do tempo meteorológico. Temperatura média anual: 19,5 ºC. Temperatura média nas estações: outono (março a junho), entre 10 ºC e 25 ºC; inverno (junho a setembro), entre 2 ºC e 20 ºC; primavera (setembro a dezembro), entre 15 ºC e 30 ºC; verão (dezembro a março), entre 25 ºC e 35 ºC. 4 Imagine que você é o projetista de uma nova via. Você já determinou o alinhamento horizontal e o perfil longitudinal. Agora, precisa determinar os parâmetros da sua seção transversal. Quais deveriam ser? O que você deve levar em consideração? Aponte os elementos de projeto de uma seção transversal, realizando um desenho esquemático. Padrão de resposta esperado Os principais elementos que determinam a geometria da seção transversal são: - Larguras das faixas de rolamento. - Largura dos acostamentos. - Afastamento para drenagem. - Inclinação dos taludes de corte. - Inclinação dos taludes de aterro. image1.png image2.png image3.png image4.jpeg