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AULA 4 DIREITO PENAL GERAL

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AULA 4 – 23/03/2012
CARACTERISTICAS DA LEI PENAL
Exclusividade - só a lei pode criar delitos e penas (CF - art. 5º XXXIX e CP artigo 1º )
Imperatividade - o descumprimento da lei gera imposição da pena ou medida de segurança;
Generalidade - dirige-se a todas as pessoas, inclusive aos inimputáveis;
Impessoalidade - projetam seus efeitos a fatos abstratos, diferentemente do ABOLITIO CRIMINIS, as quais alcançam fatos concretos;
Anterioridade - as leis penais incriminadoras só para fatos posteriores a entrada da vigência, salvo leis penais benéficas (que retroagem). 
LEI PENAL - INFRAÇAO PENAL: 
Diferenças:
CRIMES 						CONTRAVENÇÃO PENAL
-Detenção/reclusão/multa;			-prisão simp./ multa – art.6º 
-Ação penal pública condicionada/ 
incondicionada e privada (CP- art,100); 
							 -APPI (LCP- art. 17)
							 Salvo vias de fato
-Pune-se a tentativa de crimes (14, II);	-não se pune a tentativa (art. 4º LCP);
-Os crimes podem ser doloso/culposo; -Basta a conduta voluntária (artigo 3º CP);
-Aplica-se o erro de tipo e de proibição
(CP art. 20 e 21);	- Somente se aplica o erro de proibição (art. 8º CP);
 - A lei penal aplica-se a crimes come-
tidos no Brasil e no exterior (5º CP);	- Somente se aplicam as contravenções no Brasil;(art. 2º LCP)
- limite de cumprimento de pena
30 anos (art. 75 CP);	- 5 anos (10 LCP);
- SURSI duração de 2 a 4 anos, e 
excepcional. 4 a 6 anos (art. 77)	- três anos (11 LCP);
PRINCÏPIOS DO DIREITO PENAL
CONCEITO - são valores fundamentais que inspiram a criação e a manutenção do sistema jurídico. No DP os princípios orientam o legislador ordinário, no intuito de limitar o poder punitivo estatal mediante a imposição de garantias aos cidadãos. 
Principio da reserva legal ou da estrita legalidade:
Artigo 5º XXXIX da CF e 1º CP. Trata-se de “clausula pétrea”, que não pode ser modificado nem por EC. Exclusividade da lei para criar delitos e penas. Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal. Vedada Medidas Provisórias sobre matéria de DP (CF 62, I alínea b), seja prejudicial ou favorável ao réu. O principio da reserva legal aplica-se também às contravenções penais, na medida em que o artigo 1º da LCP diz que se aplicam às contravenções penais as regras gerais do CP quando não houver disposição contrária. 
	Há dois fundamentos do principio da reserva legal:
- Fundamento Jurídico – é a taxatividade, certeza ou determinação, pois o legislador deve determinar de maneira precisa, o conteúdo do tipo penal e sanção penal, bem como o juiz na aplicação da lei penal deve se valer da máxima vinculação ao mandamento legal, inclusive para aplicar os benefícios legais.
- Fundamento Político - é a proteção do ser humano, em face do arbítrio do Estado no direito de punir. 
	 Há ainda os “mandados de criminalização”, onde o legislador não tem opção, mas obrigação de legislar, e estão descritos no na CF no artigo 5º , XLII (racismo) XLIII (tortura, trafico ilícito de drogas, terrorismo e crimes hediondos), meio ambiente – artigo 225 CF, criança e adolescente – art. 227 §4º CF, etc. Por conta destes mandados, o legislador criou leis especiais, como Lei 8072/90; ECA; Terrorismo (já citado no anteprojeto do Novo Código Penal); Lei 9605/98; 
Principio da Anterioridade - artigo 5º XXXIX CF e artigo 1º CP, os quais definem que os crimes e as penas devem estar definidos em lei prévia ao fato; A lei penal não retroage, salvo para beneficiar o réu. Não se aplica a lei penal, inclusive no período de “vacatio”, embora já tenha sido publicada e vigente. 
Principio da Insignificância ou criminalidade de bagatela: funciona como causa de exclusão da tipicidade, e desempenha interpretação restritiva do direito penal. Para STF a mínima ofensividade da conduta, a ausência de periculosidade social da ação, o reduzido grau de reprovabilidade do comportamento, e a inexpressividade da lesão jurídica consistem requisitos de ordem objetiva autorizadores da aplicação deste principio. 
	Com este principio, opera-se tão somente a tipicidade formal (adequação do fato a lei incriminadora). Não há tipicidade material (o juízo de subsunção (submissão) capaz de colocar em perigo o bem jurídico penalmente relevante). Em suma o p. da insignificância tem a força para descaracterizar, no plano material, a própria tipicidade penal. Tem aplicação a qualquer delito. Ex. peculato de uma folha de papel em branco. 
	Só que segundo STJ o p. insignificância não se aplica aos crimes contra a administração pública praticados por prefeitos (prerrogativa de foro) pois o que se busca não é resguardar o patrimônio público, mas sim a moral pública. 
	Também não se aplica nos crimes contra a ordem tributária, porém há decisão do STF que diz que no crime de descaminho, quando o valor sonegado (importação de mercadorias) não ultrapassar o valor que gera o arquivamento das execuções fiscais de débitos inscritos como D.A. da Fazenda Pública (era 10.000,00) também será invocado o p. da insignificância, pois se a conduta é irrelevante na esfera administrativa, muito mais seria na órbita penal, já que o D. Penal só deve atuar quando for extremamente necessário (ultima ratio), ou seja, quando as outras áreas do direito não foram suficientes para proteger o bem jurídico. 
	Esse princípio porém não é admitido nos crimes praticados com violência ou grave ameaça a pessoa. Ex. roubo. 
	Ainda STF firma entendimento que nos crimes previsto na Lei de Drogas – não se aplica tal princípio. Ou posse para uso pessoal ou trafico de drogas; 
	As condições pessoais da vitima podem influir no cabimento do principio da insignificância, porém, deve-se analisar o caso concreto. Ex. STF considerou que um furto de bicicleta para pessoas de poucas posses não deve incidir o principio da insignificância. 
	Não se confunda a criminalidade de bagatela com os crimes de menor potencial ofensivo- artigo 61 da lei 9099/95- crimes com pena máxima em abstrato igual ou inferior a dois anos. 
	Pode ser aplicado o p. da insignificância em crimes de médio e alto potencial ofensivo desde que não haja violência ou grave ameaça. 
	Cumpre distinguir no crime de furto, a incidência do p. da insignificância e o furto privilegiado. Neste a coisa é de pequeno valor (inferior a um salário mínimo), enquanto naquele o valor é irrelevante, o que importa é não colocar em risco o bem jurídico penalmente relevante. 
	
Principio da Individualização da pena- artigo 5º XLVI CF, diz que na aplicação da pena não se deve levar em conta a norma penal em abstrato, mas sim os aspectos subjetivos e objetivos do crime. O p. da individualização divide-se em três planos:
- A individualização legislativa - é respeitado que o legislador prevê as penas mínimas e máximas, e também as circunstancias de aumento e diminuição das penas;
- A individualização judicial – efetivada pelo juiz quando da aplicação da lei em obediência ao sistema trifásico (art. 68 CP), e bifásico de aplicação da pena de multa (art. 49 CP).
- A individualização administrativa- efetuada durante a execução da pena, no qual o Estado deve zelar pelo condenado de forma singular, mediante tratamento penitenciário que se consiga realizar as três finalidades da pena: punição, prevenção geral e especial e ressocialização.
Principio da Alteridade: proíbe a punição por condutas que não causem lesão a bem jurídico alheio, Ex. suicídio, se pune só quem instiga. Já quanto a conduta de consumir drogas, apesar de parecer se enquadrar neste caso, não se enquadra, porque a objetividade jurídica, ou seja, o bem jurídico tutelado é a saúde pública. 
Principio da Confiança: todos devem esperar por parte de outrem comportamentos responsáveis, em consonância com o ordenamento jurídico, evitando danos a terceiros. Espera-se que a conduta de outrem se dá de acordo com regras de experiência. Ex. crime culposo no trânsito- artigos 302 e 303 doCTB. (Sinal vermelho, espera-se que a vítima vai parar no sinal e ela não pára ocasionando a lesão corporal ou morte da mesma). O agente neste caso não teve sequer culpa, pois agiu segundo as regras de experiência. 
Principio da adequação social: não se considera crime o comportamento humano que apesar de tipificado em lei, não afronta o sentimento social de Justiça. Ex. trotes acadêmicos, tatuagens , piercings. 
Principio da intervenção mínima- só é legitima a intervenção estatal quando a criminalização de um fato se constitui meio indispensável para a proteção de determinado bem ou interesse, não podendo ser tutelado satisfatoriamente por outros ramos do direito. 
Principio da Fragmentariedade do Direito Penal: nem todos os ilícitos constituem infrações penais, mas apenas os que atentam contra os valores fundamentais para manutenção e progresso do ser humano e da sociedade. Todo ilícito penal será em regra ilícito em outro ramo do direito (civil, administrativo), mas nem todo ilícito civil ou administrativo será ilicito penal. Ex. furto (será considerado ilícito também no direito civil - caso de violação da posse ou propriedade) 
Principio da Subsidiariedade: o Dto Penal só age quando os demais ramos do direito tenham se revelado impotentes para o controle da ordem pública. O direito penal só entra em cena quando outros meios menos invasivos da liberdade individual não forem suficientes para a manutenção da ordem publica. Ex. descaminho- artigo 344 no caso do imposto não ultrapassar o valor mínimo para ação fiscal de cobrança. O tipo penal existe, mas neste caso, não há legitimidade na atuação do Direito Penal.
Principio da Proporcionalidade: baseado nos princípios iluministas e jusnaturalistas, prega que as penas devem ser proporcionais, de modo que não se torne ineficaz e nem se trata de intervenção excessiva na vida dos indivíduos. A pena deve ser justa e suficiente para cumprir seu papel de reprovação do ilícito. 
Principio da Humanidade - as penas que violam a incolumidade física ou moral de alguém são inconstitucionais. A pena não pode passar da pessoa do condenado, com exceção de alguns efeitos extrapenais da condenação como a obrigação de reparar o dano na esfera civil. Este princípio decorre da dignidade da pessoa humana, consagrada como fundamento da república (art.1º, III). Com base nisto o STF declarou inconstitucional o regime “integralmente fechado” para o cumprimento da pena privativa de liberdade nos crimes hediondos, problema superado com a Lei 11464/2007 (artigo 2º I da Lei de Crimes Hediondos) fala que o acusado cumprirá pena “inicialmente em regime fechado” 
 Principio da Ofensividade ou da Lesividade - não há infração penal se a conduta não tiver oferecido ao menos perigo de lesão ao bem jurídico. 
Principio da exclusiva proteção ao bem jurídico - veda ao direito penal a preocupação com as intenções e pensamentos das pessoas, enquanto não exteriorizadas as condutas. 
Principio da Imputação Pessoal - o direito penal não pode punir agente que não tenha culpabilidade, ou seja, não se admite a punição quando se tratar de inimputável, sem potencial consciência da ilicitude ou de quem não se possa exigir conduta diversa. O fundamento da responsabilidade penal e a culpabilidade, e sem ela não pode haver punição. 
Principio da responsabilidade pelo fato – ao contrário do direito penal do autor, pois ninguém pode ser punido por questões pessoais, ao contrário, a pena se destina ao agente culpável, condenado, após o devido processo legal, pela prática de um fato típico e ilícito.
Principio da personalidade ou intranscendência – ninguém pode ser responsabilizado por fato praticado por outra pessoa e a pena não pode passar do condenado (artigo 5º XLV). 
Principio da responsabilidade penal subjetiva - nenhum resultado penalmente relevante pode ser atribuído a quem não o tenha produzido por dolo ou culpa. Artigo 19 do CP exclui a responsabilidade objetiva, porém há dois resquícios de responsabilidade objetiva no CP: 1) rixa qualificada (art. 137 § único do CP); 2) punição das infrações penais praticadas em estado de embriagues voluntária ou culposa, decorrente da teoria da “actio libera in causa” (art. 28, II CP).
Principio do “ne bis in idem” - não se admite a dupla punição pelo mesmo fato. Sumula 241 do STJ - a reincidência penal não pode ser considerada como circunstancia agravante e simultaneamente como circunstancia judicial (art. 59, 61, 62 e 63 do CP). 
Principio da Isonomia – tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de suas desigualdades, ou seja, as pessoas em situação igual devem receber idêntico tratamento jurídico, e aquelas que se encontram em situações desiguais merecem enquadramento diverso. Ex. um traficante de drogas primário com quem foi apreendida dez gramas de cocaína, deve ser apenado mais suavemente que outro traficante reincidente e preso em flagrante pelo deposito de uma tonelada da mesma droga.

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