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O CONSUMO DE ANTIDEPRESSIVOS E ANSIOLÍTICOS NA 
CONTEMPORANEIDADE 
 
The consumption of antidepressants and anxiolytics in 
contemporary 
 
Roselaine Aparecida Pedro¹ 
 Adriana Celestino Santiago 2 
 
1Discente do curso de Farmácia das Faculdades Integradas de Bauru 
²Orientadora e Docente do curso de Farmácia das Faculdades Integradas de Bauru 
 
 
 
Resumo 
 
O presente trabalho aborda o crescente problema dos transtornos mentais, 
destacando a depressão e a ansiedade como principais condições que afetam a saúde 
pública mundial. A depressão é caracterizada como um transtorno do humor que 
compromete as atividades diárias e pode resultar de fatores genéticos, psicológicos, 
familiares e sociais. A ansiedade é considerada patológica quando afeta 
negativamente a qualidade de vida do indivíduo. O uso de medicamentos 
psicotrópicos, principalmente antidepressivos e ansiolíticos, tem aumentado 
significativamente nos últimos anos. Esse aumento pode ser atribuído a diversos 
fatores, incluindo o impacto da pandemia da COVID-19, que exacerbou problemas de 
saúde mental. Estudos mostram que a automedicação e o uso indiscriminado de 
medicamentos são práticas comuns, com graves riscos à saúde, como dependência 
e reações adversas. A revisão de literatura realizada incluiu publicações entre 2014 e 
2024, utilizando bases de dados como SCielo, Google Acadêmico, PubMed e OMS. A 
pesquisa focou no consumo de antidepressivos e fatores associados ao seu aumento. 
Identificou-se que a prescrição de antidepressivos, muitas vezes, é realizada sem 
acompanhamento adequado, resultando em tratamentos prolongados sem evidências 
científicas de sua eficácia a longo prazo.O trabalho enfatiza a importância do 
profissional farmacêutico na orientação e acompanhamento dos pacientes, 
promovendo o uso racional de medicamentos e prevenindo problemas relacionados 
à automedicação.Conclui-se que a depressão e a ansiedade exigem um tratamento 
cuidadoso e contínuo, com a participação ativa dos profissionais de saúde, 
especialmente farmacêuticos, para garantir a segurança e eficácia da terapêutica, 
contribuindo para a recuperação e qualidade de vida dos pacientes. 
 
 
Palavras-Chave: Ansiedade; Ansiolítico, Antidepressivos; Depressão; Cuidado 
farmacêutico. 
2 
 
Abstract 
 
The present work addresses the growing problem of mental disorders, highlighting 
depression and anxiety as the main conditions affecting global public health. 
Depression is characterized as a mood disorder that impairs daily activities and can 
result from genetic, psychological, familial, and social factors. Anxiety is considered 
pathological when it negatively affects an individual's quality of life. The use of 
psychotropic medications, mainly antidepressants and anxiolytics, has increased 
significantly in recent years. This increase can be attributed to various factors, including 
the impact of the COVID-19 pandemic, which has exacerbated mental health 
problems. Studies show that self-medication and the indiscriminate use of medications 
are common practices, with serious health risks such as dependence and adverse 
reactions. The literature review conducted included publications from 2014 to 2024, 
using databases such as SCielo, Google Scholar, PubMed, and WHO. The research 
focused on the consumption of antidepressants and factors associated with their 
increase. It was found that the prescription of antidepressants is often carried out without 
adequate follow-up, resulting in prolonged treatments without scientific evidence of 
their long- term efficacy. This work emphasizes the importance of the pharmacist in 
guiding and monitoring patients, promoting the rational use of medications, and 
preventing problems related to self-medication. It is concluded that depression and 
anxiety require careful and continuous treatment, with the active participation of health 
professionals, especially pharmacists, to ensure the safety and efficacy of the therapy, 
contributing to the recovery and quality of life of patients. 
Key Words: Anxiety, Anxiolytics, Antidepressants, Depression, 
pharmaceutical care. 
 
 
Introdução 
 
Transtornos mentais são os problemas de saúde que tiveram o aumento 
mais expressivo nos últimos anos, sendo considerados como o “mal do século XXI”, 
tornando-se um problema mundial que acomete todas as faixas etárias. O sofrimento 
psíquico é comumente tratado com o uso de medicamentos psicotrópicos, contudo, 
os mesmos são prescritos e utilizados para as mais diversas situações (Vieira, 2018). 
Sendo reconhecidamente um problema de saúde pública, a depressão, é 
evidenciada pelo comprometimento das atividades cotidianas do indivíduo, 
principalmente nos relacionamentos sociais. Existem diversas abordagens no estudo 
da depressão, uma vez que ela pode ser decorrente de fatores genéticos, 
psicológicos, familiares e sociais. Caracteriza-se como um conjunto de transtornos, 
sendo sistematizados como “transtornos do humor” pelo Manual Diagnóstico e 
Estatístico de Transtornos Mentais (DSM - 5), e “transtornos afetivos” pela 
Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, CID- 10 
(APA, 2014). 
3 
 
A depressão é caracterizada por um humor persistentemente deprimido, 
perda de interesse ou prazer em atividades anteriormente apreciadas, além de 
sintomas físicos e cognitivos. Os indivíduos com depressão frequentemente relatam 
fadiga extrema, alterações no apetite e no sono, seja por hipersônia ou insônia, e uma 
sensação de inutilidade ou culpa excessiva (Vieira, 2018). Cognitivamente, há uma 
tendência a ruminação negativa, com uma visão distorcida da realidade e sentimentos 
de desesperança. A depressão também pode se manifestar fisicamente, com dores 
inexplicáveis, como dores de cabeça ou nas costas, e com uma redução geral da 
atividade motora (Sousa; Freitas, 2022). 
Sendo, a depressão, uma das condições que mais contribuem para a 
prevalência das doenças relacionadas à saúde mental. Além de ser associada com 
mortes prematuras por suicídio e por outras doenças crônicas. Estimativas do estudo 
Global Burden of Disease, de 2019, estimou-se que mais de 270 milhões de pessoas 
apresentavam transtornos depressivos, tendo um aumento expressivo se comparado 
há anos anteriores (Liu et al., 2024). 
Já a ansiedade é descrita como um sintoma natural presente na vida do ser 
humano, uma vez que, o seu cotidiano está sujeito a sentimentos de tensão, estresse, 
preocupação e insegurança. Porém, a ansiedade é considerada patológica quando a 
preocupação excessiva, os pensamentos acelerados e o medo desmedido trazem 
impacto negativo e comprometem a qualidade de vida do indivíduo (Frota et al., 2022). 
A sintomatologia da ansiedade é caracterizada por um estado persistente 
de apreensão e preocupação excessiva, frequentemente acompanhada de sintomas 
físicos, emocionais e cognitivos. No plano físico, podem ocorrer palpitações, falta de 
ar, tremores, tensão muscular e sudorese excessiva. Do ponto de vista cognitivo, a 
pessoa ansiosa tende a ter pensamentos acelerados, dificuldade de concentração e 
uma sensação constante de alerta. Além disso, é comum a sensação de que algo ruim 
está prestes a acontecer, mesmo na ausência de ameaças reais (Barlow et al., 2014). 
Em alguns casos, os indivíduos com transtornos de ansiedade podem experimentar 
ataques de pânico, que incluem sintomas como tontura, sensação de desmaio e medo 
intenso de perder o controle (Craske et al., 2017). 
De acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID-11) e com o 
Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), os transtornos de 
Ansiedade incluem: Transtorno de Ansiedade Generalizada, Agorafobia, Fobias 
Específicas, Fobia Social, Ansiedade de Separação, Transtorno de Pânico e outros 
4 
 
transtornos relacionados à ansiedade; não estando incluídos o Transtorno Obsessivo 
Compulsivo ou os Transtornos Relacionados aoEstresse, como o estresse pós-
traumático (APA, 2014). 
Estudos evidenciam que, entre os medicamentos mais consumidos pela 
população adulta encontram-se os da classe dos ansiolíticos, sendo que, o motivo 
envolve vários fatores, entre os quais, cita-se o estresse, a depressão, a ansiedade, 
a insônia, problemas sociais, entre outros (Vieira, 2018). 
Uma pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Farmácia aponta que, 
no período de janeiro a julho de 2020, houve um crescimento de quase 14% nas 
vendas de antidepressivos e estabilizadores de humor, em comparação com o mesmo 
período do ano anterior. Foi constatado também que a demanda por fitoterápicos 
utilizados para o tratamento de ansiedade, como a passiflora, teve um aumento de 
59% no ano de 2020 (CFF, 2020). 
Podemos atribuir parte deste aumento ao impacto gerado pela pandemia 
da SARS-CoV-2, causando danos irreparáveis ao redor do mundo, alterando não 
somente a saúde física de indivíduos, mas também a saúde mental da população. Em 
uma revisão literária realizada para investigar os principais impactos causados pela 
pandemia em relação à saúde mental, foi demonstrado que pessoas que estavam em 
isolamento social possuíam maior carga de estresse e apresentavam quadros de 
depressão e transtornos de ansiedade, além de baixa qualidade de sono (Oliveira; 
Santos; Dellaqua, 2021). 
Segundo informações obtidas no Relatório do Departamento Internacional 
de Controle de Narcóticos, da Organização das Nações Unidas (ONU), apesar do 
grande número de pessoas em sofrimento psíquico, o uso de medicamentos 
controlados e específicos para estas patologias, vem crescendo consideravelmente, 
onde o uso já supera a heroína, o ecstasy e a cocaína somados. Entre os países 
consumidores de maior porte desses psicofármacos estão Estados Unidos, Argentina 
e Brasil, nesta ordem (UN, 2017). 
De acordo com a Organização mundial da saúde, mais da metade dos 
medicamentos usados mundialmente, são prescritos, dispensados ou vendidos de 
maneira inapropriada e seu uso é feito de forma incorreta, incluindo a automedicação 
(Rocha, 2014). 
A variedade de produtos fabricados pela indústria farmacêutica, a facilidade 
de comercialização de medicamentos, a própria cultura e a comodidade assimilada 
5 
 
pela sociedade, além da grande diversidade de informações médicas encontradas em 
sites, blogs, redes sociais e a substituição inadvertida da prescrição e orientação 
médica por terceiros, são fatores importantes que devem ser considerados na prática 
da automedicação (Oliveira; Santos; Dellaqua, 2021). 
O fenômeno sociocultural da Medicalização pode ser caracterizado, em um 
sentido amplo, pela transformação de experiências humanas comuns (e.g., 
sofrimento, luto, desatenção e inquietação) em problemas de ordem médica (e.g., 
depressão, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade). Em outros termos, 
comportamentos outrora distantes da jurisdição médica, mas considerados desviantes 
às normas vigentes, passaram a ser alvo de intervenções disciplinares no campo da 
saúde (Figueira; Caliman, 2014; Matos; Ferreira, 2016). 
O uso incorreto e indiscriminado de substâncias psicotrópicas pode ter 
consequências graves na saúde das pessoas, podendo provocar o agravamento do 
quadro clínico do paciente, mascaramento de sintomas, reações graves, 
dependência, tolerância, abuso e, inclusive, causar risco à vida (FIGUEIRA; CALIMAN, 
2014) 
A construção social atual é uma situação agravante para o prevalecimento 
dos casos de ansiedade e depressão, uma vez que favorece um isolamento não 
apenas de modo físico, mas sim por meios abstratos, como o uso intensivo da 
tecnologia, o excesso de carga de trabalho, a pressão para ascensão social e a busca 
por uma realidade projetada, que interfere no desenvolvimento psicossocial (Lima, 
2020). 
Sendo assim, vemos a importância deste presente trabalho, ao qual 
evidência que o aumento no número de casos de transtornos mentais, como ansiedade 
e depressão, nos últimos anos reflete um problema de saúde pública global, com 
implicações profundas para a saúde física e mental da população. Esses transtornos 
não apenas afetam a qualidade de vida do indivíduo, mas também sobrecarregam os 
sistemas de saúde e comprometem a produtividade social e econômica. A grande 
prevalência das doenças mentais, associada ao uso crescente de medicamentos 
psicotrópicos, como antidepressivos e ansiolíticos, demonstra uma mudança 
significativa nas abordagens terapêuticas. Além disso, o uso inadequado desses 
medicamentos levanta preocupações sobre a medicalização excessiva de condições 
que podem ser influenciadas por fatores culturais, sociais e ambientais. Tornando o 
trabalho, crucial para o desenvolvimento de políticas de saúde pública mais eficazes e 
6 
 
para a promoção de abordagens alternativas de cuidado. 
A pesquisa proposta busca analisar o perfil de consumo contemporâneo 
desses medicamentos, considerando não apenas os fatores clínicos, mas também as 
influências socioculturais que moldam os comportamentos em relação à saúde 
mental.Nesse contexto, o objetivo do presente trabalho foi identificar o perfil de consumo 
contemporâneo dos antidepressivos pela população geral e discorrer sobreas causas 
relacionadas ao aumento do uso desta classe de medicamentos. 
 
Métodos 
 
Este estudo trata-se de uma revisão de literatura narrativa exploratória que, 
de acordo com Tafla et al. (2022), consiste em detectar, consultar e obter bibliografia 
e outros materiais para os propósitos do estudo que já foram publicados, dos quais são 
extraídas e sintetizadas informações relevantes e necessárias. 
Os artigos selecionados abordavam assuntos pertinêntes ao tema, 
foram incluídos na coleta de dados as literaturas publicadas entre os anos de 2014 a 
2024 e consultadas no período entre fevereiro a novembro de 2024, em bases de 
dados como Scielo, Google Acadêmico, PubMed e Organização Mundial da Saúde. 
Foram utilizados documentos como artigos científicos, manuais técnicos, e 
livros, utilizando os seguintes descritores: Ansiedade; Ansiolítico, Antidepressivos; 
Depressão; Cuidado farmacêutico. Para o desenvolvimento desse estudo foram 
considerados artigos sobre o o uso de antidepressivos e os fatores associados às 
mudanças no seu perfil de consumo destes medicamentos. Foram excluídos artigos 
que não abordavam de modo efetivo o assunto de interessante e que foram publicados 
há mais de 10 anos. 
A síntese do conhecimento foi conduzida a partir pesquisa em computador 
em bibliotecas digitais e também livros físicos, onde foram destacados conteúdosno 
texto original e extraidas as informações mais relevantes, que foram organizadas em 
seções e salvas em documentos word e pdf, formando uma pasta de conteúdos. A 
partir da pesquisa inicial foram lidos todos os materias e feito um resumo para a 
formulação deste traballho. 
A apresentação dos resultados da pesquisa foram divididas em subtemas, 
onde foi elaborada uma discussão seguida de considerações sobre o tema, com a 
formulação de tabela demonstrativa da classe de medicamentos usados nos 
tratamentos de depressão. 
7 
 
Desenvolvimento 
 
A depressão e a ansiedade são doenças multifatoriais e relacionam-se com 
a bioquímica cerebral, podendo desenvolver-se em decorrência da deficiência de 
alguns neurotransmissores, como a noradrenalina, serotonina e a dopamina. Esses 
neurotransmissores associam-se à regulação da atividade motora, sono, apetite e 
humor, e quando o indivíduo já possui uma predisposição genética que atrelado a 
eventos estressantes, podem ser desencadeados episódios depressivos (Nordon, 
2019). 
O tratamento, para a maioria das pessoas em estado depressivo, consiste 
na terapêutica farmacológica com antidepressivos em associação com a psicoterapia, 
o início desta terapeutica surgiu a partir do desenvolvimento dos medicamentos 
antedepressivos na décadade 50, causando uma revolução na área da saúde mental, 
representando a terceira classe terapêutica mais consumida a nível mundial (Branco, 
2019). Porém existem preocupações de que os medicamentos antidepressivos 
estejam sendo prescritos em excesso, uma vez que ao longo das 3 últimas décadas 
houve um aumento acima de 100% no número de prescrições. Estudos revelaram que 
a maior parte deste aumento deve-se a prescrição de medicamentos da classe ISRSs 
(Inibidor seletivo de recaptação de serotonina), usado no tratamento de depressão e 
ansiedade, onde são prescritos maioritariamente por médicos da família (Salloume et 
al., 2016). 
Identificou-se que parte deste aumento nas prescrições deve-se a uma 
maior duração do tratamento, este prolongamento pode ser atribuído à introdução de 
antidepressivos mais recentes (que podem ser mais bem tolerados) ou a mudanças 
nas atitudes do paciente, que fazem com que o prescritor aumente a dosagem; porém 
devemos citar também que alguns médicos não acompanham adequadamente os 
pacientes, afim de monitorar a qualidade e a eficácia do tratamento (Garakani; et al., 
2020). Uma pesquisa de campo recente observou que a maior parte dos pacientes em 
tratamento com antidepressivos a longo prazo não tiveram uma revisão recente da 
medicação, onde a receita é renovada por repetivação e não de acordo com a 
condição clinica (Dias et al., 2022). 
Os médicos da atenção básica não devem prescrever antidepressivos 
rotineiramente para sintomas leves de depressão/ansiedade, porém os estudos 
mostram o contrário. Em um estudo de campo com pacientes em uso de 
8 
 
antidepressivos, demonstrou-se que 30 a 50% não têm indicação baseada na 
evidência para continuar o tratamento, mas interromper o uso destes fármacos é difícil 
devido aos sintomas de abstinência e a falta de intervenções psicoterapêuticas que 
são de fato importântes para manutenção do tratamento e prevenção de recaídas 
(Branco, 2019). 
Atualmente se o paciente obtiver sucesso terapêutico com antidepressivos 
e não apresentar efeitos adversos, os médicos vão renovar a prescrição 
indefinidamente, afim de evitar que o paciente volte a apresentar os sintomas iniciais 
ou tenha piora clínica na sintomatologia. As diretrizes para a prescrição recomendam 
que os pacientes continuem a medicação antidepressiva por pelo menos 6 meses (no 
caso de um primeiro episódio) ou 2 anos (no caso de um episódio recorrente), sendo 
assim, embora a prescrição a longo prazo possa parecer apropriada para alguns 
pacientes, não existem evidências científicas que suportem esta decisão (Sousa, 
2022). 
As vendas de antidepressivos e estabilizadores de humor tiveram aumento 
de 36%, se comparado o ano de 2019 com 82.667.898 unidades comercializadas para 
112.797.268 no ano de 2022, sendo asossiado este aumento com a pandemia de 
Covid-19 enfrentada neste mesmo período. Se observado especificamente o ano de 
2020, onde ocorreu o lockdown, o aumento foi de 12%. Houve também um aumento 
de 5,25% nas vendas de anticonvulsivantes e antiepiléticos, que são medicamentos 
muito utilizados em casos de agravamento nos quadros de depressão (CFF, 2020). 
Os antidepressivos, embora usados principalmente para tratar a depressão, 
também podem ser usados para tratar outras condições, como distúrbios de 
ansiedade, distúrbios alimentares, distúrbios do sono, dor crônica, vício e entre outros. 
Esses medicamentos atuam nos neurotransmissores que controlam o sistema 
nervoso central e contribuem principalmente para a recuperação do humor. A maioria 
das pessoas não se adapta facilmente aos antidepressivos, tornando necessário 
encontrar opções que produzam menos efeitos colaterais, como a associação do 
tratamento com ansiolitícos (Santos et al., 2018). 
Os ansiolíticos mais usados são os benzodiazepínicos, esse fármaco atua 
nas substâncias GABA e no sistema límbico, restabelecendo o equilíbrio dos 
neurotransmissores e reduzindo o estado de alerta; o que alivia o estresse e a 
ansiedade, trazendo uma sensação de relaxamento e leve sedação. Os efeitos do uso 
de ansiolítíticos é potêncialmente preocupante, uma vez que seu consumo por mais 
9 
 
de 4-6 semanas pode levar ao desenvolvimento de tolerância, abstinência e 
dependência (Nordon et al., 2019). 
A redução do tempo de tratamento com ansiolíticos, especialmente os 
benzodiazepínicos, é uma questão crítica, dada a potencial dependência e os efeitos 
adversos associados ao seu uso prolongado. Baseado em artigos científicos recentes, 
existem várias abordagens que podem ser consideradas para minimizar a duração do 
tratamento medicamentoso e melhorar a eficácia terapêutica, sem os riscos de 
dependência e tolerância, como: Psicoterapia Cognitivo-Comportamental (TCC); 
Técnicas de Relaxamento e Mindfulness; Tratamentos Psicossociais de Apoio; Uso 
de Medicamentos Alternativos (Fitoterapia e Suplementos); Redução Gradual e 
Planejada da Medicação; entre outros (Figueira; Caliman, 2014). 
O uso abusivo das substâncias psicotrópicas (SPA) tem aumentado 
significativamente nas últimas décadas, compondo um dos maiores problemas de 
saúde pública mundial da atualidade. Estudos têm demonstrado que os medicamentos 
ansiolíticos, como os benzodiazepínicos, estão entre os medicamentos mais prescritos 
e são usados regularmente por mais de 10% da população na maioria dos países 
desenvolvidos (Santos et al., 2018). Porém, quando orientado por um médico ou pelo 
farmacêutico, o paciente corre baixo risco de abuso ou dependência (Amorim, 2020). 
A automedicação, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 
refere-se ao uso de medicamentos por indivíduos para tratar doenças 
autodiagnosticadas ou sintomas sem um diagnóstico ou orientação apropriada de um 
profissional qualificado. Portanto, entende-se que a automedicação envolve pessoas 
tratando seus problemas de saúde de maneira autônoma, sem a prescrição necessária 
de médicos, dentistas ou farmacêuticos (Moura, 2022). 
No Brasil, a automedicação é vista como uma prática culturalmente 
enraizada. Uma pesquisa realizada pelo Datafolha®, divulgada pelo Conselho Federal 
de Farmácia em 2020, revelou que 77% dos brasileiros recorrem à automedicação, 
sendo que 25% deles o fazem diariamente ou pelo menos uma vez por semana 
(Datafolha, 2019). 
 
Classes de medicamentos antidepressivos 
 
Medicamentos antidepressivos produzem aumento na concentração de 
neurotransmissores na fenda sináptica através da inibição do metabolismo, bloqueio 
de recaptura neuronal ou atuação em autoreceptores pré-sinápticos. Atualmente, são 
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classificados em função da ação farmacológica, pois os antidepressivos de nova 
geração não compartilham estruturas comuns (Gelfuso et al., 2014). 
 
QUADRO 1: Classificação e mecanismos de ação dos medicamentos 
antidepressivos. 
 
Cassificação Mecanismo de ação Autor 
Inibidores seletivos 
da recaptação de 
serotonina(ISRS) 
 Inibe a recaptação de serotonina; 
 Potencializa a neurotransmissão 
serotonérgica; 
Maior tolerabilidade e segurança se 
comparado aos ADTs. 
 
 
Bandelow et al., 
2017. 
 
Inibidores Seletivos 
daRecaptação da 
Serotonina e 
Noradrenalina 
(IRSN) 
 Atua nos receptores colinérgicos 
muscarínicos, receptores dehistamina e 
receptores de serotonina; 
 Possui pouco efeito sobre a dopamina; 
 Absorção rápida; 
 Biodisponibilidade de 45%. 
Rang et al., 
2016. 
Antidepressivos 
tricíclicos (ADT) 
 Bloqueio de recaptura de monoaminas; 
 Absorvidos completamente pelo trato 
gastrintestinal 
 Pico plasmático por aminas terciárias: 1 a 
3 horas; 
 Pico plasmático por aminas secundárias: 
4 a 8 horas. 
Feitosa; Cruz, 
2021. 
 
 
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2024. 
 
Em suma, os medicamentos antidepressivos apresentam mecanismos de 
ação distintos que visam aumentar a disponibilidade de neurotransmissores na fenda 
sináptica, contribuindo para o equilíbrio químicocerebral necessário ao tratamento de 
transtornos depressivos. A classificação baseada na ação farmacológica permite 
compreender as especificidades de cada classe, auxiliando na escolha do tratamento 
mais adequado para cada paciente, considerando a eficácia, tolerabilidade e perfil de 
segurança. Dessa forma, o conhecimento dessas características é essencial para o 
manejo clínico efetivo e individualizado (Leão; Moura; Medeiros, 2014). 
 
11 
 
Classes de medicamentos ansiolíticos 
 
Os medicamentos ansiolíticos agem no Sistema Nervoso Central (SNC), 
como um agente depressor, inibindo o estado de alerta ao qual o organismo da pessoa 
se encontra quando experimenta sintomas de ansiedade, equilibrando assim as 
funções cerebrais. Atualmente, o leque de medicamentos eficazes no transtorno de 
ansiedade tem-se ampliado, contando principalmente com os Ansiolíticos 
benzodiazepínicos (BZP), as azapironas, Inibidores de recaptação de serotonina 
(IRS). 
 
QUADRO 2: Classificação e mecanismos de ação dos medicamentos 
ansiolíticos. 
 
Cassificação Mecanismo de ação Autor 
Benzodiazepínicos 
(BDZ) 
 Ligação com receptores próprios que 
facilita a ação do GABA. 
 Hiperpolarização celular pelo aumento do 
influxo de Cl- 
Gelfuso et al., 
2014. 
Azapironas 
(Buspirona) 
 Agonista parcial nos auto-receptores 5- 
HT1A; 
 Inibição da despolarização dos neurônios 
serotoninérgicos; 
 Diminuição da síntese e liberação de 
serotonina (5-HT). 
Branco, 2019. 
 
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2024. 
 
 
Os medicamentos ansiolíticos desempenham um papel crucial no 
tratamento de transtornos de ansiedade, modulando a atividade do Sistema Nervoso 
Central para promover um estado de equilíbrio e reduzir os sintomas associados à 
ansiedade. Com a ampliação das opções terapêuticas, como os benzodiazepínicos, 
azapironas e inibidores de recaptação de serotonina, os profissionais de saúde têm à 
disposição alternativas que podem ser escolhidas de acordo com as necessidades 
individuais de cada paciente, levando em consideração a eficácia, o perfil de 
segurança e os possíveis efeitos adversos. Esse avanço permite um tratamento mais 
direcionado e eficaz para o manejo da doença (Leão; Moura; Medeiros, 2014). 
 
Interações medicamentosas e efeitos adversos 
 
De acordo com Leão e colaboradores (2014), interações medicamentosas 
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ocorrem quando a ação de um medicamento é alterada pelo uso simultâneo ou prévio 
de outros medicamentos, podendo resultar na redução da eficácia terapêutica ou no 
aumento de efeitos farmacodinâmicos que causam eventos adversos 
medicamentosos. Portanto,é crucial que profissionais de saúde estejam cientes dos 
potenciais riscos dessas interações. 
A prescrição de múltiplos medicamentos pelos clínicos visa melhorar a 
eficácia terapêutica. No entanto, em muitos casos, as combinações são feitas de 
maneira aleatória, sem fundamentação farmacológica, conhecidas como interações 
ocasionais, frequentemente recomendadas por leigos ou pelo próprio paciente por 
automedicação, sendo, portanto, inúteis ou até prejudiciais. Potenciais interações 
medicamentosas podem ser benéficas ao melhorar o efeito terapêutico ou reduzir a 
toxicidade, mas também podem ser prejudiciais ao provocar o surgimento de reações 
adversas ou diminuir o efeito de um ou ambos os fármacos (Leão; Moura; Medeiros, 
2014). 
Estudos de Sagiorato (2016) destacam que a incidência de interações 
medicamentosas varia de 3-5% em pacientes usando vários medicamentos, 
aumentando para até 20% em pacientes utilizando de 10 a 20 fármacos. O impacto 
das interações medicamentosas é influenciado por fatores como idade, condições 
patológicas e polimorfismo genético, especialmente em isoformas do sistema 
citocromo P450; nestes contextos, as interações medicamentosas são mais comuns 
em pacientes com comorbidades e polifarmácia, ressaltando o papel crucial da 
assistência farmacêutica na promoção de uma terapia farmacológica bem-sucedida e 
no aumento do bem-estar do paciente (Junior et al., 2021). 
Na prática clínica, há uma maior preocupação com interações 
medicamentosas graves, no entanto, interações com potencial de dano menor podem 
causar complicações significativas, como demonstrado pela interação entre 
amitriptilina/nortriptilina e haloperidol, associada a eventos adversos como alterações 
na pressão arterial, convulsões e disritmias (Lima et al., 2021). A combinação de 
fluoxetina e antidepressivos tricíclicos, como amitriptilina ou nortriptilina, pode resultar 
em aumento dos níveis plasmáticos e toxicidade, destacando a necessidade de ajuste 
cuidadoso das doses para evitar complicações graves (Ismayilov; Celikel, 2022). 
Estudos adicionais ressaltam que a imipramina, devido ao seu alto grau de 
ligação às proteínas plasmáticas, quando associada ao ácido acetilsalicílico, pode 
resultar em aumento da concentração de fármaco livre, intensificando os efeitos 
13 
 
adversos. A associação frequente de antidepressivos tricíclicos com agentes 
anticolinérgicos, como amitriptilina e butilbrometo de escopolamina, pode aumentar o 
risco de reações adversas relacionadas ao bloqueio dos receptores de acetilcolina, 
incluindo xerostomia, visão turva, retenção urinária, constipação e taquicardia (Balen 
et al., 2017). 
Estudos indicam que os benzodiazepínicos, apesar de eficazes no alívio 
imediato da ansiedade, têm um alto potencial de abuso, sendo frequentemente 
associados a sintomas de abstinência quando a medicação é descontinuada (Nordon 
et al., 2019). Por outro lado, os Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina 
(ISRS), como a fluoxetina e sertralina, têm se tornado os medicamentos de primeira 
linha no tratamento da depressão devido à sua maior segurança e perfil de efeitos 
colaterais mais favorável. Ao aumentar os níveis de serotonina no cérebro, os ISRS 
atuam de forma mais específica e com menos risco de dependência ou abuso, ao 
contrário dos benzodiazepínicos, que afetam diretamente o sistema GABA (Bandelow 
et al., 2017). 
Além disso, os ISRS não provocam o mesmo nível de sedação ou 
comprometimento cognitivo que os benzodiazepínicos, o que os torna mais 
adequados para o tratamento de longo prazo, com menor risco de comprometimento 
da qualidade de vida do paciente. Dessa forma, os ISRS têm se consolidado como a 
escolha preferencial para o tratamento da depressão, proporcionando benefícios 
terapêuticos eficazes e sustentáveis, com menos efeitos adversos graves e risco de 
dependência (Zhou et al., 2020). 
 
Acompanhamento da farmacoterapia e importância do profissional 
Farmacêutico 
 
Monitorar a farmacoterapia de pacientes com depressão pode reduzir 
significativamente o abandono dos tratamentos, além de diminuir as taxas de 
automedicação e suicídio (Sousa; Freitas, 2022). O papel do farmacêutico é crucial, 
pois ele influencia diretamente o uso racional de medicamentos, minimizando 
problemas relacionados à terapia medicamentosa. Esse profissional também promove 
a adesão ao tratamento e sua eficácia, assegurando ao paciente a possibilidade de 
recuperação com segurança e qualidade (Fernandes, 2020). 
Considerando os riscos à saúde associados ao uso de medicamentos sem 
14 
 
prescrição ou orientação profissional (como mascaramento de doenças, dependência 
e intoxicações), uma das principais funções do farmacêutico na Atenção e Cuidado 
Farmacêutico é promover o uso racional de medicamentos. Esses profissionais são 
capacitados para educar os pacientes sobre o uso correto dos medicamentos, 
aconselhando sobre os perigos da automedicação (Moura, 2022). 
O papel e a presença do farmacêutico têm crescido nos últimos anos devido 
à sua capacidade de implementar medidas fundamentais para prevenir, identificar e 
resolver problemas relacionados ao uso de medicamentos (PRMs). Esse crescimento 
é impulsionado pelo Cuidado Farmacêutico, que se caracteriza pela atuação integradado farmacêutico com outros profissionais de saúde, visando prevenir e tratar 
doenças,com foco na obtenção de resultados terapêuticos positivos, seguros e de 
qualidade para o paciente (Sousa; Freitas, 2022). 
O Cuidado Farmacêutico envolve a assistência e orientação ao paciente 
quanto à administração de medicamentos, incluindo dosagem, informações sobre 
efeitos adversos e uso inadequado, proporcionando uma interação direta que promove 
uma farmacoterapia racional e melhores resultados no tratamento. O objetivo dessas 
práticas é melhorar a saúde e a qualidade de vida dos indivíduos (Moura, 2022). 
Muitos medicamentos podem aprepresentar riscos à saúde, portanto, cada 
caso deve ser tratado individualmente pela equipe de saúde para minimizar falhas e 
PRMs. Nesse contexto, o farmacêutico pode intervir sempre que necessário, 
fornecendo orientações sobre os medicamentos ou monitorando o tratamento, 
avaliando a via de administração, dosagem e trocas de medicamentos para maior 
eficácia e segurança, visando sempre melhorar a qualidade de vida do paciente (Lonie 
et al., 2017). 
Os objetivos do farmacêutico incluem: fornecer a orientação necessária ao 
paciente; educar o usuário sobre seu tratamento para promover o autocuidado com 
segurança; reduzir o abandono do tratamento; otimizar a farmacoterapia por meio da 
revisão das medicações; identificar e prevenir possíveis PRMs, riscos, interações e 
erros medicamentosos (Barros et al., 2022). 
A atuação do farmacêutico é crucial no cuidado de pacientes em uso de 
medicamentos controlados, principalmente antidepressivos e ansiolíticos em geral, 
especialmente quanto ao manejo da tolerância e dependência. Esses medicamentos, 
podem levar a alterações na resposta do paciente ao longo do tempo, onde a vigilância 
do farmacêutico permite que sinais de tolerância, como a necessidade de aumentar a 
15 
 
dose para obter os mesmos efeitos, sejam identificados rapidamente, promovendo 
intervenções precoces (Lonie et al., 2017). 
Uma das estratégias que o farmacêutico pode aplicar é a realização de 
consultas regulares com o paciente, nas quais são discutidos não apenas os 
benefícios do tratamento, mas também os possíveis efeitos colaterais e sinais de 
dependência. Durante essas interações, o farmacêutico pode utilizar questionários 
padronizados para avaliar o uso do medicamento e verificar a presença de sintomas 
de abstinência, que podem surgir quando a medicação é descontinuada. Essa 
abordagem proativa ajuda a estabelecer um canal de comunicação aberto, onde o 
paciente se sente confortável para relatar quaisquer mudanças em seu estado de 
saúde (Kamusheva et al., 2020). 
Adicionalmente, o farmacêutico deve estar atento ao histórico clínico do 
paciente, analisando fatores que possam predispor à tolerância e dependência, como 
a duração do tratamento e a combinação de medicamentos. Com essa análise, ele 
pode sugerir alternativas terapêuticas ou ajustes na dosagem que minimizem esses 
riscos. O farmacêutico também desempenha um papel educativo, esclarecendo os 
pacientes sobre a importância de seguir as orientações médicas e não realizar 
mudanças na medicação sem supervisão profissional (Lonie et al., 2017). 
Por fim, a colaboração do farmacêutico com outros profissionais de saúde, 
como médicos e psicólogos, é essencial para um atendimento integrado. Ao 
compartilhar informações sobre a evolução do tratamento e os sinais de alerta, o 
farmacêutico contribui para um manejo mais seguro e eficaz da terapia com 
antidepressivos e ansiolíticos. Essa abordagem multidisciplinar não apenas melhora 
os resultados do tratamento, mas também fortalece a saúde mental do paciente, 
promovendo uma recuperação sustentável (Kamusheva et al., 2020). 
 
CONCLUSÃO 
 
Considerada como a doença do século, a depressão está atingindo grande 
parte da população, seus sintomas podem levar à incapacitação do indivíduo e, se 
não tratados da devida maneira, podem evoluir para uma depressão crônica e com 
tendências suicidas. Assim como a ansiedade que teve um aumento exponencial de 
casos nos ultimos anos, devido a fatores como o estresse cotidiano e mudanças 
sociais drásticas, como a pandemia. 
O número de pacientes diagnosticados e sub diagnosticados cresce cada 
16 
 
vez mais e com esse crescimento, surgem algumas dificuldades no tratamento. Falta 
de adesão à terapia, falhas no diagnóstico, automedicação, problemas relacionados 
ao medicamento, intoxicações, falta de conhecimento sobre a doença e seu 
tratamento, são problemas comumente vistos nos casos de depressão e de ansiedade. 
Dessa maneira, é necessário pensar nestas doenças como um transtorno 
mental que pode atingir o indivíduo como um todo, sendo indispensável a realização 
de um acompanhamento e tratamento multidisciplinar desses pacientes, além da 
conscientização dos indivíduos sobre a sua doença e o seu tratamento. Como 
profissional da saúde habilitado, o farmacêutico é dotado de saberes quanto à 
farmacoterapia e orientação aos pacientes, podendo ajudar a diminuir tais 
adversidades encontradas no caminho do tratamento e colaborar, dessa forma, com 
a promoção, proteção e recuperação da saúde dos pacientes. 
Nesse contexto, conclui-se que, a figura do farmacêutico se destaca como 
um elemento fundamental no cuidado ao paciente. Sua atuação não se limita à 
dispensação de medicamentos, mas se estende à educação e ao monitoramento do 
uso dessas substâncias, promovendo uma abordagem segura e eficaz para o 
tratamento da ansiedade e depressão. 
 
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	Roselaine Aparecida Pedro¹
	Adriana Celestino Santiago 2
	Resumo
	Abstract
	Introdução
	Métodos
	Desenvolvimento
	Classes de medicamentos antidepressivos
	Classes de medicamentos ansiolíticos
	Interações medicamentosas e efeitos adversos
	Acompanhamento da farmacoterapia e importância do profissional Farmacêutico
	CONCLUSÃO
	Referências

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