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Prévia do material em texto

Curso de 
Assistência de Enfermagem 
em Pós-operatório 
 
 
 
 
MÓDULO II 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos na Bibliografia Consultada.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
MÓDULO II 
 
PRÉ-OPERATÓRIO: CUIDADOS DE ENFERMAGEM 
 
Quando falamos em assistência de enfermagem no pré-operatório, antes se 
torna necessário expor sobre algumas conceituações utilizadas na prática do 
cuidado, a fim de tornar mais fácil o aprendizado. 
O conhecimento que fundamenta o cuidado de enfermagem deve ser 
construído na intersecção entre a filosofia, que responde à grande questão 
existencial do homem, a ciência e tecnologia, tendo a lógica formal como 
responsável pela correção normativa e a ética, numa abordagem epistemológica 
efetivamente comprometida com a emancipação humana e evolução das 
sociedades. 
A assistência de enfermagem no pré-operatório envolve inúmeras questões 
que vão, desde os aportes tecnológicos disponíveis até a condição de 
esclarecimento em saúde do indivíduo fonte do cuidado. 
A enfermagem pré–operatória é uma expressão utilizada para descrever um 
leque de funções de enfermagem desenvolvidas na experiência cirúrgica. A palavra 
perioperatório é um termo que incorpora três fases da experiência cirúrgica – pré-
operatório, intra-operatório e pós-operatório. Neste curso, iremos tratar, mais 
especificamente dos períodos pré-operatório e pós –operatório, que serão objeto de 
estudo mais detalhado das ações de enfermagem. 
CONCEITOS BÁSICOS 
 
O pré-operatório é o período de tempo que tem início no momento em que 
se reconhece a necessidade de uma cirurgia, e termina no momento em que o 
paciente chega à sala de operação. Observa-se pela definição, que se trata de um 
período bem delimitado, apresentando começo e fim, e que tem duração 
 
 
 
 
 
46 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
relativamente longa, dependendo da classificação do tratamento cirúrgico, quanto ao 
momento operatório. 
Didaticamente, o período pré-operatório subdivide-se em mediato (desde a 
indicação para a cirurgia até o dia anterior a ela) e em imediato (corresponde às 24 
horas anteriores à cirurgia). O escopo das atividades de enfermagem durante este 
tempo pode incluir o estabelecimento de uma linha de base, a partir do histórico do 
paciente, a realização de entrevista pré-operatória e a preparação do paciente para 
o ato anestésico a ser feito durante a cirurgia. 
A cirurgia pode ser indicada por diversas razões. Ela pode ter efeito 
diagnóstico, curativo, reparador, reconstrutor, cosmético ou paliativo. 
Pode também ser classificada, conforme o grau de necessidade, em 
urgência, emergência ou eletiva. 
 
CLASSIFICAÇÃO INDICAÇÕES PARA 
CIRURGIA 
EXEMPLOS 
CIRURGIA DE 
EMERGÊNCIA 
SEM DEMORA FRATURA DE 
CRÂNIO 
CIRURGIA DE 
URGÊNCIA 
DENTRO DE 24 a 
30h 
INFECÇÃO AGUDA 
DA BEXIGA 
CIRURGIA ELETIVA PLANEJADA HÉRNIA SIMPLES 
 
De modo geral, a assistência prestada ao paciente, neste período, consiste 
na avaliação e preparo tanto físico quanto emocional para a cirurgia. Para o ensino 
pré-operatório, deve-se avaliar a capacidade de aprendizagem do cliente, bem como 
identificar as limitações que possam impedi-lo de participar no processo de 
aprendizagem. 
O estabelecimento de uma relação de confiança entre enfermeiro e cliente é 
de extrema importância, para que este consiga exteriorizar seus sentimentos e 
dúvidas. Nesse aspecto, é importante que o profissional tenha conhecimento do 
conteúdo das orientações dadas pelos demais componentes da equipe, a fim de 
evitar duplicidade de informações, tornando o trabalho mais salutar. 
 
 
 
 
 
47 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Para melhor apreensão do conteúdo que será elucidado adiante, traçamos 
uma relação de termos que compõem a terminologia cirúrgica. Entende-se por 
terminologia “o conjunto de termos próprios de uma ciência; nomenclatura”. Assim 
sendo, a terminologia cirúrgica é o conjunto de termos que expressa o segmento do 
corpo afetado (raiz) e a intervenção cirúrgica realizada (sufixo). Adiante, alguns 
exemplos: 
 
 
 
 
Existem ainda, termos cirúrgicos que não seguem os mesmos padrões 
descritos anteriormente. São alguns exemplos: 
• Amputação – retirada parcial ou total de um membro ou de um órgão; 
• Enxerto – inserção de material autógeno, homólogo, heterólogo ou 
sintético para corrigir defeito ou falha em tecidos ou órgão; 
• Exérese – significa extirpação parcial ou total de um segmento 
corpóreo; 
• Anastomose – comunicação cirúrgica realizada entre dois vasos 
sanguíneos ou entre duas vísceras. (OSOL,s.d.); 
Sufixo Significado 
tomia Incisão, corte 
ostomia Fazer nova abertura 
ectomia Extirpar parcial ou 
totalmente 
plastia Reparação plástica 
rafia Sutura 
pexia Fixação de uma estrutura 
corpórea 
scopia Visualizar o interior 
Raiz Relaciona-se a: 
Oto Ouvido 
Oftalmo Olho 
Rino Nariz 
Hepato Fígado 
Procto Reto e ânus 
Cisto Bexiga 
Hístero Útero 
Salpingo Tuba uterina 
Flebo Veia 
 
 
 
 
 
48 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Importante se faz salientar, que o maior objetivo da assistência de 
enfermagem é garantir que os clientes sejam assistidos em suas necessidades 
físicas, mentais e sociais por uma equipe de enfermagem, preocupada com a 
qualidade da assistência prestada e com o atendimento das necessidades do 
cliente. Para tanto, são necessários a busca pelo contínuo aprendizado, e o domínio 
da tecnologia existente. 
 
VISITA PRÉ-OPERATÓRIA: AVALIAÇÃO FÍSICA DO PACIENTE 
 
A visita pré-operatória de enfermagem é o primeiro item da avaliação do 
paciente, procedimento este indispensável tanto no preparo físico quanto no 
emocional. É uma atividade desenvolvida para conhecer e manter uma interação 
efetiva enfermeiro-paciente, para orientar, supervisionar e encaminhar os problemas 
detectados a outros profissionais quando necessário. Por ser uma pessoa 
autônoma, o cliente deverá ser avaliado observando-se suas individualidades. 
A identificação dos problemas de enfermagem na visita pré-operatória é 
fundamental para que o enfermeiro possa elaborar e implementar, o plano de 
cuidados para o período trans-operatório, pois sabemos que vários são os aspectos 
que irão influenciar a resposta do paciente ao procedimento anestésico-cirúrgico. 
Diante disso, o enfermeiro, para traçar uma coleta criteriosa da história de 
saúde do cliente, precisa antes de qualquer coisa, ter conhecimento técnico 
apurado, a fim de identificar alterações fisiológicas, e sensibilidade aguçada, para 
perceber os temores e ansiedades gerados no individuo, pela iminência do 
procedimento cirúrgico. 
Talvez o mais valioso recurso que o enfermeiro disponha diante do paciente, 
seja a capacidade de ouvi-lo, especialmente durante a coleta do histórico de saúde. 
O enfermeiro deve assumir a ajuda ao pacientepara transformá-lo e auxiliá-lo na 
adaptação às mudanças oriundas da doença. 
 
 
 
 
 
 
49 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
Foto: Brasil. Ministério da Saúde. Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores da Área de 
Enfermagem, 2003. 
 
 
A coleta de dados ou a avaliação inicial requer do enfermeiro habilidades 
referentes à abordagem do paciente que envolve técnicas de entrevista e de exame 
físico, além daquelas necessárias para julgar e decidir os rumos da avaliação numa 
dada circunstância. Resulta daí a preocupação crescente com a aprendizagem de 
habilidades que permitam capacitá-lo para o desempenho dessa atividade. Antes de 
o tratamento ser iniciado, a história de saúde do cliente é coletada e o mesmo é 
submetido a um exame físico criterioso. Com isso, uma linha de parâmetros é 
constituída para comparações futuras. 
 
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 
 
O interesse na avaliação do estado nutricional do paciente hospitalizado tem 
aumentado com a constatação de grande incidência de desnutrição entre os 
pacientes internados, na maioria dos hospitais, e mostra-nos a associação entre 
desnutrição protéico-calórica (DPC) e a evolução clínica do paciente (interferindo no 
tempo de internação e número de complicações). 
Estado nutricional expressa o grau no qual as necessidades fisiológicas por 
nutrientes estão sendo alcançadas. No indivíduo internado, ela é mensurada através 
dos valores da altura e peso, da prega cutânea do tríceps, da circunferência do 
braço, dos níveis de proteínas séricas e do balanço de nitrogênio - perda normal de 
nitrogênio: 8 a 10g/dia. Uma avaliação completa do estado nutricional inclui: 
 
 
 
 
 
50 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
? História médica (doenças crônicas, cirurgias gastrointestinais), social 
(Renda inadequada, nível cultural) e dietética (anorexia, anosmia, 
problemas da mastigação); 
? Dados antropométricos; 
? Dados bioquímicos; 
? Avaliação clínica; 
? Revisão do uso de drogas. 
O reconhecimento dos sintomas e sinais clínicos de alteração do estado 
nutricional é de grande importância por se tratar de prática simples e econômica. 
Consiste em avaliar as manifestações que podem estar relacionadas com possível 
alimentação inadequada, evidenciando-se por meio de alterações de tecidos 
orgânicos, de órgãos externos como a pele, mucosas, cabelos e os olhos. 
O índice de Massa Corporal (IMC) é uma fórmula que indica se um adulto 
está acima do peso, se está obeso ou abaixo do peso ideal considerado saudável. A 
fórmula para calcular o Índice de Massa Corporal é: 
 
IMC = Peso 
 (Altura X Altura)
 
Atenção especial deve ser dada ao cabelo, à pele e à boca que são 
suscetíveis devido à rápida mudança celular do tecido epitelial. A desidratação, a 
hipovolemia e o desequilíbrio eletrolítico são comuns e devem ser cuidadosamente 
documentados e monitorados. 
Durante a anamnese alimentar, são pesquisadas as quantidades e 
qualidade de alimentos ingeridos, antes e durante a doença atual, bem como 
informações sobre perda de apetite, aversão por alimentos, náusea, vômito, 
alterações do trato digestivo (dificuldade de mastigação, azia, queimação, 
obstipação, diarréia e outros), abuso de bebidas alcoólicas e alterações no peso. 
 
 
 
 
 
51 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
Sinais físicos indicativos ou sugestivos de desnutrição 
 
Órgão Aparência normal Sinais associados com 
desnutrição 
Cabelo Firme; 
brilhante; 
difícil de arrancar. 
Perda do brilho natural; 
seco e feio; 
Fino e esparso; 
Sedoso e quebradiço; 
Despigmentado; 
Sinal da bandeira; 
Fácil de arrancar (sem dor). 
Olhos Brilhantes, claros, 
sem feridas 
nos epicantos; 
membranas úmidas e róseas; 
sem vasos proeminentes ou 
acúmulo de tecido esclerótico; 
 
Conjuntiva pálida; 
Membranas vermelhas; 
Manchas de Bitot; 
Xerose conjuntival (secura); 
Xerose córnea (secura); 
Queratomalacia (córnea 
adelgaçada); 
Vermelhidão e fissuras nos 
epicantos. 
Lábios Lisos, sem edemas ou 
rachaduras 
Estomatite angular (lesões 
róseas ou brancas nos cantos 
da boca); 
Escaras no ângulo; 
Queilose (avermelhamento ou 
edema dos lábios e boca). 
Pele Sem erupções, edema ou 
manchas 
Xerose (secura) 
Hiperqueratose folicular (pele 
em papel de areia); 
Petéquias (pequenas 
hemorragias na pele); 
Dermatose pelagra 
(pigmentação edematosa 
avermelhada nas áreas de 
exposição ao sol); 
Equimoses em excesso; 
Dermatose cosmética 
descamativa; 
Dermatose vulvar e escrotal; 
Xantomas (depósitos de gordura 
sob a pele e ao redor das 
articulações). 
Língua Aparência vermelha profunda; 
não edemaciada ou lisa 
Língua escarlate e inflamada; 
Língua magenta (púrpura); 
Língua edematosa; 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Papila filiforme atrofia e 
hipertrofia. 
Unhas Firmes; róseas Coiloníquia (forma de colher); 
Quebradiças e rugosas. 
Fonte: VANNUCCHI H; UNAMUNO M do R Del L de & MARCHINI JS Avaliação do estado 
nutricional. Medicina, Ribeirão Preto, 29: 5-18, jan./mar. 1996. 
 
 
AVALIAÇÃO DO ESTADO RESPIRATÓRIO 
 
A avaliação e o preparo pré-operatórios do estado respiratório dependerão 
da gravidade do paciente, e do grau de urgência ou emergência cirúrgica. Sempre 
que a situação permitir, deverá ser realizada anamnese e exame físico. No exame 
físico, atenção especial deve ser dada à avaliação da via respiratória, da ventilação 
e da situação hemodinâmica. Deve-se observar se a respiração está espontânea ou 
não; observar o padrão ventilatório, analisando ritmo e profundidade das incursões 
respiratórias; verificar presença de dispnéia ou cianose e pesquisar doenças 
pregressas pulmonares. 
O enfermeiro deve estabelecer uma boa relação com o paciente, 
proporcionando-lhe bem–estar e segurança, bem como uma boa comunicação 
através de uma linguagem simples e de fácil compreensão. 
O exame do tórax é de fundamental importância para a avaliação 
respiratória e consiste da observação de quatro componentes: inspeção, palpação, 
percussão e ausculta. 
 
Inspeção 
 
É através da inspeção que observamos os movimentos respiratórios – sua 
freqüência, regularidade e profundidade – bem como, os esforços inspiratórios e 
expiratórios relativos. Segundo Franco (2002), a inspeção pode ser estática, com 
ênfase para o biótipo do tórax e dinâmica com observações quanto ao padrão 
respiratório que o paciente possa vir a apresentar durante o exame. 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Deve-se observar a forma do tórax, a presença de deformidades e 
abaulamentos, o uso ou não da musculatura acessória, presença de tiragem, padrão 
respiratório; a freqüência respiratória em condições de repouso é tida como normal, 
quando o número de incursões respiratórias por minuto (IRPM) está oscilando entre 
16 e 20, além da presença de lesões cutâneas - pode revelar a presença de 
cicatrizes, inflamações e tumores. 
O cliente que não apresenta alteração no padrão respiratório é denominado 
eupnéico. Em caso de anormalidades no padrão respiratório, as denominaçõesmais 
comuns para os achados nos exames são as seguintes: 
Taquipnéia: Aumento da freqüência ventilatória. 
Bradipnéia: Redução da freqüência ventilatória. 
Apnéia: Parada dos movimentos respiratórios ou parada respiratória. 
Dispnéia: Caracterizada como “sofrimento respiratório”. 
Respiração de Cheyne Stokes: caracteriza-se por aumento gradual na 
profundidade, seguido por decréscimo gradual na profundidade das respirações e, 
após, segue-se um período de apnéia. 
 · Respiração estertorosa: respiração ruidosa. 
 A meta na avaliação pré-operatória do aparelho respiratório é identificar 
possíveis alterações no padrão ventilatório que possam vir a determinar 
complicações durante ou após o ato anestésico. Identificar os pacientes de risco no 
pré-operatório que possam evoluir para o desenvolvimento dessas complicações é o 
primeiro passo para evitá-las. 
Palpação 
É através deste componente do exame do tórax – a palpação, que se 
caracterizarão as lesões de pele detectadas na inspeção, pesquisa de edema, 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
avaliação da expansibilidade torácica bem como pesquisa do frêmito (palpação na 
parede torácica das vibrações produzidas pelos sons vocais transmitidos à parede). 
Percussão 
A técnica utilizada para a realização da percussão é a do dígito-digital, com 
apoio do terceiro dedo da mão esquerda à parede torácica, a partir da falange distal, 
e a percussão sendo feita com o terceiro dedo da mão direita, que golpeará a 
falange distal do dedo esquerdo apoiado à parede. 
No tórax normal, a percussão produzirá vibrações lentas e som de 
tonalidade baixa, sendo chamado de som claro pulmonar. 
Na presença de desequilíbrio da relação normal ar/tecido, ocorrerá sons 
diferentes do padrão habitual, a exemplo do som timpânico, que é produzido quando 
existe uma quantidade de ar aumentada no parênquima pulmonar. 
Abaixo podemos observar a percussão correta do espaço 
interescapulovertebral. Só a articulação do punho se move. O dedo médio está 
apoiado.Os demais não tocam a pele. 
 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Ausculta 
A ausculta é o método semiológico básico no exame físico dos pulmões; ela 
permite a obtenção rápida e pouco dispendiosa de numerosas informações sobre 
diferentes patologias broncopulmonares. É a fase do exame do tórax que fornece 
mais informações. 
O instrumento utilizado para realização da ausculta é conhecido como 
estetoscópio, capaz de captar os sons transmitidos pelo tórax do paciente. O 
ambiente deve ser preservado de qualquer barulho, a fim de se evitar confusões na 
identificação dos ruídos respiratórios. 
O paciente deve ser mantido preferencialmente sentado, todavia no 
impedimento deste procedimento, deverá permanecer em decúbito lateral. 
A ausculta confirma os achados da inspeção e/ou identifica regiões com 
prejuízo de ventilação ou de acúmulo de secreções. 
Porto (2001), alerta que “somente depois de uma longa prática, ouvindo-se 
as variações do murmúrio respiratório normal é que se pode, com segurança, 
identificar os ruídos normais”. 
Sons Respiratórios 
Ruídos Respiratórios Normais 
Som Traqueal 
O som traqueal ou bronquial é normalmente audível sobre a área de 
projeção da traquéia, colocando-se o estetoscópio sobre a região supra-esternal. 
Ausculta-se a inspiração intensa, bem audível, a seguir, uma pausa, e depois, a 
expiração, também bastante audível e rude, de duração igual ou pouco maior do que 
a inspiração. 
 
 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Som Broncovesicular 
Normalmente, o som pode ser ouvido nas regiões infra e supraclaviculares e 
nas regiões supra-escapulares. A expiração tem duração e intensidade igual, não 
havendo pausa entre elas. O som broncovesicular não é tão rude quanto o som 
traqueal. 
 
Murmúrio Vesicular 
É audível, normalmente, no restante do tórax. A inspiração tem intensidade e 
duração maiores que as da expiração; ausculta-se toda a inspiração e somente o 
terço inicial da expiração; o som é suave, não havendo pausa entre inspiração e 
expiração. 
 
Ruídos Respiratórios Anormais 
Estertores - são ruídos descontínuos que se produzem quando se 
encontram na traquéia, brônquios, bronquíolos ou tecido pulmonar, em via de 
desintegração, substâncias líquidas que entram em conflito com o ar e se agitam. 
Roncos e Sibilos - são ruídos móveis, que desaparecem conforme a 
profundidade da respiração, postura ou com a tosse.Têm o mesmo significado, mas 
com tonalidades diferentes. Roncos são graves e sibilos, agudos. Podem ser 
classificados em altos ou baixos, inspiratórios ou expiratórios, longos ou curtos, 
únicos ou múltiplos. Os sibilos podem apresentar uma nota musical (monofônicos) 
ou várias notas (polifônicos). 
 
AVALIAÇÃO DO ESTADO CARDIOVASCULAR 
 
Durante a anamnese e exame físico, o enfermeiro deve identificar os 
preditores clínicos de risco cardiovascular. O paciente deve ser questionado acerca 
do histórico de doenças coronárias instáveis, ICC descompensada, IAM prévio, 
diabetes mellitus, história de AVC e HAS não controlada, presença de casos 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
cardiológicos na família e moléstias afins. A idade avançada e a baixa capacidade 
funcional também devem ser levadas em consideração na avaliação. 
Interroga-se também o cliente sobre a existência de sintomas específicos, 
como por exemplo: dispnéia, dor torácica, edema dos pés e tornozelos, cianose de 
pele, palidez e palpitações. 
Durante o exame físico é importante manter dados de peso, estado físico 
geral e presença de sintomas, registrados em prontuário. 
O propósito da avaliação cardiovascular perioperatória é fornecer um perfil 
de risco para que sejam tomadas decisões que possam influenciar no evento 
cirúrgico. 
Dados como pressão arterial e freqüência cardíaca devem ser 
minuciosamente obtidos e registrados. 
 
Aferindo a Pressão Arterial 
 
A medida da pressão arterial deve ser realizada na posição sentada, de 
acordo com o procedimento descrito a seguir: 
1- Explicar o procedimento ao paciente. 
2- Certificar-se de que o paciente: 
• Não está com a bexiga cheia; 
• Não praticou exercícios físicos; 
• Não ingeriu bebidas alcoólicas, café, alimentos, ou fumou antes. 
3- Localizar a arterial braquial através da palpação. 
4- Colocar o manguito firmemente cerca de 2cm a 3cm acima da fossa 
antecubital, centralizando a bolsa de borracha sobre a artéria braquial. A largura da 
bolsa de borracha do manguito deve corresponder a 40% da circunferência do braço 
e seu comprimento deve envolver pelo menos 80% do braço. Assim, a largura do 
 
 
 
 
 
58 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
manguito a ser utilizado estará na dependência da circunferência do braço do 
paciente. 
5- Manter o braço do paciente na altura do coração. 
6- Palpar o pulso radial e inflar o manguito até seu desaparecimento, para 
estimativa do nível da pressão sistólica, desinflar rapidamente e aguardar de 15 a 30 
segundos antes de inflar novamente. 
7- Colocar o estetoscópio nos ouvidos.8- Posicionar a campânula do estetoscópio suavemente sobre a artéria 
braquial, na fossa antecubital, evitando compressão excessiva. 
9- Solicitar ao paciente que não fale durante o procedimento da medição. 
10- Inflar rapidamente, de 10mmHg em 10mmHg, até o nível estimado da 
pressão arterial. 
11- Proceder à deflação, com velocidade constante inicial de 2mmHg a 
4mmHg por segundo, evitando congestão venosa e desconforto para o paciente. 
12- Determinar a pressão sistólica no momento do aparecimento do primeiro 
som, que se intensifica com o aumento da velocidade de deflação. 
13- Determinar a pressão diastólica no desaparecimento do som, exceto em 
condições especiais. Auscultar cerca de 20mmHg a 30mmHg abaixo do último som 
para confirmar seu desaparecimento e depois proceder à deflação rápida e 
completa. Quando os batimentos persistirem até o nível zero, determinar a pressão 
diastólica no abafamento dos sons. 
 
 
 
 
 
 
 
59 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
Foto: Gettyimages 
 
 
Tabela de valores médios normais de pressão arterial 
 
 
IDADE EM ANOS PRESSÃO ARTERIAL EM 
mmHg
4 85/60 
6 95/62 
10 100/65 
12 108/67 
16 118/75 
Adulto 120/80 
Idoso 140-160/90-100 
Fonte: www.virtual.epm.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Medindo a Freqüência Cardíaca (FC) 
Para medir a freqüência cardíaca é necessário que o enfermeiro disponha 
de um relógio e seja detentor do conhecimento da técnica manual. Esta técnica 
consiste em colocar o dedo indicador e o dedo médio na artéria radial, que fica na 
região do pulso, ou na carotídea, localizada na lateral do pescoço, e contar o 
número de pulsações durante 10 segundos. Feito isso, multiplica-se o valor por seis 
e se terá o número de batimentos cardíacos em um minuto. 
Existem também algumas fórmulas que calculam um número aproximado de 
FC máxima. A mais utilizada é: 
 FC Max. = 220 - idade 
O ritmo cardíaco, em repouso, encontra-se normalmente entre os 60 e os 80 
batimentos por minuto, e depende da idade, do sexo e das condições emocionais do 
cliente. 
 
 
Foto: Gettyimages 
 
 
 
 
 
 
 
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AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO HEPÁTICA E RENAL 
A avaliação da função hepática e renal do cliente, pelo enfermeiro, tem como 
meta investigar o funcionamento normal dos sistemas hepático e urinário, visando à 
adequada remoção de medicamentos, agentes anestésicos, excretas e toxinas 
corporais gerados. 
O papel do fígado é de processar as reservas de ferro, vitaminas e minerais 
no corpo, produzir bile para ajudar na digestão de alimentos e gorduras, desintoxicar 
o organismo de substâncias químicas, drogas e bebidas alcoólicas, e atuar como um 
filtro, convertendo as substâncias que podem ser aproveitadas ou eliminadas, além 
de fabricar substâncias químicas necessárias para a vida e o crescimento. 
O seu adequado funcionamento é importantíssimo no metabolismo do 
anestésico durante o ato cirúrgico. 
Os rins estão envolvidos na excreção das drogas anestésicas e seus 
metabólitos. 
Na investigação clínica, a avaliação das funções hepática e urinária pode ser 
determinada por valores laboratoriais (níveis de transaminases, bilirrubinas, ácido 
úrico, albumina, etc.) e pela história sintomatológica do paciente, como por exemplo: 
a presença de hepatomegalia, icterícia, ascite, oligúria, anúria. Uma boa anamnese 
é fundamental para a coleta de dados indispensáveis para a avaliação do risco 
cirúrgico. 
 
AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO ENDÓCRINA 
Dois dos maiores vilões do ato cirúrgico no que concerne à função endócrina 
são a presença do diabetes e suas conseqüências e a insuficiência adrenal. 
 
 
 
 
 
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No diabetes não-controlado, o principal risco é a hipoglicemia, que pode 
acontecer durante a anestesia, e a acidose - definida como uma disfunção 
metabólica grave causada pela deficiência relativa ou absoluta de insulina, 
associada ou não a uma maior atividade dos hormônios contra-reguladores (cortisol, 
catecolaminas, glucagon, hormônio do crescimento). A cetoacidose caracteriza-se 
clinicamente por desidratação, respiração acidótica e alteração do sensório. 
No caso da insuficiência adrenal, que ocorre por deficiência da produção de 
hormônios como cortisona e aldosterona, o cliente deverá ser monitorado quanto ao 
uso e suspensão abrupta de glicocorticóides, que podem determinar quadro de 
deficiência hormonal adrenal severa, levando o individuo a apresentar sintomas 
como, náusea, vômito, confusão mental, hipoglicemia e hipotensão. 
O enfermeiro deve ter conhecimento se o paciente foi submetido nas últimas 
48 horas a corticosteróide, insulina, anticonvulsivantes, sulfas, antibióticos e 
antidepressivos, visto que dependendo da terapia a que foi submetido recentemente, 
podem ser observadas alterações ou interações com os efeitos dos anestésicos ao 
qual será submetido. 
Deve ser feita a glicemia capilar em caso de presença de história de 
descompensação glicêmica. 
Segundo o consenso da American Diabetes Association Clinical Practice 
Recommendation, os valores de glicose sangüínea em jejum (8 a 12h de jejum), 
devem ser inferiores a 100mg/dL. Entre 100 e 126mg/dL deve haver avaliação com 
testes confirmatórios; com valores superiores a 200mg/dL a avaliação deve ser 
realizada de forma casual (sem estar em jejum); quando acompanhada de sinais e 
sintomas, já podem ser considerados diabetes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Monitorização da Glicemia Capilar 
 
 
Fotos: Gettyimages 
 
 
A monitorização da glicemia capilar deve ser feita com o auxilio de um 
aparelho glicosímetro, luva de procedimento e uma agulha ou lanceta. 
Procedimento: 
 
? Lavar as mãos conforme procedimento específico; 
? Orientar o cliente quanto ao procedimento; 
? Calçar as luvas; 
? Fazer anti-sepsia da polpa do dedo com álcool a 70%; 
? Fazer a punção na polpa do dedo com agulha ou lanceta; 
? Depositar uma gota de sangue sobre a área reagente da fita, de forma 
que esta seja completamente recoberta; 
? Realizar exame de acordo com o manual do aparelho ou interpretar com 
a tabela padrão de cores existente na caixa da fita; 
? Anotar em prontuário o procedimento realizado; 
? Valores normais: 
1. Adulto = 70 a 110mg/dl 
2. RN = 40 a 120mg/dl 
 
 
 
 
 
 
 
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AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO IMUNOLÓGICA 
Um dos aspectos mais importantes na coleta de dados do cliente é a 
pesquisa pela existência de alergias, incluindo as reações alérgicas prévias. O 
enfermeiro deve ser capaz de investigar e registrar o histórico de alergia 
medicamentosa e reações adversas apresentadas, com minuciosa descrição dos 
sintomas manifestados pelo paciente. 
No caso da alergia medicamentosa, a reação é causada por uma resposta 
do sistema imunológico contra o fármaco, que é reconhecido comoum "invasor", ou 
antígeno. Esse tipo de reação é freqüentemente chamado de reação de 
hipersensibilidade. A alergia pode ser distinguida de outras formas de toxicidade 
medicamentosa em diversos aspectos. Em primeiro lugar, é necessária a exposição 
anterior ao fármaco ou a um composto estreitamente aparentado, para provocar a 
reação. Em segundo lugar, a gravidade da resposta é freqüentemente independente 
da dose. Em terceiro lugar, a natureza do efeito desfavorável é função não do 
fármaco, mas do mecanismo de imunização compreendido. 
Identificar e registrar em prontuário, as medicações que o paciente esteja 
utilizando, é de importância ímpar para uma maior segurança cirúrgica, levando em 
consideração os efeitos de alguns fármacos no êxito anestésico. 
 
Fármaco Possíveis efeitos 
Corticosteróides adrenais Sua interrupção abrupta poderá 
determinar colapso cardíaco. 
Diuréticos Depressão Respiratória durante 
anestesia. 
Tranqüilizantes Ansiedade, tontura, tensão. 
Fenotiazinas Aumento da ação hipotensiva dos 
anestésicos. 
 
 
 
 
 
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PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM NO PRÉ-OPERATÓRIO 
 
A pessoa que será submetida a uma cirurgia apresenta diversos temores 
que podem alterar seu equilíbrio. O papel do enfermeiro é fundamental, para garantir 
o esclarecimento do cliente diante dos procedimentos aos quais será submetido. É 
de extrema relevância, que o enfermeiro receba o paciente de modo afável, tendo o 
cuidado de conduzi-lo ao leito e orientá-lo sobre as normas e rotinas do hospital, e 
dos procedimentos que antecedem o ato cirúrgico. 
A boca do cliente deverá ser inspecionada, sendo retiradas próteses, 
dentaduras, gomas de mascar, etc. Caso esquecidos na boca, esses objetos podem 
ocluir a garganta e causar durante o ato anestésico, obstrução respiratória. 
As jóias e lentes de contato deverão ser removidas e o paciente deverá ter 
suas peças íntimas retiradas, e vestir a camisola do hospital com a abertura voltada 
para as costas. 
Todos os clientes deambulantes deverão ser orientados a esvaziar a bexiga 
de modo a promover a continência durante a cirurgia abdominal baixa e tornar os 
órgãos abdominais mais acessíveis. Em caso de impossibilidade, poderá ser 
necessária a passagem de uma sonda para o esvaziamento vesical. 
 
 
NUTRIÇÃO E HIDRATAÇÃO 
 
Mais comumente, a ingestão de alimentos é suspensa em um período de 08 
a 10h antes da operação. É importante que o estômago do paciente esteja vazio, a 
fim de evitar intercorrências no ato anestésico, como por exemplo, bronco-aspiração, 
que poderá ocasionar sérias complicações, como asfixia, pneumonia ou mesmo, 
abscesso pulmonar. 
Em pacientes desidratados, particularmente em idosos, os líquidos orais 
devem ser estimulados antes da cirurgia. Além disso, as soluções endovenosas 
 
 
 
 
 
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podem ser prescritas para favorecer a volemia, aos clientes incapacitados de ingerir 
líquidos pela boca, ou como uma espécie de complementação hídrica. 
Em alguns tipos de operação, como, por exemplo, as do sistema 
gastrintestinal, uma dieta de fácil digestão precisa ser administrada durante alguns 
dias que antecedem o procedimento cirúrgico. 
 
CUIDADOS COM A PELE 
 
Quando abordamos os cuidados com a pele, discutimos acerca da 
necessidade de ser efetuado ou não, o procedimento de tricotomia. Esse 
procedimento tem como finalidade, a retirada dos pêlos ao redor e no local da futura 
ferida cirúrgica, com o intuito de eliminar ao máximo a flora bacteriana que 
normalmente habita a pele. 
Associado ao banho de chuveiro ou banheira, a tricotomia é realizada antes 
da operação com período de antecedência não aconselhável superior a duas horas. 
Os argumentos que pairam contrários a sua realização baseiam-se de fato, no risco 
de lesões na pele pelo uso do aparelho de barbear, criando desta maneira, uma 
porta de entrada para as bactérias. 
Há estudos que afirmam que a remoção de cabelo no pré-operatório é 
deletéria para os pacientes, talvez causando infecções cirúrgicas no local, e por isso 
não devendo ser realizada. 
Em contraposição a esses argumentos, alguns estudos foram realizados 
utilizando aparelho de barbear, creme depilatório e o tosqueamento (corte do pêlo), 
não demonstrando nenhuma diferença em relação à infecção cirúrgica entre 
pacientes que removeram os pêlos antes da cirurgia e aqueles que não removeram. 
A rotina da Instituição, neste caso, deve ser a preterida. 
 
ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS 
 
A administração de medicamentos é uma das atividades que o enfermeiro 
desenvolve e que requer muita atenção e sólida fundamentação técnico-científica 
 
 
 
 
 
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para subsidiá-lo na realização de tarefas correlatas, pois envolve uma seqüência de 
ações que visam à obtenção de melhores resultados no tratamento do paciente, sua 
segurança e a da instituição na qual é realizado o atendimento. Assim, é importante 
compreender que o uso de medicamentos, os procedimentos envolvidos e as 
próprias respostas orgânicas do cliente, decorrentes do tratamento, envolvem riscos 
potenciais de provocar danos a sua saúde, sendo imprescindível que o profissional 
esteja preparado para assumir as responsabilidades técnicas e legais decorrentes 
dos erros que possam vir a ocorrer. 
Procurando criar métodos mais seguros na administração dos 
medicamentos, a enfermagem tradicionalmente utiliza a regra dos 05 (cinco) “C”, ou 
seja, administrar o medicamento certo, a dose certa, o paciente certo, a via certa e a 
hora certa. 
No caso dos fármacos pré-anestésicos, é importante que o enfermeiro esteja 
bastante atento ao horário da sua administração, que gira em torno de 30 a 75 
minutos antes do ato anestésico, caso contrário, seu efeito poderá estar extenuado 
ou não terá início até o momento da anestesia. 
Singularmente importante, é a manutenção do cliente no leito, sob vigília, 
após a administração do medicamento, haja vista a possibilidade do mesmo 
determinar tontura e/ou confusão mental, podendo o cliente sofrer queda da própria 
altura ou algum desconforto respiratório. 
 
CONTROLE DOS SINAIS VITAIS 
 
A aferição dos sinais vitais é fundamental na avaliação da condição cirúrgica 
do cliente, e deve ser feita de 06 em 06 horas ou com intervalos menores se o 
mesmo apresentar instabilidade nos padrões. O controle consiste na mensuração 
dos valores da temperatura corporal, pressão arterial, pulso e respiração. 
A manutenção da temperatura corporal é resultado do equilíbrio entre a 
produção do calor (combustão de alimentos, fígado e músculos) e a perda 
calórica. O acompanhamento dos valores basais do cliente é primordial para a 
 
 
 
 
 
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identificação de alterações patológicas que possam estar presentes na maioria dos 
processos infecciosos e/ou inflamatórios. 
A delimitação de valores normais para a temperatura corporal é muito difícil 
de ser estabelecida, devido aos diversos fatores que a influenciam como, por 
exemplo, as variações ambientais e as respostas individuais. Todavia, para fins de 
padronização, costuma-se utilizar os seguintes parâmetros: 
* Temperatura axilar:35,5ºC - 37,0ºC; 
* Temperatura oral: 36,3ºC - 37,4ºC; 
* Temperatura retal: 37ºC – 37,5ºC. 
O controle da temperatura é realizado através do termômetro, o mais 
utilizado é o de mercúrio, mas cada vez mais se torna freqüente o uso de 
termômetros eletrônicos. 
 
 
Foto: Brasil. Ministério da Saúde. Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores da Área 
de Enfermagem, 2003. 
 
 
Outro dado imprescindível na avaliação de saúde de uma pessoa é o nível 
de sua pressão arterial, cujo controle é importantíssimo para a avaliação 
cardiovascular do cliente. 
Como já elucidado anteriormente, sua mensuração é realizada através do 
aparelho de tensiômetro e os valores obtidos devem ser registrados com precisão, 
no prontuário do cliente, a fim de direcionar as condutas pré-operatórias normais. 
Também consideradas como importante parâmetro dos sinais vitais, as 
oscilações da pulsação, verificadas através do controle de pulso, podem trazer 
informações significativas sobre o estado do paciente. 
A mensuração é possível porque o sangue impulsionado do ventrículo 
esquerdo para a aorta provoca oscilações rítmicas em toda a extensão da parede 
 
 
 
 
 
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arterial, que podem ser sentidas quando se comprime moderadamente a artéria. 
Além da freqüência, é importante observar o ritmo e força que o sangue exerce ao 
passar pela artéria, o que poderá ser um indicativo de alguma alteração patológica 
existente. 
Freqüentemente, faz-se a verificação do pulso sobre a artéria radial e, 
eventualmente, quando o pulso está filiforme, sobre as artérias mais calibrosas - 
como a carótida e a femoral. Outras artérias, como a temporal, a facial, a braquial, a 
poplítea e a dorsal do pé também possibilitam a verificação do pulso. 
 
 
Foto: Brasil. Ministério da Saúde. Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores da Área 
de Enfermagem, 2003. 
 
 
Por fim, outro importante fator de acompanhamento das condições 
fisiológicas do paciente, é o seu padrão respiratório. Deve-se observar a quantidade 
de movimentos respiratórios por minuto e o padrão da freqüência respiratória, se 
diminuído (bradipnéico), aumentado (taquipnéico), dificultoso (dispnéico), dentre 
outras alterações. 
Os valores referenciais são: 
* Recém nascido: 30 a 40 por minuto. 
* Adulto: 14 a 20 por minuto. 
 
 
 
 
 
 
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ESVAZIAMENTO INTESTINAL 
 
O preparo pré-operatório pode incluir a necessidade da realização do 
esvaziamento intestinal, que varia de acordo com a especialidade. Pode ser feito 
através de laxativos e ou enteroclismas, ou ainda através da limpeza mecânica do 
cólon com soluções especiais. A enfermagem realiza o procedimento indicado, 
observa e anota o efeito no prontuário. 
O procedimento de lavagem intestinal se resume à introdução de uma 
solução através de uma sonda, no ânus ou colostomia do paciente, objetivando a 
eliminação das fezes. O paciente é colocado na posição de Sims e a sonda é 
introduzida no orifício externo. Existem alguns tipos de soluções mais utilizadas. São 
elas: 
* Antisséptico: combate a infecção; 
* Carminativo: elimina as flatulências; 
* Sedativo: alivia a dor (C.A.); 
* Emolientes: amolecem as fezes; 
* Enema salena: elimina as fezes; 
* Enema irritativo: irrita o intestino provocando eliminação das fezes 
(substância com sulfato de magnésio). 
* Água Gelada: controle da febre; 
 
Posição de SIMs 
Deitar o paciente sobre o lado direito flexionando-lhe as pernas, ficando a 
direita semiflexionada e a esquerda mais flexionada, chegando próxima ao 
abdômen. Para o lado esquerdo, basta inverter o lado e a posição das pernas. 
Posição usada para lavagem intestinal, exames e toque. 
 
 
 
 
 
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Posição de Sims – Ilustração 
 
 
O REGISTRO DE ENFERMAGEM NO PRÉ-OPERATÓRIO 
 
Os registros de enfermagem, além de retratarem a qualidade do 
atendimento de enfermagem, refletem o grau de preparo dos profissionais e 
favorecem a continuidade do trabalho, tanto nos diferentes plantões quanto nas 
diferentes áreas de assistência na instituição de saúde. 
As anotações de todo o preparo e observações feitas da prestação da 
assistência ao cliente, além de ser uma fonte segura de informações sobre o seu 
quadro clinico, são documentos muito importantes para o suporte legal dos 
profissionais envolvidos nesta assistência, da Instituição e até mesmo do próprio 
cliente. 
Então, por mais elementar que as ações de enfermagem possam parecer, 
sejam elas de caráter assistencial ou organizativo, a comunicação é o elemento que 
por elas perpassa, influenciando decisivamente na qualidade da assistência 
prestada pela equipe de Enfermagem. 
O Conselho Regional de Enfermagem do Estado de São Paulo, em sua 
decisão DIR/001/2000, considera a Documentação de Enfermagem, o registro das 
ações de Enfermagem, dos sinais, sintomas e reações apresentadas pelo cliente em 
função de um determinado tratamento ou procedimento diagnóstico ou a justificativa 
de sua não execução. Seu artigo 6º explicita que o registro deve fazer parte do 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
prontuário do cliente e servir de fonte de dados para processos administrativos, 
legais, de ensino e pesquisa. 
No período pré-operatório, a atenção com todas as anotações registradas 
em prontuário, é de fundamental relevância para a garantia da segurança dos 
procedimentos que serão realizados. Somente ciente de todos os dados do cliente, 
poderá o profissional efetuar suas atividades com tranqüilidade. 
No prontuário deve constar além dos impressos padrões da Instituição, 
como folha de admissão, folha de evolução de enfermagem, sinais vitais, prescrição 
médica e de enfermagem, dentre outros, o termo de consentimento informado, 
assinado pelo cliente ou responsável legal. 
O direito do paciente à correta informação sobre o seu estado de saúde e 
dos recursos médicos disponíveis para o seu tratamento, é essencial para otimizar a 
relação paciente/profissional de saúde, além de estabelecer uma relação 
democrática e de confiança. 
O consentimento informado é composto por três elementos básicos: 
competência ou capacidade, informação e consentimento. 
Os quatro elementos necessários para que um consentimento informado 
seja considerado válido são os seguintes: 
 - fornecimento de informações; 
- compreensão; 
- voluntariedade; 
- consentimento. 
O Conselho Federal de Medicina através da Resolução nº 1081/82 de 
12/03/1982, estabeleceu que todas as provas necessárias para o diagnóstico e a 
terapêutica deveriam ser realizadas apenas com o consentimento do cliente. Dos 
cinco artigos que compõem a Resolução, quatro se dedicam à questão da 
autorização para necropsia. O CFM sugeria que esta autorização deveria ser 
solicitada, preferentemente, no momento da internação, porém a sua não aceitação 
não deveria se constituir num impedimento para o tratamento do paciente. Neste 
documento se caracteriza que pode haver um consentimentopor procuração, por um 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
representante legal ou de sua família, quando o paciente for incapaz de decidir por si 
próprio. 
No pré-operatório, qualquer observação não usual que possa influenciar a 
anestesia ou procedimento cirúrgico, é colocada na parte anterior do prontuário, em 
local visível. 
 
TRANSFERÊNCIA DO PACIENTE PARA O CENTRO CIRÚRGICO 
 
O paciente deve ser transportado ao centro cirúrgico num período não 
superior a 01h antes da administração do anestésico. Seu transporte deverá ser 
realizado através da maca, de modo confortável e seguro. Deverá o paciente ser 
aquecido, com cobertor ou manta térmica (a manta térmica propicia um aquecimento 
controlado e mais eficaz) para proteção contra o resfriamento em ambientes com ar 
condicionado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
------------------FIM DO MÓDULO II-----------------

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