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Entidade que reporta a informação contábil Autora Cristiane Grella Cruz Corbetta Objetivos A entidade que reporta a informação contábil é o próprio ente governamental ou outra organização, programa ou outra área identificável de atividade (a qual a Estrutura Conceitual denomina entidade ou entidade do setor público), que elabora os demonstrativos contábeis. Esse conceito também abrange o conjunto de duas ou mais entidades que apresentem as demonstrações como se fossem uma só entidade. A norma referencia essa nova entidade como grupo de entidades que reportam a informação contábil (CFC, 2016). A NBC TSP Estrutura Conceitual (CFC, 2016, p. 24) ressalta duas características-chave das entidades que reportam a informação contábil: é uma entidade que capta recursos dos cidadãos ou em nome destes e/ou utiliza recursos para realizar atividades em benefício desses cidadãos; e há beneficiários de serviços ou fornecedores de recursos dependentes de informações contidas nos RCPG para fins de prestação de contas e tomada de decisão. Entidade que reporta a informação contábil 1 Regimes contábeis1.1 Regimes contábeis Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/974403018". Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/1000785463". Este tópico tem o objetivo de tratar de um assunto base para o que veremos mais à frente: os regimes aplicáveis à ciência contábil. A literatura contábil nos apresenta dois regimes de reconhecimento da informação: o regime de competência e o de caixa. O regime de competência pressupõe a simultaneidade no confronto entre receitas e despesas. Isso quer dizer que os atos e fatos contábeis devem ser registrados no período a que se referem, tendo como base a ocorrência do fato gerador, independentemente do recebimento ou pagamento. Por sua vez, o regime de caixa considera o fluxo de recebimentos e pagamentos, ou seja, quando há afetação do caixa. Os regimes contábeis são conjuntos de regras e procedimentos utilizados para registrar e relatar transações financeiras e eventos econômicos de uma entidade. Vejamos a seguir quais são os principais regimes contábeis: A escolha do regime contábil depende das necessidades da entidade, da complexidade de suas operações e das exigências regulatórias. Empresas de grande porte e entidades governamentais geralmente adotam o regime de competência devido à sua capacidade de fornecer uma visão mais precisa e abrangente do desempenho financeiro. Já pequenas empresas e organizações com transações financeiras mais simples podem optar pelo regime de caixa devido à sua simplicidade e facilidade de implementação. Dessa maneira, a lei é bem específica ao determinar que a contabilidade deve evidenciar os fatos ligados à execução financeira e patrimonial, ou seja, o resultado patrimonial deve ser apurado e isso é feito por meio das contas de receitas e despesas, e não só isso, mas também a composição patrimonial deve ser evidenciada. Os arts. 100 e 104 da lei supracitada acrescentam: Regime de competência Neste regime, as transações são registradas quando ocorrem, independentemente do momento em que o dinheiro é recebido ou pago. Isso significa que as receitas são reconhecidas quando são ganhas e as despesas são reconhecidas quando são incorridas, mesmo que o pagamento ou recebimento ocorra em períodos diferentes. O objetivo é proporcionar uma visão mais precisa do desempenho financeiro da entidade em determinado período. Regime de caixa No regime de caixa, as transações são registradas apenas quando o dinheiro é efetivamente recebido ou pago. Isso significa que as receitas são reconhecidas quando o dinheiro é recebido e as despesas são reconhecidas quando o dinheiro é pago. Esse regime é mais simples e adequado para pequenas empresas ou organizações que não possuem muitas transações financeiras. Regime híbrido Este regime combina elementos do regime de competência e do regime de caixa. Algumas transações são registradas com base no momento em que ocorrem (regime de competência), enquanto outras são registradas com base no momento em que o dinheiro é recebido ou pago (regime de caixa). Isso pode ser utilizado em situações específicas em que uma abordagem mista é mais apropriada. Art. 100. As alterações da situação líquida patrimonial, que abrangem os resultados da execução orçamentária, bem como as variações independentes dessa execução e as superveniências e insubsistências ativas e passivas, constituirão elementos da conta patrimonial. [...] Art. 104. A Demonstração das Variações Patrimoniais evidenciará as alterações verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução orçamentária, e indicará o resultado patrimonial do exercício. Portanto, há que se distinguir dois enfoques na evidenciação: os fatos modificativos no patrimônio devem ser registrados em função do fato gerador, como prevê o regime de competência e a oportunidade. Por outro lado, sob o enfoque orçamentário, o reconhecimento se dá conforme preceitua o art. 35 da Lei nº 4.320/1964, ou seja, as receitas devem ser reconhecidas no momento da arrecadação, e as despesas no momento do empenho. Como se verá à frente em nosso estudo, o PCASP permite a contabilização desses dois enfoques de maneira independente. A figura a seguir resume os regimes de contabilização a serem utilizados, de acordo com o enfoque: Figura – Regimes de contabilização Fonte: elaborada pelo autor. Os princípios contábeis são os fundamentos teóricos e conceituais que orientam a prática contábil e a elaboração das demonstrações financeiras. Eles fornecem as diretrizes básicas para garantir que as informações contábeis sejam relevantes, confiáveis e comparáveis. Alguns dos principais princípios contábeis incluem: 1. Entidade contábil: estabelece que a entidade contábil é distinta de seus proprietários ou de outras entidades. Isso significa que os registros contábeis devem ser mantidos separadamente dos registros pessoais dos proprietários. Princípios contábeis1.2 https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator_realize/images/40713f94fdfd1d913b41865000ce7e71.png https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator_realize/images/40713f94fdfd1d913b41865000ce7e71.png 2. Continuidade: assume que uma entidade continuará operando no futuro previsível. Portanto, os registros contábeis devem ser preparados com base nessa premissa, a menos que haja evidências significativas que indiquem o contrário. 3. Uniformidade ou consistência: exige que uma entidade aplique as mesmas práticas contábeis de um período para outro, garantindo assim a comparabilidade das informações ao longo do tempo. 4. Realização da receita: determina que a receita deve ser reconhecida quando for ganha e realizável, independentemente do momento em que o pagamento é recebido. Isso está alinhado com o regime de competência. 5. Reconhecimento de despesas: estabelece que as despesas devem ser reconhecidas quando incorridas para gerar receitas, independentemente do momento em que o pagamento é efetuado. 6. Conservadorismo: sugere que, quando há incerteza sobre o valor de um ativo ou passivo, a contabilidade deve adotar uma abordagem conservadora, registrando perdas potenciais imediatamente, mas reconhecendo ganhos apenas quando realizados. 7. Objetividade: requer que as informações contábeis sejam baseadas em evidências objetivas e verificáveis, em vez de em opiniões ou estimativas subjetivas. 8. Materialidade: determina que apenas transações e eventos financeiros significativos devem ser registrados e relatados nas demonstrações financeiras, evitando o detalhamento excessivo de informações irrelevantes. Esses princípios fornecem a estrutura básica para a elaboração das demonstrações financeiras e garantem que as informações contábeis sejam consistentes, confiáveis e úteis para os usuários. Cabe destacar que os princípios não foram extintos, apenas se buscou uma unicidadeconceitual. Além disso, alguns ainda continuaram expressos no texto da Estrutura Conceitual, como é o caso dos princípios da continuidade e da competência. Procedimentos contábeis orçamentários (PCO) 2 Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/1000785526". Procedimentos contábeis orçamentários são métodos e técnicas utilizados para planejar, elaborar, executar, controlar e analisar orçamentos dentro de uma organização. Isso inclui atividades como previsão de receitas e despesas, alocação de recursos, acompanhamento do desempenho financeiro e tomada de decisões com base nas informações orçamentárias. Esses procedimentos são essenciais para o gerenciamento financeiro e o planejamento estratégico das empresas. No contexto brasileiro, as principais leis que tratam de procedimentos contábeis orçamentários são: 1. Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/2000): estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, incluindo aspectos relacionados ao planejamento, à transparência e ao controle das contas públicas. 2. Lei das Finanças Públicas (Lei nº 4.320/1964): dispõe sobre normas gerais de direito financeiro aplicáveis aos orçamentos públicos, estabelecendo princípios e regras para elaboração, execução e controle dos orçamentos da União, dos Estados, dos municípios e do Distrito Federal. 3. Lei Orçamentária Anual (LOA): trata-se da legislação específica que estabelece a previsão de receitas e a fixação de despesas do ente federativo para o exercício financeiro seguinte. Como bem diz o MCASP (STN, 2016, p. 33): Os princípios orçamentários visam estabelecer diretrizes norteadoras básicas, a fim de conferir racionalidade, eficiência e transparência para os processos de elaboração, Princípios orçamentários2.1 execução e controle do orçamento público. Válidos para os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todos os entes federativos – União, Estados, Distrito Federal e municípios – são estabelecidos e disciplinados por normas constitucionais, infraconstitucionais e pela doutrina. O MCASP (STN, 2016) elenca os seguintes princípios orçamentários: unidade ou totalidade; universalidade; anualidade ou periodicidade; exclusividade; orçamento bruto; legalidade; publicidade; transparência; e não vinculação (não afetação) da receita de impostos. A seguir um resumo desses princípios. 1. Universalidade: todos os gastos e receitas devem constar no orçamento, sem exceções. 2. Anualidade: o orçamento deve vigorar por um período de um ano fiscal. 3. Unidade: o orçamento deve ser apresentado de forma única, sem divisões que comprometam a compreensão global das finanças. 4. Especificação: as despesas e receitas devem ser detalhadas de forma clara e precisa. 5. Exclusividade: o orçamento público deve tratar apenas das questões financeiras do período previsto. 6. Programação: as despesas devem ser planejadas de acordo com a disponibilidade de recursos e as prioridades estabelecidas. 7. Publicidade: o orçamento deve ser divulgado de forma transparente para a sociedade. 8. Clareza e compreensibilidade: as informações orçamentárias devem ser apresentadas de maneira fácil de entender. Receitas orçamentárias2.2 Receitas orçamentárias Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/974403589". As receitas orçamentárias são os recursos financeiros que o governo, seja ele federal, estadual ou municipal, prevê arrecadar dentro de determinado período, geralmente um ano fiscal. Essas receitas são essenciais para financiar as despesas públicas e são classificadas de acordo com sua natureza e origem. Existem diversas categorias de receitas orçamentárias, incluindo: 1. Receitas correntes: são aquelas arrecadadas de forma regular e contínua, como impostos, taxas, contribuições sociais e transferências correntes, entre outras. Essas receitas são destinadas para custear despesas com serviços públicos e programas sociais. 2. Receitas de capital: São provenientes de operações que resultam em aumento do patrimônio público, como venda de bens públicos, operações de crédito e alienação de direitos. Essas receitas são destinadas para financiar investimentos e obras públicas. 3. Transferências correntes e de capital: são recursos transferidos entre entidades governamentais ou entre o setor público e o setor privado, como transferências entre Estados e municípios, e repasses de fundos constitucionais, entre outros. As receitas orçamentárias são previstas no processo de elaboração do orçamento público e devem ser estimadas com base em critérios realistas e prudentes. Durante a execução orçamentária, é fundamental que haja um acompanhamento constante da arrecadação para garantir que as receitas estejam alinhadas com as previsões e para subsidiar eventuais ajustes nas despesas conforme necessário. O MCASP (STN, 2016, p. 35) define que, quanto ao impacto na situação patrimonial líquida, a receita pode ser “efetiva” ou “não efetiva”: 1. Receita orçamentária efetiva: aquela em que o ingresso de recursos não foi precedido de registro de reconhecimento do direito e não constituem obrigações correspondentes, ou seja, há um fato modificativo, esse ingresso impactará positivamente a situação patrimonial líquida da entidade. 2. Receita orçamentária não efetiva: aquela em que o ingresso de recursos foi precedido de registro do reconhecimento do direito ou constituem obrigações correspondentes, como é o caso das operações de crédito. Significa dizer que neste caso ocorre um fato permutativo, ou seja, não há nenhuma afetação da situação líquida; por exemplo, na operação de crédito, ocorre o aumento de um ativo (no caso, o caixa) e o aumento de um passivo (operação de crédito a pagar). Outro exemplo é a venda de um imóvel, em que há apenas a troca de tipos de ativo, uma troca de um imóvel por dinheiro em caixa, ou seja, não há nenhum impacto na situação líquida. A receita pública, quanto à procedência, pode ser classificada em originária ou derivada. A receita pública originária é aquela oriunda da atividade empresarial do Estado, em que se explora atividade econômica com o intuito de obter renda, de forma semelhante à iniciativa privada. Nesse meandro, o Estado e o particular se encontram em condições de igualdade. Esse tipo de receita ocorre quando o Estado “dá origem” a uma receita, como quando aluga, por exemplo, uma propriedade em troca de um valor.Já a receita derivada é aquela que “deriva” do poder coercitivo do Estado. Sob fundamento legal, o Estado impõe ao particular sua vontade e aufere rendas que são advindas de sua soberania, afirmando sua superioridade em relação ao particular. Exemplo é a imposição ao contribuinte de pagar os tributos. Classificações da receita orçamentária2.3 Receita efetiva × Receita não efetiva Receita originária × Receita derivada A distinção das receitas em primárias e financeiras é essencial para a apuração do resultado primário do governo. De maneira simplificada, podemos dizer que o resultado primário representa a diferença entre as receitas primárias (não financeiras) e os gastos não financeiros. Excluem-se dessa apuração todos os ingressos e dispêndios com aplicações financeiras e juros. Nesse contexto, a receita primária (ou não financeira) é composta por ingressos que não possuem como origem eventos que irão gerar encargos financeiros. Portanto, engloba as receitas correntes e de capital, menos as receitas financeiras. Por sua vez, as receitas financeiras são oriundas de transações no mercado financeiro, por exemplo, operações de crédito e aplicações financeiras. São valores que criam para o Estado uma obrigação futura de desembolso, ou extinguem um direito de recebimento futuro. Receita primária × Receita financeira O § 1º do art. 8º da Lei nº 4.320/1964 define que os itens da discriminação da receita, mencionados no art. 11 dessa lei, serão identificados por números de códigodecimal. Convencionou-se denominar esse código de natureza de receita. A codificação para o governo federal é definida por meio de portaria da Secretaria de Orçamento Federal (SOF). Já para os demais entes (Estados, DF e municípios) a definição se dá por Portaria Interministerial (SOF e STN). Portanto, cabe destacar que a classificação da receita por natureza é obrigatória para todos os entes da federação, além de representar o menor nível de detalhamento das informações orçamentárias sobre as receitas públicas. Essa classificação passou por uma alteração recentemente e já foi aplicada para o governo federal na lei orçamentária de 2016; para os demais entes, a implantação passou a valer no orçamento de 2018. Por conseguinte, a proposta orçamentária que é trabalhada em 2017 já leva em conta essa nova codificação. Em razão disso, vamos detalhar apenas a codificação nova, a qual foi estabelecida pela Portaria STN/SOF nº 5, de 25 de agosto de 2015. “A estrutura da nova codificação cria possibilidade de associar, de forma imediata, a receita principal com aquelas dela originadas: Multas e Juros, Dívida Ativa, Multas e Juros da Dívida Ativa” (STN, 2016, p. 37). Essa associação se dá por meio de uma combinação de oito dígitos numéricos, em que cada posição tem um significado. A classificação por categoria econômica foi construída com base em critérios econômicos. A categoria nos diz se o Estado possui recursos para prestar os serviços (saúde, educação, segurança etc.) à população, ou, ainda, se possui recursos para financiar despesas que contribuem para a produção do país, investimentos, ou para mero custeio das atividades estatais. Portanto, quanto à categoria econômica, as receitas orçamentárias podem ser classificadas em receitas correntes ou de capital. A seguir apresentamos o art. 11 da Lei nº 4.320/1964. Classificação por natureza de receita2.4 Art. 11 - A receita classificar-se-á nas seguintes categorias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de Capital. § 1º - São Receitas Correntes as receitas tributária, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes. § 2º - São Receitas de Capital as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente. As receitas correntes, geralmente, não financiam bens de capital e são consideradas receitas efetivas, pois são arrecadadas pelo Estado e aumentam suas disponibilidades de caixa, aumentando também o patrimônio líquido. Por sua vez, as receitas de capital, via de regra, financiam bens de capital, mas são ingressos que não afetam o patrimônio líquido (receitas não efetivas), embora represente aumento nas disponibilidades do ente. Destaca-se, ainda, que existem as operações intraorçamentárias, que são aquelas realizadas dentro (intra) do orçamento, ou seja, entre os órgãos e entidades que integram o orçamento fiscal e da seguridade social. Por exemplo, quando o Ministério da Educação contrata a Imprensa Nacional para fazer uma publicação, essa é uma operação intraorçamentária. Essas operações “não representam novas entradas de recursos nos cofres públicos do ente, mas apenas movimentação de receitas entre seus órgãos” (STN, 2016, p. 38). Nem todas as etapas ocorrem para todos os tipos de receitas orçamentárias. Pode ocorrer arrecadação de receitas não previstas e também das que não foram lançadas, como é o caso de uma doação em espécie recebida pelos entes públicos. As etapas (ou estágios) da receita seguem a cronologia dos fenômenos econômicos, tendo em vista o modelo de orçamento existente no país, sendo que podemos dividi-las pela etapa do planejamento e pela da execução. A previsão da receita é a etapa do planejamento, ou seja, “efetuar a previsão implica planejar e estimar a arrecadação das receitas que constará na proposta orçamentária. Isso deverá ser realizado em conformidade com as normas técnicas e legais correlatas” (SOF, 2017, p. 27). Nesse contexto, segue o art. 12 da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF): Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento Etapas da receita orçamentária2.5 Previsão econômico ou de qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas. As etapas do lançamento, da arrecadação e do recolhimento englobam a execução da receita. A Lei nº 4.320/1964, em seu art. 53, define que “o lançamento da receita é ato da repartição competente, que verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta”. Nesse contexto, o art. 142 do Código Tributário Nacional (CTN, Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966) define lançamento como procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Cabe destacar, conforme os arts. 142 a 150 do CTN, que a etapa do lançamento se refere à constituição de crédito tributário, logo, deve ser aplicada a impostos, taxas e contribuições de melhoria. Não há lançamento, por exemplo, em uma receita oriunda de uma doação. “Corresponde à entrega dos recursos devidos ao Tesouro Nacional pelos contribuintes ou devedores, por meio dos agentes arrecadadores ou instituições financeiras autorizadas pelo ente” (SOF, 2017, p. 28). O recolhimento é a última etapa da receita e, como o próprio nome já diz, consiste em recolher os valores arrecadados aos cofres do Tesouro Nacional, ou seja, a Conta Única, em obediência ao princípio da unidade de tesouraria previsto no art. 56 da Lei nº 4.320/1964: “O recolhimento de todas as receitas far-se-á em estrita observância ao princípio de unidade de tesouraria, vedada qualquer fragmentação para criação de caixas especiais”. Lançamento Arrecadação Recolhimento Despesas orçamentárias3 Despesas orçamentarias Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/974404183". Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/1000785574". As despesas orçamentárias representam os gastos planejados e autorizados pelo governo dentro de determinado período, geralmente um ano fiscal. Essas despesas são destinadas a custear as atividades e os serviços públicos, bem como a realizar investimentos em infraestrutura e programas sociais, entre outros. As despesas orçamentárias podem ser classificadas em diversas categorias, incluindo: Despesas correntes São aquelas destinadas a custear as atividades rotineiras do governo, como pagamento de salários e benefícios aos servidores, manutenção de serviços públicos, pagamento de juros e encargos da dívida, entre outros. Despesas de capital São aquelas destinadas a realizar investimentos em infraestrutura, equipamentos, obras públicas, aquisição de bens permanentes, entre outros. Essas despesas visam ampliar ou melhorar o patrimônio público e contribuir para o desenvolvimento econômico e social do país. Transferências São os recursos transferidos entre entidades governamentais ou entre o setor público e o setor privado para financiar programas sociais e projetos de desenvolvimento regional, entre outros. Investimentos São gastos destinados à aquisição de ativos financeiros, como açõese títulos, visando obter retorno financeiro para o governo. Durante o processo de elaboração do orçamento público, as despesas são previstas com base nas necessidades e prioridades do governo, bem como nas disponibilidades financeiras. Durante a execução orçamentária, é essencial que haja um acompanhamento rigoroso das despesas para garantir o cumprimento das metas estabelecidas e evitar desvios orçamentários. O controle efetivo das despesas é fundamental para garantir a eficiência, a transparência e a responsabilidade na gestão dos recursos públicos. Classificações da despesa3.1 Classificação da despesa Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/974404826". Assim como para a receita, podemos atribuir diversas classificações para a despesa orçamentária, as quais veremos a seguir. Despesa efetiva × Despesa não efetiva Quanto ao impacto na situação patrimonial líquida (patrimônio líquido), a despesa pode ser classificada em efetiva ou não efetiva. Portanto, “a despesa efetiva é aquela que, em geral, o comprometimento do orçamento (empenho) não constitui o reconhecimento de um bem, um direito ou uma obrigação correspondente” (STN, 2016, p. 69). Significa dizer que a despesa efetiva, no momento de sua realização, reduz o patrimônio líquido da entidade, constituindo um fato contábil modificativo diminutivo. Por sua vez, despesa orçamentária não efetiva é “aquela que, em geral, o comprometimento do orçamento (empenho) constitui o reconhecimento de um bem, um direito ou uma obrigação correspondente” (STN, 2016, p. 69). Logo, a despesa não efetiva é aquela que, no momento da sua realização, não reduz o patrimônio líquido da entidade, constituindo um fato contábil permutativo. Exemplo: a aquisição de um imóvel. A divisão das despesas em primárias e financeiras é essencial para o cálculo do resultado primário, da mesma forma que as receitas primárias e financeiras vistas no tópico anterior. De forma bem simplificada, o resultado primário é obtido pela diferença entre as receitas primárias (não financeiras) e os gastos primários. São excluídos deste cálculo todos os ganhos e gastos com aplicações financeiras e juros. As despesas primárias são aquelas que possuem caráter não financeiro, composta por desembolsos que o Estado realiza para desenvolver políticas públicas. Gastos com custeio, pessoal e encargos sociais são exemplos típicos de despesas primárias. Já as despesas financeiras, como o próprio nome já diz, possuem caráter financeiro e não compõem o cálculo do resultado primário. Por exemplo, temos os desembolsos com juros e amortização da dívida. A classificação institucional contempla de que forma os créditos orçamentários são alocados na organização; portanto, tem o objetivo de demonstrar que efetuou a despesa. Nesse contexto, divide-se em órgão orçamentário e unidade orçamentária. Unidade orçamentária (UO) é o “agrupamento de serviços subordinados ao mesmo órgão ou repartição a que serão consignadas dotações próprias” (art. 14 da Lei nº 4.320/1964). Por sua vez, órgão orçamentário representa os agrupamentos de unidades orçamentárias. As dotações são consignadas às unidades orçamentárias, responsáveis pela realização das ações. A classificação institucional tem um código composto por cinco dígitos, sendo os dois primeiros referentes ao órgão orçamentário e os três últimos à UO. A classificação funcional mostra em que áreas da ação governamental a despesa será realizada. Essa classificação se divide em funções e subfunções, sendo que cada ação orçamentária identificará a função e a subfunção a que se vinculam. A Portaria nº 42/1999, do então Ministério do Orçamento e Gestão, instituiu a classificação funcional e estabelece classificações mínimas para ambas as esferas de governo (União, Estados, Distrito Federal e municípios). Despesa primária × Despesa financeira Classificação institucional Classificação funcional A função pode ser traduzida como o maior nível de agregação das diversas áreas de atuação do setor público. Normalmente tem relacionamento com a atividade-fim do órgão, como saúde, educação ou defesa. Por conseguinte, a subfunção “representa um nível de agregação imediatamente inferior à função e deve evidenciar cada área da atuação governamental” (STN, 2016, p. 71). Todas as ações orçamentárias estão organizadas em programas. Os entes federativos utilizam o orçamento-programa para planejar seus gastos. Observe o art. 2º da lei 4.320/1964. Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade universalidade e anualidade. Segundo a Portaria MOG nº 42/1999, todos os entes devem ter seus trabalhos organizados por programas e ações, contudo, têm a autonomia para detalhar os seus próprios programas e ações. O MCASP (STN, 2016, p. 72) define programa como instrumento de organização da atuação governamental que articula um conjunto de ações que concorrem para a concretização de um objetivo comum preestabelecido, visando à solução de um problema ou ao atendimento de determinada necessidade ou demanda da sociedade. Da mesma forma, o MCASP (STN, 2016, p. 72) conceitua as ações como operações das quais resultam produtos (bens ou serviços), que contribuem para atender ao objetivo de um programa. Incluem-se também no conceito de ação as transferências obrigatórias ou voluntárias a outros entes da Federação e a pessoas físicas e jurídicas, na forma de subsídios, subvenções, auxílios, contribuições e financiamentos, dentre outros. As ações, conforme suas características, podem ser classificadas como atividades, projetos ou operações especiais. A classificação da despesa orçamentária, segundo a sua natureza, divide-se em: a) categoria econômica; b) grupo de natureza da despesa; e c) elemento de despesa. A Lei nº 4.320/1964, em seus arts. 12 e 13, versa sobre a classificação da despesa orçamentária por categoria econômica e por elementos. A despesa orçamentária, de forma semelhante ao que acontece com a receita orçamentária, é especificada em duas categorias econômicas, com os seguintes códigos: “Classificam-se nessa categoria todas as despesas que não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital” (STN, 2016, p. 74). Classificação por estrutura programática Categoria econômica 1– Despesas correntes 2– Despesas de capital “Classificam-se nessa categoria aquelas despesas que contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital” (STN, 2016, p. 74). O grupo de natureza da despesa (GND) nada mais é do que um agrupador de elementos de despesa que tenham as mesmas características quanto ao objeto de gasto. O manual técnico do orçamento (MTO) prevê os seguintes GND: 1. Pessoal e encargos sociais; 2. Juros e encargos da dívida; 3. Outras despesas correntes; 4. Investimentos; 5. Inversões financeiras; 6. Amortização da dívida. A modalidade de aplicação informa de que maneira os recursos são aplicados, ou seja, se são utilizados de forma direta por órgão ou entidades na mesma esfera de governo ou por outro ente da Federação, ou ainda por meio de transferência para instituições públicas ou privadas. “A modalidade de aplicação objetiva, principalmente, eliminar a dupla contagem dos recursos transferidos ou descentralizados” (SOF, 2017, p. 59). Grupo de natureza da despesa (GND) Modalidade de aplicação Etapas da despesa orçamentária3.2 Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/1000785618". Assim como a receita possui etapas a serem cumpridas até o efetivo recolhimento aos cofres públicos, a despesa também tem uma série de etapas até a saída de numerário dos cofres públicos. O MCASP elenca duas grandes etapas da despesa orçamentária: a fase do planejamento e a fase da execução. A etapa do planejamento engloba a fixação da despesa,a descentralização de créditos orçamentários, a programação orçamentária e financeira e o processo de licitação e contratação. Por sua vez, a etapa de execução envolve o empenho, a liquidação e o pagamento. A fixação diz respeito às despesas inseridas na lei orçamentária anual, ou seja, é o quanto o legislativo fixou de despesa (limite de gastos) para um exercício. Cabe lembrar que as despesas fixadas devem ser iguais às receitas previstas (princípio do equilíbrio). As descentralizações de créditos orçamentários ocorrem quando for efetuada movimentação de parcela do orçamento para que outra unidade execute a despesa. A programação orçamentária e financeira consiste na compatibilização do fluxo dos pagamentos com o fluxo dos recebimentos, visando ao ajuste da despesa fixada às novas projeções de resultados e da arrecadação. O processo de licitação e contratação é obrigatório conforme os parâmetros estabelecidos na Lei nº 8.666/1993, com as ressalvas previstas na própria lei. A etapa da execução inicia pelo empenho, que, de acordo com o art. 58 da Lei nº 4.320/1964, é o “ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição”. Significa dizer que o empenho é uma separação de parte do orçamento para ser utilizada com determinada finalidade. Os restos a pagar equivalem às obrigações da entidade que, por algum motivo, passaram pela etapa do empenho, mas não foram pagos até o final do exercício financeiro, ou seja, “restou” a pagar, pois a administração pública reservou dotação orçamentária e firmou compromisso financeiro com o fornecedor por meio do empenho, mas não realizou o pagamento. Os restos a pagar se dividem em processados e não processados, sendo que estes se referem a despesas empenhadas que não foram pagas nem liquidadas; já aqueles se referem a despesas empenhadas que não foram pagas, mas já foram liquidadas. O MCASP (STN, 2016, p. 123) destaca que a inscrição de restos a pagar deve “observar as disponibilidades financeiras e condições da legislação pertinente, de modo a prevenir riscos e corrigir desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, conforme estabelecido na LRF”. A seguir, reproduzimos o art. 42 da referida lei. Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito. Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade de caixa serão considerados os encargos e despesas compromissadas a pagar até o final do exercício. Restos a pagar3.3 As despesas de exercícios anteriores correspondem a obrigações de exercícios que já foram encerrados que, por ocasião de situação emergente, não foram quitadas em momento oportuno. O art. 37 da Lei nº 4.320/1964 dispõe que as despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem como os restos a pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente, poderão ser pagos à conta de dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica. Figura – Condições para considerar despesas de exercícios anteriores Fonte: elaborada pelo autor. Despesas de exercícios anteriores (DEA) 3.4 Suprimento de fundos nada mais é que um adiantamento de “dinheiro” ao agente público, com intuito de realizar despesas que, pela situação de necessidade da administração pública e pelas características inerentes do gasto, não transitam pelas etapas normais da despesa. O suprimento de fundos deve ser utilizado, segundo o MCASP (STN, 2016, p. 134), nos seguintes casos: 1. para atender a despesas eventuais, inclusive em viagem e com serviços especiais, que exijam pronto pagamento; 2. quando a despesa deva ser feita em caráter sigiloso, conforme se classificar em regulamento; e 3. para atender a despesas de pequeno vulto, assim entendidas aquelas cujo valor, em cada caso, não ultra 4. passar limite estabelecido em ato normativo próprio. Suprimento de fundos3.5 https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator_realize/images/fea6f7fa54205909a19d3f1df0c401bf.png https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator_realize/images/fea6f7fa54205909a19d3f1df0c401bf.png Além disso, também destaca que não deve se conceder suprimento de fundos a: 1. responsável por dois suprimentos; 2. servidor que tenha a seu cargo a guarda ou utilização do material a adquirir, salvo quando não houver na repartição outro servidor; 3. servidor declarado em alcance, ou seja, aquele que não prestou contas no prazo regulamentar ou o que teve suas contas recusadas ou impugnadas em virtude de desvio, desfalque, falta ou má aplicação de dinheiro, bens ou valores (STN, 2016, p. 134). Recapitulando As características qualitativas da informação contábil são atributos fundamentais que a tornam útil, confiável e relevante para os usuários. A informação é tida como relevante quando é capaz de impactar o processo de tomada de decisão do usuário da informação contábil. Significa dizer que exerce influência suficiente a ponto de fazer cumprir com seus objetivos. Nesse contexto, a NBC TSP Estrutura Conceitual acrescenta que “as informações financeiras e não financeiras são capazes de exercer essa influência quando têm valor confirmatório, preditivo ou ambos” (CFC, 2016, p. 18, grifo nosso). A informação pode ser relevante, ainda que algum usuário opte por não considerá-la ou já tiver conhecimento dela. Autoria Autora Contadora e consultora financeira e empresarial. Graduada em Ciências Contábeis, com especialização em Gestão de Pessoas voltada para o campo de Recrutamento e Seleção. Ministrou aulas para cursos de Contabilidade e Administração, e hoje atua na contabilidade geral de empresas, oferecendo consultoria e ministrando cursos voltados ao empreendedorismo. Cristiane Grella Cruz Corbetta Glossário Ação, desenvolvimento ou resultado de dotar. Valor disponibilizado para um propósito específico; verba: dotação para a segurança pública. Tipo de ordenado vitalício destinado à manutenção das despesas costumeiras de uma pessoa, empresa, instituição etc: dotação da rainha. Fonte: dicio.com.br/dotacao [https://www.dicio.com.br/dotacao/] Operações intraorçamentárias são aquelas realizadas entre órgãos e demais entidades da Administração Pública integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social do mesmo ente federativo. Não representam novas entradas de recursos nos cofres públicos do ente, mas apenas remanejamento de receitas entre seus órgãos. Fonte: www.siop.planejamento.gov.br [https://www1.siop.planejamento.gov.br/mto/doku.php/mto:cap3] . Dotação Intraorçamentárias https://www.dicio.com.br/dotacao/ https://www.dicio.com.br/dotacao/ https://www1.siop.planejamento.gov.br/mto/doku.php/mto:cap3 https://www1.siop.planejamento.gov.br/mto/doku.php/mto:cap3 Bibliografia BRASIL. Decreto nº 6.976, de 7 de outubro de 2009. Dispõe sobre o Sistema de Contabilidade Federal e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 8 out. 2009. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE (CFC). NBC TSP Estrutura Conceitual. Brasília: CFC, 2016. Disponível em: cfc.org.br [http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/NBCTSPEC.doc] Acesso em: 21 mar. 2017. SECRETARIA DO ORÇAMENTO FEDERAL (SOF). Manual técnico de orçamento. Brasília: SOF, 2017. SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL (STN). Manual de Contabilidade aplicada ao Setor Público – MCASP. 7. ed. Brasília: STN, 2016. Bibliografia Clássica http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/NBCTSPEC.doc http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/NBCTSPEC.doc