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1 O CONSUMO DE ANTIDEPRESSIVOS E ANSIOLÍTICOS NA CONTEMPORANEIDADE The consumption of antidepressants and anxiolytics in contemporary Roselaine Aparecida Pedro¹ Adriana Celestino Santiago 2 1Discente do curso de Farmácia das Faculdades Integradas de Bauru ²Orientadora e Docente do curso de Farmácia das Faculdades Integradas de Bauru Resumo O presente trabalho aborda o crescente problema dos transtornos mentais, destacando a depressão e a ansiedade como principais condições que afetam a saúde pública mundial. A depressão é caracterizada como um transtorno do humor que compromete as atividades diárias e pode resultar de fatores genéticos, psicológicos, familiares e sociais. A ansiedade é considerada patológica quando afeta negativamente a qualidade de vida do indivíduo. O uso de medicamentos psicotrópicos, principalmente antidepressivos e ansiolíticos, tem aumentado significativamente nos últimos anos. Esse aumento pode ser atribuído a diversos fatores, incluindo o impacto da pandemia da COVID-19, que exacerbou problemas de saúde mental. Estudos mostram que a automedicação e o uso indiscriminado de medicamentos são práticas comuns, com graves riscos à saúde, como dependência e reações adversas. A revisão de literatura realizada incluiu publicações entre 2014 e 2024, utilizando bases de dados como SCielo, Google Acadêmico, PubMed e OMS. A pesquisa focou no consumo de antidepressivos e fatores associados ao seu aumento. Identificou-se que a prescrição de antidepressivos, muitas vezes, é realizada sem acompanhamento adequado, resultando em tratamentos prolongados sem evidências científicas de sua eficácia a longo prazo.O trabalho enfatiza a importância do profissional farmacêutico na orientação e acompanhamento dos pacientes, promovendo o uso racional de medicamentos e prevenindo problemas relacionados à automedicação.Conclui-se que a depressão e a ansiedade exigem um tratamento cuidadoso e contínuo, com a participação ativa dos profissionais de saúde, especialmente farmacêuticos, para garantir a segurança e eficácia da terapêutica, contribuindo para a recuperação e qualidade de vida dos pacientes. Palavras-Chave: Ansiedade; Ansiolítico, Antidepressivos; Depressão; Cuidado farmacêutico. 2 Abstract The present work addresses the growing problem of mental disorders, highlighting depression and anxiety as the main conditions affecting global public health. Depression is characterized as a mood disorder that impairs daily activities and can result from genetic, psychological, familial, and social factors. Anxiety is considered pathological when it negatively affects an individual's quality of life. The use of psychotropic medications, mainly antidepressants and anxiolytics, has increased significantly in recent years. This increase can be attributed to various factors, including the impact of the COVID-19 pandemic, which has exacerbated mental health problems. Studies show that self-medication and the indiscriminate use of medications are common practices, with serious health risks such as dependence and adverse reactions. The literature review conducted included publications from 2014 to 2024, using databases such as SCielo, Google Scholar, PubMed, and WHO. The research focused on the consumption of antidepressants and factors associated with their increase. It was found that the prescription of antidepressants is often carried out without adequate follow-up, resulting in prolonged treatments without scientific evidence of their long- term efficacy. This work emphasizes the importance of the pharmacist in guiding and monitoring patients, promoting the rational use of medications, and preventing problems related to self-medication. It is concluded that depression and anxiety require careful and continuous treatment, with the active participation of health professionals, especially pharmacists, to ensure the safety and efficacy of the therapy, contributing to the recovery and quality of life of patients. Key Words: Anxiety, Anxiolytics, Antidepressants, Depression, pharmaceutical care. Introdução Transtornos mentais são os problemas de saúde que tiveram o aumento mais expressivo nos últimos anos, sendo considerados como o “mal do século XXI”, tornando-se um problema mundial que acomete todas as faixas etárias. O sofrimento psíquico é comumente tratado com o uso de medicamentos psicotrópicos, contudo, os mesmos são prescritos e utilizados para as mais diversas situações (Vieira, 2018). Sendo reconhecidamente um problema de saúde pública, a depressão, é evidenciada pelo comprometimento das atividades cotidianas do indivíduo, principalmente nos relacionamentos sociais. Existem diversas abordagens no estudo da depressão, uma vez que ela pode ser decorrente de fatores genéticos, psicológicos, familiares e sociais. Caracteriza-se como um conjunto de transtornos, sendo sistematizados como “transtornos do humor” pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM - 5), e “transtornos afetivos” pela Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, CID- 10 (APA, 2014). 3 A depressão é caracterizada por um humor persistentemente deprimido, perda de interesse ou prazer em atividades anteriormente apreciadas, além de sintomas físicos e cognitivos. Os indivíduos com depressão frequentemente relatam fadiga extrema, alterações no apetite e no sono, seja por hipersônia ou insônia, e uma sensação de inutilidade ou culpa excessiva (Vieira, 2018). Cognitivamente, há uma tendência a ruminação negativa, com uma visão distorcida da realidade e sentimentos de desesperança. A depressão também pode se manifestar fisicamente, com dores inexplicáveis, como dores de cabeça ou nas costas, e com uma redução geral da atividade motora (Sousa; Freitas, 2022). Sendo, a depressão, uma das condições que mais contribuem para a prevalência das doenças relacionadas à saúde mental. Além de ser associada com mortes prematuras por suicídio e por outras doenças crônicas. Estimativas do estudo Global Burden of Disease, de 2019, estimou-se que mais de 270 milhões de pessoas apresentavam transtornos depressivos, tendo um aumento expressivo se comparado há anos anteriores (Liu et al., 2024). Já a ansiedade é descrita como um sintoma natural presente na vida do ser humano, uma vez que, o seu cotidiano está sujeito a sentimentos de tensão, estresse, preocupação e insegurança. Porém, a ansiedade é considerada patológica quando a preocupação excessiva, os pensamentos acelerados e o medo desmedido trazem impacto negativo e comprometem a qualidade de vida do indivíduo (Frota et al., 2022). A sintomatologia da ansiedade é caracterizada por um estado persistente de apreensão e preocupação excessiva, frequentemente acompanhada de sintomas físicos, emocionais e cognitivos. No plano físico, podem ocorrer palpitações, falta de ar, tremores, tensão muscular e sudorese excessiva. Do ponto de vista cognitivo, a pessoa ansiosa tende a ter pensamentos acelerados, dificuldade de concentração e uma sensação constante de alerta. Além disso, é comum a sensação de que algo ruim está prestes a acontecer, mesmo na ausência de ameaças reais (Barlow et al., 2014). Em alguns casos, os indivíduos com transtornos de ansiedade podem experimentar ataques de pânico, que incluem sintomas como tontura, sensação de desmaio e medo intenso de perder o controle (Craske et al., 2017). De acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID-11) e com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), os transtornos de Ansiedade incluem: Transtorno de Ansiedade Generalizada, Agorafobia, Fobias Específicas, Fobia Social, Ansiedade de Separação, Transtorno de Pânico e outros 4 transtornos relacionados à ansiedade; não estando incluídos o Transtorno Obsessivo Compulsivo ou os Transtornos Relacionados aoEstresse, como o estresse pós- traumático (APA, 2014). Estudos evidenciam que, entre os medicamentos mais consumidos pela população adulta encontram-se os da classe dos ansiolíticos, sendo que, o motivo envolve vários fatores, entre os quais, cita-se o estresse, a depressão, a ansiedade, a insônia, problemas sociais, entre outros (Vieira, 2018). Uma pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Farmácia aponta que, no período de janeiro a julho de 2020, houve um crescimento de quase 14% nas vendas de antidepressivos e estabilizadores de humor, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Foi constatado também que a demanda por fitoterápicos utilizados para o tratamento de ansiedade, como a passiflora, teve um aumento de 59% no ano de 2020 (CFF, 2020). Podemos atribuir parte deste aumento ao impacto gerado pela pandemia da SARS-CoV-2, causando danos irreparáveis ao redor do mundo, alterando não somente a saúde física de indivíduos, mas também a saúde mental da população. Em uma revisão literária realizada para investigar os principais impactos causados pela pandemia em relação à saúde mental, foi demonstrado que pessoas que estavam em isolamento social possuíam maior carga de estresse e apresentavam quadros de depressão e transtornos de ansiedade, além de baixa qualidade de sono (Oliveira; Santos; Dellaqua, 2021). Segundo informações obtidas no Relatório do Departamento Internacional de Controle de Narcóticos, da Organização das Nações Unidas (ONU), apesar do grande número de pessoas em sofrimento psíquico, o uso de medicamentos controlados e específicos para estas patologias, vem crescendo consideravelmente, onde o uso já supera a heroína, o ecstasy e a cocaína somados. Entre os países consumidores de maior porte desses psicofármacos estão Estados Unidos, Argentina e Brasil, nesta ordem (UN, 2017). De acordo com a Organização mundial da saúde, mais da metade dos medicamentos usados mundialmente, são prescritos, dispensados ou vendidos de maneira inapropriada e seu uso é feito de forma incorreta, incluindo a automedicação (Rocha, 2014). A variedade de produtos fabricados pela indústria farmacêutica, a facilidade de comercialização de medicamentos, a própria cultura e a comodidade assimilada 5 pela sociedade, além da grande diversidade de informações médicas encontradas em sites, blogs, redes sociais e a substituição inadvertida da prescrição e orientação médica por terceiros, são fatores importantes que devem ser considerados na prática da automedicação (Oliveira; Santos; Dellaqua, 2021). O fenômeno sociocultural da Medicalização pode ser caracterizado, em um sentido amplo, pela transformação de experiências humanas comuns (e.g., sofrimento, luto, desatenção e inquietação) em problemas de ordem médica (e.g., depressão, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade). Em outros termos, comportamentos outrora distantes da jurisdição médica, mas considerados desviantes às normas vigentes, passaram a ser alvo de intervenções disciplinares no campo da saúde (Figueira; Caliman, 2014; Matos; Ferreira, 2016). O uso incorreto e indiscriminado de substâncias psicotrópicas pode ter consequências graves na saúde das pessoas, podendo provocar o agravamento do quadro clínico do paciente, mascaramento de sintomas, reações graves, dependência, tolerância, abuso e, inclusive, causar risco à vida (FIGUEIRA; CALIMAN, 2014) A construção social atual é uma situação agravante para o prevalecimento dos casos de ansiedade e depressão, uma vez que favorece um isolamento não apenas de modo físico, mas sim por meios abstratos, como o uso intensivo da tecnologia, o excesso de carga de trabalho, a pressão para ascensão social e a busca por uma realidade projetada, que interfere no desenvolvimento psicossocial (Lima, 2020). Sendo assim, vemos a importância deste presente trabalho, ao qual evidência que o aumento no número de casos de transtornos mentais, como ansiedade e depressão, nos últimos anos reflete um problema de saúde pública global, com implicações profundas para a saúde física e mental da população. Esses transtornos não apenas afetam a qualidade de vida do indivíduo, mas também sobrecarregam os sistemas de saúde e comprometem a produtividade social e econômica. A grande prevalência das doenças mentais, associada ao uso crescente de medicamentos psicotrópicos, como antidepressivos e ansiolíticos, demonstra uma mudança significativa nas abordagens terapêuticas. Além disso, o uso inadequado desses medicamentos levanta preocupações sobre a medicalização excessiva de condições que podem ser influenciadas por fatores culturais, sociais e ambientais. Tornando o trabalho, crucial para o desenvolvimento de políticas de saúde pública mais eficazes e 6 para a promoção de abordagens alternativas de cuidado. A pesquisa proposta busca analisar o perfil de consumo contemporâneo desses medicamentos, considerando não apenas os fatores clínicos, mas também as influências socioculturais que moldam os comportamentos em relação à saúde mental.Nesse contexto, o objetivo do presente trabalho foi identificar o perfil de consumo contemporâneo dos antidepressivos pela população geral e discorrer sobreas causas relacionadas ao aumento do uso desta classe de medicamentos. Métodos Este estudo trata-se de uma revisão de literatura narrativa exploratória que, de acordo com Tafla et al. (2022), consiste em detectar, consultar e obter bibliografia e outros materiais para os propósitos do estudo que já foram publicados, dos quais são extraídas e sintetizadas informações relevantes e necessárias. Os artigos selecionados abordavam assuntos pertinêntes ao tema, foram incluídos na coleta de dados as literaturas publicadas entre os anos de 2014 a 2024 e consultadas no período entre fevereiro a novembro de 2024, em bases de dados como Scielo, Google Acadêmico, PubMed e Organização Mundial da Saúde. Foram utilizados documentos como artigos científicos, manuais técnicos, e livros, utilizando os seguintes descritores: Ansiedade; Ansiolítico, Antidepressivos; Depressão; Cuidado farmacêutico. Para o desenvolvimento desse estudo foram considerados artigos sobre o o uso de antidepressivos e os fatores associados às mudanças no seu perfil de consumo destes medicamentos. Foram excluídos artigos que não abordavam de modo efetivo o assunto de interessante e que foram publicados há mais de 10 anos. A síntese do conhecimento foi conduzida a partir pesquisa em computador em bibliotecas digitais e também livros físicos, onde foram destacados conteúdosno texto original e extraidas as informações mais relevantes, que foram organizadas em seções e salvas em documentos word e pdf, formando uma pasta de conteúdos. A partir da pesquisa inicial foram lidos todos os materias e feito um resumo para a formulação deste traballho. A apresentação dos resultados da pesquisa foram divididas em subtemas, onde foi elaborada uma discussão seguida de considerações sobre o tema, com a formulação de tabela demonstrativa da classe de medicamentos usados nos tratamentos de depressão. 7 Desenvolvimento A depressão e a ansiedade são doenças multifatoriais e relacionam-se com a bioquímica cerebral, podendo desenvolver-se em decorrência da deficiência de alguns neurotransmissores, como a noradrenalina, serotonina e a dopamina. Esses neurotransmissores associam-se à regulação da atividade motora, sono, apetite e humor, e quando o indivíduo já possui uma predisposição genética que atrelado a eventos estressantes, podem ser desencadeados episódios depressivos (Nordon, 2019). O tratamento, para a maioria das pessoas em estado depressivo, consiste na terapêutica farmacológica com antidepressivos em associação com a psicoterapia, o início desta terapeutica surgiu a partir do desenvolvimento dos medicamentos antedepressivos na décadade 50, causando uma revolução na área da saúde mental, representando a terceira classe terapêutica mais consumida a nível mundial (Branco, 2019). Porém existem preocupações de que os medicamentos antidepressivos estejam sendo prescritos em excesso, uma vez que ao longo das 3 últimas décadas houve um aumento acima de 100% no número de prescrições. Estudos revelaram que a maior parte deste aumento deve-se a prescrição de medicamentos da classe ISRSs (Inibidor seletivo de recaptação de serotonina), usado no tratamento de depressão e ansiedade, onde são prescritos maioritariamente por médicos da família (Salloume et al., 2016). Identificou-se que parte deste aumento nas prescrições deve-se a uma maior duração do tratamento, este prolongamento pode ser atribuído à introdução de antidepressivos mais recentes (que podem ser mais bem tolerados) ou a mudanças nas atitudes do paciente, que fazem com que o prescritor aumente a dosagem; porém devemos citar também que alguns médicos não acompanham adequadamente os pacientes, afim de monitorar a qualidade e a eficácia do tratamento (Garakani; et al., 2020). Uma pesquisa de campo recente observou que a maior parte dos pacientes em tratamento com antidepressivos a longo prazo não tiveram uma revisão recente da medicação, onde a receita é renovada por repetivação e não de acordo com a condição clinica (Dias et al., 2022). Os médicos da atenção básica não devem prescrever antidepressivos rotineiramente para sintomas leves de depressão/ansiedade, porém os estudos mostram o contrário. Em um estudo de campo com pacientes em uso de 8 antidepressivos, demonstrou-se que 30 a 50% não têm indicação baseada na evidência para continuar o tratamento, mas interromper o uso destes fármacos é difícil devido aos sintomas de abstinência e a falta de intervenções psicoterapêuticas que são de fato importântes para manutenção do tratamento e prevenção de recaídas (Branco, 2019). Atualmente se o paciente obtiver sucesso terapêutico com antidepressivos e não apresentar efeitos adversos, os médicos vão renovar a prescrição indefinidamente, afim de evitar que o paciente volte a apresentar os sintomas iniciais ou tenha piora clínica na sintomatologia. As diretrizes para a prescrição recomendam que os pacientes continuem a medicação antidepressiva por pelo menos 6 meses (no caso de um primeiro episódio) ou 2 anos (no caso de um episódio recorrente), sendo assim, embora a prescrição a longo prazo possa parecer apropriada para alguns pacientes, não existem evidências científicas que suportem esta decisão (Sousa, 2022). As vendas de antidepressivos e estabilizadores de humor tiveram aumento de 36%, se comparado o ano de 2019 com 82.667.898 unidades comercializadas para 112.797.268 no ano de 2022, sendo asossiado este aumento com a pandemia de Covid-19 enfrentada neste mesmo período. Se observado especificamente o ano de 2020, onde ocorreu o lockdown, o aumento foi de 12%. Houve também um aumento de 5,25% nas vendas de anticonvulsivantes e antiepiléticos, que são medicamentos muito utilizados em casos de agravamento nos quadros de depressão (CFF, 2020). Os antidepressivos, embora usados principalmente para tratar a depressão, também podem ser usados para tratar outras condições, como distúrbios de ansiedade, distúrbios alimentares, distúrbios do sono, dor crônica, vício e entre outros. Esses medicamentos atuam nos neurotransmissores que controlam o sistema nervoso central e contribuem principalmente para a recuperação do humor. A maioria das pessoas não se adapta facilmente aos antidepressivos, tornando necessário encontrar opções que produzam menos efeitos colaterais, como a associação do tratamento com ansiolitícos (Santos et al., 2018). Os ansiolíticos mais usados são os benzodiazepínicos, esse fármaco atua nas substâncias GABA e no sistema límbico, restabelecendo o equilíbrio dos neurotransmissores e reduzindo o estado de alerta; o que alivia o estresse e a ansiedade, trazendo uma sensação de relaxamento e leve sedação. Os efeitos do uso de ansiolítíticos é potêncialmente preocupante, uma vez que seu consumo por mais 9 de 4-6 semanas pode levar ao desenvolvimento de tolerância, abstinência e dependência (Nordon et al., 2019). A redução do tempo de tratamento com ansiolíticos, especialmente os benzodiazepínicos, é uma questão crítica, dada a potencial dependência e os efeitos adversos associados ao seu uso prolongado. Baseado em artigos científicos recentes, existem várias abordagens que podem ser consideradas para minimizar a duração do tratamento medicamentoso e melhorar a eficácia terapêutica, sem os riscos de dependência e tolerância, como: Psicoterapia Cognitivo-Comportamental (TCC); Técnicas de Relaxamento e Mindfulness; Tratamentos Psicossociais de Apoio; Uso de Medicamentos Alternativos (Fitoterapia e Suplementos); Redução Gradual e Planejada da Medicação; entre outros (Figueira; Caliman, 2014). O uso abusivo das substâncias psicotrópicas (SPA) tem aumentado significativamente nas últimas décadas, compondo um dos maiores problemas de saúde pública mundial da atualidade. Estudos têm demonstrado que os medicamentos ansiolíticos, como os benzodiazepínicos, estão entre os medicamentos mais prescritos e são usados regularmente por mais de 10% da população na maioria dos países desenvolvidos (Santos et al., 2018). Porém, quando orientado por um médico ou pelo farmacêutico, o paciente corre baixo risco de abuso ou dependência (Amorim, 2020). A automedicação, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), refere-se ao uso de medicamentos por indivíduos para tratar doenças autodiagnosticadas ou sintomas sem um diagnóstico ou orientação apropriada de um profissional qualificado. Portanto, entende-se que a automedicação envolve pessoas tratando seus problemas de saúde de maneira autônoma, sem a prescrição necessária de médicos, dentistas ou farmacêuticos (Moura, 2022). No Brasil, a automedicação é vista como uma prática culturalmente enraizada. Uma pesquisa realizada pelo Datafolha®, divulgada pelo Conselho Federal de Farmácia em 2020, revelou que 77% dos brasileiros recorrem à automedicação, sendo que 25% deles o fazem diariamente ou pelo menos uma vez por semana (Datafolha, 2019). Classes de medicamentos antidepressivos Medicamentos antidepressivos produzem aumento na concentração de neurotransmissores na fenda sináptica através da inibição do metabolismo, bloqueio de recaptura neuronal ou atuação em autoreceptores pré-sinápticos. Atualmente, são 10 classificados em função da ação farmacológica, pois os antidepressivos de nova geração não compartilham estruturas comuns (Gelfuso et al., 2014). QUADRO 1: Classificação e mecanismos de ação dos medicamentos antidepressivos. Cassificação Mecanismo de ação Autor Inibidores seletivos da recaptação de serotonina(ISRS) Inibe a recaptação de serotonina; Potencializa a neurotransmissão serotonérgica; Maior tolerabilidade e segurança se comparado aos ADTs. Bandelow et al., 2017. Inibidores Seletivos daRecaptação da Serotonina e Noradrenalina (IRSN) Atua nos receptores colinérgicos muscarínicos, receptores dehistamina e receptores de serotonina; Possui pouco efeito sobre a dopamina; Absorção rápida; Biodisponibilidade de 45%. Rang et al., 2016. Antidepressivos tricíclicos (ADT) Bloqueio de recaptura de monoaminas; Absorvidos completamente pelo trato gastrintestinal Pico plasmático por aminas terciárias: 1 a 3 horas; Pico plasmático por aminas secundárias: 4 a 8 horas. Feitosa; Cruz, 2021. Fonte: Elaborado pelas autoras, 2024. Em suma, os medicamentos antidepressivos apresentam mecanismos de ação distintos que visam aumentar a disponibilidade de neurotransmissores na fenda sináptica, contribuindo para o equilíbrio químicocerebral necessário ao tratamento de transtornos depressivos. A classificação baseada na ação farmacológica permite compreender as especificidades de cada classe, auxiliando na escolha do tratamento mais adequado para cada paciente, considerando a eficácia, tolerabilidade e perfil de segurança. Dessa forma, o conhecimento dessas características é essencial para o manejo clínico efetivo e individualizado (Leão; Moura; Medeiros, 2014). 11 Classes de medicamentos ansiolíticos Os medicamentos ansiolíticos agem no Sistema Nervoso Central (SNC), como um agente depressor, inibindo o estado de alerta ao qual o organismo da pessoa se encontra quando experimenta sintomas de ansiedade, equilibrando assim as funções cerebrais. Atualmente, o leque de medicamentos eficazes no transtorno de ansiedade tem-se ampliado, contando principalmente com os Ansiolíticos benzodiazepínicos (BZP), as azapironas, Inibidores de recaptação de serotonina (IRS). QUADRO 2: Classificação e mecanismos de ação dos medicamentos ansiolíticos. Cassificação Mecanismo de ação Autor Benzodiazepínicos (BDZ) Ligação com receptores próprios que facilita a ação do GABA. Hiperpolarização celular pelo aumento do influxo de Cl- Gelfuso et al., 2014. Azapironas (Buspirona) Agonista parcial nos auto-receptores 5- HT1A; Inibição da despolarização dos neurônios serotoninérgicos; Diminuição da síntese e liberação de serotonina (5-HT). Branco, 2019. Fonte: Elaborado pelas autoras, 2024. Os medicamentos ansiolíticos desempenham um papel crucial no tratamento de transtornos de ansiedade, modulando a atividade do Sistema Nervoso Central para promover um estado de equilíbrio e reduzir os sintomas associados à ansiedade. Com a ampliação das opções terapêuticas, como os benzodiazepínicos, azapironas e inibidores de recaptação de serotonina, os profissionais de saúde têm à disposição alternativas que podem ser escolhidas de acordo com as necessidades individuais de cada paciente, levando em consideração a eficácia, o perfil de segurança e os possíveis efeitos adversos. Esse avanço permite um tratamento mais direcionado e eficaz para o manejo da doença (Leão; Moura; Medeiros, 2014). Interações medicamentosas e efeitos adversos De acordo com Leão e colaboradores (2014), interações medicamentosas 12 ocorrem quando a ação de um medicamento é alterada pelo uso simultâneo ou prévio de outros medicamentos, podendo resultar na redução da eficácia terapêutica ou no aumento de efeitos farmacodinâmicos que causam eventos adversos medicamentosos. Portanto,é crucial que profissionais de saúde estejam cientes dos potenciais riscos dessas interações. A prescrição de múltiplos medicamentos pelos clínicos visa melhorar a eficácia terapêutica. No entanto, em muitos casos, as combinações são feitas de maneira aleatória, sem fundamentação farmacológica, conhecidas como interações ocasionais, frequentemente recomendadas por leigos ou pelo próprio paciente por automedicação, sendo, portanto, inúteis ou até prejudiciais. Potenciais interações medicamentosas podem ser benéficas ao melhorar o efeito terapêutico ou reduzir a toxicidade, mas também podem ser prejudiciais ao provocar o surgimento de reações adversas ou diminuir o efeito de um ou ambos os fármacos (Leão; Moura; Medeiros, 2014). Estudos de Sagiorato (2016) destacam que a incidência de interações medicamentosas varia de 3-5% em pacientes usando vários medicamentos, aumentando para até 20% em pacientes utilizando de 10 a 20 fármacos. O impacto das interações medicamentosas é influenciado por fatores como idade, condições patológicas e polimorfismo genético, especialmente em isoformas do sistema citocromo P450; nestes contextos, as interações medicamentosas são mais comuns em pacientes com comorbidades e polifarmácia, ressaltando o papel crucial da assistência farmacêutica na promoção de uma terapia farmacológica bem-sucedida e no aumento do bem-estar do paciente (Junior et al., 2021). Na prática clínica, há uma maior preocupação com interações medicamentosas graves, no entanto, interações com potencial de dano menor podem causar complicações significativas, como demonstrado pela interação entre amitriptilina/nortriptilina e haloperidol, associada a eventos adversos como alterações na pressão arterial, convulsões e disritmias (Lima et al., 2021). A combinação de fluoxetina e antidepressivos tricíclicos, como amitriptilina ou nortriptilina, pode resultar em aumento dos níveis plasmáticos e toxicidade, destacando a necessidade de ajuste cuidadoso das doses para evitar complicações graves (Ismayilov; Celikel, 2022). Estudos adicionais ressaltam que a imipramina, devido ao seu alto grau de ligação às proteínas plasmáticas, quando associada ao ácido acetilsalicílico, pode resultar em aumento da concentração de fármaco livre, intensificando os efeitos 13 adversos. A associação frequente de antidepressivos tricíclicos com agentes anticolinérgicos, como amitriptilina e butilbrometo de escopolamina, pode aumentar o risco de reações adversas relacionadas ao bloqueio dos receptores de acetilcolina, incluindo xerostomia, visão turva, retenção urinária, constipação e taquicardia (Balen et al., 2017). Estudos indicam que os benzodiazepínicos, apesar de eficazes no alívio imediato da ansiedade, têm um alto potencial de abuso, sendo frequentemente associados a sintomas de abstinência quando a medicação é descontinuada (Nordon et al., 2019). Por outro lado, os Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRS), como a fluoxetina e sertralina, têm se tornado os medicamentos de primeira linha no tratamento da depressão devido à sua maior segurança e perfil de efeitos colaterais mais favorável. Ao aumentar os níveis de serotonina no cérebro, os ISRS atuam de forma mais específica e com menos risco de dependência ou abuso, ao contrário dos benzodiazepínicos, que afetam diretamente o sistema GABA (Bandelow et al., 2017). Além disso, os ISRS não provocam o mesmo nível de sedação ou comprometimento cognitivo que os benzodiazepínicos, o que os torna mais adequados para o tratamento de longo prazo, com menor risco de comprometimento da qualidade de vida do paciente. Dessa forma, os ISRS têm se consolidado como a escolha preferencial para o tratamento da depressão, proporcionando benefícios terapêuticos eficazes e sustentáveis, com menos efeitos adversos graves e risco de dependência (Zhou et al., 2020). Acompanhamento da farmacoterapia e importância do profissional Farmacêutico Monitorar a farmacoterapia de pacientes com depressão pode reduzir significativamente o abandono dos tratamentos, além de diminuir as taxas de automedicação e suicídio (Sousa; Freitas, 2022). O papel do farmacêutico é crucial, pois ele influencia diretamente o uso racional de medicamentos, minimizando problemas relacionados à terapia medicamentosa. Esse profissional também promove a adesão ao tratamento e sua eficácia, assegurando ao paciente a possibilidade de recuperação com segurança e qualidade (Fernandes, 2020). Considerando os riscos à saúde associados ao uso de medicamentos sem 14 prescrição ou orientação profissional (como mascaramento de doenças, dependência e intoxicações), uma das principais funções do farmacêutico na Atenção e Cuidado Farmacêutico é promover o uso racional de medicamentos. Esses profissionais são capacitados para educar os pacientes sobre o uso correto dos medicamentos, aconselhando sobre os perigos da automedicação (Moura, 2022). O papel e a presença do farmacêutico têm crescido nos últimos anos devido à sua capacidade de implementar medidas fundamentais para prevenir, identificar e resolver problemas relacionados ao uso de medicamentos (PRMs). Esse crescimento é impulsionado pelo Cuidado Farmacêutico, que se caracteriza pela atuação integradado farmacêutico com outros profissionais de saúde, visando prevenir e tratar doenças,com foco na obtenção de resultados terapêuticos positivos, seguros e de qualidade para o paciente (Sousa; Freitas, 2022). O Cuidado Farmacêutico envolve a assistência e orientação ao paciente quanto à administração de medicamentos, incluindo dosagem, informações sobre efeitos adversos e uso inadequado, proporcionando uma interação direta que promove uma farmacoterapia racional e melhores resultados no tratamento. O objetivo dessas práticas é melhorar a saúde e a qualidade de vida dos indivíduos (Moura, 2022). Muitos medicamentos podem aprepresentar riscos à saúde, portanto, cada caso deve ser tratado individualmente pela equipe de saúde para minimizar falhas e PRMs. Nesse contexto, o farmacêutico pode intervir sempre que necessário, fornecendo orientações sobre os medicamentos ou monitorando o tratamento, avaliando a via de administração, dosagem e trocas de medicamentos para maior eficácia e segurança, visando sempre melhorar a qualidade de vida do paciente (Lonie et al., 2017). Os objetivos do farmacêutico incluem: fornecer a orientação necessária ao paciente; educar o usuário sobre seu tratamento para promover o autocuidado com segurança; reduzir o abandono do tratamento; otimizar a farmacoterapia por meio da revisão das medicações; identificar e prevenir possíveis PRMs, riscos, interações e erros medicamentosos (Barros et al., 2022). A atuação do farmacêutico é crucial no cuidado de pacientes em uso de medicamentos controlados, principalmente antidepressivos e ansiolíticos em geral, especialmente quanto ao manejo da tolerância e dependência. Esses medicamentos, podem levar a alterações na resposta do paciente ao longo do tempo, onde a vigilância do farmacêutico permite que sinais de tolerância, como a necessidade de aumentar a 15 dose para obter os mesmos efeitos, sejam identificados rapidamente, promovendo intervenções precoces (Lonie et al., 2017). Uma das estratégias que o farmacêutico pode aplicar é a realização de consultas regulares com o paciente, nas quais são discutidos não apenas os benefícios do tratamento, mas também os possíveis efeitos colaterais e sinais de dependência. Durante essas interações, o farmacêutico pode utilizar questionários padronizados para avaliar o uso do medicamento e verificar a presença de sintomas de abstinência, que podem surgir quando a medicação é descontinuada. Essa abordagem proativa ajuda a estabelecer um canal de comunicação aberto, onde o paciente se sente confortável para relatar quaisquer mudanças em seu estado de saúde (Kamusheva et al., 2020). Adicionalmente, o farmacêutico deve estar atento ao histórico clínico do paciente, analisando fatores que possam predispor à tolerância e dependência, como a duração do tratamento e a combinação de medicamentos. Com essa análise, ele pode sugerir alternativas terapêuticas ou ajustes na dosagem que minimizem esses riscos. O farmacêutico também desempenha um papel educativo, esclarecendo os pacientes sobre a importância de seguir as orientações médicas e não realizar mudanças na medicação sem supervisão profissional (Lonie et al., 2017). Por fim, a colaboração do farmacêutico com outros profissionais de saúde, como médicos e psicólogos, é essencial para um atendimento integrado. Ao compartilhar informações sobre a evolução do tratamento e os sinais de alerta, o farmacêutico contribui para um manejo mais seguro e eficaz da terapia com antidepressivos e ansiolíticos. Essa abordagem multidisciplinar não apenas melhora os resultados do tratamento, mas também fortalece a saúde mental do paciente, promovendo uma recuperação sustentável (Kamusheva et al., 2020). CONCLUSÃO Considerada como a doença do século, a depressão está atingindo grande parte da população, seus sintomas podem levar à incapacitação do indivíduo e, se não tratados da devida maneira, podem evoluir para uma depressão crônica e com tendências suicidas. Assim como a ansiedade que teve um aumento exponencial de casos nos ultimos anos, devido a fatores como o estresse cotidiano e mudanças sociais drásticas, como a pandemia. O número de pacientes diagnosticados e sub diagnosticados cresce cada 16 vez mais e com esse crescimento, surgem algumas dificuldades no tratamento. Falta de adesão à terapia, falhas no diagnóstico, automedicação, problemas relacionados ao medicamento, intoxicações, falta de conhecimento sobre a doença e seu tratamento, são problemas comumente vistos nos casos de depressão e de ansiedade. Dessa maneira, é necessário pensar nestas doenças como um transtorno mental que pode atingir o indivíduo como um todo, sendo indispensável a realização de um acompanhamento e tratamento multidisciplinar desses pacientes, além da conscientização dos indivíduos sobre a sua doença e o seu tratamento. Como profissional da saúde habilitado, o farmacêutico é dotado de saberes quanto à farmacoterapia e orientação aos pacientes, podendo ajudar a diminuir tais adversidades encontradas no caminho do tratamento e colaborar, dessa forma, com a promoção, proteção e recuperação da saúde dos pacientes. Nesse contexto, conclui-se que, a figura do farmacêutico se destaca como um elemento fundamental no cuidado ao paciente. Sua atuação não se limita à dispensação de medicamentos, mas se estende à educação e ao monitoramento do uso dessas substâncias, promovendo uma abordagem segura e eficaz para o tratamento da ansiedade e depressão. Referências AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA). 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