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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DISCIPLINA DE MECÂNICA DOS SOLOS I SEMESTRE 2024.2 WESLEY DA SILVA COUTINHO GRANULOMETRIA POR PENEIRAMENTO FORTALEZA 2024 1. INTRODUÇÃO A granulometria por peneiramento é um método amplamente utilizado na caracterização de materiais particulados, como solos, agregados e outros materiais granulares, desempenhando um papel crucial em diversas áreas da engenharia, especialmente na mecânica dos solos e na engenharia civil. Esse procedimento consiste em classificar as partículas de uma amostra com base em seu tamanho, através do uso de peneiras padronizadas (PINTO, 2006). Para o reconhecimento do tamanho dos grãos de um solo, realiza-se a análise granulométrica, que consiste em duas fases: peneiramento e sedimentação (PINTO, 2006). O peso do material que passa em cada peneira, referido ao peso seco da amostra, é considerado como a “porcentagem que passa”. A análise por peneiramento tem como limitação a abertura da malha das peneiras, que não pode ser tão pequena quanto o diâmetro de interesse. A menor peneira costumeiramente empregada é a de n° 200, cuja abertura é de 0,075 mm (PINTO, 2006). De acordo com o site LAGETEC, o conhecimento detalhado da distribuição granulométrica permite classificar os solos como bem ou mal graduados. A curva granulométrica apresenta intervalos de variação do tamanho das partículas de cada um dos solos, sendo utilizada na classificação textural dos solos. Ela permite também, obter valores de diâmetros necessários ao cálculo de parâmetros como os coeficientes de uniformidade e curvatura do solo. Este relatório visa descrever detalhadamente o procedimento do ensaio de granulometria por peneiramento, incluindo os materiais utilizados, a metodologia empregada e os resultados obtidos. Adicionalmente, serão discutidas as implicações práticas dos resultados e as limitações associadas ao método. 2. MATERIAIS E MÉTODOS 2.1. Materiais utilizados ● Amostra de solo seco ao ar ● Peneiras de 50, 38, 25, 19, 9.5, 4.8, 2.0 mm ● Estufa capaz de manter a temperatura entre 105° C e 110° C; ● Balança de precisão, sensível a 0,01 g; ● Almofariz ● Cápsula metálica ● Colher ● Recipientes para armazenar as amostras de solo Figura 01 - Ensaio de granulometria por peneiramento Fonte: autoral 2.2. Procedimento Experimental 2.2.1. Peneiramento grosso ● Trabalha-se com uma amostra representativa de solo, obtida do repartidor de amostras, passada no almofariz e destorroada. A amostra do ensaio foi de 1500 g; ● Passa-se o material destorroado na peneira Nº 10 (2,0 mm). O material que fica retido na peneira deverá ser lavado na própria peneira. Desta forma será retirado todo material fino aderente aos grãos do material retido; ● Transfere-se o material retido e lavado para uma das cápsulas numeradas e leva-se à estufa para secagem, durante um período de no mínimo 12 horas; ● Procede-se ao peneiramento o material seco nas peneiras 38,1 – 25,4 – 19,1 – 9,5 – 4,8 e 2,00 mm de diâmetro. Pesam-se as frações do material retidas em cada peneira; ● Calculam-se as porcentagens do material retido em cada uma das peneiras, em relação ao peso da amostra total seca. 2.2.2. Peneiramento fino ● Do material que passou na peneira n° 10, tira-se a umidade (w) e usa-se uma amostra de solo - mh (70g siltoso ou argiloso e 120g arenoso). Com o mh e a umidade (w), determina-se ms; ● Verte-se o material na peneira n° 200 e lava-se em água; ● Seca-se o material retido e lavado na peneira n° 200 e procede-se ao peneiramento fino; ● Passa-se o material seco nas peneiras com abertura de 1.20, 0.60, 0.42, 0.25, 0.15 e 0.075 mm. 2.3. Cálculos e Resultados 2.3.3. Determinação do peso da amostra total seca: Determina-se o peso total da amostra seca pela seguinte relação: 𝑀 𝑠 = 𝑀 𝑔 + ( 𝑀 𝑇 − 𝑀 𝑠 100 + 𝑤 ) × 100 Onde, MT = massa total da amostra úmida (g) Mg = massa do material retido na peneira de 2,00 mm (g) w = umidade higroscópica do material passado na peneira Nº 10. MS = massa total da amostra seca (g) As porcentagens do material que passa nas peneiras 50; 38; 25; 19; 12; 9; 5; 4,8 e 2,00 mm (peneiramento grosso) são calculadas pela expressão: % 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑎 = 𝑀 𝑆 −(𝑀 1 +𝑀 2 + ... +𝑀 𝑖 ) 𝑀 𝑆 × 100 Onde, MS = massa total da amostra seca (g) M1 + M2 + … + Mi = massa do material retido acumulado No peneiramento fino, a massa seca é obtida através da seguinte expressão: 𝑚 𝑠 = 𝑚 ℎ 1 + 𝑤 Onde, ms = massa total de solo seco da amostra (g) mh = massa de solo úmido utilizada (120 g) w = umidade higroscópica do material passado na peneira Nº 10. 3. APRESENTAÇÃO E ANÁLISES DOS RESULTADOS 3.1. Ensaio do peneiramento grosso Primeiramente, para determinação do teor de umidade, utilizou-se a seguinte fórmula: 𝑤(%) = 𝑃𝐵𝐻 − 𝑃𝐵𝑆 𝑃𝐵𝑆 − 𝑃𝐶 × 100 Onde, PBH = peso total da cápsula + solo úmido PBS = peso da cápsula + solo seco PC = peso da cápsula vazia Substituindo os valores, tem-se que: 𝑤(%) = 77,37 − 75,51 75,51 − 15,51 × 100 𝑤(%) = 3, 1 O valor da massa total da amostra seca, portanto, é: 𝑀 𝑠 = 778, 50 + ( 1500 − 778,50 100 + 3,1 ) × 100 = 1478,31 g𝑀 𝑠 A tabela a seguir apresenta os resultados obtidos através do peneiramento grosso, ou seja, da massa de material retida até a peneira n° 10 (2,00 mm). Tabela 3.1 - Dados obtidos através do peneiramento grosso Peneira nº Abertura (mm) Massa retida (g) Massa acumul. retida (g) % acumul. retida (g) % passa 2’’ 50,00 0,00 0,00 0,00 100,00 1 1/2" 38,00 0,00 0,00 0,00 100,00 1" 25,00 0,00 0,00 0,00 100,00 3/4" 19,00 35,57 35,57 2,41 97,59 3/8" 9,50 159,64 195,21 13,20 86,80 nº 4 4,80 294,62 489,83 33,13 66,87 nº 10 2,00 223,80 713,63 48,27 51,73 Fonte: autoral 3.2. Ensaio do peneiramento fino Para o cálculo da massa de solo seco (ms) para o ensaio do peneiramento fino, o valor obtido do cálculo foi: 𝑚 𝑠 = 120 1 + 0,031 ,𝑚 𝑠 = 116, 39 𝑔 De acordo com a norma, todas as porcentagens que passam devem ser multiplicadas pelo porcentagem que passa na peneira nº 10 (N) para que se refira a amostra de solo total seca (Ms) utilizada no ensaio. Na tabela abaixo constam os dados obtidos através do peneiramento fino: Tabela 3.1 - Dados obtidos através do peneiramento fino Peneira nº Abertura (mm) Massa retida (g) Massa acumul. retida (g) % acumul. retida (g) % passa - 1,20 9,10 9,10 7,82 47,68 - 0,60 5,92 15,02 12,90 45,05 n° 40 0,42 2,07 17,09 14,68 44,13 - 0,25 2,14 19,23 16,52 43,18 n° 100 0,15 8,05 27,28 23,44 39,60 n° 200 0,075 15,67 42,95 36,90 32,64 Fonte: autoral A partir dos resultados obtidos através dos cálculos apresentados nas tabelas dos ensaios de peneiramento grosso e peneiramento fino, foi possível construir o gráfico da curva granulométrica com o auxílio do Excel, conforme abaixo: Gráfico 01 - Curva granulométrica dos ensaios de peneiramento grosso e fino Fonte: autoral Figura 02 - Amostras de solo após a realização dos ensaios de peneiramento grosso e fino Fonte: autoral CONCLUSÃO O ensaio de limites de consistência forneceu dados fundamentais para caracterizar o solo analisado, revelando propriedades relacionadas ao comportamento mecânico e à plasticidade em função do teor de umidade. A análise confirmou que o solo apresenta alta plasticidade, conforme as classificações de referência. Solos com alta plasticidade tendem a apresentar maior sensibilidade às variações de umidade e comportamento expansivo, características que devem ser cuidadosamente consideradas em projetos geotécnicos. Os resultados obtidos destacaram a precisão dos métodos normatizados e a importância de parâmetros como o índice de plasticidade (IP) para classificar e prever o comportamento do solo. Essa informação é crucial para determinar sua adequação em diferentes contextos, como fundações, pavimentações e obras de contenção, auxiliando na tomada de decisões mais seguras e embasadas. A confiabilidade dos dados reforça a relevância do controle rigorosodurante o ensaio, bem como o uso de ferramentas como o Excel para interpretar os resultados com maior exatidão. Assim, o estudo contribui não apenas para a compreensão teórica dos limites de consistência, mas também para sua aplicação prática no contexto da mecânica dos solos. BIBLIOGRAFIA ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas - NBR 7181. Solo - Análise Granulométrica, 1984. PINTO, C. S. - Curso Básico de Mecânica dos Solos, 3ª Edição - São Paulo: Oficina de Textos, 2006. LAGETEC, Laboratório de Geotécnica e Prospecção - Determinação da granulometria. Disponível em: http://www.lagetec.ufc.br/wp-content/uploads/2017/08/An%C3%A1lise-granulom%C3%A9tr ica-de-material-granular-por-peneiramento-e-sedimenta%C3%A7%C3%A3o-em-meio-l%C3 %ADquido1.pdf. Acesso em Dezembro/2024 http://www.lagetec.ufc.br/wp-content/uploads/2017/08/An%C3%A1lise-granulom%C3%A9trica-de-material-granular-por-peneiramento-e-sedimenta%C3%A7%C3%A3o-em-meio-l%C3%ADquido1.pdf http://www.lagetec.ufc.br/wp-content/uploads/2017/08/An%C3%A1lise-granulom%C3%A9trica-de-material-granular-por-peneiramento-e-sedimenta%C3%A7%C3%A3o-em-meio-l%C3%ADquido1.pdf http://www.lagetec.ufc.br/wp-content/uploads/2017/08/An%C3%A1lise-granulom%C3%A9trica-de-material-granular-por-peneiramento-e-sedimenta%C3%A7%C3%A3o-em-meio-l%C3%ADquido1.pdf