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Unidade 4
Tecnologias e Recursos para a Inclusão 
Educação 
Inclusiva
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
ALESSANDRA VANESSA FERREIRA DOS SANTOS
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria 
NOME DO AUTOR
AUTORIA
Tuliane Fernandes Dutra
Olá. Meu nome é Tuliana Fernandes Dutra. Sou formada em 
Pedagogia e Sistemas de Informação, com experiência técnico-
profissional na área de Análise de Sistemas e desenvolvimento de 
material para Educação a Distância há mais de 15 anos. Sou apaixonada 
pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que 
estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora 
Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito 
feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte 
comigo!
Isabela Cristina Marins Braga
Doutora em Educação (UCB-DF), Mestre em Educação (UCB-DF), 
especialista em Gestão Empresarial (Instituto de Ensino Superior Cenecista 
de Unaí) e graduada em Administração (Instituto de Ensino Superior 
Cenecista de Unaí). Professora da Faculdade de Ciências e Tecnologia 
de Unaí – FACTU, desde 2013, lecionando as disciplinas de Metodologia 
do Trabalho Acadêmico, Pesquisa Aplicada, Hermenêutica, Teorias das 
Organizações, Gestão de Pessoas 1 e 2, Comportamento Organizacional, 
Gestão Estratégica, Negociação e Resolução de Conflitos, Administração 
da Produção, Economia básica. Orientadora de Trabalhos Acadêmicos. 
Examinadora de bancas de monografia. É revisora e consultora de 
trabalhos acadêmicos. É pesquisadora do grupo de Pesquisa de Políticas 
Federais de Educação – GPPFE da UCB-DF.
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento 
de uma nova 
competência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando necessárias 
observações ou 
complementações 
para o seu 
conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas 
e links para 
aprofundamento do 
seu conhecimento;
REFLITA:
se houver a 
necessidade de 
chamar a atenção 
sobre algo a ser 
refletido ou discutido;
ACESSE: 
se for preciso acessar 
um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
fazer um resumo 
acumulativo das 
últimas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de 
autoaprendizagem 
for aplicada;
TESTANDO:
quando uma 
competência for 
concluída e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Tecnologia assistiva na educação inclusiva .................................... 10
Tecnologia assistiva ......................................................................................................10
Tecnologia Assistiva na Educação Inclusiva ..............................................16
Salas de recursos multifuncionais.......................................................20
Atendimento Educacional Especializado ..................................................... 21
Salas Multifuncionais ...................................................................................................23
Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais.............................25
Avaliação tradicional versus a avaliação inclusiva .......................30
Concepções de Avaliação ......................................................................................30
Avaliação tradicional e Avaliação inclusiva ................................................ 34
Deficiencias e transtornos objeto da educação inclusiva .........42
Tipos de deficiência ......................................................................................................................43
7
UNIDADE
04
Educação Inclusiva
8
INTRODUÇÃO
Olá estudante, bem-vindo(a) à última unidade da disciplina 
Educação Inclusiva. Aqui será você conhecerá as tecnologias e os recursos 
necessários para a inclusão. A unidade foi dividida em quatro capítulos, 
assim, no primeiro capítulo dedicaremos ao estudo da tecnologia assistiva 
na educação inclusiva. Em seguida, cuidaremos do estudo das salas de 
recursos multifuncionais, compreendendo o Atendimento Educacional 
Especializado (AEE) que é realizado nas salas de Recursos Multifuncionais. 
Abrangendo outras temáticas, voltaremos nossos olhares para 
a avaliação tradicional e a avaliação inclusiva, compreendendo a 
diferenciação entre elas, para que assim, possamos estudar sobre a 
deficiência e transtornos objeto da educação inclusiva.
Diante do conteúdo que será abordado nesta unidade, pode-
se afirmar que você irá navegar em direção à construção de novos 
conhecimentos. Preparado para entrar nesse barco? 
Educação Inclusiva
9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 04. Nosso objetivo é auxiliar 
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o 
término desta etapa de estudos:
1. Identificar as tecnologias assistivas necessárias ao processo 
de inclusão, de acordo com o tipo de deficiência ou transtorno 
vivenciado pelos atores da comunidade escolar.
2. Adaptar o ambiente escolar às necessidades da Educação 
Inclusiva, identificando os tipos de salas de recursos multifuncionais 
adequados.
3. Comparar o formato e a dinâmica do processo de avaliação 
tradicional ao da avaliação inclusiva.
4. Identificar os tipos de deficiência e transtorno que configuram 
a necessidade da implementação do processo de Educação 
Inclusiva, tais como: Deficiência Auditiva; Deficiência Visual; 
Transtornos de Déficit de Atenção; Autismo; Dislexia; Discalculia; 
Hiperatividade etc.
Educação Inclusiva
10
Tecnologia assistiva na educação 
inclusiva
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo você será capaz de identificar 
as Tecnologias Assistivas que contribuem no processo de 
ensino e aprendizagem dos estudantes com necessidades 
educacionais especiais. Isto será fundamental para o 
exercício de sua profissão, pois conhecer e saber como 
utilizar essas tecnologias é necessário para ajudar os alunos. 
Além disso, você vai reconhecer como essas tecnologias 
servem de apoio para os estudantes com limitações físicas 
ou cognitivas.
E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então 
vamos lá. Avante!
Tecnologia assistiva
Para iniciar os estudos, vamos definir o que é tecnologia? De 
acordo com Barreto e Barreto (2014), no senso comum, esta palavra é 
associada a equipamentos ou dispositivos materiais para a execução de 
atividades e tarefas, com a ideia de ferramentas ou produtos úteis. Mas, as 
autoras afirmam que o sentido da palavra vai além disso, baseando-se no 
dicionário que define a tecnologia como o “o conjunto de conhecimentos, 
especialmente princípios científicos, que se aplicam a um determinado 
ramo de atividade” (BARRETO; BARRETO, 2014, p. 84).
As tecnologias são os recursos desenvolvidos para favorecer e 
simplificar as atividades cotidianas dos indivíduos, por exemplo, a máquina 
de escrever, o relógio, o celular, os computadores, as canetas, entre 
outros. Logo, tecnologias são recursos criados pelo homem para melhorar 
e facilitar a rotina diária das pessoas, de acordo com a necessidade da 
época.
Educação Inclusiva
11
ACESSE:
De forma a compreender o que vem a ser a tecnologia e 
como ela pode influenciar na sua vida, assista ao vídeo “O 
que é Tecnologia?”, acesse clicando aqui.
Figura 1 – Evolução da Tecnologia.
Fontes: Pixabay.
Agora que já ficou bem claro o conceito de Tecnologia, o que você 
compreende pelo termo Tecnologia Assistiva (TA). Você já ouviu falar sobre 
essa tecnologia? Tecnologia Assistiva é o termo utilizado para identificar 
os recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliarartigo apresenta uma pesquisa de investigação 
sobre como as escolas e as aulas de educação física são 
acessíveis e possibilitam a inclusão de uma aluna com 
deficiência. Acesse o texto clicando aqui. 
Transtornos de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)
De acordo com Associação Brasileira do Déficit de Atenção - ABDA 
(2020), TDAH é uma alteração neurológica de causa genética, que surge 
na infância e acompanha o sujeito durante toda a vida. Os sintomas são: 
desatenção, inquietude e impulsividade. O sintoma de hiperatividade-
impulsividade está relacionado com a dificuldade na escola e também 
no relacionamento com os colegas, professores, outras crianças e até 
mesmo com a família.
As crianças são tidas como “avoadas”, “vivendo no mundo da 
lua” e geralmente “estabanadas” e com “bicho carpinteiro” 
ou “ligados por um motor” (isto é, não param quietas por 
muito tempo). Os meninos tendem a ter mais sintomas 
de hiperatividade e impulsividade que as meninas, mas 
todos são desatentos. Crianças e adolescentes com TDAH 
podem apresentar mais problemas de comportamento, 
como por exemplo, dificuldades com regras e limites. 
(ABDA, 2020, online)
Lima (2009) explica que as crianças hiperativas necessitam aprender 
a lidar com as regras, a estrutura e os limites da escola. Entretanto, o 
Educação Inclusiva
https://www.scielo.br/pdf/rbce/v33n1/a06v33n1.pdf
48
seu temperamento não se ajusta muito bem com as expectativas da 
escola. Por isso, que de acordo com a autora, os estudantes com TDAH 
necessitam de uma atenção maior do professor em relação aos outros 
estudantes.
Isso atrapalha no desenvolvimento escolar das crianças 
com TDAH, pois para compreender bem a matéria e fazer 
uma boa prova, uma criança precisa não apenas exibir 
aptidões que estão sendo avaliadas, mas também possuir 
a capacidade de ouvir e seguir instruções, prestar atenção 
e persistir até que a prova seja completada. A criança deve 
ser capaz de parar para pensar qual seria, entre várias as 
opções, a melhor resposta possível, portanto, as notas 
obtidas nas provas de inteligência muitas vezes refletem 
mais a sua hiperatividade que seu potencial intelectual, 
portanto as crianças hiperativas também exibem uma 
variação normal de aptidões intelectuais, a maioria está 
dentro dos limites médios e algumas, ficam abaixo da 
média em suas aptidões intelectuais. (LIMA, 2009, p. 18)
SAIBA MAIS:
Assista aos vídeos a seguir para ampliar o seu conhecimento.
Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade: 
acesse clicando aqui. 
TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade: 
acesse clicando aqui.
Autismo
De acordo com Campbell (2009), o autismo é uma deficiência 
no desenvolvimento que se manifesta de maneira grave durante toda 
a vida do sujeito. O autor explica que os primeiros sintomas aparecem 
tipicamente aos três anos. Entre esses sintomas podem ser mencionados 
o comprometimento na interação social, na comunicação e na imaginação.
Esse distúrbio ainda surpreende pela diversidade de 
características que pode apresentar e pelo fato de, na 
maioria das vezes, a criança autista ter uma aparência 
totalmente normal. Mesmo depois de transcorridos 
mais de 60 anos desde que foi descrito pela psiquiatria 
austríaca Leo Kanner, o autismo ainda não tem suas causas 
inteiramente esclarecidas. (CAMPBELL, 2009, p. 119)
Educação Inclusiva
https://www.youtube.com/watch?v=uSv7KSQTgJI
https://www.youtube.com/watch?v=j3WTvJQFt0M
49
As pessoas com autismo seguem um padrão de atividade e 
interesses rígidos, repetitivos e comportamento bizarro. Segundo 
Campbell (2009) isso dificulta o relacionamento entre as mesmas e seu 
ambiente, pois as diferenças, principalmente as incomuns, inesperadas 
e bizarras atraem a atenção das pessoas, o que provoca a curiosidade, o 
temor e a desconfiança.
Pessoas com esse distúrbio se comportam como se 
as outras pessoas não existissem, rejeitam o contato 
físico, olha através das outras pessoas como se elas não 
existissem e não reagem a alguém que fale com eles ou 
os chame pelo nome. Não demonstram suas emoções, 
exceto se estiverem bravos ou agitados. Alguns indivíduos 
permanecem indiferentes ao que ocorre ao seu redor, 
outros são do tipo esquisito, excêntrico, que se aproxima e 
interage com as pessoas de forma inadequada, tocando-
as, interrompendo-as e agindo de forma dissonante do 
contexto. Alguns se tornam extremamente passivos, mas 
amigáveis se a interação é iniciada por outra pessoa. 
(CAMPBELL, 2009, p. 122)
Segundo Campbell (2009), referente às dificuldades de 
aprendizagem dos estudantes com este distúrbio temos: as dificuldades 
organizacionais, distração, dificuldade em sequenciar, falta de habilidade 
em generalizar e padrões irregulares de pontos fortes e fracos. Segundo 
Campbell (2009, p.121): “embora nenhum destes se aplique à população 
inteira dos alunos com autismo, estes problemas de aprendizagem são 
vistos em um grau significativo em uma porcentagem grande destes 
alunos.” 
O desenvolvimento de hábitos sistemáticos e rotinas de 
trabalho tem sido uma estratégia eficaz para minimizar 
estas dificuldades organizacionais, pois alunos os 
alunos autistas não param de trabalhar para planejar 
onde começar e como prosseguir. As dificuldades 
organizacionais são minimizadas também com as listas 
de verificação, as programações visuais e as instruções 
visuais, mostrando concretamente aos alunos autistas o 
que foi completado, o que precisa ser terminado e como 
prosseguir. (CAMPBELL, 2009, p. 124)
Educação Inclusiva
50
ACESSE:
Para saber mais sobre o autismo e a educação, ampliando 
o seu conhecimento sobre essa temática, sugerimos que 
você assista ao vídeo Autismo e Educação - Conexão 
Futura - Canal Futura. Acesse clicando aqui.
Dislexia e Discalculia
O que é dislexia? De acordo com Wjansztejn (2005) apud Carvalho e 
outros autores (2010) a dislexia é um distúrbio neurológico, possivelmente 
de origem congênita e hereditária, que leva a uma dificuldade específica 
de leitura escrita. 
Acomete crianças com inteligência normal, sem déficits 
sensoriais e que tenham suposta instrução escolar 
adequada, mas não é explicada por falta de oportunidade 
de aprendizado ou distúrbios emocionais. Ou seja, uma 
criança, para ser considerada disléxica não pode ter 
nenhum distúrbio sensorial, como por exemplo, perda de 
audição, e nem apresentar problemas de ordem psíquico-
emocional. Inicialmente, a dislexia foi identificada pelo 
estudioso Morgan, em 1986. Desde então, surgiram várias 
teorias e definições que propuseram explicar a dislexia. 
(CARVALHO, et al, 2010, p. 67)
De acordo com Carvalho e outros autores (2010), vários 
pesquisadores tanto da área de saúde como da educação concordam 
que a dislexia é um reflexo do componente específico do sistema de 
linguagem, que é o responsável pelo processamento dos sons e da 
fala. Assim, os autores precitados explicam que a criança lê as palavras, 
entretanto, não processam as letras e não conseguem atribuir significado 
às letras.
E, por isso, a dislexia não é uma dificuldade que passa 
despercebida em sala de aula. Como fruto desta 
dificuldade, o indivíduo disléxico pode apresentar algum 
problema emocional. Este distúrbio apresenta um quadro 
observável em crianças, que em determinado estágio de 
seu desenvolvimento, apresentam alguma inabilidade 
em determinada função. Estas inabilidades podem se 
apresentar num grau leve, porém são suficientes para 
Educação Inclusiva
https://www.youtube.com/watch?v=bahehoIAXpk
51
diferenciar determinada criança de um grupo. (CARVALHO, 
et al, 2010, p. 67)
Segundo Carvalho e outros autores (2010) muitos dos indivíduos 
com dislexia também têm discalculia. Garcia (1998) apud Carvalho e 
outros autores (2010, p. 69) classifica a discalculia em: 
 • Discalculia verbal - dificuldade para nomear as quantidades 
matemáticas, os números, os termos, os símbolose as relações; 
 • Discalculia practognóstica - dificuldade para enumerar, comparar 
e manipular objetos reais ou em imagens matematicamente;
 • Discalculia léxica - dificuldades na leitura de símbolos 
matemáticos; 
 • Discalculia gráfica - dificuldades na escrita de símbolos 
matemáticos; 
 • Discalculia ideognóstica – dificuldades em fazer operações 
mentais e na compreensão de conceitos matemáticos; 
 • Discalculia operacional - dificuldades na execução de operações 
e cálculos numéricos.
A criança que apresente discalculia, frequentemente, 
é capaz de realizar cálculos mentalmente, mas possui 
extrema dificuldade de representar esse cálculo 
concretamente, escrevendo-o no papel. Essa dificuldade é 
proveniente do déficit na organização espacial, e também 
pela dificuldade de seguir sequências. Uma conta, por 
exemplo, segue uma sequência de números e símbolos 
que o aluno com discalculia facilmente perde, confundindo 
o processo para o resultado final. (CARVALHO, et al., 2010, 
p. 69)
ACESSE:
Para conhecer mais sobre essa deficiência, recomendamos 
a leitura do artigo Problemas na educação matemática do 
ensino fundamental por fatores de dislexia e discalculia 
dos autores Ana Maria Pessoa de Carvalho, Idalci Reis e 
Marina Campos Nori. Acesse o artigo clicando aqui.
Educação Inclusiva
https://www.ifgoiano.edu.br/periodicos/index.php/vidadeensino/article/download/425/299
52
RESUMINDO:
Chegamos ao final da disciplina Educação Inclusiva! 
Durante a caminhada na construção do conhecimento 
você aprendeu muitas coisas que serão fundamentais para 
sua atuação no sistema educacional do Brasil. Neste último 
capítulo apresentamos a definição da deficiência de acordo 
com Organização Mundial de Saúde:
 “[...]deficiente é todo aquele que tem um ou mais problemas 
de funcionamento ou falta de parte anatômica, acarretando 
com isto dificuldades de locomoção, percepção, 
pensamento ou relação social” (CAMPBELL, 2009, p. 93). 
Além disso, você teve a oportunidade de conhecer um 
pouco sobre as deficiências mais comuns no ensino regular: 
a deficiência física que está relacionada com a mobilidade 
da pessoa, a deficiência auditiva que é a incapacidade 
parcial ou total de audição, a deficiência visual que é a 
redução ou perda total da capacidade de ver, o TDAH que 
consiste de uma alteração neurológica, o autismo que é 
uma deficiência no desenvolvimento que se manifesta de 
maneira grave durante toda a vida do sujeito, a dislexia que 
é um distúrbio neurológico e a discalculia que consiste da 
extrema dificuldade do indivíduo de representar o cálculo 
concretamente, escrevendo-o no papel. É importante 
lembrar que o conhecimento não deve parar aqui, busque 
sempre conhecer e aprender mais sobre as deficiências.
Educação Inclusiva
53
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO DÉFICIT DE ATENÇÃO (ABDA). O que 
é TDAH. Disponível em: https://tdah.org.br/sobre-tdah/o-que-e-tdah/. 
Acesso em: 07 jan. 2020.
BARRETO, M.A.O.C.; BARRETO, F.O.C. Educação Inclusiva: contexto 
social e histórico, análise das deficiências e uso das tecnologias no 
processo de ensino-aprendizagem. 1. ed. São Paulo: Érica, 2014.
BOTH, I.J. Avaliação planejada, aprendizagem consentida: é 
ensinando que se avalia, é avaliando que se ensina. 2. ed. Ver. e ampl. 
Curitiba: Ibpex, 2008.
BRASIL. Decreto nº 5.296 de 2 dezembro de 2004. Presidência 
da República – Casa Civil. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5296.htm. Acesso em: 03 jan 
2021.
BRASIL. LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996. Presidência 
da República - Casa Civil. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 03 nov 2020.
BRASIL. Lei nº 13.146, de julho de 2015. Presidência da República - 
Casa Civil. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2015/lei/l13146.htm. Acesso em: 03 nov 2020.
BRASIL. Portaria Normativa nº 13, de 24 de abril de 2007. 
Ministro da Educação. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.
php?option=com_docman&view=download&alias=9935-portaria-13-24-
abril-2007&category_slug=fevereiro-2012-pdf&Itemid=30192. Acesso em: 
03 jan 2021.
BRITO, D. M. de. Fundamentos pedagógicos para o trabalho com 
portadores de necessidades especiais [recurso eletrônico]. São Paulo: 
Cengage, 2016.
CAMPBELL, S. I. Múltiplas faces da inclusão. Rio de Janeiro: Wak 
Ed., 2009.
Educação Inclusiva
https://tdah.org.br/sobre-tdah/o-que-e-tdah/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5296.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5296.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=9935-portaria-13-24-abril-2007&category_slug=fevereiro-2012-pdf&Itemid=30192
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=9935-portaria-13-24-abril-2007&category_slug=fevereiro-2012-pdf&Itemid=30192
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=9935-portaria-13-24-abril-2007&category_slug=fevereiro-2012-pdf&Itemid=30192
54
CARVALHO, A.M.P. de; REIS, I.; NORI, M. C. Problemas na educação 
matemática do ensino fundamental por fatores de dislexia e 
discalculia. Vida de Ensino, 2010. Disponível em: https://www.ifgoiano.
edu.br/periodicos/index.php/vidadeensino/article/download/425/299. 
Acesso em: 07 jan 2021.
------------------. Disponível em: https://www.ifgoiano.edu.br/
periodicos/index.php/vidadeensino/article/download/425/299. Acesso 
em: 18 jan 2021.
CONTE, E.; OURIQUE, M.L.H.O.; BASEGIO, A.C. Tecnologia Assistiva, 
Direitos Humanos e Educação Inclusiva: uma nova sensibilidade. 
Educação em Revista, 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/
edur/v33/1982-6621-edur-33-e163600.pdf. Acesso em: 30 dez 2020.
CONEXÃO FUTURA. Autismo e Educação – Conexão Futura – Canal 
Futura. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=bahehoIAXpk. 
Acesso em: 18 jan 2021.
EDUCAÇÃO NT. TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção 
e Hiperatividade. Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=j3WTvJQFt0M. Acesso em: 18 jan 2021.
FERNANDES, S. Educação de Surdos. Curitiba: InterSaberes, 2012.
FILMESQUEVOAM. C. Curta nacional l LIBRAS. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=YFnSUNpogqQ. Acesso em: 18 jan 
2021.
FOCO ENSINA. Sala de Recursos Multifuncionais. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=7roFlu5hpRA. Acesso em: 18 jan 2021.
FREIRE, R. A. Diversidade, currículo escolar e projetos 
pedagógicos II [recurso eletrônico]. São Paulo: Cengage Learning, 2016.
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS 
ANÍSIO TEIXEIRA. Resumo Técnico: Censo da Educação Básica 2018 
[recurso eletrônico]. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas 
Educacionais Anísio Teixeira, 2019. Disponível em: https://download.inep.
gov.br/educacao_basica/censo_escolar/resumos_tecnicos/resumo_
tecnico_censo_educacao_basica_2018.pdf. Acesso em: 02 jan 2021.
Educação Inclusiva
https://www.ifgoiano.edu.br/periodicos/index.php/vidadeensino/article/download/425/299
https://www.ifgoiano.edu.br/periodicos/index.php/vidadeensino/article/download/425/299
https://www.scielo.br/pdf/edur/v33/1982-6621-edur-33-e163600.pdf
https://www.scielo.br/pdf/edur/v33/1982-6621-edur-33-e163600.pdf
https://download.inep.gov.br/educacao_basica/censo_escolar/resumos_tecnicos/resumo_tecnico_censo_educacao_basica_2018.pdf
https://download.inep.gov.br/educacao_basica/censo_escolar/resumos_tecnicos/resumo_tecnico_censo_educacao_basica_2018.pdf
https://download.inep.gov.br/educacao_basica/censo_escolar/resumos_tecnicos/resumo_tecnico_censo_educacao_basica_2018.pdf
55
IFPR, Conexão. Conheça a primeira Sala de Recursos 
Multifuncionais do #IFPR. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=-h58hXi9gw8. Acesso em: 18 jan 2021.
LIMA, R.M.S.C. Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. 
Universidade Candido Mendes. Pós-graduação Lato Sensu. Rio de Janeiro, 
2009. Disponível em: http://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_
publicadas/C203752.pdf. Acesso em: 07 jan 2020.
LOPES, S. A. Avaliação Tradicional e Avaliação dialética e 
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MAZZARINO, J.; FALKENCACH, A.; RISSI, S. Acessibilidade e 
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MEC. Documento Orientador do Programa Implantação de 
Salas de Recursos Multifuncionais. Presidência da República. Ministério 
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Acesso em: 03 jan 2021.
MEC. Documento Orientador Programa Implantação de 
Salas de Recursos Multifuncionais. Ministério da Educação, 2020. 
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_
docman&view=download&alias=11037-doc-orientador-multifuncionais-
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Educação Inclusiva
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MEC. Portaria nº 558, de 5 de maio de 2020. Disponível em: 
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de-2020-255378342. Acesso em: 18 jan 2021.
MOSQUERA, C. F. F. Deficiência Visual na escola inclusiva. Curitiba: 
InterSaberes, 2012.
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e Números são um Desafio. Disponível em: https://www.youtube.com/
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RAGS FAST. O que é Tecnologia? Disponível em: https://www.
youtube.com/watch?v=hcMTsZ1tojo. Acesso em: 18 jan 2021.
SILVA, F.; VOLPINI, M. Inclusão escolar de alunos com deficiência 
física: conquistas e desafios. Disponível em: http://repositorio.unifafibe.
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TVE RS. Tecnologias Assistivas. Disponível em: https://www.
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UEM TV. Dislexia na Educação. Disponível em: https://www.
youtube.com/watch?v=qEqyi2xyRXM. Acesso em: 18 jan 2021.
UFRJ. Projeto DOSVOX. Disponível em: http://intervox.nce.ufrj.br/
dosvox/. Acesso em: 18 jan 2021.
VARELLA, D. Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade. 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=uSv7KSQTgJI. Acesso 
em: 18 jan 2021.
Educação Inclusiva
https://www.youtube.com/watch?v=hcMTsZ1tojo
https://www.youtube.com/watch?v=hcMTsZ1tojoas 
habilidades funcionais de pessoas com deficiência, promovendo uma vida 
independente e a inclusão dessas pessoas (BERSCH; TONOLLI, 2006 apud 
BARRETO; BARRETO, 2014). Diante desta definição, podemos afirmar que 
a TA é um recurso criado para facilitar a vida das pessoas com deficiência.
Barreto e Barreto (2014) explicam que a TA deve ser compreendida 
como um recurso que possibilita a ampliação de uma habilidade funcional 
deficitária ou a realização da função desejada e que se encontra impedida 
por causa da deficiência ou pelo envelhecimento.
Educação Inclusiva
https://www.youtube.com/watch?v=hcMTsZ1tojo
12
Podemos então dizer que o objetivo maior da TA 
é proporcionar à pessoa com deficiência maior 
independência, qualidade de vida e inclusão social, por 
meio da ampliação de sua comunicação, mobilidade, 
controle de seu ambiente, habilidades de aprendizado 
e trabalho. Dispor de recursos de acessibilidade, ou 
especificamente a Tecnologia Assistiva, seria uma maneira 
concreta de neutralizar as barreiras causadas pela 
deficiência e inserir esse indivíduo nos ambientes ricos 
para a aprendizagem e desenvolvimento proporcionados 
pela cultura. (BARRETO; BARRETO; 2014, p. 86)
Nesse sentido, as autoras precitadas explicam que a criança com 
necessidades educacionais especiais apresenta diversas limitações 
e dificuldades para interagir com meio e com as pessoas à sua volta. 
Isto complica ainda mais, segundo Barreto e Barreto (2014), quando ela 
sofre preconceitos, ou seja, é subestimada em suas potencialidades e 
capacidades, gerando tratamentos paternalistas e relações de dependência 
e submissão. Logo, a criança com necessidades educacionais especiais 
assume posturas de passividade diante da realidade na resolução dos 
próprios problemas. Barreto e Barreto (2014) explicam que:
[...] as dificuldades de interação, agravadas quando 
associadas a uma carência de estímulos, algo frequente, 
principalmente em situações de limitações econômicas 
e sociais mais acentuadas, tendem a gerar posturas de 
passividade diante da realidade. Nesses casos, surge 
a questão sobre como ocorrem o desenvolvimento 
cognitivo e o aprendizado desses alunos, ou de que 
forma o professor e o ambiente educacional podem 
contribuir para isso, dadas as diferentes limitações 
decorrentes de sua deficiência, tais como as limitações 
de comunicação e linguagem, ou as limitações motoras 
para o seu deslocamento e para a manipulação de objetos. 
(BARRETO; BARRETO; 2014, p. 86)
SAIBA MAIS:
Complementando o estudo sobre a tecnologia assistiva, 
em meio a todo esse contexto exposto, assista ao vídeo 
“Tecnologias Assistivas” para ter uma visão mais ampla 
desse elemento de estudo. Acesse clicando aqui. 
Educação Inclusiva
https://www.youtube.com/watch?v=-i9Av0gfzFI
13
Existe diversas TA que ampliam as possibilidades de autonomia dos 
sujeitos com alguma limitação física ou cognitiva. Barreto e Barreto (2014) 
classificam essas tecnologias em dois tipos: baixa tecnologia (low-tech) 
e alta tecnologia (high-tech). Essa classificação refere-se a “caracterizar 
apenas a maior ou menor sofisticação dos componentes com os quais 
esses produtos são construídos e disponibilizados” (BARRETO, BARRETO, 
2014, p. 87).
Neste sentido, as TA podem ser artefatos simples desenvolvidos 
para a vida diária e prática do sujeito com limitações, como talheres 
adaptados, bengala, suportes para utensílios domésticos, barras de apoio, 
suporte para escrever, entre outros. .
Figura 2 – Artefatos Simples para vida diária.
Fontes: Pixabay.
Além disso, podem ser recursos mais sofisticados, que possibilitem 
a independência, a qualidade de vida, a autonomia e a inclusão desses 
sujeitos com deficiência. São considerados produtos TA sofisticados os 
computadores com software específicos, as pranchas com produção de 
voz, os tablets que proporcionam comunicação, os softwares como de 
leitores de texto ou efeito lupa, entre outros.
Barreto e Barreto (2014) explicam que a presença dos recursos 
computacionais no dia a dia das pessoas, proporcionou a criação de 
recursos de TA relacionados à área de informática.
Educação Inclusiva
14
Na medida em que o computador e a internet passam a 
fazer parte, cada vez mais, do dia a dia de todas as pessoas, 
a permear todas as culturas (LÉVY, 1999) e a favorecer 
a comunicação e a execução de diversas atividades, 
os recursos de TA relacionados à área computacional 
também apresentam avanços acelerados, abrindo novas 
possibilidades às pessoas com deficiência, algumas das 
quais seriam impensáveis ainda pouco tempo atrás, como 
a capacidade de realizar tarefas complexas com mínimos 
movimentos do corpo, por pessoas com paralisias graves, 
até mesmo movimentar o próprio corpo ou controlar o 
ambiente utilizando técnicas e dispositivos da tecnologia 
de informática. E novos e surpreendentes avanços não 
cessam de surgir nessa área, a cada dia. (BARRETO, 
BARRETO, 2014, p. 87)
É importante destacar que de acordo com Barreto e Barreto (2014) 
os recursos das tecnologias assistivas são classificados de acordo com 
os objetivos funcionais a que se destinam. A ISSO 9999/2002 é aplicada 
em vários países para a classificação internacional de recursos das 
tecnologias assistivas.
VOCÊ SABIA?
O Sistema Nacional de Classificação dos Recursos e 
Serviços de TA dos Estados Unidos, diferencia-se da ISO 
ao apresentar, além da descrição ordenada dos recursos, 
o conceito e a descrição de serviços de TA (BARRETO; 
BARRETO, 2014).
Barreto e Barreto (2014) explicam que as TAs servem de apoio para 
dar mais autonomia às pessoas que necessitam destes recursos. Os 
autores fizeram uma lista das TAs e sua função: 
Auxílios para a vida diária e vida prática
São recursos que ajudam no desempenho autônomo e 
independente em atividades do dia a dia ou que facilitam o cuidado de 
pessoas em situação de dependência de auxílio, tais como, alimentar-se, 
tomar banho etc.
Educação Inclusiva
15
Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA):
Estes recursos são para as pessoas sem fala ou escrita funcional ou 
em defasagem entre sua necessidade comunicativa e sua habilidade em 
falar e/ou escrever. 
Sistema de controle de ambiente
As pessoas com limitações motoras podem ligar, desligar e ajustar 
aparelhos eletrônicos como a luz, o som, a TV, entre outros, por meio de 
um controle remoto.
Projetos arquitetônicos para acessibilidade
Projetos de urbanização e edificações que garantem acesso, 
funcionalidade e mobilidade de todas as pessoas, independentemente 
de sua condição física e sensorial.
Órteses e próteses
As próteses são peças artificiais que substituem partes ausentes 
do corpo e as órteses são colocadas junto a um segmento do corpo, 
garantindo-lhe um melhor posicionamento, estabilidade e/ou função.
Adequação postural
Recursos que garantam posturas alinhadas, estáveis, confortáveis e 
com boa distribuição do peso corporal.
Auxílios de mobilidade
São recursos utilizados na melhoria da mobilidade pessoal, exemplo 
de bengalas, cadeira de rodas etc.
Auxílios para qualificação da habilidade visual e recursos que 
ampliam a informação a pessoas com baixa visão ou cegas
Lentes, lupas manuais ou eletrônicas, softwares, celulares para 
identificação de texto informativo etc.
Auxílios para pessoas com surdez ou com déficit auditivo
Aparelhos para surdez, telefone com teclado-teletipo, sistemas de 
alerta tátil-visual, celular com mensagens escritas etc.
Educação Inclusiva
16
Mobilidade em veículos
Acessórios que permitem a uma pessoa com deficiência física dirigir 
um automóvel, facilitadores para embarque e desembarque etc.
Esporte e lazer
São os recursos que favorecem a prática de esporte e a participação 
em atividades de lazer.
Tecnologia Assistiva na Educação 
Inclusiva
De acordo com Barreto e Barreto (2014), os computadores, 
tablets ou smartphones podem contribuir para a autonomia e o acessoà informação das pessoas com deficiência, além de contribuir também 
para o desenvolvimento cognitivo do estudante, facilitar o acesso aos 
conteúdos e tornar a ação pedagógica dinâmica e interessante.
Os equipamentos digitais possuem diversos elementos, entre eles 
podemos citar:
 • Hardware – “é toda a parte física que constitui o computador, por 
exemplo, a CPU, a memória e os dispositivos de entrada e saída” 
(BARRETO, BARRETO, 2014, p. 99);
 • Plataforma – “é o sistema operacional que o seu computador, seu 
celular e seu tablet utilizam para funcionar” (BARRETO, BARRETO, 
2014, p. 100);
 • Software – “consiste em informações que podem ser lidas pelo 
computador com a finalidade de executar uma tarefa” (BARRETO, 
BARRETO, 2014, p. 100);
 • Aplicativos Móveis – “são softwares desenvolvidos para rodar 
em dispositivos móveis como tablets, smartphones ou telefones 
celulares” (BARRETO, BARRETO, 2014, p. 100).
No que diz respeito ao uso da tecnologia pelas pessoas com 
deficiência visual, é possível expor que diversos recursos tecnológicos 
foram criados, tais como, softwares ampliadores de tela, que ampliam 
Educação Inclusiva
17
as apresentações gráficas na tela do computador, melhorando a 
compreensão de pessoas com baixa visão. Tem-se a impressora em braile, 
que identifica os caracteres presentes no texto e imprime em linhas braile 
no papel. Além disso, existem os sistemas NVDA4, Jaws5 e DOSVOX, que 
possibilitam ao usuário com deficiência visual ou baixa visão operar no 
sistema Windows e navegar na Internet por comando de voz (BARRETO, 
BARRETO, 2014)..
SAIBA MAIS:
DOSVOX é um aplicativo que foi desenvolvido pelo 
Núcleo de Computação Eletrônica (NCE) da Universidade 
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), para facilitar o acesso de 
deficientes visuais a microcomputadores. Para ter acesso 
ao DOSVOX é necessário baixá-lo gratuitamente no site. 
Acesse clicando aqui.
Para as pessoas com deficiência auditiva existe o aplicativo Talk 
Tradutor para Libras. De acordo com Barreto e Barreto (2014), por meio 
deste aplicativo é possível traduzir conteúdos para Libras, possibilitando 
a comunicação entre surdos e ouvintes, além de expandir o uso de Libras 
para um público mais amplo. Para utilizá-lo, o usuário deve baixar o 
aplicativo no celular ou tablet. Em seguida, ele deve inserir palavras ou 
pequenas frases de texto ou pelo dispositivo de reconhecimento de voz 
do celular e visualizar automaticamente a tradução para Libras (BARRETO, 
BARRETO, 2014).
Segundo Barreto e Barreto (2014) existem diversos recursos que 
facilitam o uso do computador para as pessoas com deficiências motoras 
de diferentes níveis, isto é, deficiência leve ou até total ausência de 
movimentos de membros inferiores e superiores. Entre diversos recursos, 
as autoras citam:
 • Mouse Optima – “com esfera gigante de 6 cm de diâmetro que 
possibilita o movimento preciso do cursor na tela” (BARRETO, 
BARRETO, 2014, p. 103);
 • Mouse tipo Orbitrack – Segundo Barreto e Barreto (2014):
Educação Inclusiva
http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox/
18
permite o controle do computador apenas pelo toque do 
dedo, sem necessidade de movimentos amplos da mão 
e do pulso, é indicado para pessoas com deficiências 
motoras, exigindo mínimo esforço e coordenação motora 
para utilização do mouse. (BARRETO; BARRETO, 2014, p. 
103)
 • Câmera Mouse – suporte desenvolvido para indivíduos com 
tetraplegia para proporcionar acessibilidade ao uso do computador. 
“Fazendo uso de uma webcam convencional e de um suporte de 
captura de movimentos, o software detecta os movimentos da 
cabeça e os interpreta como movimentos e cliques no cursor do 
mouse” (BARRETO, BARRETO, 2014, p. 103).
Barreto e Barreto (2014) apresentam o aplicativo Aramumo destinado 
a os sujeitos com dislexia e outros distúrbios de leitura e aprendizagem. 
Este aplicativo é semelhante às palavras cruzadas. Entretanto, ao invés de 
letras avulsas o jogador deve utilizar sílabas para formar palavras.
Para as pessoas com dificuldade de fala, existe o Que-fala! um 
aplicativo que possibilita a comunicação de pessoas com deficiências 
que afetem a fala. Este aplicativo oferece várias ilustrações identificadas 
por palavras escritas e em áudio. O usuário seleciona as figuras que 
correspondem ao que ele deseja dizer e é possível formar pequenas 
frases com este aplicativo. É uma ferramenta de comunicação alternativa 
e possibilita que o aluno se comunique diretamente com qualquer pessoa, 
sem a necessidade de intermediários (BARRETO, BARRETO, 2014, p. 105).
Estes aplicativos e softwares apresentados são ferramentas 
desenvolvidas para facilitar a vida das pessoas com deficiência, que 
podem ser utilizados na educação, possibilitando que os estudantes com 
necessidade educacionais especiais participem com mais autonomia 
das aulas, promovendo assim uma educação inclusiva. É importante 
evidenciar que estes recursos promovem a inclusão social e educacional 
dos sujeitos com deficiência visual, auditiva, distúrbios de fala etc. Mas, 
é necessário lembrar que existem diversos outros recursos que também 
possibilitam a inclusão social e educacional. Diante disso, não deixe de 
pesquisar na Internet, outras tecnologias assistivas.
Educação Inclusiva
19
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você aprendeu que as 
tecnologias são recursos criados pelo homem para facilitar 
as atividades cotidianas das pessoas em uma determinada 
época. Logo, novas tecnologias vão sendo criadas à medida 
que novas necessidades vão surgindo. Uma demanda que 
surgiu foi a inclusão social e educativa das pessoas com 
deficiência. Diante deste contexto, surgem as Tecnologias 
Assistivas (TA), que têm como objetivo ampliar as habilidades 
funcionais de pessoas com deficiência, promovendo sua 
autonomia, independência e inclusão. Portanto, as TA foram 
criadas para facilitar a vida dos indivíduos com alguma 
deficiência. Você também estudou que as tecnologias 
assistivas são classificadas em dois tipos: baixa tecnologia 
e alta tecnologia. Assim, existem tecnologias desenvolvidas 
para facilitar a vida diária e outras para melhorar a qualidade 
de vida e autonomia do sujeito com limitações. Para 
finalizar, apresentamos algumas tecnologias utilizadas 
pelas pessoas com deficiência auditiva, visual, dislexia, 
entre outras. Mas, é importante evidenciar que você deve 
sempre procurar conhecer outras TA, pois este capítulo é 
apenas o ponto de partida. 
Educação Inclusiva
20
Salas de recursos multifuncionais
OBJETIVO:
Neste capítulo você irá estudar as salas de recursos 
multifuncionais adequados às necessidades educacionais 
dos estudantes com deficiência. Essa sala deve ter diversos 
recursos, como equipamentos e softwares que buscam 
dar suporte às atividades educativas dos estudantes 
com necessidades educacionais especiais. Ao final deste 
capítulo você será capaz de identificar como essa sala 
pode contribuir no processo de aprendizagem destes 
estudantes.
Figura 3: Aprendizagem.
Fontes: Pixabay.
Educação Inclusiva
21
Atendimento Educacional Especializado
Antes de iniciar os estudos sobre as salas de recursos multifuncionais, 
você já ouviu falar sobre o Atendimento Educacional Especializado 
(AEE)? Este atendimento é um serviço de educação especial criado 
na rede regular de ensino para organizar recursos pedagógicos e de 
acessibilidade. (BRITO, 2016).
Brito (2016) explica que o AEE tem como principal objetivo eliminar 
as barreiras existentes que dificultam a participação dos estudantes 
com necessidades educacionais especiais, considerando sempre as 
necessidades específicas deste público. “Dessa forma, o AEE faz a 
complementação e/ou suplementação da formação do estudante que 
possui necessidades educativas especiais, com vistas à autonomiae à 
independência na escola e fora dela” (BRITO, 2016, p. 24).
As salas multifuncionais foram criadas com recursos tecnológicos 
e pedagógicos para realizar este Atendimento Educacional Especializado. 
Entretanto, Brito (2016) explica que essas salas demandam uma formação 
continuada dos professores, devido ao imenso arsenal tecnológico 
disponibilizado neste ambiente. Mas, na prática, os profissionais que atuam 
nas salas multifuncionais não estão recebendo a capacitação necessária.
A principal consequência, de acordo com Borges (2014, 
p. 5) é que os equipamentos dessas salas têm sido 
subutilizados. Isso pode repercutir na baixa qualidade do 
ensino para os estudantes com necessidades especiais, 
que constituem o público para o qual todo esse recurso 
se destina.
Esse fato torna-se um grande problema, já que os 
estudantes acabam por não conseguir ampliar o seu 
potencial estudantil, ao não receberem a orientação 
adequada ou não conseguirem o acesso aos equipamentos 
de que necessitam. (BRITO, 2016, p. 25)
Destaca-se aqui o Plano Nacional de Educação (PNE), cuja Meta 4 se 
refere à educação especial inclusiva para a população de 4 a 17 anos com 
deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades 
ou superdotação. Observando o Gráfico 32, verifica-se que o percentual 
de matrículas de alunos incluídos em classe comum vem aumentando 
Educação Inclusiva
22
gradativamente ao longo dos anos. Em 2014, o percentual de alunos 
incluídos era de 87,1%. Em 2018, esse percentual passou para 92,1%. Além 
disso, considerando a mesma população de 4 a 17 anos, verifica-se que 
o percentual de alunos que estão incluídos em classes comuns e que 
têm acesso às turmas de atendimento educacional especializado (AEE) 
também cresceu no período, passando de 37,1% em 2014 para 40,0% em 
2018. (CENSO DA EDUCAÇÃO BÁSICA, 2018).
Gráfico 1 – Atendimento Educacional Especializado.
2014
íncluido em classe comum com AEE
37,1%
50,0%
12,9%
37,4%
51,0%
11,6%
39,3%
50,2%
10,5%
39,3%
52,1%
7,9%
37,1%
50,8%
9,1%
2015 2016 2017 2018
íncluido em classe comum sem AEE
classe especial
Percentual de matrículas de alunos de 4 a 17 anos de idade com deficiência, transtorno 
global do desenvolvimento ou altas habilidades/superdotação que frequentam classes 
comuns, com e sem atendimento educacional especializado (AEE) ou classes especiais 
exclusivas – Brasil – 2018. Elaborado pela Deed/Inep com base nos dados do Censo da 
Educação Básica
Fonte: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO 
TEIXEIRA. Resumo Técnico: Censo da Educação Básica 2018 [recurso eletrônico]. Brasília: 
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2019. Disponível em: 
https://download.inep.gov.br/educacao_basica/censo_escolar/resumos_tecnicos/resumo_
tecnico_censo_educacao_basica_2018.pdf. Acesso em: 02 jan. 2021.
É importante destacar que este atendimento educacional 
especializado está regulamento pela Lei 13.146, de 6 de julho de 2015, 
conforme é descrito: 
III - projeto pedagógico que institucionalize o atendimento 
educacional especializado, assim como os demais serviços 
e adaptações razoáveis, para atender às características dos 
estudantes com deficiência e garantir o seu pleno acesso 
ao currículo em condições de igualdade, promovendo a 
conquista e o exercício de sua autonomia;
Educação Inclusiva
23
VII - planejamento de estudo de caso, de elaboração 
de plano de atendimento educacional especializado, de 
organização de recursos e serviços de acessibilidade e de 
disponibilização e usabilidade pedagógica de recursos de 
tecnologia assistiva;
X - adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos 
programas de formação inicial e continuada de professores 
e oferta de formação continuada para o atendimento 
educacional especializado;
XI - formação e disponibilização de professores para o 
atendimento educacional especializado, de tradutores e 
intérpretes da Libras, de guias intérpretes e de profissionais 
de apoio. (BRASIL, 2015).
Salas Multifuncionais
O que são as salas multifuncionais? De acordo com a Portaria 
Normativa nº 13, de 24 abril de 2007, a sala de recursos multifuncionais é um 
espaço estruturado com equipamentos de informática, ajudas técnicas, 
materiais pedagógicos e mobiliário adaptados para o atendimento às 
necessidades educacionais especiais dos estudantes (BRASIL, 2007). Essa 
Portaria dispõe sobre a criação do Programa de Implantação de Salas de 
Recursos Multifuncionais de acordo com o que está descrito no Decreto 
nº 5.296/2004, no art. 61: 
Para os fins deste Decreto, consideram-se ajudas técnicas 
os produtos, instrumentos, equipamentos ou tecnologia 
adaptados ou especialmente projetados para melhorar a 
funcionalidade da pessoa portadora de deficiência ou com 
mobilidade reduzida, favorecendo a autonomia pessoal, 
total ou assistida. (BRASIL, 2004)
As salas de recursos deverão ser criadas e estruturadas nas redes 
de ensino regular para atender os estudantes com limitações físicas ou 
cognitivas, conforme estabelecido pela Lei n. 9.394, de 20 de dezembro 
de 1996, referente à Educação Especial: 
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio 
especializado, na escola regular, para atender às 
peculiaridades da clientela de educação especial.
Educação Inclusiva
24
Parágrafo único. O poder público adotará, como alternativa 
preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos 
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento 
e altas habilidades ou superdotação na própria rede 
pública regular de ensino, independentemente do apoio 
às instituições previstas neste artigo. (BRASIL, 1996)
SAIBA MAIS:
Leia a Nota Técnica nº 42/2015/MEC/SECADI/DPEE 
que orienta os Sistemas de Ensino em relação ao destino 
dos materiais e equipamentos disponibilizados por 
meio do Programa Implantação de Salas de Recursos 
Multifuncionais. Acesse clicando aqui.
A sala de recursos foi criada para o desenvolvimento de atividades 
pedagógicas, por isso ela deverá ter recursos que proporcionem o 
aprendizado dos estudantes com necessidades educacionais especiais 
e o desenvolvimento de habilidades desses estudantes. Essas salas 
precisam ter um professor especializado e capacitado para o atendimento 
dos estudantes que demandam um atendimento especializado, pois o 
objetivo destas salas é ampliar as habilidades dos estudantes com 
necessidades especiais para a sala comum.
É importante lembrar que as necessidades educacionais especiais 
são variadas, pois a escola regular pode ter estudantes com deficiência 
auditiva (que precisam saber o alfabeto em Libras para compreender 
o intérprete na sala regular), estudantes com deficiência visual (estes 
necessitam aprender o braile para conseguir ler), deficiência intelectual 
(precisam complementar a aprendizagem por meio de jogos pedagógicos), 
deficiência física (aprender a se locomover, por exemplo, com a cadeira 
de rodas), paralisia (aprender a utilizar a prancheta com figuras, apontando 
para dizer quando deseja ir ao banheiro ou beber água), entre outras 
deficiências. O desenvolvimento dessas habilidades é importante, para 
que o estudante com necessidades especiais se sinta incluído dentro da 
sala de aula comum e do ambiente escolar.
Os professores da sala de aula comum e do atendimento 
educacional especializado precisam elaborar juntos um planejamento 
Educação Inclusiva
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=17656-secadi-nt42-orientacoes-aos-sistemas-de-ensino-sobre-destinacao-dos-itens-srm&category_slug=junho-2015-pdf&Itemid=30192
25
das necessidades educacionais do estudante. A comunicação entre 
esses dois profissionais deverá ser constante, durante todo o período 
que o estudante frequentar a sala de recursos multifuncionais. Assim, 
durante todo o processo é função do professor da sala acompanhar e 
observar se o estudante com necessidadesespeciais está apresentando 
evolução dentro da sala de aula. Em caso negativo, ele deverá informar ao 
professor do atendimento educacional especializado da sala de recursos 
multifuncionais, para que seja elaborado um novo plano ou que o mesmo 
seja modificado. 
Uma outra função do professor da sala de aula comum é informar, 
com antecedência, o professor da sala de recursos multifuncionais quais 
os conteúdos que estão sendo estudados na sala de aula regular, para 
que o docente do atendimento especializado educacional possa elaborar 
um planejamento que ajudará o estudante com necessidades especiais 
na absorção do conteúdo que está sendo estudado.
Implantação de Salas de Recursos 
Multifuncionais
O Ministério da Educação elaborou o “Documento Orientador 
do Programa de Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais”. 
Este documento foi criado para orientar e informar os sistemas de ensino 
quanto à organização e oferta do atendimento educacional especializado 
aos estudantes com transtornos globais do desenvolvimento e altas 
habilidades/superdotação e com deficiência matriculados no sistema de 
ensino regular (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2020).
A implantação das Salas de Recursos Multifuncionais 
nas escolas comuns da rede pública de ensino atende a 
necessidade histórica da educação brasileira de promover 
as condições de acesso, participação e aprendizagem dos 
estudantes público-alvo da educação especial no ensino 
regular, possibilitando a oferta do atendimento educacional 
especializado de forma complementar ou suplementar à 
escolarização. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2020, p. 3) 
De acordo com Ministério da Educação (2020), a inclusão educacional 
requer mudanças na concepção e nas práticas de gestão, tanto da sala de 
Educação Inclusiva
26
aula quanto na formação de professores. Assim, para um desenvolvimento 
inclusivo dos estudantes com necessidades educacionais especiais, as 
salas de recursos multifuncionais precisam ser implantadas e organizadas 
com recursos de apoio pedagógico para o atendimento educacional 
específico ao público-alvo da educação especial matriculados na rede 
de ensino regular.
Portanto, todos os estudantes público-alvo da educação 
especial devem ser matriculados nas classes comuns, 
em uma das etapas, níveis ou modalidade da educação 
básica, sendo o atendimento educacional especializado 
– AEE ofertado no turno oposto ao do ensino regular. As 
salas de recursos multifuncionais cumprem o propósito 
da organização de espaços, na própria escola comum, 
dotados de equipamentos, recursos de acessibilidade 
e materiais pedagógicos que auxiliam na promoção da 
escolarização, eliminando barreiras que impedem a plena 
participação dos estudantes público-alvo da educação 
especial, com autonomia e independência, no ambiente 
educacional e social. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2020, 
p. 3)
Educação Inclusiva
27
IMPORTANTE:
De acordo com o MEC (2020, p. 7) os estudantes público-alvo do 
AEE são definidos da seguinte forma: 
 • Estudantes com deficiência - aqueles que têm impedimentos 
de longo prazo de natureza física, intelectual, mental ou 
sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, 
podem ter obstruída sua participação plena e efetiva na 
escola e na sociedade; 
 • Estudantes com transtornos globais do desenvolvimento 
- aqueles que apresentam quadro de alterações no 
desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas 
relações sociais, na comunicação e/ou estereotipias motoras. 
Fazem parte dessa definição estudantes com autismo 
infantil, síndrome de Asperger, síndrome de Rett e transtorno 
desintegrativo da infância; 
 • Estudantes com altas habilidades ou superdotação 
- aqueles que apresentam potencial elevado e grande 
envolvimento com as áreas do conhecimento humano, 
isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança, 
psicomotora, artes e criatividade.
A oferta do atendimento educacional especializado deve estar 
regulamentada e prevista para a sua organização no Projeto Político 
Pedagógico (PPP) da escola do ensino regular. Segundo Ministério da 
Educação (2020) o PPP deve conter: 
I - Sala de recursos multifuncionais: espaço físico, 
mobiliários, materiais didáticos, recursos pedagógicos e de 
acessibilidade e equipamentos específicos; II - Matrícula 
no AEE de estudantes matriculados no ensino regular 
da própria escola ou de outra escola; III - Cronograma 
de atendimento aos estudantes; IV - Plano do AEE: 
identificação das necessidades educacionais específicas 
dos estudantes, definição dos recursos necessários e das 
atividades a serem desenvolvidas; V - Professores para o 
exercício do AEE. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2020, p. 7) 
Além disso, o Ministério da Educação (2020) determina que o PPP 
da escola deve apresentar o planejamento, o acompanhamento e a 
Educação Inclusiva
28
avaliação dos recursos e estratégias pedagógicas e de acessibilidade na 
oferta do atendimento educacional especializado e aspectos quanto ao 
seu funcionamento, tais como:
Carga horária para os estudantes do AEE, individual ou 
em pequenos grupos, de acordo com as necessidades 
educacionais específicas; Espaço físico com condições de 
acessibilidade e materiais pedagógicos para as atividades 
do AEE; Professores com formação para atuação nas 
salas de recursos multifuncionais; Profissionais de apoio 
às atividades da vida diária e para a acessibilidade 
nas comunicações e informações, quando necessário. 
(MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2020, p. 8)
Quanto ao professor do atendimento educacional especializado, 
o Ministério da Educação (2020) explica que a função deste docente é 
realizar um atendimento de forma complementar ou suplementar à 
escolarização, considerando sempre as habilidades e as necessidades 
educacionais específicas desses estudantes. Assim, de acordo com o 
Ministério da Educação, as atribuições deste professor devem contemplar: 
Elaboração, execução e avaliação do plano de AEE do 
estudante; Definição do cronograma e das atividades do 
atendimento do estudante; Organização de estratégias 
pedagógicas e identificação e produção de recursos 
acessíveis; Ensino e desenvolvimento das atividades 
próprias do AEE, tais como: Libras, Braille, orientação 
e mobilidade, Língua Portuguesa para alunos surdos; 
informática acessível; Comunicação Alternativa e 
Aumentativa - CAA, atividades de desenvolvimento 
das habilidades mentais superiores e atividades de 
enriquecimento curricular; [...] (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 
2020, p. 8)
O atendimento educacional especializado é realizado dentro das 
salas de recursos multifuncionais, pois estas estão equipadas com todos 
os recursos necessários para atender os estudantes com necessidades 
educacionais especiais, por isso o Ministério da Educação criou o Programa 
Implantação de Sala de Recursos Multifuncionais que contempla:
 • Critérios para a Implantação das Salas de Recursos Multifuncionais;
 • Adesão, Cadastro e Indicação das Escolas;
Educação Inclusiva
29
 • Composição das Salas de Recursos Multifuncionais.
ACESSE:
Leia o “Documento Orientador Programa Implantação de 
Salas de Recursos Multifuncionais”, criado pelo Ministério 
da Educação. Acesse clicando aqui.
RESUMINDO:
Chegamos ao final do capítulo 2! Vamos a um breve resumo 
de tudo que você estudou neste capítulo? Aqui falamos 
das salas de recursos multifuncionais e explicamos que o 
Atendimento Educacional Especializado (AEE) é realizado 
nestas salas. Os AEE são recursos pedagógicos e de 
acessibilidade oferecidos pela escola com o objetivo de 
facilitar a participação dos estudantes com necessidades 
educacionais especiais na sala de aula comum. Por isso, 
são criadas as salas de recursos multifuncionais, contendo 
recursos tecnológicos, materiais pedagógicos, ajudas 
técnicas e mobiliário adaptado para os estudantes com as 
necessidades educacionais especiais. Essas salas têm como 
objetivo proporcionar aos estudantescom alguma limitação, 
o desenvolvimento de habilidades e também o aprendizado. 
Os professores que atuam nessas salas precisam ter 
formação e ser capacitados para atender os estudantes com 
necessidades educacionais especiais, pois a função deles 
é realizar um atendimento complementar à escolarização, 
visando sempre as habilidades e as necessidades desses 
estudantes. Para finalizar foi apresentado o documento criado 
pelo Ministério da Educação para implantação de Salas de 
Recursos Multifuncionais. Este documento informa que o 
AEE deve estar previsto e regulamentado no Projeto Político 
Pedagógico da escola.
Educação Inclusiva
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=11037-doc-orientador-multifuncionais-pdf&category_slug=junho-2012-pdf&Itemid=30192
30
Avaliação tradicional versus a avaliação 
inclusiva 
OBJETIVO:
Neste capítulo você compreenderá o processo de avaliação 
tradicional e avaliação inclusiva no processo pedagógico. É 
função dos professores e da escola realizar as atividades 
de diagnóstico de aprendizagem dos seus estudantes. Por 
meio dessas atividades é que o docente acompanhará a 
evolução dos estudantes na construção do conhecimento 
e também poderá analisar as dificuldades, as habilidades 
e os bloqueios que o estudante pode estar apresentando 
durante o processo de aprendizagem.
Vamos lá?
Concepções de Avaliação
A experiência de vida do estudante fora do ambiente formal da 
escola, contribui para sua formação escolar. Diante dessa situação, é 
necessário considerar as principais variáveis que interferem no processo 
de aprendizagem deste sujeito. Both (2008) explica que a avaliação 
é abrangente e não deve ser focada somente na aprendizagem, mas 
também no processo do ensino ofertado, no sistema de ensino e nas 
competências e habilidades dos docentes.
[...] se avaliação permear todo o processo de ensino-
aprendizagem e se for entendida em todas as suas 
dimensões – avaliação do aluno, do professor, da escola 
-, possibilitará ajustes que contribuirão para que a tarefa 
educativa seja corada de sucesso. (SARAIVA, 2005, apud 
BOTH, 2008, p. 27)
Ainda, de acordo com Saraiva (2005) apud Both (2008) ao avaliar 
a aprendizagem do estudante, simultaneamente está sendo avaliado 
o ensino. Logo, se não existir a aprendizagem esperada, o ensino não 
cumpriu com a sua finalidade que é a de fazer aprender.
[...] um sistema de ensino comprometido com o 
desenvolvimento das competências e habilidades dos 
Educação Inclusiva
31
alunos encontra na avaliação, não um instrumento para 
aprovar ou reprovar e, sim, uma referência à análise de seus 
propósitos, permitindo-lhes buscar caminhos para que os 
alunos sejam bem-sucedidos na travessia da passarela da 
aprendizagem. (SARAIVA, 2005, apud BOTH, 2008, p. 27)
Para Both (2008) o objetivo da avaliação deve ir além de identificar 
quanto o estudante aprendeu ou aprofundar os conteúdos abordados. 
Mas, ao invés disso, analisar quais foram os caminhos que o levaram a 
esse conhecimento. 
Entre os componentes avaliativos, atualmente, temos: a 
competência, a capacidade, a habilidade e a convivência. Segundo Both 
(2008) é possível utilizar esses componentes avaliativos tanto no meio 
escolar como no extracurricular, para cumprir as exigências do processo 
ensino-aprendizagem e da realidade social. O autor precitado explica a 
função de cada um desses componentes avaliativos:
Competência – sugere domínio de conhecimentos.
Capacidade – requer saber o que fazer, como aplicar e 
relacionar conhecimentos.
Habilidade – pressupõe saber relacionar e aplicar os 
conhecimentos, bem como dar-lhes aplicabilidade de 
forma criativa e criadora.
Convivência – implica sentir-se valorizado como pessoa 
competente, capaz e hábil, fazendo refletir o bem-estar na 
convivência social. (BOTH, 2008, p. 118, grifo nosso)
Figura 4 – Interação entre competência, capacidade e habilidade.
Competências
Capacidade
Habilidade
Competente
Capaz
Hábil
Promoção e assimilação de 
conhecimentos, aquisição de 
habilidades, tomadas de atitudes 
e mudança comportamental.
Fonte: Both, 2008, p. 118.
Educação Inclusiva
32
De acordo com Both (2008, p. 119), respeitando os objetivos e as 
características de cada etapa escolar, o papel da avaliação no contexto 
do desempenho do estudante no processo de ensino-aprendizagem 
assume a seguinte forma:
 • Competência: que o estudante demonstra ter a competência em 
promover, dominar e aprender conhecimentos;
 • Capacidade: que o estudante demonstre ter a capacidade para 
interpretar e relacionar conhecimentos;
 • Habilidade: que o estudante demonstre ter habilidade criativa para 
saber aplicar conhecimentos e dar-lhes aplicabilidade;
 • Convivência: que o estudante saiba “ser-com-os-outros” a partir 
dos conhecimentos que domina, interpreta, relaciona e aplica. 
Que o estudante saiba valorizar o passado, comprometer-se com 
o presente e vislumbrar o futuro, que saiba perceber melhor aquilo 
que está procurando perceber, que o estudante procure sempre 
conhecer a si mesmo, que saiba identificar, desenvolver e utilizar 
suas potencialidades e que se disponha a avaliar, a auto avaliar-se 
e a ser avaliado.
Existem algumas modalidades de avaliações aplicadas no ambiente 
escolar e utilizadas pelos docentes no processo de ensino aprendizagem: 
avaliação formativa e a somativa. Os professores podem optar por utilizar 
apenas uma forma ou mais de uma forma de avaliação.
Segundo Freire (2016) a avaliação formativa pode ser contínua e 
considera toda a produção dos estudantes em um determinado período, 
o que facilita o processo de ensino-aprendizagem. O autor explica que 
este formato de avaliação é baseado nos princípios construtivistas, pois 
considera mais o modo como os estudantes se desenvolvem ao estudar 
um determinado conteúdo do que propriamente o resultado que eles 
obtiveram. 
Segundo esse raciocínio, serão necessários instrumentos 
específicos que possibilitem aos alunos demonstrar suas 
aquisições ou dúvidas e, ao professor, avaliar seus alunos. 
Antes de selecionar os tipos de instrumentos a serem 
utilizados, é necessário conhecê-los, verificando, assim, 
Educação Inclusiva
33
suas possibilidades de uso. A partir desse conhecimento, 
é possível determinar se eles se adequam aos objetivos 
da avaliação.
O intuito dessa avaliação é subsidiar a implementação 
e a consecução de políticas públicas, ao mesmo tempo 
em que oferece informações e recursos para que os 
diversos profissionais da educação possam aprimorar 
constantemente seu trabalho. Esse tipo de avaliação 
é considerado um ponto de partida de elementos de 
acompanhamento de um determinado programa ou 
política educacional. (FREIRE, 2016, p. 20)
Já a avaliação somativa, de acordo com Freire (2016) considera 
basicamente os resultados, isto é, essa modalidade de avaliação 
apresenta números e conceitos objetivos que auxiliam a gestão da escola 
e o governo na tomada de decisões, pois ela estabelece uma classificação 
para análise do aprendizado obtido pelo estudante.
Mas afinal, qual é o sentido da avaliação? Freire (2016) explica 
que hoje a avaliação é referente ao desempenho do estudante, nesta 
perspectiva, o que se avalia é própria “qualidade de ensino” ou da 
“educação”. Atualmente, existem as avaliações externas, promovidas pelo 
governo, como Saresp, Enem, Enade, para avaliar o sistema educacional 
ou uma instituição. Nessas avaliações, a avaliação do estudante é relegada 
a um segundo plano (FREIRE, 2016).
O plano de ação da escola após o resultado do 
desempenho em uma avaliação desse porte é que irá 
significar e orientar o trabalho dos docentes. A equipe 
gestora, juntamente com os docentes, pode analisar e 
investigar o desempenho de sua escola, concentrando-
se nas habilidades e competências que os alunos não 
dominam e discutindo com os docentes as possibilidades 
de se construir o conhecimento comos alunos a partir de 
suas dificuldades. (FREIRE, 2016, p. 22)
SAIBA MAIS:
Para saber mais sobre as normas complementares 
necessárias para o cumprimento da Política Nacional de 
Avaliação da Educação Básica, leia a Portaria nº 558, de 5 
de maio de 2020. Acesse clicando aqui.
Educação Inclusiva
https://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-n-458-de-5-de-maio-de-2020-255378342
34
Avaliação tradicional e Avaliação inclusiva
Você viu que existem avaliações externas com foco no sistema 
e também nas instituições de ensino. Agora vamos analisar a avaliação 
interna, isto é, aquela que acontece dentro do ambiente escolar, adotadas 
pelos professores para acompanhar a evolução do estudante.
Para iniciar, Lopes (2019, p. 2) faz alguns questionamentos que nos 
fazem refletir sobre a avaliação da aprendizagem. Veja os questionamentos 
propostos pelo autor: 
 • Como e quando avaliar? 
 • A avaliação somente tem avaliado o aluno? 
 • A avaliação tem fomentado mudanças nas práticas dos 
professores? 
 • Os alunos são sujeitos ativos ou passivos no processo de avaliação? 
 • Qual a função da avaliação?
 • A avaliação tem sido muito mais punitiva e autoritária do que 
promotora de novas aprendizagens?
A partir desses questionamentos Lopes (2019) realizou uma pesquisa 
bibliográfica para compreender o tipo de avaliação da aprendizagem que 
beneficiará a heterogeneidade dos estudantes presentes no ambiente 
escolar. 
De acordo com Lopes (2019), a avaliação interna é considerada um 
problema da educação básica brasileira, pois muitas vezes a sua proposta 
não é a busca pela construção de novas aprendizagens e novos níveis de 
desenvolvimento para todos os estudantes. Para Franco (1993, p. 25, apud 
LOPES, 2019, p. 5), “[...] é evidente que o fracasso escolar, a evasão e a 
repetência estão relacionadas com a utilização de modelos inadequados, 
parciais e fragmentados de avaliação”.
Educação Inclusiva
35
Faz-se necessário engendrar e colocar em prática ações 
educativas com tendências mais democráticas e que 
levem os seres humanos a se desenvolverem em várias 
direções, o que pressupõe ensinar uma significativa, 
relevante e viva base de conhecimentos gerais a todos. 
Para Lima (2002, p. 40), as escolas poderão, dentro de suas 
limitações e possibilidades, participar da democratização 
da democracia. Nesse sentido, acredita-se que os 
educadores podem contribuir para a construção de uma 
democracia de fato e não apenas como discurso abstrato 
ou um tipo de democracia que serve apenas a uma 
minoria. (LOPES, 2019, p. 5)
Diante desta perspectiva Lopes (2019) explica que uma avaliação 
dialética e inclusiva é necessária, pois:
Com as heterogeneidades de alunos se impondo nas 
salas de aulas regulares, as quais, muitas vezes, vêm 
sendo negadas por práticas pedagógicas homogêneas e 
descontextualizadas da realidade e da vida dos alunos, a 
formação do professor deve prever momentos teóricos 
e práticos contínuos acerca do ensino voltado para as 
heterogeneidades social, biológica, cultural, econômica, 
de níveis de aprendizagem e de desenvolvimento, 
de interesses, de motivações dos alunos. Acredita-
se que quando a visão ou a concepção pedagógica é 
transformada, torna-se mais viável alcançar mudanças 
concretas nas práticas educativas. (LOPES, 2019, p. 6)
Entretanto, na prática, ainda está muito presente a avaliação 
tradicional, já que a pedagogia tradicional é predominante em muitas 
escolas. De acordo com Lopes (2019), a proposta dessa pedagogia é um 
mesmo tipo de aula para todos os estudantes, Logo, compreende-se 
que todos aprendem da mesma forma, consequentemente, tem-se um 
único de modelo de avaliação para todos. Esta proposta de pedagogia 
e avaliação nem sempre beneficiará todos os estudantes, devido às 
heterogeneidades de alunos das salas de aula regulares.
Educação Inclusiva
36
Figura 5 – Pedagogia Tradicional.
Fonte: Pixabay.
No século XX, surge um novo pensamento pedagógico, a 
pedagogia da existência. Lopes (2019) explica que na pedagogia da 
existência o estudante passa a ter o papel central no processo de ensino 
e aprendizagem. Diante deste contexto, o autor afirma “que uma das 
características da pedagogia da existência, aproxima-se de uma das 
características da avaliação dialética e inclusiva: a concepção de que 
cada indivíduo é único e tem suas especificidades” (LOPES, 2019, p. 7).
Paulo Freire faz críticas à pedagogia tradicional que ele 
chamou de pedagogia bancária, por ser conteudista, 
com valorização da memorização, etc., defendendo uma 
pedagogia ativa, centrada no interesse dos educandos, 
na relação dialógica e na troca de conhecimentos entre 
educador e educandos. Porém, uma diferença deve ser 
observada em relação à pedagogia nova ou escola novista 
e, essa diferença, situa-se no fato de que Paulo Freire 
esforçou-se para colocar essa concepção pedagógica 
(também conhecida como pedagogia libertadora) a 
serviço dos interesses das camadas populares. (SAVIANI, 
2009 apud LOPES, 2019)
Diante desta perspectiva de Paulo Freire, Lopes (2017) afirma que estar 
a serviço dos oprimidos, daqueles que têm suas necessidades educativas 
Educação Inclusiva
37
desconsideradas, negadas ou daqueles que são esquecidos nas salas de 
aulas regulares por apresentarem dificuldades para acompanhar o ensino 
homogêneo, faz toda a diferença enquanto concepção, visão de educação 
e de avaliação dos processos de ensino e de aprendizagem. 
[...] na perspectiva da avaliação dialética e inclusiva os 
conteúdos devem ser ensinados de forma significativa, 
crítica e não alienadora. E como ponto de aproximação 
da pedagogia da existência com a avaliação dialética e 
inclusiva, a preocupação com o desenvolvimento singular 
de cada ser humano, ou seja, a consideração de que 
cada sujeito é único e que por isso é necessário pensar 
em práticas educativas heterogêneas para atender as 
heterogeneidades: biológica, cultural, social, econômica, 
de nível de aprendizagem e de desenvolvimento, de 
interesse, de motivação. (LOPES, 2019, p. 11)
REFLITA:
“Acredita-se que as reflexões sobre a prática educativa de avaliação 
tradicional em confronto com a realidade de alunos cada vez mais 
heterogêneos nas salas de aulas regulares e da concepção de 
uma educação mais inclusiva (para todos tanto em relação ao 
acesso às escolas quanto ao acesso aos saberes escolares), vêm 
apontando para a necessidade de se concretizar novas práticas 
de avaliação dos processos de ensino e de aprendizagem. Nesse 
sentido, as discussões e reflexões sobre a questão da avaliação da 
aprendizagem que é melhor situada quando se trata de avaliação 
dos processos de ensino e de aprendizagem (não se concebendo 
avaliar apenas o processo de aprendizagem, pois é imprescindível 
avaliar também o processo de ensino) colocam-se como relevantes 
e necessárias para que novas formas de avaliação sejam propostas 
e colocadas em prática na instituição escolar”. (LOPES, 2019, p. 12)
De acordo com Lopes (2019), para mudar o processo de avaliação 
interna das escolas deve-se, primeiramente, alterar a forma de ensinar. 
Dessa forma, o autor afirma que a avaliação dialética e inclusiva é possível 
com uma prática pedagógica transformadora e contra-hegemônica “que 
busca superar o autoritarismo pedagógico e visa à participação dos alunos 
nos processos de ensino, de aprendizagem e de avaliação numa relação 
dialógica e dialética” (LOPES, 2019, p. 13).
Educação Inclusiva
38
Quadro 2 – Avaliação tradicional versus Avaliação Dialética e inclusiva.
Avaliação tradicional Avaliação Dialética e Inclusiva
Não adequada à realidade das turmas 
heterogêneas da escola.
Concepção dominante de educação e 
de sociedade (a ideologia burguesa).
Considera que todos os alunos 
aprendem da mesma forma.
É unilateral no sentido de que, na 
maioria das vezes, avalia somente o 
aluno e este, por sua vez, não pode 
avaliar o ensino ministradopelos 
professores.
Concebe o aluno como sujeito passivo 
que não participa do processo de sua 
própria avaliação.
Não fomenta a autocrítica dos 
professores sobre como se deu ou 
não se deu o processo de ensino com 
vistas à superação ou minimização 
dos problemas desse processo.
Preocupa-se mais com a emissão 
de notas do que com a real 
aprendizagem e desenvolvimento dos 
alunos e nem sempre colabora para 
o surgimento de novas ações e novas 
práticas pedagógicas voltadas para o 
atendimento das heterogeneidades.
Concepção de avaliação bancária 
e autoritária que vai se preocupar 
apenas com a verifi cação dos 
conhecimentos que foram 
depositados pelo professor em seus 
alunos, ignorando os processos, 
instrumentos e estratégias utilizadas 
para assimilação ou rejeição desses 
conhecimentos.
A avaliação é apenas um ato de 
cobrança e não uma atividade 
cognoscitiva, na qual professor e 
estudante discutem e refazem o 
conhecimento.
Adequada à realidade das turmas 
heterogêneas da escola.
Todos os alunos têm oportunidades para 
aprender e se desenvolver.
Comprometida com os alunos que: 
não sentem interesse por aulas que 
não consideram seus interesses. Têm 
suas possibilidades e potencialidades 
desconsideradas. Apresentam 
difi culdades escolares porque os 
níveis de desenvolvimento (zona 
de desenvolvimento real e zona de 
desenvolvimento proximal ou próxima) 
que possuem em relação ao conteúdo 
que está sendo ensinado nem sempre 
são ou não são conhecidos e/ou 
considerados pelos professores. 
“Rejeitam” aquilo que os docentes vêm 
tentando ensinar por meio de suas 
práticas educativas homogêneas, sem 
muito sucesso, haja vista que uma boa 
parcela de alunos acumula, ano após ano, 
difi culdades escolares de toda ordem nas 
diferentes disciplinas curriculares.
O professor e o aluno precisam ser 
sujeitos ativos no processo de avaliação.
O professor precisa agir como um 
mediador para que aconteçam 
novas aprendizagens e novos níveis 
de desenvolvimento para todos os 
estudantes.
Requer compromisso com os processos 
de ensino e de aprendizagem 
(erros, acertos, revisões, reajustes, 
conhecimento e trabalho educativo por 
parte dos professores em relação às 
zonas de desenvolvimento real e proximal 
dos alunos diante dos conteúdos que 
estão sendo ensinados em determinados 
momentos etc.).
Fonte: Adaptado de LOPES (2019)..
Educação Inclusiva
39
De acordo com Lopes (2019), a avaliação dialética inclusiva critica 
aquilo que não ocorre pela prática da avaliação tradicional de analisar a 
realidade sobre a avaliação dos processos de ensino e de aprendizagem. 
Diante desta perspectiva, o autor afirma que a avaliação dialética e 
inclusiva é mais adequada para a avaliação no contexto contemporâneo 
da instituição escola neste século XXI.
Considera-se que avaliar na escola só faz sentido se o 
objetivo maior for o de construir novas aprendizagens e 
novos níveis de desenvolvimento junto aos alunos, caso 
contrário a avaliação pode perder seu papel principal: o de 
ser um processo eminentemente educativo. A avaliação 
deve estar a serviço do ensino e da aprendizagem e não 
apenas a serviço do burocrático (da emissão de notas), 
devendo sempre ser mais um momento para que os 
alunos aprendam e se desenvolvam. Sob essa perspectiva, 
que é a perspectiva da avaliação dialética e inclusiva, 
ensino, aprendizagem e avaliação devem ser entendidos 
e praticados numa relação dialética, na qual cada um 
desses três processos (que apesar de suas especificidades, 
devem ser entendidos como indissociáveis), fomenta, (re) 
alimenta e colabora um com o outro para que todos os 
alunos possam aprender e se desenvolver nas diferentes 
disciplinas do currículo. (LOPES, 2019, p. 17)
Para Lopes (2019) a avaliação dialética e inclusiva contribui para os 
processos de democratização da democracia, uma vez que fomenta a 
participação ativa do estudante nos processos avaliativos, já que ele tem 
a possibilidade de avaliar o ensino e aprender a autoavaliar-se e também 
considera os processos e os desenvolvimentos singulares e contínuos 
dos estudantes. 
É necessário destacar que na avaliação dialética e inclusiva o papel 
do professor é ser provocador, mobilizador e mediador da aprendizagem 
e não um examinador que utiliza a avaliação para controlar e ter poder 
sobre os estudantes, cuja preocupação é com as notas do final de cada 
etapa, sendo que estas nem sempre representam de fato se houve ou 
não aprendizagem e ensino (LOPES, 2019). 
Educação Inclusiva
40
SAIBA MAIS:
Para aprofundar o seu conhecimento sobre a avaliação 
dialética e inclusiva e, avaliação tradicional, recomenda-se 
a leitura do artigo “Avaliação Tradicional e Avaliação dialética 
e inclusiva: contraposições” da autora Silmara Aparecida 
Lopes. O artigo foi publicado na revista Multidisciplinar em 
Educação, em 2019. Acesse clicando aqui.
Educação Inclusiva
https://www.researchgate.net/publication/333008160_Avaliacao_tradicional_e_avaliacao_dialetica_e_inclusiva_contraposicoes/fulltext/5cd628dc92851c4eab935b8e/Avaliacao-tradicional-e-avaliacao-dialetica-e-inclusiva-contraposicoes.pdf
41
RESUMINDO:
Nesta unidade fizemos uma comparação entre o processo 
de avaliação tradicional e a avaliação inclusiva. Para iniciar os 
estudos, foi apresentada a concepção de avaliação e que 
o processo de avaliar deve ser focado na aprendizagem do 
estudante no ensino ofertado, no sistema de ensino e nas 
competências e habilidades dos professores. Além disso, você 
aprendeu que o objetivo da avaliação não deve ser apenas 
identificar quanto do conteúdo estudado o aluno aprendeu, mas 
também, compreender e analisar os caminhos que permitiram 
a ele a construção desse conhecimento. Portanto, diante 
desta perspectiva, faz parte dos componentes avaliativos: a 
competência, a capacidade, a habilidade e a convivência. Em 
seguida, foram apresentadas duas modalidades de avaliação 
utilizadas pelos docentes no ambiente escolar: a formativa que 
é contínua e que considera toda a construção dos estudantes 
durante um determinado período e a somativa que considera 
os resultados finais, isto é, notas e conceitos. 
Para encerrar essa unidade, explicamos as diferenças entre os 
modelos de avaliação interna (tradicional e inclusiva), isto é, que 
acontece dentro do ambiente escolar. A avaliação tradicional 
considera que existe apenas uma forma de avaliar todos os 
estudantes, pois esse modelo está vinculado à concepção da 
pedagogia tradicional, que considera que todos os estudantes 
aprendem da mesma forma. Foi a partir da pedagogia da 
existência, uma prática pedagógica transformadora e contra-
hegemônica, que passou a considerar que cada sujeito é único. 
A partir daí, surge a avaliação dialética e inclusiva, em que os 
estudantes e os docentes são sujeitos ativos no processo de 
avaliação e, ainda, este modelo de avaliação se compromete 
com aprendizagem de todos os estudantes, mesmo aqueles 
que possuem qualquer dificuldade de aprendizagem ou 
aqueles que não têm interesse pelas aulas.
Educação Inclusiva
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Deficiencias e transtornos objeto da 
educação inclusiva 
OBJETIVO:
Neste capítulo você irá conhecer alguns tipos de deficiência 
muito presentes no ensino regular. O objetivo é identificar 
esses tipos de deficiência e reconhecer as necessidades 
educacionais especiais dos sujeitos que possuem a 
deficiência. Para iniciar, vamos definir o que é deficiência.
A Organização Mundial de Saúde define deficiência como 
o nome dado a toda perda ou anormalidade de uma 
estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica 
e, por este conceito, deficiente é todo aquele que tem 
um ou mais problemas de funcionamento ou falta de 
parte anatômica, acarretando com isto dificuldades de 
locomoção, percepção, pensamento ou relação social. 
(CAMPBELL, 2009, p. 93) 
Segundo Campbell (2009) as deficiências podem ser congênitas, 
hereditárias ou adquiridas por doenças, acidentes ou emdecorrência 
do processo de envelhecimento, com a perda progressiva de alguma 
habilidade. Vamos conhecer algumas deficiências?
Figura 6: Deficiências.
Fontes: Pixabay.
Educação Inclusiva
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Tipos de deficiência
Deficiência física
Esta deficiência está relacionada com a mobilidade do indivíduo, 
coordenação motora geral ou da fala. De acordo com Campbell (2009), 
esta deficiência pode ser em decorrência de lesões neurológicas, 
neuromusculares e ortopédicas, ou também, pode ser devido à má 
formação congênita ou adquiridas por meio de acidentes, uso de 
medicamentos ou doenças durante a gestação, tais como, hanseníase ou 
poliomielite. 
É considerada pessoa portadora de deficiência física 
aquela que apresenta alteração completa ou parcial 
de um ou mais segmentos do corpo, acarretando o 
comprometimento da função física, apresentando-
se sob forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, 
monoparesia, tetraplegia, [...]. (CAMPBELL, 2009, p. 95) 
SAIBA MAIS:
Leia o artigo Inclusão escolar de alunos com deficiência 
física: conquistas e desafios das autoras Flávia Natália 
Ramos da Silva e Maria Neli Volpini, publicado em 2014. 
O presente artigo explica a necessidade de a escola ter 
uma estrutura adequada para atender os estudantes com 
deficiência física. Acesse clicando aqui.
Deficiência Auditiva
A deficiência auditiva pode ser categorizada pelo grau de perda: 
leve, moderada, severa e profunda. De acordo com Campbell (2009) a 
surdez representa a incapacidade parcial ou total de audição. Dessa forma, 
o deficiente auditivo é classificado como surdo, “quando sua audição não 
é funcional na vida comum. Hipoacústico é aquele cuja audição, ainda 
que deficiente, é funcional com ou sem prótese auditiva” (CAMPBELL, 
2009, p. 96). 
Vamos rever um pouco da história das pessoas com esta deficiência 
(FERNANDES, 2012)?
Educação Inclusiva
https://www.unifafibe.com.br/revistasonline/arquivos/cadernodeeducacao/sumario/31/04042014073755.pdf
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As primeiras iniciativas na educação de Surdos, já no século XVI, com 
ênfase aos famosos personagens (obviamente não surdos) que a 
empreenderam.
A fundação das instituições especializadas pioneiras no contexto 
europeu e, posteriormente, no brasileiro entre 1850 e 1950.
Os avanços médicos e tecnológicos que permitiram conhecer a 
anatomia e a fisiologia da audição, assim como buscar a cura e o 
tratamento dos déficits auditivos, destacando-se nesse ponto as 
fonoterapias, os aparelhos auditivos e o imolante coclear.
O embate metodológico entre correntes gestualistas e oralistas na 
comunicação e na educação de Surdos, com predomínio da filosofia 
oralista, cujo principal objetivo é a reabilitação da audição e da fala 
como pressuposto para integração social das pessoas surdas.
Durante um bom tempo as pessoas surdas foram vítimas de uma 
concepção equivocada que vinculava a surdez à falta de inteligência 
(FERNANDES, 2012). Elas eram marginalizadas pois acreditava-se que, 
como elas não podiam falar, não conseguiriam desenvolver a linguagem. 
Logo, as pessoas surdas eram consideradas incapazes de pensar, 
portanto, não tinham a capacidade de aprender. 
Audição é um fator-chave na manutenção de trocas 
intelectuais, mas possivelmente ainda mais importante. A 
audição dá o sentimento de participação e segurança, e 
muitos surdos demonstram uma grande agressividade por 
querer se comunicar e não poder ou por não compreender 
o que os outros lhe dizem. (CAMPBELL, 2009, p. 97)
Diante deste contexto, é importante evidenciar que a criança surda 
precisa do apoio e aceitação dos pais para desenvolver a aprendizagem 
e a integração social. Campbell (2009) explica que os pais deverão 
promover um ambiente favorável, isto é, necessário ter compreensão e 
Educação Inclusiva
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paciência para repetir incansavelmente as mesmas informações para que 
a comunicação seja feita de maneira espontânea. Assim, de acordo com 
a autora, ao chegar à fase da escolarização, a criança já estará apta à 
inclusão e necessitará cada vez menos dos pais, pois será acompanhada 
pelo professor e terá contato com os colegas surdos e ouvintes.
É importante lembrar da Lei 13.146 (Lei Brasileira de Inclusão da 
pessoa com Deficiência):
Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, 
desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e 
avaliar:
IV – oferta de educação bilíngue, em Libras como primeira 
língua e na modalidade escrita da língua portuguesa como 
segunda língua, em escolas e classes bilíngues e em 
escolas inclusivas;
XII - oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille e de 
uso de recursos de tecnologia assistiva, de forma a ampliar 
habilidades funcionais dos estudantes, promovendo sua 
autonomia e participação;
§ 2º Na disponibilização de tradutores e intérpretes da 
Libras a que se refere o inciso XI do caput deste artigo, 
deve-se observar o seguinte:
I - os tradutores e intérpretes da Libras atuantes na 
educação básica devem, no mínimo, possuir ensino médio 
completo e certificado de proficiência na Libras; 
II - os tradutores e intérpretes da Libras, quando 
direcionados à tarefa de interpretar nas salas de aula dos 
cursos de graduação e pós-graduação, devem possuir 
nível superior, com habilitação, prioritariamente, em 
Tradução e Interpretação em Libras. (BRASIL, 2015)
Educação Inclusiva
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IMPORTANTE:
Surdo-mudo: apague essa ideia!
Embora muito usada, as expressões surdo-mudo ou 
mudinho, são pejorativas e exemplificam uma visão 
preconceituosa sobre as pessoas surdas. Os surdos não 
são mudos, apenas não falam porque não ouvem, mas 
têm o aparelho fonoarticulatório em plenas condições 
de funcionamento para produção vocal, se for o caso. 
Há serviços de reabilitação oral, desenvolvidos por 
fonoaudiólogos, que têm como objetivo o desenvolvimento 
da oralidade, caso as pessoas surdas optem por aprender 
essa modalidade de comunicação (FERNANDES, 2012).
Deficiência Visual
As causas da deficiência visual são diversas, inclusive, podem 
acontecer antes do nascimento, durante o parto ou durante o crescimento 
do indivíduo. A criança com deficiência visual precisa do apoio da família 
para se desenvolver e se tornar independente na fase adulta. Entretanto, 
ela também precisará de especialistas, médicos e de todas as pessoas 
que participam da sua criação. Segundo Mosqueira (2012), o professor 
precisa compreender as causas da deficiência e também conhecer 
como foi o desenvolvimento dos primeiros anos de vida do aluno, para 
que ele possa elaborar os planos que contribuirão para a inclusão e a 
aprendizagem desta criança.
Mas, o que é deficiência visual? Campbell (2009, p. 111) define a 
deficiência visual com “a redução ou perda total da capacidade de ver 
com o melhor olho e após a melhor correção óptica possível”. Existem 
vários graus de acuidade visual, tais como:
- a cegueira: perda da visão, em ambos os olhos, de menos 
de 01 no melhor olho após correção, ou um campo visual 
não excedente a 20 graus, no maior meridiano do melhor 
olho, mesmo com o uso de lentes de correção;
- visão reduzida: acuidade visual dentre 6/20 e 6/60, no 
melhor olho, após correção máxima. (CAMPBELL, 2009, p. 
111)
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De acordo com Campbell (2009), como a cegueira representa a perda 
total ou o resíduo mínimo da visão, a pessoa precisará utilizar o método 
Braille para leitura e escrita. Além disso, a escola deverá fornecer recursos 
didáticos e equipamentos especiais para a educação dos estudantes com 
deficiência visual total. No caso dos estudantes com deficiência visual 
reduzida, o estudante terá condição de ler impressos, desde que tenha 
acesso a recursos didáticos adaptados ou utilize equipamentos especiais 
que permitam a leitura dos mesmos.
SAIBA MAIS:
Leia o artigo Acessibilidade e inclusão de uma aluna 
com deficiência visual na escola e na educação física das 
autoras Jane Márcia Mazzarino, Atos Falkencach e Simone 
Rissi. Este

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