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6_PROCESSOS EVOLUTIVOS NOS SISTEMAS ECOLÓGICOS (II) (1).pdf

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PROCESSOS EVOLUTIVOS NOS 
SISTEMAS ECOLÓGICOS (II): 
naturalistaemcena.blogspot.com 
Fatores 
externos e a 
distribuição 
dos 
organismos 
O conhecimento científico já acumulado pode 
comprovar que: 
 
“Nosso mundo não foi construído por alguém 
que pegou as espécies uma a uma, testou-as em 
um tipo de ambiente e moldou-as, de modo que 
cada uma delas encontrasse seu local perfeito. 
Em nosso mundo, as espécies vivem em um 
lugar por razões que com frequência são, ao 
menos em parte, acidentes da história” 
 
(BEGON, TOWNSEND, HARPER, 2007) 
A maioria dos organismos ocupa uma área geralmente mais 
restrita que sua área possível, considerando-se sua capacidade 
de propagação e sua amplitude ecológica. 
Organismos da Austrália: folhas e flores de Eucalyptus; inflorescência de 
uma espécie de Banksia; canguru-vermelho. 
plantsystematics.org 
ENTÃO, VAMOS VOLTAR À PERGUNTA: 
 
Por que existem tantos tipos de organismos e 
por que suas distribuições são tão restritas? 
 
Já sabemos que: 
 
Uma resposta adequada deve envolver a 
compreensão de processos evolutivos. 
 
 
Já vimos que: 
As adaptações a fatores ambientais e bióticos e a 
seleção natural contribuem para as variações intra-
específicas e para a evolução dos organismos. 
PARA UMA COMPREENSÃO DA DISTRIBUIÇÃO DOS SERES 
VIVOS TAMBÉM DEVEMOS CONSIDERAR: 
 
As variações nos fatores ambientais ao longo 
do tempo geológico 
(os “acidentes da história”): 
 
Formação de ilhas 
Deriva continental 
Modificações climáticas 
 
Há 14 espécies de 
tentilhões nas ilhas 
Galápagos. 
Cada espécie tem uma 
forma altamente 
característica do bico. 
Darwin focalizou seu 
estudo na ligação entre 
a forma do bico e o 
alimento e hábitat de 
cada espécie. 
ILHAS E ESPECIAÇÃO 
TOWNSEND; BEGON; HARPER, 2006 
biogilde.wordpress.com 
As 14 espécies de 
tentilhões de Galápagos 
evoluíram de uma única 
espécie ancestral 
proveniente do continente 
centro-americano. 
 
Evoluíram 
reprodutivamente isoladas. 
 
Tornaram-se não 
intercruzáveis. 
 
Juntas posteriormente, 
exploraram diferentes 
nichos. 
O processo de divergência evolutiva 
dessas espécies aconteceu em menos 
de 3 milhões de anos. 
EFEITOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS SOBRE A EVOLUÇÃO E A 
DISTRIBUIÇÃO DAS ESPÉCIES 
Mudanças de temperatura em Vostok, Antártica (Petit, 2000). Períodos 
interglaciais são marcados em verde. 
Períodos glaciais: expansão das sps polares, retrocesso 
ou desaparecimento de sps temperadas e subtropicais. 
 
Períodos interglaciais: movimentos inversos 
http://www.skepticalscience.com 
A mudança do clima acompanhando a glaciação causou 
deslocamentos nas distribuições de árvores no leste da América do 
Norte, desde o Pleistoceno, há 18 milhões de anos, até as 
distribuições mais recentes, que acompanharam o recuo das geleiras. 
(RICKLEFS, 2003) 
(a)Distribuição atual das florestas tropicais na América do Sul. 
(b)Possível distribuição dos refúgios de floresta tropical no pico do 
último período glacial (são hot-spots atuais de diversidade de 
espécies). 
 
TOWNSEND; BEGON; HARPER, 2006 
A amplitude de deslocamento das árvores no 
passado, durante os períodos de aquecimento, era 
de 20 a 40Km por século. 
 
Projeções para o século XXI determinam 
amplitudes de deslocamentos a taxas de 300 a 
500Km por século. 
 
A espécie arbórea Picea critchfeldii foi extinta há 
15mil anos, num período de aquecimento pós-glacial 
rápido. Outras extinções podem resultar de 
mudanças futuras ainda mais rápidas. 
 
O EFEITO DA DERIVA CONTINENTAL SOBRE A EVOLUÇÃO E 
A DISTRIBUIÇÃO DAS ESPÉCIES 
(RICKLEFS, 2003) 
A DISTRIBUIÇÃO DAS 
AVES SEM VÔO 
POTENTE MOSTRAM 
A CONEXÃO ENTRE 
OS CONTINENTES 
DO SUL QUE 
FORMARAM A 
GONDUANA 
A divisão de uma 
população ancestral 
amplamente distribuída 
pela deriva continental 
é chamada de 
vicariância 
 
(RICKLEFS, 2003) 
EVOLUÇÃO CONVERGENTE 
Produz estruturas análogas (similares na forma ou função), mas não 
homólogas (derivadas de uma estrutura equivalente e ancestral comum). 
A convergência é uma evidência do poder das forças evolutivas 
em moldar a mesma forma a partir de materiais diferentes 
(relação com estrutura e função). 
 
(a) pica-pau europeu 
(b) Beija-flor havaiano 
(c) Tentilhão pica-pau de Galápagos 
(d) Huia macho da Nova Zelândia (extinto) 
(e) Huia fêmea da Nova Zelândia (extinta) 
(RICKLEFS, 2003) 
Diversas aves não aparentadas se adaptaram por convergência para 
extrair insetos da madeira. 
EVOLUÇÃO PARALELA 
As florestas pluviais na África e 
na América do Sul são habitadas 
por plantas e animais que têm 
origens evolutivas diferentes, 
mas mostram semelhanças 
impressionantes na aparência, 
no hábito e, geralmente, em 
estilo de vida. 
Assume-se que a quantidade de 
espécies e os aspectos de estrutura e 
função na comunidade são 
determinados principalmente pelas 
condições ambientais locais. 
“A evolução é como uma 
‘latoaria’. Ela não cria formas 
ideais a partir de material original 
ideal. Ela ‘remenda’ o que pode, 
a partir daquilo que encontra 
disponível naquele momento.” 
(JACOB, geneticista francês) 
REFERÊNCIAS 
 RICKLEFS, R. E. A economia da natureza. Rio de Janeiro: Editora 
Guanabara Koogan, S.A., 2003. 
 
 TOWNSEND, C. R.; BEGON, M.; HARPER, J. L. Fundamentos em 
ecologia. Porto Alegre: Artmed, 2006. 
 
 BEGON, M.; TOWNSEND, C. R.; HARPER, J. L. Ecologia: de 
indivíduos a ecossistemas. Porto Alegre: Artmed, 2007.

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