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ROTEIRO SIMPLIFICADO PARA REALIZAÇÃO DE NECROPSIA EM PEQUENOS ANIMAIS Curso: Medicina Veterinária Unidade Curricular: Medicina Investigativa Professoras: Maíra Lima e Ilanna Pristo Roteiro simplificado para realização de necropsia em pequenos animais 1. Paramentação • Luvas de látex; • Macacão, jaleco ou avental; • Sapato fechado (botas de borracha); • Retirar anéis, relógio ou outros acessórios; • Máscara, óculos e touca (opcionais). 2. Material • Faca de órgãos; • Costótomo (alicate de jardinagem); • Tesoura reta romba-romba; • Pinça dente de rato; • Pinça anatômica; • Serra; • Frasco com formol a 10% (quando necessário); • Barbante para fixar o cadáver à mesa. 3. Avaliação – Laudo de necropsia • Em anexo será fornecido: 1. Roteiro de um modelo de laudo realizado por um patologista veterinário. 2. Ficha de protocolo de necropsia que deverá ser preenchida conforme o que será observado pelo aluno na prática de necropsia. 3. Nessa ficha deverá conter os achados observados, em formato de texto, com a chamada para a figura respectiva. 4. Todos os grupos deverão fotografar as estruturas observadas e adicionar no laudo. 5. O trabalho deverá conter: capa organizada, laudo de necropsia, figuras dos achados e conclusão. TÉCNICA DE NECROPSIA 1. Exame externo O exame externo consiste em observar e detectar alterações quanto ao estado geral do animal, incluindo estado nutricional, presença de ectoparasitas, escaras e escoriações, cicatrizes, presença de neoplasia, alterações cadavéricas, exame da cavidade oral e situação das mucosas (oral, ocular, vaginal, peniana e anal), portanto, qualquer alteração externa observada no cadáver. A) Identificação: espécie, sexo, idade, raça, peso, marcas características, estado nutricional, rigidez e alterações cadavéricas; B) Pelame: cor, aspecto; C) Pele: coloração, elasticidade, corpo estranho, umidade, lesões, parasitas (figura 2); D) Cavidades naturais: olhos, narinas, boca, ouvidos, ânus e genitais (Figura 3, 4, 5 e 6). 2. Posicionamento O animal deve ser, quando possível, fixado à mesa com barbantes posicionados acima das articulações do carpo e tarso, com o cadáver em decúbito dorsal (vista ventral) (Figura 1). Figura 1 Figura 2 Figura 3 Figura 4 Figura 5 Figura 6 3. Técnica de Necropsia para Cães e Gatos • Iniciar a abertura do cadáver com uma incisão longitudinal (abertura primária ou incisão primária), iniciando no mento e seguindo pela linha média até o púbis (Figura ao lado). Em machos são feitos cortes laterais ao pênis, que é rebatido caudalmente. • Rebater a pele lateralmente. Separar os membros anteriores do corpo com a secção da musculatura peitoral (Figura abaixo: esquerda). Nos membros posteriores é desarticulada a articulação coxo-femoral (Figura abaixo: direita). Assim o animal permanece numa posição estável de decúbito dorsal. Observar o tecido subcutâneo, músculos e linfonodos superficiais. Pele rebatida lateralmente e secção da musculatura peitoral. Articulação coxo-femoral desarticulada. • A abertura da cavidade abdominal é feita por uma incisão na linha média que se estende do apêndice xifóide até o púbis (Figura abaixo: esquerda). Verificar a presença de líquido. E lateralmente fazer uma abertura de cada lado da musculatura abdominal, acompanhando a curvatura da última costela (Figura abaixo: direita). Incisão abdominal na linha média. Abertura lateral da musculatura abdominal. • Com o costótomo, realizar a desarticulação costocondral em todos os pontos de fixação das costelas (Figura da esquerda). Com o mesmo instrumento, cortar os ramos cranial e caudal do púbis - forame obturador (Figura da direita). • Neste momento, é possível visualizar os órgãos “in situ” nas cavidades torácica, abdominal e pélvica; Desarticulação costocondral bilateral e retirada do esterno. Desarticulação e retirada do púbis. • Examinar as vísceras torácicas e abdominais in situ (Figura ao lado). Verificando se há ou não alteração de posição. Posição normal das vísceras torácicas e abdominais. Cabeça: (Instrumentos: faca, serra, tesoura curva e faca de órgãos) 1. Realizar incisão sagital da pele desde a região supra-orbitária até o occipital. 2. Seccionar e retirar toda a musculatura craniana, expondo a superfície óssea da calota craniana. 3. Posicionar a serra transversalmente, dois dedos acima das órbitas oculares, e serrar em sentido látero-lateral. 4. Realizar mais duas linhas de corte laterais, sempre seguindo a face interna dos occipitais, fazendo com que as mesmas encontrem o corte transversal. 5. Retirar a calota craniana e as meninges. Com a tesoura curva, cortar os nervos cranianos na base do encéfalo e retirar o cérebro inteiro da caixa craniana (Figuras). Marcação dos locais onde são feitos os cortes no crânio para retirada do encéfalo. Retirada da calota craniana e exposição do encéfalo. 6. Fazer duas incisões na face lateral interna da mandíbula para que se consiga remover a língua (Figuras). 7. Seccionar o palato mole e desarticular os Hióides 8. Dissecar e remover a língua, laringe, traquéia, esôfago, coração e grandes vasos e pulmões. Cavidade torácica 9. Em sequência, soltar a traqueia e o esôfago entre as fáscias musculares cervicais até a entrada da cavidade torácica. Puxar o monobloco para que este descole em toda a extensão torácica até o diafragma; 10. Cortar o pulmão para análise do parênquima. Observar e comparar as tireoides 11. Traqueia: abrir toda a extensão na porção membranosa com o auxílio da tesoura. Seguir a abertura até os principais ramos bronquiais de cada lobo pulmonar. (Figuras). 12. Pulmão: realizar cortes transversais em toda a extensão dos lobos pulmonares e examinar a superfície de corte. 13. Esôfago: abrir em todo o seu comprimento como uma extensão da abertura estomacal Abertura do esôfago. Abertura da traqueia e dos brônquios. 14. Coração: abertura do saco pericárdio e exposição do coração (Figura). Iniciar a abertura com uma incisão que segue da base ao ápice do coração e examinar câmaras, músculos e válvulas cardíacas (Figura 8). 15. Observar as válvulas e o conteúdo. Abertura do saco pericárdico. Abertura do lado direito do coração. Corte da válvula átrio ventricular esquerda para visualização da Aorta. Lado esquerdo do coração após a abertura, com visualização da Aorta. Cavidade abdominal 16. Prosseguir então com a remoção do omento e do baço, cortando as inserções na curvatura maior do estômago e do mesentério (Figura). 17. Baço: Separar o baço do omento e realizar incisão esplênica longitudinal completa, examinando a superfície de corte. Retirada do omento e baço. 18. Fígado: cortes transversais em toda a extensão hepática e exame da superfície de corte. Abrir a vesícula biliar com o auxílio de pinça e tesoura - examinar conteúdo e mucosa (Figuras abaixo). 19. Fazer então uma ligadura dupla no reto e outra no duodeno na porção final do pâncreas. Seccionar então o reto e o duodeno e suas inserções mesentéricas à cavidade abdominal, retirando o intestino delgado, intestino grosso e ceco. 20. Pâncreas: Realizar cortes transversais e examinar a superfície de corte. 21. Intestinos: deve ser posicionado em forma de “zig-zag” o intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo) e, em seguida, o intestino grosso. Abrir os intestinos junto a porção mesentérica em toda a sua extensão. Examinar o conteúdo e as mucosas intestinais. Ligadura dupla no reto e secção. Ligadura dupla no duodeno e secção. 22. Estômago: seguir a abertura do piloro até acárdia pela curvatura maior do estômago, com o auxílio da tesoura e examinar o conteúdo e a mucosa estomacal. Material adaptado Genito-urinário 23. Rins: realizar um corte sagital em ambos os rins, retirando suas respectivas cápsulas com o auxílio da pinça. 24. Examinar a superfície de corte. 25. Adrenais: corte longitudinal e exame da superfície de corte. 26. Abrir os ureteres. Abrir a bexiga e a uretra indo até o final do pênis (no caso do macho) ou a vulva (no caso da fêmea) 27. Fêmeas: Realizar abertura e exame da vagina, cérvix, cornos uterinos e ovários 28. Machos: Examinar testículos (corte sagital), epidídimo e próstata (cortes transversais).